Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    1/29

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    2/29

    Copyright por Fundao Cultural Avatar

    Estelivro, ou qualquer de suas partes, no pode ser reproduzido emportugus, nem traduzido para qualquer outro idioma, sem expressaautorizao.

    1

    a

    edio-2.000Os direitos de publicao desta edio foram cedidos FundaoCultural Avatar pela Comisso Divulgadora das Obras de JorgeAdoumF.C.A. R. Pereira Nunes, 141 - Ing - Niteri - RJ, Cep. 24210-430

    Tel/Fax: (21) 621-0217 E-mail: [email protected] Page: http://www.nitnet.com.br/~fcavatar

    O TOMO DA VIDA

    O GRNULO DA VIDA

    Jorge Adoum

    ISBN: 85-7104-061-3

    Adoum, Jorge

    O tomo da Vida Jorge Adoum,traduo de Yara Ramos; 1. Ocultismo. I -Ttulo.1a edio, Niteri: Fundao Cultural Avatar, 2.00064 Pg, 14x21 cm

    traduo: Yara Ramos

    1a edio

    IMPRESSO NA REPBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

    Editado paraFundao Cultural Avatar

    Niteri - RJ2.000

    http://www.nitnet.com.br/~fcavatar
  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    3/29

    Livros do Dr. Jorge Adoum editados pela

    Fundao Cultural Avatar

    Cosmognese

    O Reino ou o Homem Desvendado

    Como Sentir e Desfrutar da Felicidade

    O Povo das Mil e Uma Noites

    O Livro Sem Ttulo de um Autor Sem Nome

    O Batismo da Dor

    20 Dias no Mundo dos Mortos

    O Evangelho da Paz

    O tomo da Vida

    O Exrcito da Serenidade e da Brandura (em preparo)

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    4/29

    O tomo DivinoO Grnulo da VidaA lagarta morre antes que nasam suas crias. Quando afmea se sente fecundada, comea a preparar o ninho,acumulando vveres, para que ao morrer fique tudo arrumado,de forma que seus vermculos, que nascero meses depois,

    tenham ao seu alcance o que necessitem, inclusive carne

    fresca. Para isso, os pais armazenam o alimento suficiente

    para que os insetos presos se nutram at o momento em que os

    filhinhos das lagartas estejam em condio de devor-los.

    Depois que a fmea expele os germens de seus

    filhotes, fecha com seu prprio cadver a porta, pela qual,

    uma vez decomposto o seu corpo, as novas lagartas sairo na

    prxima primavera. Tudo isso acontece sob umatranscendncia maravilhosa.

    Tudo bem. Mas se os pais morrerem antes dos filhos

    nascerem? Como esses aprendem a se alimentar de forma

    minuciosa?

    Os sbios de nossos tempos chamam esta inteligncia

    de INSTINTO. Os antigos a chamavam de ARQUTIPO. Da

    se deduzir que h uma inteligncia imanente em cada espcie e

    em cada indivduo de cada espcie.

    Ento, a ORDEM que governa o mundo e suas diferenas

    UNA. Porm, quando se trata do ser humano, ainda que o

    princpio de formao seja UNO, que d vida a cada ser de

    uma mesma forma, sem dvida existem seres que so

    diferentes das lagartas, possuem um grau de saber muito

    superior e diferenciado um do outro. Comparando-me

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    5/29

    com o filsofo, por exemplo, encontro uma enorme diferena entre

    ele e eu pela disparidade de nossos trabalhos.

    A filosofia materialista julga os dois como duas rvores: uma

    teve seu solo e ambiente adequados, enquanto que a outra foi

    privada disso, e assim se explica a disparidade entre o filsofo e eu.

    Esta claro? E se afirmo que sou um irmo gmeo do filsofo e quetive, como ele, a mesma educao, o mesmo cuidado, a mesma

    famlia, a mesma religio etc... e, sem dvida, somos

    completamente opostos em tudo, quem contestar? Sempre se

    encontrar uma sada.

    A religio tambm nos diz algo diferente do

    materialismo: so DESGNIOS DE DEUS que so doados a uns e

    privados a outros etc...

    A cincia e algumas religies, exceto a filosofia

    materialista, concordam que a vida do homem se expressa emtrs planos: o fsico, o mental e o espiritual. No primeiro,

    TRABALHAMOS, no segundo, PENSAMOS e, no terceiro

    SENTIMOS. Cada um indispensvel aos outros dois para que os

    trs possam expressar os atributos contidos em nosso ARQUTIPO

    - o princpio da formao.

    Como tudo isso acontece?

    A cincia comprovou que a CLULA SEMINAL, em suastransformaes, se converte no ser humano. Mas a cincia se

    deter a perguntar: existe algum ser anterior CLULA SEMINAL

    primitiva que coordena os elementos que formam a clula e a

    estimula a evoluir?

    Todos os nossos conhecimentos nos conduziro a

    questionar o seguinte:

    1o Nossa existncia manifestada comea na CLULA

    SEMINAL.

    2o Essa clula est preparada nos testculos e na prstata

    do homem.

    3o

    Essa clula, que tem a forma de serpente, decapita-se aopenetrar no vulo materno. 4o Dentro do vulo comea a

    crescer pela multiplicao de si mesma e pela assimilao de

    elementos nutritivos. 5o Passando por longa srie de

    transformaes que duram desde a gestao at o parto,

    termina por transformar-se no infante, adolescente, jovem

    homem e ancio que conhecemos.

    6o Em cada etapa de suas transformaes sabe sempre utilizar

    os meios de que dispe e realiza, por prprio impulso, os

    movimentos que lhe permitem alcanar os fins a que sedispe.

    7o Neste caso, evidencia-se que em sua vida h trs partes

    proporcionais dos trs planos referidos anteriormente,

    que lhe permitem sentir, pensar e trabalhar.

    E da, que nome podemos dar a este algo que existe emns e QUE SABE?

    Esse "que sabe" o poder primrio e anterior ao infante,ao feto, ao embrio, ao vulo, ao espermatozide e clula

    seminal.Quem formou a primeira partcula de cromatina,

    produziu o primeiro cromossoma, ordenou o primeiro centro

    nuclear e transformou tudo isso em uma clula vivente,

    infinitamente pequena, mas com o poder de converter-se em

    homem, nadar debaixo da gua, voar atravs do espao,

    1011

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    6/29

    dominar os elementos, explorar o Universo e fazer milagres?...

    Algumas religies explicam que o sopro de vida no

    est no espermatozide nem no vulo, mas, sim, no pai e na

    me que o comunicam ao novo ser, no momento de

    procri-lo; porm, a moderna fecundao artificial

    comprovou o contrrio e, assim, se demonstrou que AQUELE

    QUE SABE, EM NS, est na clula seminal, o princpio de

    formao que d vida clula e faz com que essa tenhapotencialmente tudo aquilo que o ser humano e ser.

    De onde vem este princpio e at onde vai?

    Cientificamente no sabemos.

    Quais foras o movem e qual a forma pela qual as

    libera?

    Supe-se que se trate de um tomo resplandecente

    que projeta seus raios em trs direes e faz com que a luz de

    uma delas se reflita nas outras e a de todas volta ao ponto de

    partida, e assim o mental se funde no fsico, o fsico no mental e

    ambos no espiritual, sem que nunca se modifique a torrente da

    luz. Desta forma, vemos que todo este saber est

    concentrado em um grnulo chamado TOMO DIVINO ou

    GRNULO DA VIDA, e ele que d alento a nosso ser e a

    todos os seres; nele esto, potencialmente, todas as partes

    que compem o homem, todos os que foram seus

    antepassados e os que sero seus sucessores.

    MAS QUE O GRNULO DA VIDA? O Grnulo da

    vida, no o espermatozide; uma espcie de TOMO que

    se acha aninhado na cabea da clula espermatozide. Esse

    tomo, o "vermculo", o ninho que contm o futuro ser, cresce

    no ventre materno, comeando seu crescimento pela cabeada criana e alcana sua plenitude na idade madura do homem.

    medida que se vai desenvolvendo faz com que se

    desenvolvam tambm as partes que constituem o homem

    desde o nascimento at a morte. Todas as faculdades e tudo

    o que forma o homem como indivduo no so, seno, mais

    do que a extenso do minsculo ser que se aninha em nossa

    massa enceflica.Esse pequeno ser se manifesta atravs de uma espcie

    de eflvio vaporoso que penetra na matria cerebral como a

    luz penetra na gua; respira com nossa respirao e percebe a

    mesma vida que ns percebemos. A cincia moderna, depois de

    descobrir os mistrios do tomo, tende a confirmar esta

    afirmao, conforme foi dito anteriormente. Esse grnulo de

    vida tem, atravs do crebro, uma ntima relao com os dez

    centros de entendimento, chamados, pela cincia arcana, A

    RVORE DA VIDA ou o Arqutipo que resume o saber contidoem todos os signos.

    O homem pode interpret-los medida que vo

    nascendo nele as partes que lhe facilitam a interpretao docontedo em cada uma delas.

    O homem no nasce de uma vez: as partes vo

    nascendo progressivamente segundo a extenso progressiva

    do grnulo da vida e, assim, o latente no Arqutipo humano

    se deixa expressar em partes proporcionais de todos eles ao

    longo da existncia.O grnulo da vida desenvolve seus poderes em seus

    veculos fsicos, que os formou e que so nossos rgos a

    que chamamos nossa mente e nosso corpo; pela primeira

    move o segundo e, por ambos, completa sua prpria

    progresso.

    Este progresso se efetua atravs dos dez centros de

    1213

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    7/29

    formao que existem em nosso organismo e que foram a

    expresso dos outros dez que existem no vermculo em nosso

    crebro E COM OS QUAIS TM CORRESPONDNCIA E SE

    DESENVOLVEM NOS TRS PLANOS: o fsico, o mental e o

    espiritual. ENTO, A INTELIGNCIA TEM SUA FONTE NO

    GRNULO DA VIDA, ESTE GRNULO DA VIDA SE

    EXPRESSA DIRETAMENTE ATRAVS DO PLANO

    ESPIRITUAL E, POR MEIO DESSE PLANO SE EXPRESSA E,

    POR MEIO DOS OUTROS DOIS QUE PRODUZEM EM NS

    AS INSPIRAES, OS IMPULSOS E MOVIMENTOS QUE

    COMPLETAM AS OBRAS DE NOSSA VIDA DIRIA.

