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GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH
AGENDA 21: PIRAPAMA
PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA
HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA
P U B L I C A Ç Õ E S PROJETO PIRAPAMA
DFID Recife, 2000
ii
PLANO DE INVESTIMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO
PIRAPAMA
iii
GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Governador: Jarbas de Andrade Vasconcelos
SECRETARIA DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E MEIO AMBIENTE
Secretário: Cláudio José Marinho Lúcio Secretária Adjunta: Alexandrina Sobreira Moura
COMPANHIA PERNAMBUCANA DO MEIO AMBIENTE - CPRH
Presidente: Edrise Aires Fragoso Diretor Administrativo e Financeiro: Hubert Hirschle Filho
Diretor de Recursos Hídricos e Florestais: Aldir Pitt M. Pimentel Diretor de Controle Ambiental: Geraldo Miranda Cavalcante
Diretora de Planejamento e Integração: Berenice Andrade Lima
Cooperação Técnica Brasil - Reino Unido PROJETO PLANEJAMENTO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL
DA BACIA DO PIRAPAMA Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH / Department for
International Development - DFID/Environmental Resources Management - ERM Coordenadores: Ana Maria Cardoso de Freitas Gama (CPRH) e Amim Melville
Gajraj/Tim Smith(DFID/ERM) Telefone: (081)3267 1800
Fax: (081) 3268-1008 e-mail: [email protected]
Instituições participantes do Projeto Pirapama:
Secretaria de Recursos Hídricos - SRH
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH Instituto Tecnológico do Estado de Pernambuco - ITEP
Companhia Pernambucana de Saneamento - COMPESA Fundação de Desenvolvimento da Região Metropolitana do Recife - FIDEM
Secretaria de Produção Rural e Reforma Agrária -SPRRA Universidade Federal de Pernambuco - UFPE
Prefeitura Municipal do Cabo de Santo Agostinho Prefeitura Municipal da Escada
Prefeitura Municipal de Jaboatão dos Guararapes Prefeitura Municipal do Moreno
1
AGENDA 21:PIRAPAMA
PLANO DE INVESTIMENTO DA BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO PIRAPAMA
Consultor: José Carrera Fernandez
P U B L I C A Ç Õ E S PPRROOJJEETTOO PPIIRRAAPPAAMMAA
DFID
Recife, 2000
2
Copyright © 2000 by CPRH É permitida a reprodução parcial da presente obra, desde que citada a fonte
Conselho Editorial da CPRH: Evângela Azevedo de Andrade, Francicleide Palhano de Oliveira e Madalena Barbosa de Albuquerque
Consultor:
José Carrera Fernandez
COMITÊ DA BACIA HIDROGRÁFICA DO PIRAPAMA
Titulares Integrantes:
Ronaldo Câmara Cavalcanti (SECTMA), Ana Maria C. de Freitas Gama (CPRH), Álvaro José Menezes Costa (COMPESA), Vera Maria Martins Marques (FIDEM)
Elias Vital Nascimento (SEIN) José Alberto Brito Ferreira (SPRRA) Guilherme José Robalino de Oliveira Cavalcanti (Secretaria de Saúde) Simone Rosa (SRH) Lúcio Monteiro (PM Cabo de Santo Agostinho)
Ubirajara Paz (PM Moreno) Verônica Maria B.da Silva (Secretaria de Educação) José Severino Ribeiro de Lima (PM Vitória) Valéria Maria Hirschle Galindo (PM Jaboatão dos Guararapes)
Ivaldo Vasconcelos Pedroza (FIEPE) Isaías Ferreira de Almeida (PM Escada) Manoel Bento Dias Filho (PM Escada) Maurison da Costa Gomes (PM Ipojuca)
Riccardo Rosso (ASSIMPRA) Efigênia Maria de Oliveira (Centro das Mulheres do Cabo/ONG) Severino Nunes Ferreira (Ass. dos Pequenos Produtores Terra, Trabalho e Liberdade)
Josefa Ferreira da Silva (Colônia de Pescadores Z-8) Virgílio Antonio P. Gondim (Ass. Fornecedores de Cana /PE) Mariano Domingues Freire (Ass. Pequenos Agricultores do Engenho Matapagipe)
José Arnaldo da Silva (Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho) Gildo Espósito Lima (Ass. Comercial de Vitória) Maria do Carmo Sobral (UFPE) Elizete Ferreira da Silva (Ass. de Moradores de Pirapama)
Alberes Felix de Souza (Câmara Municipal de Moreno) José Geraldo Ribeiro da Silva (Câmara Municipal da Escada) Valdeci Maria Manoel da Silva (Ass. de Mulheres de Escada)
IMPRESSO NO BRASIL
Companhia Pernambucana do Meio Ambiente - CPRH
Rua Santana, 367, Casa Forte, Recife - PE
Pabx (081) 3267 1800 Fax (081) 3268 1008 e-mail: [email protected]
2000
Gd Companhia Pernambucana do Meio Ambiente/Comitê da
Bacia do Pirapama
Agenda 21: Bacia do Pirapama-Plano de Investimento. Recife -
CPRH/DFID, 2000 p.
ISBN:
iii
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................1
2. O PLANO DE INVESTIMENTO ..........................................................................................................3
2.1. ESTRATÉGIA 1: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA .......................................................... 7
2.1.1. Programa 1.1: Dinamização das Atividades Econômicas ....................................................... 7
2.1.1.1. Projeto 1.1.1: Desenvolvimento da Agricultura Diversificada e de Tecnologias
Sustentáveis........................................................................................................................ 7
2.1.1.2. Projeto 1.1.2: Desenvolvimento da Micro e Pequena Empresa e do Trabalho Artesanal11
2.1.1.3. Projeto 1.1.3: Desenvolvimento de Organizações Auto Gerenciadas para Produção e
Comercialização................................................................................................................ 15
2.1.1.4. Projeto 1.1.4: Oportunização do Emprego e Renda para a População Urbana Carente 18
2.1.1.5. Projeto 1.1.5: Desenvolvimento do Ecoturismo na Área da Bacia................................... 21
2.1.1.6. Projeto 1.1.6: Desenvolvimento de Atividades Econômicas Exercidas pelas Mulheres.. 25
2.1.1.7. Projeto 1.1.7: Desenvolvimento Sustentável da Pesca Artesanal ................................... 29
2.1.2. Programa 1.2: Melhoria das Condições Sócio-Ambientais em Áreas Carentes ................... 34
2.1.2.1. Projeto 1.2.1: Controle, Tratamento e Prevenção de Esquistossomose ......................... 34
2.1.2.2. Projeto 1.2.2: Implantação de Mecanismos de Vigilância Ambiental Comunitária .......... 38
2.1.2.3. Projeto 1.2.3: Melhoria das Condições de Saneamento Ambiental Comunitária em Áreas
Carentes............................................................................................................................ 42
2.1.2.4. Projeto 1.2.4: Melhoria do Perfil Sócio-Econômico das Comunidades Assentadas em
Áreas de Recuperação Ambiental .................................................................................... 46
2.2. ESTRATÉGIA 2: FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL.......................................... 51
2.2.1. Programa 2.1: Desenvolvimento Institucional........................................................................ 51
2.2.1.1. Projeto 2.1.1: Adequação da Estrutura Institucional para Implementação do PDS......... 51
2.2.1.2. Projeto 2.1.2: Melhoria do Controle Ambiental nas Administrações Municipais .............. 56
2.2.1.3. Projeto 2.1.3: Desenvolvimento do Processo Participativo no Orçamento Municipal ..... 59
2.2.1.4. Projeto 2.1.4: Criação e Implementação de Instrumentos de Incentivo para a Gestão
Ambiental .......................................................................................................................... 62
2.2.1.5. Projeto 2.1.5: Estímulo ao Desenvolvimento da Agenda 21 Local para os Diversos
Municípios ......................................................................................................................... 66
2.2.1.6. Projeto 2.1.6: Criação, Reestruturação e Fortalecimento de CONDEMA’s ..................... 69
2.2.2. Programa 2.2: Comunicação ao Público e Desenvolvimento de um Sistema de Informação
Ambiental ...................................................................................................................................... 73
iv
2.2.2.1. Projeto 2.2.1: Consulta e Comunicação do Plano de Desenvolvimento Social aos
Diversos Agentes Envolvidos ........................................................................................... 73
2.2.2.2. Projeto 2.2.2: Desenvolvimento e Implantação de um Sistema de Informações
Ambientais ........................................................................................................................ 76
2.2.2.3. Projeto 2.2.3: Monitoramento e Avaliação da Qualidade Ambiental na Área da Bacia ... 80
2.2.3. Programa 2.3: Educação Ambiental e Incentivo à Participação ............................................ 83
2.2.3.1. Projeto 2.3.1: Ações Sistemáticas de Educação Ambiental e Formação de “Foruns”
(Fora) Locais ..................................................................................................................... 83
2.2.3.2. Projeto 2.3.2: Fortalecimento das Organizações Comunitárias ....................................... 87
2.2.3.3. Projeto 2.3.3: Fomento às Empresas para Adoção de Políticas Internas de
Gerenciamento Ambiental ................................................................................................ 91
2.3. Estratégia 3: Melhoria do Meio Ambiente Natural .................................................................... 95
2.3.1. Programa 3.1: Proteção da Cobertura Vegetal e de Áreas de Sensibilidade Ambiental ...... 95
2.3.1.1. Projeto 3.1.1: Criação, Regulamentação e Implementação de Espaços Protegidos ...... 95
2.3.1.2. Projeto 3.1.2: Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas ........................... 98
2.3.2. Programa 3.2: Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo ................................................. 102
2.3.2.1. Projeto 3.2.1: Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo............................................... 102
2.3.2.2. Projeto 3.2.2: Requalificação dos Sítios Históricos........................................................ 107
2.3.2.3. Projeto 3.2.3: Parque Metropolitano Lagoa Olho D’água............................................... 112
2.3.2.4. Projeto 3.2.4: Disciplinamento da Extração Mineral....................................................... 118
2.3.2.5. Projeto 3.2.5: Elaboração de Estudos, Implantação e Supervisão de Obras para Melhoria
do Sistema de Drenagem Urbana .................................................................................. 123
2.3.3. Programa 3.3: Controle da Poluição .................................................................................... 128
2.3.3.1. Projeto 3.3.1: Modelagem Matemática da Fertirrigação e do Seu Impacto sobre a
Qualidade das Águas...................................................................................................... 128
2.3.3.2. Projeto 3.3.2: Controle do Lançamento de Efluentes Industriais aos Corpos D’água ... 131
2.3.3.3. Projeto 3.3.3: Uso de Agrotóxicos e de seus Efeitos sobre os Recursos Hídricos........ 135
2.3.3.4. Projeto 3.3.4: Implantação e Recuperação de Sistemas de Tratamento de Esgoto
Sanitário .......................................................................................................................... 139
2.3.3.5. Projeto 3.3.5: Desativação de Lixões e Recuperação de Áreas Degradadas ............... 144
2.3.3.6. Projeto 3.3.6: Reestruturação e Implantação dos Sistemas de Coleta, Tratamento e
Destinação Final de Resíduos Sólidos ........................................................................... 148
2.4. ESTRATÉGIA 4: CONTROLE DE USO DAS ÁGUAS NA BACIA.......................................... 152
2.4.1. Programa 4.1: Gerenciamento do Uso Múltiplo dos Recursos Hídricos ............................. 152
2.4.1.1. Projeto 4.1.1: Implantação da Cobrança Pelo Uso Da Água ......................................... 152
2.4.1.2. Projeto 4.1.2: Normatização de Critérios para Outorga de Direito de Uso da Água...... 155
2.4.1.3. Projeto 4.1.3: Mediação dos Conflitos de Uso da Água................................................. 158
v
2.4.1.4. Projeto 4.1.4: Reenquadramento da Bacia do Rio Pirapama ........................................ 161
2.4.2. Programa 4.2: Monitoramento e Informação Hidrológico .................................................... 164
2.4.2.1. Projeto 4.2.1: Instalação e Operação das Estações Hidrométricas e Monitoramento de
Sub-Bacias...................................................................................................................... 164
2.4.2.2. Projeto 4.2.2: Monitoramento do Rio Pirapama – Estações Laisa 1, Cacho 1 e
Matapagipe ..................................................................................................................... 167
2.4.2.3. Projeto 4.2.3: Monitoramento da Qualidade da Água do Rio Pirapama ........................ 170
2.4.2.4. Projeto 4.2.4: Avaliação das Alternativas à Jusante da Barragem Principal do Pirapama
........................................................................................................................................ 173
2.4.2.5. Projeto 4.2.5: Implantação de Sistema de Informações de Recursos Hídricos............. 176
1. INTRODUÇÃO
Este Plano de Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama dá
continuidade ao esforço empreendido inicialmente com a elaboração do projeto
de “Planejamento e Gerenciamento Ambiental da Bacia do Pirapama”, e tem
por objetivo principal contribuir para construção da Agenda 21 na bacia do
Pirapama. Ao apresentar um plano abrangente de investimentos para a bacia,
consonante com os princípios e conceitos da Agenda 21 Global, este trabalho
contribui para consolidar as várias ações do plano de desenvolvimento
sustentável para a bacia hidrográfica do rio Pirapama.
Independentemente da forma de gestão e da entidade gestora, o órgão gestor
terá que resolver o problema de alocar recursos escassos, disponibilizados
através de um orçamento financeiro apertado, de modo a maximizar o
benefício social. Este plano de investimento permite que o setor público,
através dos vários órgãos dos governos municipal, estadual e federal que
atuam nessa área, possa orientar suas ações no sentido de que seja otimizada
a utilização de seus recursos escassos, contribuindo assim para melhorar a
qualidade de vida da sociedade como um todo.
Os custos dos projetos considerados nesse Plano de Investimento para a Bacia
Hidrográfica do Rio Pirapama foram avaliados com base em informações
técnicas de investimentos e custos de operação e de manutenção incorridos
nas várias fases de implementação desses projetos. Face ao caráter preliminar
deste Plano, tais custos foram avaliados tomando-se por base os preços de
mercado, sem haver uma preocupação específica com os preços sociais.
Deve-se lembrar que em uma economia “ideal”, na qual os mercados operam
livremente, em condições de concorrência perfeita, com pleno emprego e
perfeita mobilidade dos recursos, o preço de mercado seria um bom indicador
do valor dos bens para a sociedade. No entanto, essas condições ideais são
raramente verificadas na prática, devido, por exemplo, a economias de escala,
2
interferências nos mercados (tais como impostos, subsídios e
regulamentações), interdependência de ações entre agentes (estabelecidas por
bens públicos e externalidades tecnológicas), imobilidade dos recursos, custos
de transação e informação incompleta. Nesse sentido, o sistema de preços de
mercado passa a não ser um bom indicador dos custos para a sociedade, uma
vez que estes preços contêm uma série de distorções, em relação às
condições ideais de equilíbrio.
Nessas circunstâncias, a avaliação dos investimentos baseada em preços de
mercado poderá levar a economia a alocar os seus recursos ineficientemente,
de modo que os agentes envolvidos poderiam ser levados a utilizar mais
intensivamente os recursos sub-avaliados pelo mercado ou sub-utilizar os
recursos super-avaliados pelo mesmo mercado. Isso posto, seria conveniente
introduzir mecanismos de correção das divergências entre os preços de
mercado e os preços sociais, de modo a reduzir o uso de recursos sub-
avaliados pelo mercado e estimular o uso daqueles recursos super-avaliados, o
que só seria conseguido através da adoção de preços sociais. Procedimento
esse que deverá ser feito posteriormente, quando da avaliação social dos
projetos propostos, corrigindo-se o perfil de custos para levar em consideração
os custos realmente incorridos pela sociedade, o que significa avaliar os custos
do projeto aos preços sociais e não aos preços de mercado.
O Plano de Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama, detalhado
a seguir, contém as principais estratégias de ação da Agenda 21 para a bacia
hidrográfica do rio Pirapama e foi concebido como instrumento preliminar para
orientar as ações do Governo do Estado no sentido de buscar junto aos
organismos nacionais e internacionais os recursos necessários para
implementar os vários projetos.
3
2. O PLANO DE INVESTIMENTO
Conforme pode ser visto nos QUADRO 2.0.1 e 2.0.2, este Plano de
Investimento para a Bacia Hidrográfica do Rio Pirapama está fundamentado
em quatro grandes estratégias de ações, de acordo com o documento inicial do
Plano de Desenvolvimento Sustentável, que são: (1) melhoria da qualidade de
vida; (2) fortalecimento do sistema de gestão ambiental; (3) melhoria da
qualidade do meio ambiente natural: e (4) controle de uso das águas. Cada
uma dessas estratégias está subdividida em programas, que vão desde a
dinamização das atividades econômicas, até o monitoramento e informação
hidrológico. Os programas, por sua vez, contemplam uma gama de projetos de
investimento, articulados entre si com o objetivo de consolidar o
desenvolvimento sustentável para a bacia hidrográfica do rio Pirapama, dentro
do contexto e dos princípios da Agenda 21.
Com algumas poucas exceções, este Plano de Investimento para a Bacia
Hidrográfica do Rio Pirapama segue a estratégia de investimento contida na
Agenda 21 para a bacia do Pirapama. Alguns projetos específicos foram
adicionados para ampliar a abrangência e o escopo das ações. Como pode ser
visto nos QUADROS 2.0.1 e 2.0.2, as intervenções e investimentos
adicionadas estão agrupadas de acordo com as várias estratégias e programas
concebidas originalmente através do Planejamento e Gerenciamento Ambiental
da Bacia do Pirapama.
Este Plano faz um levantamento preliminar e abrangente dos recursos
necessários para efetivamente implementar os projetos aqui propostos, através
da avaliação e da estimativa dos seus principais componentes de custo e
investimento requeridos. Essas estimativas de custos estão apresentadas nos
seus respectivos cronogramas físico e financeiro.
4
QUADRO 2.0.1: PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA
1. MELHORIA DA QUALIDADE
DE VIDA
2. FORTALECIMENTO DO SISTEMA DE
GESTÃO AMBIENTAL
1.1 DINAMIZAÇÃO DAS
ATIVIDADES
ECONÔMICAS
1.2 MELHORIA DAS
CONDIÇÕES SÓCIO-
AMBIENTAIS
2.1 DESENVOLVIMENTO
INSTITUCIONAL
2.2 COMUNICAÇÃO E
SISTEMA DE
INFORMAÇÃO
2.3 EDUCAÇÀO
AMBIENTAL
PARTICIPATIVA
1. Desenvolvimento da
agricultura diversificada
e de tecnologias
sustentáveis
1. Contratação, tratamento
e prevenção de
esquistossomose
1. Adequação da estrutura
institucional para
implementação do PDS
1. Consulta e
comunicação do
plano de
desenvolvimento
sustentável
1. Ações sistemáticas de
educação ambiental
2. Desenvolvimento da
micro e pequena
empresa e do trabalho
artesanal
2. Implantação de
mecanismos de
vigilância ambiental
comunitária
2. Melhoria do controle
ambiental municipal
2. Desenvolvimento e
implantação de sist.
de informações
ambientais
2. Fortalecimento das
organizações
comunitárias
3. Desenvolvimento de
organizações
autogerenciadas
3. Melhoria das condições
de saneamento
ambiental comunitária
3. Desenvolvimento do
processo participativo
municipal
3. Monitoramento e
avaliação da
qualidade ambiental
3. Adoção de sistemas
de gerenciamento
ambiental para
empresas
5
4. Oportunização do
emprego e renda p/
população urbana
4. Melhoria de
comunidades
assentadas
4. Criação de instrumentos
de gestão ambiental
5. Desenvolvimento do eco-
turismo na área da
bacia
5. Estímulo da Agenda 21
nos municípios
6. Desenvolvimento de
atividades exercidas
pelas mulheres
6. Criação, reestruturação
e fortalecimento de
COMDEMA's
7. Desenvolvimento
sustentável da pesca
artesanal
QUADRO 2.0.2: PLANO DE INVESTIMENTO PARA A BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PIRAPAMA
3. MELHORIA DA QUALIDADE DO MEIO
AMBIENTAL NATURAL
4. CONTROLE DE USO DAS
ÁGUAS
3.1 PROTEÇÃO DE CO-
BERTURA VEGETAL E
ÁREAS INSTÁVEIS
3.2 ORDENAMENTO
DO USO E
OCUPAÇÃO DO
SOLO
3.3 CONTROLE DA
POLUIÇÃO
4.1 GERENCIAMENTO
DO USO MÚLTIPLO DOS
RECURSOS HÍDRICOS
4.2 MONITORAMENTO E
INFORMAÇÃO
HIDROLÓGICO
6
1. Criação,
regulamentação e
implementação de
espaços de proteção
ambiental
1. Zoneamento do uso
e ocupação do solo
1. Modelagem
matemática da
fertirrigação sobre a
qualidade das águas
1. Implementação da
cobrança pelo uso da
água
1. Operação de estações
hidrométricas e
monitoramento de sub-
bacias
2. Reflorestamento e
recuperação de áreas
degradadas
2. Requalificação de
sítios históricos
2. Controle do
lançamento de
efluentes industriais
2. Normatização de
critérios p/outorga de
uso da água
2. Campanha especial de
monitoramento
hidrológico
3. Parque
metropolitano da
Lagoa Olho d'Água
3. Controle de uso de
agroquímicos sobre
os RH
3. Mediação de conflitos
de uso da água
3. Campanha sistemática
de monitoramento de
qualidade
4. Disciplinamento da
extração mineral
4. Implantação e
recuperação de
sistemas
esgotamento sanitário
4. Reenquadramento do
rio Pirapama
4. Avaliação das
alterações à jusante da
barragem
5. Obras para melhoria
do sistema de
drenagem
5. Desativação de lixões
e recuperação de
áreas degradadas
6. Reestruturação de
sistemas de limpeza
urbana
7
2.1. ESTRATÉGIA 1: MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA
Esta estratégia pretende contribuir para a melhoria da qualidade de vida da
população na área da bacia do Pirapama, e está fundamentada em dois
programas básicos, os quais visam promover a dinamização das atividades
econômicas e melhorar as condições sócio-ambientais em áreas carentes.
2.1.1. PROGRAMA 1.1: DINAMIZAÇÃO DAS ATIVIDADES ECONÔMICAS
Este programa se fundamenta no fato de que é o ser humano o centro de todo
o questionamento e o ponto de partida para o desenvolvimento econômico
sustentável. Assim, os sete projetos incluídos neste programa objetivam
promover a dinamização das atividades socioeconômicas para a melhoria das
condições de vida da população da bacia do Pirapama, com base no fomento à
diversificação agrícola, no desenvolvimento da pesca artesanal e no
ecoturismo, na valorização dos pequenos empreendimentos, no aprimoramento
de organizações autogerenciadas, e no desenvolvimento de atividades
femininas. A implementação dos sete projetos propostos nesse programa
demandará recursos da ordem de R$ 2.300.084,04, em termos de valor
presente.
2.1.1.1. Projeto 1.1.1: Desenvolvimento da Agricultura Diversificada e de
Tecnologias Sustentáveis
A expansão da produção de cana-de-açúcar, principalmente após a
implantação do PROALCOOL, no final da década de 1970, provocou a
aceleração do desmatamento das áreas remanescentes da Mata Atlântica na
área da bacia do Pirapama. A retirada da vegetação natural e as práticas de
preparo da terra para o plantio, em condições de elevada pluviosidade, tem
contribuído para erosão do solo e parcial assoreamento da extensa rede de
drenagem. Além dos efluentes industriais e esgotamentos sanitários, a poluição
proveniente do uso indiscriminado de agrotóxicos, pesticidas e herbicidas, a
lavagem da cana-de-açúcar (antes do processo de moagem), e principalmente
8
a fertirrigação por vinhoto, têm agravada ainda mais os problemas relacionados
à contaminação dos recursos hídricos da região.
Com a crise da cana-de-açúcar instalada com o enfraquecimento
do programa brasileiro do álcool, que agora se agrava ainda mais em função
da grande competitividade observada na economia nacional do produto, é
necessário uma restruturação do sistema de produção de modo a absorver a
mão-de-obra liberada pelo declínio da agroindústria sucro-alcooleira, e possa
ofereça melhores condições de vida a essas comunidades. Para isso, faz-se
necessário a adoção de uma política de produção diversificada, compatível
com as potencialidades e restrições de uso e ocupação do solo, priorizando-se
variedades menos exigentes em fertilizantes químicos e mais adaptados aos
ecossistemas locais. Este projeto visa, portanto, promover o desenvolvimento
sustentável da agropecuária dessa região, com adoção de práticas de
conservação dos recursos naturais.
Este projeto deverá ser implementado em um ano e demandará
recursos da ordem de R$ 295.480,50, em termos de valor presente,
desagregados da seguinte forma: (1) R$ 1.962,58 para elaboração do termo de
referência; (2) R$ 41.027,63 para cobrir os custos com consultoria (estudo de
viabilidade econômica para diversificação da produção agrícola); (3) R$
100.582,33 para custear o desenvolvimento da pesquisa científica e
tecnológica voltada a diversificação agropecuária; (4) R$ 92.756,19 para
fornecer assistência técnica aos produtores; (5) R$ 37.102,48 destinados a
criação e orientação de mercados para os novos produtos agropecuários; e (6)
R$ 22.049,29 para custear a articulação para criação e expansão de novas
linhas de crédito e custeio dos novos produtos. O QUADRO 1.1.1 contém o
cronograma físico e financeiro desse projeto.
9
QUADRO 1.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA
DIVERSIFICADA E DE TECNOLOGIAS SUSTENTÁVEIS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência 2.000,00 1.962,58
2. Consultoria (estudo de viabilidade
econômica para diversificação da produção
agrícola)
4.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
41.027,63
3. Desenvolvimento da pesquisa científica e
tecnológica voltada a diversificação
agropecuária
30.000,00
30.000,00
30.000,00
15.000,00
100.582,33
4. Assistência técnica aos produtores 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 20.000,00 92.756,19
5. Criação e orientação de mercados para os
novos produtos agropecuários
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
37.102,48
6. Articular a criação e expansão de novas
linhas de crédito para o custeio dos novos
produtos
6.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
22.049,29
TOTAL (R$) 36.000,00 66.000,00 72.000,00 57.000,00 42.000,00 42.000,00 295.480,50
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
10
11
2.1.1.2. Projeto 1.1.2: Desenvolvimento da Micro e Pequena Empresa e do
Trabalho Artesanal
Uma característica marcante da região da bacia do Pirapama é que
uma parcela bastante significativa da PEA está engajada em atividades informais,
onde predominam as atividades autônomas (tais como encanador, eletricista,
costureira), comércio ambulante, oficinas de reparos em bens duráveis, pequeno
comércio fixo, pequeno fabrico, entre outros. Parcela significativa desse mercado
informal é absorvida por essas empresas de micro e pequeno portes. Segundo os
novos critérios, a micro empresa é aquela que tem faturamento bruto anual de até
R$ 700 mil, enquanto que a pequena empresa é aquela com faturamento bruto
entre R$ 700 mil e R$ 6,125 milhões.
