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INTRODUÇÃO A cultura afro-brasileira é resultado da miscigenação da cultura africana, no Brasil, incluindo as influências recebidas das culturas portuguesa e indígena que se manifestam através da música, a religião e a culinária. Inicialmente as manifestações de cultura afro-brasileiras eram perseguidas e desestimuladas e alvo de muito preconceito. Com o passar dos anos a cultura afro se fortalece e a partir das lutas de seus guerreiros como mestre Bimba que vai ao presidente Getúlio Vargas que declara a capoeira como "único esporte verdadeiramente nacional". As religiões afro-brasileiras quase que totalmente apresentam as suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé. É importante ressaltar que durante a escravidão muitos escravos foram obrigados a se converter ao catolicismo, porém ainda secretamente manteriam suas atividades religiosas de origens que se evidenciam nos dias de hoje, visto o sincretismo religioso apresentado no Brasil. A própria prática do Catolicismo tradicional tem influências africanas que se revelam no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia. A música e a dança criada pelos afro-brasileiros é fruto da miscigenação de elementos de toda a África, da música portuguesa e elementos indígenas, que foram responsáveis pela criação do candomblé e de outros segmentos regionais que deram origem à dança dos caboclos e outros aspectos da cultura africana. Apresentando uma musicalidade e um ritmo próprio. Os ritmos africanos são fortes influenciadores da música popular brasileira. E danças como o jongo, o tambor de crioula, o maracatu, o samba, por exemplo, como filhos dessa rica cultura que é a cultura afro.. E visto que a cultura afro apresenta um rico material de estudo e de pesquisa esse trabalho aborda um pouco mais sobre vários aspectos da nossa cultura afro. A sua história, suas danças, a música, a arte como o todo, a culinária, sua mística e religiosidade, suas lutas de seus heróis atuais e os que já morreram e ficaram marcados na luta do povo e da história.

Afro Brasileiro

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Historia sobre o Afro

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INTRODUÇÃO

A cultura afro-brasileira é resultado da miscigenação da cultura africana, no Brasil, incluindo as influências recebidas das culturas portuguesa e indígena que se manifestam através da música, a religião e a culinária.

Inicialmente as manifestações de cultura afro-brasileiras eram perseguidas e desestimuladas e alvo de muito preconceito. Com o passar dos anos a cultura afro se fortalece e a partir das lutas de seus guerreiros como mestre Bimba que vai ao presidente Getúlio Vargas que declara a capoeira como "único esporte verdadeiramente nacional".

As religiões afro-brasileiras quase que totalmente apresentam as suas raízes africanas, como é o caso do Candomblé. É importante ressaltar que durante a escravidão muitos escravos foram obrigados a se converter ao catolicismo, porém ainda secretamente manteriam suas atividades religiosas de origens que se evidenciam nos dias de hoje, visto o sincretismo religioso apresentado no Brasil. A própria prática do Catolicismo tradicional tem influências africanas que se revelam no culto de santos de origem africana como São Benedito, Santo Elesbão, Santa Efigênia.

A música e a dança criada pelos afro-brasileiros é fruto da miscigenação de elementos de toda a África, da música portuguesa e elementos indígenas, que foram responsáveis pela criação do candomblé e de outros segmentos regionais que deram origem à dança dos caboclos e outros aspectos da cultura africana. Apresentando uma musicalidade e um ritmo próprio. Os ritmos africanos são fortes influenciadores da música popular brasileira. E danças como o jongo, o tambor de crioula, o maracatu, o samba, por exemplo, como filhos dessa rica cultura que é a cultura afro..

E visto que a cultura afro apresenta um rico material de estudo e de pesquisa esse trabalho aborda um pouco mais sobre vários aspectos da nossa cultura afro. A sua história, suas danças, a música, a arte como o todo, a culinária, sua mística e religiosidade, suas lutas de seus heróis atuais e os que já morreram e ficaram marcados na luta do povo e da história. Trazendo como base desse trabalho grandes pesquisadores e escritores como ...

