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FACULDADE ASSIS GURGACZ AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL PARANÁ CASCAVEL 2013

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FACULDADE ASSIS GURGACZ

AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM

ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL –

PARANÁ

CASCAVEL

2013

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TIAGO MAFFINI

AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM

ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL –

PARANÁ

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do título de bacharel em farmácia, curso de Farmácia, Faculdade Assis Gurgacz - FAG.

Professora orientadora: Patrícia Stadler Rosa Lucca.

CASCAVEL

2013

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TIAGO MAFFINI

AFLATOXINAS EM PLANTAS MEDICINAIS COMERCIALIZADAS EM

ESTABELECIMENTOS DE PRODUTOS NATURAIS NA CIDADE DE CASCAVEL –

PARANÁ

Trabalho apresentado durante o curso de Farmácia da FAG, como requisito parcial

para obtenção do título de Bacharel em Farmácia, sob a orientação da professora

Patrícia Stadler Rosa Lucca.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________ Profª. Patrícia Stadler Rosa Lucca

Mestre

_______________________________ Nome do Professor Avaliador

Titulação do Professor Avaliador

_______________________________ Nome do 2º Professor Avaliador Titulação do Professor Avaliador

Cascavel, 06 de Novembro de 2013.

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DEDICATÓRIA

Dedico este Trabalho especialmente aos meus pais

Miguel Maffini e Izamar Dall’ Agnol Maffini que graças a

eles, hoje eu posso cumprir esta etapa da minha vida da

melhor forma possível, e realizar um sonho, e a minha

irmã Kelli Maffini pelo apoio e companheirismo durante

todos estes anos.

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AGRADECIMENTOS

Á Coordenadora e Professora Patrícia Stadler Rosa Lucca, pela sua atenção,

apoio, paciência e excelente contribuição para este trabalho.

Em especial aos professores Giovane Douglas Zanin, Emerson da Silva

Machado, Claudinei Mesquita, Tatiana Tiuman, Juliana Cristina Friedrich, Paulo

Sergio Daniel, Liane Dezanet e Patrícia Lucca pela sua contribuição não apenas na

formação profissional, mas também no desenvolvimento pessoal e do caráter de

seus alunos.

Á todos os professores com quem eu tive o privilégio de ter aulas nas

instituições UNIPAR e FAG.

Ás farmacêuticas com quem eu tive a oportunidade de trabalhar durante os

estágios extracurriculares: Rosali Regina Paludo, Elenir Rudeck, Juliana Bieger,

Graciela Calazans, Fabiana Trento e Patricia Filippin que em seus locais de trabalho

e me proporcionaram muito aprendizado e experiência.

Á Leilaine e á Mayara, do laboratório de análises de controle de qualidade

A3Q, pela atenção e paciência durante a realização das análises.

Á Thais do laboratório de análises clínicas da FAG por ser muito parceira e

sempre ter dado uma forcinha quando precisei.

Aos meus colegas de faculdade em especial: Camila Tonello, Katiane Lowe,

Sara Maffini, Daiane Andressa Faoro, João Lucas Kapp, Matheus Heck de Souza,

Juliana Huppes, Monise Fiorentin, Nathália de Sá, Ana Caroline Renz, Karla Costa,

Luana Banfi, e todos os demais. É muito bom ter conhecido todos e ter estabelecido

grandes amizades durante estes quatro anos de faculdade.

Aos meus tios Pedro Maffini e Marcia Raquel Maffini, pelo apoio e

encorajamento que vem me proporcionando nestes últimos anos.

Ás Minhas Avós Amália Dall’ Agnol e Amabile Maffini que me servem como

exemplo de caráter e de amor.

Aos meus pais, por serem como são e fazerem de mim um reflexo deles,

além do apoio e dos esforços sem medidas para me fornecer as melhores condições

possíveis para chegar onde eu estou hoje.

E finalmente a Deus, que me serve de consolo e refúgio nos momentos

difíceis e sempre me conduz pelo melhor caminho.

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SUMÁRIO

REVISÃO DE LITERATURA

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ARTIGO CIENTÍFICO

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INSTRUÇÕES AOS AUTORES DA REVISTA BRASILEIRA DE PLANTAS MEDICINAIS.

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REVISÃO DE LITERATURA HISTÓRICO DE UTILIZAÇÃO DE PREPARAÇÕES POR INFUSÃO

Historicamente, o uso de chá é referido desde a antiguidade, iniciando-se o

costume com o Chá-Verde (Camellia sinensis), planta originária da região sul da

China que é cultivado principalmente nos países da Ásia e África Central. O uso do

Chá-Verde na China já tem mais de três mil anos, a qual também e responsável pelo

maior cultivo desta planta. (BATISTA et al., 2009).

Ao longo dos anos, o uso do chá foi se diversificando e se especializando, há

muito tempo já é notificado o uso de plantas como medicamentos para prevenção e

tratamentos de distúrbios e doenças em seres humanos e animais, como por

exemplo, no Japão, onde o consumo se iniciou entre os monges budistas entre os

anos 800 D.C. Lá, considerava-se o extrato de chá um produto solúvel em água e

que poderia ser obtido por infusão, e os três principais tipos eram o Chá-Preto, o

Chá-Verde e o Oolong. (BATISTA et al., 2009).

Esta cultura ganhou fama e foi se disseminando pelo mundo, Portugal teve

duas primazias em relação à introdução do chá na Europa. Foram responsáveis pela

introdução do consumo da bebida, e em 1750 introduziram o cultivo do chá, porém,

apenas um século depois é que a produção gerou uma aposta na industrialização do

processamento com a chegada de mão de obra especializada no país (Sociedade

Brasileira de Bugei, S/D; SATO, S/D).

"Na Europa ocidental importa-se até hoje o Chá (Camellia sinensis). Mas, na

época, ervas e frutas locais como a hortelã, a camomila, a erva doce, a maçã, a pera

e frutinhas vermelhas como amoras e morangos, com sabor e propriedades

diferentes da Camellia sinensis, passaram a ser utilizadas, com o mesmo processo

de obtenção (infusão), então, todo o tipo de infusão em água quente passou a ser

popularmente conhecido como Chá." (SATO, S/D).

No Brasil, a cultura do chá foi introduzida no Rio de Janeiro por D. João VI, e

espalhou-se para Minas Gerais, São Paulo e Paraná. Atualmente, a principal região

produtora do chá no Brasil é o Vale do Ribeira, em São Paulo, principalmente os

municípios de Registro, Pariquera, Açu e Cajati, sendo a colonização japonesa a

grande responsável pela expansão dessa cultura na região (LIMA et al., 2009).

"As plantas medicinais no Brasil podem ser utilizadas de diversas maneiras e com diferentes propósitos, seja in natura, com partes inteiras ou sob a

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forma para preparação de chás e/ou outros preparos caseiros" (MUSSI-DIAS et al., 2012).

UTILIZAÇÃO DE PREPARAÇÕES POR INFUSÃO PARA FINS TERAPÊUTICOS.

Consumir plantas medicinais é um hábito muito antigo e tem base nas

tradições familiares, que vêm tornando-se prática generalizada na medicina popular

(BRASILEIRO et al., 2008).

Segundo Junior et al. (2005) no início dos anos 90, a OMS divulgou um

estudo onde apontava que entre 65 e 80% da população nos países sub-

desenvolvidos e em expansão dependiam de plantas medicinais, sendo esta, muitas

vezes, a única forma de acesso aos cuidados básicos de saúde.

Atualmente, existem fatores que direcionam a população ao consumo e uso

destes recursos como forma de tratamento de determinadas afecções e distúrbios

que os acometem, podendo citar o exemplo do alto custo dos medicamentos

industrializados no geral e o difícil acesso a estes e à assistência médica. Tem-se

falado muito também na tendência ao uso de produtos de origem "Natural"

(BRASILEIRO et al., 2008).

No Brasil, o conhecimento das plantas medicinais surge a partir de uma rica

mistura de tradições indígenas, de europeus e de africanos, baseados em espécies

tropicais desde o tempo de colonização. A íntima relação entre o homem e as

plantas de seu ambiente é de grande utilidade para a medicina moderna ocidental.

Esta sabedoria está cada vez mais aprofundada pelo homem e em constante

modificação pela cultura moderna (MEIRA, et al., 2010).

"A etnobotânica inclui todos os estudos concernentes à relação mútua entre populações tradicionais e as plantas. Apresenta, como característica básica de estudo, o contato direto com as populações tradicionais." (FRANCO & BARROS, 2005).

A etnobotânica busca uma aproximação e vivência que permita conquistar a

confiança entre as populações no intuito de resgatar o conhecimento sobre as

plantas e a sua afinidade com a cura do ser humano, e de um modo geral, o povo

brasileiro tem uma gama muito significativa de conhecimento, em suas populações

mais tradicionais, a respeito de métodos alternativos de cura de doenças mais

frequentes, porém, que está ameaçada pela medicina ocidental e o bloqueio do

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processo de transmissão do conhecimento entre gerações, gerado pela falta de

busca pela informação por parte das pessoas, fato que ocorre principalmente nas

grandes cidades (FRANCO & BARROS, 2005).

Em estudos realizados com pessoas da região Sul do Brasil, a maioria com

idade acima de 60 anos até 70 anos, observou-se que cerca de 33% dos pacientes

utilizavam algum tipo de medicamento sem o consentimento de seu médico, 57%

dos pacientes em estudo apresentavam polifarmácia e a prevalência do consumo de

chás foi de 56% (n=120) (FLORES & MENGUE, 2005).

Atualmente, as pessoas podem usufruir de uma diversidade de plantas e

fitoterápicos vendidos indiscriminadamente nos estabelecimentos comerciais, e a

demanda por produtos mais saudáveis tem proporcionado à ascensão das plantas

também dentro da área agronômica, e por esse motivo, trabalhos com plantas

medicinais enfocam a questão do cultivo e a produção de mudas, sendo estas

coletadas na mata ou em ambiente nas quais foram introduzidas e selecionadas

pela eficiência terapêutica e pela adaptabilidade do cultivo nas diferentes regiões

(ETHUR et al., 2011; MEIRA et al., 2010).

Conforme anexo da Portaria Nº 519, de 26 de junho de 1998 da ANVISA,

Chás são produtos constituídos por partes de vegetais independentemente se

estejam fragmentadas, trituradas, etc. Obtidos por processo especializados para

cada espécie. Sua utilização se destina ao uso exclusivamente na preparação de

bebidas com caráter alimentício seja por infusão ou decocção em água potável,

sem que se defina com alguma utilidade terapêutica.

Segundo a RDC 10/2010 da Agência nacional de vigilância sanitária

(ANVISA), institui-se a notificação de drogas vegetais junto a ANVISA, sendo neste

contexto consideradas como plantas medicinais na íntegra ou suas partes, as quais

devem conter os componentes responsáveis pela ação farmacológica após os

processos de coleta, estabilização, dessecamento, e podendo estar na forma

íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada, e respeitando os estádios de

desenvolvimento da planta para obter maior concentração destes e também, a

respectiva época do ano em que isso ocorre.

