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1 AFIXOS, NEOLOGISMOS E CONSTRUÇÃO DE SENTIDO NO POEMA DE HAROLDO DE CAMPOS ALEA 1 – VARIAÇÕES SEMÂNTICAS Inti Anny Queiroz* RESUMO: O objetivo deste artigo é fazer uma reflexão a partir de dois pontos a linguística e a literatura a partir da análise morfológica dos prefixos, sufixos e dos neologismos enquanto possibilidades de renovação lexical geradas pela construção de palavras apresentadas no poema de Haroldo de Campos “Alea 1 – Variações semânticas”. Este poema apresenta diversas palavras de interesse ao estudo pretendido. Buscaremos a partir da análise, observar como se comportam os afixos propostos pelo poeta dentro da proposta de construção lexical e neologismos construídos a partir da mistura de afixos. Observaremos cada construção morfológica contrastando as duas partes do poema de forma a analisar a afixação proposta pelo poeta, analisando desde a fonologia, a criação lexical, estilística e a geração de sentido no plano discursivo para compreendermos a intenção do enunciado como um todo. ABSTRACT: The aim of this paper is to make a reflections between linguistics and literature by a morphological analysis of prefixes, suffixes and of neologisms as possibilities of renovation generated by the construction of lexical words presented in the poem of Haroldo de Campos "Alea 1 - Variations semantics." This poem has many words of interest to the desired study. We will seek from the analysis, observe how the affixes behave proposed by the poet within the proposed construction and lexical neologisms constructed from a mixture of affixes. We will look at each building morphological contrasting the two parts of the poem in order to analyze the affixation proposed by the poet, looking from the phonology, lexical creation, generation of stylistic and discursive level in order to understand the intent of the utterance as a whole. PALAVRAS-CHAVE: neologismos, afixos, sentido. KEY-WORDS: neologisms, affixes, meaning. INTRODUÇÃO Haroldo de Campos, conhecido por sua poesia concreta e de proposta inovadora, sempre foi reconhecido por uma certa “estranheza” e pela criação de neologismos e novas formas de escrever o português. Interletras, volume 3, Edição número 17,abril 2013/ setembro.2013 - p

Afixos, Neologismos e Construção de Sentido - Variacoes Semanticas

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Afixos, Neologismos e Construção de Sentido - Variacoes Semanticas

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Afixos, neologismos e construo de sentido no poema de Haroldo de Campos Alea 1 variaes semnticas

Inti Anny Queiroz*

Resumo: O objetivo deste artigo fazer uma reflexo a partir de dois pontos a lingustica e a literatura a partir da anlise morfolgica dos prefixos, sufixos e dos neologismos enquanto possibilidades de renovao lexical geradas pela construo de palavras apresentadas no poema de Haroldo de Campos Alea 1 Variaes semnticas. Este poema apresenta diversas palavras de interesse ao estudo pretendido. Buscaremos a partir da anlise, observar como se comportam os afixos propostos pelo poeta dentro da proposta de construo lexical e neologismos construdos a partir da mistura de afixos. Observaremos cada construo morfolgica contrastando as duas partes do poema de forma a analisar a afixao proposta pelo poeta, analisando desde a fonologia, a criao lexical, estilstica e a gerao de sentido no plano discursivo para compreendermos a inteno do enunciado como um todo. Abstract: The aim of this paper is to make a reflections between linguistics and literature by a morphological analysis of prefixes, suffixes and of neologisms as possibilities of renovation generated by the construction of lexical words presented in the poem of Haroldo de Campos "Alea 1 - Variations semantics." This poem has many words of interest to the desired study. We will seek from the analysis, observe how the affixes behave proposed by the poet within the proposed construction and lexical neologisms constructed from a mixture of affixes. We will look at each building morphological contrasting the two parts of the poem in order to analyze the affixation proposed by the poet, looking from the phonology, lexical creation, generation of stylistic and discursive level in order to understand the intent of the utterance as a whole.

Palavras-chave: neologismos, afixos, sentido. Key-words: neologisms, affixes, meaning.

