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VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 1874-1886
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A EDUCAÇÃO ESPECIAL COMO SUPORTE AO PROCESSO DE
INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS COM AUTISMO
ADRIANA RODRIGUES SALDANHA DE MENEZES1
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO – PROPED/UERJ
Introdução:
Apresentamos este texto como recorte do projeto para a Dissertação de Mestrado do
Programa de Pós Graduação em Educação, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, com
o titulo Inclusão escolar de alunos com autismo: quem ensina e quem aprende?
Na escolha deste tema pretendemos analisar, a partir de um Projeto de Acompanhamento da
Inclusão de alunos com autismo no município de Angra dos Reis, RJ, desenvolvido pela
Educação Especial, o papel desta como suporte à escola comum, na interação entre os dois
espaços.
O referido projeto, tem como meta principal subsidiar as escolas comuns da rede pública
municipal no processo de inclusão de alunos com autismo, mais especificamente no que se
refere a ação docente.
Ao indagar até que ponto o suporte oferecido pela Educação Especial no acompanhamento da
inclusão dos alunos com autismo tem significado para os professores em suas realidades de
sala de aula, na escola comum, colocamos em questão a contribuição da Educação Especial
no contexto da educação inclusiva.
E, a partir da relação e maior proximidade entre os dois espaços, pretendemos analisar quais
seriam as contribuições da prática pedagógica dos docentes atuantes nas escolas comuns para
revisão do Programa de Acompanhamento proposto pelos profissionais da escola
especializada, observando se o diálogo entre professores especialistas e generalistas contribui
efetivamente para construção de melhores respostas educativas aos alunos com autismo.
Discussão:
A proposta da Educação Inclusiva traz como meta principal que todos os alunos devem ter a
possibilidade de estudar no ensino regular, com promoção de aprendizagem.
Para o alcance dessa meta, as esferas públicas de governo, em específico o Governo Federal
vem atuando sistematicamente a partir da década de noventa, na consolidação da Educação
Inclusiva como política pública e proposta educacional, com ações pontuais que se traduzem
1 Pedagoga pela Universidade Federal Fluminense e Mestranda em Educação pelo Programa de Pós- Graduação
em Educação Especial na Universidade do Estado do Rio de janeiro/ UERJ. Pesquisadora na Linha de Pesquisa
Educação Inclusiva e Processos Educacionais, com atuação no grupo Inclusão Escolar de Alunos com
Necessidades Educacionais Especiais no Ensino Regular: Práticas Pedagógicas e Cultura Escolar. Pedagoga
atuante em escola especializada no trabalho com alunos que apresentam Transtornos Globais do
Desenvolvimento. Endereço: Rua P casa 46/ Condomínio Residencial GEBIG/ Jacuecanga/ Vila da Petrobrás/
Angra dos Reis, RJ. Email: [email protected]
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em programas de financiamento, formação continuada a profissionais e publicação de denso
aparato legal.
Todos têm direito à educação e é responsabilidade das escolas garantirem não somente o
acesso, mas a permanência de qualquer aluno na escola. E cabe aos sistemas escolares, por
sua vez, mais que mantê-los em freqüência nas salas de aula, mas atentar para o cumprimento
de sua tarefa primordial: a promoção da aprendizagem. Nesse sentido, Glat e Blanco (2007)
argumentam que:
“Uma escola ou turma considerada inclusiva precisa ser mais do
que um espaço para convivência, um ambiente onde ele (aluno com
necessidades educacionais especiais) aprenda os conteúdos socialmente
valorizados para todos os alunos da mesma faixa etária” (p.17)
O caminho a ser percorrido até a educação verdadeiramente inclusiva, tendo sempre o
desenvolvimento e a aprendizagem de todos como premissa maior traz em seu bojo uma gama
de elementos complexos passíveis de estudo e análise.
Entendemos que essa complexidade ainda torna-se mais específica e instigadora quando nos
propusemos a promover educação a um público que apresenta comprometimentos que
ultrapassam as esferas de nível sensorial, como os casos de surdez, cegueira e baixa visão.