    O VERBO EST NO PLANO ESPIRITUAL, plano que

    encerra a essncia substancial do grmen da vida. Esse plano

    como uma chispa de luz que penetra e enche todo nosso

    ser. Essa luz tem dez centros de emanao refulgente queso no homem os dez princpios pelos quais o ser humano

    manifesta o saber que est nele encerrado, mas devemos

    sempre nos recordar e compreender que estes dez centros

    chamados pelos antigos "A rvore da vida", se compunham

    destes dez atributos:

    1)Verbo Divino;

    2)Sabedoria;

    3)Compreenso;

    4)Misericrdia;5)Fora;

    6)Beleza;

    7)Vitria;

    8)Glria;

    9)Fundamento e

    10) Reino.

    Quando se chega a decifrar este mistrio, o Ser Interno

    percebe, sem dvida, o significado da divina frase: E O VERBO

    SE FEZ CARNE E HABITOU ENTRE NS. Quanta grandeza

    e verdade absoluta encerram estas palavras!

    Agora vemos que o saber sintetizado no grnulo da

    vida, chamado pelos antigos, ARQUTIPO, o que alenta o

    nosso ser, e sua existncia est baseada nos princpios gerais

    a seguir:

    1o Todos os seres da mesma espcie esto formados

    de acordo com o Arqutipo ou tipo-padro.

    2o O Arqutipo de cada espcie modula tudo o que

    so ou sero os indivduos que a compem.

    3o O Arqutipo forosamente anterior e posterior aos

    indivduos a quem d o ser.

    H duas teorias que explicam a existncia dos

    Arqutipos: A primeira pressupe que sempre existiu um para

    cada espcie. A Segunda diz e afirma que os Arqutipos de

    cada espcie so emanaes de um Arqutipo nico, que os

    abrange e ilumina completamente e, que por decomposio

    de sua luz, cria os infinitos grnulos que formam as espcies e

    os indivduos, semelhana da luz do sol; una, em sua

    origem e essncia, e infinitamente variada, segundo o corpo

    em que se reflita e ASSIM SE EXPLICA A DIFERENA QUE

    EXISTE ENTRE O FILSOFO E MIM MESMO.

    Sem dvida, as duas teorias concordam que h

    Arqutipos diferenciados: raios e grnulos que possuem certa

    frequncia vibratria cumprem funes especiais e funes

    afins ou dspares, conforme a consonncia dos respectivos

    ritmos. Segundo as duas, a formao do ser humano teria

    lugar nas seguintes formas:

    15

    14

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    8/29

    1o O Arqutipo deve se aninhar necessariamente emum grnulo de cromatina, para vivific-lo e para atrairoutros grnulos at formar a clula primria.2o A clula primria, pela produo de si mesma, cria o

    espermatozide.

    3o

    Pela fuso do espermatozide com o vulo maternovo se formando os cinco elementos bsicos que

    formam os cinco sistemas orgnicos - os quais

    aparecem conforme a seguinte ordem:

    a) O sistema de nutrio, que ajuda o grmen a

    assimilar.

    b) O da circulao, que o desenvolve.

    c) O sistema nervoso, que o capacita a sentir.

    d) O sistema muscular, que o possibilita mover-se.

    e) O esqueleto, que lhe d a forma e consistncia.4o Do brincpio ao fim o Arqutipo efetua seu trabalho

    automaticamente e no pode fazer outra coisa seno

    isso.

    Da se deduz que uma grande parte da atividade de

    cada um de nossos planos est governada pelo mesmo

    princpio, do tomo at o sol.

    J vimos que o Arqutipo humano o centro ao redor

    do qual se agrupa a matria, primeiramente como cogulo

    protoplasmtico, depois clula, embrio, feto, criana, jovem e

    ancio e possui o saber desde os primeiros at os ltimos

    instantes.Como sabe e como expressa seu saber? H duas questes para essa pergunta: a primeira

    fatalista e afirma que tudo esta escrito; a Segunda a de

    causa e efeito, assegurando que toda ela se vai escrevendo.

    16

    A primeira afirma que o caminho ao nascer est traado e,

    assim, temos de ficar nas condies que o correspondem.

    De acordo com a Segunda, o caminho se delineia por

    partes e o estado atual o efeito inevitvel de uma causa

    anterior. Disto se depreende que tanto a primeira como a

    segunda afirmam o produto do saber que o Arqutipo expressa.Mas devemos tambm saber que em cada tipo individual existe,

    em potencialidade, a soma do saber que a humanidade

    capaz de liberar em seu conjunto. Em mim pode produzir-se a

    mesma luz que na mente de qualquer filsofo, sem dvida

    necessito das facilidades que tornam possvel a iluminao.

    Facilidades e liberao do saber so da mais diferente

    ordem e esto sujeitas a infinitas contingncias, umas

    relacionadas com a pessoa em si mesma, e outras com tudo o

    que a afeta desde o exterior. Por esse motivo se compreendeque no h dois habitantes iguais entre os bilhes que povoam o

    mundo.

    Tambm no existem dois estados exatamente iguais

    no mesmo indivduo, nem dois momentos exatamente iguais

    no mesmo estado. Sem dvida, esta permuta no faz nem

    desfaz o que somos, mas sim estimula os elementos existentes

    em ns, para que eles o faam por si mesmos. Quero dizer

    que todo ato necessita de coordenao interna que torna til

    tudo o mais.O conhecimento no est determinado pelo externo. t.Conhecemos algo porque no ntimo de nosso ser j existe a

    noo que o interpreta, como ocorre com as invenes de

    coisas que antes no existiam.

    ENTELQUIA: segundo Aristteles, Entelequia um

    princpio de formao que fazendo possvel as coisas em seus

    17

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    9/29

    mais perfeitos detalhes, carece de poder para faz-las por si

    mesmo ou para opor-se s imperfeies que lhe comunicam

    os agentes de que se vale. Isto explica porque, estando

    animado o sbio pelo mesmo arqutipo como eu estou, nem

    eu sou como o sbio, nem o sbio procede como tal em todas

    as coisas.

    Para que o homem fosse perfeito necessitaria deveculos perfeitos em seu grnulo de vida. Mas como isso

    impossvel em nossa natureza de ser, o homem ento se

    assemelha a um espelho no qual reflete as imagens dos

    objetos. Sua mente, veculo de EU SOU, no conhece as

    coisas em si, mas somente no efeito que produzem na

    conscincia. Na mente v, somente, as imagens dos objetos,

    porm no os objetos. Assim como o espelho parece que tem

    os objetos dentro dele, mas so imagens, tambm o

    Conhecedor percebe as imagens refletidas como se fossemobjetos.

    SEM DVIDA, O QUE ACONTECE NA MENTE NO

    REFLEXO, PORQUE A IMAGINAO UMA

    REPRODUO DO OBJETO, E PORQUE A MATRIA

    MENTAL ASSUME A FORMA DO OBJETO E O

    CONHECEDOR REPRODUZ, POR SUA VEZ, ESTA

    SEMELHANA.

    O Grnulo da vida como o Sol, mora e atua no

    imensurvel, servindo-se do que no tem corpo para formar eatuar no que o tem na formao do ser, aproveitando o que

    so chamados teres intermoleculares para formar os fludos,

    os lquidos, e com estes os pastosos e destes os slidos, assim

    seguindo sua evoluo do nascimento morte.

    O veculo que o Grnulo da vida fabrica constitudo

    por inmeros processos e uma complicadssima rede de

    centros de comando, sendo uns, complementos de outros e,

    ao mover-se um, tm que se mover todos os demais.

    Este veculo, para responder finalidade do Grnulo

    da vida, tem que dispor de muita ajuda. Podemos citar, entre

    outras, as seguintes:

    1- Duas correntes fludicas: a dinmica e a nervosa. 2- Duas correntes lquidas: a sangunea e a linftica.

    3- Dois sistemas de centros vitais: o glandular de

    secreo interna e o dos plexos.

    4- Duas classes de neurnios: os sensitivos e os

    motores.

    5- Dois processos de renovao: o anablico e o

    catablico.

    6- Dois processos de nutrio: o de assimilao e o

    de desassimilao.7- Dois de transmutao: o cido e o alcalino.

    8- Dois sistemas nervosos: o simptico e o

    parassimptico.

    9- Dois centros de comando: o cerebral e o medular.

    10- Duas classes de matria nestes centros: a cinzenta

    e a branca.

    11-Duas classes de inteligncia nessa massa: a

    consciente e a subconsciente. 12-Duas funes

    nessa inteligncia: a voluntria e ainvoluntria.

    A harmnica ao de todas essas colaboradoras faz

    com que o veculo cumpra com suas funes, comeando pela

    emoo at chegar ideia e da ideia at o ato que adquire

    realidade.

    18 19

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    10/29

    Do exposto se deduz que no h inteligncia sem saber,

    e o que se sabe, necessariamente, deve morar em ns e todos

    os agentes internos e externos que transmutam a emoo emideia e a ideia em ato, todos estes agentes esto sujeitos, no

    subconscincia nem conscincia, mas superconscincia,

    que possui a sntese do SABER EM NS, ao GRNULO

    DIVINO DE VIDA.

    se pode limitar a diferena entre a inteligncia consciente e a

    subconsciente, nem entre o homem moderno e o primitivo,

    com uma separao essencial.

    No ser humano, a fonte original una para ambas as

    inteligncias, mas os canais, atravs dos quais flui sua gua,

    so os que so chamados: subconsciente e consciente. Cada

    uma tem seus centros especiais de mando e certa misso acumprir, mas ao cumpri-la deve ser autorizada pela outra.

    A INTELIGNCIA DUAL

    A lagarta que prepara os alimentos para os filhos antes

    que nasam; o trabalho que a semente tem para converter-se

    em rvore, que d flores e frutos, o grnulo de vida de toda

    espcie e indivduo tm de ser forosamente dirigidas por uma

    inteligncia. Existe inteligncia em todo ser animado einanimado, porque cada coisa tem em si mesma o mecanismo

    que a permite manifestar essa inteligncia para um fim

    determinado.