Introduo Haroldo de Campos, conhecido por sua poesia concreta e de proposta inovadora, sempre foi reconhecido por uma certa estranheza e pela criao de neologismos e novas formas de escrever o portugus. Neste poema, o poeta traz uma rica variedade de palavras, onde podemos verificar a presena de sufixos e prefixos, e tambm a partir destas a criao de neologismos, mostrando a enorme possibilidade de vocbulos pertinentes anlise morfolgica pretendida neste trabalho. A utilizao de substantivos, adjetivos evidenciado em sua potica pelo uso e troca de afixos, prefixos e sufixos, habitualmente usados em outros substantivos e adjetivos da lngua portuguesa no Brasil. A relevncia da observao deste poema para o estudo dos neologismos deve proporcionar uma anlise morfolgica e ao mesmo tempo a reflexo acerca das possibilidades poticas de construo metafrica e esttica na poesia. A anlise a nvel lingustico poder contribuir para os estudos morfolgicos, semnticos e de filolgicos da poesia contempornea brasileira. Neste estudo utilizaremos fatores tericos morfolgicos para analisar a construo neolgica de palavras com um novo efeito de sentido para adjetivos. 1. CORPUSO poema de Haroldo de Campos que vem a seguir em si demonstra apenas por sua leitura muito do que buscaremos comprovar neste estudo. ALEA 1 Variaes SemnticasO ADMIRVEL, o louvvel o notvel o adorvelO grandioso o fabuloso o fenomenal o colossalO formidvel o assombroso o miraculoso o maravilhosoO generoso o excelso o portentoso o espaventosoO espetacular o sunturio o feerfico o fericoO meretssimo o venerando o sacratssimo o serenssimoO impoluto o incorrupto o intemerato o intimoratoO ADMERDVEL o loucrvel o nojvel o adourvelO ganglioso o flatuloso o fedormenal o culossdicoO forniclado o ascumbroso o iragulosso o matravisgosoO degeneroso o incstuo o pusdentoso o espasmventrosoO espetacular o supurrio o feezfero o pestfrioO merdentssimo o venalando o cacratssimo o sifelssimoO empaluto o encornupto o entumurado o intumorato