No subconjunto de pequenas empresas atuando nas atividades
comerciais, constata-se uma diversificação relativamente ampla, mas
predominam o varejo das mercadorias em geral (30,0%), armarinhos (16,0%) e as
padarias e confeitarias (14,05%). Em seguida aparece o pequeno comércio de
vestuário, de material de construção, de produtos medicinais, de bebidas, etc. As
micro empresas de serviços constituem-se de restaurantes, bares, lanchonetes e
churrascarias, vindo em seguida os salões de beleza (cabeleireiros e barbeiros), e
de forma bastante fragmentada, as atividades como abate e frigorificação de
bovinos e aves, oficinas de reparos e manutenção (de máquinas e aparelhos,
motores, veículos, eletrodomésticos), ensino e outros. No subconjunto de
empresas de pequeno fabrico destacam-se a fabricação de esquadrias, portões e
portas (24,0%), as confecções de roupas (14,0%), as serralharias e carpintarias
(13,0%), a preparação de aves e animais para conserva (13,0%), a fabricação de
móveis de madeira (9,0%) e de metal (6,0%), entre outros.
A criação de um ambiente favorável à formação das micro e
pequenas empresas e o incentivo ao trabalho artesanal torna-se assim um
elemento importante para a geração de emprego e renda, bem como para o
crescimento de vínculos de empregos formais com maior qualidade nas relações
de trabalho. Este projeto objetiva, portanto, promover o desenvolvimento
12
sustentável da pequena e média produção, privilegiando o aproveitamento de
matérias-primas locais e recicláveis.
Um dos grandes problemas que as micro e pequenas empresas
enfrentam, quando finalizam seus projetos, é conseguir um financiamento de
porte em bancos oficiais ou outras instituições. Tentando minimizar esse
problema, este projeto prevê a mobilização e articulação interinstitucional, bem
como a elaboração de um instrumento legislativo de financiamento às micro e
pequenas empresas.
Este projeto prevê também investimentos em novas metodologias e
tecnologias para assessoria técnica na área industrial, cujo custo foi estimado
tomando-se por base a compra de uma van equipada com laboratório no valor de
R$ 340.000,00, bem como R$ 8.000,00 mensais para cobrir os custos com a
equipe técnica, composta de um engenheiro sênior e um técnico, e R$ 5.000,00
por mês para cobrir os custos de operação e manutenção.
O projeto proposto prevê ainda a criação de um balcão de
assessoramento técnico em áreas como informática e finanças, incubadora de
base tecnológica, além de ajudar na intermediação para obtenção de
financiamentos. O custo mensal previsto para esse balcão é de cerca de R$
24.000,00, estimado com base em uma equipe técnica composta de dois
economistas sênior, um engenheiro sênior e três técnicos.
Este projeto terá duração de um ano e o custo total está estimado
em R$ 785.128,79, em termos de valor presente, desagregados da seguinte
forma: (1) R$ 4.906,45 para a elaboração de protocolo de intenções envolvendo a
participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 5.832,65 para elaboração de
seminários para discussão das propostas; (3) R$ 10.238,55 destinados a cobrir os
custos com mobilização e articulação interinstitucional para financiamento; (4) R$
14.699,52 para custear o estudo legal e instrumento legislativo de financiamento
às pequenas e micro empresas; (5) R$ 479.734,88 para investimentos em novas
metodologias e tecnologias de operação de credito popular; (6) R$ 269.716,74
para a criação de um balcão para ajudar a implantar as micro e pequenas
13
empresas. O QUADRO 1.1.2 mostra o cronograma físico e financeiro deste
projeto.
14
QUADRO 1.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE MICRO E PEQUENA
EMPRESAS E DO TRABALHO ARTESANAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções envolvendo
a participação de agentes públicos e privados
5.000,00
4.906,45
2. Discussão das propostas (seminários) 3.000,00 3.000,00 5.832,65
3. Mobilização e articulação interinstitucional para
financiamento
3.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
10.238,55
4. Estudo legal e instrumento legislativo de
financiamento às pequenas e micro empresas
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
14.699,52
5. Investimentos em novas metodologias e
tecnologias de operação de credito popular
366.000,00
26.000,00
26.000,00
26.000,00
26.000,00
26.000,00
479.734,88
6. Criação de um balcão para ajudar a implantar as
micro e pequenas empresas
48.000,00
48.000,00
48.000,00
48.000,00
48.000,00
48.000,00
269.716,74
TOTAL (R$) 422.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 80.000,00 785.128,79
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
15
2.1.1.3. Projeto 1.1.3: Desenvolvimento de Organizações Auto Gerenciadas
para Produção e Comercialização
Na perspectiva econômica de ocupação do espaço e utilização dos
recursos naturais na região da bacia do Pirapama, a pequena agricultura irrigada
se apresenta como a atividade de maior potencial para o desenvolvimento dessa
região, na medida que amplia as possibilidades de geração de emprego e renda a
uma parcela significativa da população rural.
No entanto, os pequenos produtores rurais têm enfrentado algumas
dificuldades, principalmente por não possuírem os equipamentos necessários
para o armazenamento da sua produção. Isso tem forçado os pequenos
agricultores a procurar os intermediários, os quais pagam preços muito baixos
pela produção e retiram desses pequenos produtores a articulação com o
mercado, reduzindo assim o lucro dos agricultores e enfraquecendo essa
importante atividade econômica.
Este projeto objetiva ampliar as inter-relações pessoais dentro do
próprio processo produtivo e promover a organização cooperativista de pequenos
produtores e sua integração aos objetivos do desenvolvimento sustentável.
O QUADRO 1.1.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual tem previsão de implementação de um ano. O valor presente dos
custos totais desse projeto é da ordem de R$ 178.446,70, dos quais (1) R$
12.537,80 são para a elaboração de protocolo de intenções envolvendo a
participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 8.667,39 para cobrir custos
com a elaboração de seminários para discussão das propostas e alternativas; (3)
R$ 51.284,54 para apoio logístico à organização cooperativa; (4) R$ 64.929,33
destinados ao custeio da criação e desenvolvimento de mecanismos de
comercialização e articulação com o mercado formal; e (5) R$ 41.027,63 para
cobrir os custos com o desenvolvimento de mecanismos legais e institucionais de
captação de recursos nacionais e internacionais.
16
QUADRO 1.1.3 CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE ORGANIZAÇÕES AUTO
GERENCIADAS PARA PRODUÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções
envolvendo a participação de agentes públicos e
privados
5.000,00
4.000,00
4.000,00
12.537,80
2. Discussão das propostas e alternativas
(seminários)
3.000,00 3.000,00 3.000,00 8.667,39
3. Apoio logístico à organização cooperativa 5.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 51.284,54
4. Criação e desenvolvimento de mecanismos de
comercialização e articulação com o mercado
formal
14.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
64.929,33
5. Desenvolvimento de mecanismos legais e
institucionais de captação de recursos nacionais
e internacionais
4.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
41.027,63
TOTAL (R$) 17.000,00 39.000,00 39.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 178.446,70
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
17
18
2.1.1.4. Projeto 1.1.4: Oportunização do Emprego e Renda para a População
Urbana Carente
De acordo com o diagnóstico sócio-econômico elaborado para a
região da bacia do Pirapama, a maioria da sua população urbana comanda baixos
rendimentos, levando essas pessoas a viverem abaixo da linha da pobreza. Esse
quadro não é específico apenas dessa região, mas é, de certa forma, o retrato
característico da sociedade brasileira, principalmente a nordestina, a qual
experimenta desigualdades de oportunidades, causadas principalmente por altas
taxas de crescimento da população urbana - principalmente nas camadas de mais
baixa renda, crescentes déficits na infra-estrutura e nos serviços urbanos, e
insuficiência de empregos no setor formal.
As altas taxas de urbanização, resultantes principalmente do fluxo
imigratório de trabalhadores rurais para as cidades, causam uma inadequação
entre a demanda e a oferta de equipamentos e serviços urbanos. Essa
inadequação é identificada tanto pela acumulação ao longo do tempo de déficits
quanto pela incapacidade do setor público em definir prioridades e alocar recursos
em projetos de maior amplitude social. A crise urbana que via de regra tem
afetado o Estado de Pernambuco como um todo, tem-se apresentado de forma
mais contundente nos municípios integrantes da bacia hidrográfica do rio
Pirapama.
Observou-se que a baixa escolaridade, a má distribuição de renda, a
falta de oportunidades de trabalho e a pobreza são fenômenos generalizados,
ocorrendo tanto nas áreas rurais quanto nas urbanas. No entanto, dado o padrão
concentrado, bem como os sintomas externos de miséria, de desconforto e de
insalubridade, que se verificam nas favelas, a pobreza urbana torna-se mais óbvia
do que a rural. É exatamente nessas áreas urbanas onde o setor informal de
trabalho se apresenta de forma mais intensiva e concentrada. Isso se explica, de
um lado, pela natureza dispersa do mercado consumidor e de trabalho nas zonas
rurais. A economia urbana, por outro lado, quando comparada com a rural,
apresenta características mais acentuadas de aglomeração, de integração intra-
19
setorial, menores barreiras à entrada de novos agentes produtivos, além de maior
grau de monetarização.
Minimizar os atuais padrões de pobreza e os processos de exclusão
e fragmentação social, através da oportunização do emprego e da renda para a
população urbana carente fazem parte das recomendações para reverter esse
quadro. Diante desse quadro justifica-se a viabilização de um projeto que vise
promover o acesso da população urbana de baixa renda aos programas de
capacitação profissional e aos meios de produção, minimizando assim as
desigualdades de renda.
Este projeto terá duração de um ano e demandará recursos da
ordem de R$ 234.907,19, em termos de valor presente, os quais estão
desagregados da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de
protocolo de intenções, envolvendo a participação de agentes públicos e privados;
(2) R$ 127.968,93 destinados à criação e/ou desenvolvimento de programas
municipais de capacitação do trabalhador; (3) R$ 46.378,10 para cobrir os gastos
com o programa de cadastramento de trabalhadores; e (4) R$ 55.653,72 com
vistas a cobrir os custos com a criação de programas municipais de contratação
de trabalhadores temporários.
20
QUADRO 1.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE OPORTUNIZAÇÃO DO EMPREGO E RENDA PARA
A POPULAÇÃO URBANA CARENTE
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções
envolvendo a participação de agentes públicos
e privados
5.000,00
4.906,45
2. Criação e/ou desenvolvimento de programas
municipais de capacitação do trabalhador
35.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
127.968,93
3. Programa de cadastramento de
trabalhadores
10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 46.378,10
4. Criação de programa, na esfera municipal,
de contratação de trabalhadores temporários
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
55.653,72
TOTAL (R$) 40.000,00 47.000,00 47.000,00 47.000,00 47.000,00 22.000,00 234.907,19
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
21
2.1.1.5. Projeto 1.1.5: Desenvolvimento do Ecoturismo na Área da Bacia
A atividade do turismo na região da bacia hidrográfica do rio
Pirapama tem cada vez mais contribuído para a geração de emprego e renda,
tanto que vem merecendo uma maior atenção do poder público e do
empresariado de modo geral. São muitos os atrativos turísticos dessa região,
especialmente as praias aprazíveis de Gaibu, Calhetas, Paiva, Xaréu, Suape e
Itapoama, favorecidas que são pelo elevado índice de insolação, bem como pela
riqueza cultural e pela gastronomia regional. Ademais, as ocorrências geológicas
(rochas vulcânicas - correlacionados com outras ocorrências no continente
africano - em Itapoama), os sítios e os monumentos históricos no município do
Cabo de Santo Agostinho, os antigos engenhos e casas grandes do período
colonial, e a reserva biológica de Suape, são fortes atrativos dessa região. No
entanto, os investimentos públicos e privados em infra-estrutura não têm sido
suficientes para desenvolver essa atividade e atrair assim um maior fluxo turístico
para essa área.
Implantar um plano de ecoturismo na bacia do Pirapama, com
integração e estruturação institucional e a participação de todos segmentos da
sociedade, é uma forma alternativa de turismo, através da qual propriedades
inseridas em áreas de potenciais naturais e culturais, tais como fazendas,
engenhos, sítios, assentamentos, entre outros, passam a oferecer diversos tipos
de serviços turísticos, tais como hospedagem, alimentação, passeios, vendas de
produtos locais, além da oportunidade para os visitantes desfrutarem diferentes
ambientes em estrito contato com a natureza e os costumes típicos locais.
Este projeto objetiva, pois, promover o desenvolvimento do turismo
ecológico na área de abrangência da bacia do Pirapama, oferecendo alternativas
de implementação de atividades turísticas e contribuindo para a conservação das
características naturais de grande potencial ambiental, com benefícios para todas
as comunidades locais.
O QUADRO 1.1.5 mostra o cronograma físico e financeiro deste
projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$
22
403.498,08, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1)
R$ 1.962,58 para elaboração do termo de referência; (2) R$ 30.530,88 para
custear consultoria no sentido de definir os dispositivos legais, plano de
responsabilidades e zoneamento; (3) R$ 14.979,81 destinados a cobrir os custos
com a implementação da regulamentação do ecoturismo (plano de criação de
reservas naturais); (4) R$ 18.374,41 para a capacitação e conscientização
ambiental e cultural; (5) R$ 11.024,64 para cobrir os gastos com a implementação
do plano de incentivo à criação de reservas naturais privadas; (6) R$ 280.954,94
para investimentos em infra-estrutura, sinalização e segurança; e (7) R$
45.670,83 para custear a implantação e divulgação do circuito.
Vale ressaltar que esse projeto será complementado com o projeto
de requalificação dos sítios históricos (Projeto 3.2.2), o qual prevê a recuperação
e a conservação de monumentos e sítios histórico-culturais e a sua utilização
turística através da criação de um circuito ecológico-turístico que, devido ao
acentuado estado de depredação do vasto patrimônio, contempla investimentos
para recuperação de monumentos e sítios históricos e a melhoria da infra-
estrutura para facilitar o circuito do ecoturismo.
23
QUADRO 1.1.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO
ECOTURISMO NA ÁREA DA BACIA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência 2.000,00 1.962,58
2. Consultoria (dispositivos legais, plano de
responsabilidades e zoneamento)
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
30.530,88
3. Implementação da regulamentação do
ecoturismo (plano de criação de reservas
naturais)
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
14.979,81
4. Capacitação e conscientização ambiental e
cultural 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 18.374,41
5. Implementação do plano de incentivo à
criação de reservas naturais privadas
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
11.024,64
6. Infra-estrutura, sinalização e segurança 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 280.954,94
7. Implantação e divulgação do circuito 20.000,00 20.000,00 10.000,00 45.670,83
TOTAL (R$) 60.000,00 62.000,00 70.000,00 90.000,00 82.000,00 68.000,00 403.498,08
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
24
25
2.1.1.6. Projeto 1.1.6: Desenvolvimento de Atividades Econômicas Exercidas
pelas Mulheres
A dependência e a naturalização das diferenças sociais existentes nas
relações do gênero marcam decisivamente a contribuição da mulher no mercado de
trabalho e no âmbito doméstico. A mulher ainda ocupa majoritariamente o espaço
privado (da casa, da família, do trabalho doméstico), deixando ao homem as tarefas
consideradas do espaço público. O trabalho da mulher é em geral exercido sob
forma de trabalho doméstico, caracterizando-se por relações de emprego informal,
pagamento por produção e, em muitos casos, o pagamento é sob a forma de auxílio
não remunerado.
Tentar capacitar as mulheres para um trabalho associativo pode
significar uma alternativa viável para amenizar a pobreza das mulheres, na medida
que pode romper o seu isolamento social, tornando seu trabalho mais competitivo no
mercado. O treinamento da mulher para a gestão e administração de negócios, com
o conhecimento de estratégias de marketing, de modo que possam identificar o que
oferecer ao mercado, pode ser uma alternativa viável para que a mulher possa
oferecer seus serviços e produtos. A capacitação para a gestão e o treinamento para
o enfrentamento do mercado, faz com que a mulher ganhe um maior domínio sobre
a sua produção e serviços. O objetivo deste projeto é exatamente capacitar as
mulheres para a gestão coletiva, formando associações e/ou cooperativas de
trabalho e produção, prestadoras de serviços e unidades produtivas familiares.
Considera-se que a micro empresa é o lugar apropriado para
consolidar o envolvimento do trabalho feminino fora da família, sem que a mulher
seja impedida de continuar o seu trabalho no seio da família, principalmente o
cuidado com as crianças, as quais necessitam de um ambiente saudável para
crescer. A implicação disso é que a mulher contribuiria para a formação da renda
familiar, além de poder expandir novos negócios através dos contatos pessoais. A
micro empresa pode vir a ser uma atividade importante para as mulheres com
poucas oportunidades de emprego, principalmente, aquelas, mais maduras, que já
cumpriram suas nobres obrigações de mãe.
26
Este projeto prevê ações no sentido de fornecer às mulheres
treinamento na área de gerenciamento, através de cursos abordando tópicos
relacionados com o desenvolvimento empresarial da mulher, tais como organização
da produção, análise de custo e formação de preço, técnicas de mercado e o desafio
de iniciar novos negócios.
O QUADRO 1.1.6 contém o cronograma físico e financeiro desse
projeto, que deverá ser implementado em um ano, e demandará recursos da ordem
de R$ 156.134,52, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma:
(1) R$ 4.906,45 para elaboração de protocolo de intenções, envolvendo a
participação de agentes públicos e privados; (2) R$ 74.742,23 para custear a criação
de programa municipal de capacitação da mulher para a gestão coletiva,
incentivando a criação de associações e/ou cooperativas de trabalho e produção; (3)
R$ 32.464,67 para cobrir os custos com o desenvolvimento de programa
multidisciplinar de capacitação das mulheres para o trabalho e/ou produção; (4) R$
32.464,67 para a criação de programa, na esfera municipal, de programa de
contratação de trabalhadoras temporários; e (5) R$ 11.556,51 destinados a viabilizar
recursos dos programas federais e internacionais para financiar projetos nessa área.
27
QUADRO 1.1.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DE
ATIVIDADES ECONÔMICAS EXERCIDAS PELAS MULHERES
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções envolvendo
a participação de agentes públicos e privados
5.000,00
4.906,45
2. Criação de programa municipal de capacitação da
mulher para a gestão coletiva, incentivando a
criação de associações e/ou cooperativas de
trabalho e produção
10.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
74.742,23
3. Desenvolvimento de programa multidisciplinar de
capacitação das mulheres para o trabalho e/ou
produção
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
32.464,67
4. Criação de programa, na esfera municipal, de
programa de contratação de trabalhadoras
temporários
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
32.464,67
5. Viabilização de recursos dos programas federais
e internacionais para financiar projetos nessa área
4.000,00
4.000,00
4.000,00
11.556,51
TOTAL (R$) 19.000,00 32.000,00 32.000,00 28.000,00 28.000,00 28.000,00 156.134,52
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
28
29
2.1.1.7. Projeto 1.1.7: Desenvolvimento Sustentável da Pesca Artesanal
A pesca artesanal na área da bacia do Pirapama é uma atividade de
grande significado sócio-econômico, pois além de contribuir para economia da
região é fundamental para o sustento de inúmeras famílias que ai residem e
dependem exclusivamente dessa atividade. A atividade pesqueira na bacia do
Pirapama está localizada na Arca do Cajá, ao longo do rio Jaboatão, na lagoa Olho
d’Água, Ponte dos Carvalhos, Manguezal, e no encontro dos rios Porto de Galinha e
Suape.
A produção de pescado na região do Pirapama vem decrescendo em
função da poluição de suas águas, causada principalmente por despejos de
efluentes industriais e esgotamentos sanitários e descarte de resíduos sólidos em
locais não apropriados, bem como da pesca predatória, que diminui a
disponibilidade de pescado no rio. Além das dificuldades ligadas a produção e
comercialização, os aterros e desmatamentos nas áreas de manguezais agravam
ainda mais esses problemas.
Estima-se que a população pesqueira em toda a área da bacia do
Pirapama seja de cerca de 6.000 pescadores. Estudos realizados com a população
pesqueira nessa área revelaram que essas pessoas vivem em moradias precárias,
construídas com palhas de coqueiros, tábuas e plásticos, e contam com
inadequados serviços de saneamento básico. Grande parte dessa população é
analfabeta e aufere uma renda extremamente baixa, com média variando de 1 a 2
salários mínimos. Problemas tais como dificuldades de armazenamento do pescado
e ausência de articulação com o mercado, contribuem para agravar esse quadro
sócio-econômico. Como a maior parte dessa população vive exclusivamente da
pesca, problema maior se verifica na época de reprodução do pescado, quando os
pescadores são forçados a paralisar seu trabalho.
A dinamização da pesca artesanal depende fundamentalmente da
solução desses problemas, que deverá ser perseguida através de uma maior
organização dos pescadores em torno dos seus órgãos representativos, federação,
associações e colônias, objetivando com isso obter apoio e parcerias que possam
30
garantir serviços sociais básicos, de infra-estrutura, de programas de educação
ambiental, de orientação técnicas e de linhas de créditos e financiamento. Assim,
para que se alcance o efetivo desenvolvimento sustentável, faz-se necessário o
fortalecimento de práticas de associativismo, como instrumento de participação
popular, para maior articulação entre a comunidade e as instituições públicas e civis
de proteção ambiental.
Este projeto visa promover o desenvolvimento sustentável da pesca
artesanal, buscando a conservação do potencial pesqueiro da região, uma maior
participação das comunidades locais, e uma melhor capacitação dos pescadores,
como forma de consolidar o gerenciamento sócio ambiental dessa atividade.
A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma
equipe de trabalho de três profissionais, conforme especificada no quadro abaixo.
Os encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha
salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Subtotal - - - 11.000,00
Encargos sociais
(100%)
- - - 11.000,00
TOTAL - - - 22.000,00
O QUADRO 1.1.7 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de dois anos e demandará recursos (valor presente) da
ordem de R$ 246.491,26, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 2.943,87 para
custear a elaboração do termo de referência e protocolo de intenções; (2) R$
140.612,91 destinados ao desenvolvimento de novas tecnologias de pesca e
31
assistência técnica aos pescadores; (3) R$ 17.228,02 para custear a criação de
associações e/ou cooperativas de pesca e beneficiamento do pescado; (4) R$
19.081,80 visando cobrir os gastos com a criação de mercados para o pescado e
orientação para a comercialização; (5) R$ 14.175,35 para a articular a criação e
expansão de novas linhas de crédito para o custeio da produção; e (6) R$ 46.779,17
destinados a mobilizar e conscientizar os pescadores sobre a importância do meio
ambiente; e (7) R$ 5.670,14 para cobrir os gastos com a mobilização das instituições
públicas e privadas no processo de gestão participativa e financiamento da pesca.
32
QUADRO 1.1.7: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA PESCA ARTESANAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
protocolo de intenções
3.000,00
2.943,87
2. Desenvolvimento de novas tecnologias de
pesca e assistência técnica aos pescadores
20.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
36.000,00
36.000,00
140.612,91
3. Criação de associações e/ou cooperativas
de pesca e beneficiamento do pescado
6.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
17.228,02
4. Criação de mercados para o pescado e
orientação para a comercialização
3.000,00
3.000,00
3.000,00
19.081,80
5. Articular a criação e expansão de novas
linhas de crédito para o custeio da produção
5.000,00
5.000,00
5.000,00
14.175,35
6. Mobilizar e conscientizar os pescadores
sobre a importância do meio ambiente
15.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
46.779,17
7. Mobilização das instituições publicas e
privadas no processo de gestão participativa e
financiamento da pesca
2.000,00
2.000,00
2.000,00
5.670,14
TOTAL (R$) 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 246.491,26
33
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
34
2.1.2. PROGRAMA 1.2: MELHORIA DAS CONDIÇÕES SÓCIO-AMBIENTAIS EM ÁREAS
CARENTES
Os projetos incluídos neste programa buscam a efetiva participação
da população visando promover a melhoria das condições sócio-ambientais em
áreas carentes mediante o controle direto da esquistossomose, ações de
saneamento básico, e mecanismos de vigilância ambiental comunitária. A
implementação dos quatro projetos vislumbrados nesse programa exigirá
recursos de aproximadamente R$ 8.244.472,17, em termos de valor presente.
2.1.2.1. Projeto 1.2.1: Controle, Tratamento e Prevenção de
Esquistossomose
Pesquisas realizadas pela Fundação Nacional de Saúde (FNS)
comprovam que a esquistossomose tem sido a doença de veiculação hídrica de
maior incidência na área da bacia do Pirapama. Os resultados dessa pesquisa
são preocupantes, pois revelam que os índices dessa doença nos aglomerados
do município do Cabo de Santo Agostinho superam os 25%, que é o índice
considerado crítico pela FNS. No Engenho Mupami, o índice registrado dessa
doença foi de 73,8%; em Escada, o menor índice chegou a 57,1% no Engenho
Criméia; no município de Moreno, o Engenho Caraúna apresentou índice da
ordem de 58,6; em Vitória de Santo Antão os índices variaram de 28,6%, no Sítio
Boa Vista das Pacas, a 51,1%, no Engenho Cachoeirinha; em Ipojuca as taxas
são preocupantes: 50,2% na fazenda Esmeralda, 55,5% no Povoado de Mauá, e
61,3% no Engenho Relógio.
Em 1996 foram realizadas no Estado de Pernambuco 154.853
copolcospias, das quais 26.445 apresentaram positividade, o que significa um
índice de incidência médio de 17%. A taxa de mortalidade por esquistossomose
em Pernambuco, em 1995, foi de 2,9 óbitos por 100.000 habitantes, o que
significa um percentual 7,4 vezes maior que a taxa de mortalidade por
esquistossomose no país, que foi de 0,39 habitantes no mesmo ano. O número
de internações por esquistossomose em Pernambuco, em 1996, representou
35
18,6% das internações por esquistossomose no Brasil e 33,2% das internações
no Nordeste;
Este projeto tem por objetivo promover a melhoria das condições de
saúde pública na área da bacia do Pirapama, controlando, tratando e prevenindo
a esquistossomose. O QUADRO 1.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro
desse projeto, o qual terá duração de dois anos (ou oito trimestres) e demandará
recursos, em termos de valor presente, da ordem de R$ 7.562.954,00,
distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 16.389,34 para custear a seleção e
treinamento de agentes de saúde pública para controle da doença; (2) R$
178.102,00 destinados a cobrir os custos com a coleta e exame de amostras para
diagnóstico da doença; (3) R$ 211.716,97 para implementar ações de controle da
esquistossomose nas áreas endêmicas da bacia; (4) R$ 6.860.360,69 para
custear os gastos com encaminhamento e tratamento de pacientes portadores de
esquistossomose; (5) R$ 144.255,82 destinados à pesquisa e tratamento dos
mananciais de importância epidemiológica; e (6) R$ 152.129,18 para cobrir os
custos com a construção e melhoria de instalações sanitárias domiciliares nas
localidades mais afetadas.
O custo total anual durante o primeiro ano com o tratamento da
doença foi avaliado em R$ 5.088.542,00, ou seja, R$ 1.272.135,50 por trimestre.
O custo com o tratamento para o segundo ano foi estimado admitindo-se uma
redução de 50% na incidência. Esse valor foi estimado tomando-se uma
permanência hospitalar média de 7 dias, uma incidência média de 17% da
população rural residente na área da bacia, que foi estimada em cerca de 380 mil
habitantes. O custo unitário da esquistossomose adotado foi de R$ 78,77, com
base na tabela de procedimentos hospitalares SIH/SAI-SUS (1997), ou seja: (a)
custos com serviços hospitalares de R$ 54,63; (b) custos com serviços
profissionais de R$ 16,92; e (c) custos com serviço auxiliar de diagnóstico e
terapia.