    Sem dvida, essa inteligncia no pode fazer nada por

    si mesma, posto que depende inteiramente dos meios atravs

    dos quais atua, e, se estes so modificados, tambm se

    modificar automaticamente o resultado.

    Os canais esto pr-determinados pela inteligncia que

    deve fluir atravs deles? Sim. Modificam-se quando preenchemcertas medidas? Sim. Pode-se saber que a presena de uma

    inteligncia especial que faz as modificaes em uns faz

    tambm com que se produzam em outra, e esta dualidade

    rege o organismo humano. Desta forma, no se sabe onde

    comea o espontneo ou termina o involuntrio, nem ainda

    O SUBCONSCIENTE E SUAS FUNES:

    A inteligncia subconsciente aquela parte do saber

    que consubstanciai nossa natureza e que pratica as

    funes necessrias que nos animam.

    Vimos que a lagarta tem uma inteligncia instintiva ousubconsciente, que a guia para buscar alimento para suas

    larvas e para prover do quanto essas necessitam, at alcanar

    o desenvolvimento que as permita busc-lo por si mesmas.

    No homem, o subconsciente tudo o que nele

    fundamental: o que move o organismo, atende sua economia,

    determina seu desenvolvimento, perpetua os instintos,

    conserva as inclinaes, alimenta os desejos, coordena e d

    eficcia aos sentidos e, finalmente, o faz igual em atributos e o

    obriga a ter as mesmas necessidades e a tratar de satisfaz-las.Essa inteligncia nos seres superiores e nos inferiores

    cumpre suas funes perfeitamente, mas incapaz de se dar

    conta dos efeitos que produz. O zango persegue

    subconscientemente ou instintivamente a rainha para praticar

    20 21

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    11/29

    suas npcias com ela, mas sem se dar conta de que depois

    de fecund-la est destinado a morrer durante suas mesmas

    funes nupciais.

    No homem, o subconsciente tem seu assento no

    cerebelo e ao longo da coluna dorsal.

    O TODO EST EM TUDO.

    Segundo estudos realizados, este automatismo dasubconscincia no se origina unicamente pelos centros

    diretores, mas tambm pela mesma natureza dos rgos que

    executam as ordens. Alexis Carrel conservou um corao que

    continuou batendo ritmicamente durante longos anos. Este

    fato demonstra claramente que a Inteligncia Primria ou o

    Subconsciente, no s tem seus centros diretores no cerebelo

    e na medula espinhal, mas tambm conta com elementos

    secundrios de todos os rgos que so capazes de realizar,

    sem auxlio exterior, atos que exigem um esforo inteligente etrabalhar isoladamente. Aqui nos defrontamos com a grandeMXIMA:

    O TODO EST EM TUDO - que os antigos nos

    legaram.

    O ARQUTIPO agrega elementos de diferentes ordens

    que, por multiplicao de si mesmos, tm de formar os

    diferentes rgos, mas a construo prossegue de acordo coma imagem que o ARQUTIPO tem.

    Pelo trabalho automtico, uns elementos se dedicama construir o sistema da nutrio, outros constrem o da

    circulao, uma terceira classe, o nervoso; uma quarta, o

    muscular; a quinta, o esqueleto e assim sucessivamente, cada

    rgo e parte de rgo realiza uma funo especial, sob o

    cuidado de trabalhadores especializados. Dessa forma, todo

    o veculo est dirigido pelo conjunto de sries que entram na

    formao de um homem, realizando cada trabalhador o que

    lhe corresponde, sem intervir na ao dos outros.

    O Arqutipo elimina, s vezes, as clulas

    desnecessrias e as substitui por elementos novos, que o corpo

    no tinha antes e, assim, por menor que seja certa parte docorpo h, nela, quantidades proporcionais de todas as sries

    primrias e NOS EXPLICAM NOVAMENTE QUE TUDO EST

    NO TODO, E QUE CADA FRAGMENTO DO "TODO" CAPAZ

    DE PROVOCAR OS FENMENOS DE QUE CAPAZ O

    CONJUNTO, como vimos na conservao do corao.

    Para nosso estudo, desse tema se destacam sete

    pontos a seguir:

    1o - Os corpsculos primrios, alm de possurem

    aptido para realizar certos trabalhos, contam comenergia potencial prpria para realiz-las.

    2 - Cada rgo possui sries proporcionais de

    corpsculos de distinta ordem, segundo os trabalhos

    que devem desempenhar.

    3o - Os corpsculos de certa ordem dispensam energia

    na mesma proporo que o fazem os de sries distintas

    4o - A liberao dessa energia se efetua mais por

    estmulos que por causa externa.

    5

    o

    - Toda expresso de energia acompanhada porum movimento que necessrio a certo trabalho

    6o - Todo trabalho exige a assistncia de corpsculos o

    energia de variadas ordens.

    7o - A cooperao dos tomos e corpsculo-.

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    12/29

    iniciada pelos outros.

    Isto que dizer, por exemplo, que o corao possui certas

    classes de corpsculos em seus nervos e, outras, em seus

    msculos; cada classe est encarregada de contribuir com

    uma parte para a execuo do mesmo movimento. Este

    princpio tem sido aproveitado na medicina para influir no

    interior, depois no exterior, ativando a vitalidade de uns rgospelos estmulos que se distribuem para os outros, por meio da

    GALVANOTERAPIA E DA REFLEXOCULTURA.

    OS ATOS REFLEXOS NO AUTOMATISMO

    O ARQUTIPO se serve do veculo que est formado de

    corpsculos de diferente ordem que, alm de receber ordens

    da potncia central que os mantm unidos, exerce, tambm,uma ao reflexa em que uma determina a ao da outra. So

    alcanados, no homem, mltiplos movimentos, refletindo-se

    em umas partes, ao atuardiretamente em outras. Por exemplo:

    1o - Perante um movimento ameaador diante do olho,

    d-se o pestanejar.

    2-Ao mastigar, h secreo automtica da saliva.

    3o - Quando o alimento chega ao tubo digestivo se

    produzem movimentos peristlticos no estmago e nos

    intestinos.4o - Ao se bater nas costas h uma contrao do

    abdmen.

    5o - Se se pressionar o globo ocular, o corao reduz

    os batimentos.

    24

    No necessrio enumerar mais, diremos apenas que estesreflexos podem ser neutralizados pela vontade, ainda que

    outros no dependam dela.As substncias qumicas tambm podem intensificar

    estes reflexos ou debilit-los, como por exemplo: o ter e o

    clorofrmio reduzem vrios deles, enquanto que a morfina, a

    cafena e a atropina aumentam todos.

    A medicina aproveitou esta propriedade do organismopara a explorao clnica no diagnstico, como a comprovao de

    que se tem diabetes pela grande sensibilidade no tato que aspontas dos dedos sentem. E um outro objetivo o que trata de

    curar as doenas determinadas em certos rgos por estmulos

    que ocorrem em certas partes do corpo ou das vrtebras da

    coluna dorsal. Para esse ltimo processo temos que dividir a

    coluna vertebral em quatro setores, estabelecendo a relao que

    existe entre cada vrtebra e os rgos que a correspondem.

    Setor Cervical

    1o - A primeira vrtebra influi na massa enceflica, no

    couro cabeludo, nas orelhas, nos olhos, nos condutos

    superiores das fossas nasais e no estmago.

    2o - A segunda influi nos olhos, nos ouvidos, nas

    narinas, no couro cabeludo e no corao.

    3o - A terceira influi no nariz, nos dentes, nas gengivas, na

    lngua, no diafragma e no estmago.

    4 - A quarta influi no plexo solar, no corao, no

    estmago, no diafragma, no crebro, nos dentes, nas gengivns,

    nos olhos, nos ouvidos, no nariz e nos pulmes.

    5o - A quinta influ na faringe, na glndula tireide, II.IS

    25

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    13/29

    amgdalas, no corao, no diafragma, no fgado e no

    estmago.

    6o - A sexta influi na traquia, na faringe, no corao,na tireide, nas amgdalas, no esfago e nos braos.

    7o - A stima influi nas glndulas mamarias, na tireide,

    na traquia, nos brnquios, no corao e na voz.

    Setor Dorsal

    1o - A primeira vrtebra dorsal influi na laringe, na

    faringe, nas glndulas mamarias, na traquia, no corao e

    na tireide.

    2o - A segunda influi nos olhos, no corao, nos

    pulmes, nos ouvidos, na pleura, nos brnquios e na atividade

    cardaca.

    3a - A terceira influi nos pulmes, nos brnquios, no

    diafragma, nos ouvidos e nos olhos.

    4o - A quarta influi no crebro, no corao, no estmago,

    nos pulmes e na presso sangunea.

    5o - A quinta influi nas glndulas lacrimais, nos olhos,

    nas orelhas, nas mamas, no estmago, no crebro, no

    diafragma, no corao e nas amgdalas.

    6o - A sexta influi no bao, no corao, no estmago e

    nos pulmes.

    7-A stima influi no fgado, no pncreas, no estmago

    e nos rins

    8o - A oitava influi no bao, no pncreas, no fgado, no

    estmago e nos rins.

    9o -A nona influi nas glndulas renais, no epitlio, nos

    rins, no bao, no fgado, na blis e no estmago.

    10o- A dcima influi nas glndulas renais, nos rins, no

    pncreas, no ureter, no globo ocular e nos clios.

    11 - A dcima primeira influi nos testculos, nos ovrios,

    no diafragma, no pncreas, na vescula biliar e nos rins.12o- A dcima segunda influi na bexiga, nos intestinos,

    na prstata, nas glndulas salivares, nas gengivas, no reto,

    nos testculos e nos ovrios.

    Setor Lombar

    1o - A primeira vrtebra do setor lombar influi no

    peritnio, nos rins, na prstata, na aorta, nos rgos genitais

    externos, no ureter e no crebro.

    2o - A segunda influi nos rgos sexuais internos, na

    bexiga, nos intestinos, no peritnio e na prstata.