Melo et al. (2000) mostraram em seu trabalho que, o constante incentivo no

uso dos produtos ditos "naturais" gera uma preocupação em relação a higiene dos

produtos que são consumidos e com isso, deve-se dar uma atenção especial a

carga microbiana que habitam as plantas comumente utilizadas pelas pessoas.

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A queda da qualidade de medicamentos e produtos advindos de origens

vegetais está intimamente relacionada com a ausência de Farmacovigilância e

ausência de Boas Práticas na produção comercialização e transporte destes

materiais, sendo assim necessárias a padronização da qualidade das práticas de

identificação, de cultivo, de coleta, de manipulação, secagem e armazenamento bem

como transporte (BARBOSA et al., 2009).

Estudos realizados por Leite & Biavatti (1996) em que avaliaram a qualidade

de plantas medicinais vendidas no comércio de Itajaí – SC, constataram que a

maioria das plantas não possuía um controle de qualidade satisfatório,

caracterizando muitas vezes o produto como impróprio para o consumo.

Observaram também que cerca de 40% das amostras foram reprovadas por conter

impurezas/material estranho e cerca de 20% das amostras desqualificadas

continham espécies nas embalagens não correspondentes com a descrita no rótulo

do produto, caracterizando assim uma adulteração (se for intencional) ou indicando

uma falta de orientação do produtor.

A avaliação microbiológica da planta é importante, pois a partir dela, tem-se

uma ferramenta para estimar a vida útil dos produtos, bem como pela pesquisa de

microbiota patogênica e saprófitos que deteriorizam o produto, [...] além de que,

inúmeras doenças que acometem o ser humano são causadas principalmente por

microrganismos patogênicos [...] na maioria das vezes transmitidos pela via fecal-

oral ingeridos em águas ou ainda alimentos contaminados (BARBOSA et al., 2009).

Fica estabelecido para plantas que passarão por processo de extração a

quente, seja por infusão ou decocção ou outro método, o seguinte: a contagem

máxima para bactéria aeróbicas de no máximo 107 UFC/g; Fungos, contagem

máxima de 104 UFC/g. Escherichia coli, crescimento de no máximo 10² UFC/g.

Demais enterobactérias, o crescimento não deve exceder o máximo de 104 UFC/g.

Não deve haver crescimento de Salmonela, e deve haver ausência de Aflatoxinas,

devendo esta análise ser realizada quando for citado em monografia específica na

farmacópeia ou em literatura científica quando existir (BRASIL, 2010).

CONTAMINAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS POR MICROORGANISMOS E OS

RISCOS RELACIONADOS AO SEU USO.

A cartilha do ministério da Agricultura Pecuária, e Abastecimento (2006)

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dispõe de algumas recomendações para o processo de cultivo de plantas medicinais

para evitar a queda da qualidade do produto. O cultivo então deve ser feito em áreas

específicas livres de contaminação seja por metais pesados, resíduos de

agrotóxicos ou qualquer outra substância química não natural. As áreas destinadas

ao cultivo devem estar situadas longe de rodovias de movimento intenso (pelo

menos 2km) e áreas industriais, evitando assim a contaminação por poluentes

lançados no ar nestas regiões que por sua vez podem depositar-se sobre as plantas

e contaminá-las. Produtos químicos eventualmente utilizados devem ter o menor

efeito nocivo possível. Com relação à adubação a ser utilizada, a cartilha nos diz que

este não deve conter fezes humanas. Se for orgânico, de origem animal, deve estar

completamente curtido ou (vermi) compostado antes da aplicação, para reduzir ao

máximo a carga microbiana no produto. Resíduos de culturas e de outros vegetais

também devem, preferencialmente, ser compostados para evitar a proliferação de

doenças.

Os microrganismos proliferam-se muito rapidamente causando deteriorações

indesejáveis nos produtos, afetando as características de sabor, odor e cor, e

podendo levar a um estado de podridão, sulcos e gomas, liquefação e

murchamento. Mais grave que essas alterações, é a produção de substâncias

tóxicas, que podem invadir o trato intestinal ou outras partes do organismo

produzindo graves doenças (TORASSI, 2009).

Além da maneira como são manuseados no processo de cultivo, outros

fatores podem influenciar na presença de microorganismos tais como temperatura e

umidade por exemplo. Segundo Torassi (2009), os microrganismos podem se

desenvolver em temperaturas que variam de 2°C a 70°C. De acordo com suas

exigências de temperatura, os microrganismos são classificados como: psicrófilos

(microrganismos que se desenvolvem entre 0°C e 20°C), psicrotrófilos (se

desenvolvem entre 0°C e 7°C), mesófilos (multiplicam-se entre 30°C e 45°C) e

termófilos (crescem entre 55°C e 60°C).

Outro fator que está relacionado ao aparecimento de flora microbiana em

geral e também a patogênica, é a umidade que é definida pela atividade de água

(Aw) dos produtos. Araújo et al., (2005) dizem que o crescimento dos

microrganismos depende da atividade de água, em razão da influência da pressão

osmótica sobre as trocas através das membranas. São observados crescimento e

desenvolvimento microbiano, entre faixas que variam de 0,60 a 0,99 de Aw; em

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geral, o valor ótimo para o crescimento se situa entre 0,90 e 0,99; abaixo disso, o

crescimento é mais dificultado, mas que depende de cada espécie podendo ser

moderado, retardado ou inibido. Assim é possível classificar os diferentes tipos de

microrganismos caracterizando-os por um valor de atividade de água (Aw) mínimo,

abaixo do qual não mais se tem a possibilidade de desenvolvimento.

A preservação dos princípios ativos nas plantas medicinais pode ser

comprometida pela coleta inadequada, secagem e armazenamento impróprio, pois

pode ocorrer degradação por processos metabólicos, hidrólise, luz, ação enzimática,

oxidação, fermentação, calor e contaminação microbiológica (BOCHNER et al.,

2012).

Segundo Leite & Biavatti (1996) Apesar do comum incentivo a utilização de

plantas medicinais, são raras a constatações bibliográficas referentes á qualidade

destes produtos, e salientam que da mesma forma que os demais medicamentos, os

produtos de origem natural devem ter a sua qualidade analisada com características

físicas, químicas e também quanto á instabilidade.

O uso de plantas medicinais, muitas vezes pode ser um fator de risco de

toxidez potencialmente agressivo, portanto é necessário ter cautela ao utilizar estes

produtos que podem ser reservas naturais de componentes tóxicos (originados de

seu metabolismo natural) ou ainda de fontes externas por contaminação com

microrganismos, especialmente os fungos (MUSSI-DIAS, et al. 2012), ou ainda por

enterobactérias por exemplo (BARBOSA et al., 2009).

Com relação ao tipo de exposição que pode causar algum dano ou efeito

nocivo ao organismo, têm-se duas classificações. A primeira é aquela em que ocorre

em um prazo de 24 horas, onde o indivíduo ingere grandes quantidades de uma

substancia danosa levando aos efeitos tóxicos, e é denominada exposição aguda. A

segunda é conhecida como exposição crônica, e se caracteriza pela ingestão de

pequenas quantidades de uma substancia durante um longo período de tempo

(JARDIM & CALDAS, 2009).

Normalmente, estas últimas que causam danos em longo prazo, que ocorrem

por um efeito cumulativo no organismo, portanto, o risco de toxicidade agudo ou

crônico está intimamente ligado com as propriedades de cada agente, e as

quantidades ingeridas em determinado período de tempo (JARDIM & CALDAS,

2009; Conceitos Básicos em Toxicologia, S/D).

Segundo Jardim & Caldas (2009), dentre as substância mais encontradas

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contaminando os alimentos estão as que são advindas do processamento e

estocagem dos alimentos dentre elas a acrilanida, nitrosaminas e as próprias

micotoxinas, as advindas de bactérias e outros organismos, e/ou metais pesados

presentes naturalmente no ambiente ou adquiridos da atividade industrial ou

doméstica.

Um exemplo clássico de exposição aguda, e gravíssima, é o que ocorre

devido á ingestão acidental da "Toxina Botulínica" advinda da bactéria Clostridium

botulinum, que é uma toxina altamente letal. Esta bactéria habita vários tipos de

ambientes (em solos e sedimentos de lagos e mares) entre eles as plantas tais

como os legumes e vegetais, também em mel e intestinos de mamíferos, peixes e

vísceras de crustáceos (CERESER et al., 2008; ANVISA, 2008).

Outro exemplo, que vem sendo muito estudado nos últimos anos, é a respeito

da contaminação fúngica em plantas e demais alimentos, principalmente pelas

espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus. Estas espécies que são saprofíticas e

crescem em uma ampla variedade de ambientes e plantas, estão constantemente

contaminando os alimentos ingeridos pelo homem. (PIEREZAN, 2012).

Em estudo realizado em plantas medicinais produzidas no estado do Paraná

citado por Zaroni et al. (2004) a presença de fungos do tipo bolores e leveduras nas

drogas vegetais variou de 1,0x10^4 à 8,4x10^6 UFC/g com maior freqüência de

amostras que apresentaram até 105 UFC/g (que correspondeu á 36,11% em seu

estudo). Sendo que a OMS preconiza no máximo 5,0x10^4 UFC/g para produtos

destinados ao uso na forma de chás e infusões.

As contagens de fungos quando elevadas, devem ser consideradas e

avaliadas com cautela, pois podem ser um forte indicativo da presença de espécies

responsáveis pela produção de micotoxinas. Fungos dos gêneros Penicillium,

Aspergillus, Rhizopus, Mucor, Cladosporium e Aureobasidium spp. encontram-se

freqüentemente associados à drogas vegetais (FURLANETO & MENDES, 2004;

ZARONI et al., 2004).

AFLATOXINAS: CARACTERIZAÇÃO E EFEITOS BIOLÓGICOS

Em especial, as espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus, são os principais

responsáveis pela produção de um metabólito secundário tóxico denominado

"aflatoxina", esta ocorrência nos produtos se dá principalmente devido a dois fatores:

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a disponibilidade de nutrientes e as condições de armazenamento com temperatura

e umidade ideal para o aparecimento destes microrganismos, sendo que na

atualidade observam-se cerca de 17 compostos similares que são entendidos como

aflatoxinas, porém normalmente o termo aflatoxina se refere aos 4 compostos

bifurano-cumarínicos que são os tipos B1, B2, G1 e G2, além destas, detectou-se

ainda duas outras classes de aflatoxinas denominadas M1 e M2, que são

respecitvamente provindas do metabolismo das aflatoxinas B1 e B2 (PIEREZAN,

2012; OLIVEIRA & GERMANO, 1997; OGA, 2003; CRUZ, 2010; MALLMANN et al.,

2000; ECKERT, 2011).

As aflatoxinas São encontradas na forma cristalina e são altamente

termoestáveis, suportando temperaturas de até 200ºC, e sendo resistentes ao frio.