A equipe de trabalho para atuar nessas comunidades carentes e
implementar esse projeto é composta de 12 profissionais, conforme especificado
no quadro abaixo, o qual mostra os custos médios com cada membro da equipe
36
técnica. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um acréscimo
de 100% da folha salarial, a título de encargos sociais.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Médico 4.000,00 160 01 4.000,00
Agente de saúde 500,00 160 10 5.000,00
Subtotal 15.000,00 - - 13.000,00
Encargos sociais
(100%)
- - - 13.000,00
TOTAL - - - 26.000,00
37
QUADRO 1.2.1 CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONTROLE, TRATAMENTO E PREVENÇÃO DE
ESQUISTOSSOMOSE
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Seleção e treinamento de agentes de
saúde pública para controle da doença
12.000,00
5.000,00
16.389,34
2. Coleta e exame de amostras para
diagnóstico da doença
10.000,00
15.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
178.102,00
3. Implementar ações de controle da
esquistossomose nas áreas endêmicas
da bacia
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
211.716,97
4. Encaminhar e tratar pacientes
portadores de esquistossomose
1.272.135,50
1.272.135,50
1.272.135,50
1.272.135,50
636.067,75
636.067,75
636.067,75
636.067,75
6.860.360,69
5. Pesquisar e tratar coleções hídricas de
importância epidemiológica
26.000,00
28.000,00
18.000,00
18.000,00
18.000,00
18.000,00
18.000,00
18.000,00
144.255,82
6. Construir e melhorar instalações
sanitárias domiciliares nas localidades
mais afetadas
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
152.129,18
TOTAL (R$) 1.350.135,50 1.375.135,50 1.375.135,50 1.375.135,50 739.067,75 739.067,75 739.067,75 739.067,75 7.562.954,00
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
38
2.1.2.2. Projeto 1.2.2: Implantação de Mecanismos de Vigilância Ambiental
Comunitária
A região da bacia do Pirapama caracteriza-se por seu potencial
paisagístico com a presença de grandes áreas verdes. No entanto, nas áreas
urbanas o verde é escasso e o lançamento de efluentes industriais e esgotamentos
sanitários diretamente nos mananciais contribuem para a poluição dos recursos
hídricos. Ademais, a precariedade dos serviços de abastecimento de água, coleta e
destinação final do lixo, e a inexistência de tratamento dos esgotos são responsáveis
pela maioria das doenças de veiculação hídrica, acarretando assim problemas sérios
de saúde pública, fato agravado pela falta de consciência e prática em educação
ambiental da população.
Este projeto tem por objetivo promover a efetiva participação da
comunidade, formando uma consciência ambiental no sentido de assegurar a prática
da vigilância ambiental, denunciando a ocorrência de ações degradadoras, visando
contribuir para melhoria das condições de saúde pública. O projeto prevê a formação
de parcerias com as instituições federais, municipais e estaduais para o
desenvolvimento de ações efetivas de despoluição do rio, bem como a formulação
de um conjunto de estratégias governamentais de caráter mais amplo, visando
estabelecer sanções e incentivos a todos os segmentos da sociedade.
O projeto de implantação de mecanismos de vigilância ambiental
comunitária na área da bacia do rio Pirapama terá duração de um ano e, como pode
ser observado no QUADRO 1.2.2, demandará recursos da ordem de R$ 276.943,06,
em termos de valor presente.
O cronograma físico e financeiro do projeto (QUADRO 1.2.2) foi
construído de acordo com os principais elementos de custo, cujos valores atuais
foram: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de um protocolo de intenções e
um conjunto de estratégias governamentais de caráter mais amplo; (2) R$ 46.560,01
para cobrir os gastos com a busca de parcerias de instituições federais, estaduais e
municipais para o desenvolvimento de ações de despoluição do Pirapama: (3) R$
79.380,04 para custear a campanha de mobilização e conscientização ambiental da
39
população: (4) R$ 89.905,58 para o desenvolvimento e manutenção de um banco de
dados em saúde pública; e (5) R$ 56.190,99 para cobrir os gastos com a campanha
de comprometimento dos órgãos governamentais para aplicação da legislação
ambiental.
40
QUADRO 1.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE MECANISMOS DE VIGILÂNCIA
AMBIENTAL COMUNITÁRIA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de um protocolo de intenções e um
conjunto de estratégias governamentais de caráter
mais amplo
5.000,00
4.906,45
2. Buscar parcerias com instituições federais,
estaduais e municipais para o desenvolvimento de
ações de despoluição do Pirapama
7.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
46.560,01
3. Campanha de mobilização e conscientização
ambiental da população
10.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
79.380,04
4. Desenvolvimento e manutenção de um banco de
dados em saúde pública
16.000,00
16.000,00
16.000,00
16.000,00
16.000,00
16.000,00
89.905,58
5. Campanha de comprometimento dos órgãos
governamentais para aplicação da legislação
ambiental
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
56.190,99
TOTAL (R$) 48.000,00 55.000,00 55.000,00 55.000,00 41.000,00 41.000,00 276.943,06
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
41
42
2.1.2.3. Projeto 1.2.3: Melhoria das Condições de Saneamento Ambiental
Comunitária em Áreas Carentes
O diagnóstico ambiental realizado anteriormente na região da bacia do
Pirapama revelou um quadro grave e extremamente preocupante em termos de
condições de vida para as populações carentes, principalmente aquelas que habitam
as áreas urbanas. Essas comunidades carentes experimentam condições precárias,
tanto em termos de habitação quanto em termos de serviços na área de saneamento
básico, tais como, abastecimento de água, coleta de resíduos sólidos e esgotamento
sanitário. A deficiência dos serviços de abastecimento de água e esgotamento
sanitário são responsáveis por altas taxas de mortalidade infantil e grande incidência
e proliferação de doenças de veiculação hídrica nessa região. Objetivando reverter
esse quadro, este projeto visa melhorar a qualidade de vida em áreas carentes
mediante a implantação e melhoria dos serviços públicos na área de saneamento
básico (água, esgoto e lixo), bem como a melhoria das condições de habitação.
Este projeto prevê a articulação com o poder público municipal
buscando a viabilização e intersetorialização das ações prioritárias nas áreas de
saneamento básico, saúde pública, educação sanitária-ambiental e desenvolvimento
urbano nas áreas carentes, assim como uma maior integração das comunidades em
todas as etapas dos projetos nessas áreas. Estas ações objetivam melhorar a
qualidade de vida dessas comunidades, viabilizando uma mudança de
comportamento dessa população na área de saúde pública, bem como diminuir a
degradação ambiental nessas áreas.
O custo total desse projeto foi estimado tomando-se por referência uma
equipe de trabalho formada por três profissionais, conforme especificada no quadro
abaixo. Os encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100%
da folha salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
43
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Sub-total - - - 11.000,00
Encargos sociais
(100%)
- - - 11.000,00
TOTAL - - - 22.000,00
O QUADRO 1.2.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos (valor presente) da
ordem de R$ 123.620,17, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 9.812,89 para
custear o levantamento de dados e hierarquização das prioridades em termos de
demandas; (2) R$ 37.371,11 destinados a custear a articulação com o poder
municipal no sentido de viabilizar as ações prioritárias; (3) R$ 30.770,73 para
garantir a intersetorialização das ações e dos programas de saúde, saneamento
básico e desenvolvimento urbano; (4) R$ 22.476,40 visando cobrir os gastos com a
integração das comunidades em todas as etapas dos projetos de saneamento; e (5)
R$ 23.189,05 para viabilizar o desenvolvimento de programas de educação sanitária
e ambiental.
44
QUADRO 1.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DAS CONDIÇÕES DE SANEAMENTO
AMBIENTAL COMUNITÁRIA EM ÁREAS CARENTES
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Levantamento de dados e hierarquização das
demandas prioritárias
10.000,00
9.812,89
2. Articulação com o poder municipal a viabilização
de ações prioritárias
5.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
7.000,00
37.371,11
3. Garantir a intersetorialização das ações e dos
programas de saúde, saneamento básico e
desenvolvimento urbano
3.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
30.770,73
4. Integração das comunidades em todas as etapas
dos projetos de saneamento
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
22.476,40
5. Desenvolvimento de programas de educação
sanitária e ambiental
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
23.189,05
TOTAL (R$) 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 123.620,17
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
45
46
2.1.2.4. Projeto 1.2.4: Melhoria do Perfil Sócio-Econômico das Comunidades
Assentadas em Áreas de Recuperação Ambiental
Levantamento realizado em assentamentos oficiais na área da bacia do
Pirapama (nos municípios do Cabo de Santo Agostinho e em Moreno) constatou que
a área média desses assentamentos era de 502,55 ha, com lotes que variavam de
2,97 ha a 37,85 ha. Os assentamentos pesquisados foram: Engenho Arariba de
Baixo (1995), Engenho Arariba da Pedra (1996), Engenho Potosi (1993), Engenho
Pimentel ((1997), Engenho Paris (1973), Engenho Tapugi de Cima (1973), Engenho
Tapugi de Baixo (1973), Engenho Bom Tom (1976), e Engenho Furna (1973).
Constatou-se que o perfil sócio-econômico desses assentamentos é
problemático. Tais assentamentos apresentam uma diversidade de atividades
econômicas, que vão desde a criação de animais de pequenos porte, da pecuária,
passando pela agricultura, aqüicultura, cana-de-açúcar, até a fruticultura. No
entanto, essa diversificação em pouco alterou a qualidade de vida dos assentados
no que tange ao acúmulo de problemas e pobreza. A energia elétrica não está
disponível nesses assentamentos e inexistem estradas para escoamento da
produção. Em conseqüência, o nível de renda do conjunto da população assentada
é extremamente baixo.
A inserção da população local no mercado de trabalho é fundamental
para modificar esse quadro e melhorar a qualidade de vida nos assentamentos. No
entanto, o quadro que se apresenta é preocupante, visto que grande parte do
contingente de pessoas assentadas é formada de inativos aposentados e cerca de
60% das pessoas economicamente ativas ganham até 1 salário mínimo.
A infra-estrutura desses acampamentos é precária. Não existem
serviços públicos de abastecimento de água, esgotamento sanitário e energia
elétrica. A situação se agrava porque o nível de saúde da população assentada é
precário e apresenta altas taxas de mortalidade infantil. Essa situação é o reflexo da
ineficiência estrutural e gerencial do próprio setor público de saúde, que pode ser
percebida pelo paralelismo de ações, inadequação dos serviços às necessidades
47
mais gerais de saúde da população, desperdício de recursos, tímida integração
programática interinstitucional e sub-utilização dos serviços instalados.
As condições dos assentamentos em termos de educação são
precárias, com um alto índice de analfabetismo. A inexistência de escolas nos
assentamentos, o grave problema do trabalho do menor na roça - o que impede sua
presença nas salas de aula, e a falta de merenda escolar - forte atrativo para a
presença da criança na escola, são fortes indicadores desse quadro preocupante.
Este projeto visa suprir informações para as ações integradas de
desenvolvimento sócio-econômico das comunidades agrícolas e participação na
recuperação ambiental. Estão previstas ações no sentido de subsidiar projetos de
conservação em áreas de sensibilidade ambiental, bem como na área de saúde do
trabalhador rural. Este projeto prevê ainda ações no sentido de sensibilizar e
incorporar o sistema bancário público e privado para que ofereçam crédito a essas
comunidades, simplificando os procedimentos burocráticos para o acesso ao
mesmo, aumentando a oferta de créditos populares para iniciativas que promovam a
sustentabilidade, como por exemplo, iniciativas de reciclagem, mutirões de
reflorestamento, adoção de novas tecnologias, entre outros.
O custo total desse projeto foi estimado tomando-se por base uma
equipe de trabalho formada por três profissionais de nível superior e dois técnicos,
conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram estimados de
acordo com o percentual de 100% da folha salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal - - - 12.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 12.000,00
48
TOTAL - - - 24.000,00
Este projeto terá duração de um ano e demandará recursos da ordem
de R$ 280.954,94 (valor presente), conforme pode ser visto no QUADRO 1.2.4
(cronograma físico e financeiro), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45
para custear a elaboração de protocolo de intenções e conjunto de estratégias de
sustentabilidade ambiental; (2) R$ 79.380,04 destinados a cobrir os gastos com o
subsídio a implantação de projetos de conservação e preservação ambiental em
áreas de assentamentos; (3) R$ 140.477,47 para custear a assistência técnica e
desenvolvimento de novas tecnologias aos pequenos produtores rurais; (4) R$
28.095,49 visando custear a articulação com o sistema bancário no sentido de
expandir e criar novas linhas de crédito popular para iniciativas que promovam a
sustentabilidade ambiental; e (5) R$ 28.095,49 para cobrir os gastos com a
articulação dos órgãos públicos estaduais e federais com o poder municipal no
sentido de viabilizar ações prioritárias.
49
QUADRO 1.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DO PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO DAS
COMUNIDADES ASSENTADAS EM ÁREAS DE RECUPERAÇÃO AMBIENTAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções e
conjunto de estratégias de sustentabilidade
ambiental
5.000,00
4.906,45
2. Subsídio a implantação de projetos de
conservação e sustentabilidade ambiental em
áreas de assentamentos
10.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
79.380,04
3. Assistência técnica e desenvolvimento de
novas tecnologias aos pequenos produtores
rurais
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
140.477,47
4. Articular com o sistema bancário a expansão
de novas linhas de crédito popular para
iniciativas que promovam a sustentabilidade
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
28.095,49
5. Articular os órgãos públicos estaduais e
federais com o poder municipal no sentido de
viabilizar ações prioritárias
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
28.095,49
TOTAL (R$) 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 50.000,00 280.954,94
50
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
51
2.2. ESTRATÉGIA 2: FORTALECIMENTO DA GESTÃO AMBIENTAL
A estratégia de fortalecimento institucional à gestão ambiental está
fundamentada em três programas básicos, que visam promover a melhoria do
desempenho institucional, desenvolver um sistema eficiente de informações -
comunicando adequadamente o plano de ação ao público, e empreender ações de
educação ambiental e de incentivo à participação.
2.2.1. PROGRAMA 2.1: DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL
Os seis projetos deste programa visam promover a integração
interinstitucional, adequando as estruturas organizacionais, suprindo os órgãos a
nível material e técnico, e promovendo a capacitação de pessoal, de modo a suprir
a escassez de recursos humanos e materiais para a implementação do Plano de
Desenvolvimento Social para a bacia do Pirapama. Os recursos demandados por
esses seis projetos são da ordem de R$ 1.533.703,54, em termos de valor presente.
2.2.1.1. Projeto 2.1.1: Adequação da Estrutura Institucional para
Implementação do PDS
A inadequação da estrutura institucional é um fator que estabelece
limites para o desenvolvimento e implantação do Plano de Desenvolvimento
Sustentável na região da bacia do Pirapama. Este projeto visa definir a matriz
institucional e a estrutura organizacional ótimas, adequando a estrutura dos
diversos órgãos envolvidos, de modo a melhorar o desempenho e a capacidade
operacional dos mesmos na área de gerenciamento ambiental.
As principais ações nessa área são: (a) conhecimento da matriz
institucional e identificação das respectivas competências dos diversos órgãos nas
esferas municipal, estadual e federal que atuam nesse processo; (b) articulação e
integração entre as diversas instituições envolvidas, visando a sustentabilidade
organizacional; (c) redimensionamento da infra-estrutura municipal para
consolidação do PDS; (d) capacitação técnica para os agentes envolvidos (tanto a
52
nível estadual quanto municipal); (e) adequação do equipamento e otimização dos
recursos disponíveis; e (f) implantação e monitoramento do PDS.
A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma
equipe de trabalho composta de três profissionais, entre os quais um consultor,
conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram estimados de
acordo com o percentual de 100% da folha salarial (excetuando-se o custo com
consultoria).
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Consultor 4.000,00 80 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Sub-total - - - 11.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 7.000,00
TOTAL - - - 18.000,00
O QUADRO 2.1.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de dois anos e demandará recursos (valor presente) da
ordem de R$ 365.208,85, distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 3.888,26 para
custear a elaboração do termo de referência (definição da matriz institucional e
definição da estrutura organizacional); (2) R$ 80.798,53 destinados à contratação
de consultoria; (3) R$ 74.162,64 para custear a revisão e consolidação do sistema
gerencial ambiental; (4) R$ 49.321,42 visando cobrir os gastos com o treinamento
da equipe técnica das instituições envolvidas; (5) R$ 51.402,56 para viabilizar a
53
adequação do equipamento; e (6) R$ 105.635,43 destinados aos custos com a
implantação e monitoramento do PDS.
54
QUADRO 2.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA INSTITUCIONAL
PARA IMPLEMENTAÇÃO DO PDS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência
(definição da matriz institucional e
definição da estrutura organizacional)
4.000,00
3.888,26
2. Contratação de consultoria 8.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 80.798,53
3. Revisão e consolidação do sistema
gerencial ambiental
14.000,00
28.000,00
20.000,00
20.000,00
74.162,64
4. Capacitação técnica para as
instituições envolvidas
14.000,00
14.000,00
14.000,00
14.000,00
49.321,42
5. Adequação do equipamento 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 51.402,56
6. Implantação e monitoramento do PDS 8.000,00 8.000,00 28.000,00 42.000,00 42.000,00 105.635,43
TOTAL (R$) 12.000,00 26.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 64.000,00 365.208,85
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
55
56
2.2.1.2. Projeto 2.1.2: Melhoria do Controle Ambiental nas Administrações
Municipais
Segundo o princípio de descentralização da gestão ambiental,
delineado através da legislação brasileira nesse campo, cabe aos municípios
proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de sua forma e
preservar as florestas. No entanto, esse processo de descentralização da gestão
ambiental é longo e complexo, tendo em vista a existência de tantos fatores
adversos provindos do próprio meio ambiente, bem como do universo cultural
humano.
Com o estado preocupante do meio ambiente na região da bacia do
Pirapama é necessário uma maior intervenção das administrações municipais, no
sentido de minorar os problemas ambientais existentes. Este projeto visa alcançar a
ação dos municípios integrantes da bacia do Pirapama no processo de gestão
ambiental, no sentido de promover o desenvolvimento de mecanismos e
procedimentos para melhoria do controle da ocupação e uso do solo, bem como
para o controle das atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente.
Nesse sentido, o projeto promoverá ações de modo que os municípios possam criar,
implantar e operar seus sistemas de meio ambiente, contribuindo assim para o
desenvolvimento sustentável desses municípios.
Especificamente, este projeto prevê ações no sentido de identificar e
avaliar as principais questões ambientais que afetam a bacia do Pirapama, bem
como a elaboração de proposta para atuação integrada da sociedade com a política
do município e a criação de núcleos municipais de meio ambiente. O levantamento
do custo com essas ações foi feito com base em uma equipe de trabalho de dois
profissionais, cujo custo mensal foi de R$ 14.000,00, incluindo-se aí a contribuição
social.
O projeto prevê ações no sentido de identificar instrumentos legais e
econômicos para fortalecimento da legislação ambiental, cujo custo foi computado a
partir da contratação de um consultor, com carga horária mensal de 80 horas, ao
custo unitário de R$ 50,00, durante sete meses. O projeto prevê também a
57
capacitação de técnicos, através de cursos de especialização, e a criação de
equipes de fiscalização, a nível municipal, de modo a implementar uma fiscalização
descentralizada. O custo com os cursos de capacitação de técnicos foi avaliado com
base na carga horária mensal de 120 horas, ao custo unitário de R$ 50,00 a hora
aula.
Este projeto terá duração de um ano e, conforme demonstrado no
cronograma físico e financeiro deste projeto (QUADRO 2.1.2), o valor presente dos
custos totais desse projeto está estimado em R$ 225.856,15, desagregados da
seguinte forma: R$ 11.628,58 para custear a identificação e avaliação dos principais
questões ambientais; R$ 41.027,63 para a elaboração de proposta para atuação
integrada da sociedade com a política do município; R$ 61.541,45 para cobrir os
gastos com a criação de núcleos municipais de meio ambiente; R$ 26.605,72
destinados a custear a consultoria para identificação de instrumentos legais e
econômicos para fortalecimento da legislação ambiental; R$ 55.653,72 para cobrir
os gastos com os cursos de capacitação de técnicos; e R$ 29.399,05 para a criação
de equipes de fiscalização e implementação da fiscalização descentralizada.
58
QUADRO 2.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MELHORIA DO CONTROLE AMBIENTAL NAS
ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Identificação e avaliação dos principais questões
ambientais
4.000,00 8.000,00 11.628,58
2. Elaboração de proposta para atuação integrada da
sociedade com a política do município
4.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
41.027,63
3. Criação de Núcleos Municipais de Meio Ambiente 6.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 61.541,45
4. Identificação de instrumentos legais e econômicos
para fortalecimento da legislação ambiental
4.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
26.605,72
5. Capacitação de técnicos 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 55.653,72
6. Criação de equipes de fiscalização e implementação
da fiscalização descentralizada
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
29.399,05
TOTAL (R$) 18.000,00 48.000,00 48.000,00 48.000,00 40.000,00 40.000,00 225.856,15
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
59
2.2.1.3. Projeto 2.1.3: Desenvolvimento do Processo Participativo no
Orçamento Municipal
As profundas alterações e transformações da sociedade e do Estado
que se processaram ao longo dessa década produziram um novo desenho
institucional descentralizado e uma moderna concepção de finanças públicas, a qual
tem se materializado através de gastos sociais com maiores benefícios sociais
líquidos. Ademais, a própria dinâmica do desenvolvimento sustentável para a bacia
do Pirapama exige uma maior descentralização política e administrativa, com forte
participação popular nas decisões políticas e sociais. Nesse sentido, faz-se
necessário um processo de criatividade que busque desenhar novos formatos e
instrumentos de gestão nos campos institucional, legal e operacional de políticas e
programas sociais.
A gestão descentralizada pressupõe que tudo quanto poder ser
decidido em níveis hierárquicos mais baixos de governo, no nível municipal e no
âmbito da própria bacia hidrográfica, não deve ser decidido em escalões mais altos.
A gestão participativa, por outro lado, pressupõe que todas as decisões que
puderem ser fruto de amplos debates não devem ser tomadas de forma isolada e
por poucos. Segundo esse princípio, a gestão deve se dar de forma que as decisões
sejam descentralizadas e com a participação de todos os interessados. Igualdade de
oportunidade deve ser dada aos cidadãos, aos representantes de organismos de
classe, de organizações não governamentais, às universidades, aos técnicos,
pesquisadores, ao cidadão comum e a todos os demais contribuintes, acionistas que
são da coisa pública.
As decisões de investimentos, programas e ações a serem tomadas no
âmbito do município, quando resultam da participação de todos os interessados,
após amplo debate, ganham respaldo popular. Assim, por contar com a participação
de todos, a gestão descentralizada e participativa é capaz de reduzir e até mesmo
eliminar eventuais situações de descontentamento por parte da sociedade, dado que
tais decisões foram tomadas respeitando-se o direito de cada segmento social
influenciar o próprio processo de tomada de decisões.
60
Este projeto visa conscientizar a sociedade civil para que esta
desenvolva novos processos de gestão, democratizando as ações e decisões, com
uma maior participação popular no orçamento municipal. Com isso espera-se
conseguir o respaldo popular e legitimidade social, viabilizar assim políticas e
programas sociais que apresentem os maiores benefícios sociais líquidos.
A implementação desse projeto terá duração de um ano e, como pode
ser observado no cronograma físico e financeiro deste projeto (QUADRO 2.1.2), o
valor presente dos custos totais desse projeto está estimado em R$ 166.407,11,
desagregados da seguinte forma: (1) R$ 4.906,45 para custear a elaboração de
protocolo de intenções; (2) R$ 19.153,87 para captação de recursos para formação
de fundos para o desenvolvimento do meio ambiente; (3) R$ 36.762,88 para cobrir
os gastos com a disseminação dos objetivos institucionais e princípios do sistema
orçamentário; (4) R$ 69.567,14 destinados a custear a reordenação funcional e
espacial da infra-estrutura e da gestão; (5) R$ 27.826,86 para cobrir os gastos com o
projeto de instrumento legislativo; e (6) R$ 8.189,91 destinados aos gastos com o
encaminhamento do projeto através do poder executivo estadual e municipal.
61
QUADRO 2.1.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO DO PROCESSO
PARTICIPATIVO NO ORÇAMENTO MUNICIPAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções 5.000,00 4.906,45
2. Captação de recursos para formação de fundos
para o desenvolvimento do meio ambiente
6.000,00
6.000,00
4.000,00
4.000,00
19.153,87
3. Disseminação dos objetivos institucionais e
princípios do sistema orçamentário
8.000,00
8.000,00
8.000,00
5.000,00
5.000,00
5.000,00
36.762,88
4. Reordenação funcional e espacial da infra-
estrutura e da gestão
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
69.567,14
5. Projeto de instrumento legislativo 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 27.826,86
6. Encaminhamento do projeto através do poder
executivo estadual e municipal
3.000,00
3.000,00
3.000,00
8.189,91
TOTAL (R$) 19.000,00 35.000,00 33.000,00 33.000,00 29.000,00 29.000,00 166.407,11
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
62
2.2.1.4. Projeto 2.1.4: Criação e Implementação de Instrumentos de Incentivo
para a Gestão Ambiental
A busca do desenvolvimento regional que preserve os recursos
naturais e a capacidade de carga de ecossistemas para as gerações futuras é um
desafio que exige a adoção de uma política tributária ecológica, a qual vislumbra
uma série de instrumentos fiscais inseridos no contexto de uma política ambiental,
tais como (i) a eliminação de benefícios fiscais com efeitos ecológicos negativos; (ii)
fortalecimento de benefícios fiscais e tributos existentes; (iii) incorporação ao sistema
tributário vigente de incentivos para práticas ambientais saudáveis; e (iv) introdução
de novos tributos ecológicos. Podem constituir-se instrumentos com essa finalidade:
(a) isenção ou redução de taxas e impostos sobre o uso da terra; (b) redução ou
conversão de multas, em benefício de ações de conservação ou de recuperação
ambiental; (c) concessão de certificados em reconhecimento ao bom desempenho
de determinada organização ou de sua contribuição à melhoria do meio ambiente
(Série ISO 14.000, ISO 9.000, selo verde, certificados do órgão ambiental, etc.); (d)
adoção de “ICM ecológico”; e (e) agilização na concessão de licenças ambientais;
entre outros.
A gestão ambiental pode ter sua eficácia significativamente ampliada
pelo emprego de instrumentos que estimulem as partes envolvidas ao cumprimento
da legislação vigente e adoção de diretrizes de política ambiental. A maioria desses
instrumentos são direcionados aos próprios usuários dos recursos naturais, mas
outros são específicos aos municípios. Esse é o caso do ICM ecológico que,
objetivando preservar o meio ambiente, incentiva e compensa os municípios onde se
localizam mananciais para abastecimento público e unidades de conservação
ambiental. Independentemente das partes e dos agentes envolvidos, todos esses
instrumentos têm objetivos comuns, ao buscarem reduzir os efeitos degradadores
dos agentes e das atividades econômicas.
