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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018

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Prezados amigos, leitores e colaboradores.

Enquanto os poloneses se preparam para a chegada da estação mais fria do ano, é primavera no Brasil, e a capa Wiosna da artista plástica Everly Giller foi produzida especialmente para esta edição. A primavera, enquan-to metáfora de estados subjetivos e também coletivos, é tema do artigo de Luiz Henrique Budant, sobre a literatura polonesa.

Neste número VII do Boletim TAK! prestamos uma homenagem ao que-rido Cônsul Marek Makowski, que parte no final deste mês para a Polônia. Contamos também com a colaboração da historiadora Neli Teleginski fa-lando sobre seus antepassados poloneses em Irati, no Paraná. Na Foto do Mês, recebemos uma imagem inédita de Jacek Borowski, que foi o único habitante insone de Varsóvia, a retratar em plena madrugada a invasão de OVNIs sobre a cidade. Nesses dias que começam cheios de sol e de perfu-mes, inspire-se no link abaixo, ouvindo Wiosenny Walc "A Valsa da Prima-vera", de Chopin. Desejamos a todos uma boa leitura!

https://www.youtube.com/watch?v=a0hFZPvanMsIzabel LIVISKI

Diretora de redação.

AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASILNúmero 7 - Setembro / Outubro 2018EXPEDIENTE: Diretora de Redação: Izabel LiviskiProjeto Gráfico: Axel GillerDiretora Comercial: Everly GillerRevisão: Mariano KawkaCorrespondente Internacional: Everly GillerAssistente Administrativa: Ieda Port

REALIZAÇÃO: Casa da Cultura Polônia Brasil

APOIO:BraspolConsulado Geral da República da Polônia em CuritibaCreare Missão Católica Polonesa no BrasilNexo DesignAxel Giller - Design, Illustration, Motion

[email protected]

Convidamos os interessados a anunciar suas empresas e seus produtos em nosso boletim. Consulte nossa tabela de pre-ços promocionais pelo e-mail:

Fonte da imagem: https://soparafalardeflores.wordpress.com/tag/flores-seres/

Wiosna. Por: Everly Giller. 2018

CapaEverly Giller é catarinense de Caçador. Em 1983 formou-se em Pin-

tura e Licenciatura em Desenho na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (EMBAP). Mais tarde com o apoio do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, cursou por 2 anos o ateliê de Gra-vura em Metal da Academia de Belas Artes em Cracóvia. Atuando desde 1980 com produção em pintura e gravura, a artista já parti-cipou de mais de 120 mostras individuais e coletivas, e suas obras encontram-se em mais de 15 acervos, de museus a colecionadores. Suas obras são permeadas de simbologia e de elementos poéticos. Seus avós nasceram na Polônia e por isto a artista tem uma estreita ligação com a cultura polonesa. É uma das fundadoras da Casa da Cultura Polônia Brasil e em 2015 concluiu o Curso Superior de Letras – Polonês na Universidade Federal do Paraná (UFPR).

EDITORIAL

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Visita Ilustre ao Paraná: Deputado Jan Dziedziczak

No período de 24 a 30 de agosto o de-putado polonês Jan Dziedziczak visitou a comunidade polonesa em Curitiba e no estado do Paraná. Nos anos 2015-2018 ele ocupava o cargo de Vice-Ministro das Relações Exteriores da República da Polônia, responsável pelos assuntos da comunidade polonesa no exterior, diplo-macia pública e cultural, e consulares.

O deputado veio a convite dos padres poloneses da Congregação Sociedade de Cristo, que comemorou em agosto os 60 anos de sua missão na América do Sul. Além de participar desse evento, o de-putado veio para visitar e conhecer um pouco a comunidade polonesa no Sul do Brasil. Durante 6 dias visitou Curitiba, Araucária, junto com as colônias polone-sas Tomás Coelho e Cristina, São Mateus do Sul, Rio Claro do Sul e a Colônia Dom Pedro II em Campo Largo. Ele se encon-trou com os representantes da comuni-dade polonesa no Brasil nas localidades que visitou e com os presidentes das or-ganizações polonesas da região, como:

BRASPOL, Sociedade Kościuszko, Casa da Cultura Polônia Brasil, Sociedade Piłsuds-ki, Sociedade União Juventus e Sociedade Abranches. Participou também da inau-guração da exposição de Irena Palulis, artista plástica com origens polonesas, e visitou a exposição sobre Paulo Lemins-ki no Palácio Iguaçu. Esteve na Câmara Municipal de Curitiba, depositou flores no monumento do “Semeador”, na Praça Eufrásio Correia, e no busto de Sebastião Edmundo Woś Saporski, o Pai da Imigra-ção Polonesa para o Brasil, localizado em frente à Igreja de Sant’Ana em Abranches, homenageando dessa maneira toda a co-munidade polonesa.

O deputado Jan Dziedziczak ficou en-cantado com as colônias polonesas e sua comunidade. Em todos os lugares ressaltou a urgente necessidade de se to-marem providências, tanto por parte da Polônia, como por parte da comunidade polonesa no Brasil, para resgatar e man-ter a cultura polonesa e suas tradições, o conhecimento da história da Polônia,

bem como o ensino do idioma polonês. O deputado estava acompanhado pe-

los representantes do Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba, responsável pela organização da visita, com o Sr. Cônsul-Geral Marek Makowski, e pela encarregada de negócios da Em-baixada da Polônia no Brasil, Sra. Marta Olkowska.

Dorota ORTYNSKA Vice-Cônsul.

Paulo Cesar KOCHANNYSecretário Consular para assuntos polônicos.

Consulado Geral da República da Polônia em Curitiba

Fotos: Mário Santana e Izabel LiviskiDurante todo esse percurso da visita do De-

putado Jan Dziedziczak, centenas de fotos fo-ram realizadas. Resumimos com três registros para os leitores do TAK! simbolizando momen-tos importantes desse encontro.

Almoço no Restaurante Nova Polska, o anfitrião Luan Marcel de Souza recebeu a todos com solicitude.

Homenagem ao visitante na Câmara Municipal de Curitiba, iniciativa do Vereador Tito Zeglin.Flores no monumento do “Semeador”, na Praça Eufrásio Correia,

Vereador Tito Zeglin e Deputado Jan Dziedziczak.

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LITERATURA - "MARCA PÁGINAS"

Chegou a primavera

A primavera começou oficialmente no dia 22 de setem-bro. Saindo dos calendários e entrando na literatura/linguagem, primavera é uma metáfora bastante antiga e usada. Todos já ouvimos falar em “primavera árabe”, em “primavera de Praga” e em “primavera dos povos”. Em comum, todos foram movimentos de contestação, trouxeram consigo a tentativa de criar algo novo (após o inverno, também uma metáfora...). Ultimamente, saí-mos do signo da primavera e a metáfora dominante – e amplamente conhecida – é aquela de que “o inverno está chegando”.

Gostaria, nesta edição, de trazer dois exemplos de quando a primavera emprestou sua potência à literatura polonesa.

O primeiro caso que me vem à memória é um poema de Jan Lechoń (1899-1956), cofundador da revista literária Skamander e um dos principais nomes da poesia polone-sa daqueles tempos. Em um poema intitulado Herostra-tes (Heróstrato, em nossa língua, teria sido o responsá-vel pela destruição do Templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do mundo), diz o poeta: “e na primavera – a primavera, não a Polônia, eu veja”.

O que isto pode significar?Apesar do título, creio que o poeta não tivesse inten-

ção alguma de atear fogo (metaforicamente ou não) em seu país. Analisemos brevemente o contexto em que o poema foi escrito.

O ano era 1922. A Polônia havia recém-conquistado sua independência e, novamente, um lugar no mapa das na-ções livres. Herostrates é o primeiro poema de seu livro de estreia, então havemos de concordar ser ele bastante significativo. Nele, o poeta polemiza com grandes temas da literatura imediatamente anterior (o patriotismo, por exemplo) e afirma, no último verso, que ou reduzirá tudo a pó, ou despertará a Polônia.

Em um contexto assim, podemos ler o verso mais fa-moso do poema como uma defesa da liberdade artística e criativa em detrimento do dever patriótico de cantar a glória e o sofrimento da Polônia. Em 1922, a Polônia vivia uma breve experiência (democrática?) que se en-cerraria terrivelmente com a Segunda Guerra Mundial.

Jan Lechoń, bem como os outros poetas daquele perío-do, reivindicavam, pois, o direito de “enxergar a prima-vera” quando fosse primavera, não mais serem poetas a serviço da causa da restauração do Estado Polonês – já não havia mais razão para isto.

Lechoń morre em 1956, mesmo ano em que se inicia o “degelo de Khruschev”, após o longo inverno stalinista.

A primavera reaparece no ano de 1924. Refiro-me à obra Przedwiośnie (Antes da primavera; A primavera que está por vir), escrita por Stefan Żeromski (1864-1925).

Przedwiośnie é um período intermediário entre o in-verno e a primavera. A metáfora pode ser interpretada como “ainda não nos livramos dos problemas gerados pela tragédia das partilhas, mas a Polônia ainda chegará à sua primavera”.

A obra de Żeromski não figura entre meus livros favo-ritos. Importante, de fato, é ter sido envolvida em uma estranha polêmica neste ano de 2018. A obra foi escolhi-da para ser a “leitura do ano” dentro do projeto Narodo-we Czytanie, e 2018 é um ano importante: comemora-se o centenário da recuperação da independência da Polônia. Porém, por alguma razão, o presidente decidiu apresen-tar ao público uma versão resumida, cerca de 1/3 menor. Por que teria sido reduzida a primavera? Para o verão chegar mais cedo?

Oxalá não chegue o inverno: nem lá, nem cá.

Luiz Henrique BUDANTÉ bacharel em letras-polonês pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde deu aulas como professor substituto de 2015 a 2017. Traduziu o livro Aquele bárbaro sotaque polonês de Aleksandra Pluta, e se dedica à literatura polonesa e à tradução.

Fonte da imagem: http://www.ebc.com.br/noticias/meio-ambiente/2015/09/primavera-2015-comeca-nesta-semana-com-previsao-de-chuvas-mais-fortes

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MÚSICA

Vozes femininas da música popular polonesa – um guia subjetivo: Kora

“Escurece, pupilas famintas roubam restos de luz; Escurece, horizonte preto se põe na testa (...) você está partindo, sinto mas não choro.”

No último dia 28 de julho, o dia da eclipse lunar, uma grande parte da sociedade polonesa chorou perante uma partida. Muitos se sentiram órfãs da rainha do rock po-lonês que faleceu aos 67 anos deixando uma herança de quase 40 anos de música e de palavras.

Kora (primeiro nome verdadeiro Olga, conhecida sob o sobrenome do primeiro marido – Jackowska) estreou como vocalista e autora de letras de músicas da banda Maanam no ano 1976, porém o grande público teve a opor-tunidade de se admirar com a sua energia e extravagância quatro anos depois durante o famoso festival de Opole. A atmosfera sonolenta do festival e da cena musical polone-sa da época foi rasgada pelos riffs de guitarra com um quê de punk rock e um vocal corajoso que se aproximava mais a Patti Smith do que a outras vozes femininas daquele fes-tival. A letra de “Boskie Buenos” (“Divina Buenos”) que relatava uma entrevista tanto absurda com uma celebri-dade hispanofalante apaixonada loucamente pela capital de Argentina, devia ter soado surrealista para os polone-ses que na época nem podiam ter um passaporte em casa.