São solúveis em solventes de caráter polar como clorofórmio e metanol, e

incompatíveis com solventes apolares (gorduras e óleos em geral). Podem

apresentar instabilidade quando em exposição á radiação ultravioleta, e destruição

em meio com amônia, hipoclorito ou soluções alcalinas fortes. Não podem ser

detectadas naturalmente nos alimentos, pois são incolores, inodoras e insípidas

(TESSARI & CARDOSO, 2012).

As Aflatoxinas caracterizam-se principalmente por uma elevada toxicidade,

mesmo em animais de espécies domésticas, seres humanos e outros, provocando

toxicidade aguda, ações mutagênicas, carcinogênicas e teratogênicas, sendo o

Fígado seu principal órgão "alvo", e acometendo também a fase de crescimento em

crianças e jovens (OLIVEIRA & GERMANO, 1997; AMARAL et al., 2006).

Viegas & Rosetto (2006) afirmam que todas as aflatoxinas tem efeitos

carcinogênicos, teratogênicos mutagênicos e imunossupressores.

No que diz respeito á estrutura das aflatoxinas, as do tipo B, apresentam anel

Ciclopentanona em sua estrutura molecular, já as da categoria G, apresentam anel

Lactona, as demais classes B2 e G2, são derivados “di-hidro” de B1 e G1, porém,

apesar de estruturalmente semelhantes, tem graus variados de atividade biológica

(TESSARI & CARDOSO, 2012).

A aflatoxina B1, é encontrada mais frequentemente em vegetais e é também

a que tem o maior poder de toxicidade em relação ás outras, onde as classes B2,

G1 e G2 representam cerca de 50, 20 e 10% do potencial de intoxicação aguda em

relação a B1 (CRUZ, 2010).

Entre maio e agosto de 1960, foram notificados vários surtos de intoxicação

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por aflatoxinas em aves no Reino Unido, que naquela época ainda era

desconhecida, mas foi caracterizada nos anos consecutivos como um metabólito

tóxico provindo do fungo Aspergillus flavus. (OGA, 2003).

Os sintomas de intoxicação por aflatoxinas é muito relativo nos seres

humanos e animais, pois, depende do tipo de alfatoxina ingerido e da quantidade em

que está presente nos alimentos, os sintomas relacionados à intoxicação por

micotoxinas provêm da interação destas, com moléculas funcionais e organelas

celulares de animais (OGA, 2003; CRUZ, 2010). Em seres humanos, as aflatoxinas

são absorvidas no trato gastrointestinal e sofrem um primeiro efeito de

biotransformação no fígado por enzimas do sistema de funções oxidases mistas

(FERREIRA et al., 2006).

As funções oxidases mistas são parte constituinte do grande grupo de

enzimas metabólicas do citocromo P-450 e são responsáveis pela eliminação de

vários xenobióticos do organismo (FERREIRA et al., 2006).

Segundo o manual de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria de

Saúde do Estado de São Paulo (2003). As aflatoxinas, no fígado, podem causar

necrose aguda, cirrose e carcinoma, nas mais variadas espécies de animais.

Durante o tempo de intoxicação pelas toxinas, Tessari & Cardoso (2012)

citam que em frangos, no primeiro dia de intoxicação, observa-se uma grande

concentração de aflatoxinas no fígado, órgãos reprodutores e rins, relacionados com

o metabolismo de excreção desempenhado por estes órgãos, mas nos excrementos,

os compostos foram detectados somente sete dias após a ingestão.

Quando em contato com o fígado, e após a biotransformação das aflatoxinas

em aflatoxina B2 e epóxido de alfatoxina, estes caracterizam-se por ter a capacidade

de se ligar de forma covalente com compostos intracelulares inclusive o DNA e o

RNA no núcleo do hepatócito, o que promove entre outras dentre outras ações a

inibição da enzima RNA-polimerase, inibindo a síntese protéica e a síntese hepática,

e o transporte de gorduras as áreas do organismo ficam seriamente afetadas

(TESSARI & CARDOSO, 2012).

Na molécula da toxina, a porção responsável pela mutagenicidade está na

estrutura de hidrofurofurano entre C2-C3, sendo que a redução da Aflatoxina B1 para

a forma 2,3-dihidro (Aflatoxina B2) acaba por diminuir seus efeitos mutagênicos em

até 500 vezes (JAY, 2005).

No geral, as aflatoxinas provocam mutações pontuais no DNA, que são

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consideradas as lesões genéticas predominantes, apesar de estarem presentes

também em mutações que alteram a leitura no DNA (JAY, 2005).

Gompertz et al. (2005) dizem que, além de seus potenciais efeitos

hemorrágicos e carcinogênicos, é de conhecimento também no organismo das aves

o desencadeamento de efeitos como hipoglicemia, hipotermia e diminuição da

gordura corpórea.

PLANTAS MEDICINAIS DE UTILIZAÇÃO COMUM NO BRASIL:

CARACTERÍSTICAS, EFEITOS FARMACOLÓGICOS E HISTÓRICO DE

CONTAMINAÇÃO.

No Brasil, ha uma definição em Resolução da ANVISA, que diferencia o uso

de plantas medicinais, que podem ser utilizadas com caráter terapêutico, onde se

exigem vários testes de controle de qualidade. E uma segunda opção, é o registro

mais simplificado, “como alimento”, de uso livre na forma de chá, que acaba sendo

preferível devido á maior facilidade para registro junto a ANVISA (LUCCA et al.,

2010).

A RDC nº 14 da ANVISA de 31 Março de 2010 [2] diferencia em suas

definições os termos Planta Medicinal e Droga Vegetal. Sendo que Droga Vegetal é

entendida como: planta medicinal, ou suas partes, que contenham as substâncias,

ou classes de substâncias, responsáveis pela ação terapêutica, após processos de

coleta, estabilização, quando aplicável, e secagem, podendo estar na forma íntegra,

rasurada, triturada ou pulverizada, ou seja, é necessária a comprovação da

presença dos princípios ativos responsáveis pelo efeito farmacológico na planta,

Diferentemente da Planta Medicinal, que se designa por este termo aquelas

espécies vegetais, cultivadas ou não, utilizadas com propósitos terapêuticos, mas

sem eficácia comprovada.

Camomila (Chamomila recutita L.)

Segundo a Farmacopeia Brasileira (1996), a droga é constituída pelas

inflorescências contendo óleo essencial em 0.4% ou mais.

É uma planta herbácea anual, aromática, e que pode atingir até um metro de

altura, com flores reunidas em capítulos compactos, agrupados em corimbos, possui

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as flores centrais amareladas e corola lingulada branca, e é nativa dos campos da

Europa e aclimatada em algumas regiões da Ásia e nos países Latino-americanos,

sendo no Brasil, a região sul a mais propícia para a adaptação desta planta

(LORENZI & MATOS, 2002).

A camomila é dentre as plantas, uma das mais antigas utilizadas pela

medicina tradicional europeia, entre seus constituintes fixos destacam-se os

polissacarídeos com propriedades imunoestimulantes e os éteres bicíclicos que

sobre condições experimentais mostraram atividade espasmolítica semelhantes as

da papaverina, contém também flavonoides com atividade tricomonicida e

bacteriostática e a apigenina que apresenta as propriedades de ansiolíticas e

sedativas. É utilizada visando as suas propriedades calmantes, antiinflamatórias,

analgésicas, antiespasmódicas, carminativas, cicatrizantes e emenagogas advindas

do óleo essencial presente nesta planta, que pode ser empregado também na forma

de pomadas e cremes, ou em preparações farmacêuticas de uso externo (LORENZI

& MATOS, 2002; LUCCA et al., 2010; PEREIRA et al., 2005).

Em estudos realizados com amostras secas de camomila obtidas no comércio

da cidade de Maringá – PR, demonstraram que os níveis encontrados de

contaminação por microrganismos aeróbios totais variaram de 3,0x10²UFC/g a

5,0x10³UFC/g (OMS, máximo 5,0x10^7UFC/g para materiais vegetais de uso na

forma de chás e infusões e no máximo 5,0x105UFC/g para uso interno). A

contaminação por bolores e leveduras das drogas vegetais analisadas variou de

1,0x10² a 3,0x10³UFC/g. (OMS, máximo 5,0x10^4UFC/g vegetais de uso na forma

de chás e infusões e no máximo, 5,0x10³UFC/g para uso interno). A maioria das

amostras apresentou contagens de microrganismos aeróbios dentro do limite

preconizado pela OMS e uma amostra apresentou valores fora do limite para a

contagem de bolores e leveduras elevadas, sendo dessa forma reprovada de acordo

com os níveis preconizados como aceitáveis (SILVA, et al., 2009).

Em seu estudo, Prado et al., (2009) analisou a presença de microrganismos

patogênicos em plantas medicinais, para isto, ele utilizou amostras de Alcachofra,

Boldo, Camomila, Chapéu de Couro e Sene, e obteve como resultados a presença

de fungos produtores de micotoxinas apenas na Camomila e na Alcachofra. Ainda

neste estudo, na Camomila foram identificados 8 isolados de Aspergillus flavus,

sendo que 2 (25%) foram produtores de aflatoxinas B1 e B2 e 5 isolados de

Aspergillus ochraceus, sendo 2 (40%) produtores de ocratoxina.

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Cavalinha (Equisetum spp.)

É um subarbusto ereto, rizomatoso, com haste de cor verde, oca e com

numerosos ramos que partem dos nós dos verticilos, sensação áspera ao tato

devido a presença de silício em sua epiderme. Suas folhas são verticiladas e

reduzidas a pecíolos soldados que formam uma bainha membranácea. No pico da

haste fértil contém uma espiga escura e oblonga com grande quantidade de póros. É

nativa das areas pantanosas de quase todo o Brasil (LORENZI & MATOS, 2002).

São utilizados os talos de E. arvense L., E. Fluviatile L. ou E. Hyemale L.

Dentre as principais ações farmacológicas da planta, está a de diurese suave, além

de ser considerado hemostático e remineralizante, alguns autores ainda afirmam

que seus compostos silícicos ajudam na manutenção do colágeno, fundamental ao

tecido conjuntivo. Portanto, a planta (hastes inférteis) é utilizada principalmente na

medicina caseira como adstringentes, diuréticas e estípticas (hemostáticas). É

indicada em edemas pós-traumáticos, e há relatos também de seu emprego em

tratamento da gonorréia, diarreias e infecções de rins e bexiga, e por via tópica,

auxilia na cicatrização de feridas e úlceras tórpidas (CREUS et al., 2003; LORENZI &

MATOS, 2002).

Bugno et al., (2005), realizou um estudo avaliando a microbiota presente em

plantas medicinais, dentre elas a cavalinha, e constatou nos resultados obtidos, que

58,5% das drogas vegetais analisadas apresentaram populações de bactérias

superiores a 10^3 UFC/g e 63,1%, populações de fungos superiores a 10^2 UFC/g.

Ambos os valores encontram-se acima do que é preconizado tanto para a população

Fúngica como para a Bacteriológica em plantas medicinais estabelecidos pela

Farmacopeia Americana (2005) e Brasileira (1998).