Assim, tomando por base uma prévia identificação e espacialização
das questões ambientais na área da bacia do Pirapama e do conhecimento dos
diversos atores envolvidos, este projeto prevê o desenvolvimento e a utilização de
63
instrumentos de política ambiental, de modo a fundamentar uma revisão criteriosa
da legislação vigente. O principal objetivo deste projeto é, portanto, formular
propostas de políticas com a aplicação de instrumentos legislativos de incentivo ao
meio ambiente. Para dar objetividade às políticas e aos instrumentos propostos, é
fundamental uma articulação interinstitucional e uma maior mobilização das
comunidades, no sentido de formar parcerias e acordos entre as partes envolvidas e
os órgãos de controle ambiental.
A implementação desse projeto terá duração de um ano. Os custos
desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de trabalho composta de
três profissionais de nível superior e um de nível técnico, cujos salários estão
especificados no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos sociais foram
estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial (excetuando-se o
custo com o consultor). De acordo com o cronograma físico e financeiro desse
projeto (QUADRO 2.1.4), o valor presente do custo total desse projeto é da ordem
de R$ 191.049,36.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador/consultor 4.000,00 80 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Técnico 500,00 160 01 500,00
Subtotal - - - 10.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 6.500,00
TOTAL - - - 17.000,00
O custo total foi desagregado da seguinte forma: (1) R$ 5.887,73 para
a elaboração do protocolo de intenções e contratação de consultor; (2) R$ 48.333,46
para custear a análise da legislação e instrumentos e/ou políticas de gestão
64
ambiental; (3) R$ 17.010,42 para cobrir os custos com a articulação e mobilização
institucional dos agentes envolvidos para formação de parcerias; (4) R$ 55.769,22
destinados ao desenvolvimento e implementação de novas políticas ambientais (ICM
ecológico, certificados de reconhecimento de proteção ambiental e isenção ou
redução de taxas e/ou impostos para incentivo à conservação ambiental); e (5) R$
64.048,51 para cobrir os custos com a elaboração e encaminhamento de
instrumento legislativo.
65
QUADRO 2.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE
INSTRUMENTOS DE INCENTIVO PARA A GESTÃO AMBIENTAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções 6.000,00 5.887,73
2. Análise da legislação e instrumentos e/ou
políticas de gestão ambiental
20.000,00
20.000,00
10.000,00
48.333,46
3. Articulação e mobilização institucional dos
agentes envolvidos para formação de parcerias
6.000,00
6.000,00
6.000,00
17.010,42
4. Desenvolvimento e implementação de novas
políticas ambientais (ICM ecológico, certificados
de reconhecimento de proteção ambiental e
isenção ou redução de taxas e/ou impostos
para incentivo à conservação ambiental)
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
14.000,00
14.000,00
55.769,22
5. Elaboração e encaminhamento de
instrumento legislativo
10.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
64.048,51
TOTAL (R$) 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 34.000,00 191.049,36
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
66
2.2.1.5. Projeto 2.1.5: Estímulo ao Desenvolvimento da Agenda 21 Local para
os Diversos Municípios
Dando continuidade ao esforço empreendido com a Agenda 21 global,
este projeto busca promover a elaboração da Agenda 21 para os municípios
integrantes da bacia do Pirapama. Especificamente, este projeto objetiva induzir a
utilização racional dos recursos naturais e melhorar as condições de vida dessas
populações, através do incentivo à participação comunitária e de uma maior
conscientização ambiental dessas comunidades.
Este projeto prevê a identificação de lideranças locais, estimulando as
comunidades e a população de um modo geral a participar no sentido legitimar
ações que ampliem a conscientização ambiental. O projeto buscará o apoio das
prefeituras e buscará incentivar a formação de parcerias entre grupos de interesse
nas várias comunidades existentes (pescadores, pequenos agricultores, mulheres,
etc.) para que seja criado, em cada município, o fórum da Agenda 21 local.
Os custos desse projeto foram divididos em dois componentes:
material e pessoal. Os custos com material foram dimensionados para efetivar a
divulgação da Agenda 21 global, enquanto que os custos com pessoal foram
avaliados com base em uma equipe de trabalho composta de três profissionais de
nível superior, conforme especificada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram
estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Subtotal - - - 10.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 10.000,00
TOTAL - - - 20.000,00
67
De acordo com o cronograma físico e financeiro deste projeto
(QUADRO 2.1.5), o qual demandará um ano para ser executado, o valor presente do
custo total desse projeto é da ordem de R$ 267.305,09. O custo total foi
desagregado e computado da seguinte forma: (1) R$ 7.850,31 para custear o
levantamento de informações e elaboração de protocolo de intenções; (2) R$
67.429,19 para cobrir os custos com a formação de grupos multidisciplinares para
discussão das várias Agendas locais (3) R$ 54.301,53 para os gastos com a
identificação de lideranças locais e levantamento de problemas e necessidades
ambientais; (4) R$ 28.597,26 destinados a custear a busca de parcerias para o
desenvolvimento ambiental (instituições públicas e privadas); (5) R$ 42.541,14 para
os custos com material de divulgação da Agenda 21 global; e (6) R$ 66.585,66
destinados a estimular a população local no sentido de legitimar ações para melhoria
das próprias comunidades.
68
QUADRO 2.1.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ESTÍMULO AO DESENVOLVIMENTO DA AGENDA
21 LOCAL PARA OS DIVERSOS MUNICÍPIOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Levantamento de informações e elaboração de
protocolo de intenções
8.000,00
7.850,31
2. Formação de grupos multidisciplinares para
discussão das várias Agendas locais
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
67.429,19
3. Identificação de lideranças locais e levantamento
de problemas e necessidades ambientais
12.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
54.301,53
4. Busca de parcerias para o desenvolvimento
ambiental (instituições públicas e privadas, a
indústria e o comércio)
5.000,00
5.000,00
5.000,00
8.000,00
8.000,00
28.597,26
5. Material para divulgação da Agenda 21 global 10.000,00 10.000,00 10.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 42.541,14
6. Estimular a população local no sentido de
legitimar ações para melhoria das comunidades
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
20.000,00
20.000,00
66.585,66
TOTAL (R$) 50.000,00 50.000,00 50.000,00 45.000,00 45.000,00 45.000,00 267.305,09
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
69
2.2.1.6. Projeto 2.1.6: Criação, Reestruturação e Fortalecimento de CONDEMA’s
Considerando que o município é a esfera de governo capaz de
controlar qualquer agressão ambiental de forma mais eficiente, complementarmente
à ação da União e do Estado, e diante da necessidade de descentralização
administrativa e a implantação da Agenda 21 nos municípios, é fundamental que os
mesmos criem seus Conselhos Municipais de Defesa do Meio Ambiente
(COMDEMA’s).
O COMDEMA é um organismo na esfera municipal, que desempenha
complementarmente à ação dos governos federal e estadual um conjunto de
funções de ordem institucional e operacional, visando promover a política ambiental
do município e assegurando a participação dos diversos setores da comunidade na
tutela do meio ambiente, em benefício da qualidade de vida das próprias
comunidades.
Os COMDEMA’s atuam em duas vertentes: institucional e operacional.
Na vertente institucional, os COMDEMA’s objetivam (i) assessorar os municípios em
questões referentes ao conhecimento e a proteção do patrimônio ambiental (natural,
étnico e cultural); (ii) Apoiar os poderes públicos municipais no sentido de reforçar
ações conjuntas em favor da manutenção do equilíbrio ecológico regional; (iii)
orientar os municípios quanto à identificação, prevenção e controle das atividades
potencialmente agressivas ao meio ambiente; e (iv) colaborar em programas
intersetoriais de combate a quaisquer agentes que ameacem o bem-estar e a saúde
da comunidade.
Na vertente operacional os COMDEMA’s visam (i) propor as normas e
recomendações que subsidiem o desenvolvimento de planos, programas e projetos
municipais, intermunicipais e intersetoriais, objetivando proteger o meio ambiente,
em complemento e consonância com os dispositivos legais, estaduais e federais; (ii)
promover e colaborar em programas educativos que concorram para melhorar o
conhecimento do patrimônio ambiental, assim como a compreensão social dos
problemas ambientais; (iii) colaborar em campanhas relativas ao saneamento
básico, do combate a vetores de enfermidades, assim como ao controle da poluição
70
e de qualquer outra agressão ambiental; (iv) zelar pelo conhecimento e cumprimento
das leis, normas e diretrizes municipais, estaduais e federais de defesa do meio
ambiente, assim como pela divulgação de dados e informações ambientais que
fundamentem a formação de uma consciência pública sobre a necessidade de
preservação da qualidade ambiental do equilíbrio ecológico; (v) promover
desenvolvimento de programas de capacitação e treinamento, para a formação de
pessoal técnico e voluntário, que possa ser mobilizado em situação de emergência;
(vi) manter um acompanhamento vigilante e permanente do patrimônio ambiental,
localizando e identificando todas as atividades empresariais públicas ou privadas
que possam ameaçá-lo; (vii) advertir quanto às conseqüências de ações de
degradação do meio ambiente e suas implicações, dada a legislação em vigor,
particularmente à obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados; (viii)
opinar sobre o licenciamento de atividades que, direta ou indiretamente, causem a
degradação da qualidade ambiental; (ix) identificar e acompanhar a dinâmica de
áreas críticas ambientais, propondo medidas de recuperação e controle que
concorram para a eliminação e/ou redução da degradação ambiental; (x) incentivar a
criação local de ONG’s ambientalistas, procurando manter intercâmbio permanente
com essas e outras organizações similares; e (xi) acionar, quando necessário,
organismos federais (IBAMA) e estaduais (CONSEMA, Secretarias e Órgãos de
Meio Ambiente, entre outros) para que sejam implementadas medidas de proteção
ambiental.
Este projeto terá duração de um ano e os custos totais foram
estimados em R$ 317.876,98, desagregado em dois componentes: (i) custos com a
estrutura física e material, cujo valor atual foi de R$ 70.636,63, conforme mostra o
cronograma físico e financeiro do projeto (QUADRO 2.1.6); e (ii) custos com pessoal,
estimada com base em uma equipe de trabalho de três profissionais, especificada
no quadro abaixo, cujo valor atual foi de R$ 247.240,35. Os encargos sociais foram
estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
71
Coordenador 4.000,00 160 01 4.000,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Subtotal - - - 11.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 11.000,00
TOTAL - - - 22.000,00
Conforme pode ser observado no cronograma físico e financeiro desse
projeto (QUADRO 2.1.6), as atividades de promoção e organização da sociedade
civil, através da sua representação nos conselhos municipais, demandarão recursos
da ordem de R$ 247.240,35, especificados da seguinte forma: R$ 3.925,16 para a
elaboração do protocolo de intenções; R$ 135.571,02 para cobrir os gastos com a
articulação e busca de representação do poder público e da comunidade; R$
18.819,87 para custear a realização de eventos e debates; e R$ 88.924,29 para
elaboração do instrumento legislativo municipal.
72
QUADRO 2.1.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO, REESTRUTURAÇÃO E
FORTALECIMENTO DE COMDEMA’s
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de protocolo de intenções 4.000,00 3.925,16
2. Articulação, mobilização e busca de
representação do poder público e da comunidade
20.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
135.571,02
3. Estrutura física e material dos COMDEMA’s 15.000,00 15.000,00 15.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 70.636,63
4. Realização de eventos e debates 5.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 3.000,00 18.819,87
5. Elaboração de instrumento legislativo municipal 15.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 88.924,29
TOTAL (R$) 59.000,00 59.000,00 59.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 317.876,98
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
73
2.2.2. PROGRAMA 2.2: COMUNICAÇÃO AO PÚBLICO E DESENVOLVIMENTO DE UM SISTEMA
DE INFORMAÇÃO AMBIENTAL
Os três projetos incluídos neste programa objetivam registrar,
sistematizar, disponibilizar e prover informações ambientais, bem como apoiar o
monitoramento e estimular potenciais parcerias para a implementação das diversas
ações do Plano de Desenvolvimento Social (PDS) na região da bacia do rio
Pirapama. Estima-se que serão necessários recursos de aproximadamente R$
629.217,40 (em termos de valor presente) para implementar esses três projetos.
2.2.2.1. Projeto 2.2.1: Consulta e Comunicação do Plano de Desenvolvimento
Social aos Diversos Agentes Envolvidos
Este projeto visa apoiar as atividades técnicas, políticas e institucionais
do Plano de Desenvolvimento Social, atuando como instrumento estratégico no
processo de gerenciamento ambiental da bacia, ao tempo em que leva informação a
todos os municípios, escolas, imprensa, indústrias e cidadãos da área de
abrangência do projeto. O principal objetivo desse projeto é manter o publico
informado sobre o estado do meio ambiente, identificando problemas e
estabelecendo estratégias e ações para implementação do PDS. A comunicação
cumpre também o seu papel de buscar a efetiva participação e engajamento das
partes envolvidas, estreitando a relação com os usuários da bacia.
Além de apoiar o comitê do PDS com informações técnicas, apoio
organizacional, informação, assessoria e edição de documentos em reuniões, este
projeto prevê o desenvolvimento e implantação de atividades de educação ambiental
formal, dirigida às escolas de ensino fundamental, bem como a informal ou pública,
dirigida às comunidades e às indústrias localizadas nos municípios integrantes da
bacia. Está previsto também o desenvolvimento e implantação de atividades de
educação sanitária para as várias comunidades, enfocando temas associados a
coleta e disposição final de resíduos domésticos, destinação adequada para esgoto
sanitário e práticas sanitárias saudáveis, que envolvam qualidade de vida, saúde e
higiene pessoal.
74
Este projeto deverá realizar exposições e divulgação de informações
dirigidas ao público e aos técnicos que atuam nessa área; preparação de palestras,
debates, seminários, mesas-redondas, demonstrações e visitas a campo; produção
de material informativo, tais como boletins, folders, vídeos, revistas de imprensa,
arquivos fotográficos e de vídeos, entre outros.
O QUADRO 2.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$
241.867,31 (valor presente), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 11.775,47 para
custear a elaboração de versão simplificada do diagnóstico ambiental e do PDS; (2)
R$ 115.519,62 destinados a cobrir os custos com a elaboração de material
informativo; (3) R$ 97.765,99 para realização de eventos e debates; e (4) R$
16.806,22 para custear os gastos com articulações interinstitucionais, envolvendo os
governos municipais e os vários órgãos estatais.
75
QUADRO 2.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONSULTA E COMUNICAÇÃO DO PLANO DE
DESENVOLVIMENTO SOCIAL AOS DIVERSOS AGENTES ENVOLVIDOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de versão simplificada do
diagnóstico ambiental e do PDS
12.000,00
11.775,47
2. Elaboração de material informativo 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 25.000,00 115.519,62
3. Realização de eventos e debates 10.000,00 25.000,00 10.000,00 25.000,00 10.000,00 25.000,00 97.765,99
4. Articulação interinstitucional envolvendo
os governos municipais e os órgãos estatais
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
16.806,22
TOTAL (R$) 25.000,00 53.000,00 38.000,00 53.000,00 38.000,00 53.000,00 241.867,31
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
76
2.2.2.2. Projeto 2.2.2: Desenvolvimento e Implantação de um Sistema de
Informações Ambientais
A diversidade de órgãos atuando na região do Pirapama, aliada às
transferências de responsabilidade ambientais das múltiplas instituições que aí
operam, acabam por repercutir negativamente na sistematização das informações,
bem como dificultam a transferência e utilização das mesmas. Verifica-se, portanto,
a necessidade da implantação de um sistema de informações ambientais, com a
característica de universalização, tanto no que se refere à natureza dos dados,
quanto no que diz respeito à origem das organizações que os produzem, objetivando
reunir, organizar e cruzar as informações geradas pelos diversos estudos e
programas na área da bacia do Pirapama, que seja acessível a todos os setores
interessados no planejamento, gestão ou uso dos recursos naturais.
O sistema de informações proposto se constitui de uma base de dados,
informatizada, obtida a partir da coleta, tratamento, armazenamento e recuperação
de dados sobre o meio ambiente. Podem fazem parte desse sistema toda e qualquer
informação referenciada em mapas sobre coordenadas geográficas de pontos de
captação, lançamento, obras hidráulicas e dados hidrometeorológicos; lançamentos
de cargas poluidoras e registros e medições de qualidade das águas; modelos
calibrados para a bacia e de simulação em reservatórios; entre outros.
Este projeto visa, portanto, gerar, registrar, sistematizar e disponibilizar
informações atualizadas sobre a qualidade ambiental na bacia do Pirapama -
através da formação de um banco de dados informatizado, objetivando subsidiar as
decisões de forma a consolidar o Plano de Desenvolvimento Sustentável da Bacia
do Pirapama, assim como servirá de base para fundamentar outros projetos e até
representar um modelo que possa ser aplicado em realidades afins.
O QUADRO 2.2.2 contém o cronograma físico/financeiro desse projeto,
que terá a duração de dois anos, e demandará recursos da ordem de R$
208.083,72, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$
2.916,20 para cobrir os custos com a elaboração do termo de referência e
contratação de consultorias; (2) R$ 28.354,92 para custear o desenvolvimento de
77
uma rede de coleta de dados sobre valores ecológicos e outros valores ambientais
do sistema hídrico; (3) R$ 72.483,99 destinado ao custeio do desenvolvimento de
sistema de coleta sistemática de informações sobre usos e capacidade de carga de
captação e rejeição; (4) R$ 37.975,34 para custear o estabelecimento de um suporte
informático para armazenamento e processamento da informação; (5) R$ 24.609,68
destinados a cobrir os gastos com o estabelecimento de um sistema de difusão de
informação; e (6) R$ 41.743,59 para cobrir os custos com a formação profissional
dos agentes envolvidos nas várias fases da informação.
78
QUADRO 2.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO E IMPLANTAÇÃO DE UM
SISTEMA DE INFORMAÇÕES AMBIENTAIS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
contratação de consultorias
3.000,00
2.916,20
2. Desenvolvimento de uma rede de
coleta de dados sobre valores ecológicos
e outros valores ambientais
10.000,00
10.000,00
10.000,00
28.354,92
3. Desenvolvimento de sistema de coleta
sistemática de informações sobre usos e
capacidade de carga de captação e
rejeição
20.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
72.483,99
4. Estabelecimento de um suporte
informático para armazenamento e
processamento da informação
15.000,00
15.000,00
15.000,00
37.975,34
5. Estabelecimento de sistema de difusão
de informação
10.000,00
10.000,00
10.000,00
24.609,68
6. Formação profissional dos agentes
envolvidos nas várias fases da informação
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
41.743,59
79
TOTAL (R$) 13.000,00 42.000,00 30.000,00 32.000,00 35.000,00 37.000,00 25.000,00 22.000,00 208.083,72
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
80
2.2.2.3. Projeto 2.2.3: Monitoramento e Avaliação da Qualidade Ambiental na
Área da Bacia
A degradação ambiental que atinge grande parte da bacia do rio
Pirapama é o principal fator que dificulta o desenvolvimento e a implantação do
Plano de Desenvolvimento Sustentável na região. O projeto de monitoramento e
avaliação da qualidade ambiental na área da bacia do Pirapama tem por objetivo
principal permitir o acompanhamento dos indicadores de qualidade ambiental,
monitorando os processos erosivos e assoreamentos agravados em face da
ocupação industrial, urbana, agrícola e mineira, bem como o acompanhamento
periódico da poluição hídrica decorrente dos esgotamentos sanitários e efluentes
industriais e dos resíduos sólidos urbanos e industriais.
As principais ações previstas neste plano são: (a) levantamento de
dados bibliográficos, climatológicos e cartográficos, bem como os aspectos sócio-
econômicos, hidrológicos, geológicos, geomorfológicos, pedológicos e de vegetação,
relevo e uso dos solos da região; (b) formação de um banco de dados com as
informações ambientais; (c) elaboração de normas técnicas e legais de abrangência
municipal que possibilite um efetivo monitoramento ambiental; (d)
redimensionamento da infra-estrutura física dos municípios que permita uma
avaliação ambiental mais efetiva; (e) treinamento de um corpo técnico de
monitoramento, tanto a nível estadual quanto municipal; e (f) articulação eficiente
entre os diferentes órgãos municipais e estaduais para o monitoramento. Além
dessas ações principais são também previstas outras ações secundárias, tais como
produção de materiais educativos, comunicação social e educação ambiental junto
as comunidades locais e populações ribeirinhas.
A estimativa de custo desse projeto foi feita tomando-se por base uma
equipe de trabalho de quatro profissionais, especificada no quadro abaixo. Os
encargos sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha
salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
81
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal - - - 7.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 7.500,00
TOTAL - - - 15.000,00
O QUADRO 2.2.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano e demandará recursos da ordem de R$
179.266,37 (valor presente), distribuídos da seguinte forma: (1) R$ 44.816,59 para
monitorar, avaliar e adequar ações de controle ambiental; (2) R$ 89.633,19
destinados a cobrir os custos com a coleta e análise de amostras; (3) R$ 13.915,08
para custear a tabulação das informações e publicação de relatórios e indicadores
de qualidade ambiental; (4) R$ 14.095,29 para cobrir os gastos com o treinamento
da equipe de monitoramento; e (5) R$ 16.806,22 para viabilizar a participação
interinstitucional no monitoramento.
82
QUADRO 2.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DA QUALIDADE
AMBIENTAL NA ÁREA DA BACIA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Monitorar, avaliar e adequar ações de controle
ambiental
8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 44.816,59
2. Coleta e análise de amostras 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 16.000,00 89.633,19
3. Tabulação das informações e publicação de
relatórios e indicadores de qualidade ambiental
5.000,00
5.000,00
5.000,00
13.915,08
4. Treinamento da equipe de monitoramento 5.000,00 5.000,00 5.000,00 14.095,29
5. Viabilizar a participação interinstitucional no
monitoramento
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
16.806,22
TOTAL (R$) 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 32.000,00 179.266,37
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
83
2.2.3. PROGRAMA 2.3: EDUCAÇÃO AMBIENTAL E INCENTIVO À PARTICIPAÇÃO
Os projetos contidos neste programa objetivam despertar a consciência
ambiental das comunidades, bem como mobilizar a sociedade no sentido desta
participar mais ativamente do esforço de preservação do meio ambiente, através de
ações que visem criar agentes multiplicadores, ampliar a educação ambiental nas
comunidades, e divulgar informações para os diversos agentes envolvidos.
Conforme pode ser observado a seguir, os três projetos vislumbrados nesse
programa demandarão recursos da ordem de R$ 832.472,43, em termos de valor
presente.
2.2.3.1. Projeto 2.3.1: Ações Sistemáticas de Educação Ambiental e Formação
de “Foruns” (Fora) Locais
O diagnóstico sócio-econômico da região da bacia hidrográfica do rio
Pirapama realizado pelo Projeto Pirapama evidenciou um quadro preocupante de
pobreza e falta de oportunidades de desenvolvimento para a grande maioria das
comunidades nessa região. Problemas tais como baixa escolaridade e falta de
informação a respeito de práticas saudáveis na área de saneamento básico são
fortes determinantes das condições precárias de vida dessas populações. Para
agravar esse quadro estão, ainda, os péssimos serviços públicos de abastecimento
de água potável, esgotamento sanitário e limpeza urbana, os quais não conseguem
atender as demandas dessas comunidades por tais serviços básicos.
Um projeto de educação ambiental com a participação ativa e integrada
dos diversos segmentos sociais, por certo contribuirá para a redução de riscos
ambientais e a melhoria das condições de vida da população. Este projeto objetiva,
portanto, desenvolver ações sistemáticas de educação ambiental para os diversos
projetos e formar agentes multiplicadores que atuem junto aos diferentes setores da
sociedade.
O QUADRO 2.3.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano. Uma inspeção desse quadro revela que o
valor presente dos custos totais desse projeto está estimado em R$ 253.529,88, dos
84
quais R$ 7.632,72 são para cobrir os custos com o desenvolvimento de parcerias no
sentido de implementar processos de gestão compartilhada; R$ 22.476,40 para
custear a mobilização e orientação da população para a consciência ecológica nas
diversas ações do PDS; R$ 51.284,54 destinados ao fortalecimento de organizações
comunitárias locais para o gerenciamento ambiental; R$ 102.569,08 visando cobrir
as despesas com a realização de treinamentos, cursos e oficinas de agentes
multiplicadores para trabalhar nas escolas e nas várias comunidades; e R$
69.567,14 destinados a cobrir os gastos com as campanhas e eventos de educação
ambiental.
85
QUADRO 2.3.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE AÇÕES SISTEMÁTICAS DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL E FORMAÇÃO DE “FORUNS” (FORA) LOCAIS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Desenvolver parcerias para implementar
processos de gestão compartilhada
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
7.632,72
2. Mobilização e orientação da população
para a consciência ecológica nas diversas
ações do PDS
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
22.476,40
3. Fortalecimento de organizações
comunitárias locais para o gerenciamento
ambiental
5.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
51.284,54
4. Realização de treinamentos, cursos e
oficinas de agentes multiplicadores para
trabalhar nas escolas e nas várias
comunidades
10.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
102.569,08
5. Promoção de campanhas e eventos de
educação ambiental
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
69.567,14
TOTAL (R$) 21.000,00 51.000,00 51.000,00 51.000,00 49.000,00 49.000,00 253.529,88
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
86
87
2.2.3.2. Projeto 2.3.2: Fortalecimento das Organizações Comunitárias
A cana-de-açúcar é sem sombra de dúvidas o principal produto
agrícola da região da bacia do Pirapama, a qual é produzida em todos os municípios
integrantes dessa bacia, com grande representatividade em termos de área
plantada. Apesar desse predomínio da cana-de-açúcar, o que de certa forma serve
de suporte para a indústria açucareira e do álcool, o setor primário na região da
bacia do Pirapama absorve apenas 3% da população ocupada. O setor terciário
participa com 40% de toda a mão-de-obra empregada nessa região. No entanto, é a
indústria o setor mais importante em termos de absorção de emprego na área da
bacia do Pirapama, a qual é responsável por cerca de 52% dos postos de trabalho.
As condições socioeconômicas das comunidades rurais que dependem
das plantações de cana-de-açúcar para a sua sobrevivência são extremamente
precárias. A situação econômica é preocupante, pois grande parte dessa população
vive abaixo da linha da pobreza. A maior parte do trabalho agrícola é informal e
sazonal, havendo um claro “período de fome” que vai de março a agosto, período
durante o qual o governo estadual estabelece algumas medidas paliativas, mas
temporárias. Os salários são extremamente baixos e há problemas decorrentes das
relações informais de trabalho. Essas pessoas dependem, via de regra, dos
proprietários das plantações de cana, no tocante à moradia e ao uso da terra.
A atividade industrial é, de fato, a mais importante da bacia do rio
Pirapama. Existem na área da bacia 24 grandes indústrias, as quais produzem
produtos químicos básicos, gases industriais, materiais cerâmicos, caldeiraria,
açúcar e álcool, entre outros. Essa atividade vem sendo estimulada com a definição
de novos projetos de implantação de distritos industriais nos municípios de Escada e
Vitória de Santo Antão, além dos novos empreendimentos industriais no Complexo
Portuário e Industrial de SUAPE, no município do Cabo de Santo Agostinho. No
entanto, o baixo grau de escolaridade dessa população comanda baixos salários, o
que contribui para agravar as condições sociais e ambientais dessa região.