Essa apresentação marcou, na opinião de vários jorna-listas, o começo de uma nova era no rock polonês. Não que não tivessem existido outras bandas de rock alternativo na Polônia, mas nenhuma delas conseguiu conquistar a mídia polonesa de maneira que a Maanam o fez. A música

deles, por muitos considerada selvagem e descontrolada, entrou para a televisão polonesa para ficar e com ela a imagem de Kora – uma mulher carismática, forte e segura de si no mundo do rock polonês dominado por homens. Por um lado, a música da Maanam destoava da realidade polonesa da época, marcada pelas “casas entre centenas de outras casas com portas cinzas, com sacadas cinzas”. Por outro lado, os sons rítmicos de guitarras na voz incon-fundível de Kora se tornaram uma parte inseparável do dia a dia daquele país nos anos 80, denunciando as arma-dilhas da vida na sociedade não somente daquele tempo: “uma miragem de criação, uma ilusão de existência; quan-to mais alto se pula, mais perto do fundo”.

Kora era considerada por alguns uma pessoa contro-versa, pois não escondia suas opiniões políticas e, como a mesma disse em uma canção, “tinha seus caminhos si-nuosos, seus corredores de toupeira”. Não queria se en-quadrar nas regras com as quais não concordava. Desa-fiava a “espiral de medo que gira nas nossas cabeças (...), a máquina educadora”. Talvez por isso, a morte dela fosse sentida por alguns como a partida de um ícone da liberda-de e da democracia.

No entanto um dos temas principais das músicas da Maa-nam era o amor: “insaciável, sempre insaciável” que ocorre nos lugares “onde se trai somente uma vez”, mas também aquele que lembra “um pomar primaveril quente e sonolen-to”, aquele das “noites insones de amor”, aquele realizado e simples no qual “você é meu sol e eu sou seu firmamento”.

O partir dos anos 90 a Maanam se acalmou musicalmen-te, substituindo os sons cortantes do punk rock pelas notas mais próximas ao blues ou até pop, porém nunca perdeu sua originalidade e o amor do seu público. Entre os seus vários hits dessa época quero mencionar um – “Nic dwa razy” (“Nada duas vezes”), graças ao qual mesmo aqueles que não gostavam de poesia aprenderam de cor o poema de Wisława Szymborska que constituía a letra dessa música.

Três anos após a separação da Maanam no ano 2008, Kora gravou seu álbum solo “Ping Pong” no qual cantou “perdi a língua e a vontade da agir, estou cinza, sou filha de pedra” – palavras que contrastam com os sons ener-géticos de guitarras que lembram o início da atuação da Maanam. A enorme comoção com a morte de Kora na Po-lônia mostrou que a artista não perdeu a língua, pois as suas músicas e suas letras continuam vivas nos corações e nas mentes de seus fãs. Afinal: “Trawa wciąż jeszcze zie-lona. Moja miłość jest szalona”.

Alicja GOCZYLA FERREIRANatural de Gdańsk na Polônia, reside no Brasil desde 2005. É professora de língua e literatura polonesas no Curso de Letras-

Polonês da UFPR. Pesquisa a língua polonesa no Brasil, a sua história e o seu estado atual.

* As citações foram retiradas das seguintes músicas da Maanam (por ordem de aparição): “Się ściemnia”, “Szare miraże”, “Raz-dwa raz-dwa”, “Nie poganiaj mnie, bo tracę oddech”, „Bądź taka, nie bądź taka”, „To tylko tango”, „Lucciola”, „Kocham Cię, kochanie moje”, „Po to jesteś na świecie”, „Nie jestem biała, nie jestem czarna”, „Ta noc do innych jest nie podobna”. Foto de Kora postada pela artista no Facebook, 2018.

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II Festival de Corais Polônicos do Brasil

A BRASPOL do BRASIL fundada em 27 de janeiro de 1990, com sede em Curitiba-PR, é uma organização representativa da comunidade brasileira de origem na imigração polonesa, sendo um movimento de aglutinação das centenas de locali-dades onde vivem os descendentes da imigração, bem como das associações e sociedades existentes, num sentido confe-derativo, para representar tais unidades comunitárias com suas atuais necessidades mostrando também o seu trabalho, suas realizações, conquistas, tradições, costumes e cultura.

Evidenciamos com um breve relato a seguir, com a vinda da primeira leva imigratória ao Brasil, que chegou em 1869 à cidade de BRUSQUE-SC, onde no próximo ano, estaremos comemorando os 150 ANOS dessa grande e histórica data. Ao mesmo tempo neste ano de 2018, comemoramos os 100 Anos da recuperação da independência da Polônia.

São elementos históricos que queremos registrar com vo-zes polônicas, como testemunho da presença dos descenden-tes da imigração polonesa no Brasil, e assim, com este gesto enaltecer o passado histórico, preservando o presente e con-tribuindo para o imenso mosaico cultural do Brasil.

Assim, a BRASPOL do Brasil, com a colaboração com o Con-sulado Geral da Polônia em Curitiba e apoio da Paróquia San-to Antônio de Orleans- Curitiba-PR, promoveu o II FESTIVAL, agora já de âmbito nacional, tendo em vista que este evento, re-trata a preservação dos valores culturais, herdados dos nossos antepassados, que vieram em busca de pão e liberdade.

O principal destaque deste Festival aconteceu com a presen-ça marcante do Coral Karolinka da cidade de São Mateus do Sul-PR, do Grupo de Cantos Família Kuskowski, da cidade de Joinville-SC, e do Coral João Paulo II, da cidade de Curitiba-PR.

Vale a pena ler abaixo o histórico de cada um deles, todos com seu méritos e brilhante exemplo de demonstrar o amor e gratidão à pátria de onde nasceram seus antepassados e a fé inquebrantável à Virgem Morena, Nossa Senhora de Czes-tochowa.

Chór Karolinka - São Mateus do Sul/PR

Fundado em 2013, como uma atividade do projeto "Co-nhecendo a Cultura Polono Brasileira", patrocinado pela Petrobrás e governo Federal. A intenção era fornecer aos bailarinos do grupo Folclórico Polonês Karolinka formação básica de canto para aperfeiçoamento das apresentações de danças. Porém o coral acabou seguindo um caminho paralelo às apresentações. Em poucos meses de ensaios, convites para participação do coral em missas e outros eventos poloneses tornaram se frequentes.

Em 2015, com um novo projeto intitulado Tradição em Mo-vimento, também patrocinado pela Petrobras e Governo Fe-deral, o coral tornou-se aberto à comunidade São Mateuense. Hoje o coral conta com mais de 20 vozes, divididas em sopra-nos, contraltos, tenores e baixos. Desde a sua fundação, parti-cipou de vários eventos na região Sul do Brasil. Em agosto de 2016 fez parte da programação da casa de Cultura Polonesa

organizada pelo Polski Komitet Olimpijski, durante as olim-píadas do Rio de Janeiro. Já dividiu o palco com o coral e or-questra do Zespół Pieśni i Tańca Ziemia Bidgowska e Zespół Pieśni i Tańca Politechniki Warszawskiej.

Repertório: MAM CHUSTECZKĘ HARTOWANĄ, PIJE KUBA DO JAKUBA, HALLELLUJA, ZIELONY MOSTECZEK, HEJ BYSTRA WODA, CZERWONY PAS.

COMPONENTES QUE SE APRESENTARAM: Alberto Panek, Aloisio Ponchek, Elenyr dos Santos Janoski, Evaldo Drabecki, Fernando Wander, Irio Miguel Janoski, Iris do Santos Janoski, Ivana Lima, Jonathan Osinski, José Sultowski, Kelly Jabłonski Shmidt, Leonardo Staniszewski, Maristela Panek, Neli Paneck Lewandowski, Seres Maria Moretti, Simone Wieczorkowski, Vera Vicari. REGENTE: Regina Trinco Santos MÚSICOS: Aloi-sio Ponchek, Jean Francisco Pereira Correia DIRIGENTES: Irio Janoski/ Iris Janoski

Grupo de Cantos Família Kuskowski - Joinville/SC

O Grupo não tem uma data de fundação, mas sim uma tradi-ção de família. A história iniciou há 128 anos, em 1890, quan-do os avós vieram de Kuskowo-Polônia para o Brasil. Em sua bagagem trouxeram poucos materiais, mas em seu coração trouxeram um tesouro completo, composto de fé, esperança e amor. Ensinaram aos seus filhos Cantos, e o Grupo de Cantos, como Fmília Kuskowski, continua cantando e mantendo essa tradição de família.

Repertório: SKORO TYLKO, MATCE BOŻEJ, ZE WZGÓRZ CZESTOCHOWY ,MY CHCEMY BOGA, JUŻ GOŚCI CHRYSTUS.

COMPONENTES QUE SE APRESENTARAM: Aluis Kusko-wski, Cecília Kuskowski Wilke, Joana Hafemann Kuszkowski, José Kuszkowski, Maria Kuskowski Sales, Valério Kuskowski. REGENTE: Afonso Kuskowski. MÚSICOS: Afonso Kuskowski Junior (Violão/Guitarra), Valério Kuskowski (Acordeon)

Coral João Paulo II - Curitiba/PR

Fundado em 28/10/1928, teve origem no conjunto coral das Irmãs Franciscanas da Sagrada Família e depois transforma-do na Sociedade dos Cantores de Santo Estanislau. Em 1957, passou a denominar-se Coral Santa Cecília, e em 1980, acon-tece a união com o Grupo Folclórico Polonês do Paraná para saudar a visita de sua Santidade o Papa João Paulo II em Curi-tiba, recebendo então a atual nominação. Regido inicialmente pelo musicólo Pe. Estanislau Trzebiatowski, que o estruturou a quatro vozes mistas, atual característica do Coral, seguindo pelos regentes: Pe. Alexandre Rosiecki, em 1931 assume a re-gência a Senhora Helena Skalski, que permaneceu até a idade de 103 anos, como cantora e regente. Sucederam-na Pe. José Zając, professor e maestro João Kozak e em 1991 a maestrina Maria Helena Kozak Kantor, assumiu a regência e atua bri-lhantemente até os dias de hoje.

Foi declarado de Utilidade Pública pela Lei Municipal n°10026/2000 de 12/12/2000. O Coral participa ativamente de todos os eventos de tradição religiosa da etnia polonesa e eventos em comemorações às datas cívicas do Estado do Paraná e da Polônia. Apresentou-se há mais de 50 anos, nos Festivais Folclóricos de Etnias promovidos pela Secretária de Cultura do Estado do Paraná, no Teatro Guaíra em Curitiba, com o Grupo Folclórico Polonês do Paraná – WISȽA. Ainda, junto ao Grupo Folclórico Polonês do Paraná, apresentou-se

COTIDIANO

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COTIDIANO

em vários teatros do Brasil, como o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Maracanãzinho –RJ, Teatro Municipal de São Paulo e Teatro Nacional de Brasília. Representou o Paraná e o Brasil, nos anos de 1994, 1997, 2003, 2009, e 2012, como o único con-vidado da América Latina no Festival Mundial de Corais Polô-nicos, realizados em Koszalin – Polônia. Os ensaios são reali-zados todas as terças-feiras, às 20h00, no salão paroquial da Igreja Santo Estanislau, na Rua Emiliano Perneta, 463, Centro Curitiba-PR, e, atualmente, participa no terceiro domingo de cada mês, na missa das 09h00 celebrada em polonês e 10h15 em português.

Repertório: OSTATNI MAZUR, Autor: - Ludwig Ksawery Łu-bieński – (1839-1893), Música: - Fabian Tymolski – (1828-1885). PIEŚNI ŚLĄSKIE, Autor: - Józef Lompa – (1797-1863).KOŁY-SANKA, Autor: - Konstanty Ildefons Gałczyński – (1905-1953), Música: - Jan Adam Maklakiewicz – (1899-1954). UWOZ MAMO ROZ, Autor: - Edmund Mackoviak, Música: Mirosław Gałęski –(1903-1971).