Em estudo realizado por Costa et al., (2012) avaliaram a atividade inibitória de

microrganismos patógenos presentes em sementes de abóbora por meio de extratos

brutos aquosos obtidos da cavalinha. Ao fim do estudo, constatou-se que o extrato

bruto aquoso (EBA) de Cavalinha (Equisetum giganteum L.) não apresentou efeito

inibitório sobre maior parte dos fungos associados às sementes de abóbora, porém,

os resultados mostram que o EBA foi eficaz contra o fungo Colletotrichum sp. nas

concentrações 20% e 80%, já o oposto ocorreu com os fungos Fusarium sp.

e Curvularia sp. a qual em todas as concentrações apresentaram estimulo de

crescimento. Para a análise com o fungo Aspergillus sp, observaram eficácia da

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inibição nas concentração de 40%, 60% e 80%, enquanto na concentração de 20%

não apresentou nenhuma atividade inibitória, pelo contrário, observou-se um

estimulo ao crescimento do fungo e o desenvolvimento do mesmo.

Espinheira Santa (Maytenus ilicifolia)

É conhecida popularmente como "espinheira-santa", "cancerosa", "cancorosa-

de-sete-espinhos" e "maiteno", dentre outros nomes (OLIVEIRA, CUNHA &

COLAÇO, 2009). Segundo a farmacopeia Brasileira 5ª Ed. (2010) A droga vegetal é

constituída pelas folhas secas da espécie, contendo no mínimo, 2,0 % de taninos

totais, expressos em pirogalol (C6H6O3; 126,11), dos quais no mínino 2,8 mg/g

equivalem a epicatequina, As folhas secas são inodoras, levemente amargas e

adstringentes. A embalagem deve ser feita em recipientes bem fechados, ao abrigo

da luz e do calor.

Alguns estudos com a espinheira santa vêm sendo realizados demonstrando

sua eficácia terapêutica no combate a acometimentos gástricos constituindo uma

promissora opção para o tratamento de dispepsias, possui também ações tônicas,

analgésicas, antissépticas, cicatrizantes, diuréticas e laxativas. Há relatos de que a

M. ilicifolia, apresenta também, atividades antineoplásica e antimicrobiana,

descobriu-se nela e caracterizou-se as arabinogalactanas, que são polímeros

essenciais encontrados nas paredes celulares de plantas superiores, que possuem

atividade imunológica. Sendo assim, pode-se explicar em termos, a melhora dos

quadros de câncer mediante sua aplicação, já que a maioria das drogas

antineoplásicas, apresenta grande efeito imunossupressor, principalmente quando

associadas a procedimentos cirúrgicos e antiinflamatórios esteroidais, prática

comum nos protocolos antineoplásicos. (XAVIER & D’ANGELO, 1996; OLIVEIRA;

CUNHA; COLAÇO, 2009).

Em seu estudo, Negri (2007) revelou a presença de microrganismos

contaminando folhas de espinheira santa que seriam utilizadas para a preparação de

infusão, na análise de fungos somente a amostra que passou por secagem a 70 ºC

apresentou-se níveis permitidos de acordo com a OMS com resultados de 1,6. 10^4

UFC/g para aquecimento a 40ºC, 2,2. 10^6 UFC/g á 50ºC, 3,8.10^4 UFC/g á 60ºC,

6,5.10^2 UFC/g á 70ºC, 1,7.10^5 UFC/g á 80ºC e 9,2.10^5 UFC/g na secagem de

rotina.

A identificação das espécies fúngicas contaminantes é um importante

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sinalizador quanto à presença de micotoxinas nos substratos, indicando um caminho

para a prevenção da produção das mesmas (NEGRI, 2007; ALHADAS et al., 2004).

Melissa (Melissa officinalis L.)

A melissa é conhecida popularmente por melissa e/ou erva-cidreira

verdadeira, Melissa officinalis L., é uma planta herbácea anual, de caule ramificado a

partir da base, formando touceiras de 40 a 60 cm de diâmetro. As folhas são

geralmente grandes com até 8 cm, são pecioladas, de forma oval, serrilhadas nas

pontas, com nervura saliente e reticuladas na face inferior. As folhas secas de

melissa são utilizadas para a preparação de chás e também como condimento. O

óleo essencial das folhas é largamente utilizado pela indústria farmacêutica, por

possuir atividade antioxidante, antibiótica, antifúngica, antibacteriana e sedativa

(HABER et al., 2005).

Em estudo realizados com produtos fitoterápicos dentre eles a Melissa

officinalis L. foi possível observar nos resultados que 36% das amostras estavam

contaminadas com bolores e leveduras, havendo variação de 10^1 a 4,2.10^3 UFC/g

(PAIXÃO et al., 2005).

Meira et al., (2010) Destaca em seu trabalho um estudo realizados em

algumas regiões do estado do Paraná de análise microbiológica da melissa que

apresentou infestação por microrganismos como fungos, leveduras e algumas

bactérias Gram negativas, afirmando ainda que esse tipo de contaminação pode ser

proveniente da adubação adicionada na produção, dizem ainda que no cultivo de

plantas medicinais deve-se dar preferência aos adubos orgânicos em especial ao

esterco curtido, pois este tem alto potencial fértil, demonstrando prática viável no

incremento da produtividade em pequenos estabelecimentos agrícolas, além de

apresentarem baixos teores de macronutrientes, exercendo benefícios às

propriedades biológicas e físicas do solo, melhorando a infiltração da água e

aumentando a capacidade de trocas de cátions. Portanto nota-se que o processo de

produção e os meios utilizados para o desenvolvimento das plantas também podem

influenciar de maneira significativa no desenvolvimento dos microrganismos,

inclusive os patogênicos.

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Erva Cidreira (Lippia alba)

Lippia alba, e uma espécie brasileira da família Verbenaceae, é plantada e

usada em todo o Brasil, conhecida pelos nomes populares de Erva-Cidreira, Falsa

Erva-Cidreira, Cidreira de Arbusto, Lípia, etc. Deve ser utilizada por infusão

utilizando as partes aéreas da planta, na proporção de 1 á 3 gramas da planta para

cada 150 ml de água, aproximadamente. A preparação é indicada como ansiolítico e

sedativo leve, antiespasmódico, antidispéptico e citostática. Deve-se dar atenção

aos pacientes com histórico de hipotensão arterial que utilizam este tipo de infusão,

podendo agravar esta condição, além-de-que se for utilizada acima da dosagem

recomendada pode causar irritação gástrica, bradicardia e hipotensão (BRASIL,

2011 [2]; STEFANINI et al., 2002).

Em seu estudo, Peixoto et al., (2009) analisaram os padrões microbiológicos

em amostras de plantas medicinais comercializadas na cidade de Manaus – AM.

Para tal, utilizaram três amostras de Boldo, Camomila e Erva-Cidreira obtidas em 5

estabelecimentos comerciais. Para a contagem de fungos, ele observou que houve

crescimento em todas as amostras, sendo que de todas as amostras analisadas, as

mais contaminadas foram as de Erva-Cidreira (Lippia alba), sendo 80% destas

contaminadas e com indicativo de mais de 300 UFC.

Por outro lado, em estudo realizado por Tagami et al., (2008) Analisou-se o

potencial inibitório do crescimento de fungos em várias amostras de plantas, dentre

elas a da erva cidreira (Lippia alba). Obtiveram em suas análises que os EBA’s

(Extratos Brutos aquosos) isolados de L. alba e R. officinalis reduziram

significativamente o crescimento fúngico em até 97% nas concentrações de 36,4% e

39,1%, respectivamente. A mistura desses EBA’s também apresentaram atividade

significativa na inibição do crescimento destes microrganismos.

Capim – Limão (Cymbopogonis foliae)

De acordo com a monografia da planta na Farmacopeia Brasileira (2010), a

droga vegetal é constituída de folhas dessecadas contendo, no mínimo, 0,5% de

óleo volátil. O óleo volátil é constituído de, no mínimo, 60% de citral. As folhas secas

apresentam odor característico de citral e sabor cítrico.

Em achados na bibliografia e citado por Melo, et al., (2007), dentre as

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propriedades terapêuticas do Capim – Limão destacam-se efeitos antiinflamatórios,

comprovados por testes realizados em ratos, atividade antibacteriana frente a cepas

isoladas de infecção urinária, atividade antimicrobiana e efeito antigenotóxico.

O capim-limão (Cymbopogon citratus (DC.) Stapf) é uma espécie da família

das gramíneas (Poaceae), semi-perene e muito conhecida nas regiões Sul e

Sudeste do Brasil devido aos seus atributos para ornamentação e às suas

propriedades medicinais. O seu consumo pode ser na forma de chá e processado

nas formas de extrato aquoso e de óleo essencial. A planta tem sido cultivada no

Brasil de forma artesanal em pequenos canteiros. Entretanto, nos últimos anos, a

abrupta expansão da medicina alternativa norteada para a fitoterapia provocou o

rápido crescimento da demanda por folhas secas de capim-limão. Esses fatores

fizeram com que as áreas para o cultivo dessa gramínea se expandissem na mesma

proporção para atender essa demanda (VIDA, et al., 2006).

Em seu estudo, Vida, et al., (2006) observaram a presença da doença de

ferrugem em plantações de Capim-Limão no sudoeste paranaense causada pela

presença do fungo Puccinia cymbopogonis Mass.

Gomes, et al., (2008) realizou uma mensuração da qualidade físico-química e

microbiológica de chás obtidos do Capim-Limão (Cymbopogon citratus) e dentre os

achados, registrou a presença de coliformes a 35ºC ou coliformes em 50% das 16

amostras analisadas. O número mais provável (NMP) variou de 9 NMP g-1 a

superior a 1100 NMP g-1. Em três amostras, evidenciaram-se coliformes de origem

fecal (cujos apresentaram crescimento á 45ºC), com presença de Escherichia coli

em uma destas.

Bolores e leveduras foram evidenciados em 13 das 16 amostras analisadas

(81,25%), registrando-se de 10 a 7,5 x 10^4 UFC g. Este último valor foi encontrado

em uma única amostra e superou os limites estabelecidos pela Portaria 451/97, que

correspondem á 5 x 10^3 UFC g. Estes valores de bolores e leveduras encontrados

estão associados intrinsecamente á potenciais falhas nas condições de embalagem,

armazenamento e vida de prateleira (GOMES, et al., 2008).

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Aflatoxinas em plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais na cidade de Cascavel – Paraná.