    3o - A terceira influi no tero, na bexiga, na prstata, no

    apndice, nos intestinos, no reto e no crebro. 4o - A quarta influi nos rgos sexuais, nos intestinos,

    no reto, na prstata e na bexiga.

    5o - A quinta influi na vagina, na trompa de Falpio, na

    pelvis, no reto e no sistema linftico.

    Setor Sacro

    O setor sacro influi em todo o sistema da espcie e

    nas extremidades inferiores. E assim vemos que uma vrtebra

    serve para atuar em setores diferentes e cada vrtebra estassociada a uma ao e reao especial e tende a influir em

    corpsculos de diferente ordem, emanando certa classe de

    energia para efetuar determinados trabalhos. A inteligncia

    primria ou o Subconsciente libera seu saber por automatismo

    e, ao faz-lo, move diretamente umas partes e este movimento

    incita reaes reflexas em outras. Os corpsculos que

    2627

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    14/29

    compem o ser humano formam uma cadeia cerrada e

    qualquer de suas cadeias pode colocar em movimento toda acadeia, pela ao reflexa que se alcana em algumas partes.Por exemplo: Ao pressionar o globo ocular ocorre oretardamento do ritmo cardaco, mas isto no se deve

    unicamente aos estmulos locais que uma zona transmite a

    outra, e sim, que o olho comunica ao crebro e este modifica erepede ordens aos msculos encarregados de regular o ritmo do

    corao.

    Em muitos outros casos, a comunicao no diretamas, sim, indireta e se estabelece entre o crebro e asdiferentes zonas.

    0 crebro a chave do Subconsciente, que abre efecha a comunicao sem a interveno da intelignciaconsciente ou da vontade.

    SEM DVIDA, O SUPERHOMEM PODE, POR MEIO

    DE SEUS PENSAMENTOS, ANSEIOS E DESEJOS E POR

    MEIO DE CERTOS EXERCCIOS FSICOS, RESPIRAES

    E PALAVRAS, INFLUIR NO SUBCONSCIENTE E

    OBRIG-LO A EFETUAR PODERES QUE POSSIBILITAM O

    ALCANCE DE DETERMINADOS OBJETIVOS.

    Temos, por conseguinte:

    1- O subconsciente ou a inteligncia instintiva primria o elo de unio entre o ARQUTIPO e os corpsculos que do forma ao que somos.

    2o - Esta inteligncia tem um mecanismo que expressao saber em cada momento.

    3o - A expresso tem efeito automtico cada vez queentram em ao as partes do mecanismo vinculados a certaclasse do saber.

    28

    O ARQUTIPO TEM TODO O SABER, MAS IMPRESCINDVEL QUE, ALM DO MECANISMO, ENTREMEM FUNO OS CENTROS VITAIS QUE CORRESPONDEM CLASSE DO SABER POR EXPRESSAR.

    O funcionamento pode ser obra de qualquer dasseguintes contingncias:

    1o - Pela atuao da mente subconsciente.2o - Por estmulos exteriores.

    3o - Pela ao reflexa, seja externa ou interna, do

    mecanismo do subconsciente. Assim, vemos que cada ideiadetermina um movimento especial, que, uma vez realizado,manifesta na mente a noo que o identifica, dando lugar,

    assim, atualizao de infinitas noes. Ainda que essasajudas variem em cada indivduo, em linhas gerais as maisimportantes so as seguintes:

    1o - O centro cerebral ou nervoso que sintonizou com afora csmica que prevalecia no momento de nascer.

    2o - Aquele que disponha de zonas sensveis aos atosreflexos.

    3o - Aquele que a atividade fsica e mental estejacontinuamente perfeita.

    4o - Aquele que a prpria atividade proporciona maiorsatisfao ao indivduo.

    5o - Aquele que possui maiores facilidades para

    transmutar as noes subconscientes e atos conscientes. OMisterioso Laboratrio do Subconsciente tem uma infinidade

    de outros fatores que tm capital importncia em muitas

    ocasies, do mesmo modo (que) acontece com o condensador

    de um rdio, bastando ser movido um milmetro para captar

    um novo aparato transmissor de rdio com um novo programa

    29

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    15/29

    Ao longo da vida, as emoes, as ideias, os impulsos,

    os atos diretos ou reflexos, todos terminam gravados no

    mecanismo subconsciente e chega um momento em que

    flutuam e tm sua realidade. NISTO CONSISTE A CINCIA

    DA SUGESTO E DA AUTOSUGESTO.

    O que somos.O que somos e o que seremos, a linha de conduta, o

    carter, a sorte e o destino enfim, tm razes na profundeza

    de nosso ser.

    Ainda que a mente consciente estenda sua ao at o

    subconsciente, jamais poder deter seu crescimento nem

    anular as foras que a animam, e a sorte depende da linha de

    conduta e os desta de acordo com o carter, os do carter de

    acordo com a interao das foras a que somos sensveis.

    Que haver nesta mente subconsciente, que tem suas razes

    no mais profundo de nossa natureza, para que as coisas

    ocorram de tal forma?

    Consciente e subconsciente.

    A vida subconsciente est formada pelos elementos

    primrios de que se serve nosso princpio de formao para

    cumprir as prprias funes. A vida consciente est formada

    pela sntese do saber acumulado por experincias e pelo

    mecanismo que o homem desenvolveu para expressar esse

    saber e comportar-se segundo sua prpria experincia. Pela

    primeira, somos como a lagarta, que prepara o ninho quando

    est fecundada, acumulando vveres ao depositar os grmens

    de suas larvas e cerrando a porta com seu prprio cadver,

    de onde devem sair as novas lagartas, quando se decompe

    30

    o cadver da me, na primavera seguinte; tudo isso semconhecer a transcendncia de seus atos, cumprindo cada uma ordem matemtica que lhe corresponde e sabendo o quevai fazer pelo que j fez. ESTA A TEORIA DE TUDO O QUEEST ESCRITO.

    A OUTRA TEORIA QUE DIZ, TUDO SE VAI

    ESCREVENDO, explica os fatos de forma similar, mas fazendodepender cada um de causas anteriores.

    A MENTE CONSCIENTE, como vimos, difere da

    primeira. No filha do automatismo que nos obriga a sentir e

    trabalhar segundo os processos, a realizar os atos que

    correspondem exatamente ao relacionado. Pela mente

    consciente, ao contrrio, o homem freia seus estmulos quando

    so nocivos e, assim, se converte em ser consciente, com

    uma vontade livre e uma capacidade de cometer ou no certa

    ao. MAS AT QUE PONTO O HOMEM POSSUI O LIVREARBTRIO OU A VONTADE LIVRE? EM QUE PONTO A

    CONSCINCIA SE DESLIGA DA SUBCONSCINCIA?

    Crebro e cerebelo:

    Tambm o grnulo da vida tem em si a massa enceflica

    como corpo do mecanismo cerebral. Esse corpo tem um

    mecanismo complicadssimo, com uma rede de nervos que

    se estende em todas as direes e em alguns setores se unem

    como coroas radiantes. Compe-se de duas matrias: umacinzenta e outra branca e tm propriedades diferentes. A

    primeira estritamente sensitiva e a segunda uma perfeito

    condutora. A matria cinzenta recolhe as sensaes, a branc.ias transmite a todo o corpo por meio de clulas de forma.

    31

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    16/29

    No crebro esto as faculdades superiores que

    respondem vontade; no cerebelo esto os centros que regem

    a atividade subconsciente.

    Em virtude de que princpio se produz o pensamento?

    No se sabe.

    De acordo com os estudos desenvolvidos para estesfins, sabemos que o olho v a imagem de algo, o nervo tico

    transmite a sensao ao centro visual do crebro, este a

    reexpede instantaneamente a todos os demais, e se grava

    uma placa que contm as particularidades para o que contribui

    o sentido e, assim, se constitu em uma caudal que a memria

    entesoura para futuros servios.

    Saber recordar.

    Sem a memria no h lembranas e sem recordaesno pode haver conhecimento ou sabedoria, por isso disse

    Plato: SABER RECORDAR. No homem, existe o recordar e

    o conhecer e ele os atualiza nas diferentes etapas da vida e o

    denomina PLANO DE MANIFESTAO, e este plano de

    manifestao rege os trs planos que formam nossa unidade: o

    fsico, o mental e o espiritual. Os trs planos tm no Centro

    Psquico seu ponto de interseo e no automatismo desse

    Centro se encontra o elemento que regula a atividade de cada

    um. ESTA A MANEIRA DE SER DE CADA INDIVDUO. Deque matria est formado este CENTRO PSQUICO?

    Ningum sabe, mas existe.

    A UNIDADE DO HOMEM EST REPRESENTADA

    PELO ARQUTIPO QUE O MESMO EM CADA INDIVDUO.

    ESTA UNIDADE SE EXPRESSA EM TRS PLANOS

    DE CADA PESSOA.

    CADA PLANO DISPE DE DUAS INTELIGNCIAS:

    UMA PRIMRIA, OU SUBCONSCIENTE E OUTRA

    SECUNDRIA, OU CONSCIENTE, AMBAS COMUNS A

    TODOS OS HUMANOS.

    A SUBCONSCINCIA SE EXPRESSA ATRAVS DO

    CEREBELO E A CONSCINCIA ATRAVS DO CREBRO,DA MESMA FORMA EM TODOS NS.

    Do dito, depreende-se cientificamente que: O

    ARQUTIPO UNO E TEM DUAS INTELIGNCIAS;

    MANIFESTA-SE EM TRS PLANOS, atravs de um

    mecanismo que possui numerosas cadeias e centros nervosos,

    encarregados, cada um, de um trabalho especfico. Finalmente,

    TODO ESSE MARAVILHOSO MUNDO EST ENCERRADO,

    LATENTE E MANIFESTADO PELO GRNULO DA VIDA...

    PONTE DE VARLIO

    H um feixe nervoso composto por muitas variadas

    classes de neurnios que une o crebro ao cerebelo e,

    conectando o subconsciente com o consciente, faz com que

    exista uma constante comunicao entre a vontade e o instinto.

