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O que de início parece engraçado
- Afinal de contas, o que é que um bebê vai entender no Teatro? -
Revela-se, de repente, uma surpresa:
Já não fazia tempo que havíamos chegado ao consenso
De que a Arte não tem que ser entendida?
“É lindo ver o tempo todo a emoção nos olhos dos atores, que às vezes não se furtam a deixar suas lágrimas escorrerem, tamanho é o prazer de constatar o encantamento dos pequeninos. O melhor de tudo é constatar que não há nada de leviano, nem de oportunista, nem de mercantilista, nem de irresponsável nesta iniciativa do Sobrevento. Tudo é feito com a maior qualidade artística e um cuidado respeitoso com as crianças e com seus pais.” Dib Carneiro Neto - Revista Crescer “As mudanças constantes de sons e luz para mimetizar sol, vento e tempestade cativaram a atenção dos bebês. Os bichos eram apresentados na forma de bonecos de pano e marionetes, causando risos, sustos e espanto.” Fábio Fujita - Revista Piauí “Nada se compara ao movimento em frente a um galpão na Mooca, sede do Grupo Sobrevento. No fim se semana, forma-se uma grande fila para disputar as 70 vagas (35 bebês e 35 adultos) para Bailarina e Meu Jardim, as duas peças bacanas para nenês em cartaz ali.” Clara Nobre de Carvalho - Revista Veja “É um jardim regado de poesia e sutileza, pontuadas principalmente pela interpretação do ator-semeador Luiz André Cherubini, que demonstra conexão com a plateia. Bonito ver os pequeninos enchendo o palco-jardim com flores e frutos.” Gabriela Romeu - Folha de São Paulo “Um momento muito bonito foi quando um dos bebês sentiu vontade de ajudar a plantar as sementes do jardim. A criança foi até o personagem, sentou ali com ele e quanto todos pensaram que a primeira coisa que faria seria colocar as sementes (miçangas) na boca, ela reproduziu o gesto do ator e, assim como ele, colocou as sementes no cesto.” Daniela Jacinto - Cruzeiro do Sul “São peças que revelam um surpreendente modo de fazer teatro, retomando a ideia de que os palcos são lugares de comunhão, jogo e descobertas, sempre com muita delicadeza e inteligência.” Maria Fernanda Vomero - Revista Época “Além disso, as apresentações também são uma opção de passeio para quem tem filho pequeno, já que nem todos os lugares são apropriados ou tem estrutura para receber crianças.” Simone Tinti - Revista Época “Os bonecos salvaram o meu Festival. Acreditem-me, era a última coisa que eu teria esperado. (...) Houve muita variedade este ano, houve grandes nomes, houve maravilhosas casas cheias – mas se não fosse pelo Grupo Sobrevento e pelo Théâtre Granit, teria havido uma sensação de pouco envolvimento emocional, prazer e inspiração que são preciosos.” Susan Conley - WOW! - What´s on Where - Irlanda “Desde a sua estreia aqui em 1996 com a notável Mozart Moments, o grupo brasileiro Sobrevento mostra enormes avanços técnicos e estéticos. Está hoje na maturidade da sua particular linguagem, que funde bonecos e atores num todo expressivo e orgânico.” Pedro Labra Herrera - El Mercurio - Chile “O Grupo Sobrevento se especializou no teatro de bonecos e de manipulação de objetos, conseguindo uma notável sofisticação nesse ramo.” Patricia Espinosa - Ambito Financiero- Argentina
Formado em 1986, o GRUPO SOBREVENTO é um grupo profissional de Teatro que mantém um
repertório de espetáculos e que se dedica à pesquisa, teórica e prática, da animação de
bonecos, formas e objetos. Desde sua fundação, o Grupo mantém um trabalho estável e
ininterrupto e tem-se apresentado em mais de uma centena de cidades de 23 estados
brasileiros. O SOBREVENTO esteve, também, no Peru (1988), Chile (1996, 2002, 2009, 2010 e
2017), Espanha (1997, 1999, 2000, 2001, 2004, 2007, 2008, 2009, 2010, 2011, 2014 e 2018),
Colômbia (1998 e 2002), Escócia (2000), Irlanda (2000), Argentina (2001), Angola (2004), Irã
(2010), México (2010), Suécia (2011), Estônia (2011), Inglaterra (2013), França (2017), Eslováquia
(2018), China (2017 e 2019) e Índia (2020), representando o Brasil em alguns dos mais
importantes Festivais Internacionais de Teatro e de Teatro de Bonecos.