COMPONENTES QUE SE APRESENTARAM: SOPRANOS - Deisi Everli Wor, Emília Piaskowski, Filomena W. Maciejewski, Irmã Geraldina – Leocádia Tartas, Lais Cristina Licheski, Maria de Lourdes Kuchenny, Sueli Siguel. CONTRALTOS - Ana Turek, Diolanda K. Schellin, Krystyna Tortato, Leoni Zeszutko, Valdi-via Giller. TENORES - João Lukaszewicz, Marcos Kieltyka, Segis-mundo Charneski, Vivaldo Kopp. BAIXOS - Felix Zeszutko, José Gorski, Mario Kieltyka. PRESIDENTE DO CORAL: José Gorski. MAESTRINA: Maria Helena Kozak Kantor. ORGANISTA: Esther Arce Loayza.

No final do evento, abrilhantaram unindo-se as vozes de to-dos os Coralistas e Cantores, com a canção: HYMN CHÓRÓW POLONIJNYCH - Muz. ZBIGNIEW KOZUB, Sł. TADEUSZ ŻU-KOWSKI, com a participação dos membros do Núcleo da BRASPOL de Colônia Orleans – Curitiba/PR, flamulando as

bandeiras do BRASIL, da POLÔNIA e da BRASPOL e a seguir cantando OTO JEST DZIEŃ, em agradecimento pelo Dia do Se-nhor e pela realização do evento.

A seguir, foi feita uma homenagem especial ao Coral João Paulo II de Curitiba-PR, pelos 90 anos de existência, cantando todos o STO LAT – Parabéns para Você!, entregando um Di-ploma de HONRA AO MÉRITO e um ramalhete de flores para a Maestrina.

Na sequência, foram entregues aos Presidentes e Dirigentes dos Corais e Grupo de Cantos, Certificados de participação a todos os seus componentes, e um DVD com registro do I Festi-val, aos Corais que participaram do evento anterior.

Foram arrecadados na entrada do auditório alimentos não perecíveis, destinados à Paróquia Santo Antônio de Orleans, para atender as famílias carentes da comunidade.

Na oportunidade foram feitos agradecimentos especiais à pessoa do Senhor Marek Makowski, Cônsul Geral do Consu-lado Geral da Polônia, ao Pe. Fabiano Szpisla, Pároco da Pa-róquia Santo Antonio de Orleans, ao Núcleo da BRASPOL de Orleans – Curitiba-PR, a todas as pessoas e empresas envol-vidas que colaboraram para a realização deste evento, e pela brilhante participação do Coral Karolinka, Grupo de cantos da Família Kouskowski e do Coral João Paulo II.

Sempre fica a esperança de novamente poder realizar um novo Encontro, um próximo FESTIVAL DE CORAIS, contan-do a com a presença destes Corais e de outros mais, inclusi-ve de outros estados. E, se tudo der certo, com expectativas de acontecer para o ano que vem, em 2019, o III Festival de Corais, para as comemorações dos 150 ANOS DA IMIGRAÇÃO POLONESA AO BRASIL no Estado de Santa Catarina.

Maria de Lourdes KUCHENNY Vice presidente da BRASPOL do Brasil pelo Estado do Paraná.

Apresentação dos Corais. Foto: Larissa Drabeski

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COTIDIANO

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ARTES

A arte do cartaz de Marcos Minini no Warsaw by Art

O fascínio pela beleza e expressividade do cartaz polo-nês, aliados a um grande talento, levaram o artista gráfico e designer curitibano, Marcos Minini, para o WARSAW BY ART, um evento que reúne várias galerias da cidade e tem como premissa a promoção da arte contemporânea e a construção da imagem de Varsóvia como uma metrópole culturalmente rica. Para Facciolla (2011), desde tempos remotos até hoje, a escola de cartaz na Polônia carrega estilos, metáforas e estética, narrando aspectos da vida social, política e cultural de seu país. Assim, por meio da poética de artistas e designers, são aprimorados códigos gráficos, que promovem diálogos reflexivos diante das mudanças que permeiam e transformam as sociedades. Marcos Minini, por meio dessa linguagem, suscita um modo particular de dialogar com o mundo:

“Em 1986 eu estava prestes a fazer vestibular para comunica-ção visual e, em julho, fui para a Polônia em uma visita cultural.

Nessa época o design já era uma certeza na minha vida, mas ao chegar em Cracóvia me deparei com as ruas e muros tomados por cartazes maravilhosos que anunciavam filmes, óperas, peças de teatro, exposições e tantas outras coisas. O regime político ainda

era fechado e a Polônia fazia parte da “cortina de ferro”, a censu-ra era forte e a liberdade de expressão quase nenhuma, mas os designers e artistas tinham encontrado no cartaz uma maneira inteligente e artística de expressar suas opiniões, sem que os cen-sores se dessem conta do que queriam dizer – acho que foi isso que moldou a dramaticidade e profundidade da escola polonesa de cartazes. Eu fiquei fascinado pela beleza e expressividade dessas obras de arte coladas nas paredes e, nesse momento, entendi que eu queria muito fazer isso profissionalmente.”

Em sua trajetória profissional, Marcos tem passagens por grandes empresas de design e comunicação e atual-mente gerencia seu próprio estúdio: Marcos Minini De-sign. Paralelamente desenvolve trabalhos de cartaz e identidade na área cultural. É sócio fundador do Clube de Criação do Paraná e da Prodesign>PR. Tem trabalhos pu-blicados em vários livros e revistas nacionais e interna-cionais, com premiações, trabalhos selecionados e expos-tos em eventos como a Bienal Brasileira de Design Gráfico da ADG, Clube de Criação de São Paulo, Bienal de Carta-zes do Irã, Bienal de Cartazes da China, Bienal Iberoame-ricana de Design, Bienal de Cartazes da Bolívia, Trienal de Cartazes de Sofia, Bienal de Cartazes da Itália, Bienal de Cartazes de Varsóvia, Bienal de Cartazes do México, Bienal de Cartazes de Lathi e Bienal de Design Gráfico de Moscou. Contato: www.marcosminini.com

A exibição WARSAW BY ART ficará até 31 de outubro de 2018, na Retroavangarda Gallery: Jerozolimskie Business Park – Aleje Jerozolimskie 146D, 02-305 Warsaw - Poland. http://retroavangarda.com/gallery-of-friends/albums/Marcos_Minini/.

Referências:PAIVA, Maria Eliana Facciolla. Breve histórico do cartaz polonês e seus

designers. Disponível em: http://www.ufrgs.br/alcar/encontros-nacio-nais-1/encontros-nacionais/8o-encontro-2011-1/artigos/Breve%20histo-rico%20do%20cartaz%20polones%20e%20seus%20designers.pdf/view. Consulta em: 02 out. 2018.”

Mari Ines PIEKAS Designer, ilustradora e artista plástica. Fez estágio de pós-graduação na Academia de Belas Artes de Varsóvia. Doutora em

Artes Visuais e vice-presidente da Casa da Cultura Polônia Brasil, em Curitiba.

Marcos Minini na Retroavangarda Gallery, 2018. Foto: Camila Maron.

Pequena Polonaise Do pouco que sou

a partir do muito que és,minha esperança inata

é tua herança polaca também.

De onde acaso estouescrevo memórias de través,

vivo o banzo de Chopintranscrito na Polonaise.

Claudio BOCZONArtista plástico, poeta e polaco – não necessariamente nesta ordem. “Aniołek” – arte a partir de imagens da Colônia Thomas Coelho.

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 10

Os Arquivos sobre os poloneses no Brasil

Nos dois últimos textos da coluna Conexão história, memó-ria e identidade, do Boletim TAK!, tratamos dos dois maiores acervos documentais sobre os poloneses no Brasil, o Arquivo Edmundo Gardolinski, de Porto Alegre e o Arquivo dos padres vicentinos, de Curitiba. Estes são locais especializados para sal-vaguarda da história e memória polonesa no Brasil, no entanto, outros espaços e arquivos são responsáveis por conservar e disponibilizar fontes e documentos sobre a imigração polonesa no país, e queremos tratar um pouco sobre eles.

O primeiro a ser evidenciado é Acervo da Sociedade de Cris-to, em Curitiba. Pertencente à Congregação Católica, fundada na Polônia, que o nomeia, recebeu documentos do professor Ruy Wachowicz e conta com biblioteca com obras e documen-tos vinculados à comunidade polonesa, os quais serviram a di-versos padres pesquisadores.

Outra entidade relacionada à Igreja Católica é o Museu dos Capuchinhos (Muscap), em Caxias do Sul, o qual conta com fontes dos frades poloneses ou de origem polonesa, que pes-quisaram esse grupo étnico no Brasil. Parte da documentação do frei Alberto Stawinski, que escreveu sobre os poloneses no Rio Grande do Sul, localiza-se nesse acervo, que está muito bem organizado e com acesso à pesquisa.

As entidades mantidas pelo poder público podem, igualmen-te, ser um local profícuo para a busca de documentos sobre o grupo polonês. No Rio de Janeiro, temos o Arquivo Itamaraty, que guarda documentos relacionados à diplomacia brasileira até os anos 1960, data a partir da qual é Brasília que recebe os arquivos. Neste acervo está toda a troca de correspondências, notas, ofícios e telegramas entre a diplomacia brasileira na Po-lônia e com os diplomatas poloneses no Brasil (incluindo os do-cumentos reservados, secretos, confidenciais e ultrassecretos, que já cumpriram o prazo para sua abertura).

No Arquivo Nacional do Rio de Janeiro há múltiplos docu-mentos ministeriais e de agências do governo referentes aos poloneses e à imigração. Os registros de chegada dos navios e quarentenas na Ilha das Flores estão todos disponíveis de for-ma digital na plataforma online do Arquivo e podem ser útil para recuperação de genealogias e história de família.

Igualmente, de forma digital, é composta a Hemeroteca da Biblioteca Nacional. Esta conta com um grande acervo de pe-riódicos brasileiros, muitos dos quais de regiões de ocupação polonesa, tendo, portanto, assuntos e notícias vinculadas às colônias e aos poloneses de maneira geral. Esses periódicos po-

dem ser pesquisados por palavras-chave encontradas no seu conteúdo.

Os Arquivos Públicos estaduais, sobretudo o do Paraná (em que há o acervo fotográfico de Ruy Wachowicz), guardam as fontes das secretarias dos governos e departamentos responsá-veis pela colonização, sobretudo a partir do período da Repúbli-ca (1889). Ademais, arquivam alguns dados do DOPS, a polícia política, que durante a Era Vargas (1930-1945), em especial a partir da Campanha de Nacionalização (1938-1945), perseguiu estrangeiros, dentre eles, os poloneses e suas instituições. A pro-cura pode ser feita por fichas nominais ou pastas temáticas. Nes-te mesmo âmbito temos as bibliotecas públicas, as quais podem, eventualmente, também ter documentações sobre o grupo polo-nês, como livros, periódicos e mesmo fotografias.