    Este feixe se chama PONTE DE VARLIO, que o ponto

    para onde convergem as sensaes que entram de fora para

    dentro e, da mesma forma, pelo qual flui o que sai de dentro

    para fora. a porta de entrada e de sada das emoes.

    NO GRNULO DA VIDA ESTO A LEMBRANA E O

    SABER.

    O Universo uma escala de repeties progressivas,

    determinadas por leis e foras preexistentes. No primeiro

    32 33

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    17/29

    degrau devem existir os demais degraus latentes com as

    particularidades proporcionais daquilo que h de existir nas

    causas dos efeitos vindouros.

    A seu tempo, tambm os efeitos se convertem em

    causas de outros efeitos e, assim, sucessivamente. A vida,

    ento, no mais que um eterno recordar e saber ou um eterno

    intuir e recordar, QUE SE GRAVAM IDELEVELMENTE NO

    GRNULO DA VIDA. ESSA MESMA PRTICA A QUE FAZ

    O MESTRE.

    Essas sucessivas repeties so as que formam ou

    determinam o automatismo psquico em todos os indivduos,

    mas com particularidades diferentes em cada um. O sbio

    desenvolveu algumas partes da massa cerebral devido sua

    consciente vontade de trabalhar e, por isso, ele sensvel a

    determinados estmulos mais do que eu. Na clula seminalprimitiva esto, em partes iguais, os elementos masculinos e

    femininos, e a diferena est em que os elementos de certa

    classe alcanam maior desenvolvimento. A diferenciao se

    d em virtude da maior atividade dos elementos que produzem

    hormnios de certas classes e que dependem de muitos

    fatores, como, por exemplo, a temperatura, a luz, a presena

    no interior de determinados cidos, de certos sais minerais,

    da fora vital que aviva a ao de uns elementos e conserva

    outros em equilbrio estvel, etc... No grnulo da vida est,em potncia, o conhecimento destas frmulas e a

    subconscincia e conscincia possuem os rgos fsicos que

    permitem liber-lo, porm falta-nos a chave mestra que nos

    abra totalmente a porta da SUPERCONSCINCIA. Que a

    superconscincia? a conscincia que sabe sem pensar e

    trabalha sem equvoco.

    Que nos falta para obter esta chave mgica?

    necessrio alcanar trs objetivos:

    1o- Disciplina fsica: Submeter-se a um regime racional

    e adequado de dietas e exerccios musculares e respiratrios,

    at alcanar um domnio sobre si mesmo.

    2o- Disciplina mental: Instruir-se nas cincias humanas,aprender e conhecer a unidade da vida e das ideias com as

    formas, at fazer-se apto para compreender e fazer-secompreensvel.

    3o- Disciplina espiritual: Penetrar no mistrios da

    criao, nas leis de causa e efeito, nos processos de

    transmutao e veculos que unem o mental ao espiritual at

    que se identifique e se faa um com o todo.

    Estas disciplinas do ao adepto o poder de abrir

    conscientemente suas portas internas e fazer com que suaconscincia leia os arquivos da subconscincia e, assim, libere

    sua superconscincia ou Oniscincia, e se converta em

    SACERDOTE DO SABER, vendo o passado, o presente e o

    futuro. A ALMA QUE SABE SE CONSOME NO DESEJO DE

    SABER MAIS. A QUE VISLUMBRA DEUS SE CONSOME NO

    DESEJO DE CHEGAR A ELE... disse a TORAH.

    A UNIDADE TRINA DO TOMO DA VIDA.

    Comprovamos que o grnulo da vida se manifesta no

    homem por meio de uma trindade: ESPRITO, ALMA E

    CORPO. Estes trs aspectos da vida esto em recproca

    dependncia; se se altera um deles a alterao repercute nos

    outros dois e o EU deixa de expressar "SUA VONTADE ASSIM

    NA TERRA COMO NO CU". Assim, vemos que uma dor no

    34 35

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    18/29

    corpo coloca o homem de mau humor, irascvel e sem desejo

    de trabalhar. O Arqutipo elaborado pelo tomo da vida no

    masculino nem feminino, mas os tomos fsicos uterinos so

    masculinos e femininos. Nos masculinos, a fora flui do mundo

    da alma ou mental e vai ao fsico e, nos femininos, a fora

    vem do mundo fsico e desaparece no mundo mental.Quando se extirpa um membro do corpo, no se amputa

    seu relativo no grnulo da vida e, por tal motivo, persistem as

    dores depois de cortado o membro do enfermo e os mdicos o

    atribuem ao SUBCONSCIENTE, mas j estudamos antes que

    a SUBCONSCINCIA um aspecto da Trindade da

    ONISCINCIA que possui o Grnulo da vida. A debilidade da

    mente do homem no motivada pela debilidade do Arqutipo,

    mas pelo desgaste do corpo fsico.

    A MENTE.

    J explicamos anteriormente que a mente se manifesta

    no homem por meio de sua Trindade, assim como se manifesta

    seu progenitor, o Grnulo da vida.

    A mente subconsciente a que influi e est influenciada

    por cada unidade separada da conscincia, da mesma forma

    que o homem que coloca diante de seus olhos um vidro

    colorido. A mente a criadora da iluso, diz o livro dos preceitos

    de ouro.A mente consciente aquela parte da mente que

    estuda as coisas tal como so em seu aspecto fenomnico,

    mediante suas vibraes. A mente Superconsciente a terceira

    parte que sabe sem pensar e trabalha sem duvidar. Os trs

    aspectos esto no Grnulo da vida ou NO QUE SABE NOGRNULO DA VIDA. A mente no mais que a atuao da

    Providncia por meio do corpo da alma no corpo fsico.

    Logo, o corpo fsico uma unidade composta por vrios

    aparelhos ou sistemas, os que, por sua vez, constam de rgos

    compostos de clulas viventes e estas constam de tomos

    vivos que recebem a inteligente influncia do Arqutipo por

    meio da mente, cuja ao incessante determina ofuncionamento dos rgos.

    As clulas no fazem o mesmo trabalho; sem dvida, o

    trabalho de cada clula est intimamente relacionado com otrabalho de todas as demais.

    Deduz-se da, que todos os rgos esto relacionados

    entre si e, por isso, quando um rgo adoece, todos os demais

    se ressentem.

    O trabalho das clulas de cada rgo est regido por

    um ou por vrios nervos e estes nervos tm sua origem comumNO CREBRO, como uma central de telefones que distribui

    por meio da espinha dorsal todas as suas ordens a todos os

    departamentos do corpo. Disso se depreende que o crebro

    o rgo prprio da mente e a Mente, com seus trs aspectos,

    o instrumento do Grnulo da vida, pelo qual se relaciona com

    o mundo exterior. Por meio do crebro O Arqutipo

    expressa sua energia mental que peculiar quele que

    procede pela natureza do mesmo Arqutipo, que como

    PRIMEIRO PRINCPIO DIFERENCIADO DA PROVIDNCIA.Ento a ao mental do Grnulo da vida pode

    transmitir-se a partir do crebro, por meio dos nervos, at todasas partes, rgos, clulas e tomos do corpo. Logo, todos os

    rgos com suas clulas esto relacionados com a mente e

    podem receber sua influncia em maior ou menor grau. Esta

    influncia algumas vezes fraca e inconsciente e outras,

    voluntrias e

    36 37

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    19/29

    conscientes. Isto nos induz a afirmar que o pensamento produz

    um efeito material, como o fluxo da saliva ao pensar no suco

    de limo, sem interveno da vontade.

    Se isso acontece independente da vontade do

    indivduo, o que ocorreria se o homem concentrasse sua

    vontade e pensamentos em determinado rgo?... Que

    aconteceria ao homem se se dedicasse a cultivar um vcio por

    meio de seus pensamentos e desejos?... Por isso, dissemos eafirmamos novamente que a vontade e os pensamentos do

    homem podem afetar o Grnulo da vida, transmitindo-lhe uma

    corrente de vibraes desordenadas e discordantes que

    perturbam as atividades das clulas, cujo trabalho ser

    deficiente e nocivo E OS FILHOS NO SERO NOSSOS

    FILHOS MAS SIM OS FILHOS DE NOSSAS PAIXES. O

    tomo da vida de origem divina mas os elementos so

    fabricaes humanas E ASSIM COMO PENSA O HOMEM EM

    SEU CORAO ASSIM ELE . Podemos acrescentar: EASSIM SERO SUAS OBRAS E SEUS FRUTOS,

    J foi dito que "o homem o rei da criao" e isso

    verdade, pois todo o progresso tinha como objeto a

    manifestao do estado latente por meio de transformaes

    que conduziro as realizaes cada vez mais teis at a

    perfeio indefinida.

    O homem considerado o grau mais alto do progresso,

    logo o homem o instrumento mais apto para a expresso doArqutipo na matria, pois possui uma rapidez considervel

    que o leva at a perfeio indefinida. A Perfeio Indefinida o

    centro de atrao de todos os seres e de todas as aes ou

    atos materiais e morais do universo. ESSA PERFEIO

    INDEFINIDA EMANA DO ARQUTIPO OU TOMO DA VIDA

    E VOLTA AO MESMO.

    Para atingir seu objetivo eterno, o TUDO EM TUDO

    comunicou seu esprito eterno matria eterna, para produzir

    nela o movimento. Logo, o movimento no outra coisa seno

    a ao do Arque-Esprito sobre a matria, com vista a um feito

    que deve obter um resultado. O movimento fsico o objeto

    material do Universo, mas como a moral caminha

    paralelamente com o material, tudo o que tem um objetivomaterial deve ter um objetivo moral. Tambm uma finalidade

    moral igual e paralela finalidade material. Logo, o Arqutipo

    tem um objetivo moral paralelo a seu objetivo material. O

    objetivo fsico o movimento e o objetivo moral o progresso.

    Se a finalidade do Universo o Progresso, a finalidade

    de cada homem, parte do Universo, deve ser tambm o

    progresso.