Os espetáculos do Grupo são muito diferentes entre si, quer seja na temática, quer seja na
forma, na técnica de animação empregada, no espaço a que se destina ou no público a que
se dirige. Têm recebido, constantemente, Prêmios ou indicações para Prêmios da importância
do Mambembe (Funarte/Ministério da Cultura), Coca-Cola, Shell, APCA (Associação Paulista
de Críticos de Arte) e Maria Mazzetti (RioArte), sendo sempre apontados pela crítica
especializada entre os melhores de suas temporadas. Por duas vezes consecutivas, em 1994 e
em 1995, o SOBREVENTO recebeu do Ministério da Cultura o Prêmio Estímulo, pelo conjunto dos
seus trabalhos e “pela sua contribuição ao panorama das Artes e da Cultura do país”.
Além das apresentações de seus espetáculos, o SOBREVENTO desenvolve diversas atividades
no campo do Teatro de Bonecos e de Animação, como a realização de Cursos, Oficinas,
Palestras e Mesas-Redondas, tanto no Brasil como no exterior. Realizou, também, duas Mostras
Internacionais de Teatro de Animação no Rio de Janeiro, em 1992 e em 1995, e foi diretor
artístico do Primeiro Festival Internacional de Teatro do Rio de Janeiro - Rio Cena
Contemporânea, em junho de 1996 e curador do Festival SESI BONECOS DO MUNDO, realizado
em Brasília (2005), em São Paulo (2006), em Manaus (2007), em Recife (2008) e em Brasília
(2009), do Festival SESI BONECOS DO BRASIL, realizado em diversas cidades das regiões Sudeste
e Sul, entre agosto e setembro de 2006. Também fora dos Festivais que organizou, foi
responsável pela vinda e pela circulação pelo país de diversas companhias estrangeiras de
Teatro de Bonecos. Atualmente é curador do Festival Internacional de Teatro de Objetos - FITO
realizado em diferentes capitais do país, desde 2009. Em 2003, 2004, 2006, 2008, 2012, 2014,
2016 e 2017 foi apoiado pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de
São Paulo. Em 2010, foi patrocinado, por dois anos, pela Petrobras.
Os últimos espetáculos do Sobrevento foram Mozart Moments (1991), Beckett (1992), O Theatro
de Brinquedo (1993), Ubu! (1996), Cadê o meu Herói? (1998), O Anjo e a Princesa (1999), Brasil
para Brasileiro Ver (1999), Submundo (2002), O Cabaré dos Quase- Vivos (2006), O Copo de
Leite (2007), Orlando Furioso (2008), Meu Jardim (2010), Bailarina (2010), A Cortina da Babá
(2011), São Manuel Bueno, Mártir (2013), Sala de Estar (2013), Eu Tenho uma História (2014), Só
(2015), Terra (2016), Escombros (2017), Noite (2019) e O Amigo Fiel (2019). Dirigido, ainda hoje,
por Luiz André Cherubini e Sandra Vargas, seus fundadores, o Grupo Sobrevento é
reconhecido, nacional e internacionalmente, como um dos maiores especialistas brasileiros em
Teatro de Animação e uma das principais Companhias estáveis de Teatro do Brasil.
Apesar de sua longa carreira, somente em 1º de junho de 2009 abriu a sua primeira sala
pública, o seu primeiro espaço. O ESPAÇO SOBREVENTO é o único espaço da cidade de São
Paulo dedicado ao Teatro de Animação. Com uma programação sempre gratuita, recebeu
43 de alguns dos maiores nomes do Teatro de Animação mundial, de diferentes países.
Entediado, em meio a um deserto, um viajante decide criar um jardim. Mas
como fazê-lo? A partir do texto da autora belga de origem iraniana
Mandana Sadat, o Grupo Sobrevento compõe um espetáculo que fala de
esperança, de sonho, do desejo e da possibilidade de transformar o
mundo, em uma paisagem que poderia ser o Irã, como poderia ser o Brasil.