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2.1 História da Cultura Afro-brasileira

Os povos africanos viviam da coleta de frutos, raízes e folhas, da caça, da pesca que sempre foram as principais fontes de alimentação da espécie humana. A grande diversidade e quantidade desses recursos naturais permitiram que o homem vivesse sem muito “esforço” para transformar esses recursos e usufruí-los, explicando porque grandes números de grupos populacionais africanos chegaram até o século XIX em condições não muito diferentes daquela da pré-história servindo de pretexto para justificar a dominação e a colonização.

A África foi o local que originou o aproveitamento agrícola sistemático de cerais importantes como o arroz e o sorgo e outros vegetais como, por exemplo, o café na Etiópia. As relações comerciais constantes e as migrações permitiram á África herdar uma variedade de trigo, cevada banana, o inhame, voltado mais para alimentação humana.

Duas regiões africanas sobressaíram no desenvolvimento tecnológico: ao norte o vale do rio Nilo e na África Ocidental o vale do rio Níger. A mineração do ouro, do cobre, do ferro, a invenção da cerâmica fez com que os povos que ali ocupavam uma formação de conhecimento e de trato com os instrumentos de trabalho e artísticos elevados. Tais conhecimentos também ajudaram a organização política e social, a urbanização e transmissão metodológicas dessas artes e técnicas.

.A escravidão é justificada por várias possibilidades. Na antiguidade havia a escravidão temporária, para saldar a dívida. . Em certas regiões algumas comunidades eram obrigadas a um encargo de uma quantidade de jovens entregues ao rei para a escravidão. Havia casos de pessoas que para fugir das misérias e da fome se sujeitavam a escravidão voluntariamente a fim de fugir da miséria, da fome, das secas. O fato de nascer de uma mãe de uma escrava também era causa para criança se tornar escrava.

Ser escravo significa não ter o direito da sua própria vida, do seu corpo, de seus bens, da vontade de ir e vir livremente, não ter poder de escolha de religião, de não escolher a pessoa com quem constituirá a família.

O destino das pessoas escravizadas foram os mais diversos. Professores e gladiadores em Roma onde estiverem dentro dos exércitos, agricultores, mineradores, pastores, domésticos e a prostituição.

E a colonização no Brasil não seria possível sem a contribuição africana. Portugal inicia o ciclo das grandes navegações. Com a decadência do Marrocos, conquistou a cidade de Ceuta, estabelecendo várias feitorias no litoral do atlântico no litoral do mediterrâneo. Identificaram uma rota marítima pras Índias, e no percurso da costa, encontraram o continente africano, cujas atividades comerciais foram estabelecidas inicialmente com os povos da região.

Instauraram no continente africano feitorias a fim de fazer transações de escravos e mercadorias para Portugal e para Europa. E depois para as colônias portuguesas (Brasil, na ilha da Madeira, e nos arquipélago de Açores e das ilhas de São Tomé e Príncipe). Ainda a caminho das índias, os portugueses fizeram feitorias no reino do Congo, que hoje é a Angola, Congo e República Democrática do Congo até o sul da África em regiões como Moçambique, Tanzânia e Quênia. Regiões estas que o Brasil recebeu um grande número de escravos.

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A necessidade de braço para a mão-de-obra fez com que determinasse o incremento do tráfico de escravos diretamente dos portos da África. Atividade praticada por espanhóis, franceses, holandeses e ingleses.

TABELA

Não é exato o número de escravos que vieram para as Américas. Historiadores abordam de três a cinco milhões de pessoas. Porém chegar a quantidade exata é muito complicado, uma vez que, sempre houve sonegação no pagamento dos tributos, haviam também os escravos contrabandeados que desembarcavam em praias desertas e portos particulares.

No início da colonização houve um crescimento natural da população escrava, resultante do nascimento de indivíduos no local e ao grande número de migrações que chegavam ao Brasil, cuja maioria era do sexo masculino. Essas reposições de escravos se davam constantemente pois estes viviam em más condições de saúde, higiene, má-alimentação, outros maus-tratos e epidemias fazendo com que o número de mortalidade fosse sempre elevada.

