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Agenda maio e junho 2017

• Relaçãodeparceria• GarantindofuturasnegociaçõesNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Palestra: Marketing Pessoal: Faça a diferençaNatasha Bacchi25 de Maio19h às 21h• Useomarketingpessoalaseufavor• Omarketingpessoalcomoferramentade

relacionamento• Ascoresdomeudia-a-dia• Afragrânciaideal• ComoaumentararedederelacionamentoNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes: R$ 47,00

Workshop:Facebook e Instagram para negóciosVictor Lymberopoulos29 de Maio19h às 22h• Estruturandoseuprojetonainternet• Influenciadoreseacapacidadedepersuasão• Prospecçãodeclientesatravésdasmídias

sociais• Investimentointeligente:Fecebook&

Instagram• Gatilhosmentais,comopossousá-losaomeu

favor?• TruquesdigitaisparaalavancarnegóciosNãoassociados:R$ 109,00Associadoseestudantes:R$ 89,00

Qualidade de serviços em recepção e secretariaSilvana Oliveira30 e 31 de Maio19h às 23h• Desenvolvimentopessoaleprofissional• Perfileposturaprofissional• Superaçãonoatendimentoaosclientes• TécnicasderecepçãoeatendimentoNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Palestra: Como avaliar e obter resultados na empresaSivaldo Dal Ry31 de Maio19h às 21h• Apresentaçãodeferramentasparaavaliação

deestoques,vendasecompras• Identificaçãodeprocessosprodutivos,de

custoseposiçãofinanceira• Avaliaçãodeposicionamentomercadológicoe

açõesdemarketing• AvaliaçãoderesultadoseajustesdedecisõesNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Acelerador Comercial Murilo Gomes05 e 06 de Junho19h às 23h• Desafioscomerciais-Qualéoseumaior

desafiocomercialnesteano?• Tendências-Oquepodeimpactarseu

negócio?• Aceleradorcomercial-Metodologiapara

acelerarvendaseaumentarresultados• Fidelização-Aartedafidelização• Gestãoagressivadacarteiradeclientes• Mix-Ocupandooseuespaçonaprateleirade

decisãodosclientes• Recuperaçãodeclientesinativos-Como

recuperaroclientequefoiembora?• Prospecçãoativaeassertiva• Novosprodutos/serviços-Ainovaçãocomo

ferramentacomercial• Planodeaçãopráticoepersonalizadopor

empresaparticipanteNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes: R$ 91,00

Palestra: Estratégias para vender serviçosNatasha Bacchi07 de Junho19h às 21h• Oqueasempresasdeserviçosdevemter• Comogerarvaloratravésdaapresentação• Quaisasestratégiasparavenderserviços• PersonalizaçãodosserviçosNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Comunicação para vendedoresCarmen Benedetti12, 13 e 14 de Junho19h às 23h• Apreparaçãodovendedordedentroparafora• Comunicaçãoverbalenão-verbal• Oqueéprecisoparaserumbomvendedor?• Acomunicaçãoportelefone• Operigodoautomático• Aimportânciadoouvir• Ocorpofalaeavozconta.Oquê?Nãoassociados:R$ 188,00Associadoseestudantes:R$ 110,00

Liderança e gestão de equipes de alta performanceSilvia Rocha19h às 23h

MÓDULO IEstilos de liderança e autogestão12deJunho• Estilosdeliderançaeliderançasituacional• Perfildolíderdesucesso• Autoconhecimentoeseusreflexosno

processodeliderar• Inteligênciaemocionaleresiliência

Palestra:Atendimento é TUDORegina Nakayama08 de Maio19h às 21h• Atitudesquefazemadiferençano

atendimentoaoclienteenaconversãoemvendas

• Orientaçõesparamelhoraraperformancedoprofissionalematendimentoevendas

• Compreendendoeconhecendoasfasesdociclodevendas

Nãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes:R$ 47,00

Workshop: Estratégias para micro e pequenas empresasRodrigo Martins15 de Maio19h às 23h• Capacidadesestratégicasnasmicroe

pequenasempresas• Aprendendoapensarestrategicamente• Criaçãodevalor• ExecuçãoecontroledaestratégiaNãoassociados:R$ 100,00Associadoseestudantes:R$ 60,00

Estratégias para o crescimento: Atendimento e vendasRegina Nakayama17 e 18 de Maio19h às 23h• Oatendimentocomofoconasvendas• Oprocessodavendaeopapeldovendedor• Conhecerocenárioedefinirmetasdevendas• PlanodeaçãocomestratégiasinteligentesNãoassociados:R$ 167,00Associadoseestudantes:R$ 91,00

Entrevista de Seleção (por competências): Como recrutar, selecionar e contratar talentos para as organizações Filomena Regina Storti Minetto19 e 20 de MaioDia 19 – 19h às 23hDia 20 – 08h às 17h • Análisedoperfildocargo(descriçãoeanálise

docargo)• Recrutamentodepessoal(fontes)• Triagem(Atravésdascompetênciastécnicas)• Ferramentasemseleção(Técnicasdeseleção

utilizadasnoprocesso)• Entrevistacomportamental/por

competências(Preparo,roteiro,habilidadespessoais,postura,errosdecomunicaçãoedesenvolvimentodaentrevista)

• AvaliaçãoderesultadosdoprocessoNãoassociados:R$ 188,00Associadoseestudantes:R$ 110,00

Habilidades de negociaçãoSilvana Oliveira22 e 23 de Maio19h às 22h30• Etapasdoprocessodenegociação• Acomunicaçãoesuainfluênciananegociação

FINANÇAS GESTÃO DE RH DIVERSOSMARKETINGATENDIMENTO E VENDAS WEB

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

LANÇAMENTO

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Rua Minas Gerais, 297 - 1°andar | (43) 3374.3000

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Associação Comercial e Industrial de Londrina Rua Minas Gerais, 297, 1º andar, Londrina, PR

www.acil.com.br

Intensivo em Excel Corporativo: Como utilizar o Excel no contexto empresarial Silvio Carvalho27, 28, 29 e 30 de Junho19h às 23h• RevisãodetodapartebásicadoExcelentre

funçõeselógica• Adicionarcomentáriosacélula• Auditoriadecélulas• AutofiltroBásico,Avançado,Dinâmico,Cores• FormatosnuméricosnoExcel• Sinaisparacondição• 4Funções• Maisde40fórmulas• Sinaisdeoperações• Hiperlink• Validaçãodedados• GráficosTreinamento100%prático.Necessárionotebook.Nãoassociados:R$ 300,00Associadoseestudantes:R$ 250,00

Palestra: Como aumentar as vendas através de estratégias digitaisSheila Dal Ry29 de Junho19h às 21h• Comportamentodoconsumidor• Canaisonlineaseremexplorados:site,redes

sociais,blogs• Ferramentas• CasesdeinteraçãoevendasNãoassociados:R$ 80,00Associadoseestudantes: R$ 47,00

MÓDULO IIComunicação assertiva/Planejamento e organização 13 de Junho• Comunicação assertiva e gestão de equipes• Ferramentas eficazes de comunicação• Falhas no processo de comunicação e

impactos no relacionamento• Organização e metodologia aplicada ao

processo de liderar pessoas e processos

MÓDULO IIIGestão de pessoas14 de Junho• O desafio de gerir equipes de alta performance• Relacionamento humano e trabalho em

equipe• Gestão do conflito e feedback• Cases de sucessoNão associados: R$ 300,00Associados e estudantes: R$ 250,00

Oratória: Técnicas para falar em públicoMaria Cristina Consalter20, 21 e 22 de Junho19h às 23h• Autoimagem do apresentador• Planejamento da apresentação• Comunicação verbal e não verbal e a

influência na qualidade da apresentação• Técnicas para a comunicação com o públicoNão associados: R$ 188,00Associados e estudantes: R$ 110,00

Como administrar compras e controlar estoquesCharles Vezozzo20, 21 e 22 de Junho19h às 23h• Perfil do comprador• Aspectos gerais de compras• Estoque mínimo e máximo• Rotação geral de mercadorias• Custo financeiro do estoque parado• Classificação ABC • Ficha de controle individual do produto • Inventário de estoquesNão associados: R$ 188,00Associados e estudantes: R$ 110,00

Novas regras do Simples Nacional: O que muda em 2018Ronaldo Cordeiro27 e 28 de Junho19h às 23h• A Lei Complementar 155/2016: Visão geral • As alterações de natureza tributária• Os novos limites de faturamento: Regra

Federal e Regras Estaduais • Entendendo os novos anexos e novas

alíquotas incidentes• A nova fórmula de cálculo: antes e depois da

LC 155/2016• As novas atividades permitidas• Casos específicos apontados pela Lei• Aspectos Gerais sobre o MEI – Micro

Empreendedor Individual Não associados: R$ 250,00Associados e estudantes: R$ 195,00

ABRASEL NORTE DO PARANÁ

CURSO DE BOAS PRÁTICAS E HIGIENIZAÇÃO NAS MANIPULAÇÕES DE ALIMENTOS23,24e25deMaioe12,13e14deJunho15hàs18hLocal:RuaMinasGerais,297|2ºandarInformações:33270202

Nãoassociados:R$100,00AssociadosACIL:R$70,00

LANÇAMENTO

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EDITORIAL

Mercado em Foco é uma publicação da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Distribuição gratuita. Correspondências, inclusive reclamações e sugestões de reportagens, devem ser enviadas à sede da Associação ou pelo e-mail [email protected]

DIRETORIA DA ACIL – GESTÃO 2016/2019

Fundada em 5 de junho de 1937

Rua Minas Gerais 297 – 1º andarEd. Palácio do ComércioLondrina (PR) – CEP 86010-905Telefone (43) 3374-3000Fax (43) 3374-3060E-mail [email protected]

Claudio Sergio TedeschiPresidenteFernando Maurício de MoraesVice-presidenteFabricio Massi SallaDiretor SecretárioAlexandra de Paula Yusiasu dos Santos2º Diretor SecretárioRodolfo Tramontini ZanluchiDiretor FinanceiroRogério Pena Chineze 2º Diretor Financeiro

Angelo Pamplona da CostaDiretor ComercialMarcus Vinicius GimenesDiretor IndustrialMarcia Regina Vieira Mocelin ManfrinDiretor de ServiçosOlavo Batista JuniorDiretor de Comércio InternacionalAdelino Favoretto JuniorDiretor de ProdutosElias Lombardi de OliveiraDiretor Institucional

Luigi Carrer FilhoDiretor de AgronegóciosMarco Aurélio KumuraDiretor de Tecnologia e InovaçãoRicardo Beraldi RodriguesDiretor Micro e Pequeno EmpresárioAndré Gradia Gomes YuiDiretor Jovem EmpresárioMarisol ChiesaPresidente do CME ACIL

CONSELHO DELIBERATIVOAry Sudan Carlos Alberto Dorotheu MascarenhasDavid ConchonFlávio Montenegro BalanGeorge HiraiwaHerson Rodrigues Figueiredo JúniorJosé Augusto RapchamKatsumi Sérgio OtaguiriNivaldo BenvenhoOswaldo Pitol

Valter Luiz OrsiWeber GuimarãesWilson Geraldo Cavina

CONSELHO FISCALTitularesAdoniro Prieto MathiasMarcus Vinicius Bossa GrassanoRafael de Giovanni NetoSuplentesMario Nei PacagnanMarcelo Quelho FilhoEduardo Ajita

Susan NaimeCoordenaçãoLúcio Flávio MouraEdiçãoGiovana Nogueira CorreiaEstagiária de ComunicaçãoFernando CremonezFotografiaThiago MazzeiProjeto gráfico

Diego Rigon MenãoSuperintendenteClaudia Motta PechinGerente ComercialBarbara Della LiberaSupervisora de Marketing

ColaboradoresAmanda Abranches Amanda de Santa

Celso Felizardo Danilo Marconi Fábio Cavazotti Fernanda Bressan Juliana Leite Luciano Pascoal Michelle Aligleri Mie Francine Paulo Briguet Ranulfo Pedreiro

Renato OliveiraViviane Alexandrino

ImpressãoMidiografTiragem10 mil exemplares

80 ANOS DE FIDELIDADE AOS NOSSOS PRINCÍPIOSQuando os pioneiros chegaram nas

terras virgens do lado de cá do Rio Tibagi, havia muito o que fazer. Transformar aquele esplendor natural em um lar... Era um desafio que só pode ser considerado vencível por quem tem nas veias o sangue da bravura.