MAFFINI, T. 1*; LUCCA, P.S.R.2 1Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. Brasil, 5952, 85.812 – 001 Centro, Cascavel/PR. Email: [email protected]. 3Faculdade Assis Gurgacz, Curso de Farmácia. Endereço: Av. das Torres, 500, 85.806-095 Loteamento Fag, Cascavel/PR. Email: [email protected]. RESUMO: Aflatoxinas são encontradas na forma cristalina e são altamente termoestáveis, apresentando também resistência ao frio. Esta classe de micotoxinas caracteriza-se principalmente por uma elevada toxicidade sendo o fígado o órgão mais prejudicado. Sabe-se que, em especial, as espécies Aspergillus flavus e A. parasiticus, são os principais responsáveis pela produção desta substância. As plantas medicinais são passíveis de crescimento microbiano com ocorrência da produção de micotoxinas por fungos. O trabalho em questão objetiva a busca de Aflatoxinas Totais em Plantas medicinais comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais. Foram realizadas análises, no ato da compra e na rotulagem dos produtos. As análises de matéria estranha foram realizadas conforme preconizado pela Farmacopeia Brasileira. Fez-se a análise de aflatoxinas de quinze amostras pelo método Quicktox e cinco pelo teste de ELISA. As orientações quanto ao uso correto das plantas medicinais foram repassadas apenas no estabelecimento três, na forma de bula. A planta Melissa/Erva-Cidreira foi comercializada com o nome científico de Melissa Officinalis L. enquanto que o capim-limão assumia o nome de falsa cidreira. Apenas uma amostra de cavalinha superou em 0.82% apenas os valores para material estranho, as demais obtiveram valores mais expressivos. Os valores de aflatoxinas aumentaram conforme aumentou o nível de material estranho. O método QuickTox não se mostrou adequado para análises quantitativas de alfatoxinas em plantas medicinais. Confirmou-se a presença qualitativa de aflatoxinas em todas as amostras. As plantas medicinais são objeto de preocupação em relação á saúde dos consumidores. Sugere-se, a partir destes resultados, a realização de um estudo quantitativo mais amplo. Palavras-Chave: Aflatoxinas, Plantas Medicinais, Fungos, Contaminação. ABSTRACT: Aflatonxins in medicinal plants sold in natural product stores in the city of Cascavel – Paraná. Aflatoxins are found in crystalline form, can handle higher temperatures and also cold temperatures. This class of mycotoxins is mainly characterized by high toxicity, and liver is the most affected organ. It is known that species Aspergillus flavus and A. parasiticus, are primarily responsible for the production of this substance. Medicinal plants are susceptible to microbial growth occurring mycotoxin production by fungi. The work in question aims to search for Total Aflatoxins in Medicinal plants sold in natural products stores. Analyzes were performed at the time of purchase and in the product labeling. The analysis of foreign matter was conducted as recommended by the Brazilian Pharmacopoeia. The analysis of aflatoxins was made by the QuickTox method of fifteen samples and five samples by ELISA. Guidelines about the use of medicinal plants were transferred only in establishing three in the form of bull. The

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plant Melissa/Lemon Balm was sold with the scientific name of Melissa officinalis L. However, lemongrass was sold as false Lemon balm. Just a sample of horsetail surpassed by only 0.82 % values for foreign material, others samples had higher values. The aflatoxins level grew as the foreign material. QuickTox method was not suitable for quantitative analysis of aflatoxins in medicinal plants. Were confirmed the qualitative presence of aflatoxins in all samples. The medicinal plants are an object to be concerned about in relation to the consumers health. It is suggested from these results, the achievement of a broader quantitative study. Keywords: Aflatoxins, Medicinal Plants, Fungi, Contamination.

INTRODUÇÃO

As aflatoxinas passaram a ser descobertas em torno de 1960, a partir do

surgimento de uma doença que ocasionou a morte de mais de cem mil perus nas

granjas inglesas. Na ocasião, não foi possível realizar a identificação do agente

infeccioso causador da doença, mas por suspeitarem de uma afecção adquirida por

meios nutricionais, perceberam que ao substituir a alimentação dos animais, havia

um cessamento das ocorrências de intoxicação e morte dos perus, cujos sintomas

se caracterizavam pela perda do apetite, diminuição da mobilidade, fraqueza das

asas e das pernas, e o mais característico, eram as necroses hepáticas (Fonseca,

1973).

As aflatoxinas são encontradas na forma cristalina e são altamente

termoestáveis, suportando temperaturas de até 200ºC, e apresentando resistência

ao frio. São solúveis em solventes de caráter polar como clorofórmio e metanol, e

incompatíveis com solventes apolares (gorduras e óleos em geral). Podem

apresentar instabilidade quando em exposição á radiação ultravioleta, e destruição

em meio com amônia, hipoclorito ou soluções alcalinas fortes, não podem ser

detectadas naturalmente nos alimentos, pois são incolores, inodoras e insípidas

(Tessari & Cardoso, 2012).

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Esta classe de micotoxinas caracteriza-se principalmente por uma elevada

toxicidade, mesmo em animais de espécies domésticas, seres humanos e outros,

provocando toxicidade aguda, ações mutagênicas, carcinogênicas e teratogênicas,

sendo o fígado, o órgão mais prejudicado, e interferem também na fase de

crescimento em crianças e jovens (Oliveira & Germano, 1997; Amaral et al., 2006).

Quando em contato com o fígado, caracterizam-se por ter a capacidade de

ligar de forma covalente com compostos intracelulares inclusive o DNA e o RNA no

núcleo do hepatócito, o que promove a inibição da enzima RNA-polimerase, inibindo

a síntese proteica e a síntese hepática. E o transporte de gorduras as áreas do

organismo são seriamente afetadas (Tessari & Cardoso, 2012).

Atualmente, sabe-se que, em especial, as espécies Aspergillus flavus e A.

parasiticus, são os principais responsáveis pela produção deste metabólito

secundário tóxico, e que estes microrganismos encontram nos produtos a

oportunidade ideal de desenvolvimento a partir de fatores como a disponibilidade de

nutrientes e o armazenamento com condições de temperatura e umidade. Contudo,

já se observaram aproximadamente 17 compostos similares que são entendidos

como aflatoxinas, porém normalmente o termo “aflatoxina” se refere aos quatro

compostos bifurano-cumarínicos principais que são as variantes B1, B2, G1 e G2.

(Pierezan, 2012; Oliveira & Germano, 1997; Oga, 2003; Cruz, 2010; Mallmann et al.,

2000; Eckert, 2011).

A aflatoxina B1, é encontrada mais frequentemente em vegetais e é também

a que tem o maior poder de toxicidade em relação ás outras, onde as classes B2,

G1 e G2 representam cerca de 50, 20 e 10% do potencial de intoxicação aguda em

relação a B1 (Cruz, 2010).

Os sintomas de intoxicação por aflatoxinas são muito relativos nos seres

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humanos e animais, pois, depende do tipo de alfatoxina ingerido e da quantidade em

que está presente nos alimentos (Oga, 2003; Cruz, 2010).

Segundo o manual de doenças transmitidas por alimentos da Secretaria de

Saúde do Estado de São Paulo (2003). As aflatoxinas, no fígado, podem causar

necrose aguda, cirrose e carcinoma, nas mais variadas espécies de animais.

De acordo com Santos & Teixeira (2010) a ausência de estudos que

investiguem a presença de fungos potencialmente toxigênicos em plantas medicinais

influenciou a realização de sua pesquisa, com o objetivo de detectar a presença

destas espécies nas plantas medicinais da região da Amazônia. Os valores

quantitativos que representam as unidades formadoras de colônias (UFC) foram

determinados por grama de produto. A pesquisa verificou que, das 24 amostras

comerciais de sacaca, cidreira, mirantã e crajirú, resultaram no isolamento de

758x103 UFC/g de produto. Das plantas medicinais foram isolados, Aspergillus sp.

(41,6%), Penicillium sp. (41,6%), Paecilomyces sp. (5,90%), Cladosporium sp.

(4,8%),Trichoderma sp. (1,2%). As plantas medicinais analisadas apresentaram

qualidade higiênica inadequada para consumo humano devido á presença do

quantitativo de esporos de fungos, como Aspergillus flavus e A.

parasiticus produtores de aflatoxinas.

Em seu estudo, Prado et al., (2009) analisaram a presença de

microorganismos patogênicos em plantas medicinais, para isto, utilizaram amostras

de Alcachofra, Boldo, Camomila, Chapéu de Couro e Sene, e obtiveram como

resultados a presença de fungos produtores de micotoxinas apenas na Camomila e

na Alcachofra. Ainda neste estudo, na Camomila foram identificados 8 isolados de

Aspergillus flavus, sendo que 25% foram produtores de aflatoxinas B1 e B2 e 5

isolados de Aspergillus ochraceus, sendo 40% produtores de ocratoxina.

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Diante do exposto, verifica-se que os alimentos, bem como, as plantas

medicinais, são passíveis de crescimento microbiano, em especial o crescimento

fúngico, com ocorrência da produção de micotoxinas, que representam um risco em

potencial para a saúde dos consumidores. Portanto, o trabalho em questão objetiva

a busca de Aflatoxinas Totais (B1, B2, G1 e G2) em plantas medicinais

comercializadas em estabelecimentos de produtos naturais da cidade de Cascavel –

PR.

MATERIAL E MÉTODOS

Aquisição das amostras

Antes de proceder com a aquisição das amostras, procurou-se utilizar para o

estudo, cinco espécies de plantas medicinais que são de uso bastante difundido no

país e, especialmente, na região Oeste Paranaense. Definiu-se, portanto, a

Camomila, o Capim-Limão, a Cavalinha, a Espinheira Santa, e a Melissa/Erva-

Cidereira. Em seguida, os produtos foram adquiridos de forma aleatória em três

estabelecimentos comerciais especializados na venda de produtos naturais e ervas

medicinais na cidade de Cascavel - Paraná.

Foram realizadas análises, no ato da compra e na rotulagem dos produtos,

sobre informações referentes ao modo de utilização, quantidade utilizada, indicação,

nome popular, nome científico e identificação do comércio.

Análise de Material Estranho.

As análises de matéria estranha foram realizadas nas dependências da

Faculdade Assis Gurgacz, conforme preconizado pelo método disposto na

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Farmacopeia Brasileira (2010), Volume um e a monografia específica da Planta

disposta no Volume dois da Farmacopeia Brasileira (2010).

Análise das Aflatoxinas

Para a determinação das Aflatoxinas, primeiramente foi realizada a

pulverização das plantas, remetendo 20 gramas do total da amostra pulverizada á

extração com solução de álcool etílico á 95% (50%) e água (50%) sob agitação

manual durante 2 minutos, ao final do processo, obteve-se um extrato alcoólico, o

qual seria utilizado para a quantificação das micotoxinas.

A quantificação de aflatoxinas das quinze amostras foi realizada pelo método

Quicktox nas dependências do laboratório de Controle de Qualidade A3Q situado na

Cidade de Cascavel – PR

Em cinco das quinze amostras realizou-se também a quantificação de

aflatoxinas pelo método de ELISA.

Análise Estatística

Os resultados das análises de matéria estranha foram submetidos á cálculos

de média e comparação entre médias pelo teste de Tukey com 95% de intervalo de

confiança, utilizando para tal, o software “mini tab 14”. Enquanto que os resultados

das análises de Aflatoxinas Totais impossibilitou a submissão a análises estatísticas.

RESULTADO E DISCUSSÃO

Análise das informações dos produtos

Nos produtos dos três estabelecimentos, ambas as amostras estavam

identificadas com nome popular da planta, quantidade em gramas, endereço e CNPJ

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do comércio, salvo uma exceção no estabelecimento dois, o qual foi vendido um dos

produtos sem identificação.