A montagem utiliza elementos visuais e sonoros próprios da cultura
brasileira, que a aproximam da cultura iraniana e que, curiosamente,
parecerão familiares a cidadãos de todo o mundo. A estrutura do texto
original - publicado em um livro que se lê em idioma ocidental da
esquerda para a direita e que se lê em persa da direita para a esquerda,
compondo duas histórias semelhantes porém diferentes - mantém-se nesta
montagem, com a construção e a desconstrução do jardim. Uma
desconstrução que deixa, entretanto, uma semente como presente de
esperança e de possibilidade de recriação, ao alcance de todos nós. Para
o Grupo Sobrevento, criar um mundo, um jardim, do nada, no nada, como
o faz em seu espetáculo, como o fez Mandana Sadat ao escrever o seu
livro, como fez o público ao ter os seus bebês, é a crença de que há um
mundo bonito a ser construído e que a vida, definitivamente, vale a pena.
COMO NASCEU MEU JARDIM
Primeiramente foram desenvolvidas improvisações a partir do Teatro de Objetos,
buscando tanto um tipo de presença cênica mais verdadeira, natural, casual,
espontânea, quanto uma condução não linear de uma história, tratando de
estabelecer uma atmosfera, um clima dramático, descolado do uso da palavra.
Foram feitos contatos e visitas a creches, tanto para a difusão da idéia de um
Teatro para Bebês, quanto para a própria observação do cotidiano das
instituições e das crianças.
Montado a partir de improvisações com objetos e brinquedos, o espetáculo
acabou cruzando-se com o texto de um livro para crianças escrito por Mandana
Sadat. Em um lote de livros para crianças, presenteado pela CIA. LA CASA
INCIERTA ao GRUPO SOBREVENTO, encontrava-se o livro O Jardim de Babaï, que,
escrito em espanhol e em persa, logo chamou a atenção do Grupo e combinou-
se com o processo. Um inesperado convite para viajar ao Irã, representando o
Brasil em um importante Festival de Teatro (com outro espetáculo do repertório do
SOBREVENTO) estreitou as relações entre o processo de pesquisa do Teatro para
Bebês e o texto que falava do Irã. Em contato com a autora, o Grupo recebeu a
permissão para adaptar o texto a uma realidade e paisagem brasileiras, pelos
muitos elementos em comum entre os dois países.
Tendo tomado como ponto de partida a pesquisa dos brinquedos criados pelo
escultor norte-americano Alexander Calder para o seu CIRCO, espetáculo casual
que apresentava com sua mulher para um círculo de amigos, os brinquedos
terminaram por cruzar-se também com o processo. Em busca de uma paisagem
do nosso país, chegamos, mais adiante, com a colaboração do diretor musical
João Poleto, aos vissungos, cantos de trabalho dos negros, escravos nas minas da
região de Diamantina (MG). Com os coreógrafos Alício Amaral e Juliana Pardo,
aproximamo-nos da capoeira. Com a figurinista Thaís Larizzatti, artista plástica
especializada em tapeçaria, o espetáculo explorou a ideia dos tapetes, presente
no texto original. Brinquedos, tapetes, capoeira, vissungos, o espetáculo
conseguiu estabelecer um ambiente brasileiro, ao mesmo tempo popular e sutil.
O espetáculo tem, ainda, a curiosa estrutura de construção e desconstrução,
refletindo o livro original, escrito em espanhol – da esquerda para a direita – e em
persa – da direita para a esquerda, narrando duas histórias semelhantes, porém
inversas. No palco, dois atores e um músico. Violão, percussão e cantos. Na
platéia, bebês que se maravilham com a construção de um jardim, a partir de um
deserto, que se deslumbram com um desfile de brinquedos mecânicos e que,
vendo Teatro pela primeira vez, não só se envolvem com a possibilidade de criar
e desfazer, mas vivenciam um encontro social, artístico, cultural, que nunca
tiveram a oportunidade de experimentar.