Um bom exemplo, se não talvez o mais desafiador, é a inclusão de alunos com autismo. Estas
pessoas exibem cotidianamente uma gama de comportamentos inapropriados, que podem ser
direcionados a si próprios ou às demais pessoas, tais como, dificuldade de manter contato
visual, fobias, comportamentos auto-estimulatórios, e/ou auto-lesivos, manipulação
inadequada de objetos, entre outros. Eles costumam ser muito resistentes a alterações na
rotina, ou mudanças ambientais e apresentam atraso ou ausência de linguagem oral ou fala
estereotipada (repetida ou ecolalia), entre outras características. Estes comportamentos
ocorrem tanto em situações estruturadas como numa sala de aula, quanto em espaços
informais causando desconforto e angústia para quem com eles convive.
Há grande dificuldade de adaptação escolar, uma vez que seus comportamentos inadequados
interferem na relação com o professor e /ou seus colegas, no desenvolvimento de atividades e
no uso de materiais coletivos, o que prejudica o seu processo ensino e aprendizagem. O
problema é agravado, ainda mais, já que a maior parte dos educadores não tem experiência
nem formação adequada para interferir positivamente em tais situações (BRASIL, 2002;
FERNANDES, SOUSA, SUPLINO & MOREIRA, 2007).
Hoje é sabido que o padrão de comportamento das pessoas com autismo tem uma etiologia
orgânica, sendo resultante de condições intrínsecas, neurológicas, ainda que a maneira como
as pessoas em seu ambiente reagem e interagem com eles pode agravar e /ou manter o
comportamento.
Desde que o autismo foi identificado pela primeira vez, por Leo Kanner, em 1943, vem sendo
estudado por inúmeros profissionais. Sua conceituação tem se modificado no decorrer do
tempo e hoje, a maioria dos especialistas reconhece a existência de disfunções orgânicas
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intrínsecas, multifatoriais, que prejudicam o desenvolvimento afetivo, cognitivo, linguístico e
social destas crianças (SCHWARTZMAN, 2003; SERRA, 2004; FERNANDES et all, 2007;
SUPLINO, 2007; entre outros).
O autismo pode ser compreendido como uma síndrome comportamental, de origem biológica
e não ambiental, a qual apresenta diferentes graus de gravidade dos sintomas ou
características.
As crianças autistas estão incluídas no conjunto dos Transtornos Globais de Desenvolvimento
- TGD2, que compreende cinco categorias diagnósticas: autismo “clássico”
3, Síndrome de
Asperger, Síndrome de Rett, transtornos desintegrativos da infância e o transtorno invasivo
do desenvolvimento sem outra especificação (BRASIL, 2009)
Embora cada um desses grupos de TGD apresente aspectos específicos e particulares tanto
quanto à gravidade e demande diferentes formas de intervenção, tem em comum três
características básicas, as quais muitos autores (BOSA, 2002; BRASIL, 2009, GIKOVATE &
MOUSINHO, 2009, entre outros.) definem como um tripé: falha na interação social
recíproca, dificuldade na comunicação verbal e não-verbal e comprometimento na
imaginação com comportamentos e interesses repetitivos.
Focalizaremos nesta pesquisa o processo de inclusão escolar de alunos com o chamado
“autismo verbal” (que utilizam a linguagem oral para se comunicar, falando palavras e/ou
frases) e os alunos com Síndrome de Asperger, considerados “autistas de alto
funcionamento”, pois possuem habilidade verbal e muitas vezes potencial cognitivo acima da
média, com grandes comprometimentos na interação social e na imaginação. Optamos por
este recorte, uma vez que, segundo o censo escolar, do grupo de TGD são esses sujeitos que
hoje se aproximam mais de uma experiência de inclusão, nas redes comuns de ensino. Assim,
estaremos utilizando o termo autismo, de forma genérica, para fazer referência a essas duas
subcategorias de TGD.