Não era pouca coisa: era preciso ter ideias, ter força, ter entendimento e ter união para domar o ambiente hostil. Para que a selva de mosquitos e onças, de escuridão e silêncio, cedesse espaço ao que chamamos hoje de Londrina, esta experiência multiétnica fantástica que não vingaria sem as características que nos acompanha até hoje.

Os princípios e valores para construir uma nova civilização acompanhavam os facões, os machados e os lampiões. Havia naquilo tudo uma ambição de progresso, um inconformismo, um apetite extraordinário de fazer algo diferente, mais avançado do que os outros lugares, ainda impregnados de uma velha ideia de Brasil.

Foi com a criação da Associação Comercial naquele final de outono de 1937 que Londrina fez o primeiro exercício

efetivo de autoconhecimento, uma semente lançada para a posteridade, um ajuste inicial do leme que nos faria singrar as correntezas conforme nossas convicções.

Fizemos muito, meus caros. Erramos, acertamos, mas tentamos, obstinadamente, como fazem os que têm fibra e confiança. E aqui estamos, maduros, lúcidos, conscientes, fortes, mas ainda famintos de sonhos e vitórias. Porque a ACIL é a alma e o corpo de Londrina. E porque Londrina é o corpo e a alma da ACIL. Somos indissociáveis. Seguiremos juntos na dor e na alegria. Como um casamento que desafia a eternidade.

Convido a todos para saborear cada um destes textos e entender melhor o significado da nossa existência. São dezenas de páginas que reverberam o que temos de melhor. Fatos e personagens que nos ensinam, nos emocionam e redobram nosso orgulho de liderar esta marca tão querida. Muito obrigado a todos que fizeram conosco esta viagem que já dura oito décadas!

Boa leitura!

Confira o teaser do documentário dos 80 anos da ACIL

Claudio Sergio Tedeschi Presidente da ACIL(gestão 2016-2019)

Errata: Sobre a legenda veiculada na reportagem “Na mesma direção”, da edição de número 38 da Revista Mercado em Foco, informamos que o nome correto do presidente da Câmara Municipal de Vereadores é Mário Takahashi.

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 7

EXPERIÊNCIAConhecimento, uma obsessão de oito décadas ................. 22

EMPRESARIADOPortas abertas para a tradição .............................................. 26

ACIL NA MÍDIANas páginas da história de Londrina .................................... 30

DEUS DO COMÉRCIOO elo da ACIL moderna com suas origens ......................... 34

COMPROMISSOEfeito multiplicador ........................................................... 42

DIVERSIDADE ÉTNICATodos os cromossomos do mundo ..................................... 47

LANCES DA HISTÓRIAUma marca desenhada por Londrina ................................. 50

CARA OU COROADinheiro em construção ..................................................... 52

ASSOCIATIVISMOO desafio de construir novas pontes .................................... 57

POR DENTRO DA ACILTudo o que você precisa saber sobre a ilustre aniversariante ...................................................... 60

ENTREVISTACooperação e competição podem andar juntas ................. 68

HOMENAGENSO mural da celebração ......................................................... 72

ÍNDICE

38

DIVERSIDADEA cidade que move a ACIL

18

LIÇÕESAprender, crescer e inspirar

64

TRABALHO VOLUNTÁRIOOs valores que movem o associativismo

OITO DÉCADASACIL através do tempo

8

APRENDER, CRESCER E INSPIRAR

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maio e junho de 2017 | www.acil.com.br8

OITO DÉCADAS

ACIL ATRAVÉS DO TEMPOUma viagem pelos desafios e conquistas em 80 anos de história

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 9

REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

Por Paulo Briguet

O Livro do Eclesiastes, um dos inúmeros tesouros da Bíblia Sagrada, faz uma reflexão memorável sobre a natureza do tempo: “Há um momento para tudo e um tempo para todo propósito debaixo do céu. Tempo de nascer e tempo de morrer. Tempo de plantar e tempo de arrancar a planta. Tempo de matar e tempo de

curar; tempo de destruir e tempo de construir. Tempo de chorar e tempo de rir; tempo de gemer e tempo de bailar. (...) Tempo de calar e tempo de falar. Tempo de amar e tempo de odiar; Tempo de guerra e tempo de paz”.

Ao escrever sobre as oito décadas de existência da Associação Comercial e Industrial de Londrina, vieram-me à mente essas palavras das Escrituras.

Contemplando tudo que a ACIL fez nestes 80 anos, senti-me inclinado a pensar na entidade como uma pessoa de carne, osso e, principalmente, alma.E pensar que a linha do tempo da ACIL, assim como a de Londrina, está só começando...

Pois é pelo tempo que se conquista a eternidade.

(Paulo Briguet)

1937: Nasce a Associação Comercial de Londrina (ACL), com a eleição da primeira diretoria

1940: Em 22 de dezembro a ACL define a construção da sede própria e toma empréstimo de 200 contos de réis na Caixa Econômica Federal

PRIMEIRA DÉCADA: 1937-1946

Tempo de nascer

Não basta sobreviver, é preciso se unir. Não basta se unir, é preciso crescer

Quando terminou a Segunda Guerra, perguntaram a um escritor que ficara desaparecido durante o conflito:

— O que você esteve fazendo nos últimos anos?

A resposta foi simples:

— Estive sobrevivendo.

Nenhum nascimento é fácil. A primeira conquista da ACIL antecedeu a própria criação da entidade: foi a sobrevivência pessoal dos primeiros habitantes da clareira na mata que se chamou Londrina. Aqueles homens e mulheres enfrentaram as carências, as adversidades, os obstáculos, as dores, os perigos e as incertezas dos primeiros tempos com uma tenacidade que só podemos chamar de heróica.

Os primeiros comerciantes que se estabeleceram em Londrina, no início dos anos 30, eram dois alemães e um libanês. Chamavam-se Alberto Koch, Friedrich Schultheiss e David Dequêch. Os três estavam entre os 19 pioneiros que assinaram a ata de fundação da Associação Comercial de Londrina,

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no salão nobre do Líder Clube, em 5 de junho de 1937. David Dequêch foi escolhido como primeiro presidente da entidade. Fundar uma entidade empresarial naqueles tempos foi uma conquista em si; um ato de ousadia, marcado pelo espírito de união. Eles sabiam: para sobreviver, era preciso que estivessem unidos. Ainda mais naqueles tempos difíceis, em que a humanidade atravessou o maior conflito armado já visto, com 50 milhões de mortos.

Mais cedo do que se pensava, a ACIL se revelaria fundamental para o futuro da cidade. Apenas cinco meses após a fundação da entidade, Getúlio Vargas deu o golpe do Estado Novo, fechando todas as casas legislativas do País e nomeando interventores estaduais. Durante os primeiros tempos da ditadura, a Associação Comercial foi a caixa de ressonância da população londrinense junto às autoridades. O

papel de fiscalizador do poder público também foi corajosamente exercido. Ao denunciar a aplicação irregular de uma verba de 177 contos de réis pela administração municipal, a ACIL provocou a demissão do prefeito João Ferrário Lopes, logo substituído pelo capitão Miguel Blasi.

Já naquela época, a cidade olhava para além de seus limites geográficos. Era necessário um canal de comunicação mais rápido com o mundo. A população já não aceitava esperar longas horas para fazer a travessia de balsa no Rio Tibagi. Numa visita do então interventor Manoel Ribas, conhecido pela alcunha de “Mané Facão”, a ACIL organizou um baile de recepção que acabou se tornando um evento reivindicatório. Quando o interventor deixava a cidade, incomodado com as cobranças, nova surpresa: uma imensa fila de caminhoneiros londrinenses fez com

que Mané Facão esperasse horas para atravessar o Tibagi (tudo foi orquestrado pela entidade). E assim, graças à pressão do povo, foi construída a ponte que ligou Londrina ao mundo.

Outras campanhas bem-sucedidas da primeira década resultaram na fundação da Santa Casa, na eletrificação da cidade e no aumento no número de vagões ferroviários para escoamento da produção agrícola. Em 1946, nas dependências da ACIL, nasce uma de suas mais importantes coirmãs: a Sociedade Rural do Paraná.

A conquista de maior simbolismo, no entanto, foi a construção da primeira sede própria da Associação Comercial, que orgulhosamente era apresentada como “o prédio mais bonito e mais alto do Sertão”. No alto desse prédio, a estátua do Mercúrio apontava para cima. Era o rumo da história que a cidade vislumbrava.

SEGUNDA DÉCADA: 1947-1956

Tempo de crescer

Com a presença marcante da ACIL, a cidade se desenvolve em ritmo vertiginoso

O advogado mineiro Milton Menezes, que veio a ser duas vezes prefeito de Londrina, fez em entrevista um comentário certeiro sobre a presença da ACIL já nas primeiras décadas da cidade:

— A existência da ACIL marca o espírito pioneiro que presidiu a organização da cidade. Cidade que, não tendo passado a lembrar, empenhava-se em preparar o futuro.

Se a fundação da ACIL coincidiu com o advento do Estado Novo, a segunda década da entidade começa com ventos democráticos. Após o período ditatorial de Getúlio Vargas, o País tinha um presidente democraticamente eleito, o marechal Eurico Gaspar Dutra. A redemocratização teve efeitos diretos no município, com a eleição dos prefeitos Hugo Cabral (1947-

1952: Ministro Da Viação e

Obras Públicas determina auxílio da

Sorocabana e de uma frota

de caminhões, depois de

receber David Dequêch e Nicolau D´Andréa

1956: Em 8 de abril acontece a inauguração da estação de

passageiros do Aeroporto de

Londrina

maio e junho de 2017 | www.acil.com.br10

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1951), Milton Menezes (1951-1955) e Antonio Fernandes Sobrinho (1955-1959).

