Afasias e Apraxias

FACULDADE DE MEDICINA/UFC-SOBRAL MÓDULO SISTEMA NERVOSO NEUROANATOMIA FUNCIONAL

Acd. Juliana Mohana

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Relato do Caso

Paciente V.M., sexo feminino, 72 anos, foi admitida na SCMS com perda da sensibilidade no hemicorpo direito, hemiplegia e afasia. Cumprimentava seus visitantes com a expressão “Oi , como você?”, enunciada de modo forçado. Sua linguagem era comprometida por deficiência na articulação e pela omissão de palavras. Parecia estar muito frustrada por sua incapacidade de se expressar. Suas tentativas de escrever, usando a mão direita, também evidenciavam omissão gramatical. Ela era capaz de seguir instruções simples, e compreendia o que lhe era dito.

Afasia

• Definição:

• Distúrbio da expressão ou compreensão da linguagem

• Lesão no córtex cerebral do hemisfério dominante para as áreas da linguagem (artéria cerebral média)

Causas

• Lesão:

- Trauma

- Distúrbios vasculares

- Tumores

Área de Broca

• Giro frontal inferior

• Fornece instruções para a produção da linguagem falada (planejamento de movimentos para a produção da fala e no provimento de palavras de função gramatical)

Área de Wernicke

• Junção temporoparietal

• Compreensão da linguagem falada

Fascículo arqueado

• Responsável pela ligação entre as áreas de Broca e de Wernicke.

Anatomia

Afasia de Broca

• Afasia motora ou expressiva ou não-fluente.

• Incapacidade de se expressar por meio da linguagem falada ou escrita.

• Permanece a capacidade de compreensão da linguagem e de controlar os músculos da linguagem para outros fins.

Afasia de Broca

• Fala não fluente, trabalhosa, interrompida por muitas pausas.

• Poucas palavras funcionais, mas muitos verbos e substantivos (telegráfica).

• Conhecimento do distúrbio: chorosos, deprimidos e frustrados.

• Denominação e repetição.

Afasia de Wernicke

• Afasia receptiva ou sensorial ou fluente.

• Incapacidade de compreensão da linguagem.

• Linguagem é fluente.

• Fala com muitas palavras funcionais e poucos substantivos ou verbos.

Afasia de Wernicke

• Incapacidade de leitura (alexia).

• Não conhecimento do distúrbio.

• Compreensão, repetição, denominação, leitura e escrita comprometidos.

• Agitação e comportamento paranóicos.

Afasia de condução

• Lesão dos neurônios que conectam as áreas de Broca e de Wernicke.

• Compreensão e expressão preservadas

• Discurso fluente, mas parafásico.

• Compreensão da linguagem falada é intacta.

• Incapacidade de repetir, copiar e ler em voz alta.

Afasia global

• Lesões extensas do córtex

• Incapacidade de comunicação pela linguagem

• Discurso não fluente

• Compreensão da linguagem falada gravemente afetada.

• Denominação, repetição, leitura e escrita.

Apraxias

Praxia

• Realização de atos motores voluntários adaptados a um objetivo definido.

Apraxia

• É a incapacidade de executar uma seqüência de movimentos, apesar de haver preservação da sensibilidade, da motricidade automática e a da compreensão da tarefa.

• Incapacidade de realizar atos complexos que exigem seqüências de contrações musculares ou uma estratégia planejada (ex.: pentear o cabelo, escovar os dentes)

Apraxia

• Apraxia Motora: incapacidade de realizar atos motores voluntários adaptados a um objetivo definido.

• Apraxia Ideomotora: não consegue executar gestos de significação simbólica tradicional. Ex: sinal da cruz, chamar alguém com a mão, gesto de despedida, fazer positivo com o polegar.

• Apraxia Ideatória: não consegue executar atos motores que tenham relação com o próprio corpo Ex: pentear o cabelo, escovar os dentes.

Apraxia

• Apraxia Construtiva: não consegue construir representações. Ex: desenhar uma casa, uma árvore, um quadrado.

• Apraxia de Vestimenta: não consegue colocar objetos no próprio corpo. Ex: casaco, anel.

• Apraxia Buco-Facial: não consegue protrair os lábios, mostrar os dentes, assobiar, mastigar.

Relato do Caso

Paciente V.M., sexo feminino, 72 anos, foi admitida na SCMS com perda da sensibilidade no hemicorpo direito, hemiplegia e afasia. Cumprimentava seus visitantes com a expressão “Oi , como você?”, enunciada de modo forçado. Sua linguagem era comprometida por deficiência na articulação e pela omissão de palavras. Parecia estar muito frustrada por sua incapacidade de se expressar. Suas tentativas de escrever, usando a mão direita, também evidenciavam omissão gramatical. Ela era capaz de seguir instruções simples, e compreendia o que lhe era dito.