O avanço na escolarização de alunos com autismo tem aumentado significativamente na
ultima década. Baptista (2006), em análise realizada aos dados do INEP4, pontuou um
acréscimo de 18,7% nas matrículas escolares entre 2000 e 2002; superior, portanto, ao total de
matrículas na Educação Especial como um todo no mesmo período, que foi de 14,7%. Em
2006, esse mesmo órgão divulgou o total de 95.860 matrículas de alunos com “condutas
típicas” na Educação Básica, sendo 22.080 em classes e escolas especiais e 73.780 em classes
comuns, representando 23% do total de matriculas em escolas/classes especiais e 77% em
classes comuns.
2 Ainda há autores que utilizam a nomenclatura transtornos invasivos do desenvolvimento, sobretudo em textos anteriores a 2009.
3 Estão incluídos neste grupo, os sujeitos que preenchem todas as características e sintomas definidos pelos manuais de Saúde anteriormente
citados, em três áreas de comprometimento: comunicação, iteração social, comportamento e imaginação. Aqueles que apresentam comprometimentos nessas áreas, mas de forma mais tímida, constituem o grupo de “transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra
especificação”. 4 Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. (www.inep.gov.br)
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Entretanto, apesar do recente incremento nas matrículas, salvo experiências pontuais
satisfatórias5, de modo geral, a inclusão educacional destes alunos, considerando sua
participação plena nas atividades escolares e aprendizagem ainda não é, para a maioria, uma
realidade. O trabalho com este alunado continua constituindo um grande desafio para os
educadores, sobretudo nas turmas comuns.
Contribuições de um Projeto Piloto: a experiência no Município de Angra dos Reis
Conforme já especificado um dos objetivos da presente investigação é desenvolver,
documentar e avaliar um projeto de inclusão de alunos com autismo, que frequentam
concomitantemente uma escola especializada, a Unidade de Trabalho Diferenciado – UTD e
classes comuns do ensino regular.
O projeto encontra-se em fase inicial de organização e está sendo desenvolvido junto a 12
escolas da Rede Municipal de Ensino de Angra dos Reis. O mesmo foi por nós intitulado de
Projeto Acompanhamento da Inclusão do Aluno com Autismo. Sua proposta básica envolve,
justamente, a interação pedagógica entre os professores de ambos os espaços, conforme será
explicitado adiante.
Embora o referido projeto esteja sendo desenvolvido com todas as escolas da Rede onde os
alunos com autismo estão sendo incluídos, somente duas unidades serão objetos de análise
nesta pesquisa.
Atualmente, entre os 28 alunos com autismo da UTD, 13 estão também matriculados e
frequentando a escola comum. Pode-se argumentar, à primeira vista que esse quantitativo é
pequeno, uma vez que de acordo com a Política Nacional todos deveriam ir para a escola
comum, inclusive os alunos com transtornos globais do desenvolvimento, entre os quais estão
os alunos com autismo. A proposta é a freqüência nas classes comuns do ensino regular e em
paralelo a oferta do atendimento educacional especializado.
Embora apoiando a proposta de inclusão, o conhecimento das características dos sujeitos com
autismo nos levou a questionar como seria possível encaminhá-los para a escola comum sem
desestruturar a rotina de vida desses alunos, suas famílias e da própria escola que os receberia.
Além do mais sabemos que nem todos estavam “aptos” para a inclusão na classe comum.
Assim, o primeiro passo foi decidir que alunos teriam maiores chances de desenvolvimento
freqüentando os dois espaços: o ensino especial e a classe comum. A proposta foi buscar a
oferta de uma inclusão responsável e segura, no sentido da garantir condições de segurança e,
principalmente de uma inclusão promotora de aprendizagem e desenvolvimento aos seus
usuários.
Buscando minimizar os riscos de transformar a inclusão em exclusão, com uma permanência
da criança na escola sem produtividade, foram estabelecidos alguns critérios para
encaminhamento do aluno à classe comum.