Na esfera municipal, os Museus e Casas de Memória das cidades com presença polonesa podem trazer dados sobre histórias da colonização, as famílias imigradas, o processo de pioneirismo e de socialização nas colônias, além de diversos objetos como instrumentos, utensílios, recordações, ou ain-da, documentos escritos como jornais, cartas, etc. (a exemplo a Casa Romário Martins e o Memorial da Imigração Polonesa em Curitiba ou o Museu Etnográfico de Cruz Machado). Al-guns museus privados de instituições (sejam étnicas ou não) podem também ser locais importantes de pesquisa sobre a comunidade polonesa (como o IPPUC ou a Sociedade Juventus e Sociedade Tadeusz Kosciuszko, todas em Curitiba, e mais re-centemente, a construção do acervo da Casa da Cultura Polô-nia-Brasil, com o recebimento de parte do arquivo do professor Ruy Wachowicz).

Não podemos deixar de lado os arquivos pessoais e familia-res, de mais difícil acesso, mas que podem ser espaços de sal-vaguarda de documentos raros relacionados à família daquele que os arquiva (com fotos, álbuns, cartas, utensílios e objetos, etc.), ou mesmo pessoas interessadas em conservar um acervo de materiais para garantir sua sobrevivência ao passar do tem-po e permitir o acesso de pesquisadores.

Incluímos, nesta perspectiva, os depoentes orais, imigrantes e descendentes, que através de suas falas, podem trazer muitas informações importantes ou versões paradigmáticas acerca da imigração, colonização e etnicidade polonesa no Brasil (algu-mas entrevistas estão em acervos especializados, como o Labo-ratório de História Oral da PUCRS).

Em suma, estes espaços mencionados são apenas alguns exemplos de locais onde é possível encontrar fontes para a escri-ta da história da imigração e colonização polonesa no Brasil, para historiadores profissionais e diletantes, que se interessem pela temática. Quem tiver informações de outros espaços ou locais de memória da comunidade polonesa, por favor, entre em contato com o Boletim TAK!, pois assim estas informações podem ser repassadas através da nossa coluna para aqueles que desejam estabelecer estudos e pesquisas sobre essa temática.

A preservação da história e memória polonesa no Brasil é premente, diante de acontecimentos de grande infelicidade, como o incêndio do Museu Nacional no Rio de Janeiro, quando perdas irreparáveis apagam parte do passado. Sem fontes, não há história, sobra esquecimento.

Rhuan Targino Zaleski TRINDADEGraduado e Mestre em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, é doutorando em História pela Universidade

Federal do Paraná, atua na área de pesquisa sobre imigração, colonização e etnicidade polonesa no Brasil.

CONEXÃO HISTÓRIA, MEMÓRIA E IDENTIDADE

Museu Santana. Foto: Schirlei Freder

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201811

Escavando histórias, memórias e identidades polono-brasileiras

Com muita honra aceitei colaborar com este precioso boletim TAK!. Venho de uma casa de descendentes de poloneses da região de Irati-PR. Cresci entre narrativas dos meus antepassados contadas pela minha avó Eliza-beth Mierzwa Sobotka, que sempre guardou com muito cuidado retratos dos nossos ancestrais. As fotografias dependurados na grande sala de madeira, da casa ala-ranjada, rodeada das árvores frutíferas plantadas pelo “dziadzio” (vovô), são meu lugar de memórias favorito. Sempre que entro lá, meu olhar percorre cada imagem e minha imaginação reconstrói ideias sobre o passado da minha família. Um passado que sempre se atualiza, a cada visita. Foi passeando pela sala da casa da “babcia” (vó) e ouvindo suas conversas e lembranças, durante as refeições, onde as narrativas se misturavam aos sa-bores da sua comida, que eu me interessei por estudar história e me debruçar sobre as memórias da imigra-ção polonesa. Eu senti que ali faltava alguma escrita. Eu sentia que tais lembranças precisavam ser preservadas e registradas. Ainda estudante da graduação não sabia bem quais histórias, pois elas são tantas e tão diversas. Eu sou bem curiosa e gosto muito de ler. Lembro mui-to bem que as primeiras revistas e livros que “li”, muito

antes de aprender a ler na escola, foram aquelas que es-tavam guardadas nas gavetas dos armários de madeira, que meu bisavô João Mierzwa havia construído com suas próprias mãos. Mãos de marceneiro e de leitor. Ele tinha uma marcenaria em Irati e uma carteirinha da bibliote-ca pública. Assinava também jornais e revistas da Polô-nia. Meu bisavô, segundo minha avó, foi um ávido leitor e ainda atuava no Clube Polonês da cidade. Uma das placas na entrada do clube atesta sua atuação na presidência. Estas foram minhas primeiras e mais valiosas heranças. As lembranças sobre meu bisavó, as palavras da minha vovó e os testemunhos do passado nas paredes da sala, tão bem dispostos e seguros nas paredes, como o retra-to enorme da minha bisavó Maria, com trajes típicos de um grupo folclórico que existiu na sua juventude. Sobre a marcenaria, restaram os belos armários de madeira maciça, algum caixote de guardar lenha e uma cópia de um alvará encontrado entre os amarelos livros de regis-tros da câmara municipal, que esta historiadora curio-sa se deparou numa dessas incursões aos arquivos. Que surpresa! Ainda criança, diante daquelas palavras polo-nesas lidas pelo bisavô eu questionava. Eu não sabia ler polonês e nem minha avó. Até hoje eu só ensaio a intimi-dade com a língua dos meus ancestrais. Confesso que te-nho dificuldades. Minha avó sabia falar a língua dos po-lacos. Eu sabia escutar suas histórias e fui ouvindo tudo que me diziam e entendendo algumas coisas. Mas eu sei também que mesmo sem saber ler polonês, aquelas revistas e aqueles armários, na mesma sala onde ficam os retratos, foram meus primeiros contatos com certa história da imigração polonesa. E foi ouvindo histórias de outras famílias e depois interpretando e escrevendo tantas memórias, que conclui meu doutorado em Histó-ria pela Universidade Federal do Paraná, com uma tese intitulada “Sensibilidades na cozinha: a transmissão das tradições alimentares entre descendentes de imigrantes poloneses no Centro-Sul do Paraná”, defendida em 2016. Uma tese que me deu a felicidade de uma menção hon-rosa no Primeiro Prêmio Eclea Bosi de História Oral em 2018, na Unicamp, por integrar a teoria e metodologia da História Oral na análise da memória e do patrimônio alimentar polono-brasileiro. Decidi contar a história dos sabores e das identidades atreladas ao saber fazer de tão deliciosa culinária que aquela região herdou também! Neste espaço aberto pelo Boletim TAK! desejo contri-buir com minhas memórias e histórias, assim como me-mórias e histórias da imigração e seus patrimônios, que tenho documentado e analisado nestes últimos anos. Me sinto em casa aqui!

Neli Maria TELEGINSKIHistoriadora e professora na Universidade Estadual do Centro-Oeste/UNICENTRO,

em Guarapuava e pela Secretaria de Estado da Educação SEED/PR. Realiza pesquisas sobre História e Cultura da Alimentação; memórias da imigração polonesa no Paraná e sobre o ensino de História.

HISTÓRIA

Meus avós Elizabeth e Aleixo Sobotka. Arquivo da família.

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 12

Residência Artística em SYPNIEWO Nos dias 02 a 10 de setembro de 2018 aconteceu no Hotel

Sypniewo em Margonin, na Polônia, uma residência artística na qual participaram 10 artistas entre os quais alguns polo-neses e italianos assim como 3 brasileiros - Juliana Kudlins-ki, Everly Giller e Silvio de Bettio - todos de Curitiba, Paraná.

A residência artística foi inciativa da Sra. Zofia Bracisze-wka diretora do Centro de Cultura Juvenil Janusz Korczak em Chodzież que está comemorando 50 anos e foi organi-

zada pela artista Magdalena Kacperszka, da Academia de Belas Artes “Władysław Strzemiński” de Łódź. Os artistas participantes produziram trabalhos em cerâmica e pintura sobre tela e o tema abordado foi “a forma da natureza” – “a natureza da forma”.

No dia 9 de setembro o projeto foi encerrado com uma ex-posição dos participantes. Everly GILLER

Professora de Língua Polonesa e Artista Plástica.

Minha experiência na Polônia (“W Warszawie jest miłość”) Residi em Varsóvia de março/2017 a outubro/2017. Essa

foi minha primeira experiência de moradia em outro país, apesar de morar sozinho, em Brasília, há sete anos, desde minha mudança do RS para o DF. Meu primeiro contato dire-to com a Polônia aconteceu no mês de julho de 2015, ao via-jar para o país para passar o mês em questão em um intensi-vo de língua e cultura polonesas oferecido pela Universidade de Rzeszów/UR, cidade de onde viajava para outros destinos nos finais de semana e demais momentos ociosos como, por exemplo, Kraków, Łańcut, Oświęcim e Wieliczka. Entretan-to, em 2017, pude realmente experimentar viver na cidade que havia ganhado meu coração há dois anos, Warszawa.

Inicialmente, minha bolsa de estudos do Programa Dou-torado Sanduíche no Exterior (PDSE/CAPES) era de quatro meses, mas prorroguei meu estágio doutoral e, por conse-quência, minha estada. Esses quatro meses viraram oito me-ses e, se dependesse de mim e caso existisse a possibilida-de, teriam sido doze meses (ou, mais provavelmente, meses a perder de vista...). Minha experiência foi extremamente positiva, pude explorar a cidade como um turista e, tempo decorrido, experienciá-la e habitá-la como um morador local graças aos laços estabelecidos.

Pude conviver e fazer amizade com cidadãos poloneses, muitos interessados no Brasil, na nossa língua e cultura, e,

também, alemães, espanhóis, finlandeses, franceses, por-tugueses, singapurianos, ucranianos... Tive, ainda, a sorte de fazer três novas e queridas amizades com doutorandas brasileiras que também realizavam seus estágios doutorais no país! A diferença linguística não foi, de forma alguma, um entrave no cotidiano. Com meu conhecimento básico prévio e constante interesse na língua e cultura polonesas, acres-cida pela realização, durante metade da minha estada, de módulo de polonês para estrangeiros no Centro de Língua e Cultura Polonesas para Estrangeiros, Polonicum, da Uni-versidade de Varsóvia/UW mais a ajuda de amigos e de meu (super) orientador, Prof. Dr. Hab. Jerzy Mazurek, tudo fluiu tranquilamente. Em situações em que as palavras fugiam ou, principalmente, quando a gramática me dava um nó mental, sempre havia compreensão e colaboração, mesmo de desconhecidos. E, em última instância, nos raros momen-tos de incomunicabilidade, ou a língua inglesa ou a mímica se faziam presentes.

Como sempre quis, durante minha estada, pude imergir na cultura polonesa em tempo integral. Assistir a concertos, fil-mes e programas de televisão; fazer compras em mercados e feiras locais; frequentar exposições e eventos; observar manifestações políticas; saborear a culinária; viajar para cidades como Częstochowa, Gdańsk, Gdynia, Łódź, Sopot,

Artistas e professores participantes da residência artística, e a exposição dos seus trabalhos.

INTERCÂMBIO

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201813

Turismo da Polônia desembarca no Brasil para Roadshow O Turismo da Polônia, representado pela Organização Po-

lonesa de Turismo e pelos operadores Polandinc e Poland Tour, desembarcou no Brasil para roadshow em Brasília e em Curitiba, no dia 24 de setembro, também para participar da ABAV Expo 2018 Conecta. O objetivo foi desenvolver no-vos produtos e relacionamento com o mercado brasileiros, aumentar a visibilidade do destino e apresentar as novida-des do destino.

Com rica herança histórica, a Polônia oferece inúmeros Patrimônios Mundiais da UNESCO, além de gastronomia única e natureza exuberante. Para complementar, Cracóvia foi escolhida a Capital Europeia de Cultura Gastronômica em 2019 e Wroclaw foi contemplada como Melhor Destino Eu-ropeu de 2018 pela European Best Destination, organização que promove o turismo e a cultura do continente. A tradição religiosa também torna o país um destino interessante para peregrinação.