Além do mais, os estudos efetuados na bacia do Pirapama dão conta
que as águas da bacia do rio Pirapama já apresentam altos índices de poluentes,
88
dentre eles o fósforo total, cujos níveis encontrados (de até 0,15 mg/l) estão bem
acima dos índices permitidos pela Resolução No 20 do CONAMA, que é de 0,025
para águas de Classe 2. Os fatores que mais contribuem para a poluição da bacia
são a fertirrigação com vinhaça, as descargas diretas de vinhaça nos cursos d’água
de usinas de açúcar e destilarias, os efluentes industriais (principalmente da
indústria química), o uso de fertilizantes, pesticidas e herbicidas, e os próprios
esgotos sanitários. As áreas industriais, especialmente em torno do Cabo de Santo
Agostinho, já apresentam dificuldades ambientais significativas. Os pescadores que
pescam a jusante do Cabo têm-se manifestado junto à CPRH, preocupados com o
impacto negativo da poluição sobre o produto da pesca na desembocadura do rio.
Os índices de coliformes fecais são também elevados ao longo da
bacia do Pirapama, comprometendo assim a qualidade de suas águas. A disposição
inadequada dos resíduos sólidos urbanos e industriais em lixões, bem como os
efluentes industriais e os esgotamentos sanitários sem tratamento adequado estão
provocando danos ambientais, contaminando os recursos hídricos da bacia do
Pirapama. Os lixões e o alto potencial poluidor do setor agro-industrial, aliado à falta
de sistemas públicos de esgotamento sanitário nos municípios que integram a bacia
do Pirapama, põem em cheque a qualidade de seus recursos hídricos.
Com exceção do município de Vitória de Santo Antão, o qual apresenta
26% da sua população atendida por rede de esgoto, os sistemas públicos de
esgotamento dos demais municípios limitam-se a conjuntos habitacionais ou vilas
populares, de modo que a grande maioria da população é desprovida de sistemas
de coleta, transporte e tratamento de esgotos, utilizando-se, via de regra, de
sistemas individuais de esgotos sanitários, quando não são lançados a céu aberto.
Os serviços de abastecimento de água na RMR vêm sofrendo algum
racionamento nos últimos anos, o que tem comprometido a regularidade do
atendimento à população, principalmente nas épocas de prolongada estiagem. Os
sistemas de abastecimento de água de outros municípios integrantes da bacia que
não fazem parte da RMR, como Pombos, Escada e Vitória de Santo Antão, já estão
também enfrentando problemas para atender as crescentes demandas por água
potável.
89
Em síntese, o diagnóstico ambiental na área da bacia hidrográfica do
rio Pirapama mostrou que as condições de saúde pública nessa região são
precárias, com uma grande incidência de doenças de veiculação hídrica, como a
diarréia infecciosa, a cólera, a esquistossomose, a leptospirose. A oferta de serviços
na área de saneamento básico, quando esta existe, é precária tanto em termos
quantitativo quanto qualitativo, contribuindo para o agravamento das condições de
saúde pública nessas comunidades e estabelecendo um quadro social alarmante.
Este projeto visa atuar preliminarmente no sentido de promover e
fortalecer as organizações comunitárias no sentido de despertar nas comunidades a
consciência ecológica e uma maior participação das mesmas na gestão ambiental.
Além do mais e complementarmente, este projeto objetiva mobilizar e estimular a
população no sentido da sua organização com vistas a uma maior participação
comunitária em todas as etapas do processo de elaboração do Plano de
Desenvolvimento Sustentável nessas comunidades.
Este projeto terá duração de um ano e, conforme pode ser observado
no seu cronograma físico e financeiro (QUADRO 2.3.2), o valor presente dos custos
totais desse projeto está estimado em R$ 230.558,43, dos quais R$ 39.602,33 são
para cobrir os custos com a mobilização dos vários segmentos sociais da população;
R$ 37.102,48 para custear a realização de treinamentos e cursos para os agentes
comunitários; e R$ 153.853,63 para apoio material às organizações comunitárias
locais para o gerenciamento ambiental.
90
QUADRO 2.3.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE FORTALECIMENTO DAS
ORGANIZAÇÕES COMUNITÁRIAS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Mobilização dos vários segmentos sociais da
população
12.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 6.000,00 39.602,33
2. Realização de treinamentos e cursos para os
agentes comunitários
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
8.000,00
37.102,48
3. Apoio material a organizações comunitárias locais
para o gerenciamento ambiental
15.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
30.000,00
153.853,63
TOTAL (R$) 27.000,00 44.000,00 44.000,00 44.000,00 404.000,00 44.000,00 230.558,43
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
91
2.2.3.3. Projeto 2.3.3: Fomento às Empresas para Adoção de Políticas Internas
de Gerenciamento Ambiental
A globalização tem se mostrado um importante fator indutor de
eficiência produtiva por parte das empresas, visto que, ao buscarem se adequar às
exigências do mercado, elas reduzem os seus custos e melhoram a sua
competitividade. Nesse contexto, os países industrializados vêm utilizando
instrumentos comerciais para garantir não apenas o fluxo da balança comercial, mas
também a melhoria da performance de suas empresas. Um desses instrumentos é a
certificação das Normas ISO, particularmente a série 14.000 que trata da qualidade
ambiental. Nesse sentido, as empresa têm sido incentivadas a investir na
implantação de sistemas de gerenciamento ambiental, com o objetivo de alcançar a
certificação ISO 14.000, permitindo assim que elas se lancem no mercado
internacional. Ademais, o surgimento da lei de crimes ambientais, veio reforçar de
forma contundente a necessidade do enquadramento das empresas às normas
ambientais vigentes, sob pena das conseqüências cabíveis na área do direito penal.
Este projeto objetiva contribuir para uma mudança no comportamento
degradador das empresas instaladas na área da bacia do Pirapama, induzindo-as a
adotarem práticas que otimizem tanto o consumo de recursos naturais (matérias-
prima e energia) quanto a produção de resíduos, através da implantação de um
sistema de gestão ambiental, nos moldes da ISO 14.000.
O custo total desse projeto é basicamente determinado pelo seu
componente de custo com pessoal, o qual foi estimado com base em uma equipe de
trabalho composta por seis profissionais, um coordenador, dois engenheiros sênior,
um economista sênior e dois técnicos. Os salários da equipe técnica e os custos
com pessoal estão detalhados no quadro abaixo. Os encargos sociais foram
estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
92
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 02 7.000,00
Economista Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal - - - 15.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 15.500,00
TOTAL - - - 31.000,00
Este projeto terá duração de um ano e consumirá recursos da ordem
de R$ 348.384,12, em termos de valor presente, conforme pode ser visto no
cronograma físico e financeiro do QUADRO 4.2.1. O custo total foi desagregado em
componentes da seguinte forma: (1) R$ 21.588,36 para cobrir os custos com a
preparação e definição do universo de trabalho, protocolo de intenções e termos de
referência; (2) R$ 52.876,13 para identificação e encaminhamento dos problemas
comuns; (3) R$ 38.163,60 para cobrir os custos com o diagnóstico ambiental nas
áreas afetadas pelas indústrias; (4) R$ 82.953,42 para custear a implementação de
programas de capacitação técnica para as indústrias envolvidas no gerenciamento
ambiental; (5) R$ 60.912,27 para criação de modelos com instrumentos operacionais
para o desenvolvimento dos sistemas de gerenciamento ambiental; (6) R$ 56.005,82
para elaboração de modelos com instrumentos econômicos que incentivem a
adoção de prática do gerenciamento ambiental; e (7) R$ 35.884,53 para custear o
estudo de avaliação dos resultados.
93
QUADRO 2.3.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE FOMENTO ÀS EMPRESAS PARA ADOÇÃO DE
POLÍTICAS INTERNAS DE GERENCIAMENTO AMBIENTAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Definição do universo de trabalho, protocolo de
intenções e termos de referência
22.000,00
21.588,36
2. Identificação e encaminhamento dos problemas
comuns
15.000,00 20.000,00 20.000,00 52.876,13
3. Diagnóstico ambiental 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 38.163,60
4. Programas de capacitação técnica nas empresas 12.000,00 12.000,00 22.000,00 22.000,00 22.000,00 82.953,42
5. Elaboração de modelos com instrumentos
operacionais
10.000,00 10.000,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00 5.000,00 60.912,27
6. Elaboração de modelos com instrumentos
econômicos
5.000,00 10.000,00 10.000,00 15.000,00 15.000,00 5.000,00 56.005,82
7. Avaliação dos resultados 10.000,00 30.000,00 35.884,53
TOTAL (R$) 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 62.000,00 348.384,12
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
94
95
2.3. ESTRATÉGIA 3: MELHORIA DO MEIO AMBIENTE NATURAL
Os programas previstos nesta estratégia objetivam proteger a
cobertura vegetal e as áreas de instabilidade e sensibilidade ambiental, promover o
ordenamento racional e o disciplinamento do uso e ocupação do solo, bem como
desenvolver e ampliar o controle da poluição na bacia do Pirapama.
2.3.1. PROGRAMA 3.1: PROTEÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E DE ÁREAS DE
SENSIBILIDADE AMBIENTAL
Este programa contempla a implementação de dois projetos, cujos
custos totais são de R$ 433.360,98, em termos de valor presente, e tem por objetivo
maior proteger e recuperar remanescentes de mata atlântica, manguezais e
vegetação protetora de mananciais.
2.3.1.1. Projeto 3.1.1: Criação, Regulamentação e Implementação de Espaços
Protegidos
O QUADRO 3.1.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto,
que tem duração prevista de um ano para sua implementação, e apresenta um custo
total estimado em cerca de R$ 109.666,68 (valor atual), dos quais R$ 5.778,26 são
para cobrir os custos com o levantamento das propostas de espaços de proteção
ambiental, durante os seis primeiros meses (ou três bimestres), conforme mostrado
no QUADRO 3.1.1. Estima-se ainda recursos de R$ 8.667,39, em termos de valor
atual, para custear as despesas com a discussão das propostas através de
seminários e consultas aos agentes envolvidos nesse projeto, conforme detalhado
no Documento 1 da Agenda 21. Está previsto, ainda, recursos da ordem de R$
14.182,06 (valor atual) para cobrir os gastos com a mobilização das prefeituras para
a questão da proteção ambiental e a articulação interinstitucional destas com os
órgãos estaduais e federais, em termos de planejamento e fiscalização, visando a
proteção dos ecossistemas.
Este projeto prevê também o estudo descritivo de áreas de
preservação ambiental, principalmente as sete reservas ecológicas (definidas na Lei
96
Estadual no. 9.989/87), bem como aquelas situadas na área costeira (com
remanescentes da mata atlântica, manguezais, matas de restinga, áreas alagáveis e
praias, entre a foz do rio Massangana e a foz do rio Jaboatão). Estes estudos
demandarão recursos da ordem de R$ 14.445,64 (valor presente). Estima-se que
serão necessários R$14.699,52 para fazer face aos custos com o zoneamento
dessas áreas e R$ 36.748,81 para o respectivo plano de manejo, ambos em termos
de valor presente. O projeto contempla ainda recursos de cerca de R$ 15.144,99
(valor presente) para cobrir custos com a elaboração de projetos de instrumento
legislativo para posterior apreciação na Câmara de Deputados.
97
QUADRO 3.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CRIAÇÃO, REGULAMENTAÇÃO E
IMPLEMENTAÇÃO DE ESPAÇOS PROTEGIDOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)*
1. Levantamento das propostas de espaços de
proteção ambiental
2.000,00
2.000,00
2.000,00
5.778,26
2. Discussão das propostas através de seminários
e consultas aos atores envolvidos
3.000,00
3.000,00
3.000,00
8.667,39
3. Mobilização e articulação interinstitucional 5.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 14.182,06
4. Estudo descritivo de áreas de preservação
ambiental
5.000,00 5.000,00 5.000,00 14.445,64
5. Zoneamento 4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 14.699,52
6. Plano de manejo 10.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 36.748,81
7. Projeto de instrumento legislativo 5.000,00 3.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 2.000,00 15.144,99
TOTAL (R$) 20.000,00 15.000,00 28.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 109.666,68
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
98
2.3.1.2. Projeto 3.1.2: Reflorestamento e Recuperação de Áreas Degradadas
Este projeto prevê o reflorestamento e a recuperação de áreas sob
proteção ambiental (Matas de Camaçari, Zumbi, Duas Lagoas, Contraçude, Gurjaú,
Bom Jardim, Serra do Cotovelo, Serra do Cumaru, e Serra do Urucu), as matas de
Escada (Alegria e Cidadão) e matas dos municípios de Pombos e Vitória. O projeto
contempla ainda a restauração da vegetação ciliar em vários trechos dos rios
Pirapama e Gurjaú, bem como nas margens do reservatório do sistema Gurjaú.
O referido projeto terá duração total de dois anos (ou oito trimestres) e
o valor atual do custo total previsto para esse projeto é de cerca de R$ 323.694,30,
conforme pode ser visto na última célula do QUADRO 3.1.2. O valor atual do custo
total está composto dos seguintes componentes: (1) R$ 20.168,99 para cobrir os
gastos com o levantamento sócio-econômico das comunidades envolvidas com a
degradação das matas; (2) R$ 25.286,29 para custear a campanha de mobilização e
conscientização da população sobre a conservação ambiental; (3) R$ 16.935,98
para construção de parcerias integrando órgãos públicos e privados, proprietários de
terra e a comunidade em geral, visando a preservação do meio ambiente; (4) R$
43.136,04 para financiar a construção de viveiros e produção de mudas; (5) R$
208.180,36 para custear todo o processo de replantio e/ou recuperação de áreas
degradadas, em um total de 162 hectares; e (6) R$ 9.986,65 para fazer face ao
custo com o monitoramento e o acompanhamento de alterações no meio ambiente.
O QUADRO 3.1.2 mostra também o cronograma físico desse projeto.
A estimativa do custo total com as mudas foi obtida admitindo-se que a
construção dos viveiros demandará recursos da ordem de R$ 9.600,00, logo no
primeiro trimestre. Quanto ao custo com mudas, estimou-se que deverão ser
produzidas cerca de 18.000 mudas por mês (o eqüivalente a 54.000 mudas por
trimestre). Na estimativa de custo com a recuperação das áreas degradadas admitiu-
se o requerimento técnico (para o replantio) de aproximadamente 2.000 mudas por
hectare, com espaçamento de 2 a 3 metros. Nessa estimativa vislumbrou-se o
replantio com mudas de espécies nativas da região, abrangendo uma área de
aproximadamente 9 hectares por mês (ou 27 hectares por trimestre). Assim,
99
tomando-se o custo unitário de R$ 0,10 por muda produzida nesses viveiros, obtém-
se um custo trimestral de cerca de R$ 5.400,00.
A justificativa para a preservação das formações vegetais da região é a
garantia da estabilidade das áreas de drenagem, evitando a perda de solo para os
corpos d’água através de processos erosivos e o conseqüente assoreamento dos
mesmos. Além de oferecer condições de vida para a avifauna da região, as matas
ciliares podem dar importante contribuição ao processo de regularização do regime
hidrológico dos cursos d’água, aumentando seu volume e a quantidade das águas
da bacia hidrográfica.
Admitiu-se, por hipótese, o replantio de uma área de 27 hectares por
trimestre, durante seis semestres, o que perfaz um total de 162 hectares. Assim,
tomando-se o custo unitário de R$ 1.500,00 por hectare replantado, estima-se que o
custo com a recuperação das áreas degradadas seja da ordem de R$ 40.500,00 por
trimestre, conforme pode ser visto na penúltima linha do QUADRO 3.1.2.
100
QUADRO 3.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE REFLORESTAMENTO E
RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VALOR
ATUAL (R$)*
1. Levantamento sócio-econômico das
comunidades envolvidas com a
degradação das matas
12.000,00
9.000,00
20.168,99
2. Campanha de mobilização e
conscientização da população sobre a
conservação ambiental
9.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
25.286,29
3. Construção de parcerias integrando
órgãos públicos e privados, proprietários
de terra e a comunidade em geral
6.000,00
6.000,00
3.000,00
3.000,00
16.935,98
4. Construção de viveiros de mudas 15.000,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 5.400,00 43.136,04
5. Replantio e/ou recuperação de áreas
degradadas (total de 162 hectares)
40.500,00
40.500,00
40.500,00
40.500,00
40.500,00
40.500,00
208.180,36
6. Monitoramento e acompanhamento
de alterações
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
9.986,65
TOTAL (R$) 42.000,00 26.400,00 54.900,00 54.900,00 48.900,00 48.900,00 48.900,00 43.500,00 323.694,30
101
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
102
2.3.2. PROGRAMA 3.2: ORDENAMENTO DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
Os cinco projetos deste programa objetivam disciplinar e regulamentar
a ocupação e uso do solo, bem como a exploração dos recursos minerais, de modo
a melhorar a qualidade do meio ambiente na área da bacia do Pirapama. Os
projetos vislumbrados nesse programa demandarão recursos da ordem de R$
48.646.272,02, em termos de valor presente.
2.3.2.1. Projeto 3.2.1: Zoneamento do Uso e Ocupação do Solo
A ocupação urbana de forma desordenada constitui-se em um
problema grave que assume grandes proporções na área da bacia do Pirapama,
principalmente no entorno da bacia que inclui a lagoa Olho D'água, Ponte dos
Carvalhos, a faixa costeira e a área industrial de Suape. Os problemas mais graves
nessas áreas são a ocupação urbana irregular e a favelização, cujas habitações não
dispõem dos principais serviços de saneamento básico. As conseqüências dessa
expansão habitacional e ocupação urbana desordenada são os desmatamentos e a
poluição de canais e lagoas por resíduos sólidos, as quais ameaçam o
desenvolvimento sustentável dessa região, onde se destacam as potencialidades na
área de turismo e lazer.
Visando minimizar esses problemas, este projeto prevê o
disciplinamento do uso e ocupação do solo urbano e rural de toda bacia, o qual
envolve um complexo de interesses e legislações existentes, relativos a diversos
setores institucionais, incluindo não só os próprios municípios integrantes, como
também, os órgãos metropolitanos e estaduais. Assim, o principal objetivo desse
projeto é, portanto, promover a melhoria da qualidade dessa região, verificando os
espaços de características próprias que poderão ser valorizados pelo zoneamento.
Conforme pode ser visto no quadro abaixo, os custos médios com a
equipe técnica para execução desse projeto foram avaliados tomando-se por base o
valor médio de R$ 50,00 por hora de consultoria técnica (coordenação de trabalhos
e estudos), bem como considerou-se o salário médio de R$ 3.500,00 para prestação
de serviço de engenheiro, arquiteto, economista, em jornada mensal de trabalho de
103
160 horas. O salário para prestação de serviço do pessoal técnico foi considerado
em R$ 500,00, com igual jornada de trabalho. Considerou-se para efeito de cálculo
do custo com pessoal um acréscimo de 100% da folha salarial, a título de encargos
sociais.
Estima-se serem necessários recursos da ordem de R$ 17.334,77, em
termos de valor atual distribuídos em três parcelas bimestrais de R$ 6.000,00, para
custear a contratação de serviços para executar as tarefas de identificação de
problemas específicos e o levantamento dos condicionantes e restrições ambientais
nas áreas críticas, servindo assim para fundamentar um conjunto de medidas e
ações que qualifiquem essa região. No levantamento de custos está previsto um
valor atual de R$ 34.669,54 (em três parcelas bimestrais de R$ 12.000,00) para
custear os serviços de identificação de alternativas viáveis de uso do solo rural, R$
28.891,29 (desagregado em três parcelas bimestrais de R$ 10.000,00) para
identificar e disponibilizar áreas para expansão urbana, e R$ 52.004,32 (em três
parcelas iguais de R$ 18.000,00 por bimestre) para custear os estudos de
otimização dos espaços industriais, tanto os já consolidados quanto aqueles em
expansão.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Arquiteto 3.500,00 160 01 3.500,00
Engenheiro 3.500,00 160 01 3.500,00
Economista 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 01 500,00
Subtotal 15.000,00 - - 15.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 15.000,00
TOTAL - - - 30.000,00
Objetivando implantar espaços de lazer nas áreas urbanas, o projeto
contempla ainda a urbanização de uma área total de 4 hectares, implementada nos
104
quatro últimos bimestres, ao custo unitário de R$ 35.000,00 por hectare urbanizado,
o que significa um custo bimensal de aproximadamente R$ 35.000,00, cujo valor
atual é de cerca de R$ 128.620,84.
Estão previstos ainda recursos da ordem de R$ 28.891,29 (em valor
atual), disponibilizados em três parcelas bimestrais e iguais de R$ 10.000,00 para
cobrir os custos com a compatibilização de ações e zoneamentos diversos. No
levantamento dos custos contempla-se, também, recursos da ordem de R$
11.556,51, em três parcelas iguais de R$ 4.000,00 por bimestre, para fazer face aos
custos com o envolvimento interinstitucional de órgãos públicos e privados no
sentido de implementar uma política mais efetiva e permanente de fiscalização do
uso e da ocupação do solo.
O QUADRO 3.2.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto,
o qual está previsto para ser implementado em um prazo de um ano. Conforme pode
ser visto na última célula desse quadro, o custo total (em valor atual) do zoneamento
do uso e ocupação do solo na bacia do Pirapama está estimado em R$ 301.968,57,
desagregado por seus componentes acima especificados.
105
QUADRO 3.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE ZONEAMENTO
DO USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Identificação de problemas, condicionantes e
restrições ambientais em áreas críticas já
identificadas
6.000,00
6.000,00
6.000,00
17.334,77
2. Identificação de alternativas viáveis de uso
do solo rural sob o ponto de vista econômico e
ambiental
12.000,00
12.000,00
12.000,00
34.669,54
3. Identificação de áreas disponíveis e
adequadas à expansão urbana visando atender
as necessidades básicas de infra-estrutura
10.000,00
10.000,00
10.000,00
28.891,29
4. Otimização dos espaços industriais já
consolidados e os em expansão
18.000,00
18.000,00
18.000,00
52.004,32
5. Implantação de espaços de lazer em áreas
urbanas
35.000,00 35.000,00 35.000,00 35.000,00 128.620,84
6. Compatibilização de ações e zoneamentos
diversos
10.000,00 10.000,00 10.000,00 28.891,29
106
7. Envolvimento interinstitucional de órgãos
públicos e privados para uma política mais
efetiva e permanente de fiscalização de uso e
ocupação do solo
4.000,00
4.000,00
4.000,00
11.556,51
TOTAL (R$) 60.000,00 60.000,00 95.000,00 35.000,00 35.000,00 35.000,00 301.968,57
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
107
2.3.2.2. Projeto 3.2.2: Requalificação dos Sítios Históricos
O diagnóstico ambiental da bacia do Pirapama identificou um número
bastante significativo de pontos com potencialidades para o ecoturismo, entre os
quais encontram-se as sedes de engenhos com suas características capelas e
casas grandes, de grande valor histórico e cultural, representativos do período do
ciclo da monocultura da cana-de-açúcar, que integram a paisagem características da
região e interagem com as plantações nativas, resquícios de mata atlântica e outros
elementos naturais. No entanto, esse vasto patrimônio encontra-se em acentuado
estado de depredação, conseqüência direta da atual crise do setor sucro-alcooleiro.
Este projeto visa requalificar os sítios históricos, promovendo a
recuperação e a conservação de monumentos e sítios histórico-culturais e a sua
utilização turística através da criação de um circuito ecológico-turístico.
Os custos desse projeto foram agrupados em três categorias: (a)
custos com a equipe de trabalho necessária para fazer os levantamentos e
avaliações necessárias; e (b) custos de melhoria da infra-estrutura para facilitar o
circuito do ecoturismo; e (c) custos com recuperação de monumentos e sítios
históricos. Estima-se que serão necessários recursos totais da ordem de R$
4.465.330,13, em termos de valor presente, dos quais R$ 202.287,56 destinam-se a
cobrir os custos com a equipe de trabalho; R$ 2.183.976,03 para custear a melhoria
da infra-estrutura; e (c) R$ 2.079.066,54 para cobrir os custos com recuperação de
monumentos e sítios históricos.
A equipe de trabalho para fazer os levantamentos e avaliações dos
sítios históricos e elaboração e implantação do roteiro turístico será composta de
três profissionais, cujos custos médios podem ser observados no quadro abaixo.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Arquiteto Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
108
Subtotal - - - 9.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00
TOTAL - - - 18.000,00
O custo da infra-estrutura foi estimado com base na construção e
melhoria de 30 km de malha viária e acessos, implementados em três bimestres, ao
custo unitário de R$ 80.000 por km. O custo bimestral com material de construção foi
estimado em R$ 296.000,00, o que representa 80% do custo total (R$ 370.000,00
por bimestre). A equipe de restauração será composta de um coordenador, dois
engenheiros, dois mestres de obra, quatro pedreiros, dois carpinteiros, dois pintores
e dez serventes, cujos custos unitários podem ser observados no quadro abaixo,
cujo valor bimensal é de cerca de R$ 74.000,00.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro 3.500,00 160 02 7.000,00
Mestre de obra 1.200,00 160 02 2.400,00
Pedreiro 450,00 160 04 1.800,00
Carpinteiro 450,00 160 02 900,00
Pintor 450,00 160 02 900,00
Servente 150,00 160 10 1.500,00
Subtotal - - - 18.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 18.500,00
TOTAL - - - 37.000,00
O QUADRO 3.2.2 mostra o cronograma físico e financeiro do projeto.
Os custos (valor presente) foram distribuídos de acordo com os seguintes
componentes: (1) R$ 23.113,03 para cobrir os gastos com o levantamento fundiário
dos sítios históricos, identificação dos acervos atrativos e potencialidades
109
paisagísticas e culturais; (2) R$ 39.492,85 para custear a avaliação da situação atual
dos sítios, estado de conservação, grau de descaracterização e melhoria das
condições de acesso; (3) R$ 2.198.421,67 para a identificação e construção de
equipamentos de infra-estrutura necessários ao desenvolvimento da atividade; (4)
R$ 2.079.066,54 para cobrir os custos com a intervenção, restauração e
recuperação das edificações; (5) R$ 41.745,34 para cobrir os gastos com a
elaboração e implantação de um roteiro turístico; e (6) R$ 83.490,69 para a definição
e implementação de programa de conscientização e preservação dos valores
culturais identificados.
110
QUADRO 3.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE
REQUALIFICAÇÃO DOS SÍTIOS HISTÓRICOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Levantamento fundiário dos sítios históricos,
identificação dos acervos atrativos e potencialidades
paisagísticas e culturais
8.000,00
8.000,00
8.000,00
23.113,03
2. Avaliação da situação atual dos sítios, estado de
conservação, grau de descaracterização e condições
de acesso
8.000,00
8.000,00
8.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
39.492,85
3. Identificação e construção de equipamentos de
infra-estrutura necessários ao desenvolvimento da
atividade
5.000,00
5.000,00
5.000,00
800.000,00
800.000,00
800.000,00
2.198.421,67
4. Intervenção, restauração e recuperação das
edificações e infra-estrutura
370.000,00
370.000,00
370.000,00
370.000,00
370.000,00
370.000,00
2.079.066,54
5. Elaboração e implantação de um roteiro turístico 5.000,00 5.000,00 5.000,00 10.000,00 10.000,00 10.000,00 41.745,34
6. Definição e implementação de programa de
conscientização e preservação dos valores culturais
identificados
10.000,00
10.000,00
10.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
83.490,69
TOTAL (R$) 406.000,00 406.000,00 406.000,00 1.206.000,00 1.206.000,00 1.206.000,00 4.465.330,13
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
111
112
2.3.2.3. Projeto 3.2.3: Parque Metropolitano Lagoa Olho D’água
A lagoa Olho D’Água está situada em uma micro-bacia com 3.350
hectares, próximo ao estuário dos rios Jaboatão e Pirapama, mas considerada área
do entorno da bacia devido a influência deste curso d’água sobre o rio Pirapama.