5 Para um estudo sobre inclusão de alunos autistas na Educação Infantil, ver Suplino (2007) disponível em www.eduincluisvapesq-uerj.pro.br
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Como principais critérios foram definidos: o domínio de habilidades básicas para o uso da
linguagem oral ou intenção comunicativa definida, a ausência de comportamento auto-lesivo
ou hetero-agressivo, o uso do banheiro com autonomia ou pouca ajuda e a capacidade de
interação, mesmo que pequena e atendimento aos comandos. Tais habilidades foram
elencadas como determinantes para início do processo de inclusão por considerarmos as
mesmas como essenciais para promoção de aprendizagens futuras, principalmente as de
ênfase no aspecto acadêmico como a aquisição da leitura, da escrita e do cálculo.
A opção de propiciar ao aluno estar na escola comum concomitantemente com da escola
especializada ou somente na escola especializada, teve como fator preponderante de análise
de cada caso, as possibilidades de aprendizagem que cada um dos espaços poderia
proporcionar a cada um dos alunos. Sobre essa questão, Serra e Vilhena (2009) argumentam
que:
“A inclusão é uma filosofia e não uma metodologia, e a criança
autista deve usufruir da educação em um ambiente intensivo de
aprendizagem. Isto pode ocorrer dentro ou fora de uma classe
inclusiva, ou ainda de uma forma intermediária entre ambas as
propostas.” (p.151)
Após o encaminhamento dos alunos para a inclusão, seguimos para o segundo passo do
trabalho: organizar uma proposta de formação continuada de professores. Uma proposta capaz
de configura-se simultaneamente como um espaço de aquisição de conhecimentos teóricos
necessários ao trabalho de sala de aula com alunos com TGD, como também um espaço de
troca de experiências práticas tanto entre os profissionais envolvidos com a inclusão, quanto
com os profissionais atuantes na escola especializada.
A idéia era ao mesmo tempo aprofundar teoricamente com os professores uma temática ainda
tão pouco conhecida e dialogar sobre os diferentes saberes e práticas dos dois grupos de
profissionais, colocando em prática a afirmativa de Glat e Blanco (2007) de que “só o diálogo
entre especialistas e generalistas fará com que a escola construa as melhores respostas
educativas para todos os seus alunos” (p.33).
Foi então organizado um Projeto de Acompanhamento da Inclusão desenvolvido no ano de
2010, com carga horária de trinta horas, distribuídas em seis encontros. Como público
estavam os profissionais da escola comum envolvidos diretamente com alunos com autismo e
os profissionais atuantes na UTD. Cada encontro apresentou objetivos e propostas distintas
envolvendo temáticas como inclusão, autismo, adaptações curriculares, intervenções
pedagógicas na comunicação, psicomotricidade, comportamento e aprendizagem dos alunos
com autismo.
Concluído o trabalho de 2010, a avaliação realizada pelos participantes do projeto foi objeto
de análise e reflexão para o planejamento das atividades do projeto em de 2011. Em linhas
gerais a estrutura mantida foi a mesma, com alteração no número de encontros previstos. De
seis encontros realizados em 2010, o quantitativo foi ampliado para oito encontros, o que
aumentou a carga horária de trinta para quarenta horas de atividades presenciais e coletivas.
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Os encontros são mensais, já tendo sido realizados 4 momentos distintos, com encerramento
das atividades em novembro. A freqüência e participação das escolas tem sido significativa.
Método:
Os participantes da pesquisa serão duas professoras de escolas comuns, da Rede Municipal de
Educação de Angra dos Reis, que tenham em sua classe um aluno com autismo. Estes alunos
deverão ter entre quatro e sete anos, diagnóstico clínico de autismo e frequentar, no contra
turno, atendimento especializado na Unidade de Trabalho Diferenciado (UTD), escola
especializada já mencionada.
Também serão envolvidos com a pesquisa, como sujeitos secundários, as professoras que
atuam com os meninos na escola especializada.
Para permitir uma maior amplitude dos dados, serão escolhidos alunos que frequentem
escolas diferentes e que não estejam na mesma turma na UTD.
Será necessário também que haja consentimento oficial dos pais e dos demais profissionais
envolvidos para a pesquisa.