Em Londrina, além da democracia, havia a euforia. Euforia do café. Os números são impressionantes: de 1939 a 1951, o valor da saca do café no Porto de Santos teve crescimento de 772%; só entre 1949 e 1950, o salto fora de 80%. Em 1952, a renda do café tornou Londrina o 15º município em arrecadação de impostos no País. Começava a era do Ouro Verde.

No início dos anos 50, a ACIL veio a descobrir que a crônica falta de vagões ferroviários na cidade se devia a uma retaliação de autoridades pelas constantes reivindicações feitas pelos produtores londrinenses. Em agosto de 1952, diretores da ACIL tiveram uma reunião no Rio de Janeiro com o ministro da Viação e Obras Públicas, Álvaro de Souza Lima, e conseguiram resolver o problema. O ministro determinou o auxílio da Ferrovia

Sorocabana e de uma frota de caminhões para escoamento da safra.

Em 1953, o comércio da cidade iniciou uma luta que se estende até hoje: a campanha pela ampliação no horário de abertura das lojas. Já naquele ano, a ACIL entrou em rota de colisão com os políticos e burocratas que teimavam em proibir o funcionamento do comércio aos sábados.

No mundo, a Guerra Fria. No Brasil, o suicídio de Getúlio. Por aqui, a cidade crescia em ritmo frenético. Em 1956, foi inaugurada a pista do Aeroporto de Londrina, que veio a ser o terceiro mais movimentado do País, perdendo apenas os de Rio e São Paulo. O urbanista Prestes Maia, responsável pelo primeiro plano diretor da cidade, comentou: “Londrina é uma cidade regional de primeira classe, em plena prosperidade e em rápido crescimento”.

O fenômeno londrinense tem origem na própria concepção de uma cidade que nasceu como empresa, no bojo da maior reforma agrária promovida pela iniciativa privada em todo o planeta. Assim como aconteceu na primeira década e aconteceria em todas as fases seguintes, as grandes conquistas, fundações e inaugurações da cidade passavam pela sede da Associação Comercial de Londrina. Autoridades como o governador Bento Munhoz e os ministros Horácio Lafer (Fazenda) e João Cleofas (Viação) estiveram na entidade como se a Casa do Mercúrio fosse a representação diplomática de Londrina. Digna de registro também é a visita da imagem de Nossa Senhora de Fátima, trazida à sede da ACIL pelo então arcebispo de Jacarezinho, Dom Geraldo de Proença Sigaud.

Em espírito e entusiasmo, em corpo e alma, a ACIL crescia com Londrina, enquanto os cafezais em flor anunciavam tempos ainda mais fascinantes. Abençoada terra!

começa a florescer de um modo espetacular. O que vale para o indivíduo, vale para a instituição. Ao fazer 20 anos, a ACIL iniciava uma década em que as conquistas de sua irmã pouco mais velha, Londrina, começaram a brilhar para todo o mundo.

Durante os Anos Dourados, em que Londrina passou a ser denominada Capital Mundial do Café, a Associação Comercial participou de praticamente

todos os grandes feitos que vieram a moldar a cidade amada. No plano nacional, vivia-se a euforia dos “50 anos em 5” anunciados pelo presidente Juscelino Kubitschek. No plano local, assistia-se ao reinado da cafeicultura e à elevação de Londrina a Arquidiocese, com a chegada de Dom Geraldo Fernandes, em 1957.

Com a renda do café, o comércio da cidade se fortalecia. Em maio de 1960, a ACIL criou o Seproc (Serviço

1963: Em 5 de maio a ACIL recebe a visita do ex-presidente da República e então senador Juscelino Kubitschek

Associação Comercial e Industrial de Londrina 11

TERCEIRA DÉCADA: 1957-1966

Tempo de brilhar

As vitórias e as conquistas da época em que Londrina foi a Capital Mundial do Café

Quando uma pessoa faz 20 anos, está no que chamamos de “a flor de idade”. Se o solo é bom e o lavrador é responsável, tudo aquilo que foi semeado na infância e na adolescência

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de Proteção ao Crédito), um sistema de informações que oferecia segurança à atividade dos comerciantes. Foi a semente lançada para Londrina se tornar um modelo nacional de proteção ao crédito, com o atual SPC.

No ano seguinte, o industrial Lizandro de Almeida Araújo (presidente da ACIL em três mandatos), juntamente com D. Geraldo, adentrou o gabinete do recém-eleito governador Ney Braga, e disse com firmeza:

— Universidade para Londrina!

Em plena era de ouro do café, a ACIL sabia que o conhecimento e a cultura eram condições fundamentais para o verdadeiro desenvolvimento. Nos anos seguintes, a cidade conquistaria a criação de vários cursos superiores, que juntos viriam mais tarde a formar a UEL.

Uma cidade na flor da idade precisa ser firme na defesa de suas ideias. Firmeza que levou a ACIL a conseguir a redução do ICM (atual ICMS) em 1961 e o reforço no policiamento da cidade em 1963. Em fevereiro de 1964, a entidade organizou um protesto de lojistas contra a destinação de 25% das multas do comércio para o bolso dos próprios fiscais municipais.

Desde 1962, a ACIL já contava com seu próprio veículo de comunicação, o Jornal do Comércio, em cujas páginas a entidade discutia os temas mais importantes para o desenvolvimento. O número de estreia trazia na capa um tema que até hoje envolve a sociedade londrinense: a necessidade da industrialização.

No dia 5 de maio de 1963, o “prédio mais bonito do Sertão” teve um visitante ilustre: o ex-presidente da

República e então senador Juscelino Kubitschek. No principal salão da entidade, JK recebeu o título de Cidadão Honorário de Londrina.

Mas os anos de brilhantismo da cidade também tiveram seus problemas. Em 1963, houve uma grande geada, seguida de um incêndio rural de proporções catastróficas em todo o Paraná. Graças ao empenho das entidades locais, Londrina conseguiu ajuda financeira do governo para os cafeicultores prejudicados.

Em 1964, houve o golpe militar e a queda de João Goulart. Por meio de seus dirigentes, a ACIL foi uma das responsáveis por manter a cidade unida naqueles dias turbulentos. Inspirada pelo exemplo dos pioneiros, Londrina congregou forças para enfrentar os desafios que viriam.

1967: ACIL obtém empréstimo de 2 bilhões de cruzeiros para socorrer produtores locais

Diante do autoritarismo, Londrina mostrou mais uma vez seu espírito inconformista e libertário. Em 1968, o jornalista Délio César organizou o 1º Festival Universitário de Londrina, que viria se tornar o FILO. Naquele mesmo ano, com o apoio decisivo do empresariado local, o prefeito José Hosken de Novaes inaugurou o Sercomtel (Serviço de Comunicações

Telefônicas de Londrina), em corajoso desafio ao monopólio do governo no setor.

A cafeicultura, embora ainda pujante, apresentava claros indícios de que, cedo ou tarde, viria o esgotamento. Os dirigentes da ACIL não se cansavam de apontar a necessidade de diversificação da base econômica do município. Ao lado de

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QUARTA DÉCADA: 1967-1976

Tempo de mudar

Em meio a desafios imensos, ACIL protagoniza transformações e lança as bases para a reinvenção da cidade

Jean-Paul Sartre dizia que 30 anos era a “Idade da Razão”. Talvez não exista um ponto, na vida de uma pessoa ou de uma instituição, em que a juventude e a maturidade se equilibrem tão perfeitamente. A partir de 1967, quando a ACIL completou três décadas, a pureza da criança, o entusiasmo do jovem e a fortaleza do homem adulto seriam igualmente indispensáveis para enfrentar imensos desafios.

Já em 1967, a ACIL intermediou um empréstimo de 2 bilhões de cruzeiros para socorrer produtores rurais afetados por intempéries climáticas. Mas o clima pesava mesmo era em Brasília, pois a linha-dura dos militares não realizou o prometido retorno à normalidade democrática. Até lideranças que haviam apoiado o movimento de 64, como Carlos Lacerda e JK, foram hostilizadas e expurgadas pelo regime.

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outras forças vivas da sociedade civil, a entidade capitaneou as campanhas que resultariam na criação de dois centros de conhecimento e pesquisa fundamentais para o Norte do Paraná: a Universidade Estadual de Londrina (UEL) e o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), que

começaram a funcionar, respectivamente, em 1970 e 1972.

Com a base formada — UEL, Iapar, Sercomtel, obras de infraestrutura urbana e expansão dos sistemas de saúde, educação e moradia —, foi possível enfrentar a maior das

provações que o município vivera até então: a geada negra, na noite de 17 para 18 de julho de 1975.

Os jornais anunciavam a tragédia em letras garrafais: não sobrara um pé de café! Era a mãe de todas as geadas, com a destruição total da safra. Da noite para o dia, milhares e milhares de pessoas ficaram sem trabalho, gerando um êxodo rural de proporções bíblicas. E para onde vieram essas pessoas? Para Londrina. Era preciso reinventar a cidade para que o sonho dos pioneiros não se tivesse um fim melancólico.

A presença de um setor empresarial forte e dinâmico foi condição essencial para que Londrina superasse o trauma da geada. A ACIL seria protagonista na história da superação. Em 1976, ao inaugurar sua nova sede no Palácio do Comércio, a entidade se colocava como um dos pilares da grande mudança. Era preciso olhar para onde o Mercúrio apontava: o futuro.

1976: Em 5 de julho é inaugurado o Palácio do Comércio, nova sede da ACIL

simboliza o período necessário para que alguém atinja o ápice de uma trajetória e inicie um novo ciclo. Com 40 anos, uma entidade e uma cidade, se edificadas sobre valores sólidos, podem resistir às mais fortes tempestades e tormentas.

Entre 1977 e 1986, anos que marcaram o fim do período militar e a volta à democracia, a ACIL teve desafios gigantescos pela frente. Ao mesmo tempo em que era preciso redefinir as bases econômicas do município e da região, Londrina via-se face a face com uma demanda social crescente. As famílias que vinham da zona rural precisavam de moradia, saúde, educação — e, é claro, buscavam o maior de todos os programas sociais: aquele que se chama emprego.

Em 1980, com o desemprego na cidade atingindo 15%, a ACIL realizou um amplo debate sobre a industrialização do município, ao mesmo tempo em que realizava ações de fomento ao comércio e à prestação de serviços. Os empresários se mobilizavam para garantir a ampliação do horário das lojas e a melhoria na segurança dos cidadãos. Em 1982, a

1985: É criado o Conselho da Mulher Empresária da ACIL para defender o bem-estar e a integridade das pessoas; a produtividade econômica e a geração de renda; o

fortalecimento e capacitação da mulher empreendedora

O número 40 possui um rico simbolismo na civilização judaico-cristã. Noé permaneceu na Arca durante o Dilúvio durante 40 dias e 40 noites; o povo de Israel caminhou 40 anos antes de chegar à Terra Prometida; Jesus passou 40 dias e 40 noites no deserto. Quarenta

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QUINTA DÉCADA: 1977-1986

Tempo de resistir

Após o fim do ciclo cafeeiro, a ACIL participa dos três desafios da cidade: econômico, administrativo e político-cultural

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entidade tomou a iniciativa de criar o Conselho Comunitário de Segurança e o Núcleo Industrial da ACIL. Em 1985, surgiu o Conselho da Mulher Empresária. Todas essas iniciativas visam a defender benefícios valiosos: o bem-estar e a integridade das pessoas; a produtividade econômica e a geração de renda; o fortalecimento e capacitação da mulher empreendedora.