Dorota Zadrożna, gerente de projetos do escritório de tu-rismo da Polônia, em companhia de Paweł Lewandowski, gerente de vendas da Polandinc, e Maciej Robak, da Poland Tour. Os receptivos já têm experiência não só com o merca-do brasileiro, mas também com países da América Latina e oferecem assistência completa e serviços tanto para grupos como para FITs.

Sobre a Organização Polonesa de TurismoCom escritórios em cerca de 14 países, a Organização Polo-

nesa de Turismo (Polish Tourism Organization) é uma agên-cia governamental que apoia entidades legais que lidam com o turismo. O objetivo é promover a Polônia como um país mo-derno e atrativo, que oferece alto padrão de serviços e bom custo benefício. O trabalho da organização é focado no desen-volvimento do turismo polonês, tanto no próprio país como no exterior, enfatizando seus atrativos naturais, monumentos históricos, tradição religiosa, entre outras atrações que pos-sam interessar os potenciais viajantes.

Informações para a Imprensa:Nicole Nanci - [email protected] (11) 3060-3114Lisa Calil José - [email protected] (11) 3060-3186

O Cônsul Marek Makowski realizou a abertura do evento de Turismo, no Hotel Bourbon.

Wrocław e Żyrardów; e muito mais.Além da realização desse desejo imersivo, minha pesqui-

sa deu um salto tanto qualitativo quanto quantitativo. Esse novo patamar só pôde ser alcançado com a imprescindível colaboração de meu (super) orientador, Prof. Dr. Hab. Jerzy Mazurek, que viabilizou visitas à vila onde meus trisavôs, Benedykt e Feliksa Ceglinski, viveram antes de partir para o Brasil, Wiskitki. A experiência de visitar não só o país que faz parte da minha história, mas, especificamente, o exato solo de onde meus antepassados partiram, a igreja na qual se casaram, acessar os manuscritos que assentaram a união... Foram momentos de emoções mistas e, muitas vezes, opos-tas: ansiedade, felicidade, melancolia, tranquilidade... Mas, acima de tudo, foi o grão que faltava para sedimentar minha

admiração e identificação com essa terra que, por muitas ve-zes, parecia longínqua.

Perto da data de retorno para o Brasil, três acontecimen-tos me marcaram: uma amiga disse estar feliz por como as-similei o país, a cidade e seu cotidiano; um amigo enviou um presente para minha mãe, “szal z motywem ludowym”; e ou-tro amigo me “batizou” como “Paweł Cegliński”. Fui à Polô-nia para aprimorar meus estudos e pesquisas, mas também fui em busca de uma parte de mim, parte significativa e que me fazia falta. Parte que encontrei.

Paulo VEGA JR.Artista visual, Doutor em Arte pelo Programa de Pós-Graduação em Arte/PPG-ARTE, Universidade de Brasília/UnB,

vive e trabalha em Brasília/DF. Seus temas de interesse são: Arte Conceitual; Arte Contemporânea; Autobiografia; Identidade; Memória; Relação Arte/Vida.

W Warszawie jest miłość - O amor está em Varsóvia.

INTERCÂMBIO

TURISMO

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 14

O tempo não para....

Inverno, primavera, verão, e logo mais começando o outono, “Zlota Polska Jesien” (Outono Dourado Po-lonês). Como o verão foi muito quen-te e ensolarado provavelmente o ou-tono vai se estender até novembro com tempo bonito, as florestas mu-dando da cor verde para os amare-los, dourados, vermelhos, marrom. A paisagem fica colorida, e o melhor pintor não poderia pintar um qua-dro mais bonito...

Placki ziemniaczame (Panquecas de batatas), fiquei pensando nessa época e me veio à mente um prato

bastante fácil e muito gostoso. Para preparar precisaremos de 4 batatas grandes, uma cebola e um ovo.

Ralam-se bem fino as batatas, tem-perar com sal e pimenta-do-reino, acrescenta-se o ovo e a cebola rala-da, misturando tudo, pode acrescen-tar uma colher de farinha. Em uma frigideira esquenta o óleo de cozinha, e quando estiver bem quente colocar pequenas porções da “massa de bata-ta” com uma colher; pode pressionar e fritar dos dois lados, até ficarem dourados e crocantes. Melhor comer ainda quentes, e para dar mais sabor

na hora de servir colocar um pouco de creme de leite azedo, ou doce, pode se quiser, inclusive colocar açúcar em cima. Este é um prato bem típico da Polônia, bastante fácil e saboroso..

Outra iguaria são os cogumelos, famílias inteiras ficam passeando no meio de floresta procurando e ca-tando os mais saborosos. Eu aprendi com meus avós a distinguir os co-mestíveis dos venenosos. Se você não estiver seguro é melhor não tentar... Com os cogumelos podem-se fazer molhos, fritar e servir como acompa-nhamento. Muito comum também, é secá-los, e usar depois como tempe-ro, como os famosos “uszka” servidos com “barszcz”, na noite de Natal, é um dos 12 pratos principais da noite!

A massa para fazer o "uszka" é a mesma dos "pierogi", somente o re-cheio é de repolho e de cogumelos. Eles se chamam “uszka” (orelhinhas), porque são bem pequenos. Sim, a época de fartura está se esgotando, é hora de preparar os estoques para os meses do inverno...

Grzegorz Andrzej MIELEC Nasceu na Polônia, e reside no Brasil há 11 anos, trabalha na Casa Sanguszko de

Cultura Polonesa em São Paulo. Nesse local organiza com amigos um almoço polonês como chefe de cozinha, após a missa na Capelania Polonesa, podendo

assim, resgatar o verdadeiro paladar dos pratos típicos e únicos da culinária eslava.

KUCHNIA POLSKA I BRAZYLIJSKA / CULINÁRIA POLONESA E BRASILEIRA

"Zlota Polska Jesien". Foto: Divulgação

Panquecas de batatas.Fonte da imagem - https://akademiasmaku.pl/vademecum/placki-ziemniaczane-kalorycznosc-i-wartosci-odzywcze,556

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201815

Curiosidades da Polônia: “Sztuczna Palma”Se você vier a Varsóvia em qualquer

época do ano e passar no cruzamen-to das avenidas Jerozolimskie e Nowy Świat, verá na rotatória Charles De Gaulle uma enorme e exuberante pal-meira de 15 metros.

Ela foi “plantada” ali no dia 12 de de-zembro de 2002 e, embora pareça real, é na verdade o trabalho da artista Joan-na Rajkowska.

A palmeira foi feita de materiais ar-tificiais e naturais e é à prova d'água. Sua estabilidade é garantida por uma estrutura metálica e concreto. No início, o trabalho causou muita polêmica, mas, com o tempo, enraizou-se na paisagem da rotunda. A verdade é que depois de muita controvérsia a palmeira é agora considerada mais um dos símbolos da cidade e, devido à sua singularidade, é um ponto de referência para os turistas.

Everly GILLER Sztuczna Palma. Foto: Everly Giller.

COTIDIANO

DESVENDANDO A LÍNGUA POLONESA

A definição do “dia”: doba e dzień Existem em polonês duas palavras para definir o “dia”:

doba e dzień.

Veja os significados de doba:

1. A duração de uma rotação completa da Terra sobre si mesma ou o espaço equivalente a 24 horas, compreendido entre duas meias-noites consecutivas:

ile kosztuje pokój na dobę? − quanto custa o quarto por dia? (qual a diária pelo quarto?)

2. Período destacado de acordo com determinado crité-rio (equivalente ao português “época” ou “era”):

doba nowożytna − a era modernadoba pozytywizmu − a era do positivismow dobie dzisiejszej − hoje em dia

Agora veja os significados de dzień (plural: dni ou dnie):

1. Período entre o nascer do Sol e o seu ocaso:dzień pochmurny − dia nublado

2. Uma determinada data:Dzień Matki − Dia das MãesDzień Ziemi − Dia da Terra

3. Período de 24 horas, em que a terra completa a rotação sobre si mesma, no mesmo sentido de doba (veja acima):

dostał dwa dni aresztu − ganhou dois dias de detenção

Observe-se que doba é um vocábulo tipicamente polonês, que não tem equivalente nem nas outras línguas eslavas.

Com base nos dois substantivos aqui comentados, exis-tem em polonês também dois adjetivos para indicar o dia inteiro, nos sentidos vistos acima:

a) całodobowy − que acontece ou funciona durante as vinte e quatro horas do dia:

całodobowy parking − estacionamento dia e noite całodobowa opieka − assistência dia e noite

b) całodniowy ou całodzienny − que dura o dia todo:całodniowy/całodzienny wysiłek − esforço do dia todocałodniowa/całodzienna wycieczka − excursão de um

dia inteiro

Trata-se de substantivos e adjetivos que distinguem e especificam mais detalhadamente a realidade do que a palavra única utilizada em outros idiomas. Outras línguas (português, inglês, russo...) dispõem para isso de uma única palavra (dia, day, день /d'ien/...). No caso do adjetivo, o inglês só possui o daylong, que equivale em polonês aos dois adjetivos acima apresentados (całodobowy e całod-niowy/całodzienny.

Mariano KAWKAProfessor, tradutor, lexicógrafo. Licenciado em Letras Português-Inglês pela PUC-PR e Mestre em Língua Portuguesa pela

mesma Universidade. Autor do Dicionário Polonês-Português/Português-Polonês, publicado em 2015 no Brasil (Porto Alegre) e na Polônia (Varsóvia).

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 16

Reflexões de uma emigrante voluntáriaO que me agradou e o que... nem tanto.

Cinco sucessos e cinco fracassos

Esse vai ser um texto curtinho. Tipo, um texto direto. Claro, porque é o úni-co jeito de escrever sobre o que você gosta e o que não. Se você gosta, tudo é positivo e favorável. Você vê e já sabe, sente – eu gosto! E se alguma coisa não te cai bem, dá para sentir imedia-tamente que é não e fim. Eu sou assim. Geralmente.

Decidi compartilhar com vocês o que adorei na minha “imigração bra-sileira” e o que – para ser delicada – foi um choque para mim.

Há tempos já queria descrever esse fenômeno tão interessante: a gente vai a algum lugar e conhece pessoas, coisas, lugares, costumes, maneiras de se comportar, de gesticular, de rir, de criticar, de elogiar... nossa, tantas coisas; mas, numa palavra, a gente se familiariza com a nova cultura, o que influencia bastante o nosso próprio crescimento pessoal. Vou me limitar a dez coisas, cinco positivas e cinco negativas. Como hoje em dia há a ten-dência de se simplificar o conteúdo da mensagem – como por exemplo entre os vloggers – começo pelo fenômeno número 1! Com otimismo revelo as coisas boas que me conquistaram.

O Brasil é sinônimo de onipresentes otimismo e espontaneidade nas rela-ções interpessoais, o que para uma polonesa é até terapêutico, já que aos poucos vou parando de ver tudo cinza e deixo de lado o esquema de raciocí-nio à polonesa: “para que fazer isso? Não vai dar certo mesmo!”

Um brasileiro médio (médio, viu? Então não são todos!) acredita em si mesmo, sorri, e se está convencido da própria missão tenta com todo o oti-mismo possível realizá-la sem se la-mentar e sem decidir de antemão que alguém vai atrapalhá-lo no meio da tarefa ou que a concorrência vai ser grande demais...