2. AnlisePara analisar as palavras deste poema utilizaremos basicamente as teorias de Jos lemos Monteiro e o inventrio de sufixos apresentado no livro Morfologia Portuguesa (2002). A partir do inventrio dos sufixos apresentados por Monteiro buscaremos analisar a especificidade de cada afixo e as possibilidades semnticas, incluindo a construo de alguns neologismos a partir da juno de bases a afixos, bem como as intenes de construo de sentido de Haroldo de Campos. importante entendermos que a construo morfolgica traz para o poema um efeito de sentido especial. Os adjetivos re-sufixados possibilitam ao leitor uma nova forma de compreenso das metforas poticas que claramente demonstram a inteno do autor do choque a partir das palavras. Um dos mais renomados estudiosos dos estudos lingusticos do portugus, Joaquim Mattoso Cmara, diz que na anlise lingustica, sincrnica, prope-se depreender das frases as formas mnimas (semantemas ou morfemas) que podem ser livres, dependentes ou presas (Mattoso, 1973, p.72). Morferma ou semantema a unidade mnima dotada de significado que integra a palavra. A partir desta proposio, depreenderemos os afixos, enquanto formas presas na analise a seguir, partindo da analise de estruturas possveis no portugus para a composio de palavras. Afixo a parte da palavra que se combina com o semantema, sempre na qualidade de forma presa (...) uma forma agregada obrigatoriamente a uma base que constitui a entidade lxica. E so divididos em: prefixos, sufixos, interfixo, infixo, circunfixo, transfixo, confixo. (MONTEIRO, 2002, p.53). Os tipos afixos que utilizaremos para nosso estudo so: Prefixos Acrescenta-se antes de um vocbulo existente, como verificamos em incorrupto. Sufixo vem aps o radical ou tema de uma palavra, como observamos em grandioso. De acordo com Monteiro podemos salientar que os prefixos so: Elementos que aparecem antes da raiz modificando o significado do vocbulo primitivo, (...) destacam-se muito facilmente aps de uma palavra inteira, (...) quase sempre alteram o significado do semantema, (...) no servem para indicar as funes gramaticais dos vocbulos, (...) Em geral, no mudam a classe gramatical da palavra, (...) podem ser formas livres ou formas presas. (MONTEIRO, 2002, p.23) No poema de Haroldo de Campos possvel verificar a presena de algumas palavras que apresentam prefixos como em:impoluto - [im-] + [-poluto] com sentido de no poludoincorrupto [in-] + [corrupto] com sentido de no corruptoO prefixo [in] traz a noo semntica de negatividade, de algo que no o que a palavra base ou radical anterior a juno representa. Na primeira estrofe do poema, Haroldo de Campos busca listar uma srie de palavras de cunho positivo: Grandioso, fabuloso,... e que ao mesmo tempo exprime um tipo de grandeza. Ao utilizar na ultima linha desta primeira estrofe, palavras que apresentam a base de cunho negativo como, por exemplo, corrupto, o poeta utiliza o prefixo [in] para alterar o sentido da base para uma forma positiva no corrupto. A somatria de um prefixo de sentido negativo aliado a uma base negativa proporcionou a idia de positividade do vocbulo trazendo um novo sentido. Outro ponto que deve ser observado a variao fonolgica do prefixo [in] para [im]. A fonologia explica que na juno silbica do prefixo [in] junto a palavras base iniciadas em /p/ e /b/ o fonema /n/ alterado para /m/. O poema apresenta tambm diversas palavras com derivao sufixal. Os sufixos da lngua portuguesa tem seu ncleo a partir de uma raiz que partem de palavras em processo de derivao. De acordo com Monteiro: Os sufixos devem ser analisados como elementos significativos que aparecem aps a raiz de uma palavra. (...) no se destacam com facilidade, (...) no podem ser entendidos como formas livres ou dependentes, aparecendo sempre agregados s razes ou radicais que os reclamam no processo derivativo. (...) Muitos sufixos servem para mudar a classe ou funo da palavra. (...) Podem indicar categorias gramaticais dos vocbulos (gnero, nmero, nmero e pessoa, modo e tempo). (MONTEIRO, 2002, p. 46)A derivao sufixal proporciona um novo efeito de sentido ao radical e esta proposio evidenciada no poema a partir da composio paradigmtica do mesmo. A partir desta proposio analisaremos as seguintes palavras com derivao sufixal para a nossa analise embasada no inventrio de sufixos de Monteiro (2002, p.165-180): Base + sufixoLouvvel - [louva-] + [-()vel]Adorvel - [adora-] + [-()vel]O sufixo [-()vel] designa palavra a classificao morfolgica de adjetivo, derivado de um verbo. apresentado aliado a uma base verbal facilmente destacada, uma vogal temtica oriunda da origem verbal do semantema, como em outros exemplos: amvel (amar), punvel (punir), invejvel (invejar). O efeito de sentido do sufixo mostra uma inteno de grandiosidade nas palavras a que ele colocado. Grandioso [grand (i)-] + [-oso]Assombroso [assombr-] + [-oso]O sufixo [-oso] designa palavra a classificao morfolgica de adjetivo, derivado de um nome ou de um adjetivo. Designa significao de qualidade, intensidade ou de estado base. Geralmente apresentado aliado a uma base nominal facilmente destacada, aliado a uma vogal de ligao oriunda da origem nominal da base apresentada como em outros exemplos: duvidoso (duvida), glorioso (gloria), bondoso (bondade), frutuoso (fruto), saudoso (saudade). Sacratssimo - [sacra(t)-] + [-ssimo]Serenssimo - [seren-] + [-ssimo] O sufixo [-ssimo] denota ao adjetivo ou ao nome uma qualidade superlativa. apresentado aliado a uma base nominal ou adjetival facilmente destacada, pode apresentar uma vogal ou consoante de ligao em alguns casos. um sufixo facilmente adaptvel a novas bases possibilitando a composio de novos adjetivos superlativos, gerando neologismos. Isto pode ser facilmente observado no poema estudado onde Haroldo de Campos compe novos adjetivos superlativos na somatria de bases substantivadas e o sufixo [-ssimo]. Como em:Cracatssimo [craca(t)-] + [-ssimo] A palavra foi destacada da segunda estrofe do poema, onde o poeta procura mostrar o lado negativo do admirvel, o que ele mesmo chama de admerdvel, fazendo uma analogia direta primeira estrofe onde transmite maior positividade na escolha das palavras. Aqui podemos observar a juno de uma palavra de origem popular, de semntica jocosa, possivelmente ainda no dicionarizada. O substantivo craca significa algo parecido com excremento, ou sujeira proporciona imediatamente o sentido de algo sujo. A adio do sufixo [-ssimo] amplia ainda mais a inteno jocosa do adjetivo cracatssimo, neologismo tambm ainda no dicionarizado. Tratando ainda dos neologismos no poema, Haroldo de Campos mostra-se muito criativo ao incluir neologismos to inovadores que alguns s podem receber significados a partir do contexto do poema ou da comparao de sufixos. clara a relao entre a morfologia e a criao de sentido no poema buscado pelo autor ao utilizar novas possibilidades do uso dos afixos para a construo do sentido dos signos utilizados e da inteno do autor de brincar com a morfologia da lngua. Palavras como: ascumbroso, iraguloso, matravisgoso, fedormenal, no existem na lngua portuguesa, nem em dicionrios, muito menos na fala da populao, porm o uso no poema gera um sentido a partir da anlise de seus sufixos, ainda que as bases usadas no existam enquanto nomes, adjetivos, ou verbos. Ainda que no existam estas palavras trazem um efeito semntico perceptvel dentro do contexto do poema, onde a primeira estrofe busca mostrar o positivo, o admirvel e a segunda parte do poema busca o jocoso, o admerdvel. A prpria palavra admerdvel um neologismo, mas que tambm s adquire sentido dentro do poema e do contexto pretendido pelo poeta. A construo de sentido de palavras como Admerdvel e outras como merdentssimo, ascumbroso, entre outras, nos trazem por um lado tempo um tom de sentido do que Bakhtin chamaria de discurso das partes baixas j que esto ligadas s necessidades fisiolgicas dos seres humanos (BAKHTIN, 2010, p. 33) Ao mesmo tempo estas palavras trazem a tona um sentido do humor ao poema, ainda que de tom claramente grotesco que provoca no leitor o riso. Podemos aferir que os neologismos so inovaes lingusticas que se firmam numa lngua." (VILELA, 1979, p.33). Essas novas palavras encontradas no texto podem ser consideradas neologismos partindo do ponto de vista de que estas ainda no esto dicionarizadas, e, portanto, ainda no estabelecidas na lngua portuguesa. Podemos aferir que a criao de novas palavras acontece a partir de dois processos de formao de palavras (LIMA, 1973, p.34):Derivao processo pelo qual de uma palavra se formam outras, por meio da agregao de certos elementos que lhe alteram o sentido referido sempre significao da palavra primitiva. Composio processo pelo qual se cria uma palavra pela reunio de dois ou mais elementos vocabulares de significao prpria, onde o conjunto deles passe a formar um todo com significao nova. Cada lngua tem seus mecanismos de formao de novas palavras, e alguns casos at mais condensados do que outros. No caso especfico da lngua portuguesa, dentre vrios processos destacam-se a derivao e a composio. Limitemo-nos em primeiro plano analisamos a derivao, que segundo Bechara, esse procedimento consiste em formar palavras de outra primitiva por meio de afixos (*1) (moderna gramtica de lngua portuguesa): (2001, p. 357).Compreende-se assim que essa maneira de enriquecer o lxico, articula-se em torno das formas presas em posio anterior com os prefixos e posterior com os sufixos. Da a classificao em derivao sufixal e prefixal.Mattoso Cmara (1973) salienta que em portugus os sufixos assumem funes diversificadas, as quais servem no para acrescentar a um semantema uma ideia acessria como a de grau e a de aspecto, mas tambm para transpor uma palavra de uma classe para outra. Outro ponto que pode ser evidenciado no poema a partir da observao dos neologismos e a construo de sentido pretendida pelo poeta o estilo do autor. Haroldo de Campos evidencia seu estilo arrojado, desafiador, humorstico e em alguns momentos jocoso ao utilizar os neologismos de forma intencional. Seu estilo fica evidenciado no apenas pela utilizao de afixos trocados propositalmente, mas tambm por sua inteno de chocar o leitor com termos de tom jocoso. De acordo com Bakhtin (2003, p. 267) ao observarmos o estilo do autor devemos levar em conta a forma individual de escrever, o lxico, a composio frasal e morfolgica das palavras. No caso do gnero discursivo poema, o conceito bakhtiniano de estilo do autor fica em evidncia ressaltando as intenes discursivas do autor na construo do sentido apresentado. No apenas a nvel concreto a partir dos neologismos empregados, mas desde o ttulo do poema, Haroldo de Campos demonstra sua real inteno de trazer uma reflexo semntica da lngua portuguesa, envolvendo a morfologia e outros elementos lingusticos e extralingusticos,