Como cenário para o desenvolvimento da pesquisa, conforme já mencionado, serão eleitas
três unidades escolares da Rede Pública Municipal de Angra dos Reis. Duas escolas comuns e
uma escola especializada para atendimento de alunos com autismo, a UTD.
A rede educacional do município compreende atualmente 70 unidades escolares, entre
creches, escolas que atendem aos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental com cerca de
22.290 alunos matriculados (ANGRA DOS REIS, 2008).
Em 2007,6 havia cerca de 600 alunos com necessidades educacionais especiais, representando
2,5% do total de matrículas. Além do atendimento oferecido a esse alunado nas escolas
regulares, a rede conta com duas escolas especiais: a Escola Municipal para Deficientes
Visuais e a Escola Municipal de Educação dos Surdos, além da Unidade de Trabalho
Diferenciado, a UTD, que, desenvolve trabalho pedagógico para alunos com transtornos
globais do desenvolvimento e sala de recursos para alunos com altas
habilidades/superdotação.
As questões propostas encaminharam a investigação para uma abordagem metodológica
qualitativa. Nosso objeto de estudo, já especificado, é documentar e avaliar um programa de
inclusão escolar de alunos com autismo. Uma vez que o referido programa envolve a
capacitação de professores e já se encontra em desenvolvimento, o presente estudo será
realizado na forma de uma pesquisa-ação. Diversos autores (JESUS,
2007,2008;ALMEIDA,2008; GLAT,2008;NAUJORKS,2008; PLETSCH,2009, entre outros)
tem apontado a pesquisa-ação como proposta para a formação continuada de professores.
6 Segundo informações provenientes da Secretaria Municipal de Educação de Angra dos Reis, dados estatísticos
atuais serão publicados brevemente.
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A pesquisa-ação é um método de investigação científica de natureza qualitativa, criado e
desenvolvido com relação direta com a ação que se destina a resolução de um problema
coletivo (RICHARDSON, 2004).
André (2003), aponta como o primeiros passos para realização de uma pesquisa-ação: a)
definir o problema; b) o uso de instrumentos; c)técnicas de pesquisa para conhecimento do
problema; e d)o delineamento de um plano de ação. Em seguida, a preocupação maior é busca
por aprimoramento e pela descoberta de conhecimentos que possibilitem uma melhor forma
de atuar sobre a realidade, transformando-a. Essa vem a ser uma das intenções com a
pesquisa.
No entanto, além do reconhecimento da possibilidade apresentada pela pesquisa-ação de
intervir na realidade apresentada, para nós, talvez o fator determinante na escolha do método
foi compreender, a partir de Pimenta (2006), que na pesquisa-ação o trabalho é desenvolvido
com os profissionais nos contextos escolares e não sobre eles.
Em outras palavras, a pesquisa-ação pode ser compreendida como uma forma de pesquisa
para a Educação e não sobre a Educação (CARR & KEMMIS, 1988; apud JESUS, 2006).
Glat e Pletch (no prelo), também contribuem ao apontar que a pesquisa-ação apresenta como
pressuposto a estreita relação entre sujeitos e pesquisador, a sua flexibilidade e o diálogo com
os participantes. Esta postura elimina a existência de procedimentos determinados e valoriza a
elaboração coletiva de soluções para os problemas encontrados. Muito importante neste
método é a disponibilidade do pesquisador em conhecer e participar da dinâmica cotidiana da
escola.
As autoras recorrem a BRAUN (2004), para sintetizar os pressupostos da metodologia e
registram que a pesquisa-ação: a) Não conduz somente a avanços teóricos, mas também tem
desdobramentos práticos para os participantes o estudo; b) É participativa e colaborativa, pois
envolve uma postura de cumplicidade entre o pesquisador e os demais participantes; c) É
democrática, na medida em que possibilita aos participantes se envolverem com a pesquisa,
influenciando-a e articulando-a com suas vivências diárias;d) É interpretativa, pois todas as
perspectivas e opiniões dos participantes têm legitimidade, em vez da visão do pesquisador
ser a única considerada; e)Finalmente, é crítica, pois envolve todos os participantes numa
posição reflexiva diante das ações a serem tomadas, ou analisadas, para possíveis mudanças
que possam vir a desenvolver.