Com 375 hectares de espelho de água, a lagoa Olho D’Água é considerada uma
área de grande beleza cênica. No entanto, a ocupação urbana desordenada e/ou
irregular tem contribuído para o acentuado processo de degradação dessa lagoa,
resultado direto dos aterros indiscriminados, que tem provocado o seu
assoreamento, e dos despejos de esgotos domésticos e industriais, os quais são um
constante foco de contaminação.
Este projeto visa implementar medidas de recuperação ambiental no
Parque Metropolitano Lagoa Olho D’Água, com os seguintes objetivos específicos:
(i) beneficiar as comunidades locais e estimular as atividades turísticas culturais e de
lazer, (ii) eliminar os focos de contaminação de doenças transmissíveis pelo contato
com as águas servidas; (iii) promover a implantação de atividades adequadas ao
uso do parque; (iv) estimular o desenvolvimento de atividades artísticas e de
pesquisa; e (iv) ampliar e melhor a infra-estrutura de saneamento básico e a sua
acessibilidade.
Este projeto prevê alguns estudos preliminares e a elaboração de um
relatório técnico, que deverá conter as diretrizes para a implantação do plano de
recomposição ambiental, onde são contemplados os seguintes itens: (i) limpeza e
dragagem da lagoa, com a retirada das macrófitas e do excesso de terra; (ii)
identificação e retirada das fontes de poluição; (iii) implantação de matas ciliares; (iv)
tratamento paisagístico; e (v) urbanização, entre outros. O QUADRO 3.2.3 mostra o
cronograma físico/financeiro do projeto Parque Metropolitano Lagoa Olho D’Água,
cujo custo total (em valor atual) é de R$ 2.765.804,50. A seguir encontra-se o
levantamento de custos e o seu detalhamento por componente.
Estima-se que será necessário um valor atual de ordem de R$
86.263,95, em duas parcelas trimestrais de R$ 45.000,00, nos dois primeiros
113
trimestres, para custear a elaboração dos estudos preliminares e do projeto
executivo.
Estima-se que será necessário um valor atual de R$ 9.720,65 para
cobrir os custos com o cadastramento das habitações em áreas de risco ou em
áreas não apropriadas. O custo total com a elaboração e implementação de um
programa de regularização das habitações foi estabelecido de acordo com o quadro
abaixo, cujo valor atual foi de R$ 310.076,32, cuja ação se estende por seis
trimestres. Os custos médios com a equipe técnica para execução desse projeto
foram avaliados tomando-se por base o valor médio de R$ 50,00 por hora de
consultoria técnica (coordenação de trabalhos e estudos), bem como considerou-se
o salário médio de R$ 2.500,00 para prestação de serviço de engenheiro júnior e
economista júnior, em jornada mensal de trabalho de 160 horas. O salário para
prestação de serviço do pessoal técnico foi considerado em R$ 500,00, com igual
jornada de trabalho. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um
acréscimo de 100% da folha salarial, a título de encargos sociais.
Estima-se um valor atual da ordem de R$ 26.037,47, para cobrir os
custos com a elaboração e implantação de um modelo de gestão para o Parque
Metropolitano Lagoa Olho D’Água.
Os custos com a implantação de instrumentos legais e de programa de
fiscalização permanente foram também avaliados com base no quadro abaixo e uma
equipe semelhante, cujo valor atual é da ordem de R$ 240.639,20, de acordo com o
cronograma físico/financeiro do QUADRO 3.2.3.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Técnico 500,00 160 01 500,00
Subtotal - - - 9.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 9.500,00
114
TOTAL - - - 19.000,00
São estimados recursos da ordem de R$ 516.588,95, em termos de
valor atual, para cobrir os custos com a elaboração e implementação de um
programa de limpeza e despoluição da lagoa (retirada das macrófitas e do excesso
de terra), justificados da seguinte forma: (a) R$ 30.000,00 para o projeto básico, logo
no primeiro trimestre; (b) R$ 85.000,00 trimestrais para dragagem por sucção e
recalque do material orgânico depositado nas áreas mais críticas de seu entorno,
implementado à razão de 2.500 m2 por trimestre, em um total de seis trimestres, ao
custo unitário de R$ 34,00 por m2; e (c) R$ 11.400,00 trimestrais para escavação
mecânica de 12.000 m3, implementado à razão de 3.000 m3 por trimestre, ao custo
médio de R$ 3,80 por m3.
Com base na proposta de zoneamento para essa lagoa, estima-se um
custo de R$ 1.331.019,05 (valor atual) para implantação e melhoria de 20 km de
malha viária e acessos, implementados em dois trimestres, ao custo unitário de R$
80.000 por km.
O crescimento urbano verificado nessa área tem contribuído para a
degradação do meio ambiente, através de desmatamentos, descapeamentos e a
deposição de solo de obras civis. O custo previsto, em termos de valor atual, para
recuperação dessas áreas degradas e áreas verdes existentes é da ordem de R$
87.384,35. Estima-se que serão replantados 60 hectares de mudas, à razão de 10
hectares por trimestre, ao custo unitário de R$ 1.5000,00 por hectare. Como serão
necessárias 2.000 mudas por hectare reflorestado, acrescenta-se ainda o custo com
a produção de mudas, que é da ordem de R$ 0,10 por unidade, de modo que o
custo trimestral será igual a 10 x (R$ 1.500,00 + 2.000,00 x R$ 0,10) = R$
17.000,00.
Quanto a elaboração de projeto de urbanização e tratamento
paisagístico, o qual prevê a implantação de equipamentos, infra-estrutura e
mobiliário urbano, a estimativa de custo é de cerca de R$ 158.074,56, dos quais R$
30.000,00 são para cobrir o custo com o projeto paisagístico; R$ 15.000,00
trimestrais, durante cinco trimestres, para a implantação desse projeto em uma área
total de 5 hectares, ao custo unitário de R$ 15.000,00 por hectare; R$ 20.000,00
115
trimestrais, em um total de três, para obras de infra-estrutura; e R$ 30.000,00 para
mobiliário urbano.
116
QUADRO 3.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO PARQUE
METROPOLITANO LAGOA ALHO D’ÁGUA
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração dos estudos preliminares e do projeto
executivo
45.000,00
45.000,00
86.263,95
2. Cadastramento das habitações em áreas de risco
ou em áreas não apropriadas
10.000,00
9.720,65
3. Elaboração e implementação de um programa de
regularização das habitações
57.000,00
57.000,00
57.000,00
57.000,00
57.000,00
57.000,00
310.076,32
4. Elaboração e implantação de um modelo de
gestão para o Parque
30.000,00
26.037,47
5. Implantação de instrumentos legais e de
programa de fiscalização permanente
57.000,00
57.000,00
57.000,00
57.000,00
57.000,00
240.639,20
6. Elaboração e implementação de um programa de
despoluição da lagoa
30.000,00
85.000,00
85.000,00
85.000,00
96.400,00
96.400,00
96.400,00
11.400,00
516.588,95
7. Implantação e melhoria da malha viária e acessos
com base na proposta de zoneamento
800.000,00
800.000,00
1.331.019,05
8. Recuperação das áreas degradadas e das áreas
verdes existentes
17.000,00
17.000,00
17.000,00
17.000,00
17.000,00
17.000,00
87.384,35
9. Elaboração de projeto paisagístico com
implantação de equipamentos, infra-estrutura e
mobiliário urbano
30.000,00
15.000,00
15.000,00
15.000,00
35.000,00
20.000,00
20.000,00
30.000,00
158.074,56
117
TOTAL (R$) 172.000,00 202.000,00 174.000,00 231.000,00 292.400,00 1.047.400,00 990.400,00 115.400,00 2.765.804,50
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
118
2.3.2.4. Projeto 3.2.4: Disciplinamento da Extração Mineral
Na região da bacia do Pirapama foram identificadas duas principais
formas de exploração mineral: a extração de caulim, na faixa costeira, entre as
praias de Gaibú e do Paiva e a extração de areia, nos terraços costeiros (engenho
Ilha) e estuário do Pirapama. Apesar de ter seu controle previsto em instrumentos
legislativos e depender de licenciamento ambiental da CPRH, essa atividade vem
causando evidente degradação ambiental. A extração de areia fina no engenho Ilha
vem produzindo extensas crateras sem que se tenha tomado qualquer providência
para restaurar a superfície do solo. A extração de caulim em áreas próximas às
praias Enseada dos Corais, Itapoama e Paiva e nas matas de Zumbi, Duas Lagoas
e Camaçari, além de também produzir extensas crateras vem causando a destruição
da vegetação, inclusive de Mata Atlântica, Além desses aspectos, há evidências,
constatadas através dos estudos realizados pelo Projeto Pirapama, de que essas
áreas abrigam zona de recarga do aqüífero Algodoais, manancial subterrâneo da
maior importância para o abastecimento da faixa costeira (Candeias, Piedade e Boa
Viagem).
O controle da atividade de extração mineral e proteção das referidas
áreas de valor ecológico, paisagístico e hidrológico requer o efetivo cumprimento da
legislação. Para isso são necessárias medidas que busquem a mobilização
institucional, envolvendo o município e os órgãos estaduais (CPRH e FIDEM) e
federais (DNPM e IBAMA), além da constituição de instrumentos de planejamento
tais como, zoneamento ambiental e mapeamento geológico, bem como o
estabelecimento de instrumentos normativos e acordos pactuados entre os diversos
órgãos e partes envolvidas. Este projeto tem por objetivo controlar e disciplinar a
extração mineral visando proteger ecossistemas e áreas sensíveis, bem como
recuperar áreas degradadas por essa atividade.
A equipe de trabalho será composta de três profissionais, cujos custos
médios podem ser observados no quadro abaixo.
119
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Economista Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Subtotal - - - 9.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00
TOTAL - - - 18.000,00
Deverão ser selecionadas na área da bacia algumas áreas críticas,
resultantes dessa atividade mineral, para sua recuperação ambiental, utilizando-se
técnicas de reafeiçoamento dos terrenos e reflorestamento, com a participação
efetiva das comunidades locais afetadas, objetivando reintegrar essas áreas ao meio
ambiente natural. Na recuperação dessas áreas degradas, estima-se que serão
necessários movimentar um volume total de terra da ordem de 20.000 m3,
implementados a uma taxa de 5.000 m3 por bimestre, ao custo médio de R$ 15,00
por m3 de terra movimentada, o que representa um custo bimensal de R$ 75.000,00.
São previstos ainda o replantio de mudas e a urbanização em uma área total de
aproximadamente 40 hectares, implementada à razão de 10 hectares por bimestre,
ao custo unitário de R$ 2.500,00 por hectare replantado e urbanizado, o que
significa um custo de R$ 25.000,00 por bimestre.
O QUADRO 3.2.4 mostra o cronograma físico e financeiro do projeto, o
qual demandará um ano para ser implementado e recursos da ordem de R$
569.775,68 (em termos de valor presente), dos quais: (1) R$ 57.782,57 são
destinados a elaboração de diagnóstico detalhado das áreas atuais de exploração
mineral e dos impactos dessa atividade sobre o meio ambiente; (2) R$ 386.930,30
para implementar medidas e ações de preservação ambiental (reflorestamento) e
estudo dos possíveis impactos sobre a atividade econômica das novas medidas a
serem implementadas; (3) R$ 22.476,40 destinados ao levantamento dos
procedimentos e práticas de controle adotadas pelo Estado e pelos Municípios; (4)
R$ 36.748,81 para cobrir os custos com a implementação de novos procedimentos
120
para licenciamento, controle e fiscalização; (5) R$ 11.238,20 para custear a
elaboração de convênios e acordos entre os vários agentes para conservação das
áreas potencialmente exploráveis; e (6) R$ 54.599,40 para o monitoramento das
alterações ambientais.
121
QUADRO 3.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE
DISCIPLINAMENTO DA EXTRAÇÃO MINERAL
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração de diagnóstico detalhado das áreas
atuais de exploração mineral e dos impactos dessa
atividade sobre o meio ambiente
20.000,00
20.000,00
20.000,00
57.782,57
2. Implementação de medidas e ações de
preservação ambiental (reflorestamento) e estudo
dos possíveis impactos sobre a atividade econômica
das novas medidas a serem implementadas
10.000,00
10.000,00
100.000,00
100.000,00
100.000,00
100.000,00
386.930,30
3. Levantamento dos procedimentos e práticas de
controle adotadas pelo Estado e Municípios
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
22.476,40
4. Implementação de novos procedimentos para
licenciamento, controle e fiscalização
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
36.748,81
5. Elaboração de convênios e acordos entre os vários
agentes para conservação das áreas potencialmente
exploráveis
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
11.238,20
6. Monitoramento das alterações ambientais 20.000,00 20.000,00 20.000,00 54.599,40
TOTAL (R$) 36.000,00 36.000,00 136.000,00 136.000,00 136.000,00 136.000,00 569.775,68
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
122
123
2.3.2.5. Projeto 3.2.5: Elaboração de Estudos, Implantação e Supervisão de
Obras para Melhoria do Sistema de Drenagem Urbana
Este projeto busca caracterizar as intervenções necessárias para
solucionar os problemas de drenagem urbana em áreas críticas, estimando os
custos para viabilizar tais intervenções, objetivando minimizar os impactos e os
efeitos negativos de alagamentos e inundações para as comunidades.
As propostas de intervenções nas áreas urbanas da bacia do
Pirapama, para serem precisas, devem ser estabelecidas e dimensionadas de
acordo com modelos hidráulicos, bem como levar em consideração a importância,
natureza e finalidade das obras, as características da região, os fatores sócio-
econômicos e os riscos decorrentes de inundações.
O nível de detalhamento exigido nesta etapa dos estudos e planos de
investimento permite estabelecer certas estimativas de custo de acordo com as
seguintes ações ou atividades: (a) elaboração de estudos e projetos; (b) implantação
de obras do sistema de drenagem urbana; e (c) gerenciamento e supervisão de
obras. Os critérios e valores médios utilizados para estimativas de custo podem ser
vistos no quadro abaixo.
DISCRIMINAÇÃO VALOR (R$)
PROJETOS
• Projeto básico Avaliado caso a caso (mínimo
de R$ 15.000,00)
• Projeto executivo Avaliado caso a caso (mínimo
de R$ 30.000,00)
IMPLANTAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA REDE DE DRENAGEM
• Vários itens Conforme BOLETIM EMOP
• Dragagem manual 138.000,00/km
• Dragagem mecânica 83.500,00/km
• Dragagem sucção e recalque 136.000,00/km
124
• Canalização em galeria 4.000.000,00/km
• Canalização em muros de concreto 2.500.000,00/km
• Limpeza de galerias 6.000,00/km
• Escavação mecânica de vala escorada até 1,5 m de
profundidade
4,70/m3
• Escavação mecânica de vala não escorada até 1,5 m de
profundidade
3,80/m3
• Fornecimento e assentamento de tubo CA-1 36,50/m
GERENCIAMENTO E SUPERVISÃO DE OBRAS 4% do valor da obra
O QUADRO 3.2.5 mostra o cronograma físico/financeiro do projeto de
elaboração de estudos, implantação e supervisão de obras para melhoria do sistema
de drenagem urbana na bacia do Pirapama, o qual tem previsão de ser
implementado em dois anos (ou oito trimestres). O valor presente dos custos totais
desse projeto é da ordem de R$ 40.543.393,14, dos quais R$ 486.032,71 são para
cobrir custos de projetos (básico e executivo), R$ 37.578.596,02 para a implantação
de obras do sistema de drenagem urbana, e R$ 1.540.667,71 para as despesas de
gerenciamento e supervisão de obras.
No levantamento dos custos de implantação de obras do sistema de
drenagem urbana, na alínea de movimento de terra, considerou-se um volume de
escavação mecânica de 30.000 m3 de vala escorada - implementados à razão de
10.000 m3 por trimestre, a partir do terceiro trimestre, e 15.000 m3 de vala não
escorada, executados à razão de 5.000 m3 por trimestre, começando já no segundo
trimestre. Os custos unitários utilizados para determinação desses custos foram,
respectivamente, R$ 4,70 e R$ 3,80 por m3, os quais constam no quadro acima.
Quanto à limpeza de galerias, estimou-se uma extensão de
aproximadamente 3.000 metros, implementados à razão de 1.000 metros por
trimestre, a partir do terceiro trimestre, ao custo médio de R$ 6,00 por metro.
Estimou-se ainda 6.000 metros de dragagem manual, executados à razão de 1.500
metros por trimestre, ao preço unitário de R$ 138,00 por metro.
125
Estão sendo considerados também 1.500 metros de canalização em
galeria, executados à razão de 300 metros por trimestre, ao preço médio de R$
4.000,00 por metro, 7.000 metros de canalização em muro de concreto,
implementados à razão de 1.000 metros por trimestre, ao custo unitário de R$
2.500,00 por metro, bem como 30.000 metros de fornecimento e assentamento de
tubo CA-1, assentados à razão de 5.000 metros por trimestre, ao custo unitário de
R$ 36,50 por metro.
Finalmente, considerou-se no levantamento de custos o percentual
usual de 4% sobre o valor dos custos de implantação de obras do sistema de
drenagem, para cobrir os custos com o gerenciamento e supervisão das obras.
126
QUADRO 3.2.5: ELABORAÇÃO DE ESTUDOS, IMPLANTAÇÃO E SUPERVISÃO DE OBRAS PARA MELHORIA DO SISTEMA
DE DRENAGEM URBANA
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Projeto básico 250.000,00 243.016,36
2. Projeto executivo 250.000,00 243.016,36
3. Movimento de terra (vala
escorada) 47.000,00 47.000,00 47.000,00 125.926,54
4. Movimento de terra (vala não
escorada)
19.000,00
19.000,00
19.000,00
52.369,39
5. Limpeza de galerias 6.000.000,00 6.000.000,00 6.000.000,00 16.075.729,10
6. Dragagem manual 207.000,00 207.000,00 207.000,00 207.000,00 750.209,27
7. Canalização em galeria 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 1.200.000,00 5.361.444,08
8. Canalização em muro de
concreto 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 2.500.000,00 15.212.917,64
9. Fornecimento e assentamento
de tubo (CA-1)
182.500,00
182.500,00
182.500,00
182.500,00
182.500,00
182.500,00
938.096,70
10. Gerenciamento e supervisão
de obras
157.040,00
406.220,00
406.220,00
405.460,00
155.300,00
107.300,00
107.300,00
1.540.667,71
TOTAL (R$) 500.000,00 4.083.040,00 10.561.720,00 10.561.720,00 10.541.960,00 4.037.800,00 2.789.800,00 2.789.800,00 40.543.393,14
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
127
128
2.3.3. PROGRAMA 3.3: CONTROLE DA POLUIÇÃO
Os projetos vislumbrados neste programa objetivam reduzir os efeitos
degradadores da atividade industrial e agropecuária, bem como a disposição
inadequada de resíduos sólidos urbanos e industriais. Os recursos necessários para
implementar todos esses seis projetos estão estimados em cerca de R$
72.065.576,63, em termos de valor presente.
2.3.3.1. Projeto 3.3.1: Modelagem Matemática da Fertirrigação e do Seu Impacto
sobre a Qualidade das Águas
O principal objetivo da modelagem matemática da fertirrigação é
conhecer os impactos dessa prática sobre a qualidade das águas, permitindo assim
reduzir a poluição hídrica. Este projeto busca estudar o processo de fertirrigação
como destino final da vinhaça, com diferentes taxas de aplicação no solo, que seja
compatível com o uso preponderante da água da bacia (que é o abastecimento da
RMR), possibilitando assim a avaliação da capacidade de retenção de nutrientes no
solo, bem como prever a possibilidade de eutrofização no reservatório do Pirapama.
Estima-se que serão necessários recursos da ordem de R$ 94.193,71,
em termos de valor atual, para custear esse projeto, dos quais R$ 2.916,20 são para
elaboração do termo de referência e efetivação do convênio/contrato; R$ 32.415,69
para levantamento de informações; R$ 21.947,30 para cobrir os custos com a
calibração e simulação do modelo de retenção de nutrientes no solo para diferentes
taxas de aplicação; R$ 24.956,61 para a calibração e simulação do modelo de
eutrofização do reservatório; e R$ 11.957,91 para a preparação do relatório final. O
QUADRO 3.3.1 mostra o cronograma físico/financeiro desse projeto, o qual terá
duração de dois anos.
O quadro abaixo mostra os valores médios com a equipe técnica
tomados por base para avaliar os custos desse projeto. O custo do consultor foi
avaliado tomando-se por base o valor médio de R$ 50,00 por hora de consultoria
técnica. Considerou-se para efeito de cálculo do custo com pessoal um acréscimo
de 100% da folha salarial, exceto consultor, a título de encargos sociais.
129
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Consultor 4.000,00 80 01 4.000,00
Técnico 500,00 160 01 500,00
Subtotal 15.000,00 - - 4.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 500,00
TOTAL - - - 5.000,00
130
QUADRO 3.3.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MODELAGEM MATEMÁTICA DA FERTIRRIGAÇÃO
E DO SEU IMPACTO SOBRE A QUALIDADE DAS ÁGUAS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
efetivação do convênio/contratação
3.000,00
2.916,20
2. Levantamento de informações 15.000,00 15.000,00 5.000,00 32.415,69
3. Calibração e simulação do modelo de
retenção de nutrientes no solo para
diferentes taxas de aplicação
10.000,00
15.000,00
21.947,30
4. Calibração e simulação do modelo de
eutrofização do reservatório
15.000,00
15.000,00
24.956,61
5. Preparação do relatório final 15.000,00 11.957,91
TOTAL (R$) 3.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 15.000,00 94.193,71
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
131
2.3.3.2. Projeto 3.3.2: Controle do Lançamento de Efluentes Industriais aos
Corpos D’água
O lançamento de efluentes industriais sem um rigoroso tratamento tem
contribuído significativamente para a poluição dos mananciais da bacia do
Pirapama, problema esse que tem se apresentado de forma mais grave nos
períodos de estiagem. Ademais, a utilização da bacia do Pirapama como fonte de
abastecimento humano e industrial requer um controle criterioso sobre o lançamento
de efluentes industriais nesses corpos de água. Faz-se necessário, portanto,
desenvolver mecanismos de controle das fontes poluidoras existentes na bacia, bem
como formular políticas para contenção e redução dos atuais níveis de poluição.
A existência de um programa de monitoramento e a disponibilidade de
informações consistentes sobre as características das indústrias constituem-se
elementos fundamentais para a gestão da poluição industrial, pois permite controlar
de forma mais eficiente os efeitos sobre os recursos hídricos. Este projeto visa
montar um quadro de referência para o lançamento de efluentes industriais e os
efeitos sobre os recursos hídricos, de modo que permita avaliar permanente,
controlar e melhor a qualidade ambiental da bacia do Pirapama.
Este projeto terá duração de um ano e está dividido em cinco ações
básicas, conforme pode ser visto no cronograma físico/financeiro do QUADRO 3.3.2,
as quais demandarão em conjunto recursos da ordem de R$ 441.860,38, em termos
de valor presente. A seguir detalha-se as principais atividades desse projeto.
Uma atividade prevista nesse projeto é a realização de pesquisa
industrial em duas fases: (i) análise dos cadastros industriais existentes e/ou
utilização do cadastro a ser implantado; e (ii) pesquisa das principais indústrias,
atualização (se necessário) de questionário apropriado à atividade industrial, vazões
captadas, sistemas de tratamento e deposição de efluentes líquidos, medições de
vazão dos efluentes continuadamente em períodos de 8-24 horas, coleta de
amostras e análise físico-químicas e biológicas e localização dos principais pontos
de lançamento direto nos corpos hídricos.
132
Outra atividade de fundamental importância prevista neste projeto é a
criação de um banco de dados que consolide as informações geradas pela
pesquisa, faça uma revisão do sistema de cadastro das indústrias existentes na
bacia, incorporando a matriz de poluição gerada, e proceda a atualização contínua
de eventuais alterações dos dados cadastrais, com inclusão de novas indústrias e
informações.
Devem constar ainda: (i) análise das metodologias hoje utilizadas; (ii)
preparação de um cadastro das atividades industriais poluidoras; (iii) elaboração de
uma proposta para reformulação e uniformização de metodologias e critérios (onde
couber). Ao final dessa etapa, está previsto um relatório final com o detalhamento do
plano de controle de efluentes líquidos, visando melhorar a eficiência da CPRH no
controle da poluição industrial através do licenciamento e fiscalização.
Na seqüência, deve-se buscar a adequação dos efluentes industriais
através de alternativas técnicas de tratamento por modalidade industrial e custos de
tratamento por faixa de vazão e tipologia. Deve-se ainda definir um sistema
estratégico de controle envolvendo a CPRH e a Secretaria de Recursos Hídricos,
com adequação do sistema de comando e controle e indução de instrumentos
econômicos, embasados em estudos criteriosos, que considerem a disposição e a
capacidade de pagamento, e sejam definidos em função dos custos de redução da
poluição industrial.
Paralelamente à fase de preparação do relatório final, com o
detalhamento do plano de controle de efluentes industrias, está previsto a realização
de reuniões com os representantes das indústrias e órgãos ambientais.
Finalmente, consta a fase de acompanhamento dos sistemas de
controle, atualização e alimentação da matriz de poluição e do modelo de qualidade
da água, com dados de cadastro, outorga, programa de monitoramento e
autocontrole e recalibragem dos modelos implantados.
Os custos médios com a equipe técnica necessária para implementar
esse projeto foram avaliados de acordo com o quadro abaixo. São previstos
recursos de aproximadamente R$ 50.000,00, logo no primeiro bimestre, para
compra de equipamentos, e R$ 60.000,00 para análises laboratoriais, em cinco
133
parcelas, sendo que a primeira no valor de R$ 20.000,00 e as outras quatro de R$
10.000,00, nos bimestres subseqüentes.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Químico 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal 15.000,00 - - 14.500,00
Encargos sociais (100%) - - - 14.500,00
TOTAL - - - 29.000,00
134
QUADRO 3.3.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE CONTROLE DO LANÇAMENTO DE EFLUENTES
INDUSTRIAIS AOS CORPOS D’ÁGUA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Levantar informações e coletar amostras em
pontos estratégicos
110.000,00
40.000,00
35.000,00
35.000,00
25.000,00
234.730,97
2. Elaboração de plano de melhoria da eficiência da
CPRH no controle da poluição industrial através do
licenciamento e fiscalização
20.000,00
20.000,00
25.000,00
25.000,00
25.000,00
108.434,95
3. Elaboração de plano de melhoria do
monitoramento qualitativo e quantitativo das águas
com modelagem matemática e desenvolvimento de
padrões e indicadores de qualidade
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
10.000,00
13.000,00
32.155,04
4. Programa de conscientização das empresas
poluidoras a adotarem sistemas de gerenciamento
ambiental e controle da poluição
3.000,00
3.000,00
3.000,00
3.000,00
5.000,00
20.000,00
33.855,63
5. Mobilização das prefeituras e da sociedade e
divulgação de informação sobre a situação da
qualidade da água na bacia
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
3.000,00
25.000,00
32.683,79
TOTAL (R$) 138.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 58.000,00 441.860,38
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
135
2.3.3.3. Projeto 3.3.3: Uso de Agrotóxicos e de seus Efeitos sobre os Recursos
Hídricos
Os efeitos e os impactos do uso indiscriminado de agroquímicos sobre
a saúde e o meio ambiente é uma questão que vem preocupando cada vez mais a
sociedade. O uso abusivo de agroquímicos na horticultura e principalmente na
lavoura de cana-de-açúcar no Estado de Pernambuco vem sendo freqüentemente
denunciado. A complexidade desse problema exige soluções alternativas custosas,
que por sua vez demandam diagnósticos integrados, abrangendo aspectos
biológicos-sociais, políticos, econômicos e sócio-ambientais.