Consideraes finais A partir da anlise do poema de Haroldo de Campos pudemos perceber que o poema Alea 1 variaes semnticas apresenta uma forma intencional de construo de sentido a partir do uso de formas neolgicas na lngua portuguesa. O autor prope a criao de neologismos, ainda que a maior parte destes apresentem um tom claramente jocoso e de estranhamento ao leitor. Alm da criao dos neologismos, o autor prope a construo de sentido a partir da troca de afixos, prefixos e sufixos, de maneira criativa de modo a proporcionar ao leitor no apenas uma obra potica de grande relevncia para a lngua portuguesa, mas tambm uma possibilidade de reflexo acerca da construo lingustica do portugus, j que nos oferece um rico constructo de neologismos criados especificamente para o poema, com a inteno da construo de sentido a partir da morfologia bem como para a potica em si. A anlise do criativo poema de Haroldo de Campos no presente estudo possibilitou a observao de construo dos neologismos ainda que estes, mesmo depois do poema no foram absorvidos pela lngua portuguesa em uso. O uso na lngua de neologismos deve acontecer a partir da produtividade das palavras e seu contnuo uso na lngua. O tom jocoso e o estranhamento causado pelos neologismos criados no poema, ainda que esta obra torna-se clebre por sua nobre inteno de inferir uma reflexo da lngua portuguesa em si no foi suficiente para que os neologismos propostos se instalassem na lngua a partir de sua publicao. relevante resaltar a inteno do autor em construir uma reflexo acerca da lngua em si, no apenas como ferramenta potica, mas demonstrar a partir de um poema de que forma a lngua portuguesa, evidenciada pela riqueza morfolgica observada nesta anlise, possibilita a construo de sentidos a partir de sua morfologia e consequentemente de seus morfemas, neste caso especial os afixos, carregados de semntica. O nome do poema nos traz uma dica da real inteno do autor e nos proporciona uma reflexo potica acerca da lngua portuguesa.

