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Distorções na estrutura tarifária da electricidade: que soluções?
O caso europeu
SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE ESTRUTURA TARIFÁRIA
Brasília, 17 e 18 de Junho 2009
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP
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AGENDA
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 2
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1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
US$/MWh Energia Elétrica:
Panorama mundial
Fonte: EIA/DOE ANEEL BACEN Análise Abrace
Câmbio 2007 à R$ 2,11/US$
Inclui impostos
África do Sul Alemanha Canadá Coréia do Sul Estados Unidos Rússia México Brasil
EE no Brasil: Entre as mais caras do MUNDO!!!
Constatação: modelo actual de regulação envolve subsídios cruzados que podem comprometer a competitividade da economia.
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 4
ESTUDO SOBRE ADEQUAÇÃO DA ESTRUTURA TARIFÁRIA AOS CUSTOS POR NÍVEL DE TENSÃO
•Metodologia: locacional para Redes A2 e A3 (69kV). Base: custos de O&M e custos de facturação da CEMIG (MC&E, Junho 2008)
Conclusões do Estudo
Para os dois consumidores avaliados, as tarifas pela metodologia locacional deveriam ser
aproximadamente 30% menores que as tarifas conforme a metodologia vigente.
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP
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Estudo ABRACE Estudo ABRACE (caso CEMIG) (caso CEMIG)
Desta forma é possível verificar o tamanho das distorções existente em apenas um componente tarifário.
O mesmo tipo de distorção também foi avaliado no componente de O&M.
Constatações & Paradoxos 1. Concessionárias de distribuição integradas em “holding groups”?
Maximização ganhos empresariais de comercializadoras e/ou geradoras do mesmo grupo
“unbundling” insuficiente? 2. Obstáculos legais/ regulatórios à migração para o mercado livre!!
Distribuidoras: Manutenção de uma base “estável” da Rt de fornecimento é fundamental para a gestão financeira!
3. Obstáculos legais/ regulatórios à migração para o mercado livre!! Porém… Grande consumidor (industrial) não tem tido vantagem significativa em estar no mercado livre de electricidade devido a
distorções na tarifa de fio PARADOXO!
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 7
EU: O que aprendemos nos últimos 20 anos …
• Sobre a reestruturação do mercado eléctrico
• Sobre a Regulação da distribuição
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 8
Sobre a reestruturação e liberalização do sector eléctrico ( e g.n.)
• 1988 – Proposta MIE
• 1991 ‐ ATR • 1996 ‐ Directiva 96/92/EC‐ REGRAS COMUNS/ ACCOUNTING
UNBUNDLING da geração e comercialização em relação às operações de rede
• 1998 ‐ liberalização do mercado eléctrico
• 1999 ‐ abertura de mercado a consumidores › 40GWh
• 2000 – abertura mercado para consumidores › 20GWh
• 2003 – abertura mercado consumidores › 9GWh/ Directiva 2003/54/CE: REGRAS COMUNS PARA GERAÇÃO, TRANSMISSÃO, DISTRIBUIÇÃO E FORNECIMENTO / LEGAL UNBUNDLING
• 2007 – abertura TOTAL do mercado
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 9
• Directiva 1996: unbundling contabilístico requisito mínimo exigido.
• Risco: é sempre possível alocar custos indevidamente em vantagem para a companhia.
Actividades comuns com custos partilhados permitem alocação desproporcionada desses custos ao
negócio de rede
Economias de escala
ACCOUNTING UNBUNDLING
sabel Soares (CEF.UP/FEP)
Ø Rede tem que ser propriedade de uma companhia cuja única actividade é a operação e propriedade da rede.
Ø CONTUDO: a companhia pode ser uma subsidiária de uma Holding que também é proprietária de companhias de geração ou de comercialização.
Ø Problema de alocação indevida de custos não deveria acontecer porque: companhias legalmente independentes devem ter RH, edifícios e
procedimentos separados. PORÉM……
Directiva 2003: “unbundling “legal como requisito mínimo exigido.
Isabel Soares (CEF.UP/FEP) 11
COMO COMPANHIAS REGULADAS E NÃO‐REGULADAS ESTARIAM SOB A MESMA ENTIDADE PROPRIETÁRIA…
HAVERIA AINDA UM INCENTIVO POR PARTE DA HOLDING para que a companhia de rede tratasse a empresa de geração ou de comercialização pertencendo à mesma holding, de forma preferencial em relação às outras empresas (não pertencendo ao grupo).
“Unbundling” Legal…
Isabel Soares (CEF.UP/FEP) 12
III Pacote: proposta da C.E. em Setembro 2007/ Aprovação Maio 2009 (compromisso)
• Separação da propriedade ( Ownership Unbundling”)
• ISO – Independent System Operator
• ITO – Independent Transmission Operator (França, Alemanha,…)
• Oportunidade perdida (mesmo no caso de ITO)?
1. Baixa rentabilidade dos activos,
2. controlo mto reduzido dos activos,
3. forte regulação sobre toda a holding….
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 13
Consumidores Industriais: diferentes experiências/ O que há em comum?
1. Mais escolha ‐ fornecedor; produto (electr./g.n.): Escandinávia, Alemanha, RU.
2. Mercados do dia‐seguinte geralmente funcionam bem.
3. Demand‐side management mais fácil mas ainda insuficiente.
4. Maior controlo regulatório das tarifas de rede
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 14
Consumidores Industriais: diferentes experiências/ O que há em comum?