As orientações quanto ao uso correto das plantas medicinais foram

repassadas apenas no estabelecimento três, na forma de bula com indicação e

quantidade a ser utilizada na preparação por infusão.

Os nomes científicos das plantas estavam descritos apenas nas embalagens

de produtos dos estabelecimentos dois e três.

Outro fator importante é que nos três estabelecimentos, a planta

Melissa/Erva-Cidreira, foi comercializada com o nome científico ou como

representante de Melissa Officinalis L. enquanto que o capim-limão assumia o nome

de falsa cidreira.

No entanto, a Farmacopeia Brasileira informa que a Melissa (Melissa

officinalis L) é conhecida popularmente por “melissa” e/ou “erva-cidreira verdadeira”,

e a Erva-Cidreira (Lippia alba) é conhecida pelos nomes populares de “Erva-

Cidreira”, “Falsa Erva-Cidreira”, “Cidreira de Arbusto”, “Lípia”, entre outros. Enquanto

que para o Capim-Limão, estão descritos na Farmacopeia os nomes populares de

“Capim cidró” e “Capim santo”, porém o termo “Capim-Cidreira” é muito utilizado

para designar esta planta nesta região.

Análise de material estranho

A Tabela 1 Apresenta a média de material estranho das cinco espécies de

plantas medicinais obtidas nos três estabelecimentos comerciais distintos. Os

valores dispostos foram sujeitos a análises estatísticas pelo método de Tukey a 95%

de confiança, para verificar diferenças significativas de contaminantes entre as

espécies.

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Planta / Espécie Média (%) DP (%)

Espinheira Santa / Maytenus ilicifolia 47.85 a ±10.97

Camomila / Chamomila recutita L. 5.47 b ±1.83

Erva Cidreira / Lippia Alba Melissa / Melissa officinalis L

34.98 a ±15.65

Capim-Limão / Cymbopogon citratus (DC.) Stapf 6.46 b ±1.45

Cavalinha / Equisetum spp. 5.41 b ±3.80

Tabela 1: Média (%) e Desvio Padrão (%) referentes ao material estranho obtidos em três amostras

de cada espécie de estabelecimentos distintos. Letras diferentes nas colunas diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 95% de confiança.

Considerando a tabela acima, é notável que, de acordo com os resultados

obtidos em Tukey, a 95% de confiança, há diferença significativa entre os níveis de

matéria estranha das espécies sinalizadas na tabela como “a” e as sinalizadas como

“b”. Porém, quando comparadas entre si, as espécies sinalizadas como “a” e como

“b”, não apresentam diferença significativa.

Todas as amostras analisadas superaram de maneira mais expressiva as

quantidades preconizadas de matéria estranha pela monografia específica na

respectiva edição da Farmacopeia Brasileira. Com exceção de uma amostra de

cavalinha que superou em 0.82% apenas.

Dentre as amostras que destacaram-se por apresentar menor índice de

matéria estranha em relação as outras, estão dois exemplares de cavalinha,

comercializadas no estabelecimento 3 (2,82%) e no estabelecimento 1 (3,65%). O

limite máximo de material estranho à droga vegetal para esta espécie, preconizado

pela Farmacopeia Brasileira (2010) e de 2% em relação ao peso total da amostra,

estando ambas acima do limite tolerado.

Dentre as amostras mais contaminadas por materiais que não constituem a

droga vegetal, destacaram-se dois exemplares do estabelecimento 2 sendo eles a

Espinheira Santa (60.51%) e a Erva cidreira / Melissa (49.39%). O limite máximo

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para cada espécie, disposto na Farmacopeia Brasileira (2010) é de 2% e 10%

respectivamente, estando ambas em um nível bem superior ao preconizado.

Para a quantificação do material estranho, a Farmacopeia Brasileira (2010)

preconiza ausência de fungos, insetos, e demais contaminações de origem animal,

sendo que a porcentagem de materiais estranhos não deve exceder a quantidade de

2% do total do produto, salvo quando especificado na monografia. E ainda classifica

a matéria estranha em três grupos com características distintas sendo, 1) Partes do

organismo ou organismos dos quais a droga deriva, excetuados aqueles incluídos

na definição e descrição da droga, acima do limite de tolerância especificado na

monografia; 2) Quaisquer organismos, porções ou produtos de organismos além

daqueles especificados na definição e descrição da droga, em sua respectiva

monografia; e 3) Impurezas de natureza, minerais ou orgânicas, não-inerentes à

droga.

Na análise de material estranho, os principais itens observados estavam

relacionados à planta em si, que diferem da descrição da droga vegetal, como a

presença em excesso de caules, além de pedúnculos e flores. Além destes,

observou-se também, com menor ocorrência, a presença de insetos voadores

mortos, contaminantes externos (linhas e barbantes) e folhas e caules pertencentes

a outras espécies de plantas, que podem ser indicativos de má qualidade no

processamento da planta ou contaminação cruzada.

A Tabela 2 apresenta a média encontrada das cinco espécies nos

estabelecimentos um, dois e três, sem levar em consideração as quantidades

máximas estipuladas pela farmacopeia para cada espécie. Porém, os valores

obtidos de material estranho total nas cinco espécies, leva a crer que há presença

de falhas no processamento da droga vegetal, pois, segundo Engel et al., (2008) o

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aparecimento de material estranho na droga se deve ao manejo, limpeza e

separação inadequada, bastante recorrente em plantas medicinais.

Estabelecimentos Média (%) DP (%)

Estabelecimento 1 19.68 ± 18.45

Estabelecimento 2 26.00 ± 26.79

Estabelecimento 3 14.45 ± 16.01

Tabela 2: Média (%) e Desvio Padrão (%) referentes ao total de material estranho encontrado nas

amostras de cada estabelecimento

Os altos valores de Desvio Padrão obtidos estão relacionados à variação de

material contaminante presente em cada espécie, que diferem muito entre elas,

devido às características que constituem sua droga vegetal e que influenciam

durante a colheita, considerando que a própria monografia específica de cada planta

na Farmacopeia Brasileira apresenta limites de valores aceitáveis variáveis para

materiais estranhos em cada ocasião. Nesta situação os limites variam de 1% a 10%

dependendo da espécie.

Contudo, pode-se observar, a 95% de confiança, pelo método de Tukey, que

não houve diferença significativa no total de material estranho encontrado quando

comparados os três estabelecimentos (p valor = 0.691).

Segundo o roteiro de Contaminação de Alimentos (UFSC – 2009) a aplicação

de processos de operação unitária em etapas de colheita, transporte,

armazenamento e seleção de matérias-primas promovem quase total eliminação dos

riscos da presença de materiais estranhos contaminantes.

A presença de insetos está possivelmente relacionada com falhas no

processo de colheita, pós colheita, e principalmente no processo que antecede e

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posterga a embalagem das amostras. Além disso, podem ser decorrentes de falhas

na integridade das embalagens, permitindo a entrada de insetos, que por sua vez,

quando presentes nestes produtos para consumo humano, podem estar exercendo

seu papel como vetores, transmitindo doenças de maneira indireta promovendo o

transporte e a propagação de agentes contaminantes, que muitas vezes são de

origem biológica como fezes, urina, escarro, entre outras (Lucca, et al., 2010;

Fonseca, 2004).

No que se refere ao processo de secagem e estocagem, Bochner et al. (2012)

sugerem algumas formas de reduzir a contaminação cruzada, contaminação

microbiológica e de insetos. Ações como a lavagem adequada das mãos e

higienização da superfície de trabalho, utilizar barreiras físicas entre os produtos,

controlar pragas, insetos e roedores nos locais de armazenamento, propiciar um

local seco, arejado, ao abrigo da luz e proceder com a secagem da forma mais

rápida possível, de maneira a evitar prejuízos às plantas e aos princípios ativos, que

podem estar, nestas condições, mais susceptíveis a ação enzimática, hidrólise,

oxidação, fermentação, contaminações microbiológicas, processos metabólicos,

entre outros.

Em estudo realizado por Baptista & Taveira (2011), analisaram 18 amostras

de espinheira-santa nas quais, todas apresentaram elementos estranhos acima do

permitido pela Farmacopeia Brasileira (2002), sendo que o percentual de suas

amostras variou de 2.08% a 62% de material estranho total e, apenas três amostras

encontravam-se com um valor próximo ao estabelecido. Ainda em seu estudo notou

que a matéria estranha era principalmente constituída por partes da própria planta e

que não constituíam a droga vegetal, encontraram também partes de outras plantas,

insetos e frutos.

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) através da RDC

nº14/2010 estabelece os requisitos mínimos, inclusive de qualidade, para o registro

de medicamentos fitoterápicos, e ainda define que são assim considerados aqueles

obtidos com emprego exclusivo de matérias primas ativas vegetais, as quais devem

possuir a validação da sua segurança e eficácia. Caracterizando-se medicamentos

fitoterápicos pelo conhecimento de sua eficácia, riscos relacionados ao seu uso e

pela reprodutibilidade constante da sua qualidade.

Segundo o Informe técnico nº 005 da Secretaria de Saúde do Estado do Rio

Grande Do Sul (2010), o termo “Chá” é de utilização restrita á produtos classificados

como alimentos preparados com espécies vegetais, sem propósitos terapêuticos. De

acordo com Amaral et al. (2003), não se tem uma fiscalização rigorosa sobre a

qualidade destes produtos, o que torna evidente a necessidade de uma operação

por parte das autoridades competentes de fiscalização, vigilância e controle de

qualidade das espécies comercializadas.

De acordo com Chimin et al. (2008), resultados que ultrapassam as

quantidades estipuladas de material estranho, caracterizam uma adulteração, tendo

em vista de que o usuário não adquire apenas a parte da planta que constitui o

produto, mas leva consigo grandes quantidades de materiais que provavelmente não

possuem as concentrações adequadas dos princípios ativos de interesse,

prejudicando também a ação terapêutica desta planta.

Em seu estudo Amaral et al. (2003) identificaram a presença de até 5% de

insetos vivos em uma das espécies analisadas, considerando este um indicativo de

condições impróprias de acondicionamento do produto, enquanto que nas demais

espécies constataram materiais provenientes de outras plantas e inclusive da

mesma planta descaracterizando a droga vegetal. Após constatarem a inadequação

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do produto pela presença de material estranho, realizaram também análises

microbiológicas revelando que cerca de 81.5% do material analisado apresentou

contaminação por bactérias e fungos, possivelmente produtores de substancias

tóxicas e que atuam também na desestabilização da droga vegetal e do princípio

ativo.

Análises de Aflatoxinas

A Tabela 3 demonstra os valores obtidos da pesquisa de aflatoxinas totais

pelo método QuickTox. O limite de detecção do teste situa-se entre 2.5 a 30 PPB

para análises de milho e acima de 100 PPB quando utilizadas diluições da amostra,

enquanto que para o trigo, o limite de detecção está situado entre 2.5 e 20 PPB.