No plano político-cultural, o Auditório David Dequêch foi palco de manifestações artísticas nas quais se defendia abertamente a redemocratização do País. Escritores, músicos, artistas plásticos e intelectuais usavam a linguagem universal da

cultura para mostrar que sonhavam com um novo país, mais justo e próspero, onde a livre iniciativa e o livre-arbítrio pudessem caminhar juntos.

Em 1983, Wilson Moreira elegeu-se prefeito e mobilizou as forças empresariais locais para recuperar as finanças do município, deixadas em condições catastróficas pela administração anterior. A gestão Moreira foi um verdadeiro renascimento de Londrina, em termos administrativos. Se no plano nacional a economia sofria com a inflação galopante, a cidade se reinventava no setor educacional e também na construção civil, tornando-se um dos municípios mais verticalizados

do País. Nesta época é fundado o Sinduscon Norte (Sindicato das Indústrias de Construção Civil do Norte do Paraná), um dos fiéis companheiros de viagem da ACIL nas lutas pelo desenvolvimento.

Durante o Plano Cruzado, em 1986, o País viveu a ilusão de que era possível curar o mal da inflação sem atacar as causas da febre, mas apenas quebrando o termômetro, através do congelamento de preços. Desfeita a magia dos primeiros meses, a inflação voltou mais forte do que nunca. E o povo percebeu que a iniciativa privada era um aliado, e não um inimigo, na luta por um Brasil melhor.

1994: ACIL realiza a primeira edição do Londrinatal

acompanhada ao vivo por todo o País. Havia um sentimento de revolta contra a tão sonhada democracia, que parecia ter saído dos trilhos. No ano seguinte, foi aprovada a nova Constituição Federal, que trouxe liberdades políticas mas sobrecarregava o Estado de demandas e atribuições irrealistas. “Aprovamos uma Constituição com direitos suíços e recursos moçambicanos”, definiu o senador Roberto Campos, em palestra na ACIL.

No entanto, a classe empresarial não podia ficar de mãos atadas, só reclamando

do governo. Era preciso ir à luta — e evoluir. Já em 1987, a ACIL incorporou oficialmente o setor industrial ao quadro de associados, fortalecendo a sua representatividade. A estrutura da Associação passou por diversas medidas modernizadoras, com a informatização dos serviços e a criação dos cursos de treinamento. Dos anos 1990 até hoje, milhares de empresários, gestores e funcionários passaram pelo Centro de Capacitação da ACIL. É um verdadeiro centro irradiador de conhecimento. O Auditório David Dequêch recebeu palestrantes ilustres, como o já

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SEXTA DÉCADA: 1987-1996

Tempo de evoluir

Enquanto Brasil reconquista a estabilidade econômica, ACIL investe em modernização e mobiliza a comunidade para as boas causas

A sexta década da ACIL também começou com dias turbulentos. Em 10 de dezembro de 1987, na ressaca do Plano Cruzado, houve um assalto cinematográfico à agência do Banestado na Avenida Paraná,

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citado Roberto Campos, o mestre do empreendedorismo Ozires Silva e o ex-ministro da Agricultura Pratini de Moraes.

Ao mesmo tempo em que o Conselho da Mulher Empresária realizava eventos como a 1ª Mulher Mostra Londrina e Londrina É Moda, a ACIL e o Conselho Comunitário de Segurança mobilizavam a sociedade civil para apoiar as forças policiais e defender a população contra a ação dos bandidos. Em 1996, a entidade viabilizou a doação de terreno para a construção da Casa de Custódia.

A um país que clamava por mudanças profundas, o presidente Itamar Franco e o então ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso anunciaram em 1994 o Plano Real. Apesar do ceticismo inicial, finalmente conseguiu-se vencer a inflação e trazer estabilidade econômica ao País. Embora ainda houvesse muito a fazer, acenderam-se as luzes da esperança. A vitória sobre inflação encerrou um ciclo tenebroso da história nacional.

Reflexo dos novos ânimos, as esperanças também brilharam na

noite londrinense, com a campanha Londrinatal. A ACIL estimulou a comunidade a fazer decorações luminosas nas residências e empresas da cidade, como forma de ressaltar a alegria do período natalino. Foram Natais inesquecíveis, em que a cidade brilhou para todo o País.

Na década de sua modernização, a ACIL encontrou as oportunidades para aperfeiçoar sua atuação pública e unir a comunidade em torno das melhores causas. Além de brilhar, é preciso evoluir.

2002: Prefeitura anuncia construção do Shopping Popular. ACIL promete a transformação dos camelôs em microempresários

da entidade e do Ministério Público de Londrina receberam, na República Tcheca, o Prêmio Integridade, conferido pela Transparência Internacional.

Outra linha de combate da ACIL se deu em torno do horário do comércio e da atividade ilegal dos camelôs. A entidade travou uma luta intensa contra o poder público, que por um lado prejudicava e punia comerciantes legalizados, e por outro incentivava o comércio ilegal e a pirataria.

Mas tempo de lutar também é tempo de criar. Em 2003, o Londrina Convention Bureau iniciou atividades tendo a ACIL como entidade mantenedora. O órgão apresenta a cidade como destino de eventos e convenções, fomentando o turismo e a prestação de serviços. De lá para cá, centenas de eventos foram realizados em Londrina graças à atuação do Convention.

No mesmo ano, foi inaugurado o Sicoob Londrina, cooperativa de crédito com juros e serviços bancários mais acessíveis. Juntamente com o Sicredi e a Uniprime, as cooperativas têm sido uma excelente opção para os empreendedores locais.

Em 2005, por inspiração do professor José Monir Nasser, a ACIL e outras entidades locais fundaram o Fórum Desenvolve Londrina, composto hoje por 38 entidades locais. O grupo estuda problemas e propõe soluções para os grandes temas da vida na cidade, tais como saúde, educação, segurança, meio ambiente, empreendedorismo, industrialização e gestão pública. Produzindo anualmente um caderno temático de estudos, o Fórum se tornou uma usina geradora de boas ideias e uma fonte de propostas para construir uma Londrina cada vez melhor.

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SÉTIMA DÉCADA: 1997-2006

Tempo de lutar

Uma década marcada pelos movimentos em defesa da moralidade, da legalidade, da segurança pública — e das boas ideias

A corrupção e a violência estão entre os maiores males do nosso tempo. Não por acaso, a ACIL notabilizou-se na virada do século por liderar movimentos que puseram o dedo na ferida e uniram a sociedade para dizer NÃO aos criminosos de todas as esferas: sejam aqueles que atacam os cofres públicos, sejam aqueles que perturbam a paz da comunidade.

Em 1999, a ACIL e o Conselho Comunitário de Segurança lançaram o movimento Londrina Exige o Fim da Violência, chamando a atenção das autoridades públicas para a escalada de crimes na cidade.

Logo em seguida, a sociedade londrinense descobriu, estarrecida, que o crime não lesava apenas cidadãos e empresas individuais, mas também o poder público municipal. A partir de uma pequena denúncia sobre desvios em serviços de capina e roçagem, foi revelado um imenso esquema de corrupção, batizado de Caso AMA-Comurb. A ACIL uniu-se a outras entidades da sociedade civil e criou o célebre movimento Pé Vermelho Mãos Limpas, que levaria à cassação do então prefeito por improbidade administrativa, em junho de 2000. No ano seguinte, representantes

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Voar é criar grupos que representam com firmeza os ideais do desenvolvimento sustentável, como o G7 (Grupo de Defesa Econômica de Londrina), o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial e os Núcleos Setoriais.

Voar é estimular o empreendedorismo através de entidades como a Garantinorte (Sociedade Garantidora de Crédito), a SGC que mais cresceu no Brasil nos últimos dois anos.

Voar é mostrar firmeza mesmo em situações difíceis, como durante o processo de cassação do prefeito Barbosa Neto (2012), o fim da Lei da Muralha (2012) e a crise do impeachment (2016).

Voar é pensar no futuro. É investir no conhecimento, na inteligência, na cultura. É transformar a antiga Capital Mundial do

Café em Londrina Cidade Genial.Voar é saber que essa linha do tempo

ainda reservará muitas boas notícias nas próximas décadas.

Voa, ACIL!

“O que caracteriza a ACIL desde o início é o espírito desbravador e associativista. Os pioneiros tiveram a necessidade de ousar e de se unir para vencer as dificuldades dos tempos de colonização. Isso acabou se incorporando à essência da ACIL. Tornou-se uma identidade, uma segunda natureza.”

(Claudio Tedeschi, presidente da ACIL)

2017: ACIL adota o slogan “Só toca

o céu quem não tem medo de

voar” e apresenta à sociedade o

intenso calendário de atividades que

irá comemorar os 80 anos da

entidade

2016: Em 22 de março o comércio e

empresas do setor produtivo fecharam

suas portas por 30 minutos para protestar contra o agravamento

da crise política e econômica do país. A ação foi

encabeçada pela ACIL.

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OITAVA DÉCADA: 2007-2017

Tempo de voar

É impossível separar a essência de uma cidade e de uma entidade que juntas alçam voo

Só toca o céu quem não tem medo de voar. A frase que marca os 80 anos da ACIL é uma tradução perfeita das realizações da entidade na última década. De 2007 até os dias atuais, a ACIL não teve medo algum de levantar voo. Sem abandonar os valores que permanecem desde o passado pioneiro, a linha do tempo da ACIL alcança o futuro transformando-o em presente para Londrina.

Mas o que é voar para a ACIL? Voar é modernizar a entidade, com a profissionalização da equipe e o oferecimento de produtos e serviços que aumentam a competitividade dos associados.

Voar começa pela própria logomarca da ACIL, lançada há dez anos, que incorpora alguns dos principais símbolos da nossa cidade, como a dizer que Londrina está na ACIL e ACIL está em Londrina, sendo impossível separar a essência da cidade e da entidade. A atuação da ACIL jamais se limitou à ação corporativa ou aos interesses de classe; desde o início, buscou-se o bem de toda a população londrinense.

Voar é discutir e implantar propostas em benefício da cidade, como a Lei Cidade Limpa, a campanha Trânsito Legal, a Nova Sergipe, a Nova Saul, o Natal do Amor e os novos cursos de Engenharia nas universidades locais e a Sala do Empreendedor.

Voar é aumentar o número de associados, mesmo em tempo de crise, tornando-se uma das ACEs que mais cresceram nos últimos anos em todo o País.

Voar é conquistar a confiança dos empresários e da comunidade local através de serviços de qualidade, como o SPC ACIL, campeão nacional de resultados e eficiência.

Voar é promover eventos de grande impacto entre a classe empresarial e o público formador de opinião: Fórum Mercado em Foco, Semana do Empreendedor Digital e o movimento de cidadania Brasil Mostra Sua Garra.