Os escravos trabalhavam na atividade pastoril, que se estendeu pelos sertões do nordeste e as pastagens do extremo sul. O transporte de pessoas e mercadorias também era feito pelos escravos conduzindo tropas de mulas e carros-de-bois em direção as fazendas, os engenhos, os centros urbanos e vice-versa. Foram utilizados também nas atividades pesqueiras, foram marinheiros, canoeiros, remadores, estivadores carregando fardos de açúcar, tabaco e algodão para exportação e na descarga dos navios que traziam as mercadorias importadas. Foram responsáveis pela agricultura alimentícia, algodão, tabaco. Trabalharam nas atividades domésticas fiavam e teciam algodão. E com o processo de urbanização aumentou o número de escravas exercendo atividades como cozinheiras, lavadeiras, babás e amas-de-leite. Os homens como cocheiros, cavalariços de pajens e carregadores de cadeirinhas. Trabalhavam também em ofícios para terceiros como alfaiates, carpinteiros, ferreiros, sapateiros, vendedores ambulantes, cujos ganhos eram repassados aos seus proprietários.

É imprescindível destacar que todas essas atividades foram indispensáveis para a economia brasileira e que em geral não eram feitos de boa-vontade pelos africanos e que só na brutalidade e serviços severos forçavam os trabalhadores a realizar suas tarefas. Alimentando sempre o desejo de escapar da escravidão e mesmo com todas essas dificuldades não deixavam de vivenciar quando podiam sua cultura, através de suas danças, comidas, músicas e seu jeito particular de celebrar a vida.

Algumas leis no decorrer da história foram tentativas de abolição, pelo menos parcial, da escravidão, como a Lei do Ventre Livre de 1871, a Lei dos Sexagenários de 1885. É preciso relembrar as rebeliões os quilombos, berço da resistência africana pelo desejo de liberdade.

As rebeliões começaram desde a África. Há registro de rebeliões na ilha de São Tomé, rebeliões dentro de navios negreiros, a independência do Haiti, por exemplo, resultado de uma rebelião de escravos, expulsando os governantes franceses. No Brasil temos registros de

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rebeliões em Salvador, Espírito Santo entre outros. Deixando os proprietários de escravos temendo que escravos fugitivos tomassem as senzalas dos engenhos e provocassem uma grande revolta nas cidades.

Na Bahia houve um verdadeiro ciclo de rebeliões (1809, 1813, 1816). Em 1813 revoltosos incendiaram as casas, senzalas, assassinaram os descendentes de europeus. Em 1826 autoridades tentaram extinguir o quilombo existente próximo de Salvador e liderados pela etnia nagô, resistiram, passaram ao ataque lojas de ferragens, retiraram armamentos e munições, libertaram centenas de escravos e atacaram a guarda policial. Em 1835 houve uma grande rebelião que incendiou o centro de Salvador.

Todas essas revoltas tem suas organizações a partir de reuniões secretas, e no caso de Salvador em especial, doravante de sociedades secretas de africanos que praticavam o islamismo liderado por figuras com Elesbão do Carmo (Dandará); o sacerdote Pacifico Licutan, Luísa Mahin.

Os quilombos, palavra de origem congo-angolana que significa “acampamento na floresta” foi denominada como lugar de refúgio para escravos que se organizavam nas matas. Inicialmente os quilombos asseguravam sua existência através de saques de depósitos de alimentos e feiras, assaltando engenhos e fazendas, depois começaram a se organizar e a viver das atividades agrícolas. Os quilombos eram ameaças para os donos de escravos que tentavam recuperar os fugitivos e destruir os quilombos. A existência de quilombos estimulava a fuga de muitos escravos. Quilombos estes que recebiam ajudam de comerciantes que nao tinham interesses no regime de escravidão e só queriam comercializar, dos escravos que permaneciam nas fazendas e engenhos, dos alforriados. Registra-se engenhos na Amazônia, Mato Grosso, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Piauí, Maranhão, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul. Destacando o quilombo de Palmares que se localizava na zona da mata no norte de Alagoas e sul de Pernambuco e o quilombo de Catucá nas vizinhanças de Recife.