Estabelecimento 1 Estabelecimento 2 Estabelecimento 3

Planta Aflatoxinas

(PPB) Planta

Aflatoxinas (PPB)

Planta Aflatoxinas

(PPB)

Espinheira Santa * Espinheira Santa * Espinheira Santa *

Camomila 6.2 Camomila 8.0 Camomila 4.7

Erva – Cidreira / Melissa

* Erva – Cidreira /

Melissa *

Erva – Cidreira / Melissa

*

Capim Limão * Capim Limão * Capim Limão *

Cavalinha * Cavalinha * Cavalinha *

TABELA 3: Valores encontrados para aflatoxinas em cada produto, pelo método Quicktox.

*Valores inferiores ao limite de detecção mínima do teste.

De acordo com esta metodologia, apenas as amostras de camomila

apresentaram uma contaminação perceptível, porém, quando comparados com os

valores encontrados pelo método de ELISA (Tabela 4) nota-se uma grande

disparidade entre os resultados.

Um importante fato que pôde ser observado com relação aos resultados

obtidos nas análises de aflatoxinas da camomila, quando comparados com a média

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de material estranho de cada estabelecimento, é a percepção de que os valores de

aflatoxinas aumentam conforme aumenta o nível de material estranho.

Segundo Rocha et al. (2012), a microbiota presente em plantas medicinais

representa um grande problema, especialmente os fungos, devido a sua resistência

á condições adversas como baixa atividade de água, pH ácido e crescimento entre

25 á 37ºC, e maior facilidade de dispersão, além de assumirem um papel prejudicial

expressivo na produção de plantas medicinais.

A legislação Brasileira traz, por meio da RDC nº 7 de 2011 da Agência

Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), os limites máximos tolerados (LMT) para

micotoxinas em alimentos, porém esta legislação não contempla as plantas

medicinais tradicionalmente utilizadas no país. Dentre os valores estipulados pela

RDC, o maior limite tolerável para micotoxinas que se tem com relação ás

Aflatoxinas Totais (AT = B1, B2, G1, G2) é de 20mcg/kg (PPB). Este limite é

indicado para cereais, amendoim e produtos derivados, alguns tipos de pimenta e

noz-moscada, cúrcuma, gengibre, ou ainda misturas que envolvam alguns dos

componentes acima.

A Tabela 4 demonstra os resultados das análises obtidas pelo método de

ELISA. O teste foi aplicado apenas nas cinco amostras obtidas do estabelecimento

dois.

Como pode-se observar, houve uma grande disparidade entre os valores

obtidos pelo método de ELISA e o método QuickTox, e se comparados os valores

obtidos com a legislação nacional que estipula os Limites Máximos Tolerados para

micotoxinas em alimentos, nota-se que os obtidos na primeira metodologia,

encontram-se dentro da faixa aceitável para determinados alimentos citados nesta

legislação, porém se usarmos como referência o grupo de alimentos com maior

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quantidade de aflatoxinas toleradas (20 PPB), comparando com os resultados

obtidos no método de ELISA, observa-se que apenas dois produtos encontram-se

dentro dos Limites Máximos Tolerados e os demais, especialmente a camomila e o

capim-limão, encontram-se bem acima com 63.86 e 58.71 PPB respectivamente.

_______________________________________________________________

Estabelecimento 2

Planta Aflatoxinas (PPB)

Espinheira Santa 8.259

Camomila 63.86

Erva – Cidreira / Melissa 23.266

Capim Limão 58.71

Cavalinha 17.427

TABELA 4: Valores encontrados de aflatoxinas em cinco amostras obtidas no estabelecimento comercial 2. Valores fornecidos pelo método de ELISA utilizando calibrador livre de aflatoxinas, para ajuste de zero.

Um provável interferente para os resultados obtidos no método QuickTox é a

coloração formada na solução após a extração das aflatoxinas das plantas

medicinais, conforme pode ser observado na Figura 1.

Abaixo, a Figura 1 apresenta a solução extratora contida nos reservatórios na

parte inferior da imagem, que se apresentou com coloração escura em vários tons

de amarelo-esverdeado, e ao fazer uma comparação visual entre as tiras reagentes,

pode-se afirmar claramente que estas alterações influenciaram a coloração da tira

teste.

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FIGURA 1 – Coloração das soluções extrativas das plantas medicinais e suas

respectivas tiras

De acordo com a bula de cada método, tanto o QuickTox, quanto o método de

ELISA, atuam por meio de ligação e formação de complexo Antígeno-Anticorpo, e

em determinado momento, ambos tem a ação de um anticorpo marcado com uma

substância que produz coloração.

No método QuickTox ocorre, quando positivo para a presença de determinado

antígeno, a ligação do anticorpo marcado com substância denominada “ouro” e que

produz a coloração nas linhas teste. A linha controle é utilizada para a comparação

(Controle Positivo), enquanto que na linha teste, os antígenos presentes na amostra

(representados neste ensaio pelas aflatoxinas) se ligam de maneira a formar uma

coloração de intensidade que varia de acordo com a concentração de antígenos

presentes.

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Na sequencia do procedimento, a intensidade da coloração da linha teste é

detectada por um aparelho de scanner que traduz o resultado colorido da tira em

PPB presente na amostra diretamente em um software.

O teste imunocromatográfico QuickTox, por se tratar de um método que utiliza

anticorpos específicos anti-aflatoxinas, permite afirmar qualitativamente a presença

de aflatoxinas na amostra, quando observada a coloração avermelhada na região

teste. Portanto, pode-se afirmar qualitativamente que todas as amostras analisadas

continham aflatoxinas,

De acordo com a bula do fabricante, este mesmo teste passou por analises

com outras micotoxinas (Deoxinivalenol, Fumonisina B1, Ocratoxina A e

Zearalenona) com concentração de 200 PPM e não se observaram resultados falso-

positivos. Entretanto, por se tratar de uma reação onde detecta-se a intensidade da

cor formada para a analise quantitativa dos antígenos, certamente compostos que

produzam coloração diferente nas tiras irão propiciar erros ou interferências na

leitura pelo scanner.

Para esta situação, pode-se afirmar que o método de ELISA é mais

adequado, pois, no decorrer do procedimento elimina-se totalmente a interferência

provocada pela coloração da solução extratora, e ao final, para a realização da

leitura espectrofotométrica da absorbância, a única coloração formada varia em tons

de amarelo de acordo com a concentração dos antígenos, e que é definida pela

adição da solução Stopper.

Palomino et al., (1998) detectaram em seu estudo sobre um método de

fluorescência - bright greenish yellow (amarelo esverdeada brilhante) para a

detecção de aflatoxinas, a presença de resultados falso-negativos. Segundo estes

pesquisadores, quando um teste fornece resultados falso-negativos, tem-se uma

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situação preocupante, pois, amostras que deveriam ser rejeitadas para o consumo

acabam sendo aceitas para o processamento e utilização.

Para um resultado quantitativo mais concreto, as análises de aflatoxinas em

plantas medicinais devem ser realizadas por um método mais eficiente e que sofra

menor ação possível de interferentes, pois, a presença de aflatoxinas nas amostras,

mesmo que qualitativa gera uma preocupação por ser um potencial risco a saúde

dos consumidores.

Prado et al., (2009) fizeram um estudo buscando a presença de aflatoxina B1

em amostras de pimenta e orégano e obteve resultados negativos para a presença

desta substância em suas amostras, porém citam em seu estudo que outros

trabalhos com a mesma finalidade, realizados na Turquia, revelaram nas mesmas

espécies a presença de fungos toxigênicos produtores de alfatoxinas. Citam ainda

que os fungos são microrganismos amplamente distribuídos no solo, plantas,

matéria orgânica em decomposição, água, ar e poeira e como consequência disso,

produtos não processados de fontes animais e vegetais são facilmente infectados.

Em trabalho desenvolvido pela Embrapa – Acre foi possível o isolamento de

Aspergillus flavus contaminando ouriços de castanha-do-brasil, embora não tenham

sido encontrados nas amêndoas, sabe-se que este fungo permanece naturalmente

na vegetação e no solo, e portanto o contato do ouriço com o solo durante a queda e

amontoa propiciam a contaminação das amêndoas, além de que a coleta dos frutos

caídos no chão tornam mais provável a contaminação por estes microrganismos.

Observa-se também que em 2003 a União Europeia optou pela devolução de lotes

de castanha do brasil oriundos do Brasil em virtude do alto índice de contaminação

por aflatoxinas e pelo rigoroso controle que se tem sobre estes metabolitos em

alimentos naqueles países (Leite, 2008).

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A presença destes compostos representam, para animais e principalmente

para os seres humanos, um grave risco a saúde. As aflatoxinas são absorvidas no

trato gastrointestinal e sofrem um primeiro efeito de biotransformação no fígado por

enzimas do sistema de funções oxidases mistas. As funções oxidases mistas são

parte constituinte do grande grupo de enzimas metabólicas do citocromo P-450 e

são responsáveis pela eliminação de vários xenobióticos do organismo (Ferreira et

al., 2006).

Na molécula da toxina, a porção responsável pela mutagenicidade está na

estrutura de hidrofurofurano entre C2-C3, sendo que a redução da Aflatoxina B1 para

a forma 2,3-dihidro (Aflatoxina B2) acaba por diminuir seus efeitos mutagênicos em

até 500 vezes. No geral, as aflatoxinas provocam mutações pontuais no DNA, que

são consideradas as lesões genéticas predominantes, apesar de estarem presentes

também em mutações que alteram a leitura no DNA (Jay, 2005).

De acordo com Amaral & Junior (2006) as aflatoxinas são um metabólito

altamente tóxico e seus níveis em alimentos são monitorados em vários países.

Gompertz et al. (2005) dizem que, além de seus potenciais efeitos hemorrágicos e

carcinogênicos, sabe-se que no organismo das aves há o desencadeamento

concomitante de hipoglicemia, hipotermia e diminuição da gordura corpórea.

Diante do exposto observa-se que as plantas medicinais devem ser um objeto

de preocupação e fiscalização, tendo em vista que, as amostras apresentaram

desvios relacionados aos padrões físicos de qualidade e quantidade total de

aflatoxinas, o que representa um risco potencial a saúde dos consumidores.

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CONCLUSÃO

A análise de material estranho revelou grandes quantidades de

contaminantes na maioria das amostras, o que pode ser indicativo de falhas no

controle de qualidade, processamento e embalagem dos produtos fitoterápicos.

Nas condições do presente estudo, pode-se concluir que, nos três

estabelecimentos há presença qualitativa de aflatoxinas, e que no estabelecimento 2

foram evidenciados níveis elevados destes compostos em pelo menos três amostras

pelo método de ELISA.

Sugere-se, a partir destes resultados, a realização de um estudo quantitativo

mais amplo, com mais amostras e repetições, pois as aflatoxinas, quando presentes

em grandes quantidades nos produtos para consumo humano constituem sérios

riscos a saúde.

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PRADO, G. Determination of aflatoxin B1 (Piper nigrum L.) and oregano (Origanum vulgare L.) by thin-layer chromatography and densitometry. Quím. Nova. V.31 n.3 São Paulo – São Paulo, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422008000300009&script=sci_arttext> Acesso em 31 Out. 2013.