Acreditamos que essa forma de conceber a pesquisa é de extrema importância nos contextos
escolares atuais, por razões diversas, mas principalmente por posicionar os sujeitos
envolvidos como produtores de saber, capazes de produzir e recriar conhecimentos. Sobre a
questão Pimenta (2008), aponta que:
“A pesquisa-ação é vista em sua concepção formativo-
emancipatória, dando sustentação às concepções que referendam a
necessidade e possibilidade de formação do professor pesquisador.”
(p.42)
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Podemos dizer, resumidamente que a pesquisa-ação permite aos participantes avançar
teoricamente na análise do problema a ser estudado, ao passo que todos os participantes do
estudo compreendem e adotam novas práticas. No caso específico de nossa pesquisa no
referimos às práticas docentes da escola especializada e da escola comum e, essencialmente a
formação continuada desses profissionais para a viabilização da inclusão dos alunos com
autismo.
Os participantes foram convidados a participar do estudo como voluntários. Para atendimento
às questões éticas, uma vez em concordância na participação da pesquisa, a obtenção do
consentimento em caráter oficial será realizada através de apresentação de documento de
autorização de acordo com as exigências da Comissão de Ética em Pesquisa da Universidade
do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Todos os sujeitos participantes da pesquisa foram plenamente informados sobre os aspectos e
características da pesquisa. Apresentamos aos mesmos o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido7. O objetivo é possibilitar uma tomada de decisão de maneira justa e livre de
constrangimentos a respeito de sua participação e colaboração em um projeto de pesquisa.
Nossa intenção com a pesquisa-ação é oportunizar o diálogo entre os professores e
pesquisador acerca do processo de inclusão dos alunos eleitos como sujeitos participantes da
pesquisa. Trazer à tona o que percebem como possibilidades e dificuldades em seu cotidiano
nas salas de aula comuns e em seguida promover a reflexão sobre essas interfaces da prática
pedagógica.
O objetivo é, com base nesse diálogo realizar leituras e aprofundamentos teóricos afins em
busca de respostas educativas que permitam aos professores melhor desempenhar sua tarefa
de incluir em suas classes comuns os referidos alunos, atendendo assim as características da
pesquisa-ação, conforme explicitado anteriormente.
Pretendemos utilizar como procedimentos de coleta de dados a observação participante da
prática de sala de aula e entrevistas abertas e semi-estruturadas com os professores. Também
serão utilizados dados da escola especializada (UTD) e das escolas comuns sobre o processo
de inclusão dos alunos eleitos como participantes.
Considerando a riqueza e multiplicidade de ações e relações presentes no espaço da sala de
aula e com o propósito de focar a observação no objeto de estudo delimitado, esta será
previamente organizada para possibilitar o planejamento dos aspectos que serão analisados.
Nesse sentido Lüdke e André (1986) contribuem ao afirmar que a validação e fidedignidade
da observação como investigação científica relaciona-se com seu caráter controlado e
sistemático. As autoras complementam a idéia afirmando que para garantir tais aspectos é
necessária a existência de um planejamento cuidadoso do trabalho e uma preparação rigorosa
do observador.
7 Trata-se de um protocolo exigido pela Resolução CMS 196/96 (itens IV, IV.1, IV.2 e IV.3), do Ministério da
Saúde.Ver:www.ustj.com.br/prppg/coep/docs/resolução_196.pdf
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A proposta será organizar uma Ficha de Observação, com o propósito de orientar o
pesquisador no que se refere aos dados a serem registrados durante todas as visitas às escolas,
as quais serão previamente agendadas. O propósito da Ficha de Observação é prevenir o
pesquisador de deslocar o foco das observações, frente a riqueza de interações e relações
presentes no cotidiano das salas de aula.