    Toda ao posterior possui todas as qualidades da

    anterior de onde surgiu sua origem, com mais uma qualidade.Cada qualidade acrescida s qualidades antigas apresentar

    mais um grau de perfeio ao anterior. Ento, todo fato o

    resumo de todos os fatos precedentes, com mais uma

    propriedade, logo todas as aes de hoje sero motivo dos

    resultados de amanh e todos os de amanh o sero dos de

    depois de amanh. Assim, o Esprito e a matria que compem o

    Arqutipo contm em si mesmos, desde o comeo, o grmen

    das aes materiais e morais que so e que sero no futuro.A manifestao ou transformao ser a consequncia

    necessria de um princpio existente em estado latente em

    uma ao anterior. Desde a ao do Esprito sobre a matria

    nada foi produzido sem ser em estado latente desde o princpio,

    se assim nos permitido empregar essa expresso.

    38 39

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    20/29

    O HOMEM MICROCOSMO.

    O homem a miniatura do universo, por isso o chamam

    Microcosmo, porque contm todas as qualidades que foram

    dadas a todos os seres antes dele, MAS TODAS FORAM

    FECHADAS OU OCULTAS NO ARQUTIPO. Tudo o que foi

    feito at a apario do homem o foi para o homem. O

    ARQUTIPO POSSUI A QUINTA-ESSNCIA DE TODAS ASQUALIDADES ANTERIORES EXPERIMENTADAS POR

    SEUS ANTECESSORES. O homem o rei da criao. Se o

    homem no a ltima palavra da perfeio no caminho do

    progresso, , sem dvida, o mais perfeito da escala no estado

    atual. Todos os seres anteriores ao homem foram organizados

    para servir-lhe em suas necessidades no caminho do seu

    progresso.

    GENEALOGIA CSMICA:

    A formao dos corpos deve ter comeado pela

    organizao mais simples e mais imperfeita, porque os corpos

    que se aproximam da perfeio so os mais organizados. Logo,

    todo corpo de uma organizao simples sempre anterior

    quele cuja organizao mais complexa, pois uma

    organizao complexa no pode ser seno a sntese de muitas

    organizaes simples.Logo o Arqutipo a sntese do progresso manifestado

    no estado atual... O homem no poder existir sem animais,

    sem vegetais, sem terra, sem gua, sem atmosfera, sem a

    ao do calor que produz o esfriamento do gs, dos lquidos e

    sem a coeso dos minerais no planeta, sem a ao do sol

    sobre os slidos e, finalmente, SEM A AO DO ESPRITO

    SOBRE A MATRIA E, POR LTIMO, SEM A AO DO

    SUBCONSCIENTE, DO CONSCIENTE E DO

    SUPERCONSCIENTE.

    POR CONSEGUINTE, TUDO EST NO HOMEM.

    Sendo o homem um microcosmo ou miniatura do

    Universo, deve, por conseguinte, descender em linha reta e

    direta da ao do Esprito sobre a matria, passando pelocalrico, pelo slido, pelo gs, pelo lquido, pelo mineral, pelo

    vegetal e pelo animal. Assim, o Esprito ao trabalhar na matria

    nela se incorpora, at chegar organizao do homem.

    O INSTINTO A CONSERVAO:

    A diferena entre o homem e o animal como a

    diferena que existe entre o progresso e a conservao ou

    entre a conscincia e o instinto. O meio de conservao foi

    dado ao homem, ao animal e ao vegetal e o instinto (no

    homem se chama subconsciente). Sem esse Dom seria intil a

    existncia, porque no teria existido nenhum meio de

    conservar-se.

    O instinto o meio de conservao e est no Arqutipo

    de todo ser animado. fatal, instintivo ou irreflexivo. A abelha

    constri seu reino sem conscincia; ela trabalha sob a presso

    de uma necessidade de sua natureza qual deve obedecer.Seus trabalhos so, desde os tempos mais remotos, uniformes,

    segundo a necessidade que lhe foi imposta. O instinto

    irreflexivo acarreta o defeito do progresso. Se o instinto

    pudesse refletir, ele poderia comparar; se ele pudesse

    comparar, poderia melhorar, se pudesse melhorar, poderia

    40 41

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    21/29

    progredir e se pudesse progredir desejaria conservar-se; pois

    o instinto no seria mais instinto e, sim, a intuio da

    conscincia.

    Se o instinto chegasse a desaparecer da natureza

    material, esta deixaria de existir, pois logo que um progresso

    seja cumprido, no haveria outra fora de resistncia capaz

    de conservar o primeiro progresso para fazer dele a base deum segundo. O instinto , ento, uma fora de inrcia que

    modera o salto impetuoso do progresso; por isso se diz:

    A NATUREZA NO D SALTOS.

    Se no existisse o Instinto ou o subconsciente no tomo

    da Vida que forma o arqutipo e a clula seminal, no haveria

    conservao nem existiria a conscincia, condio do

    progresso; nem haveria razo para a existncia do corpohumano que vive materialmente pelo instinto e no poderia

    conservar sua vida animal que indispensvel vida moral

    da alma. E assim a matria se desagrega; todas as esferas

    voltam a ser tomos; as almas retornam ao estado de puro

    esprito e a lei do progresso se detm. A Providncia teria que

    recomear o trabalho da organizao universal e o Esprito

    teria que trabalhar de novo sobre a matria. Esta a lei da

    desintegrao e da transformao: Quando um corpo ou uma

    esfera deixa de ser til lei do progresso se desintegra, porquese deteve no caminho da evoluo... Se a natureza no d

    saltos em seu trabalho, muito menos pode deter-se em seu

    avano.

    O instinto o correspondente da conscincia. Sem

    instinto no h conscincia, assim como no haveria vida sem

    matria. O instinto para a vida material como a conscincia

    para a vida moral. O instinto feito para a conscincia como a

    vida material feita para a vida moral. O Esprito o princpio

    do progresso. A matria o princpio da conservao; o

    Grnulo da vida contm ambos. A conscincia a condio

    do progresso. O instinto a condio da conservao. Ambos

    os princpios esto no grnulo da vida. A conscincia supe aliberdade. O instinto supe fatalidade ou naturalidade. Ambas

    as faculdades se encontram no Grnulo da vida. A liberdade

    exige responsabilidade, ainda que a fatalidade ou naturalidade

    no a tenha. Assim, todo ser que segue seu destino cumpre a

    lei natural e no pode ser por ela responsabilizado, embora

    aquele que abusa de sua liberdade seja responsvel pelos

    seus atos.

    O animal possui apenas o esprito, no tem conscincia

    e vive sempre uma vida material. O instinto o resultado deum conjunto de funes que pertencem ao corpo material e

    desaparecem com ele, mesmo que as funes continuem

    latentes no Arqutipo do Grnulo da Vida.

    DA PERFEIO

    Somente o homem passvel de perfeio, porque

    livre e no necessita de nenhum agente externo para sua

    perfeio. A matria inerte e sem iniciativa no capaz deaperfeioar-se. O animal tambm no o , porque ele carece

    de liberdade e de vontade. S o homem pode aperfeioar-se.

    O homem perfectvel e suscetvel ao progresso, porque o

    progresso o caminho que conduz perfeio indefinida.

    A inteligncia, que alguns cientistas atribuem a certos

    42 43

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    22/29

    animais inferiores, apenas o instinto que o arqutipo de cada

    espcie possui em grau diferente. O instinto desenvolvido

    de acordo com sua ordem de superioridade. O instinto se

    desenvolve mais nos animais que tm mais necessidade para

    conservar sua existncia. No causa surpresa que os animais

    que esto mais prximos do homem, servindo-o, tenham certacompreenso que os capacita a serem mais aptos para cumprir

    sua misso. S o homem pode educar o animal, ainda que

    esse animal no possa transmitir ao outro a educao que

    recebeu. A educao no muda a natureza, e, sim, a forma.

    FORMAO DO HOMEM.

    J vimos que o Grnulo de Vida a origem do homem.

    um grmen que o homem deposita no vulo da mulher. Ogrmen se desenvolve e se organiza, pouco a pouco, at

    chegar a ser embrio, feto, criana etc... A me o alimenta

    diretamente.

    Assim, Grnulo de Vida - origem do homem - contm

    em si o esprito, a alma e o corpo que devem compor o homem.

    O corpo uma parte da matria e a alma uma parte do

    Esprito E ASSIM O VERBO SE FZ CARNE EM NS. No

    Grnulo da Vida est encerrada a essncia do saber: no

    vegetal e no animal est o subconsciente; no homem, o

    consciente; e no super-homem o homem-Deus O

    SUPER-CONSCIENTE.

    A alma deve conduzir o corpo ao caminho do progresso

    sem deix-lo desviar-se.

    Todo desvio do caminho do progresso um abuso de

    liberdade; logo, cada alma uma parte do Esprito Infinito e

    tem por finalidade APERFEIOAR O CORPO PARA QUE O

    HOMEM MANIFESTE, POUCO A POUCO, OS ALTOS GRAUS

    DA SUPERAO OU PERFEIO.

    O Grnulo da Vida no se modifica; os corpos mais ou

    menos se modificam, conforme a alma se manifeste. A

    manifestao da alma consciente no seno o resultado daao da alma sobre os centros e as glndulas do corpo que,

    pensando bem, no so mais que a obra do progresso cujo

    resultado o aperfeioamento do ser humano.

    HARMONIA ENTRE OS ELEMENTOS HUMANOS.

    No Grnulo da Vida h uma harmonia perfeita entre os

    elementos do corpo humano.

    O bem o resultado da harmonia que existe entre oselementos humanos, entre a alma e o corpo, ento o homem

    se torna bom. O mal existe quando os atos conduzem

    desarmonia e o homem se torna mau, perverso.

    O corpo no faz a alma perversa, ele somente pode

    impedir sua manifestao em um ponto ou em outro. Onde a

    alma no manifesta a moral, o corpo manifesta o egosmo ou o

    instinto animal desenfreado.

    Quando o corpo impede a manifestao da moral, o

    homem se apresenta semelhante ao bruto, besta selvageme no ter seno instintos animais aos quais obedece.

    A educao tem por objeto remediar, dentro do possvel,

    as inclinaes perversas; a instruo e o autodomnio podem

    diminuir os desejos desenfreados e troc-los por elevadas

    aspiraes. J se constatou, historicamente, que crebros de

    grandes homens trocaram de conformao, a partir do

    44 45

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    23/29

    momento em que novas ideias ocuparam sua mente.