Estima-se que a implementação deste projeto terá duração de um ano
(ou seis bimestres), o qual visa aprofundar o estudo e o conhecimento sobre o efeito
dos agrotóxicos sobre os recursos hídricos, objetivando constituir-se em um
indicativo para a racionalização do seu uso e o monitoramento dos resíduos
agrotóxicos na bacia do Pirapama, de modo a reduzir a poluição hídrica e do solo,
bem como prevenir a eutrofização de reservatórios.
Conforme pode ser observado no cronograma físico e financeiro
(QUADRO 3.3.3), este projeto demandará recursos da ordem de R$ 100.793,09, em
termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$ 2.943,87 para
cobrir os gastos com a elaboração do termo de referência e efetivação do
convênio/contratação; (2) R$ 17.334,77 para cobrir os custos com a definição das
estações de coleta e do número de amostras, bem como a coleta das amostras; (3)
R$ 28.350,71 para custear a análise de resíduos de agrotóxicos e interpretação dos
resultados; (4) R$ 11.238,20 destinados a cobrir os gastos com a integração dos
órgãos de assistência técnica rural com a comunidade local; (5) R$ 7.210,96 para
custear a implementação de um monitoramento de resíduos de agroquímicos; (6) R$
22.476,40 para integrar o projeto de educação ambiental à questão dos agrotóxicos;
e (7) R$ 11.238,20 para fazer face aos custos de mobilizar as instituições
responsáveis para intensificar a fiscalização nos pontos de venda e uso de
agroquímicos.
136
137
QUADRO 3.3.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE USO DE AGROTÓXICOS E SEUS
EFEITOS SOBRE OS RECURSOS HÍDRICOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do Termo de Referência e
efetivação do convênio/contratação
3.000,00
2.943,87
2. Definição das estações de coleta e do número
de amostras e coleta das amostras
6.000,00
6.000,00
6.000,00
17.334,77
3. Análise de resíduos de agrotóxicos e
interpretação de dados com mapeamento
10.000,00
10.000,00
10.000,00
28.350,71
4. Integração dos órgãos de assistência técnica
rural com a comunidade local
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
11.238,20
5. Implantação de um monitoramento de
resíduos de agroquímicos
4.000,00
4.000,00
7.210,96
6. Integrar o projeto de educação ambiental à
"questão" dos agrotóxicos
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
4.000,00
22.476,40
7. Mobilizar as instituições responsáveis para
intensificar a fiscalização nos pontos de venda e
uso de agroquímicos
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
11.238,20
TOTAL (R$) 17.000,00 24.000,00 24.000,00 18.000,00 12.000,00 12.000,00 100.793,09
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
138
139
2.3.3.4. Projeto 3.3.4: Implantação e Recuperação de Sistemas de Tratamento
de Esgoto Sanitário
O QUADRO 3.3.4 mostra os principais componentes de custo e os
respectivos valores atuais dos projetos de implantação e recuperação dos seis
sistemas de esgotamento sanitário previstos para a área da bacia hidrográfica do rio
Pirapama (ou seja, sistemas Pirapama, Parque Industrial do cabo, Garapu,
Charnequinha, Parque Pirapama e Charneca), beneficiando na sua totalidade uma
população de 120.000 habitantes. O custo total (em termos de valor atual) previsto
para a construção e recuperação desses sistemas de esgotamento sanitário é da
ordem de R$ 46.211.689,42, e a completa implementação desses projetos
demandará um período de dois anos. Esse valor engloba os custos relativos a
implantação de obras desses seis sistemas de esgotamento sanitário, os custos
(agregados) relativos a elaboração de estudos e projetos, gerenciamento de projetos
e supervisão de obras, bem como os custos iniciais de manutenção e operação dos
sistemas.
As estimativas referentes à coleta, transporte e destino final dos
esgotos sanitários são elementos importantes para a determinação dos custos dos
sistemas, mas que dependem de uma série de informações técnicas e modelos, não
disponíveis a esse nível de detalhamento. O levantamento dos custos de
recuperação e implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários foi feito
de forma aproximada, em função da população a ser beneficiada pelos sistemas de
esgotamento sanitário propostos. Os valores unitários utilizados nesta avaliação são
valores médios, resultantes de outros projetos semelhantes em outras bacias
hidrográficas.
No levantamento dos custos de serviços de projetos de sistemas de
esgotamento sanitário optou-se por integrar em uma única rubrica de custo,
denominada de estudos e projetos, todos os serviços necessários a definição dos
elementos para execução de obras, incluindo estudos de concepções alternativas e
escolha da mais adequada, anteprojeto, topografia e geotecnia, bem como o
detalhamento a nível executivo. Tomou-se o custo unitário de R$ 150.000,00 para
140
contratação desses estudos e projetos, em um total de seis, valor esse que parece
ser razoável tendo em vista tratar-se de localidades de pequeno e médio porte. O
valor atual dos custos com estudos e projetos desses seis sistemas de esgotamento
sanitário é de cerca de R$ 862.639,47.
O custo com a rede convencional dos sistemas de esgotamento
sanitário propostos foram avaliados tomando-se por referência o custo unitário de
R$ 90,00 por habitante beneficiado, perfazendo um total de R$ 10.800.000,00,
distribuídos igualmente nos dois primeiros trimestres de R$ 5.400.000,00, o que
representa um valor atual de cerca de R$ 10.351.673,66. O custo da rede
condominial foi estabelecido tomando-se por base o custo médio de R$ 40,00 por
habitante. Assim, tomando-se a população beneficiada estimada, que foi de 120.000
habitantes, o custo total dessa rubrica é de aproximadamente R$ 4.800.000,00,
distribuídos igualmente nos dois trimestres seguintes de R$ 2.400.000,00,
representando um valor atual de R$ 4.472.224,01. O custo da rede coletora foi
estimado com base no custo unitário de R$ 120,00 por habitante beneficiado, o que
corresponde ao total de R$ 14.400.000,00, em duas parcelas iguais trimestrais de
R$ 7.200.000,00, conforme mostrado no QUADRO 3.3.4, de modo que o valor atual
será de cerca de R$ 13.041.882,93.
O grau de tratamento recomendado para os sistemas de esgotamento
sanitário propostos deverá ser o secundário. No entanto, em casos específicos de
localidades turísticas situadas em zonas litorâneas ou localidades com população
expressiva situadas a montante de captações para abastecimento público, poderá
ser necessário a redução de organismos patogênicos mediante a adoção de lagoas
de maturação, levando-se em conta a capacidade de diluição do corpo receptor.
Quanto ao tipo de tratamento a ser empregado, adotou-se os digestores
anaeróbicos de fluxo ascendente (para populações até 30.000 habitantes) e lagoas
de estabilização em série, sendo uma anaeróbica e outra facultativa (para
populações acima de 30.000 habitantes), por serem estes capazes de garantir a
eficiência desejada com custos compatíveis com a realidade sócio-econômica do
Estado. O custo médio com estações de tratamento adotado para esses casos foi de
R$ 30,00 por habitante, o que representa um custo total de R$ 3.600.000,00,
141
distribuídos em duas parcelas trimestrais de R$ 1.800,000,00. Portanto, como pode
ser visto no QUADRO 3.3.4, o valor atual previsto para o custo com estações de
tratamento de esgotos será de R$ 3.169.390,86.
A quantidade de elevatórias em um sistema depende principalmente
das condições topográficas locais, de modo que uma estimativa de custos segura
depende da disponibilidade de cartografia que permita definir as bacias de
esgotamento e, conseqüentemente, a concepção de macro-esgotamento e provável
número e características das elevatórias. Considerando-se que não é objeto deste
plano desenvolver estudos no nível de concepção dos sistemas de esgotamento
sanitário, adotou-se como critério para estimativa de custo para essa rubrica o custo
médio de projetos em outras localidades, o qual é de cerca de R$ 90,00 por
habitante beneficiado. Assim, considerando-se a população beneficiada de 120.000
habitantes, então o custo com estações elevatórias e linhas de recalque será da
ordem de R$ 10.800.000,00, também distribuídos em duas parcelas trimestrais de
R$ 5.400.000,00 (veja-se QUADRO 3.3.4), o que representa um valor atual de R$
9.242.565,77.
A estimativa do número de ligações domiciliares de esgoto em cada
localidade, que seja mais próxima da realidade quanto possível nesta fase do
projeto, deve ser igual ao número atual de ligações domiciliares ao sistema público
de abastecimento de água. Para efeito de cálculo, tomou-se o custo unitário da
ligação domiciliar igual a R$ 30,00 por habitante, o que é equivalente a R$ 125,00
por domicílio, adotando-se o tamanho médio do domicílio de 5 pessoas. Assim, o
valor atual do custo de ligações domiciliares foi de cerca de R$ 2.495.660,72, o que
corresponde a duas parcelas trimestrais de R$ 1.500.000,00, conforme mostra o
cronograma físico/financeiro - QUADRO 3.3.4.
No levantamento dos custos de gerenciamento e supervisão de obras,
adotou-se o percentual médio usual de 4% sobre o total dos custos das rubricas de
2 – 7 do cronograma físico e financeiro desse projeto, conforme pode ser visto no
QUADRO 3.3.4. Assim, o valor atual desse componente de custo foi avaliado em
cerca de R$ 1.710.935,92.
142
O custo de manutenção e operação dos sistemas de esgotamento
sanitário foi avaliado tomando-se por base o percentual médio de 5% sobre o custo
total das rubricas de 2 – 7 do cronograma físico e financeiro desse projeto, conforme
pode ser visto no QUADRO 3.3.4, o que representa um valor trimestral de R$
592.500,00.
143
QUADRO 3.3.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO E RECUPERAÇÃO DE SISTEMAS
DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Estudos e projetos 450.000,00 450.000,00 862.639,47
2. Rede convencional 5.400.000,00 5.400.000,00 10.351.673,66
3. Rede condominial 2.400.000,00 2.400.000,00 4.472.224,01
4. Rede coletora 7.200.000,00 7.200.000,00 13.041.882,93
5. Estação de tratamento de esgotos (ETE) 1.800.000,00 1.800.000,00 3.169.390,86
6. Estação elevatória e linha de recalque 5.400.000,00 5.400.000,00 9.242.565,77
7. Ligações domiciliares 1.500.000,00 1.500.000,00 2.495.660,72
8. Gerenciamento e supervisão de obras 216.000,00 312.000,00 384.000,00 360.000,00 288.000,00 276.000,00 60.000,00 1.710.935,92
9. Manutenção e operação 592.500,00 592.500,00 864.716,10
TOTAL (R$) 5.916.000,00 8.412.000,00 9.984.000,00 9.360.000,00 7.488.000,00 7.176.000,00 2.152.500,00 592.500,00 46.211.689,42
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
144
2.3.3.5. Projeto 3.3.5: Desativação de Lixões e Recuperação de Áreas
Degradadas
A destinação final de forma não apropriada dos resíduos sólidos
urbanos é um dos principais problemas ambientais na bacia do Pirapama. A prática
comum é a disposição inadequada do lixo, sem uma preparação prévia e correta do
solo (impermeabilização e colocação de drenos para recolher o líquido percolado), a
ausência de tratamento do chorume e, em alguns casos, falta de áreas de
empréstimo próximo ao local de disposição, com volume suficiente e material
adequado, para servir de cobertura para o lixo depositado.
A destinação incorreta do lixo nessas áreas causa uma série de
problemas, entre os quais destacam-se: proliferação de vetores biológicos, que
agravam o quadro de saúde pública; aumento dos níveis de matéria orgânica nos
cursos d’água, deteriorando sua qualidade; interferência no equilíbrio dinâmico do
transporte de sedimentos, atuando como armadura que envolve o sedimento no
fundo do rio e impedindo seu transporte; e modificação do curso normal do rio,
provocando solapamento das margens e obstrução dos cursos d’água, aumentando
assim os riscos de inundações.
Os lixões e as áreas degradadas oferecem condições para abrigo,
alimentação, reprodução e proliferação de vetores biológicos (moscas, baratas,
mosquitos e ratos), responsáveis pela transmissão de várias doenças, tais como
diarréias infecciosas, amebíase, febre tifóide e paratifóide, helmintoses e outras
parasitoses, peste bubônica, leptospirose, dentre outras.
Outro problema comum associado a essas áreas de disposição
inadequada de resíduos sólidos é a poluição do lençol freático e dos recursos
hídricos superficiais. Como não existe monitoramento de qualidade da água nessas
áreas não se sabe qual a real contribuição desses lixões para a degradação da
qualidade das águas superficiais e subterrâneas.
Em levantamento anterior na área da bacia do Pirapama, foram
registradas sete áreas degradadas por resíduos sólidos, sendo duas ativas (o aterro
sanitário da Estrada Preta, utilizado atualmente pela Prefeitura do Cabo de Santo
145
Agostinho e o lixão clandestino de Santa Rosa I) e cinco inativas (Prazeres, Engº
Santa Amélia, Santa Rosa II, Rodovia PE-28 e SESI/BR-101). O lixão de Prazeres e
o aterro sanitário do município do Cabo de Santo Agostinho, devido a possibilidade
eminente de contaminação dos mananciais do Jaboatão e do Pirapama,
respectivamente, devem ser considerados prioritários.
O objetivo básico desta intervenção é elevar o padrão sócio-econômico
da região, melhorando as condições sanitárias, a saúde pública e a qualidade
ambiental para a comunidade dessas áreas, bem como integrar tais áreas de aterro
a paisagem natural de forma harmônica. Os benefícios sociais oriundos do projeto
de desativação e recuperação desses lixões são grandes, visto que algumas dessas
áreas estão sendo perigosamente ocupadas pela população local e outras servem
ainda de depósito de lixo clandestino, a exemplo do antigo lixão de Prazeres, bem
como o SESI/BR-101, o qual vem sendo aterrado sem qualquer tratamento.
Estima-se que esse projeto seja implementado em dois anos. O valor
presente do custo total com a desativação de lixões e a recuperação de áreas
degradadas pela disposição não apropriada de resíduos sólidos foi estimado em
cerca de R$ 1.998.870,34, conforme pode ser visto no QUADRO 3.3.5. O mesmo
quadro mostra que, deste total, R$ 670.941,81 refere-se aos custos agregados com
serviços (estudos e projetos), R$ 1.189.793,96 para cobrir os custos com a
movimentação de terra, R$ 74.899,87 para o replantio e urbanização das áreas
degradas, e R$ 63.234,69 a título de gerenciamento e supervisão de obras.
Para a estimativa dos custos com estudos e projetos de recuperação
dessas áreas, em um total de sete, adotou-se o custo unitário de R$ 100.000,00,
valor médio utilizado de outros projetos, totalizando um valor de R$ 700.000,00,
distribuídos em duas parcelas iguais trimestrais de R$ 350.000, conforme pode ser
visto no cronograma físico/financeiro (QUADRO 3.3.5).
Na recuperação dessas áreas degradas, estima-se um volume total de
terra a ser movimentado da ordem de 90.000 m3, implementados a uma taxa de
15.000 m3 por trimestre. Tomando-se por base o custo médio de R$ 15,00 por m3 de
terra movimentado, então o custo total com a movimentação de terra foi estimado
em cerca de R$ 225.000,00 por trimestre.
146
Estima-se que será necessário o replantio de mudas e a urbanização
em uma área total de aproximadamente 36 hectares, implementada à razão de 9
hectares por trimestre (três hectares por mês). Adotando-se o custo unitário de R$
2.500,00 por hectare replantado e urbanizado, então, o custo total com o replantio e
urbanização será da ordem de R$ 22.500,00 por trimestre.
O custo com o gerenciamento e a supervisão das obras foi estimado
com base no percentual usual de 4% sobre o total dos itens de custo (2) e (3), cujos
valores trimestrais podem ser visualizados no cronograma físico/financeiro do
referido projeto - QUADRO 3.3.5.
147
QUADRO 3.3.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE DESATIVAÇÃO DE LIXÕES E RECUPERAÇÃO DE
ÁREAS DEGRADADAS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Estudos e projetos 350.000,00 350.000,00 670.941,81
2. Movimento de terra 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 225.000,00 1.189.793,96
3. Replantio e urbanização 22.500,00 22.500,00 22.500,00 22.500,00 74.899,87
4. Gerenciamento e supervisão 11.250,00 11.250,00 11.250,00 12.375,00 12.375,00 12.375,00 1.125,00 63.234,69
TOTAL (R$) 350.000,00 586.250,00 236.250,00 236.250,00 259.875,00 259.875,00 259.875,00 23.625,00 1.998.870,34
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
148
2.3.3.6. Projeto 3.3.6: Reestruturação e Implantação dos Sistemas de Coleta,
Tratamento e Destinação Final de Resíduos Sólidos
Os serviços de limpeza urbana são geridos pelas prefeituras
municipais. Nos municípios menores esses serviços são realizados pelo pessoal da
própria prefeitura, mas nos municípios maiores são complementados com a
terceirização de empresas prestadoras desse serviço.
Em geral, os serviços de coleta de lixo não cobrem a totalidade das
áreas urbanas ou são realizados com freqüência insatisfatória, sobretudo nas áreas
urbanizadas situadas às margens dos rios e canais. Essa situação acarreta o
acúmulo de lixo em logradouros e em áreas de bota-fora que se formam em terrenos
baldios e leitos de rios. Grande parte desse material é carreado para os cursos
d’água pelas chuvas e inundações.
A situação dos sistemas de limpeza urbana é crítica em praticamente
todos os municípios e não se restringe apenas à bacia hidrográfica do Pirapama, e
deve-se principalmente a situação financeira deficitária dos municípios, que ficam
impossibilitados de realizarem os investimentos necessários para a solução dos
problemas relacionados à coleta irregular e a disposição inadequada dos resíduos
sólidos.
Para reverter esse quadro são necessários investimentos no sistema
de coleta. Dotando os municípios de equipamentos adequados para a melhoria do
recolhimento e aumento das áreas atendidas; investimentos na destinação final,
para equacionamento dos problemas associados à disposição inadequada do lixo;
investimentos em capacitação institucional e aprimoramento dos recursos humanos
envolvidos com a limpeza urbana; e implementação de um sistema de cobrança de
taxa de limpeza urbana que assegure os recursos necessários para a manutenção e
operação dos sistemas.
No entanto, não se pode atribuir todos esses problemas de acúmulo de
lixo nas cidades exclusivamente a deficiência no sistema de coleta, tratamento e
disposição final. Existem fatores de natureza cultural que devem ser considerados
para uma maior eficiência do sistema de limpeza urbana. É necessário que se
149
realize campanhas de esclarecimento, de maneira que a população adquira
consciência de que os problemas relacionados à disposição incorreta do lixo estão
relacionados à sua qualidade de vida, fazendo com que as pessoas adquiram
hábitos corretos de manipulação de seus resíduos sólidos.
Este projeto terá duração de um ano e o seu principal objetivo é reduzir
a poluição por resíduos sólidos na área da bacia do rio Pirapama, a partir da
reestruturação dos sistemas de limpeza urbana, principalmente os municípios de
Jaboatão dos Guararapes e do Cabo de Santo Agostinho, adequando-os às
modernas técnicas de coleta, tratamento e disposição final. Este projeto objetiva,
ainda, viabilizar e implantar o subsistema de Suape, o qual prevê a implantação de
um aterro sanitário e uma cooperativa de catadores, para atender os municípios do
Cabo de Santo Agostinho e Ipojuca, bem como ampliar o seu atendimento, para
receber também resíduos industriais (Classes I, II e III). Essa ampliação de
finalidade tem por objetivo permitir que o Complexo Industrial e Portuário - Suape
possa viabilizar a implantação de novas plantas indústrias, permitindo uma solução
adequada e eficiente para a destinação final de seus efluentes sólidos. Essa
proposta consiste na implantação de uma central de tratamento integrado de
resíduos sólidos urbanos e industriais, com aterro sanitário celular, aterro industrial,
unidade de tratamento de resíduos líquidos e semi-líquidos, entre outros.
O levantamento dos custos foi feito tomando-se por base as seguintes
ações ou atividades: (a) elaboração de estudos e projetos para sistemas de coleta e
disposição final de resíduos sólidos, subdivididos em (1) estudos de impactos
ambientais, (2) planos diretores de limpeza urbana, e (3) projetos executivos; (b)
Implantação de sistemas de coleta e disposição final de resíduos sólidos urbanos e
industrial, desagregados em (4) equipamentos (caminhões compactadores), (5)
serviço de coleta, (6) implantação de aterros, e (7) custo de operação dos aterros; e
(c) gerenciamento de projetos e supervisão de obras, item (8) do cronograma
físico/financeiro desse projeto.
Conforme pode ser visto no QUADRO 3.3.6 (cronograma
físico/financeiro do projeto), o valor presente dos custos totais desse projeto está
estimado em R$ 23.218.169,69, dos quais R$ 598.586,38 são para cobrir os custos
150
com os estudos de impactos ambientais; R$ 664.420,59 para os planos diretores de
limpeza urbana dos municípios integrantes da bacia; R$ 1.540.685,43 para custear a
elaboração dos projetos executivos; R$ 1.889.822,37 para a aquisição de
equipamentos (10 caminhões compactadores de 15 m3); R$ 4.193.643,48
destinados a custear os serviços de coleta; R$ 13.214.614,37 para implantação do
aterro sanitário de Suape e de outros menores; R$ 587.812,50 para custear a
operação dos aterros; e R$ 528.584,57 destinados aos custos com o gerenciamento
e supervisão de obras.
O custo com elaboração de estudos e projetos para sistemas de coleta
e disposição final de resíduos sólidos foi estimado com base na população dos
municípios beneficiados e no quadro de custos a seguir. A população dos municípios
utilizada para cálculo foi a seguinte: Cabo de Santo Agostinho (140.764 hab.),
Ipojuca (45.424 hab.), Jaboatão dos Guararapes (529.966 hab.), Moreno (39.902
hab.), Vitória de Santo Antão (110.888 hab.), Pombos (21.673 hab.), e Escada
(57.374 hab.).
POPULAÇÃO IMPACTOS
AMBIENTAIS
PLANOS
DIRETORES
PROJETOS
EXECUTIVOS
Até 25.000 habitantes 40.000,00 60.000,00 100.000,00
De 25.000 a 100.000 habitantes 70.000,00 90.000,00 200.000,00
Acima de 100.000 habitantes 120.000,00 120.000,00 300.000,00
Na estimativa de custo do equipamento, tomou-se o custo unitário do
caminhão compactador de 15 m3 de cerca de R$ 200.000,00. Para avaliar o custo de
coleta de lixo, tomou-se a produção média de lixo de cerca de 0,77 kg/hab. x dia,
bem como adotou-se o custo médio de R$ 35,00 por tonelada de lixo coletado.
Estimou-se que a população total beneficiada nessa primeira etapa seria de
aproximadamente 950.000 habitantes.
Para disposição final dos resíduos sólidos urbanos considerou-se a
técnica de aterro sanitário. O custo unitário de implantação do aterro foi estimado em
R$ 5,00 por habitante, enquanto que utilizou-se o custo médio de operação do aterro
de R$ 15,00 por tonelada de lixo coletado. O gerenciamento e supervisão de obras
foram estimados em 4% do custo de implantação do aterro.
151
QUADRO 3.3.6: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE REESTRUTURAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DOS
SISTEMAS DE COLETA, TRATAMENTO E DESTINAÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Estudos de impactos ambientais 610.000,00 598.586,38
2. Planos diretores de limpeza urbana 690.000,00 664.420,59
3. Projetos executivos 1.600.000,00 1.540.685,43
4. Equipamentos (10 caminhões
compactadores de 15 m3)
2.000.000,00
1.889.822,37
5. Serviço de coleta 1.536.150,00 1.536.150,00 1.536.150,00 4.193.643,48
6. Implantação de aterros 4.750.000,00 4.750.000,00 4.750.000,00 13.214.614,37
7. Custo de operação dos aterros 658.350,00 587.812,50
8. Gerenciamento e supervisão de obras 190.000,00 190.000,00 190.000,00 528.584,57
TOTAL (R$) 450.000,00 900.000,00 6.940.000,00 6.476.150,00 6.476.150,00 2.194.500,00 23.218.169,69
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
152
2.4. ESTRATÉGIA 4: CONTROLE DE USO DAS ÁGUAS NA BACIA
Os programas contidos nesta estratégia objetivam assegurar aos vários
usuários da água na bacia do rio Pirapama as condições necessárias para a
utilização múltipla dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade compatíveis
com as suas finalidades específicas.
2.4.1. PROGRAMA 4.1: GERENCIAMENTO DO USO MÚLTIPLO DOS RECURSOS HÍDRICOS
Este programa contempla um conjunto de quatro projetos
complementares visando otimizar a gestão dos recursos hídricos da bacia do
Pirapama, através do desenvolvimento de ações no sentido de buscar a
conservação, controle e racionalização do consumo, minimizando os conflitos entre
os múltiplos usuários do sistema, garantindo que o rio Pirapama cumpra suas
funções social, econômica e ambiental. Os recursos necessários para implementar
esses quatro projetos foram estimados em cerca de R$ 434.522,59 (valor presente).
2.4.1.1. Projeto 4.1.1: Implantação da Cobrança Pelo Uso Da Água
Apesar de estar sempre se renovando, a água é um recurso natural
escasso, principalmente para aqueles mananciais com altas demandas, como é o
caso da bacia do Pirapama, a qual já não dispõe de capacidade para atender às
crescentes derivações, a não ser que sejam investidos grandes volumes de recursos
públicos para a construção de barramentos de regularização e sistemas de
transposição de águas de outras bacias adjacentes. Além disso, a poluição dos
recursos hídricos já é um problema sério, que pode se tornar ainda pior, se a
implementação da cobrança pelo uso da água não for rapidamente implementada.
Estima-se que o projeto de implementação da cobrança pelo uso da
água demandará um prazo de um ano e exigirá recursos, cujo valor presente é da
ordem de R$ 83.090,24, dos quais: (1) R$ 2.943,87 são para elaboração do termo
de referência; (2) R$ 7.776,87 para cobrir os custos com o levantamento de
informações e definição de prioridades de uso; (3) R$ 9.629,28 para elaboração de
convênio e contratação de consultor; (4) R$ 22.049,29 para financiar os gastos com
153
a regularização da outorga de direito de uso aos usuários da água, através da
ampliação e atualização do cadastro existente; (5) R$ 13.649,85 para a definição de
critérios e formas de cobrança pelo uso da água; e (6) R$ 27.041,08 para cobrir os
custos com a implementação da cobrança propriamente dita e o apoio jurídico,
através do estabelecimento de rotinas de cobrança, treinamento de pessoal e
preparação de documentos.
O QUADRO 4.1.1 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto. O desembolso mensal foi estimado tomando-se por base o custo do
consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por hora de consultoria técnica,
com uma carga horária mensal de 80 horas.