Esse brasileiro médio não reclama de não ter tempo suficiente para cum-prir sua missão, porque, com a atitude certa e suas habilidades pessoais (o que chamamos de talento interpes-soal), vai achar rápido a solução, pes-soas vão se unir num dream team para ajudá-lo, e ele vai acabar aprendendo

alguma coisa também. Convidará seus ajudantes e colaboradores para um café (o que quer dizer cerveja) em si-nal de gratidão, e esta emoção, como se sabe, eleva o nível de frequência energética, induz uma vibração boa.

O brasileiro não se preocupa: vai adiante, mesmo não tendo dominado a arte do planejamento minucioso e de chegar aos compromissos com 10 minutos de antecedência (e aqui res-pondo aos poloneses descrentes: sim, existem brasileiros pontuais! Parece que procedência e nacionalidade não contam), não desiste de atingir o seu objetivo. O sorriso que não some do rosto do brasileiro (sorriso honesto! Como ele faz isso?!) e o seu carisma fazem que quase todos comecem a se interessar pelo seu plano. Sim, o bra-sileiro médio vive o momento. E não tem medo de errar.

Fenômeno número 2: Brasileiros se elogiam muito. Na verdade este é um comportamento bem característi-co desta cultura. Para poloneses isso no início pode parecer bem esquisito.

Por que eles se dão tapinhas nas costas uns dos outros o tempo todo e repetem o quanto se apreciam e isso ou aquilo e o quanto se adoram? Um polonês típico coçaria a cabeça e se perguntaria: qual é o interesse deles em fazer isso? De que se trata? Baju-lação? Um truque? Um estratagema? Não, é uma interação normal, um ba-te-papo, e nem necessariamente entre amigos. Pode ser só uma conversa en-tre dois conhecidos, nada de especial.

Fenômeno número 3: muita emoti-vidade. Expor suas emoções e falar li-vremente sobre elas foi, inicialmente, chamado de inteligência emocional, mas o conceito foi revisto, e inteligên-cia emocional é entendida agora como a consciência de sentir uma determi-nada emoção. E aqui me atrevo a dizer que muitos brasileiros e brasileiras podem se gabar desta característica. Sua grande empatia e assistenciali-dade me impressionaram muito. Ob-servei esse comportamento até entre pessoas que se conheceram por bre-ves momentos.

Fenômeno número 4: Para mim,

o brasileiro pode ser um exemplo de como viver no presente. O cidadão deste país é um exemplo ambulante de um ditado que está na moda: viva o aqui e agora. Ou seja, da atenção ple-na: mindfulness. Falo aqui do foco na atividade que é fonte de prazer. Não importa com que problemas o brasi-leiro esteja às voltas, ele nunca irá re-cusar o convite para um churrasco (a versão brasileira do que é na Polônia a reunião ao redor do grill), o que aliás não me surpreende, porque o encon-tro para o churrasco é uma delícia! E aqui então passamos para o fenômeno número 5:

Fenômeno número 5...Como nunca optei pelo vegetaria-

nismo ou pelo veganismo, aprecio os pratos saborosos feitos com carne, e a carne brasileira e o modo de preparo são simplesmente deliciosos. Nunca consegui fazer dieta aqui! Sendo con-vidada para os numerosos churras-cos, fiquei conhecendo cada vez mais novos métodos de assar a carne, e pos-so revelar que picanha é o meu tipo preferido de carne bovina.

Pois é, o texto era para ser curto, e aqui estou eu escrevendo sobre as maravilhas que eu vivi fora do país (relembro a vocês: a opinião geral é de que os poloneses são reclamões, pessimistas e têm uma carne excep-cionalmente sem graça, então vocês entendem! como não “me derreter” aqui , hehe...).

É hora do segundo-quinto – o que aconteceu que deixou o meu queixo no chão de tanto espanto?

Não vou falar de coisas óbvias como a falta de segurança nas ruas e furtos comuns no transporte público ou roubo de celulares nos momentos menos esperados (aqui eu fui instruí-da: a atenção tem que ser treinada, não puxe o iPhone em lugares públi-cos e sempre tenha “olhos e orelhas abertos”). Para mim foi um choque no início, mas logo me acostumei e cuidadosamente escolho as rotas das minhas caminhadas para evitar obs-táculos. Assim como um jogo de com-putador na minha infância nos níveis individuais.

COLUNA DO LEITOR

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201817

Apesar do risco de um assalto, eu fui corajosamente ao ponto de ônibus na esperança de uma rápida viagem de ônibus... e aqui há uma surpresa! Nunca se sabe a que horas chega esse meio de transporte.

- Como assim? – surge a pergunta duvidosa e óbvia.- Não há tabela de horários!

Era inimaginável para mim que não houvesse uma tabela de horários no ponto de ônibus! Quanto eu tenho que espe-rar, 10, 20 minutos? Um novo choque...

Apenas um pouco depois é que aprendi que a tabela de horários existe só nos terminais principais, e que você tem que calcular sozinha o horário de chegada dos ôni-bus... Hum, antes de sair de casa eu deveria cruzar a linha do começo ao fim com um cronômetro e um caderno de notas?

A segunda coisa que eu não posso deixar de mencionar é essa coisa incrivelmente admirável: descobri que se eu queria treinar a coragem dirigindo, eu deveria praticar mi-nhas habilidades de direção no Brasil (especialmente em Curitiba). Bom, os motoristas frequentemente não dirigem na sua própria pista. Para o meu espanto, com três pistas no mesmo sentido é razoável fazer-se quatro ou cinco, e o movimento suave de veículos muitas vezes lembra um slalom, ou uma habilidosa troca de pistas (as criadas) para rapidamente fugir do congestionamento. Eu raramente di-rijo aqui. Nem sei por que afinal...

Como terceiro ponto na lista de fenômenos diferentes e inesperados, falo de uma coisa muito literal, prosaica e fi-siológica, e portanto cotidiana: a cesta de lixo nos banhei-ros. O papel higiênico é SEMPRE deixado na cesta, nunca no vaso sanitário. A tubulação não é adaptada para isso: ameaçam canos entupidos por toda parte. Quem estiver lendo isso saiba: quantas vezes me enganei! Enorme força do hábito, até mesmo instintiva! Todo estrangeiro tem que se adaptar, nao há outra saída. É só que isso parece um pou-co esquisito, papel é na cesta...

Depois desse fato tão autêntico e verdadeiro, apesar de um tanto cru (há um termo para isso, o turpismo), passe-mos para a questão da liberdade nas vestimentas: é uma admirável experiência estética ver algumas das criações das mulheres que trabalham em postos da administração oficial. A prevalente e ubíqua tolerância e diversidade per-mite geralmente a expressão do gosto e da personalidade, e como sabemos: de gustibus non est disputandum, o humor definitivamente melhora com a visão de uma funcionária, em uma das instituições municipais, lixando duas longas unhas pintadas de rosa brilhante durante suas horas de trabalho, sobre as quais ela fala orgulhosamente com suas amigas, porque ela ganhou seu cargo através de um con-curso estadual. Na escrivaninha ao lado senta-se sua cole-ga numa blusa cintilante, exibindo cílios postiços e maquia-gem profissional, que não se sabe por que é tão visível do último lugar da fila, na qual eu espero educadamente para conseguir o meu CPF.

O melhor, é claro, no final: meus amigos brasileiros sa-bem quantas vezes eu tive que visitar a Polícia Federal para prorrogar o meu visto e, o que eu lamentei todas as vezes, que eu não registrei meus diálogos com os funcionários do setor responsável pelos estrangeiros. Seria um tópico excepcionalmente bom para um stand up. Há seis anos, quando comecei a viver em Curitiba, eu não falava coisa nenhuma em português e algumas vezes tive que ir sozi-nha à PF. Era bastante estressante porque nenhum (SIC!) dos funcionários falava inglês (sim, você leu certo, no setor de estrangeiros ninguém falava inglês). Como, através de analogias com o italiano e o espanhol, eu tentei comunicar alguma coisa sobre o meu caso, desafortunadamente todas as vezes tive que lidar com um administrador que fala in-crivelmente rápido, e infelizmente tem um defeito de fala (claro que eu sinto por ele).

Apesar das mais sinceras intenções (possivelmente de ambos os lados), todas as tentativas para solucionar o visto deram em nada. Nessas situações, eu não podia lidar com isso sozinha.. e precisei de ajuda dos falantes nativos para resolver a questão.

De um jeito ou de outro, a aventura no Brasil ainda segue e dá mesmo para gostar dela. Recomendo a todos como ex-periência de vida, mas sobre isso vou escrever numa pró-xima parte.

O conteúdo acima é, obviamente, totalmente subjetivo, e qualquer semelhança com personagens reais é acidental. ;)

Agnieszka BACZEWSKADoutoranda na faculdade de Letras de Universidade Jaguellonica de Cracóvia (Uniwersytet Jagielloński), a sua área de pesquisa é commedia dell'arte e teatro Italiano de bonecos confrontado com a tradição teatral brasileira Mamulengo. Professora de inglês e italiano. A sua paixão é cantar e atuar. Divide a vida entre a Polônia e o Brasil, numa viagem constante.

Ilustração de Tomasz Sętowski (Częstochowa, Polônia-1961)

COLUNA DO LEITOR

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 18

Exposição Fotográfica em itinerância...

A exposição fotográfica “Cidades na Polônia e no Brasil: entre a Modernidade e a Tradição” é o resultado do trabalho de três fotógrafos de ascendência polonesa que retornam à terra de seus avós para resgatar os traços contemporâneos da moderna sociedade polonesa e também aqueles que se mantiveram atra-vés dos anos e de todas as mudanças políticas e sociais, dando equilíbrio e beleza a essa dinâmica temporal. São eles: Schirlei Freder, João Urban e Izabel Liviski.

Esse olhar se estende também a diversas cidades brasileiras, tendo como proposta do projeto uma questão central: “como vem ocorrendo, nestes últimos 25 anos, a reconfiguração das cidades polonesas e brasileiras?”. Para responder a essa e ou-tras perguntas os fotógrafos registraram, com sua visão parti-cular, as características marcantes da permanência e das mu-danças urbanas.

Esta exposição teve sua abertura oficial em 2016 na Casa da Cultura Polônia Brasil em Curitiba/PR. Agora está itinerando e cumpre uma agenda expositiva em São José dos Pinhais.

Colaboração: Cecilia Szenkowicz HOLTMAN Chefe de Divisão do Patrimônio Histórico e Artístico da Secretaria de Cultura de S.J. dos Pinhais.

12ª Primavera dos MuseusAções vinculadas à cultura polonesa

foram realizadas durante a 12ª Prima-vera dos Museus, na cidade de Cruz Machado/PR, entre os dias 18 e 20 de setembro. A atividade, incentivada pelo Instituto Brasileiro de Museus – IBRAM foi realizada conjuntamente pelas associações culturais Casa da Cultura Polônia Brasil e a Associação Polono-Brasileira Padre Daniel Nie-mec.

A ação também recebeu o apoio local dos Colégios: Colégio Estadual Barão do Cerro Azul e Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wruble-wski e também da Secretaria Munici-pal de Educação e Cultura.

Foram alcançados cerca de 700 ou-vintes, entre alunos, professores e a comunidade em geral, com a progra-mação abaixo:

Palestras:"Os Museus na Polônia", palestra mi-

nistrada pela Professora Regiane Czer-vinski, que abordou diferentes aspec-tos sobre o funcionamento dos museus na Polônia.

"O Patrimônio cultural polonês em Cruz Machado", palestra ministrada pela Professora Schirlei Freder, que apresentou diversos elementos da cul-tura material e imaterial dos polone-

ses na cidade de Cruz Machado.“A vida e o cinema: a representação

e a invenção a partir do roteiro cine-matográfico”, palestra ministrada pela Professora Ana Johann, que abordou a trajetória pessoal da roteirista e ci-neasta.