O SOBREVENTO E O TEATRO PARA BEBÊS
Há cerca de dez anos, o SOBREVENTO pesquisa o Teatro para Bebês e mantém
um intercâmbio artístico com a Cia. La Casa Incierta, pioneira do gênero na
Espanha. O grupo vem realizando palestras, debates, encontros, oficinas e vem
promovendo apresentações de companhias estrangeiras - os maiores expoentes
do gênero da França, Espanha, Itália, Dinamarca, Canadá e Uruguai. Realizou
em 2010, 2013, 2014 e 2015, a Mostra Primeiro Olhar - Festival Internacional de
Teatro para Bebês nas cidades de São Bernardo do Campo e São Paulo. As três
últimas edições contaram com o apoio do Programa de Ação Cultural da
Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo, que apoiará a 5ª edição, em 2016.
Em 2011 realizou, com o patrocínio do Ministério da Cultura e do Banco do Brasil,
o 1º Ciclo Internacional de Teatro para Bebês, no Rio e em Brasília. O grupo fez
ainda muitas apresentações dos espetáculos BAILARINA e MEU JARDIM - criados
em 2010 com o apoio do Prêmio Funarte Myriam Muniz - em creches e em São
Bernardo do Campo, no Rio, em Brasília, em Recife, no Crato (Ceará), em Itajaí
(SC), em São Carlos (SP) e no Sesc Pinheiros, Santo Amaro, Bauru, Piracicaba,
Ribeirão Preto e São Caetano. Suas únicas temporadas aconteceram no Teatro
Fernán Gómez, em Madri, e no Espaço Sobrevento, em São Paulo, com grande
êxito. Em 2014, realizou 150 apresentações e 13 oficinas para professores e
coordenadores de creches públicas de São Bernardo. E voltou à Espanha, a
convite do Festival El Més Petit de Tots, apresentando-se na região da Catalunha.
Os espetáculos foram indicados ao Prêmio FEMSA de Teatro Infantil e Jovem,
inclusive na categoria especial, “pela sensibilidade e pelo talento em promover
sua primeira temporada de espetáculos para bebês e primeira infância.” O crítico
Dib Carneiro Neto (Revista Crescer) também destacou o Teatro para Bebês do
SOBREVENTO como a melhor iniciativa cultural de 2011 no campo do Teatro para
Crianças: “...é teatro do melhor nível, que emociona, que toca, que estimula.”
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI278659-18455,00.html Teatro para bebês: um sucesso do Grupo Sobrevento
Duas ótimas peças, Bailarina e Meu Jardim, lotam nos fins de semana em São Paulo, com pais, mães, babás e... bebês de 0 a 3 anos
Dib Carneiro Neto
Pais e mães, principalmente os marinheiros de primeira viagem, ficam sempre muito ansiosos com tudo o que diz respeito à iniciação dos filhos na vida, o que é natural e perfeitamente compreensível. No tema específico que quero tratar hoje, não poderia ser diferente. Com que idade começar a levar as crianças ao teatro? Há mesmo muita ansiedade dos pais com relação a isso, a julgar pela quantidade de vezes em que já se aproximaram de mim – um crítico de teatro infantil – para me fazer esta pergunta. Com um aninho? Com dois? Três?!!! Minha resposta não é baseada em teorias e estudos, mas em bom senso. Não estou descobrindo nenhum ovo de Colombo nem virando guru de autoajuda do teatro infantil. Eu sempre respondo a mesma coisa aos pais ou às mães: “A ansiedade é sua. Com 3 anos, é ótimo e passa a ser bem proveitoso, mas, se você quiser que seu filho comece mais cedo ainda, leve-o assim que seu bebê já puder sentar quietinho no seu colo e conseguir fixar por um certo tempo seu interesse no que está acontecendo no palco, mantendo um mínimo de silêncio. É claro que o bebê não vai entender o texto, a poesia, as metáforas, os personagens, mas todo e qualquer estímulo (cor, luz, som), por menor que seja, já será um começo saudável para alimentá-lo com as primeiras ‘papinhas’ de linguagem artística. O importante é levantar e ir embora da sala assim que ele abrir o berreiro, assim que ele se cansar e ficar irrequieto no seu colo. Nada de forçar, porque, no fim das contas, o programa perderá o sentido de prazer e, além disso, você e seu bebê estarão atrapalhando o restante da plateia na fruição do espetáculo. Mesmo que seu bebê fique entretido só por 15 minutos, olhando fixamente para algo no palco, isso já terá valido a pena e o preço do ingresso. Pegue o carro e vá embora. Ou espere no saguão, brincando com seu bebê, enquanto o restante da família vê a peça toda.” É bom senso ou não é?