154
QUADRO 4.1.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DA
COBRANÇA PELO USO DA ÁGUA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87
2. Levantamento de informações e definição de
prioridades de uso
4.000,00
4.000,00
7.776,87
3. Convênio/contratação 10.000,00 9.629,28
4. Regularização da outorga de direito de uso
aos usuários da água
6.000,00
6.000,00
6.000,00
6.000,00
22.049,29
5. Definição dos critérios de cobrança pelo uso
da água, dos usuários sujeitos a cobrança e as
formas de cobrança
5.000,00
5.000,00
5.000,00
13.649,85
6. Implementação da cobrança e apoio jurídico 15.000,00 15.000,00 27.041,08
TOTAL (R$) 7.000,00 14.000,00 6.000,00 11.000,00 26.000,00 26.000,00 83.090,24
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
155
2.4.1.2. Projeto 4.1.2: Normatização de Critérios para Outorga de Direito de Uso
da Água
Este projeto visa estabelecer critérios para alocar de forma racional os
recursos hídricos através dos seus múltiplos usuários, em consonância com a
disponibilidade desses recursos na bacia hidrográfica, prevenindo assim conflitos
entre os diversos usuários do sistema hídrico.
A implementação desse projeto prevê a coleta de informações sobre
modalidade de uso, quantidade demandada e qualidade requerida, bem como
informações socioeconômicas do usuário e/ou da sua atividade. Essas informações
devem estar de acordo com aquelas contidas no cadastro de usuários da água, o
qual em última instância é um banco de dados geo-referenciado que pode ser
sistematicamente atualizado. Essas informações são de fundamental importância,
pois além de serem o monitoramento das próprias demandas, elas servem de base
para as decisões de outorga a serem tomadas no âmbito da bacia.
Está previsto, ainda, no escopo desse projeto a preparação de
documentos de informação ao público (normas e procedimentos básicos)
relativamente aos requerimentos e critérios de licenciamento, bem como o
estabelecimento de um suporte informático para a atividade de licenciamento,
articulando o nível institucional com o nível local, de forma a facilitar o julgamento
dos pleitos de outorga.
O projeto prevê também o reforço do suporte técnico às atividades de
licenciamento e à realização de ações de formação para os agentes envolvidos, bem
como o reforço da capacidade logística de fiscalização e formação profissional dos
agentes. Consta também o estabelecimento de um sistema de auditoria interna de
forma a assegurar um desempenho eficaz e critérios tecnicamente sustentados.
Estima-se que este projeto poderá ser implementado em um ano e
demandará recursos da ordem de R$ 116.809,74, em termos de valor presente,
desagregados da seguinte forma: (1) recursos de R$ 2.943,87 destinados a
elaboração do termo de referência; (2) R$ 19.442,18 para custear o levantamento de
informações e a definição de prioridades de uso, segundo o princípio dos usos
156
múltiplos; (3) R$ 9.629,28 para elaboração de convênio com a contratação de um
consultor; (4) R$ 44.098,57 destinados especificamente para a preparação do
manual de outorga; (5) R$ 22.321,43 para cobrir os custos com a regularização da
outorga de direito de uso aos vários usuários da água; e (6) R$ 18.374,41 com a
finalidade de propiciar o apoio jurídico necessário em todo o processo de
implementação do instrumento de outorga de direito de uso da água.
157
QUADRO 4.1.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE NORMATIZAÇÃO DE CRITÉRIOS
PARA OUTORGA DE DIREITO DE USO DA ÁGUA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87
2. Levantamento de informações e definição de
prioridades de uso
10.000,00
10.000,00
19.442,18
3. Convênio/contratação 10.000,00 9.629,28
4. Preparação do manual de outorga 12.000,00 12.000,00 12.000,00 12.000,00 44.098,57
5. Regularização da outorga de direito de uso
aos usuários da água
25.000,00
22.321,43
6. Apoio jurídico 5.000,00 5.000,00 5.000,00 5.000,00 18.374,41
TOTAL (R$) 13.000,00 20.000,00 17.000,00 17.000,00 17.000,00 42.000,00 116.809,74
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
158
2.4.1.3. Projeto 4.1.3: Mediação dos Conflitos de Uso da Água
Os recursos hídricos da bacia hidrográfica do rio Pirapama têm sido
utilizados para as seguintes e múltiplas modalidades de uso: (i) abastecimento
humano; (ii) abastecimento industrial; (iii) abastecimento animal; (iv) diluição de
efluentes industriais; (v) diluição de esgotamentos sanitários; (vi) irrigação; (vii)
fertirrigação; (viii) geração de energia elétrica, através de duas pequenas centrais
hidrelétricas (PCH), a de Cachoeira Tapada, localizada no engenho de mesmo
nome, e a do Cotonifício José Rufino; e (ix) preservação da vida aquática (demanda
ecológica). Ainda que não se configure um uso econômico imediato da água, a
demanda de água para preservação de ecossistemas constitui-se hoje um uso muito
especial para que a água permaneça na composição do cenário físico, onde cumpre
um papel bem definido e necessário para garantir a preservação da fauna e da flora
aquática da bacia do rio Pirapama.
Estima-se que os usos consuntivos e não consuntivo dos recursos
hídricos na bacia hidrográfica do rio Pirapama demandarão uma vazão de
aproximadamente 9,55 m3/s, bem como exigirão uma demanda por água suficiente
para diluição de uma carga orgânica correspondente a 256.840 kgDBO/dia. De
acordo com estudos já elaborados, a bacia do Pirapama será fonte importante de
suprimento de água bruta para o plano de expansão do abastecimento urbano da
RMR, que será viabilizada através da construção da Barragem Principal. Estima-se
que após a construção da barragem Principal, a demanda por água nessa finalidade
de uso será de 5,13 m3/s.
Com a construção da barragem Principal, estima-se que será liberada
pela Barragem Principal na calha do rio uma vazão total de 1,2 m3/s, cujos recursos
hídricos poderão ser utilizados para o uso não consuntivo de geração de energia
elétrica na PCH do Cotonifício José Rufino. Assim, descontados os 0,4 m3/s do
abastecimento industrial à jusante da barragem, obtém-se uma descarga
permanente à jusante de 0,80 m3/s, para o equilíbrio ecológico do estuário, como
forma de preservar a fauna e flora da bacia do rio Pirapama.
159
Assim, para que o rio Pirapama possa atender de forma satisfatória a
todos os usos, faz-se necessário um severo controle das captações de água de
todos os usuários da bacia, de forma a adequar as demandas com as
disponibilidades do rio e ao equilíbrio ecológico. Portanto, este projeto tem por
objetivo adequar as múltiplas demandas pelo uso da água às disponibilidades
hídricas, levando-se em consideração o equilíbrio ecológico de todo o sistema de
bacia.
O QUADRO 4.1.3 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano. O grosso do custo desse projeto é com a
contratação de um consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por hora de
consultoria técnica, com uma carga horária mensal de 80 horas. Estima-se que
serão necessários recursos da ordem de R$ 99.764,24 (valor atual) para fazer face
aos custos totais desse projeto, dos quais: (1) R$ 2.943,87 são para elaboração do
termo de referência; (2) R$ 9.721,09 destinados ao levantamento de informações e
definição de prioridades de uso; (3) R$ 33.884,78 para contratação de consultor; (4)
R$ 37.449,52 para mediação, negociação e implementação de medidas
conciliatórias; e (5) R$ 16.071,43 para preparação do relatório final.
160
QUADRO 4.1.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MEDIAÇÃO DOS
CONFLITOS DE USO DA ÁGUA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência 3.000,00 2.943,87
2. Levantamento de informações e definição de
prioridades de uso
5.000,00
5.000,00
9.721,09
3. Convênio/contratação 4.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 8.000,00 33.884,78
4. Mediação, negociação e implementação de
medidas conciliatórias
10.000,00
10.000,00
10.000,00
10.000,00
37.449,52
5. Relatório final 18.000,00 16.071,43
TOTAL (R$) 12.000,00 23.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 18.000,00 99.764,24
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
161
2.4.1.4. Projeto 4.1.4: Reenquadramento da Bacia do Rio Pirapama
O reenquadramento de bacias hidrográficas é considerado como um
instrumento indispensável de gestão ambiental que - ao definir classes de qualidade
a serem alcançadas para suas águas, em função de seus usos atuais e futuros -
objetiva orientar as ações e investimentos futuros nessas bacias, de modo a atender
os anseios da sociedade, em termos da qualidade de seus recursos hídricos, bem
como promover o desenvolvimento sustentável dessas regiões.
Os planos de ampliação da utilização dos recursos hídricos da bacia
hidrográfica do rio Pirapama para abastecimento de água da Região Metropolitana
de Recife e o próprio desenvolvimento agrícola da região, condicionam o
enquadramento das águas desses mananciais a níveis rigorosos de qualidade
necessários para atender esses usuários e os anseios da sociedade. Este projeto
objetiva, portanto, definir classes de qualidade a serem alcançadas para as águas
da bacia do Pirapama em função das finalidades de uso a que se destinam, de
acordo com a legislação vigente (Resolução No. 20 do CONAMA).
O custo desse projeto com pessoal foi estimado tomando-se por base
uma equipe formada por um consultor, cujo valor médio adotado foi de R$ 50,00 por
hora de consultoria técnica, com uma carga horária mensal de 80 horas; um
engenheiro sênior, com salário mensal e encargos sociais de R$ 7.000,00; e um
técnico com salário mensal mais encargos sociais de R$ 1.000,00, ambos
cumprindo uma jornada de trabalho mensal de 160 horas.
O QUADRO 4.1.4 mostra o cronograma físico e financeiro desse
projeto, o qual terá duração de um ano. O custo total desse projeto foi orçado em R$
134.858,37, em termos de valor presente, o qual pode ser decomposto da seguinte
forma: (1) R$ 22.186,48 para diagnóstico da qualidade da água e elaboração do
termo de referência; (2) R$ 9.721,09 destinados ao levantamento de usos da água e
definição dos trechos para o reenquadramento; (3) R$ 9.721,09 para cobrir os
custos com o levantamento de informações e definição de prioridades de uso; (4) R$
32.958,23 para o plano de ação para o reenquadramento; (5) R$ 27.714,82 utilizado
para custear a elaboração de proposta de reenquadramento; (6) R$ 14.699,52 para
162
elaboração do anteprojeto do Decreto Estadual; e (7) R$ 17.857,14 para cobrir os
custos com a elaboração do relatório final.
163
QUADRO 4.1.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE
REENQUADRAMENTO DO RIO PIRAPAMA
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Diagnóstico da qualidade da água e
elaboração do termo de referência
9.000,00
7.000,00
7.000,00
22.186,48
2. Levantamento de usos da água e definição
dos trechos para o reenquadramento
5.000,00
5.000,00
9.721,09
3. Levantamento de informações e definição de
prioridades de uso
5.000,00
5.000,00
9.721,09
4. Plano de ação para o reenquadramento 5.000,00 7.000,00 7.000,00 8.000,00 8.000,00 32.958,23
5. Elaboração de proposta de
reenquadramento
6.000,00 12.000,00 12.000,00 27.714,82
6. Elaboração do anteprojeto do Decreto
Estadual
4.000,00 4.000,00 4.000,00 4.000,00 14.699,52
7. Relatório final 20.000,00 17.857,14
TOTAL (R$) 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 24.000,00 134.858,37
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
164
2.4.2. PROGRAMA 4.2: MONITORAMENTO E INFORMAÇÃO HIDROLÓGICO
O conjunto de cinco projetos que compõem este programa tem por
objetivo suprir os vários órgãos do Estado e a sociedade como um todo, através da
divulgação ao público externo, com informações e dados hidrológicos qualitativos e
quantitativos a respeito do rio Pirapama e seus afluentes. Os recursos necessários
para implementar esses cinco projetos estão estimados em cerca de R$
1.578.261,55 (em termos de valor presente).
2.4.2.1. Projeto 4.2.1: Instalação e Operação das Estações Hidrométricas e
Monitoramento de Sub-Bacias
O principal objetivo do projeto de instalação e operação das estações
hidrométricas e monitoramento de sub-bacias é constituir uma base de dados
históricos sobre o sistema fluvial para estudos e acompanhamento das alterações
sobre as condições hidrológicas e ambientais da bacia.
Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de
trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Os encargos sociais foram
estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial. O custo total
desse estudo (valor presente), o qual demandará dois anos para a sua
complementação, é da ordem de R$ 349.012,39, de acordo com o cronograma
físico/financeiro do QUADRO 4.2.1.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 03 1.500,00
Subtotal - - - 9.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 9.000,00
TOTAL - - - 18.000,00
165
O custo total desse projeto foi desagregado e computado de acordo
com os seguintes componentes: (1) R$ 2.916,20 para elaboração do termo de
referência e celebração de convênio e/ou consultoria; (2) R$ 34.505,58 para custear
o levantamento das informações, coleta de dados e análise laboratoriais; (3) R$
130.471,18 para a instalação de estações fluviométricas; (4) R$ 138.070,97
destinados ao planejamento de medições mensais e coleta de amostras para análise
de qualidade da água, bem como avaliação, manipulação e tratamento estatístico
dos dados; e (5) R$ 43.048,47 para a implementação de um sistema de
monitoramento periódico.
166
QUADRO 4.2.1: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE INSTALAÇÃO E OPERAÇÃO DAS ESTAÇÕES
HIDROMÉTRICAS E MONITORAMENTO DE SUB-BACIAS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
celebração de convênio e/ou consultoria
3.000,00
2.916,20
2. Levantamento de informações 18.000,00 18.000,00 34.505,58
3. Instalação de estações fluviométricas 36.000,00 36.000,00 36.000,00 36.000,00 130.471,18
4. Planejamento de medições mensais e
coleta de amostras para análise de qualidade
da água
18.000,00
18.000,00
18.000,00
54.000,00
54.000,00
138.070,97
5. Implementação do monitoramento
periódico
54.000,00 43.048,47
TOTAL (R$) 21.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 54.000,00 349.012,39
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
167
2.4.2.2. Projeto 4.2.2: Monitoramento do Rio Pirapama – Estações Laisa 1,
Cacho 1 e Matapagipe
Este projeto consiste em implementar uma série de procedimentos e
práticas de monitoramento, visando avaliar alterações da vazão e da qualidade da
água nas estações Laísa 1, Cacho 1 e Matapagipe, ao longo do rio Pirapama,
objetivando subsidiar as ações de preservação desse manancial. Com duração de
um ano, este projeto busca aprofundar o conhecimento dos níveis de nutrientes
causados pela fertirrigação, verificando sua correlação com os períodos de safra e
entre-safra das indústrias sucroalcooleiras e com os dados quantitativos de água, de
forma a prevenir os processos de eutrofização na futura barragem.
O valor presente dos custos totais desse projeto foi estimado em cerca
de R$ 264.523,10, desagregado da seguinte forma: (1) R$ 44.809,49 é para cobrir
os custos com o levantamento de informações e definição do levantamento
amostral; (2) R$ 122.161,47 para custear a coleta e análise de amostras; (3) R$
54.068,94 para a avaliação, manipulação e tratamento estatístico dos dados; (4) R$
9.452,48 destinados a custear os gastos com reuniões da equipe de técnicos das
instituições envolvidas (COMPESA, CPRH, ITEP, e SECTMA/COBH); e (5) R$
34.030,72 para a preparação do relatório final.
Os custos de mão-de-obra foram estimados tomando-se por base uma
equipe de trabalho de três pessoas, conforme especificada no quadro abaixo. Outros
custos computados nesse projeto foram transporte da equipe e material para
exames laboratoriais. O QUADRO 4.2.2 mostra o cronograma físico e financeiro
desse projeto.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Júnior 2.500,00 160 01 2.500,00
Técnico 500,00 160 03 1.500,00
Subtotal - - - 8.000,00
168
Encargos sociais (100%) - - - 8.000,00
TOTAL - - - 16.000,00
169
QUADRO 4.2.2: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO DO RIO
PIRAPAMA – ESTAÇÕES LAISA 1, CACHO 1 E MATAPAGIPE
(TEMPO EM BIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 VP* (R$)
1. Levantamento de informações e definição do
levantamento amostral
30.000,00
14.000,00
2.000,00
44.809,49
2. Coleta e análise de amostras 10.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 122.161,47
3. Avaliação, manipulação e tratamento estatístico dos
dados
6.000,00
18.000,00
20.000,00
14.000,00
54.068,94
4. Reunião com a equipe (COMPESA, CPRH, ITEP,
SECTMA/COBH)
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
2.000,00
9.452,48
5. Relatório final 6.000,00 32.000,00 34.030,72
TOTAL (R$) 42.000,00 52.000,00 52.000,00 52.000,00 52.000,00 32.000,00 264.523,10
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional bimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
170
2.4.2.3. Projeto 4.2.3: Monitoramento da Qualidade da Água do Rio Pirapama
O crescimento econômico verificado na região do Pirapama e a
conseqüente degradação do meio ambiente fazem com que seja imprescindível um
monitoramento periódico da qualidade de seus recursos hídricos. Este projeto visa
estabelecer as diretrizes para que se exerça um controle sistemático sobre a
qualidade das águas na bacia hidrográfica do Pirapama, contribuindo para preservar
a múltipla funcionalidade de seus recursos hídricos, mas principalmente garantindo a
qualidade necessária para a sua utilização no abastecimento público.
Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de
trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos
sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial. O
valor presente do custo total desse projeto é da ordem de R$ 422.717,85, e
demandará dois anos para a sua completa implementação, conforme pode ser visto
no cronograma físico e financeiro do QUADRO 4.2.3.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE
CUSTO/MÊS
R$
Coordenador 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Biólogo Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal - - - 12.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 12.000,00
TOTAL - - - 24.000,00
Os custos totais foram agrupados em cinco componentes, de acordo
com o QUADRO 4.2.3, ou seja: (1) R$ 2.916,20 para a elaboração do termo de
referência e contratação de consultor; (2) R$ 46.007,44 para custear o levantamento
das informações existentes, coleta de dados e análise laboratoriais; (3) R$
132.301,62 para reativação e instalação de estações; (4) R$ 182.429,37 destinados
171
ao planejamento de medições mensais e coleta de amostras para análise de
qualidade da água; e (5) R$ 59.063,22 para a implementação e avaliação periódica
do programa de monitoramento do rio.
172
QUADRO 4.2.3: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE MONITORAMENTO DA
QUALIDADE DA ÁGUA DO RIO PIRAPAMA
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
celebração de convênio e/ou contratação de
consultoria
3.000,00
2.916,20
2. Levantamento de informações existentes 24.000,00 24.000,00 46.007,44
3. Reativação e instalação de estações 48.000,00 48.000,00 48.000,00 132.301,62
4. Planejamento de medições mensais e coleta
de amostras para análise de qualidade da
água
24.000,00
24.000,00
24.000,00
48.000,00
48.000,00
48.000,00
182.429,37
5. Implementação e avaliação periódica do
programa de monitoramento do rio
24.000,00
24.000,00
24.000,00
59.063,22
TOTAL (R$) 27.000,00 72.000,00 72.000,00 72.000,00 24.000,00 72.000,00 72.000,00 72.000,00 422.717,85
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
173
2.4.2.4. Projeto 4.2.4: Avaliação das Alternativas à Jusante da Barragem
Principal do Pirapama
Com a construção da barragem Principal e a sua entrada em operação,
o rio Pirapama terá à jusante dessa barragem sua vazão significativamente
diminuída, de modo que será necessário assegurar numa vazão permanente na
barragem de pelo menos 0,8 m3/s para manutenção ecológica na área estuarina
desse manancial. Este projeto tem por objetivo investigar os impactos ambientais e
as condições na área do estuário após a construção dessa barragem.
Com uma duração prevista de três anos, este projeto visa estudar as
condições ambientais dessa área, através de uma série de ações, tais como
medição de vazão e qualidade da água à jusante da barragem no Pirapama e seus
principais afluentes; calibração de modelo matemático de qualidade de água no
trecho à jusante da barragem; e simulação das condições futuras no estuário, após
construção da barragem e descarga permanente de 0,8 m3/s.
Os custos desse projeto foram avaliados com base em uma equipe de
trabalho, conforme dimensionada no quadro abaixo. Vale ressaltar que os encargos
sociais foram estimados de acordo com o percentual de 100% da folha salarial
(excetuando-se o custo com o consultor). O custo total desse estudo (valor
presente), o qual demandará dois anos para a sua complementação, é da ordem de
R$ 320.143,07, de acordo com o cronograma físico/financeiro do QUADRO 4.2.4.
PROFISSIONAL SALÁRIO/MÊS
R$ HORA/MÊS QUANTIDADE CUSTO/MÊS
R$
Coordenador/consultor 4.000,00 80 01 4.000,00
Engenheiro Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Biólogo Sênior 3.500,00 160 01 3.500,00
Técnico 500,00 160 02 1.000,00
Subtotal - - - 12.000,00
Encargos sociais (100%) - - - 8.000,00
174
TOTAL - - - 20.000,00
Os custos totais foram desagregados e computados da seguinte forma:
(1) R$ 2.916,20 para a elaboração do termo de referência e contratação de
consultor; (2) R$ 152.376,60 para custear o levantamento das informações, coleta
de dados e análise laboratoriais; (3) R$ 81.163,14 para a campanha de medições de
vazão e da qualidade das águas; (4) R$ 14.086,18 destinados à avaliação,
manipulação e tratamento estatístico dos dados; (5) R$ 63.223,40 para a calibração
e simulação dos modelos utilizados nos estudos; e (6) R$ 6.377,55 para a
preparação do relatório final.
175
QUADRO 4.2.4: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE AVALIAÇÃO DAS ALTERNATIVAS À JUSANTE DA
BARRAGEM PRINCIPAL DO PIRAPAMA
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do Termo de Referência e
contratação de consultor
3.000,00
2.916,20
2. Levantamento de informações (coleta
de amostras)
28.000,00
48.000,00
48.000,00
40.000,00
152.376,60
3. Campanha de medições de vazão e da
qualidade
20.000,00
20.000,00
20.000,00
30.000,00
81.163,14
4. Avaliação, manipulação e tratamento
estatístico dos dados
8.000,00
8.000,00
14.086,18
5. Calibração e simulação dos modelos 38.000,00 38.000,00 63.223,40
6. Relatório final 8.000,00 6.377,55
TOTAL (R$) 31.000,00 68.000,00 68.000,00 68.000,00 38.000,00 38.000,00 38.000,00 8.000,00 320.143,07
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.
176
2.4.2.5. Projeto 4.2.5: Implantação de Sistema de Informações de Recursos
Hídricos
A diversidade de órgãos atuando na região do Pirapama, aliada às
transferências de responsabilidade das múltiplas instituições que aí operam, acabam
por repercutir negativamente na sistematização das informações, bem como
dificultam a transferência e utilização das mesmas. Verifica-se, portanto, a
necessidade da implantação de um sistema de informações de recursos hídricos,
com a característica de universalização, tanto no que se refere à natureza dos
dados, quanto no que diz respeito à origem das organizações que os produzem,
objetivando reunir, organizar e cruzar as informações geradas pelos diversos
estudos e programas na área da bacia do Pirapama, que seja acessível a todos os
interessados em planejamento, gestão ou uso dos recursos hídricos.
O sistema de informações sobre recursos hídricos se constitui de uma
base de dados, informatizada, obtida a partir da coleta, tratamento, armazenamento
e recuperação de dados sobre recursos hídricos, fatores intervenientes no ciclo
hidrológico e qualidade das águas. Esse sistema de informações é um importante
instrumento de gestão, através do qual disponibiliza-se todos os índices e
informações capazes de subsidiar, a qualquer instante, as decisões de investimento,
projetos e ações no setor, bem como permitem implementar e efetuar os
instrumentos de outorga e cobrança pelo uso da água. O sistema de informações
sobre recursos hídricos integrará todas as informações dos diversos órgãos
estaduais e federais que lidem com águas superficiais ou subterrâneas, inclusive
sobre as obras de recursos hídricos no âmbito do setor.
Podem fazem parte desse sistema toda e qualquer informação
referenciada em mapas sobre coordenadas geográficas de pontos de captação,
lançamento, obras hidráulicas e dados hidrometeorológicos; cadastros de usuários
dos recursos hídricos e de qualidade da água; de modelos chuva-deflúvio ou outros
modelos calibrados para a bacia e de simulação de operação de reservatórios; entre
outros. Dados sobre os balanços hídricos, levantados através do confronto entre as
disponibilidades e as demandas por água e alternativas para o aumento da oferta de
177
água aos múltiplos usuários, tais como, obras de regularização, reversão de bacia,
uso de águas subterrâneas, lançamentos de cargas poluidoras e medições de
qualidade das águas, são informações importantes que visam subsidiar a análise de
pleitos de outorga e implementar o instrumento de cobrança pelo uso dos recursos
hídricos.
O QUADRO 4.2.5 contém o cronograma físico/financeiro desse projeto,
que terá a duração de dois anos, e demandará recursos da ordem de R$
221.865,14, em termos de valor presente, desagregados da seguinte forma: (1) R$
2.916,20 para elaboração do termo de referência e contratação de consultorias; (2)
R$ 28.354,92 para desenvolvimento de uma rede de coleta de dados sobre valores
ecológicos e outros valores ambientais do sistema hídrico; (3) R$ 13.781,42 para
desenvolvimento de sistema de informações e indicadores de apoio ao
gerenciamento dos recursos hídricos; (4) R$ 72.483,99 para desenvolvimento de
sistema de coleta sistemática de informações sobre usos e capacidade de carga de
captação e rejeição; (5) R$ 37.975,34 para estabelecimento de um suporte
informático para armazenamento e processamento da informação; (6) R$ 24.609,68
para estabelecimento de sistema de difusão de informação por tipo de uso; e (7) R$
41.743,59 para formação profissional dos agentes envolvidos nas várias fases da
informação.
178
QUADRO 4.2.5: CRONOGRAMA FÍSICO/FINANCEIRO DO PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE SISTEMA DE INFORMAÇÕES
DE RECURSOS HÍDRICOS
(TEMPO EM TRIMESTRE)
AÇÕES 1 2 3 4 5 6 7 8 VP* (R$)
1. Elaboração do termo de referência e
contratação de consultorias
3.000,00
2.916,20
2. Desenvolvimento de uma rede de
coleta de dados sobre valores ecológicos
e outros valores ambientais do sistema
hídrico
10.000,00
10.000,00
10.000,00
28.354,92
3. Desenvolvimento de sistema de
informações e indicadores de apoio ao
gerenciamento dos recursos hídricos
5.000,00
5.000,00
5.000,00
13.781,42
4. Desenvolvimento de sistema de coleta
sistemática de informações sobre usos e
capacidade de carga de captação e
rejeição
20.000,00
20.000,00
20.000,00
20.000,00
72.483,99
5. Estabelecimento de um suporte
informático para armazenamento e
processamento da informação
15.000,00
15.000,00
15.000,00
37.975,34
6. Estabelecimento de sistema de difusão
179
de informação por tipo de usuário 10.000,00 10.000,00 10.000,00 24.609,68
7. Formação profissional dos agentes
envolvidos nas várias fases da informação
12.000,00
12.000,00
12.000,00
12.000,00
41.743,59
TOTAL (R$) 13.000,00 47.000,00 35.000,00 37.000,00 35.000,00 37.000,00 25.000,00 22.000,00 221.865,14
* Valor presente calculado com base em uma taxa proporcional trimestral equivalente à taxa de 12 % ao ano.