Ação educativa:E no último dia da programação, foi

realizada uma ação educativa na Pra-ça da Imigração Polonesa, num gesto

simbólico que envolveu a participação da comunidade em geral e também alunos da escola local (Foto em desta-que). A ação educativa ocorreu após a praça sofrer vários atos de vandalismo, incluindo o monumento alusivo às co-memorações de cem anos da imigra-ção polonesa em Santana, celebrados em 2011.

Schirlei Mari FREDER Mestre e Doutoranda em Gestão Urbana (PUCPR), pesquisadora na área de política

públicas e de políticas culturais e patrimoniais da cultura polono-brasileira.

EVENTOS

Flyer de divulgação/convite da exposição. Arte: Axel Giller.

Ação educativa na Praça da Imigração Polonesa. Foto: Schirlei Freder

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201819

Palestras na Casa da Cultura Polônia Brasil iniciam as comemorações pelos 100 anos da reconquista da Independência da Polônia

e pelos 150 anos da Imigração Polonesa no Brasil

A Casa da Cultura Polônia Brasil promoveu no mês de se-tembro, palestras relativas a essas duas importantes datas, em sua sede. Na abertura o Cônsul Marek Makowski falou sobre A Comunidade Polônica do Brasil, a situação Econômica e Política, iniciando com estas palavras: "Estamos celebrando este ano os 100 anos da reconquista da independência polo-nesa com uma rica programação em novembro de eventos aqui em Curitiba na Sociedade Pilsudski, UFPR e CCPB, em Porto Alegre, São Paulo e Brasília. Vale a pena acompanhar as informações que serão divulgadas sobre as comemorações e participar destes eventos.

A reconquista da independência em 1918, proveniente da genialidade do Marechal Józef Piłsudski, o enorme esforço mi-litar e patriótico de toda a nação, mas também da ajuda políti-ca do ilustre estadista brasileiro Ruy Barbosa teve uma gran-de influência na situação da comunidade polonesa no Brasil. Da mesma maneira a Polônia de hoje repercute na sociedade polono-brasileira de maneira extremamente positiva."

O Cônsul fez um amplo panorama sobre o número de des-cendentes de poloneses no Brasil e cidadãos poloneses, a representação política, o histórico da educação e de como os poloneses que aqui chegaram impulsionaram de forma sur-preendente esse setor, a ponto de que em 1938 funcionavam mais de 300 escolas polonesas em todo o Brasil. No papel que representou a Igreja Católica onde os religiosos não somen-te proporcionaram assistência pastoral mas cooperaram na educação e resgate de valores culturais, em especial da língua polonesa. Ressaltou a importância das muitas organizações polonesas no Brasil que sobreviveram, sendo a maior delas a Braspol – Representação Central da Comunidade Polono--Brasileira, que tem 28 anos, e mais de 300 núcleos por todo o

Brasil. Destacando também a Sociedade Tadeusz Kościuszko, fundada em 1890, em Curitiba, como a Sociedade polonesa mais antiga da América Latina, e que tem hoje uma parceria importante com a Casa da Cultura Polônia – Brasil. Enfatizou ainda a atuação dos grupos folclóricos poloneses, que são im-portantes elementos de preservação das tradições.

Após essa explanação, que comportou uma análise his-tórica, econômica e política dos imigrantes poloneses e sua contribuição para o Brasil, além do contexto na atualidade, o Cônsul finalizou com a mensagem de que "todos que visitam a Polônia ficam maravilhados com a sua modernidade, beleza e riqueza cultural, e reencontram de imediato o orgulho de carregar nas veias este sangue e aquele coração polaco sobre o qual escreveu tão bonito Paulo Leminski na poesia Meu co-ração de polaco voltou”.

Ainda durante a programação desse dia, aconteceu a pales-tra sobre "Sebastião Edmundo Wos-Saporski e os 150 anos da Imigração Polonesa no Brasil", apresentada por Priscila Ca-margo Jacewicz e Mari Ines Piekas.

“A TO POLSKA WŁAŚNIE!” E isso é a POLÔNIA! - Nos 100 anos da reconquista da independência pela Polônia “Só se protege aquilo que se ama,

mas só se ama o que se conhece” (Aloísio Magalhães)

“Todo amanhã se cria num ontem através de um hoje.Temos que saber quem fomos para saber o que seremos.”

(Paulo Freire)

Estimulados pelas reflexões acima, estamos comunicando que está disponível aos Núcleos da BRASPOL a coleção de cartazes “A to POLSKA właśnie!”

Descrição da exposição:- 28 cartazes nas dimensões 70 x 100 cm- 16 porta-banners (tripés de altura regulável)- 1 banner divulgativo- 14 ripas em madeira (para interligar os tripés e servir de

suporte aos cartazes)- 14 pares de binder-clips (para suspender os cartazes)

A exposição serve para mobilizar estudantes, profissionais, líderes comunitários, portadores de sobrenome polonês ou não, em torno do melhor conhecimento da milenar história da Polônia.

A exposição está disponível nos períodos de 27/09 a 05/10/2018 e de 20/10 a 31/12/2018.

Entre em contato conosco. Podemos combinar a possibi-lidade, requisitos e o possível período, bem como, provável auxílio financeiro para a realização dessa exposição em sua cidade. Braspol RS <[email protected]>

André HAMERSKI Tem formação como Químico, é tecnólogo na indústria da borracha e aposentado como professor do ensino médio.

Vice-presidente da BRASPOL para o Rio Grande do Sul.

EVENTOS

Palestra de Marek Makowski na Casa da Cultura Polônia Brasil.

Foto: Divulgação

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 20

URBANUSA cultura polonesa e a formação de cidades brasileiras (parte II)

Dando sequência na apresentação de dados coletados na pesquisa que desenvolvi no início do meu doutorado, que en-volve a análise de alguns municípios brasileiros que recebe-ram grupos de poloneses no início do processo de imigração, neste artigo vou apresentar o segundo município do Paraná. Relembrando, a pesquisa utilizou quatro categorias analíticas, que são: instrumentos de gestão urbana e políticas públicas culturais locais; patrimônio material; patrimônio imaterial; e, organizações culturais polonesas.

Vamos então ao segundo município, que é Mallet, no Estado do Paraná, que recebeu dois processos migratórios significati-vos de imigrantes europeus, sendo poloneses em sua maioria. Isso ocorreu entre os anos de 1890 e 1909 (IBGE 2017). Ao aplicarmos os instrumentos de pesquisa no município, dentro das categorias citadas acima, foram encontrados elementos em cada uma das categorias, conforme apresentado a seguir:

Na categoria dos Instrumentos de gestão urbana e políti-cas públicas culturais locais, foi encontrada a Lei Municipal nº 863/2008, que declarou a Utilidade Pública do Grupo Folclórico Polonês Kraków no Município de Mallet (FREDER et al, 2017).

Na categoria do Patrimônio Material foram encontradas edificações: Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Gruta de Nossa Senhora de Lourdes, Casa do Povo, Colégio Santa Clara, Lambrequins em diversas casas e edificações, Colégio Nicolau Copérnico (FREDER et al, 2017).

Na categoria de Patrimônio Imaterial foram encontradas: celebrações religiosas de Páscoa e da Padroeira da Polônia, missas em idioma polonês, ensino de idioma polonês nas es-colas municipais (FREDER et al, 2017).

Na última categoria, que procurou identificar e mapear as Organizações Culturais Polonesas no município, foram lo-calizados: grupos folclóricos Mazury e Kraków, e o Clube Ni-colau Copérnico (FREDER et al, 2017).

Houve dificuldade no levantamento de diversas informa-ções em razão da ausência de dados e também de pesquisas aplicadas no município, mesmo assim, importantes elemen-tos foram encontrados dentro de cada categoria analítica, de-monstrando que ainda hoje é possível constatar a presença e as manifestações culturais polonesas no município.

Vale ressaltar que se trata de pesquisa exploratória e que existem diversas outras expressões da cultura polonesa no mu-nicípio e convido aos leitores que quiserem para que enviem informações e fotografias dos elementos identitários locais.

A pesquisa completa foi publicada na Revista Cesla, da Uni-versidade de Varsóvia, e pode ser acessada por meio do link: http://www.revistadelcesla.com/index.php/revistadelcesla/article/view/401

Referências:Freder, Schirlei Mari; Procopiuck, Mario e Viana, Ketlen. Etnicidade e for-

mação de cidades: manifestação cultural polonesa em cidades brasileiras como possibilidade de fortalecimento de laços entre Brasil e Polônia pela Economia Criativa. Revista Del Cesla, Universidade de Varsóvia, 20, p.67-88.

IBGE. Cidades. 2017, Acesso: http://www.cidades.ibge.gov.br/xtras/home.php?lang=, em: Acesso em 31 de julho de 2017.

Schirlei Mari FREDERDoutoranda em Gestão Urbana (PUCPR),

pesquisadora de políticas culturais e patrimoniais da cultura polono-brasileira.

Liceu Nicolau Copérnico Mallet/PR Julho 2015. Foto: Schirlei Freder

COTIDIANO

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201821

Entrevista com Marek MakowskiInauguramos esta nova sessão, en-

trevistando a cada edição destacados homens e mulheres que trabalham incansavelmente em prol da cultura polônica e na preservação dos valores e tradições da pátria de nossos ante-passados. E para iniciar a lista dessas personagens, a escolha da equipe do TAK! foi unânime em torno do nome do Cônsul Marek Makowski para res-ponder a algumas perguntas. À frente do Consulado da República da Polônia em Curitiba, Paraná, há quase 20 anos e que agora retorna a Varsóvia, para cumprir sua agenda de trabalho junto ao Ministério das Relações Exteriores. A ele, nossa mais sincera homenagem e a gratidão por tudo que realizou e

representou junto à comunidade, com sua simpatia e carisma pessoal.

Tak! – Fale-nos um pouco a res-peito de sua Trajetória Acadêmica e Profissional.

MM – Nasci em Varsóvia e sou for-mado em Economia pela Escola Geral de Planejamento e Estatística de Var-sóvia, realizando Pós-graduação em Relações Econômicas Internacionais pela mesma escola. Em 1979 iniciei a carreira diplomática no Ministério das Relações Exteriores da Polônia, tornando-me Vice-Cônsul no Consu-lado Geral da Polônia em Curitiba, em 1986, e dois anos depois atuei já como

Cônsul, até ser chamado para ser Di-retor Regional do BigBank na Polônia, entre 1993 e 1994. Retornei em se-guida e assumi novamente o posto de Cônsul Geral da República da Polônia em Curitiba. Participei por um curto período do Protocolo Diplomático no Ministério das Relações Exteriores da Polônia, para depois ser Embaixador da República da Polônia no Panamá entre 2004 a 2008. Fui também Mi-nistro Conselheiro no Departamento das Américas do Ministério das Re-lações Exteriores da Polônia, para fi-nalmente retornar às funções como Cônsul Geral da República da Polônia em Curitiba no período entre os anos 2012 a 2018 .

Tak! – Destaque os principais acontecimentos à frente do Consu-lado.