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LIÇÕES

Por Fernanda Bressan

Uma das formas mais gratificantes de medir o valor de nossa existência é perceber o quanto de nós está nos outros e o quanto ajudamos a mudar e a melhorar a vida na cidade onde estamos.

Nestes 80 anos, a ACIL deixou muito de si para Londrina e para quem nela vive. A importância do trabalho realizado por muitas mãos é um dos grandes legados da entidade, que sempre esteve ao lado do desenvolvimento, da segurança, da comunidade e do progresso da cidade.

Nelson Dequêch é uma das pessoas que sempre esteve ligada à ACIL, mesmo não atuando diretamente nela. Nascido aqui quando a cidade dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento, ele acompanhou o trabalho do pai, David Dequêch, primeiro presidente da ACIL, e, depois, de seu irmão Nilo e seu sobrinho Davi, também ex-presidentes da entidade.

“Gostava muito de passar pelos corredores e mexer no mimeógrafo quando criança. Você sabe o que é isso?”, pergunta ele durante a entrevista. A máquina de fazer cópias em papel fascinava Nelson ainda pequeno, que ia à sede da entidade acompanhar o pai. “Nesta época, para mim, a ACIL era uma turma que se reunia, só depois fui entendendo o que era a entidade”, conta.

APRENDER, CRESCER E INSPIRAR

Para muita gente, desde aquele final de outono de 1937, a ACIL funciona como uma escola, uma experiência fascinante que ensina, encorpa e desperta capacidades que influenciam os mais jovens

A “turma” reunida mostrou a Nelson a importância do trabalho em prol de Londrina. “Tudo o que era novidade na cidade tinha a participação da ACIL, a criação do Grêmio, a construção da Santa Casa, do Rotary Clube, a ACIL sempre participou de tudo, ela extrapolava as funções de

Nelson Dequêch: “Nada que é perene se constrói com apenas uma pessoa, toda a comunidade tem que participar. A ACIL

sempre praticou a lição do trabalho em comunidade, de pensar na coletividade do ser humano”.

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

Associação Comercial e Industrial de Londrina 19

uma associação de classe. Não podemos desligar a ACIL de nenhuma instituição que precisou de ajuda em Londrina, ela nunca se furtou de ajudar a cidade”, recorda Nelson Dequêch.

Ele faz questão de frisar que no início da entidade todos os comerciantes que aqui estavam foram unânimes para a criação da ACL, primeiro nome da ACIL. “Esse é um dos grandes legados da entidade que muita gente ainda não entende: nada que é perene se constrói com apenas uma pessoa, toda a comunidade tem que participar. A ACIL sempre praticou a lição do trabalho em comunidade, de pensar na coletividade do ser humano”, enfatiza.

Talvez esta sementinha tenha sido uma das molas propulsoras que fizeram Nelson Dequêch assumir a presidência do Hospital do Câncer quando a instituição estava em situação caótica. Foram mais de 10 anos trabalhando voluntariamente em prol da comunidade. “Sempre tive a percepção de que nenhuma comunidade vai pra frente se pensa só em si, mas quando fui para o hospital eu já era um idoso com mais de 60 anos”, brinca, como se pudesse minimizar a importância do trabalho que fez para erguer e multiplicar o número de pacientes atendidos. Aliás, Nelson Dequêch diz que neste período “teve a melhor remuneração” de um trabalho, mesmo atuando de forma voluntária.

Com a ACIL e com seu pai, Nelson Dequêch aprendeu que o trabalho unido frutifica. “Somos o que passam para a gente e meu pai sempre passou valores muito importantes. Precisamos sonhar com a mente e o espírito no infinito e os pés no chão”, declara.

Quem também aprendeu muito com a família sobre o trabalho comunitário foi o empresário Ângelo Pamplona. “Venho de uma família que sempre fez trabalho voluntário, minha avó ajudou a fundar o Hospital do Câncer e era do movimento filantrópico de Londrina. Quando me associei à ACIL, essa vontade já estava em

mim”, recorda. Ao longo dos

anos, a relevância do associativismo foi ficando ainda mais forte para ele. “O que mais me motiva na ACIL é perceber que você não faz nada sozinho, perceber que a união de pessoas para fazer projetos faz toda a diferença”, destaca. Ele faz parte do Projeto Nova Sergipe e cita a revitalização da via como um exemplo concreto do trabalho realizado com muitas mãos. “Sozinho eu jamais poderia fazer isso”, reforça.

Atualmente, Ângelo também integra a

diretoria da entidade. “Recebi o convite e aprendo muito com a ACIL. Estar com outras pessoas compartilhando conhecimento e experiências traz novos aprendizados, as coisas são muito dinâmicas na ACIL e o grupo sempre agrega. O Ângelo, como pessoa, ganhou muito com o associativismo”, diz. Para ele, poder trabalhar em benefício da comunidade é uma das grandes satisfações do trabalho. “Quando trabalhamos pela cidade, todo mundo ganha”, reforça.

Vida dedicada à ACIL

Wilson Batini passou 34 anos na ACIL. Foi diretor e superintendente, acompanhou a trajetória de 17 diretorias até se aposentar, em 2014. “Cresci muito com a entidade, nela a gente se envolve com as mais diversas questões da cidade, aprendemos a separar o joio do trigo. O dia a dia é um aprendizado espetacular porque você vê as dificuldades e passa a buscar as soluções, tem que estar sempre atualizado”, descreve.

Situações como luta pela segurança, horário do comércio, demandas dos mais diversos setores pautaram a entidade em muitos momentos. “E a ACIL tem que ter força para buscar soluções nos poderes constituídos, precisamos sempre de lideranças empresariais independentes que conhecem as necessidades e vão em busca das soluções”, acrescenta.

Ele lembra que em muitos momentos a entidade é buscada mesmo sem ter uma ligação direta com o que acontece. “A demanda por soluções é muito grande na ACIL, na época dos fiscais do Sarney que apreendiam as mercadorias, os comerciantes vinham até nós buscar auxilio, no confisco da poupança do Collor foi a mesma coisa”, conta. “A entidade acaba se envolvendo com tudo o que acontece na cidade, a ACIL tem um papel de direcionar as pessoas que a procuram e orientar. Por isso precisamos estar sempre atualizados para passar a informação correta e até soluções quando temos poder para isso. Aprendi muito com esse dinamismo, trouxe muito desenvolvimento para mim”, afirma.

Além disso, Batini diz que até hoje o “sobrenome” ACIL faz diferença. “É uma entidade muito respeitada e com credibilidade e a gente adquire esse respeito também.”

Ângelo Pamplona: “O que mais me motiva na ACIL é

perceber que você não faz nada sozinho, perceber que a união de pessoas para

fazer projetos faz toda a diferença”.

Cresci muito com a entidade, nela a gente se envolve com as mais diversas questões da cidade, aprendemos a separar o joio do trigo. O dia a dia é um aprendizado espetacular porque você vê as dificuldades e passa a buscar as soluções, tem que estar sempre atualizado

Wilson Batini

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Juntos, construímos!

O Colégio Mãe de Deus é outro forte exemplo da lição de casa de que é da união de forças que nascem grandes projetos. Do primeiro prédio construído na década de 30 ao moderno teatro que hoje tem na cidade, a construção teve o apoio direto da ACIL. “Tivemos uma assessoria na escola antes da construção do teatro e ela pontuou a importância de envolver toda a cidade no projeto, foi aí que buscamos a ACIL e criamos o comitê. O teatro não sairia sem essa união de forças, não teríamos condições de construir e nem a cidade talvez também não tivesse condições de construir sozinha, ele nasceu do trabalho de formiguinha do comitê”, recorda Irmã Rosa Maria Ruthes, Gestora Administrativa do Colégio Mãe de Deus e também coordenadora da construção do teatro.

Em anos anteriores ela já atuou na Santa Casa de Londrina, ficou um período fora da cidade e há cinco anos está à frente do colégio. Para ela, a cidade tem muito da força que vem do associativismo. “Londrina teve um crescimento pujante e rápido, é uma cidade nova ainda, e essa rapidez com que cresceu tem participação da ACIL”, pontua. Da capital do café à cidade com força na prestação de serviços, Londrina soube se reinventar para superar as adversidades. “Londrina é protagonista de muita coisa, inclusive com ressonância pelo país e pelo mundo, isso se deve às pessoas daqui”, acrescenta Ir. Rosa Maria.

Ela lembra que a primeira vez que ouviu o então presidente da ACIL, Nivaldo Benvenho, falar que ela deveria participar das reuniões da entidade quando da construção do teatro, pensou: “Nossa, somos filantrópicos, lá é uma associação comercial”. Mas em sua própria história, Ir. Rosa Maria sempre trabalhou e acreditou no poder do estar junto, lição de vida que carrega e tenta multiplicar. “É possível unir diferentes esferas, público e privado, filantrópico. Sou uma lutadora para que as parcerias aconteçam, todos ganham com isso. O teatro é um exemplo concreto”, destaca.

Sementes de hoje

A fotógrafa Camen Kley se aproximou da ACIL há cerca de um ano para participar do Núcleo de Fotografia e se surpreendeu com o que encontrou. “Sempre achei que a ACIL fosse uma coisa muita distante de mim, que sou MEI, sou pequena. Pensava que era para os grandes e vi que não”, descreve. Atuando há 20 anos como fotógrafa, ela percebeu o quanto poderia ganhar com a troca de experiências com pessoas do mesmo segmento, que é o objetivo dos núcleos da ACIL. “Tem muita troca. Eu venho do jornalismo e não tenho essa visão de negócio, para mim, isso era uma coisa dura, árida, mas vi que não é”, completa.

Pensar no seu próprio negócio e o que imagina para ele foi um dos primeiros aprendizados de Carmen na ACIL. “Sempre imaginei um trabalho para me manter, mas nada que fosse grande, quero trabalhar o necessário para me sustentar sem que isso seja um fardo, trabalhar com prazer. Tinha isso em mente, mas nunca tinha conseguido formular dessa forma. O Núcleo me auxiliou a traçar um caminho de maneira clara. E o mais interessante é que lá cada um tem seu perfil, tem também quem quer fazer muita coisa, trabalhar muito, e todos são respeitados”, acrescenta.

As primeiras lembranças que Carmen tem da ACIL são dos Natais na época em que Francisco Negri foi presidente, com casas e comércio enfeitados. Ela chegou a ser jurada em um concurso do Natal, e hoje é parte da entidade que antes só via à distância. “Todos deveriam conhecer e se aproximar da ACIL, a gente cresce com o associativismo, juntos somos realmente mais fortes”, frisa. Somado a isso, Carmen destaca que a entidade ajuda a trazer um novo olhar sobre a cidade e como toda essa engrenagem funciona.

Fazer parte de um grupo que trabalha com a união de forças faz brotar sementes de diferentes espécies, cada qual a seu tempo, sempre buscando a perenidade de todas.

Carmen Kley: “Todos deveriam conhecer e se aproximar da ACIL, a gente cresce

com o associativismo, juntos somos realmente mais fortes”.