    FORMAO DO HOMEM.

    Como j sabemos, o corpo humano se forma por uma

    srie de transformaes de corpos heterogneos em corposassimilveis e pela sua associao.

    O Grnulo de vida comunica ao corpo e a seus

    elementos o poder de conservao, renovando-se sem cessar,

    isto , a inteligncia subconsciente o associa a novas partculas

    para renovar as que perde continuamente. A cincia constatou

    que a cada sete anos o corpo humano renova totalmente todas

    as suas partculas.

    A vida material no mais que uma longa srie de

    transformaes.

    MATERIAL E MORAL.

    A vida material anterior vida moral e at se pode

    dizer que a vida moral do homem no mais que o resultado

    da vida material. Em princpio, o homem no nasceu com a

    vida moral, porque no podia comparar os acontecimentos

    nem distinguir o bem do mal. As faculdades da memria e dainteligncia de apropriar-se, de comparar, de gozar e de

    escolher bem, como a razo e a conscincia no despertam

    no homem, seno lentamente Cada faculdade a base de

    outra: porm uma faculdade no nasce de outra, se no aps

    largo intervalo.

    DESENVOLVIMENTO DOS RGOS.

    Toda funo que tem ao seu dispor rgos especiais,materiais e sensveis, na administrao do corpo humano

    pertencem vida material. De cada funo da vida materialnasce, sucessivamente, uma nova, de acordo com a ordem

    de sua utilidade e necessidade.O tomo de vida formador do arqutipo, faz nascer

    neste e, tambm, no homem, todos os rgos, ainda que

    rudimentares no princpio, com os quais pouco a pouco cumpretodas as misses de sua vida animal. O homem, ao usar o

    instinto, ao mesmo tempo usa os rgos que so

    indispensveis sua conservao. Aqueles rgos dos quais

    ter necessidade mais tarde ficam adormecidos ou paralisados,

    esperando chegar sua vez, na criana, para seu

    desenvolvimento material. A criana, nos seus primeiros dias,no tem necessidade seno de coisas muito simples e fceis

    de encontrar. medida que aumentem suas necessidades,

    ela estar mais capacitada para procur-las - at que adquira omovimento de poder buscar tudo para si mesma, necessita dos

    cuidados de sua me ou de outra pessoa que ocupe o lugar

    dela. QUEM INFUNDIU A TERNURA, O CARINHO E O AMOR

    NO CORAO DA ME PARA CUIDAR, DEFENDER E

    SACRIFICAR-SE PARA SALVAR O FILHO?... E ESTE

    SENTIMENTO SUBCONSCIENTE, CONSCIENTE OUSUPERCONSCIENTE?

    No sabemos responder, mas podemos afirmar que

    este sentimento se encontra no Grnulo da vida. Se algumas

    vezes vemos certos seres desnaturalizados por defeito do

    instrumento corpo e no por defeito na Lei. O Grnulo da

    46 47

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    24/29

    vida, antes de tudo, prepara na criana as funes da

    respirao (E O HOMEM TORNOU-SE ALMA VIVENTE).

    Depois, desenvolvem-se nele, espontaneamente, as funes

    da nutrio, porque so indispensveis em todas as pocas

    da existncia. No necessrio aprender a fazer. A

    necessidade o solo mvel e o INSTINTO a sua lei. Desde omomento que sai do ventre a criana respira e busca o

    alimento, e o absorve, como se estivesse acostumada a isso

    no ventre materno.

    Todas as faculdades acessrias nutrio se

    desenvolvem, logo que sentida a necessidade. Os sentidos,

    que so, apenas, acessrios de grandes funes de

    conservao, se desenvolvem medida que cada uma delas

    tenha necessidade de sua ajuda.

    FUNES DE CONSERVAO.

    Defender-se para conservar-se no um ato racional,

    um ato inevitvel, isto , natural do instinto que o Granulo da

    vida proveu o ser como necessidade imperiosa, igual a de

    respirar, de comer e de dormir.

    A vida em sociedade, o amor conjugal ou do animal

    para sua fmea, a educao das crianas, o trabalho para

    atender s necessidades, aproveitar os frutos do trabalho, tudoisto INSTINTO, isto , urgncia da vida material, tudo isto

    inevitvel, faz-se debaixo da presso da necessidade, porque

    comum entre todos os homens. TUDO ISSO FEITO TENDO

    EM VISTA A CONSERVAO DO INDIVDUO. Assim, tudo o

    que da vida material fatdico, ou seja, NATURAL. Tudo o

    que fatal-natural pertence ao corpo fsico e tem por finalidade

    a conservao. O Grnulo de vida outorga ao homem duas

    categorias de funes de conservao:

    1o - a alimentao e a proteo;

    2o - a atrao da matria simptica e a repulsa da

    antiptica.

    Os sentidos so os instrumentos da conservaoinevitvel e espontnea. A respirao anterior alimentao e

    a alimentao anterior proteo.

    O gosto e o olfato pertencem alimentao. A vista, o

    ouvido e, tudo mais, proteo. Cada sentido, em si mesmo,

    ao ter relao com o objeto o toca consciente ou

    subconscientemente. ESSE TOCAR EST COMPOSTO DECINCO VARIEDADES, RESPONDENDO A CADA UM DOS

    CINCO SENTIDOS DO CORPO.

    Mas, como explicamos ou interpretamos aquele outrosentido interno que nos faz prever os acontecimentos antes

    de sua realizao?

    Qualquer alimento se nos apresenta com seu sabor e

    aroma. Se contrrio ao gosto e ao aroma estes o declaram

    como inimigo e o rechaam, porque em cada sentido existe

    uma inteligncia sbia. Sucede a mesma coisa com o ouvido

    de acordo com o som; com a vista, segundo sua forma e

    contato conforme sua aspereza. NO ARQUTIPO

    ENCONTRA-SE O MXIMO DO SABER que o comunica acada sentido e a cada rgo do corpo, como vimos

    anteriormente.

    O Grnulo da vida constri no homem os cinco sistemas

    e os cinco sentidos para completar o sistema geral deconservao do Indivduo.

    A criana, desde seus primeiros dias, tem uma

    48 49

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    25/29

    linguagem natural, sensvel. Como suas necessidades so

    poucas e delicadas, sua linguagem muito pouco

    desenvolvida, mas compreendida pelos que a rodeiam. O

    pranto a primeira linguagem, o riso a segunda,

    seguindo-se, imediatamente, os gestos e os gritos e, por

    ltimo, a linguagem artificial, que ocupa o lugar do natural,quando a criana se torna homem.

    A VIDA MORAL

    O Grnulo da vida, quando se torna criana, passa a

    ser o possuidor de uma alma e de um corpo. Mas em seus

    primeiros dias somente seu instinto se manifesta, ainda que

    sua alma esteja em estado latente. No homem, o

    desenvolvimento do instinto primordial, para que haja aexpanso da conscincia, porque o instinto deve preceder o

    progresso como o agente da conservao. Assim, a condio

    material deve vir primeiramente para que se manifeste o

    resultado moral .

    Todo progresso SE MANIFESTA POR UMA MELHORIA

    MATERIAL. Da ser necessrio possuir rgos materiais com

    sentidos desenvolvidos antes de serem suscetveis de

    progresso; porque todo progresso seria intil e no existiria se

    no se encontrasse em expanso no rgo que o manifesta.ASSIM, AS FACULDADES DA ALMA SE EXPANDEM

    EM RAZO PROPORCIONAL AO DESENVOLVIMENTO DO

    INSTINTO "COM E EM" SEUS PRPRIOS RGOS. Por sua

    fraqueza, o homem primitivo, diante dos perigos, teve que se

    associar aos seus semelhantes e viver em sociedade. Essa a

    origem da sociedade. Na sociedade, houve necessidade de

    meios para o entendimento e tambm da voz e dos smbolos

    que produziram a linguagem.

    A vida moral se compe de deveres. Antes dela o

    homem praticava seus direitos, sendo o instinto seu nico guia.

    O homem foi jogado na vida moral contra sua vontade,

    por fora da imperiosa necessidade material: ANECESSIDADE DE VIVER.

    O destino do homem o progresso e, sem vida moral,

    no pode haver progresso e ele jamais seria superior ao animal

    que compartilha a vida material "com" e "como" ele. Assim,

    existe no homem uma super-inteligncia que lhe deu

    faculdades morais para execut-las. O homem nada alcana

    se no tiver objetivo. As faculdades materiais comparadas s

    morais devem dar frutos paralelos e correlatos e, assim, como

    os materiais constituem o conjunto da vida material, do mesmomodo, os resultados morais o (conjunto) da vida moral. Desta

    forma, o homem est na natureza para viver em sociedade e

    seguir a corrente do progresso indefinido.

    DA, O GRNULO DA VIDA SER O CRCULO QUE

    CONTM O PASSADO, O PRESENTE E O FUTURO; E A

    VIDA MATERIAL E A VIDA MORAL SO APENAS UMA SRIE

    DE TRANSFORMAES NO GRNULO DA VIDA.

    LOGO, TODA CAUSA TEM SEU EFEITO E TODO

    EFEITO, POR SI MESMO, UMA NOVA CAUSA. COISAALGUMA VEM DO NADA E NADA PODE SER DESTRUDO.

    POR ISSO, A ALMA EST NO CORPO ENQUANTO ESTE

    SERVE DE PONTO DE PROGRESSO E O ABANDONA

    QUANDO SE APAGA O INSTINTO DE CONSERVAO, ISTO

    , A NSIA DE EVOLUIR.

    5051

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    26/29

    LIBERDADE E DESTINO OU NECESSIDADE.

    O princpio da vida moral o Esprito e por meio DELE

    ela exerce sua liberdade (CONSCIENTE).

    O princpio da vida material a matria e seu meio o

    destino ou necessidade (SUBCONSCIENTE).Logo, ambas as vidas - moral e material - s o

    correlatas e paralelas entre si, como o so o Esprito e a

    Matria, a liberdade e a necessidade ou fatalidade. Podemos

    dar uma ideia de suas principais caractersticas e estabelecer

    o paralelismo:

    Vida Moral...Vida Material..