1. Problemas de Poder de Mercado (França, Alemanha, Bélgica, Portugal ,…)
2. Insuficiente integração dos mercados a nível europeu.
3 . Desenho de mercado: há dúvidas se o sistema de preços uniformes de transmissão será preferível ao “nodal pricing”, em termos de bem‐estar, de sinalização do investimento e de menor vulnerabilidade face ao poder de mercado.
4 . Desenho deficiente do ETS ( Emissions Trading Scheme)
PREÇOS INACEITAVELMENTE ALTOS!!!!
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(RU) ‐ EIUG‐Energy Intensive User’s Group
q Preços: 30% acima dos preços em França e Alemanha.
q Estrutura de mercado eléctrico desencoraja concorrência !!! Poucos players independentes, especialmente varejistas. Flutuações no mercado atacadista impedem entradas no mercado.
q Companhias com activos na geração conseguem realizar grande parte do lucro aí. Negócios exclusivamente de rede com dificuldades.
(Alemanha) – VIK‐ Verband der Industriellen Energie und Kraftwirtschaft
q Preços altos e não explicados pelo aumento preço combustíveis.
q Poder de mercado: 4 grandes produtores controlam 90% da capacidade de geração e suas empresas associadas no segmento comercialização!
q Taxas de acesso à rede altas e continuam a subir. Subsídios‐ cruzados e descriminação ( oligopólio verticalmente integrado).
q Significativo decréscimo no investimento na rede/forte limitação das transacções transfronteiriças.
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP
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Regulação da Distribuição
Ø2000 – 8 países da EU‐15 não faziam análise de benchmarking.
Ø2007 ‐ 5 países continuavam a não o fazer.
ØO método mais utilizado é o DEA (Data Envelopment Analysis), seguido do COLS (Corrected Ordinary Least Square).
ØContudo: há muito interesse no SFA (Stochastic Frontier Approach) que pode, por vezes, produzir resultados diferentes e complementares(*).
(*)Farsi and al. (2005) Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 20
Regulação do negócio da distribuição na EU: a importância do benchmarking
• Objectivo: mitigar a assimetria de informação relativa aos custos.
• Permite ao regulador classificar as empresas entre si
• Resultados do benchmarking são APENAS apoios à decisão, e nunca os únicos.
• Que tipo de relação existe entre o modelo de regulação e a utilização da análise de benchmarking?
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de preços (price‐cap e revenue‐cap)
REGULAÇÃO dos custos (taxa de retorno e cost‐ plus)
• EM AMBOS OS CASOS: FÓRMULAS INCLUEM INCENTIVOS P/AUMENTO DE EFICIÊNCIA DAS EMPRESAS (REGULADOR IMPÕE REDUÇÃO PREÇOS/RECEITAS OU CUSTOS POR UM FACTOR DE EFICIÊNCIA).
• BENCHMARKING USADO PARA ADAPTAR, O MELHOR POSSÍVEL, DE ACORDO COM O SECTOR E AS CARACTERÍSTICAS DA EMPRESA, OS VALORES DESSE FACTOR (DE EFICIÊNCIA).
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O que aprendemos? Para onde vamos?
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A reestruturação/liberalização trouxe preços mais altos. Porquê?
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• Fornecedores: “culpa” é do aumento dos custos dos combustíveis. • Contudo: isso apenas explica uma fracção do aumento.
vMudanças estruturais na forma como os preços são calculados Antes: taxas calculadas com base no custo médio do serviço.
Nos mercados reestruturados: preços (administrativamente) determinados pelos “custos marginais” ( um “quebra‐cabeças” para o regulador em mercados, quando muito, oligopolistas! )
O QUE APRENDEMOS (ou ainda não!) v Elevada concentração de mercado e (ainda) muita
integração vertical comprometem a concorrência e prejudicam consumidores (mesmo com CLP).
v Os leilões de preço uniforme (preço único)p/ equilibrar S e D no mercado spot garantem mesmo o custo mínimo? Mesmo em duopólio ?
v Contratos forward de l.p. são ainda insuficientes.
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 29
O QUE APRENDEMOS v CLP muito dependentes da estrutura de mercado…
necessária intervenção do regulador sectorial europeu e da Autoridade Europeia da CONCORRÊNCIA
v Intervenção estatal nas tarifas reguladas cria desequilíbrios e não promove a eficiência (caso TARTAM)
v Pouca transparência e cooperação entre mercados regionais prejudica consumidores (negociação de taxas e de contratos)
v Entidade Reguladora – Mais Poderes. REFORÇO DA LEGISLAÇÃO EUROPEIA.
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 30
PARA ONDE VAMOS?
v CRISE ECONÓMICA OU NECESSÁRIO MUDAR DE PARADIGMA?
• O REGRESSO ÀS TARIFAS SOCIAIS (EX: RU – p/ consumidores que gastem › 1/10 da R em energia).
NB: Europeus gastam, em média, 5.7% do seu orçamento em energia (a maior parte em electricidade)
v REFORÇO DA REGULAÇÃO A NÍVEL EUROPEU E NACIONAL.
vMoeda de troca” da aceitação de OU/ISO/ITO: reforço/monitorização/intervenção aumento direitos do consumidor: facturação, comparabilidade de ofertas, práticas comerciais, facilidade de mudar fornecedor g.n. e electricidade..
v Fim das tarifas reguladas.
v Smart grids/apoio fornecedores na eficiência energética Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 31
OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO!
Maria Isabel Soares, CEF.UP/FEP 32