Ir. Rosa Maria: “É possível unir diferentes esferas, público e privado, filantrópico. Sou uma lutadora para

que as parcerias aconteçam, todos ganham com isso. O teatro é um exemplo concreto”.

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EXPERIÊNCIA

Por Viviane Alexandrino

O conhecimento é uma fonte de oportunidades e estar capacitado se tornou um diferencial competitivo para empresas e empreendedores que buscam fortalecer suas marcas, expandir seus negócios e contribuir para o desenvolvimento econômico e profissional da cidade. Cada vez mais as organizações têm compreendido a importância de se investir em capacitação como elemento básico para o aprimoramento de competências e ser um diferencial de mercado.

Sob essa perspectiva, um dos compromissos da ACIL ao longo de sua história foi incentivar o desenvolvimento humano além do desenvolvimento econômico. Capacitar pessoas, oferecer conhecimento, fazer dos cursos e treinamentos um caminho para a competitividade, encorajar os empresários a enfrentarem as transformações do cenário econômico são tarefas que a instituição

Márcia Manfrin, diretora de Serviços da ACIL: “Conhecimento e geração de valor à atividade proporciona, acima de tudo, negócios duradouros com desenvolvimento profissional”

abraçou.Ao longo deste tempo todo, já foram

capacitados inúmeros profissionais nas mais diversas áreas, uma ação estratégica como ressalta a diretora de Serviços da entidade, Márcia Manfrin.

“Acreditamos que todo fundamento e força empresarial se estabelece a partir

do conhecimento. Ao longo desses anos, temos desenvolvido e proporcionado aperfeiçoamento para inúmeros profissionais e associados sedentos pela busca de competência técnica, habilitação ao desenvolvimento de seus negócios e de uma maior competitividade”, explica a empresária.“Conhecimento e geração

CONHECIMENTO, UMA OBSESSÃO DE OITO DÉCADASDesde suas raízes, a ACIL colocou o conhecimento em primeiro plano entre suas prioridades. A vontade de estar na vanguarda obrigou os líderes da instituição a trabalhar pela difusão do conhecimento e do desenvolvimento humano. E o mercado comprou a ideia

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de valor à atividade proporciona, acima de tudo, negócios duradouros com desenvolvimento profissional”, conclui.

Márcia conta que, além de ofertar conhecimento, uma das preocupações da ACIL é com a qualidade das informações que são oferecidas e que o reconhecimento indica que o trabalho está sendo bem executado.

“Fundamentamos as ações com o foco em oferecer informações de qualidade e altamente relevantes para o mundo dos negócios e em contrapartida, recebemos de nossos associados o reconhecimento que estamos no caminho certo”, destaca.

Diferencial estratégico

Se aplicada de maneira satisfatória, a gestão do conhecimento apresenta potencial para a geração de resultados.Com isso, as empresas e empreendedores têm buscado a evolução do capital intelectual de seus colaboradores por

entender a importância de se contar com profissionais qualificados. A ACIL se tornou uma aliada nesse processo.

Márcia Manfrin afirma que nunca foi tão importante desenvolver alternativas de inovação e respeito ao consumidor como na atualidade. E este respeito passa pelo viés do conhecimento, visão na qual a ACIL não mede esforços para investir.

“Em um ambiente altamente competitivo, com o cenário macroeconômico altamente desestabilizado, investir em conhecimento e domínio da informação em tempo real é o que vai diferenciar um dirigente empresarial. Quanto maior a competência técnica de um time, maior o potencial de geração de resultados. Vivemos em um jogo constante onde os mais fortes, treinados e mais capacitados serão os vencedores.Essa é a visão da ACIL que investe, desenvolve e promove conhecimento de qualidade para seus associados”, frisa a diretora.

Utilizando sua experiência no associativismo e o seu know-how como empresária, Márcia Manfrin destacaque “investir em capacitação demonstra caráter e visão de negócio por parte dos dirigentes empresariais” e que as organizações não podem se esquecer de incentivar um dos principais ativos das corporações: as pessoas.

Para ela, a busca pela excelência, passa pelo aprimoramento do indivíduo, foco não deixado de lado pela ACIL em seus cursos e programas de capacitação.

“As empresas são formadas por pessoas e colocá-las no centro de tudo será um grande diferencial para as empresas que visam o sucesso e perenidade nos negócios. Inovar por meio do aprendizado coletivo de cada equipe é uma ferramenta de reconhecimento e aprimoramento que certamente gerará resultados. Só se alcança excelência com pessoas excelentes, processos definidos e com informação de qualidade. E isso vem do domínio da informação e do conhecimento técnico dos membros de uma equipe e de seus dirigentes”, finaliza Márcia.

Cardápio variado para o empreendedor

A ACIL está conectada com as demandas e atualiza constantemente sua oferta de capacitação de acordo com as tendências de mercado. A agenda de cursos e serviços é dinâmica, versátil e alguns dos programas da entidade são ofertados de maneira gratuita, atendendo desde o empresariado até quem está buscando novas oportunidades de negócios.

Alguns exemplos de marcas de sucesso da entidade é o Bom Negócio, o Empreender, o Fórum Mercado em Foco, a Semana de Empreendedorismo Digital e o Centro de Capacitação, que oferece uma agenda de treinamentos mensal com temáticas variadas para atender diversas áreas comogestão de Recursos Humanos, Finanças, Marketing, WEB, entre outras.

Mariana Bueno Reche, analista de Produtos e Serviços da ACIL, explica que o planejamento dos cursos oferecidos pela entidade é concebido minuciosamente para atender a cada necessidade das empresas.

“O planejamento da agenda é realizado conforme a necessidade das empresas, avaliação do cenário, estudo de mercado, pesquisa com participantes, tendências de mercado, etc. Todos os meses as temáticas variam dentro das áreas, desta forma, o

O Centro de Capacitação prepara pessoas para o desenvolvimento de suas habilidades e para estarem preparadas para o mercado de trabalho, além de atuar por empresas que em um cenário de competitividade necessitam de colaboradores com melhores desempenhos para executarem suas funções

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Centro de Capacitação sempre atua para os diversos setores da empresa possibilitando atender necessidades específicas”, informa Mariana.

Em média são ofertados pelo Centro de Capacitação da ACIL aproximadamente 100 treinamentos e palestras ao ano com uma média de 1.200 pessoas capacitadas. Além disso, a ACIL preza pela credibilidade de seus treinamentos. A cada curso, palestra ou treinamento, a entidade preocupa-se em envolver pessoas de renome da cidade para dar relevância às ações.

Mariana destaca a contribuição do Centro de Capacitação da ACIL para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo e exigente, em que pessoas qualificadas alcançam resultados e a cidade ganha com o desenvolvimento.

“O Centro de Capacitação atua tanto com o objetivo de capacitar pessoas para o desenvolvimento de suas habilidades e que estejam mais preparadas para o mercado de trabalho, como para as empresas que em um cenário de competitividade necessitam de colaboradores com melhores desempenhos e mais preparados para executarem suas funções. Com isso, consequentemente, a cidade também se desenvolve”, destaca.

Bom negócio

Solidez e expansão dos negócios. Estas são algumas das contribuições do programa Bom Negócio para as empresas e empreendedores que participaram do programa. Lançado em novembro de 2011, o Bom Negócio é uma oportunidade de desenvolvimento e conhecimento através de uma capacitação completa, eficaz e de fácil acesso para o empreendedor.

“Com o Bom Negócio, percebemos que

os empreendedores alcançam solidez e conseguem buscar novos caminhos para expandir o seu negócio.Temos exemplos de empresas que começaram através do programa e hoje vendem para outros estados”, conta Valéria Furlan Sitta, analista de Negócios da ACIL.

Desde o seu lançamento, os números obtidos com o programa são expressivos. O Bom Negócio já contribuiu para a qualificação de cerca de mil empreendedores.

Utilizando-se da premissa de fomentar a economia local, o programa oferece capacitação em diversas frentes como gestão comercial, financeira e gestão de pessoas, por exemplo, e os empréstimos são concedidos a juros baixos para os empreendedores.

Programa Empreender

A troca de informações e a cooperação técnica para iniciativas que beneficiam o ambiente do segmento de

forma transversal são os fundamentos do Programa Empreender, outro braço de qualificação que a ACIL dispõe.

O programa aproxima empreendedores que costumam se ver apenas como concorrentes antes da experiência. “Com o desenrolar das atividades de cada grupo, os empresários percebem que os problemas são comuns a todos e que as soluções podem ser buscadas em conjunto. Os encontros são focados e planejados em saber como o mercado funciona, sobre quais são os fatores que o afetam e como atuar neste contexto”, explica Valéria Sitta.

Em Londrina, o Empreender atende desde empresas de e-commerce até profissionais de coaching, passando por consultores empresariais, organizadores de eventos, profissionais da fotografia, proprietários de foodtruck, de imobiliárias, de donos de loja no aeroporto, de farmácias de manipulação e de comerciantes da rua Sergipe.

Turma do Bom Negócio: conteúdo voltado para dar solidez aos negócios e para disseminar a ideia de que a expansão é possível

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www.coopercard.com.brUma homenagem da

Só colhe os frutos do associativismo quem está disposto a semear e a cultivar. São 80 anos semeando a ética, o desenvolvimento econômico, a sustentabilidade industrial e a excelência em suas ações e iniciativas. Parabéns Acil por colher o reconhecimento de toda a sociedade e demais entidades de classe pelo nobre trabalho prestado em prol do desenvolvimento da classe empresarial e industrial de Londrina.

Compromisso e excelênciapara o desenvolvimentode Londrina

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EMPRESARIADO

PORTAS ABERTAS PARA A TRADIÇÃO

É tempo de festa e de comemorar oito décadas, nas quais passaram 27 presidentes e dezenas de diretores na ACIL. Na base, milhares de empresas associadas. Sob nosso grande guarda-chuva, muitas marcas que explicam um pouco o que é Londrina. A Revista Mercado em Foco presta homenagem aos casos mais emblemáticos do empreendedorismo local. Um seleto grupo que está fixado no imaginário da cidade

Por Renato Oliveira

A mais antiga sem dúvidas é a Viação Garcia. Pioneira na área do transporte no Brasil, a empresa funciona desde janeiro de 1934. É onze meses mais velha até que Londrina, que foi fundada dezembro do mesmo ano. A Bolivar Calçados está há 71 anos de portas abertas no mesmo local, no Calçadão, e já é parte do imaginário de quem circula pela Avenida Paraná. A Folha de Londrina informa e leva a nome da cidade para todo o Brasil há 68 anos e a cada dia se reinventa para continuar líder no mercado. Entre os representantes da indústria, a Cacique de Café Solúvel foi fundada há 58 anos e é referência no ramo de café e se consolida no Exterior, levando a marca de Londrina para o mundo inteiro.

Junto ao clã das veteranas tem ainda o grupo do “Jubileu de Ouro” da ACIL. Empresas que há mais de 50 anos estão em plena atividade, assim como a Cacique. São elas o Hotel Bourbon, com 54 anos, a Imobiliária Coroados, com 51, a rede Móveis Brasília que comemora em 2017 seu meio centenário de vida. E para finalizar têm as Casas Ajita, que em 2018 também chega aos 50 anos. Confira um perfil de cada uma delas, que fazem parte do imaginário do londrinense e estão presentes nos corações e mentes do povo desta terra vermelha.