O referido documento será o balizador das observações iniciais em sala de aula. Serão
organizados com base nas características comuns às crianças com autismo e deverão
apresentar informações capazes de direcionar o pesquisador a interpretações sobre o processo
inclusivo dos alunos em questão. Constarão no referido documento questões como, por
exemplo: comunicação e interação do aluno com o professor e colegas de turma, manifestação
de comportamentos típicos do aluno com autismo, situações de manifestação de
comportamento, participação dos alunos nas atividades propostas pelo professor, entre outros.
Pretendemos utilizar como instrumento básico de coleta de dados para este trabalho a
entrevista semi-estruturada, junto aos professores das classes comuns em escolas públicas do
município de Angra dos Reis, RJ, que atuam com os alunos com autismo eleitos para
participarem do estudo.
A intenção de nossa escolha dessa metodologia é a facilidade de proporcionar objetividade na
investigação, que é justamente analisar o papel da Educação Especial como suporte à classe
comum no processo de inclusão de alunos com autismo, a partir de um Projeto de
Acompanhamento da Inclusão desse público.
Serão entrevistadas as professoras das escolas comuns participantes da pesquisa. E como
sujeitos secundários entrevistaremos também os professores da escola especializada, a UTD,
para complementar os dados.
As entrevistas serão agendadas com antecedência e realizadas preferencialmente nas
dependências das escolas, em um segundo momento do estudo, após as observações
participantes.
Entendemos que a entrevista semi-estruturada parte de um esquema ou roteiro básico. Redig
(2010), recorre a Fontes (2007, p.84) e aponta que a entrevista semi-estruturada “se
caracteriza pela apresentação de certos questionamentos considerados básicos dentro do foco
principal da pesquisa e que, ao mesmo tempo, oferece amplo campo para novas
interrogações”.
Utilizaremos um roteiro com o objetivo de guiar a entrevista sobre os tópicos principais a
serem tratados. Pretendemos apurar as impressões dos professores a respeito do suporte
oferecido pela Educação Especial, realizado basicamente através do Projeto de
Acompanhamento da Inclusão dos alunos com autismo que freqüentam suas classes comuns.
A proposta é que as referidas professoras apontem basicamente sobre as facilidades e
dificuldades no processo, a aplicabilidade das técnicas e procedimentos de ensino e
principalmente sobre a possibilidade de refletirem sobre suas próprias práticas.
As entrevistas semi-estruturadas servirão de instrumento para coleta de dados sobre o alcance
ou não do seguinte objetivo específico desse estudo: Investigar as práticas pedagógicas
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desenvolvidas pelas professoras de classe comum que tem alunos com autismo incluídos
nessas classes e que participam do Projeto de Acompanhamento da Inclusão;
As entrevistas serão gravadas em áudio e posteriormente transcritas na íntegra, a fim de
garantir a fidelidade das informações adquiridas.
A intenção é coletar os documentos que dizem respeito ao processo inclusivo dos alunos em
questão, entendendo que se constituirão como documentos quaisquer materiais escritos que
poderão ser usados como fonte de informação sobre o objeto de estudo.
Pretendemos analisar, entre outros, relatórios de visitas, encaminhamentos para escola
especial com orientações para o trabalho com os alunos, cadernos de planejamento dos
professores, cadernos de atividades dos alunos, circulares, pautas de reuniões que venham a
tratar sobre a inclusão dos alunos alvo.
Para analisarmos os dados serão construídos um conjunto de categorias descritivas conforme
indicam Lüdke e André (1986) tendo como base o referencial teórico e as leituras e releituras
do material coletado.