    Vida Moral...Vida Material..

    Vida Moral...Vida Material..

    Vida Moral...Vida Material..

    Vida Moral...Vida Material..

    PRINCPIOSESPRITO... Matria...

    MEIOSConscincia

    Instinto...

    OBJETIVOSProgresso...Conservao...

    CARACTERSTICASPraticada s pelo homem. Praticadapor tudo o que tem vida.

    No pode existir sem a vida material.Pode existir sem a vida moral.

    EscolhaObedincia

    Veja a seguir

    Vida Moral... Nasce no homem depois da vida material.

    Vida Material... Nasce no homem antes da vida moral.

    Vida Moral... Tem como agente o dever.Vida Material... Tem como agente o direito.

    Vida Moral... Vida dos homens em sociedade que regula suas relaes.Vida Material... Vida dos homens separadamente, sem relaes sociais.

    Vida Moral... Vida de harmonia, abnegao e fraternidade.Vida Material... Vida de egosmo, amor prprio e rivalidade.

    Vida Moral... til, confortvel, abundante.Vida Material... Indispensvel, reduzida, necessria.

    Vida Moral... Diversas sociedades segundo os indivduos.Vida Material... Uniforme em todas as sociedades e todos os indivduos.

    Vida Moral... Responsvel quando abusa de sua liberdade contra o direitoalheio-Sano.

    Vida Material... No h liberdade, no h responsabilidade quando eladesobedece - Sano Natural

    Vida Moral... Ideal moral... O verdadeiro...Progresso - Ideal Material - O belo - Aperfeioamento

    Vida Material.. Trabalho mecnico - Copiar - Nenhum aperfeioamento

    52

    ALMACorpo

    Liberdade...Fatalidade..

    MelhoramentoEstabilidade

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    27/29

    Do exposto, compreendemos que o Grnulo da vida

    dual, ou melhor, possui dois fatores correlatos que tm por

    objetivo uma produo comum que se diferencia de seus

    fatores; dessa maneira, compreende-se que o dualismo afonte de qualquer manifestao no universo.

    Assim, o Grnulo da vida tem plos para se manifestar,mas s possui uma maneira de proceder.

    O ATO DA REPRODUO

    A procriao o mesmo jogo da ao do Esprito sobre

    a matria. O Grnulo da vida na clula seminal encerra em sitodos os mistrios do Esprito e da matria, mas como o Esprito

    no se manifesta seno atravs da matria, assim tambm o

    Grnulo da vida s se manifesta no tero da mulher. Sem adualidade, sem a unio do masculino com o feminino, do

    macho com a fmea, nada poderia ser criado, produzido ou

    manifestado.

    LIBERDADE E FATALIDADE (DESTINO)

    Os filsofos disseram, sem nenhuma reserva: O

    HOMEM LIVRE. Com esta frase, eles negaram a natureza

    material do homem. Dizer que o homem livre, dizer queele no tem nada de fatal, negar o instinto de sua natureza,

    de suas necessidades; como se dissesse que o homem

    um Esprito puro. Essa afirmao errada. O homem no

    totalmente livre. O homem se compe de duas naturezas

    opostas: uma material e a outra moral. A natureza material

    est submetida fatalidade ou necessidade para a

    manifestao; o instinto o sentimento que o obriga a produzir;

    ele no livre e, por conseguinte, no responsvel. Muito

    bem, no que se relaciona com sua natureza moral, o homem

    raciocina, julga, escolhe, logo, livre e responsvel. O homem

    no livre em sua vida material, isto , nas funes de sua

    moderao que esto sujeitas aos rgos sensveis. Dessaforma, o homem no livre para ter ou no ter fome; seu

    instinto o obriga a senti-la e, se ele no obedece e satisfaz

    sua necessidade, trabalha contra a lei fatal da natureza, abusade sua liberdade e, consequentemente, sofrer.

    Contradizer e fugir razo da lei fatal da natureza

    qual todos os seres devem obedecer, causa desordem em

    seu controle corporal; neste caso, o ser moral responsvel

    pelo crime que comete contra o ser material. O animal, que

    tem apenas o instinto, no se deixa morrer de fome.Se o homem, que tem a conscincia sobre o instinto,

    se deixa morrer de fome, a culpa no do instinto, mas sim da

    conscincia que apaga a voz do instinto, impedindo-o e

    privando-o de seu direito.

    Este crime da conscincia contra o instinto um crime

    da liberdade contra a fatalidade ou necessidade; do ser moral

    contra o material. Neste caso, o ser moral o nicoresponsvel.

    O HOMEM LIVRE SOMENTE EM SUA NATUREZAMORAL OU IDEAL.

    A natureza ideal do homem o estado que o diferencia

    do bruto. a manifestao superior e perfeita de um fato

    material ou moral. , enfim, o aperfeioamento dos anteriores,

    unidos nova evoluo.

    O animal e o homem tm as mesmas funes matorinis,

    54 55

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    28/29

    mas o homem passvel de perfeio enquanto que o animal

    no o .

    O homem busca o belo pela pacincia. Do ideal do

    belo atinge o verdadeiro. O verdadeiro um progresso que

    antecede o princpio. Sem dvida, nunca se chega ao belo e

    ao verdadeiro absoluto, porque o belo contm outro ideal maisbelo, e o verdadeiro encerra outro ideal mais verdadeiro. Na

    vida, o objetivo do homem encontrar um ideal. O homem e o

    animal possuem o amor brutal ou animal, e o sentimento

    instintivo, mas o animal obedece ao instinto, enquanto que o

    homem obedece sua conscincia - esta a diferena entre o

    animal e o homem. A natureza instintiva, como acabamos de

    explicar, fatal e necessria, enquanto que a natureza moral

    racional e consciente. O amor instintivo um amor

    vagabundo, frvolo, sem constncia, sem conscincia, enfim, uma paixo animalesca. O amor ideal, concentrado em um

    nico ser, o amor elevado e puro, o nico digno do nome

    de amor e digno do homem.

    LOGO, O HOMEM LIVRE EM SUA VIDA OU

    NATUREZA IDEAL OU MORAL E TEM A ABSOLUTA

    LIBERDADE DE ESCOLHA ENTRE O TOMO BRUTAL E O

    IDEAL; RESUMINDO, O HOMEM LIVRE EM TUDO O QUE

    DIZ RESPEITO VIDA OU NATUREZA MORAL...

    OS TRS ELOS

    O Sentir anterior ao Pensar e o Pensar anterior ao

    Produzir.

    A vida emotiva, vinculada ao elo espiritual, pois, um

    elemento primrio que modela a matria que nos compe, as

    ideias que nos caracterizam e os atos que realizamos. Pela

    disciplina, podemos nos identificar com o que existe em ns

    de espiritual (aquele que conhece o que vai dentro de ns). EO EU SE IDENTIFICA COM O SABER UNIVERSAL.

    A SABEDORIA ETERNA

    Diz Aristteles: O saber anterior ao sbio e o sbio

    anterior ao discurso, atravs do qual ele expressa seu saber.

    Logo, o que em ns O QUE SABE anterior ao que

    sabemos, e o sabido anterior ao discurso que expressamos

    e aos motivos que nos levam a faz-lo.

    COMO SABEMOS?

    No Grnulo da vida que nos d o ser, existem, em

    potencial, todas as disposies inerentes espcie a que

    pertencemos. Isso acontece com todos os indivduos, e, em

    todos, com igual capacidade para trabalhar de mltiplas

    maneiras, sendo que, cada um faz seu trabalho segundo os

    meios de que dispe e de acordo com os estmulos que recebe

    em cada momento. Este Grnulo da vida, o Arqutipo humano,

    tem as virtudes que nos unem e nos diferenciam; todos ns

    somos feitos, basicamente, do mesmo molde, mas, ao mesmotempo, somos formados com materiais em diferentes

    propores. O Arqutipo O QUE SABE em ns e expressa

    seu saber na matria que nos compe e nos estmulos que

    recebemos.

    SOMOS IGUAIS?

    56 57

  • 8/9/2019 Adoum Jorge - O Atomo Da Vida

    29/29

    Todos ns somos filhos do mesmo tipo padro, com

    igual capacidade para atualizar os poderes inerentes nossa

    espcie, porm somos diferenciados por nossa experincia e

    facilidades com que contamos para abrir as portas do Saber

    Infinito e nos identificarmos com Ele. A DISCIPLINA o nico

    meio que permite inteligncia consciente se identificar coma subconsciente e as duas com a Superconsciente,

    conseguindo-se o que chamam de realizao espiritual.

    Ainda que o arqutipo, que anima todos os seres, seja o

    mesmo em cada pessoa, sem dvida a identificao tem uma

    extensa srie de graus e diferenas no caminho da

    superao.

    INTELIGNCIA INDIVIDUAL E INTELIGNCIA

    UNIVERSAL

    O Grnulo da vida que nos serve de Arqutipo contm,

    em potencial, todo o saber de que capaz a espcie em seu

    conjunto, expressando-o em cada pessoa, segundo as

    facilidades mentais e fsicas de que essa dispe para faz-lo.

    A EVOLUO, o processo evolutivo, a liberao que permite

    a nossa inteligncia pessoal estar apta para que flua, atravs

    dela uma parte do SABER UNIVERSAL.

    INTELIGNCIA UNIVERSAL

    necessita para cumprir as funes que lhe so inerentes. Ele

    toma uma parte inseparvel do Todo que busca sua PRPRIA

    REALIZAO ATRAVS DAS INTELIGNCIAS INDIVIDUAIS

    QUE COMPEM A CRIAO.

    Nosso saber o contato que resulta do que existe em

    ns, entre o QUE SABE E O SABER UNIVERSAL.

    A Inteligncia Universal o mximo do Saber Latente,

    isto , o mais atual possvel, existente no Universo, graas ao

    qual o sbio anterior ao discurso e a sabedoria anterior a

    ambos. Dessa Inteligncia, o Arqutipo extrai tudo o que

    58 59