Mas eis que agora temos a modalidade de “teatro para bebês”. Tudo ficou mais fácil. No fim de semana que passou, fiquei encantado com a adesão das famílias a esta nova proposta. Com um louvável patrocínio da Petrobras, que faz os ingressos serem gratuitos, o premiado grupo Sobrevento está em cartaz até o fim do ano com duas peças “para bebês”, nas manhãs de sábado e domingo (10h e 11h) – e as sessões têm lotado em sua sede no bairro do Belém, vizinho ao Brás, pertinho do Metrô Bresser, ou seja, totalmente fora
do tradicional circuito de teatros paulistanos!
É preciso fazer reserva com boa antecedência. O melhor de tudo é constatar que não há nada de leviano, nem de
oportunista, nem de mercantilista, nem de irresponsável nesta iniciativa do Sobrevento. Tudo é feito com a maior qualidade artística e um cuidado respeitoso com as crianças e com seus pais. Nas mãos de um grupo errado, o rótulo “teatro para bebês” poderia virar um grande equívoco caça-níqueis. O que me surpreendeu foi o contrário: é teatro do melhor nível, que emociona, que toca, que estimula – e, além disso, é para bebês. Em Bailarina, o espetáculo das 10 horas, Sandra Vargas mais uma vez dá um show de delicadeza e placidez em cena. Autora também do lindo texto, Sandra interpreta uma mulher que recebe de presente da filha uma caixinha de música, dessas com uma bailarina na ponta
dos pés. A ideia é valorizar as mínimas ações físicas e o conceito de repetição. Cada gesto é feito e refeito com o maior cuidado, em apurada preocupação com seu conteúdo simbólico e poético. O uso de objetos também é um grande achado, pois a escolha de espelhos, colares, tudo muito colorido e ao mesmo tempo harmonioso, atrai o olhar dos bebês e nos faz, nós adultos, cairmos num estado de contemplação, de calma, de relaxamento. Pérolas são usadas como as lágrimas da bailarina. Não importa se o bebê vai entender a metáfora: importa que a imagem é marcante e consegue entretê-lo e silenciá-lo, num exemplo da mais absoluta integração entre atriz e plateia. Em Meu Jardim, que começa sempre às 11 horas, Luiz André Cherubini e Maurício Santana exploram a espacialidade, as cores, a musicalidade. Num quadrado de pano que delimita o palco, os quatro cantos são o tempo todo explorados. O que acontece no primeiro cantinho do quadrado, é repetido no segundo, no terceiro e no quarto, para explorar a proximidade com todos os bebês da plateia. A luz é um show na hora em que Cherubini fala do sol. E o som é encantador quando ele fala de água. De uma bolsa saem muitos bichos de pano, para que os bebês também explorem o tato. E nessa bolsa há um sino pendurado, uma espécie de guizo, para que haja um som cada vez que o ator manipula a bolsa. Tudo isso não está ali à toa. Tudo é pensado com muito carinho e propriedade, para que os bebês sejam cativados para a arte teatral. É lindo ver o tempo todo, em ambas as peças, a emoção nos olhos dos atores, que às vezes não se furtam a deixar suas lágrimas escorrerem, tamanho é o prazer de constatar o encantamento dos pequeninos com os gestos teatrais mais simples, com os estímulos artísticos mais primários. Ao final de Meu Jardim, o ator sugere - apenas com gestos - que os bebês o ajudem a guardar as sementes de volta dentro de seu chapéu. É incrível a adesão e, mais incrível ainda, como nenhum bebê põe as sementinhas na boca. Eles repetem o gesto do ator, demonstrando que, seja qual for seu nível de percepção do espetáculo, estão completamente dentro da proposta. “Você pode pensar que fazer teatro para bebês é limitante nos temas, nas ideias, na linguagem, mas é o contrário: podemos tudo, porque é um teatro que amplia, não é um teatro que limita”, diz Cherubini.