Garcia, a pioneira no desenvolvimento

Fundada em 15 de janeiro de 1934, a Viação Garcia é uma das mais importantes empresas de Londrina devido sua íntima participação na colonização do Norte do Paraná. O imigrante espanhol Celso Garcia Cid transformou seu velho caminhão Ford BB, de 1933, em um ônibus improvisado: a Catita. Assim começou a história da empresa responsável por trazer imigrantes para o Eldorado do Café, no Norte do Estado, oriundos do interior de São Paulo e capital. A Viação Garcia cresceu no ritmo acelerado que impulsionou o desenvolvimento

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de vários municípios da região, transportando pioneiros, imigrantes, colonizadores, trabalhadores e empreendedores.

No início de 2014, o controle societário da Viação Garcia foi transferido para a Brasil Sul. Sob a gestão de José Boiko, presidente, e Estefano Boiko Junior, vice-presidente, a Viação Garcia recebe investimentos em novas tecnologias para garantir maior conforto e segurança de seus passageiros. Até hoje, a empresa mantém um museu com exemplares de ônibus que marcaram sua ascensão em mais de 80 anos de história, como a histórica Catita.

Sete décadas no coração de Londrina

A Avenida Paraná é o coração de Londrina. Na segunda metade da história da cidade, a via principal, do footing e dos grandes letreiros, se reinventou como Calçadão. Um cartão postal que dá um frio na barriga de quem está distante da terrinha. E a Bolivar funciona

há 71 anos no mesmo lugar desde que abriu as portas, em 1946. O senhor Jacy Boechat comprou a loja, em 1955, de José Garcia Bolivar Léllis, o “seo” Bolivar, e atualmente a quarta geração da família “Boechat Fonseca” comanda a empresa que possui como filosofia a satisfação do cliente e ter os funcionários como parte da família. Luiz Hamilton Fonseca é sócio-diretor da Bolivar, já fez parte da diretoria da ACIL, e ressalta a marca que a empresa dele tem com a entidade, que é fundamental na defesa dos interesses dos comerciantes. Ele cita como exemplo a abertura aos sábados à tarde e a luta pela melhoria dos acessos à cidade. “Ao longo da história, a ACIL firmou-se como a principal entidade da cidade atuando firmemente nas esferas públicas em defesa dos interesses do empresariado e da coletividade”, enfatiza Fonseca.

O poderio do Grupo Folha

O jornal Folha de Londrina ostenta desde a década de 1970 o posto de maior jornal impresso do interior no Paraná. A empresa é a responsável por mostrar Londrina para todo o Brasil, além da forte influência que exerce no Norte do Estado. Fundada em 1948, conheceu o sucesso nas mãos do jornalista João Milanez. Nos anos 1990, o banqueiro José Eduardo Andrade Vieira comprou o jornal e deu continuidade ao seu poderio, conquistando mais leitores. O jornal funciona há 68 anos e desde que o “Homem do Chapéu” faleceu é comandado por sua filha, Alessandra Andrade Vieira Mejía, que

é casada com José Nicolás Mejía - eles são, respectivamente, conselheira e superintendente do Grupo Folha. Diante da crise dos veículos impressos, o jornal resiste bravamente no ramo com os portais Folha de Londrina e Bonde. Recentemente, o grupo adquiriu a MultiTV e ampliou a presença no mercado. Segundo Mejía, as novas gerações consomem informação transmídia, que vai do analógico ao digital e navega entre os diversos ambientes. “Nosso compromisso é continuar brindando a nossa audiência com conteúdo relevante para o dia a dia, com credibilidade e imparcialidade”, acredita o empresário.

“Cacique” da indústria

A cafeicultura foi a marca da economia londrinense até os anos 1970. E a Companhia Cacique de Café Solúvel é sua briosa remanescente. Fundada por Horácio Sabino Coimbra, ele chegou ao Norte do Estado com a missão de implantar empreendimentos na área cafeeira. O atrativo seria a fertilidade do solo da região, considerada na época a maior produtora de café do mundo. Em outubro de 1959, Coimbra abre as portas da Cacique. Hoje, a empresa lidera o setor de exportações de café solúvel no Brasil. Encerrou os balanços de 2016 com 35% de participação no mercado e presença em mais de 70 países. E ainda gera cerca de 800 empregos diretos e divisas para a região de Londrina. Segundo o diretor de Relações com os Investidores, Paulo Roberto Ferro,

José Boiko (à esquerda), presidente, e EstefanoBoiko Junior (à direita), vice-

presidente: a Viação Garcia investe em novas tecnologias para garantir maior conforto e

segurança para seus clientes

Luiz Hamilton Fonseca, sócio-diretor da Bolivar: “Filosofia de satisfação do cliente e

funcionários como parte da família”

Na foto, Alessandra e Nicolás Mejía: “Nosso compromisso é continuar brindando a nossa

audiência com conteúdo relevante”, acredita José Nicolas Mejía, superintendente do Grupo Folha

O diretor da Cacique, Paulo Roberto Ferro: “Cacique leva

nome de Londrina para fora do Brasil”

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no primeiro semestre deste ano a multinacional Jacobs Douwe Egberts (JDE), líder mundial do mercado de cafés e chás, anunciou a sua intenção de adquirir o portfólio da Cacique, entre elas as marcas de café Pelé, Graníssimo e Tropical. “Aos 58 anos, a Cacique ainda continua na ativa e levando o nome de Londrina para fora do Brasil”, descreve Ferro.

Memórias da cafeicultura

O Hotel Bourbon é mais um dos símbolos do período em que a cafeeicultura dominava a economia de Londrina. Fundado em 1963 pela família Vezozzo, está na região mais tradicional do centro, na Alameda Miguel Blasi, atrás da Catedral. Roberto Vezozzo até hoje cuida pessoalmente do negócio que herdou dos pais imigrantes de italianos, Caetano e Angelina Ricci Vezozzo. A rede tem 54 anos e possui mais de 15 filiais em outras cidades e Estados brasileiros, no Paraguai e na Argentina. O barman João Sampaio, o Joãozinho, trabalha há 40 anos servindo políticos, empresários, pecuaristas, artistas, jogadores de futebol, jornalistas e simboliza parte da história do Bourbon. Dentre os hóspedes, passaram pelos quartos artistas como Roberto Carlos e Erasmo. Entre os jogadores de futebol, hospedou o rei Pelé, em 1972. Sem contar inúmeros atores e atrizes. Para Joãozinho, a principal marca do hotel é a presença de hóspedes nos primeiros anos

da Expo Londrina. “Naquela época havia poucos hotéis e o Bourbon era a melhor opção. Famílias de pecuarista chegavam a ficar 15 dias hospedados. Muitos vinham antes para trazer o gado e aproveitar a cidade”, recorda.

A pioneira no mercado imobiliário

O mercado imobiliário é a identidade de Londrina. A verticalização ficou famosa e se potencializou nos anos 1980. Atualmente é o principal setor com negócios que movimentam bilhões anualmente. E a Imobiliária Coroados faz parte do embrião deste cenário econômico. Fundada em setembro de 1965 por um grupo de vinte cinco imigrantes japoneses, pertence ao panteão do “Jubileu de Ouro” da ACIL – está com 51 anos. Segundo a proprietária Angela Ida, o auge foi em 1985 quando representou as vendas de apartamentos da Artenge e chegou a ter 1,3 mil imóveis na carteira de locação. “Nesta época os vendedores comemoravam grandes comissões. Muita gente ganhou dinheiro”, recorda. A colônia japonesa é fundamental para o sucesso da Coroados, de quem tem a preferência há anos. Angela também destaca o papel da ACIL como preponderante para o trabalho da imobiliária. “Utilizamos o serviço do Fácil Imobiliário que auxilia na aprovação de cadastro de nossas locações”,

destaca ela. A Coroados está em processo de fusão com a Imobiliária Casa Verde.

A loja da família londrinense

A avenida Duque de Caxias é o berço da rede Móveis Brasília. A loja pioneira foi fundada por Francisco Ontivero, em 1967, no auge da economia cafeeira no Norte do Paraná. E virou uma rede de empresa familiar que vai completar 50 anos, em 2017. Conta com 19 lojas em Londrina, Norte do Estado e Santa Catarina e a mais recente e bem-sucedida estratégia comercial do grupo foi um atacado de celulares, com 2 mil clientes no Sul do Brasil, e 18 lojas da Vivo. A relação com a ACIL é longeva e presente. O “seo” Francisco foi do conselho fiscal em duas gestões e seu filho, Marcelo Ontivero, é o atual diretor-financeiro do Móveis Brasília e compôs a diretoria da entidade também por duas vezes. O atual vice-presidente da ACIL, Fernando de Moraes, é o diretor comercial da empresa. “A Loja da Família” é um slogan tão bem sucedido que se tornou uma espécie de codinome da marca. “A loja está inserida no imaginário das pessoas como se fosse parte da família. Pela tradição, porque em quase toda casa do londrinense tem um produto adquirido no Móveis Brasília. E por ser uma loja que tem tudo o que as famílias precisam”, destaca Moraes.

Angela Ida, proprietária da Imobiliária Coroados: “Nesta época os vendedores

comemoravam grandes comissões”, sobre o auge da Coroados, em 1985

“A loja está inserida no imaginário das pessoas como se fosse parte da

família”, diz Fernando Moraes, diretor do Móveis Brasília

O barman João Sampaio, o Joãozinho, trabalha há 40 anos no Hotel Bourbon servindo

políticos, empresários, pecuaristas

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Ajita e a força do crédito

“A maior identidade das Casas Ajita com Londrina com certeza é o nosso crediário que abriu as portas para muita gente ter acesso a um calçado de qualidade”. Estas são as palavras de Yukio Agita, que aos 79 anos, é o fundador da rede com 34 lojas e está presente em Londrina, Paranavaí, Maringá, Foz do Iguaçu, Cascavel, entre outras. A primeira loja inaugurada em Londrina foi na rua Sergipe, em março de 1968. Faz 49 anos que o crediário do “seo” Yukio faz parte da vida do londrinense. Ele foi um dos coordenadores do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da ACIL entre 1978 e 2004. Sua participação foi fundamental para a consolidação do serviço, pois contribuía com a prática da venda a prazo. E a peça chave para que as Casas Ajita, com seu “crediário à jato” se consolidar como um dos

mais tradicionais grupos do comércio varejista do Paraná. “A Ajita mantém o sistema de carnês para dar crédito fácil e rápido à população. Isso cria intimidade e vínculo com o cliente. É a maior identidade do nosso negócio com Londrina e também com a ACIL”, comenta o empresário.