MM – A partir da transição política, tornei-me vice-cônsul encarregado e também o primeiro cônsul da Repú-blica da Polônia. Já em 1990, o Presi-dente do Senado, representando um país soberano e independente, esteve no Brasil. Em minha segunda gestão, houve incentivo às organizações po-lônicas, plantaram-se as primeiras sementes nesse sentido. Foi criada a Cátedra de Lingua Polonesa, no perío-do em que o Prof. Waldemiro Gremski era vice-reitor da UFPR e contribuiu enormemente para a implantação do novo curso, incentivando o aprendi-zado da língua. Houve nesse período ainda uma movimentação para orga-nizar eventos, e a organização efeti-va de turismo para a Polônia para os descendentes de poloneses. Na última gestão, que considero a mais profícua, ampliaram-se as opções de cursos de língua polonesa, houve a criação da Casa da Cultura Polônia Brasil em parceria com a Sociedade Tadeusz Kosciuszko, o crescimento da Braspol, com 300 núcleos espalhados princi-palmente no Rio de Janeiro, em Porto Alegre e Santa Catarina.

Destaco a Casa da Cultura Polônia Brasil como a responsável pela reali-

PERSONAGEM DO MÊS

Foto: Arquivo pessoal

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 22

PERSONAGEM DO MÊS

zação de grandes eventos culturais, exposições como “Na-tureza Brasileira”, que foi apresentada também na Polônia. A mostra fotográfica “Aproximações” de João Urban, que se apresentou em três países simultaneamente: Brasil, Ucrâ-nia e Polônia, assim como a exposição itinerante “Meu co-ração de Polaco voltou” do Paulo Leminski. O surgimento do Boletim TAK! em 2017, como veículo de comunicação entre as diversas comunidades, aproximou as pessoas e fez emergir ainda mais os talentos de nossos artistas.

Foram feitos esforços e conseguimos uma maior inte-ração com a América do Sul, em especial a Argentina, e também no interior do Brasil. Era um grande anseio dos descendentes fazer algo pela cultura brasileira e ao mesmo tempo pela cultura polonesa. O mais novo projeto "Contri-buições dos poloneses para a Cultura Brasileira", coordena-do por Schirlei Freder e sob a direção do Reitor da PUCPR, Waldemiro Gremski, faz parte de um ambicioso levanta-mento de artistas e personagens que contribuíram para o crescimento da cultura brasileira, como o pintor e violinis-ta Bruno Lechowski, por exemplo.

Ao mesmo tempo houve uma grande movimentação com o objetivo de aproximar mais a Polônia e o Brasil, uma das grandes metas da nossa gestão. A novidade dos voos Charter, trazendo poloneses para conhecer o Brasil, faz parte desse intercâmbio. Por sua vez, a Polônia oferece aos brasileiros um turismo com muitas opções, e razões para sempre voltar ao país, com itens muito positivos, como a segurança, um povo amável e acolhedor, uma rica culiná-

ria, entre outros inúmeros atrativos.

Tak! – Ao sair do Consulado, e voltar à Polônia, o que pretende fazer?

MM – Ao retornar à Polônia, pretendo continuar um tra-balho em defesa da cultura polono-brasileira do qual me sinto amigo e participante. Como Cônsul da comunidade polono-brasileira que me tornei ao longo dos anos, quero ajudar essa mesma comunidade por volta desses dois anos que ainda restam, trabalhando pelos interesses dessas pessoas junto ao Ministério das Relações Exteriores.

Tak! – O que significa para o Sr. o Brasil, e o Paraná em particular?

MM – Como cônsul por três vezes pelo Paraná, recebí algumas condecorações que muito me honram, como a de “Cidadão Honorário de Curitiba”, e a “Ordem do Pinheiro” do Estado do Paraná. Quando estou fora também repre-sento esse estado e o Brasil. Dou palestras incentivando as pessoas a visitarem o país, a fim de conhecerem as enor-mes belezas naturais das cidades brasileiras, e apenas para citar alguns exemplos: o Rio de Janeiro, Foz do Iguaçu e a Estrada da Graciosa no Paraná. Com certeza, depois que me aposentar, vou voltar ao Brasil como turista!

Entrevista concedida em Outubro de 2018 à Izabel LIVISKIDiretora de Redação.

COTIDIANO

V Światowy Zjazd Polonii I Polaków Z ZagranicyRepresentação Brasileira

Aconteceu em Varsóvia entre os dias 20 e 23 de setembro o V Congresso Mundial da Diáspora Polonesa e Poloneses do Exterior realizado juntamente com as comemorações do 100º aniversário da reconquista da independência da Polônia.

No primeiro dia foi celebrada Santa Missa na catedral de Varsóvia nas intenções da Pátria. A seguir foi depositada co-

roa de flores junto ao Monumento ao Soldado Desconhecido, entre outros, por representação da BRASPOL. A sessão inau-gural do V Zjazd foi no plenário do Sejm (Congresso Nacional da Polônia). Logo após houve o encontro com o Presidente da República da Polônia. À noite aconteceu o Concerto de Gala "Nossa Pátria Independente 1918-2018", em alusão aos 100

O Congresso Mundial aconteceu no Parlamento Polonês. Foto: Everly Giller

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 201823

FOTO DO MÊS

Ovnis sobre Varsóvia UFO nad Warszawą UFO Over Warsaw

Jacek BOROWSKIAutor da foto, é polonês, nasceu e reside em Varsóvia. Tem mestrado em Filosofia, e trabalhou como jornalista (e redator)

em algumas das maiores revistas polonesas, como a Newsweek Polska. Seu campo de interesse é, sobretudo a cultura, e seu passatempo preferido, o desenho.

COTIDIANO

anos da reconquista da independência pela Polônia.No segundo dia iniciaram os debates, mais de 600 represen-

tantes de comunidades polonesas de todo o mundo tiveram a oportunidade de discutir assuntos diversos distribuídos em 7 fóruns: Ciências, Organizações polônicas, Educação, Cultura, Mídia, Pastoral, Esporte e Turismo. Representando o Brasil, participaram os padres da congregação Sociedade de Cristo Zdzisław Malczewski e Kazimierz Długosz, a integrante da Casa de Cultura Polônia-Brasil Everly Giller e os BRASPOLi-nos Arlindo Waczuk e André Hamerski. As reuniões aconte-ceram no Parlamento e tiveram como objetivo o desenvolvi-mento conjunto de um modelo melhor de cooperação, para que o apoio do Senado seja ainda mais efetivo. Outro ponto importante foi procurar respostas sobre como construir a identidade nacional polonesa no exterior e como agir para melhorar e defender o bom nome da Polônia.

No dia 22 foram as conclusões em nível de cada fórum e a conclusão geral, novamente no plenário do Sejm, sempre com a presença do Presidente do Senado da República da Polônia, donde flui o amparo da Polônia aos polônicos agremiados em organizações polonesas no mundo. Nosso empenho perma-nente foi deixar no V Zjazd as impressões reais da situação,

com vistas à vitalidade de nossas organizações polônicas no Brasil. No final do dia, congraçamento na sede da Stowarzys-zenie “Wspólnota Polska”, executor do V Zjazd por delegação da Rada Polonii Świata (Conselho Mundial dos Polônicos).

O V Zjazd se encerrou com celebração de Santa Missa na Świątynia Opatrzności Bożej (Santuário da Providência Divi-na) na intenção dos Polônicos e Poloneses do Exterior. No final do evento saímos positivos e confiantes de que cada vez mais os poloneses e descendentes de poloneses no Brasil e no mun-do continuarão tendo apoio da Pátria Mãe Polônia.

Para mais informações:

http://www.wspolnotapolska.org.pl/zjazdpolonii/index.php

Texto: Everly GILLER e André HAMERSKI

EVENTOS

Sebastião Edmundo Woś Saporski, Pai da Imigração Polonesa no Brasil

É tempo de comemoração dos 150 anos da imigração polo-nesa no Brasil, com homenagem àquele que dedicou sua vida a encontrar as melhores condições para seus conterrâneos que aqui aportaram: Sebastião Edmundo Woś Saporski, o “Pai da Imigração Polonesa no Brasil”.

A Casa da Cultura Polônia Brasil, em parceria com o Consula-do da República da Polônia em Curitiba, apresenta a exposição que conta, em vinte painéis, um pouco da história deste bravo espírito pioneiro que acreditava no Brasil como solo fértil onde os poloneses se fortaleceriam e seriam capazes de contribuir na construção de um país melhor.

Além de prestar merecida homenagem, a exposição, que tem caráter itinerante, pretende mostrar a relevância do trabalho de Saporski.

A primeira cidade a receber a exposição é Brusque, através da Casa de Brusque, Fundação José Walendowsky e Fundação Cultural de Brusque.

Serviço:Exposição: “Sebastião Edmundo Woś Saporski – Pai da Imi-

gração Polonesa no Brasil” Abertura: dia 19 de outubro às 19h.Local: Casa de Brusque – Museu Histórico e Geográfico do

Vale do Itajaí Mirim. Endereço: Av. Otto Renaux, 285.Período expositivo: 19 a 26 de outubroHorário de visitação: terça a sexta-feira das 8h às 12h e das

13h às 17h; segunda-feira das 13h às 17h.

Realização:Casa da Cultura Polônia BrasilConsulado Geral da República da Polônia em Curitiba

Juliana Leonor KUDLINSKIBacharel em Pintura pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná e Letras pela Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Foi orientadora e coordenadora do Museu da Gravura na Fundação Cultural de Curitiba. Atualmente desenvolve pesquisa sobre processos da gravura contemporânea.

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AGENDA CULTURAL POLÔNIA BRASIL - Número 7 - Setembro / Outubro 2018 24

Casa da Cultura Polônia Brasil

A Casa da Cultura Polônia Brasil rece-beu a visita da Sra. Marta Magalinski de São Paulo, no último dia 24 de setembro. Seu pai, Jan Magalinski, imigrou para o Brasil, hoje é escritor e reside em Goiás. Ela enviou o postal abaixo (seu pai é o jovem à direita), comemorativo dos 50 anos da imigração polonesa ao Brasil.

Colaboração: Ieda Laise PORT

Para mais informações sobre a Casa da Cultura Polônia Brasil, acompanhe nossas postagens no site http://polo-niabrasil.org.br/, no Facebook e siga--nos no Instagram.

Atenção Pais: A Casa da Cultura Polônia Brasil vai

inaugurar uma atividade inédita em março de 2019: “Curso de Polonês In-terativo para Crianças”. Informações a partir de Janeiro/19 na CCPB, através do site http://poloniabrasil.org.br/ e do telefone: (41) 3149-4445.

Doces Pepinos Azedos - Ogórki Kiszone - Idyllic PicklesNo inverno de 1934, um jovem e co-

rajoso casal parte do inverno gelado da Polônia para sempre rumo a uma terra desconhecida.

Algumas semanas depois, no verão do Hemisfério Sul de 1934, o jovem e corajoso casal chega no Brasil, bem no meio do carnaval.

É difícil imaginar o que se passou pela cabeça deles na primeira vez que viram um litoral tão exótico e um povo tão barulhento, mas tão alegre e acolhedor.

Esta obra é minha homenagem à co-ragem dos meus avós, à rica bagagem cultural que trouxeram com eles e ao belo país que os acolheu e que eles logo aprenderam a chamar de seu.

André BRIK Nasceu em Curitiba, é arquiteto, ilustrador e diretor de arte. Estudou Design

Gráfico na School of Visual Arts e na Parsons School of Design em NY. Influenciado pela publicidade sachplakat dos anos 1920 e pelo cartazismo

polonês com seus elementos sóbrios, fundos em cores contrastantes, trocadilhos visuais, geometria estilizada e ironia sutil.

Realização Apoio

REPRESENTAÇÃO CENTRAL DA COMUNIDADEBRASILEIRO-POLONESA DO BRASIL

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CURSOS

Fonte da imagem: http://aiesec.blog.br/pascoa-comemorada-paises/