Um bebê entende tudo o que merece ser entendido, escrevem no programa os integrantes do Grupo Sobrevento, que já estão há seis anos nesta pesquisa para a primeira infância, realizando palestras, debates, encontros e oficinas. Só nos resta aplaudir. Serviço Espaço Sobrevento. Rua Coronel Albino Bairão, 42, a duas quadras do Metrô Bresser. Bailarina. Sábados e domingos, às 10h. Meu Jardim. Sábados e domingos, às 11h. Informações e reservas: (11) 3399-3589 ou (11) 5434-0434. Duração dos espetáculos: 30 a 40 minutos. Prioridade de entrada: 1 bebê e 1 acompanhante. Disponibilidade de lugares: 35 bebês e 35 acompanhantes por sessão. Retirada de ingressos: 30 minutos antes de cada sessão. As reservas caem 10 minutos antes de cada sessão. Entrada franca. Dib Carneiro Neto
Dib Carneiro Neto, 50, é jornalista, dramaturgo (Prêmio Shell 2008 por Salmo 91), crítico de teatro infantil e autor do livro Pecinha É a Vovozinha (DBA), entre outros.
CONDIÇÕES TÉCNICAS
A - Título:
MEU JARDIM
B - Público-Alvo:
Primeira infância, até 3 anos. Lotação: 40 bebês, com um acompanhante
cada.
C - Espaço:
Um salão com condições para iluminação teatral ou o palco de um Teatro
onde o público pode ser acomodado em assentos em frente a área de
apresentação.
Área de representação:
Boca: 5m
Profundidade: 5m
Altura: 3 a 6m
Área do público:
Boca: 5m
Profundidade: 3 a 4m
D - Duração:
Duração do espetáculo: Cerca de 45 minutos.
Tempo de montagem: Cerca de 6h.
Tempo de desmontagem: Cerca de 1h.
E - Necessidades Técnicas - Pessoal e Equipamento:
Pessoal de apoio à montagem: 1 eletricista e 1 ajudante.
Equipamento de luz: 15 PCs, 7 elipsoidais, 14 PAR64 #5, 8 Pin Beam, 6 PAR64
#1, 2 PAR64 #2, 1 efeito de água (fornecido pelo grupo)
Equipamento de som: 2 direct-box, caixas amplificadas e mesa de som.
Alimentação: Café e água durante a montagem. Caso houver atraso na
montagem ou o local designado para as refeições for longe do teatro,
providenciar lanche reforçado no próprio teatro.
F - Transporte de Cenário - Composição, Dimensão, Peso:
O cenário pode ser levado numa van junto com elenco e técnicos. Pesa
cerca de 20 kilos. Se necessário, o grupo pode levar assentos para o público.
Consiste em 4 volumes: 2 caixas plásticas e 1 caixa de papelão.
G - Elenco:
2 atores, 1 músico, 1 técnico de luz e 1 monitor.
Podem ser acomodados em 1 quarto individual e 2 quartos duplos.
Atores: Luiz André Cherubini e Maurício Santana
Músico: João Poleto ou Carlos Amaral
Técnico de Luz Marcelo Amaral
Monitor: Sandra Vargas ou Agnaldo Souza
FICHA TÉCNICA
Realização e concepção visual: Grupo Sobrevento
Texto: Mandana Sadat
Tradução e adaptação: Luiz André Cherubini e Sandra Vargas
Interpretação: Luiz André Cherubini e Maurício Santana
Direção geral: Luiz André Cherubini e Sandra Vargas
Cenografia, bonecos e adereços Grupo Sobrevento
Orientação cenográfica: André Cortez
Figurino: Thais Larizzatti
Direção musical e músicas originais: João Poleto
Iluminação: Renato Machado
Orientação coreográfica: Alício Amaral, Juliana Pardo e J. E. Tico
ENDEREÇOS
ESPAÇO SOBREVENTO
R. Coronel Albino Bairão, 42
Metrô Bresser-Mooca – São Paulo – SP
ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
R. Tenente Azevedo, 104/201-A
01528-020 – São Paulo – SP
TELEFONES
ESPAÇO SOBREVENTO
(11) 3399-3589
CELULARES / WHATSAPP
(11) 99237-5132
(11) 96625-8215
INTERNET
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