PALOMINO, M. E. T. et al., Avaliação do método de triagem para análise de milho contaminado com aflatoxinas pela fluorescência amarelo-esverdeada brilhante (bgyf-

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bright greenish yellow fluorescence). Sci. agric. V. 55 n.3 Piracicaba – São Paulo, 1998. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-90161998000300020#tab1> Acesso em 31 Out. 2013.

PIEREZAN, F. et al. Intoxicação experimental por aflatoxina em bezerros. Pesq. Vet. Bras. vol.32 no.7 Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-736X2012000700004&script=sci_arttext> Acesso em 08 Abr 2013.

PRADO, G. et al., Efeito da irradiação na microbiota fúngica de plantas medicinais. Ciênc. agrotec., v. 33, n. 5, Lavras, 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/cagro/v33n5/v33n5a25.pdf> Acesso em 24 Mai 2013.

ROCHA, F. A. G. et al., Quantificação da microbiota fúngica presente em plantas medicinais comercializadas em feira popular de Currais Novos - RN. Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação. Pamlas – Tocantins, 2012. Disponível em: <http://propi.ifto.edu.br/ocs/index.php/connepi/vii/paper/viewFile/1361/1597> Acesso em 30 Out. 2013.

SANTOS, C. S.; TEIXEIRA, M. F. S. Monitoramento de fungos toxigênicos em plantas medicinais comercializadas na cidade de Manaus-Amazonas-Brasil. II Simpósio Internacional de Microbiologia Clínica. Florianópolis – SC, 2010. Disponível em : <http://www.sbmicrobiologia.org.br/2simc/resumos/R0215-1.html> Acesso em 22 Out. 2013.

Secretaria Estadual de Saúde – RS. Informe Técnico nº. 005 – MED/NVP/DVS/CEVS/SES/RS. Porto Alegre – Rio Grande do Sul, 2010. Disponível em: <http://www.saude.rs.gov.br/upload/1339697774_Informe%20T%C3%A9cnico%20n%C2%BA%20005%20%E2%80%93%20medicamentos%20fitoter%C3%A1picos,%20plantas%20medicinais,%20drogas%20vegetais%20e%20derivados%20vegetais.pdf> Acesso em 29 Out. 2013.

TESSARI, E. N. C.; CARDOSO, A. L. S. P. Efeitos da aflatoxina sobre as aves: revisão de literatura. Rev. Cient. Eletr. De Med. Vet. Nº 18. Garça – SP, 2012. Disponível em: <http://www.revista.inf.br/veterinaria18/revisao/RV03.pdf> Acesso em 12 Abr 2013.

UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina. Depto. de Eng. Química e de Eng. de Alimentos. Contaminação de alimentos. Florianópolis – Santa Catarina, 2009. Disponível em: <http://www.enq.ufsc.br/disci/eqa5221/material/introducao_contaminacao.pdf> Acesso em 29 Out. 2013.

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ANEXO I – INSTRUÇÕES AOS AUTORES DA REVISTA BRASILEIRA DE

PLANTAS MEDICINAIS.

A Revista Brasileira de Plantas Medicinais - RBPM é publicação trimestral e

destina-se à divulgação de trabalhos científicos originais, revisões bibliográficas e

notas prévias, que deverão ser inéditos e contemplar as grandes áreas relativas ao

estudo de plantas medicinais. Manuscritos que envolvam ensaios clínicos deverão

vir acompanhados de autorização de Comissão de Ética constituída, para realização

dos experimentos. Os artigos podem ser redigidos em português, inglês ou

espanhol, sendo sempre obrigatória a apresentação do resumo em português e em

inglês, independente do idioma utilizado. Os artigos devem ser enviados por e-mail

[email protected], com letra Arial 12, espaço duplo, margens de 2 cm, em Word

for Windows. Os artigos devem ter no máximo 20 páginas. Artigos com fotografias e

gráficos coloridos podem ser publicados, a critério do Corpo Editorial, se o autor se

comprometer, mediante entendimentos prévios, a cobrir parte das despesas de

publicação. No e-mail, enviar telefone para contatos mais urgentes.

REVISÕES E NOTAS PRÉVIAS

Revisões e Notas prévias deverão ser organizadas basicamente em Título, Autores,

Resumo, Palavraschave, Abstract, Key words, Texto, Agradecimento (se houver) e

Referência.

ARTIGO CIENTÍFICO

Os artigos deverão ser organizados em:

TÍTULO: Deverá ser claro e conciso, escrito apenas com a letra inicial maiúscula,

negrito, centralizado, na parte superior da página. Se houver subtítulo, deverá ser

em seguida ao título, em minúscula, podendo ser precedido de um número de ordem

em algarismo romano. Os nomes comuns das plantas medicinais devem ser

seguidos pelo nome científico entre parênteses, verificado em www.tropicos.org e

www.ipni.org.

AUTORES: Começar pelo último sobrenome dos autores por extenso (nomes

intermediários somente iniciais, sem espaço entre elas, separadas com vírgulas) em

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letras maiúsculas, negrito e 2 linhas abaixo do título. Após o nome de cada autor

deverá ser colocado um número sobrescrito que corresponderá a instituição e

endereço (Rua, CEP: cidade-país). Indicar o autor (*) que deverá receber a

correspondência, com e-mail. Os autores devem ser separados com ponto e vírgula.

RESUMO: Deverá constar da mesma página onde estão o título e os autores, duas

linhas abaixo dos autores. O resumo deverá ser escrito em único parágrafo,

contendo objetivo, resumo do material e método, principais resultados, conclusão e

sem citação bibliográfica.

Palavras-chave: Deverão ser colocadas uma linha abaixo do resumo, na margem

esquerda, podendo constar até cinco palavras, separadas com vírgula.

ABSTRACT: Apresentar o título e resumo em inglês, no mesmo formato do redigido

em português (parágrafo único), com exceção do título, em negrito, apenas com a

inicial em maiúscula, que virá após a palavra ABSTRACT.

Key words: Colocar abaixo do abstract as palavraschave em inglês, podendo

constar até cinco palavras, separadas com vírgula.

INTRODUÇÃO: Deverá constar breve revisão de literatura e os objetivos do

trabalho. As citações de autores no texto deverão ser feitas de acordo com os

seguintes exemplos: Silva (1996); Pereira & Antunes (1985); (Souza & Silva, 1986)

ou quando houver mais de dois autores Santos et al. (1996).

MATERIAL E MÉTODO: Deverá ser feita apresentação completa das técnicas

originais empregadas ou com referências de trabalhos anteriores que as descrevam.

As análises estatísticas deverão ser igualmente referenciadas. Na metodologia

deverão constar os seguintes dados da espécie estudada: nome científico com

autor; nome do herbário onde a excicata está depositada e o respectivo número

(Voucher Number).

RESULTADO E DISCUSSÃO: Poderão ser apresentados separados ou como um

só capítulo, podendo conter no final conclusão sumarizada.

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AGRADECIMENTO: Deverá ser colocado neste capítulo (quando houver)

REFERÊNCIA: As referências devem seguir os exemplos:

Periódicos:

AUTOR(ES) separados por ponto e vírgula, sem espaço entre as iniciais. Título do

artigo. Nome da Revista, por extenso, volume, número, página inicial-página final,

ano.

KAWAGISHI, H. et al. Fractionation and antitumor activity of the water-insoluble

residue of Agaricus blazei fruiting bodies. Carbohydrate Research, v.186, n.2,

p.267-73, 1989.

Livros :

AUTOR. Título do livro. Edição. Local de publicação: Editora, Ano. Total de

páginas.

MURRIA, R.D.H.; MÉNDEZ, J.; BROWN, S.A. The natural coumarins: occurrence,

chemistry and biochemistry. 3.ed. Chinchester: John Wiley & Sons, 1982. 702p.

ATENÇÃO: Artigos que não estiverem de acordo com essas normas serão

devolvidos.

Observação: São de exclusiva responsabilidade dos autores as opiniões e

conceitos emitidos nos trabalhos. Contudo, reserva-se ao Corpo Editorial, o direito

de sugerir ou solicitar modificações que julgarem necessárias.

Capítulos de livros:

AUTOR(ES) DO CAPÍTULO. Título do Capítulo. In: AUTOR (ES) do LIVRO. Título

do livro: subtítulo. Edição. Local de Publicação: Editora, ano, página inicial-página

final.

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HUFFAKER, R.C. Protein metabolism. In: STEWARD, F.C. (Ed.). Plant physiology:

a treatise. Orlando: Academic Press, 1983. p.267-33.

Tese ou Dissertação:

AUTOR. Título em destaque: subtítulo. Ano. Total de páginas. Categoria (grau e

área de concentração) - Instituição, Universidade, Local.

OLIVEIRA, A.F.M. Caracterização de Acanthaceae medicinais conhecidas como

anador no nordeste do Brasil. 1995. 125p. Dissertação (Mestrado – Área de

Concentração em Botânica) - Departamento de Botânica, Universidade Federal de

Pernambuco, Recife.

Trabalho de Evento:

AUTOR(ES). Título do trabalho. In: Nome do evento em caixa alta, número, ano,

local. Tipo de publicação em destaque... Local: Editora, ano. página inicial-página

final.

VIEIRA, R.F.; MARTINS, M.V.M. Estudos etnobotânicos de espécies medicinais de

uso popular no Cerrado. In: INTERNATIONAL SAVANNA SYMPOSIUM, 3., 1996,

Brasília. Proceedings… Brasília: Embrapa, 1996.

p.169-71.

Publicação Eletrônica:

AUTOR(ES). Título do artigo. Título do periódico em destaque, volume, número,

página inicial-página final, ano. Local: editora, ano. Páginas. Disponível em: <http://

www........>. Acesso em: dia mês (abreviado) ano.

PEREIRA, R.S. et al. Atividade antibacteriana de óleos essenciais em cepas

isoladas de infecção urinária. Revista de Saúde Pública, v.38, n.2, p.326-8, 2004.

Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acesso em: 18 abr. 2005.

Não citar resumos e relatórios de pesquisa a não ser que a informação seja muito

importante e não tenha sido publicada de outra forma. Comunicações pessoais

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devem ser colocadas no rodapé da página onde aparecem no texto e evitadas se

possível. Devem ser, também, evitadas citações do tipo Almeida (1994) citado por

Souza (1997).

TABELAS: Devem ser inseridas no texto, com letra do tipo Arial 10, espaço simples.

A palavra TABELA deve ser em letras maiúsculas, seguidas por algarismo arábico,

quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Tabela). O título da Tabela

em Arial 12 e os dados dentro da Tabela em Arial 10.

FIGURAS: As ilustrações (gráficas, fotográficas, desenhos, mapas) devem ser em

letras maiúsculas seguidas por algarismo arábico, Arial 12, inseridas no texto.

Quando citadas no texto devem ser em letras minúsculas (Figura). As legendas e

eixos das Figuras devem ser em Arial 10. As Figuras que são fotografias, pranchas,

etc. devem ser enviadas também em arquivos separados, com resolução 300 DPI,

800 x 600, com extensão JPEG, para impressão de publicação.