Seguindo os procedimentos utilizados por Redig (2010), os dados serão analisados por meio
de análise de conteúdo. A autora faz uso das idéias de Manzini (2008), ao pontuar que:
“A análise de conteúdo tentaria compreender para além dos significados das
comunicações e teria como objetivos: 1) ultrapassar a incerteza frente à mensagem,
ou seja, aquilo que pessoalmente é julgado na mensagem deverá ser compartilhado
por outros, conferindo a esse julgamento um caráter de validade e generalização;
2)enriquecer a leitura do material, ou seja, se um julgamento ou olhar pessoal traz
um dado de conteúdo, uma leitura sistemática aumentaria a produtividade e
pertinência desse julgamento a partir da descoberta de conteúdos e de estruturas que
confirmam o que se procura demonstrar em relação às mensagens.” (MANZINI,
2008, p.105, grifo do autor).
Como etapas finais desse momento da pesquisa realizaremos uma leitura do material
transcrito para então criar categorias de análise, agrupá-las e classificá-las. Para tal, utilizamos
a análise temática, que consiste em recortes de um assunto e, quando for necessária, a criação
de sub-temas, os quais compreendemos nesse momento que se constituirão como capítulo da
dissertação.
Resultados e conclusões:
Por tratar-se de uma pesquisa em fase inicial de produção, como já mencionado, ainda não há
conclusões. No entanto, o exercício já iniciado somado à trajetória profissional e acadêmica
que possuimos e a avaliação/reflexão o desenvolvimento do trabalho nos direcionam para as
seguintes hipóteses: a idéia de que a inclusão do aluno com autismo ocorre a partir de projetos
pedagógicos definidos e estruturados, que a aprendizagem do aluno com autismo resulta da
parceria entre a escola especial e escola comum e que o processo de inclusão desses alunos
impulsiona a aprendizagem de todos os envolvidos.
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Vale ressaltar que alguns aspectos precisam ser levados em consideração para que o processo
de inclusão escolar seja bem sucedido. São eles: Conhecer e estudar as características
comuns às pessoas com autismo, definir a forma de atendimento educacional a ser ofertado,
concomitantemente com a turma comum8 e desenvolver estratégias adequadas de atuação
pedagógica em sala de aula respondendo às necessidades educacionais especiais de alunos
com autismo, as quais devem ser avaliadas sistematicamente.
Certamente encontraremos durante o percurso da pesquisa situações inesperadas, as quais nos
permitirão aprimorar nosso papel de pesquisadoras. No entanto, também teremos a
oportunidade de observar nos cenários eleitos para o trabalho, o caráter significativo de uma
pesquisa-ação no trabalho com a inclusão. Para tal, o pensamento de Franco & Lisita (2008),
ilustram a idéia ao afirmar que:
“[...] a pesquisa e a ação podem e devem caminhar juntas. Caminhar juntas
não significa apenas uma concomitância temporal, mas essencialmente uma
articulação dialética desses dois aspectos: o fazer e o pesquisar; o fazer pesquisando
e o pesquisar fazendo.” (p.61)
Pretendemos, assim, por meio do desenvolvimento desta pesquisa, ancorada na pesquisa
bibliográfica sobre o tema, construir estratégias que favoreçam o exercício de formação
continuada dos envolvidos e uma maior aproximação de uma educação de qualidade aos
alunos com autismo.
É pertinente também considerar que o fato de ser parte integrante do grupo de profissionais de
um dos cenários definidos para campo de pesquisa conduz-me redobrar a atenção e o cuidado
na interpretação dos dados. Sobre a questão recorro a Amorim (2001), ao afirmar que:
“O pesquisador pretende ser aquele que acolhe e recebe o estranho.
Abandona seu território, desloca-se em direção ao país do outro, para construir uma
determinada escuta da alteridade, e poder traduzi-la e transmiti-la.” (p.26).
A intenção não é desejar um afastamento fantasioso do tema investigado, mas sim em estar
sempre alerta ao compromisso de refletir sobre todo o trabalho realizado, inclusive o que
desenvolvemos, podendo então usufruir dos possíveis benefícios da pesquisa em nosso
processo pessoal e particular de reflexão e formação continuada. Eis mais um desafio.
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8 Geralmente esta é uma decisão conjunta entre a família, a instância governamental local responsável pela Educação Especial (no caso da
rede pública de ensino) e a própria unidade escolar promotora da inclusão.
VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 1874-1886
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