Referncias BAKHTIN, Mikhail. M. A cultura popular na idade mdia e no renascimento: o contexto de Franois Rabelais. Trad. de Yara Frateschi Vieira. 7 edio. So Paulo: Editora Hucitec, 2010._______ . Gneros do discurso. IN: Esttica da criao verbal. Trad. Paulo Bezerra. So Paulo: Editora Martins Fontes, 2003[1952-53]. p. 261-308.BECHARA, Evanildo. Moderna gramtica portuguesa. 37 ed. Rio de Janeiro : Lucerna, 2000.CAMARA JR., J. Mattoso. Dicionrio de Lingustica e Gramtica. Petrpolis, Editora Vozes, 1991. CAMARA JR, J. Mattoso. Princpios de Lingustica Geral. Rio de Janeiro: Livraria Acadmica. 1973.CUNHA, Celso Ferreira da. Gramtica da Lngua Portuguesa. Rio de Janeiro, FAE, 1992. LIMA, Rocha. Gramtica normativa da lngua portuguesa. Rio de Janeiro: Livraria Jos Olmpio, 1973. MARTELOTTA, Mrio Eduardo. (org) Manual de lingustica. So Paulo: Editora Contexto, 2008. MONTEIRO, Jos Lemos. Morfologia portuguesa. Campinas: Pontes, 2002. OSEKI-DPR, Ins. Melhores poemas de Haroldo de Campos. So Paulo: Editora Global, 2000. SILVA, Maria Ceclia Prez de Souza e KOCK, Ingedore Grunfeld Villaa. Lingustica aplicada ao portugus: morfologia. 15 Edio. So Paulo: Editora Cortez, 2005. VILELA, Mario. Estruturas paradigmticas do portugus. In: Estruturas lxicas do portugus. Coimbra, Livraria Almedina, 1979. * Universidade de So Paulo. (mestranda do Programa de Filologia e Lngua portuguesa da FFLCH)

Interletras, volume 3, Edio nmero 17,abril 2013/ setembro.2013 - p