“A maior identidade da Ajita com Londrina é o nosso crediário”, destaca Yukio Agita,

fundador das Casas Ajita

ACIL firmou-se como a principal entidade da cidade atuando firmemente nas esferas públicas em defesa dos interesses do empresariado e da coletividade

Luiz Hamilton Fonseca, Bolivar

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ACIL NA MÍDIA

NAS PÁGINAS DA HISTÓRIA DE LONDRINAA Mercado em Foco fez uma viagem pela história da imprensa londrinense e

descobriu que a presença constante no noticiário revela, de forma irrefutável, o protagonismo do setor produtivo e da ACIL aos olhos da opinião pública

“Foi inaugurado dia 31 p. p. o magestoso (sic) edifício da Associação Comercial, uma das obras mais importantes

que já se levantaram em Londrina”, diz matéria de

capa da edição de 8 de fevereiro de 1942 do extinto

Paraná Norte

Capa do jornal Folha de Londrina de 28 de junho de

1990 comemora o retorno de Mercúrio à sede da entidade.

Após a mudança da sede da Associação Comercial para o

Palácio do Comércio, inaugurado em 1976, ficou a preocupação do que aconteceria com a estátua de Mercúrio, que ocupava o topo do primeiro prédio da Associação e

se tornou símbolo da cidade.

Por Mie Francine

O comércio em particular e o setor produtivo de modo geral, comumente representados pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL), sempre estiveram presentes em importantes momentos da história da cidade. Nos jornais, há farta documentação sobre esta saga escrita com posicionamentos e

lutas. O nome da associação aparece até mesmo nas páginas amareladas do extinto Paraná Norte, jornal que nasceu com Londrina. Explícita ou implicitamente, está até hoje nos fatos impressos na Folha de Londrina, título que hoje mantém a imprensa londrinense viva. Foi ainda assunto frequente na recente experiência do Jornal de Londrina, encerrada no final de 2015.

As notícias mostram que a associaçãoé uma personagem de destaque no cotidiano da comunidade e do povo paranaense, defendendo os interesses de classe, como também esteve inserida na discussão de importantes assuntos locais, regionais e nacionais como a segurança, a saúde e o desenvolvimento econômico e político do Brasil.Confira alguns destes momentos:

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Capa de 21 de novembro de 1990, Folha de Londrina. A inauguração do primeiro shopping center de Londrina, o Catuaí Shopping, em 1990, foi tratado com destaque pela mídia. Na época, a ACIL também lançou a campanha “Natal Feliz”, com a participação das lojas do novo centro de compras

Capa de 2 de dezembro de 1994, Jornal de Londrina. Desde a sua primeira edição, a campanha Londrinatal desperta o espírito natalino dos londrinenses. No seu lançamento, em 1994, houve uma solenidade em frente a Catedral Metropolitana de Londrina, que estava toda enfeitada com luzes. Teve também fogos e o badalar dos sinos da matriz

Capa de 23 de junho de 2000, Folha de Londrina. A cassação do então prefeito Antônio Belinati por esquema de corrupção na administração municipal, em 2000, teve a contribuição decisiva da ACIL, que fez parte do Movimento pela Moralidade da Administração Pública

Capa de 6 de julho de 2007, da Folha Cidades (Folha de Londrina).

Por uma hora no dia 6 de julho de 2007, o comércio londrinense

parou e milhares de pessoas foram ao Calçadão pedir mais segurança

no ato “Chega de Luto”. Só naquele ano haviam sido registrados 40

homicídios e sete latrocínios, entre outros crimes violentos

Associação Comercial e Industrial de Londrina

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Jornal de Londrina, 24 de julho de 2008. A tão aguardada temporada de

liquidações do comércio londrinense – o Londrina Liquida – teve a sua primeira edição em 2008. Na época, matéria do

Jornal de Londrina noticiava o início do período de promoções, que envolveu

cerca de mil lojistas com descontos de até 50%

Jornal de Londrina, 7 de agosto de 2009. Preocupada com a pandemia da gripe suína, em 2009, a ACIL propôs a abertura do comércio em horário diferenciado. Medida tinha o objetivo de reduzir o fluxo de usuários de transporte coletivo em horários de pico e contribuir para o combate do vírus H1N1, causador da gripe

Jornal de Londrina, 20 de setembro de 2009. Quando o programa da ACIL de monitoramento da esfera legislativa de Londrina completou seis meses, o Jornal de Londrina publicou matéria com um balanço da ação. Objetivo do programa era se antecipar aos assuntos em discussão na Câmara de Vereadores

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Capa de 22 de março de 2016, da Folha Economia (Folha de Londrina). No dia 22 de março de 2016, os comerciantes fecharam as portas mais uma vez, dessa vez para protestar contra os escândalos de corrupção no governo federal e apoiar a atuação do juiz Sérgio Moro,

líder da investigação. Apelidado de “Fecha Londrina”, ato terminou com passeata na movimentada rua Sergipe e foi um dos mais

marcantes protestos da história recente de Londrina

23 de dezembro de 2016, Folha de Londrina. Policiais militares passam a fazer patrulhamento pelas ruas da cidade sobre bicicletas. Veículos e equipamentos de segurança foram doados à Polícia Militar (PM) pela ACIL, com a colaboração do Sinduscon e do Sindimetal

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DEUS DO COMÉRCIO

Por Fábio Cavazotti

Um dos principais símbolos da Associação Comercial e Industrial de Londrina (ACIL) completa 76 anos de vida em 2017. Encimava a antiga e histórica sede da Associação (quando ainda se chamava ACL), inaugurada em 1942 e demolida na década de 1970 para dar lugar ao atual Palácio do Comércio.

A partir desta época, permaneceu exposta por mais de dez anos na reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), até retornar, no início anos de 1990, ao térreo do edifício de onde hoje contempla os frequentadores da atual sede da ACIL e os transeuntes da Praça Willie Davids.

Trata-se de uma réplica em bronze de Mercúrio, a divindade da antiga Roma relativa ao comércio, às vendas e ao lucro e associada ao deus Hermes, da Grécia antiga.Com aproximadamente quatro metros de altura, teve a autoria descoberta pela reportagem (com auxílio da jornalista Aleksa Marques).

Até agora, sabia-se apenas que havia sido encomendada pelo primeiro

MERCÚRIO, O ELO DA ACIL MODERNA COM SUAS ORIGENSA história do artista Lélio Coluccini é tão surpreendente quanto o périplo de uma das suas obras, a estátua de Mercúrio, a divindade da Roma Antiga, símbolo da ACIL e principal influência na identidade visual do “oitentenário”

presidente da ACIL, David Dequêch, a um artista de São Paulo, no início da década de 1940. A obra foi concluída em 1941 (941 como grafada na base) e já estava instalada no topo da antiga sede quando de sua inauguração, em janeiro de 31 de janeiro de 1942, conforme mostram fotografias da época. Sua colocação acarretou uma verdadeira operação, com participação de quase 10 operários e assistida por dezenas de curiosos.

A estátua foi feita pelo artista Lélio Coluccini, um italiano nascido em 1910 que, ainda menino, emigrou para o Brasil. Em Campinas, antes dos dez anos já mostrava habilidades artísticas na confecção de pequenas estátuas para cemitérios, auxiliando o pai na Marmoraria Irmãos Coluccini, em Campinas, especializada na produção de lápides e túmulos.

Nesta época, um crítico de arte, impressionado com uma réplica de argila da cabeça de Cristo feita pelo menino, convenceu seu pai a enviá-lo à Itália para estudar no Instituto d´ArtiStagioStagi, em Pietrasanta, na região de Carrara, uma das mais

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tradicionais do mundo no estudo e confecção de esculturas, especialmente de mármore.

Lélio passou praticamente quinze anos na Itália e voltou ao Brasil em meados da década de 1930, onde deu início a uma profícua carreira artística que durou mais de meio século e passou por diversos materiais, como bronze, mármore, granito, argila, gesso e papel machê.

A estátua de Mercúrio foi feita quando Lélio Coluccini tinha 31 anos e morava no bairro industrial do Brás, em São Paulo. Casado havia pouco tempo, tinha uma filha de três anos e trabalhava num ateliê instalado no fundo de sua casa. A residência era próxima a uma indústria de caldeiras de propriedade de seu sogro. A filha é a também escultora Helena Coluccini, que mora em São Paulo até hoje, onde mantém um ateliê e é professora de artes. Atualmente, com 78 anos, Helena conversou por telefone com a Mercado em Foco e confirmou a autoria de seu pai a partir de imagens da obra, em especial da assinatura.

“Não tenho lembranças da obra, tinha apenas três anos na época. Mas é dele mesmo. É muito bonita”, conta.

Segundo Helena, o Mercúrio tem características acadêmicas, uma fase em que seu pai se preocupava com a reprodução detalhada das características corporais. Com o passar dos anos, seu trabalho foi adquirindo traços mais estilizados, privilegiando as formas e movimento em detrimento dos detalhes físicos.

Acervo

A obra de Lélio Coluccini é bastante conhecida nas cidades de São Paulo e de Campinas, para onde retornou na década de 1950, após se separar da primeira esposa. Em São Paulo, estão duas de suas principais esculturas: Leda e o Cisne, em bronze, que faz parte do acervo permanente da Pinacoteca de São Paulo; e A caçadora, em granito, exposta no jardim de esculturas do

Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque do Ibirapuera. Juntamente com o Mercúrio, as duas obras mantêm a temática mitológica que marcou boa parte de sua carreira.

Em Campinas, Lélio Collucini é responsável por alguns dos principais monumentos urbanos, como os Monumentos do Bicentenário e das Andorinhas, além de diversas obras comemorativas e bustos de personagens históricos.

“Meu pai ficou bastante conhecido a partir dos anos de 1940. Era muito amigo do (Victor) Brecheret, um dos maiores escultores do País. Frequentavam muito o ateliê um do outro”, lembra Helena. Brecheret, também nascido na Itália, é conhecido do grande público por ser autor do Monumento às Bandeiras, símbolo da cidade de São Paulo.

Outro personagem que manteve relação de amizade com Coluccini foi o então prefeito da capital paulista, Francisco Prestes Maia. Responsável por uma revolução urbanística, Prestes Maia solicitou diversas obras ao artista, até hoje espalhadas nas ruas e praças. Coincidência ou não, a vida de Prestes Maia também cruzaria com a de Londrina dali a alguns anos, no início da década de 1950, por meio de uma

Lélio Coluccini, o “pai” da estátua: estudou em Carrara e dedicou-se

principalmente à temática mitológica

Font

e: W

ikip

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consultoria à Prefeitura do Município que culminou na atualização das diretrizes viárias e de zoneamento urbano.

Lélio Coluccini morou em Campinas até sua morte, em 1983. Foi enterrado no Cemitério da Saudade, naquela cidade, onde a maior parte das obras e esculturas são de sua própria autoria. Assim, morreu como viveu o ítalo-paulista, cercado por suas próprias obras, e mesmo sem nunca ter vindo ao norte do Paraná passou a fazer parte do patrimônio histórico e afetivo de Londrina.

‘Deus’ de asinhas

Quando foi inaugurada em 1942, a primeira sede da então Associação Comercial de Londrina (ACL) causou grande impressão na população local. Com três andares e arquitetura artdecó, o edifício logo passou a ser conhecido como o mais alto e mais belo do interior paranaense. No topo frontal, a estátua do deus Mercúrio, com seu dedo apontado para o céu, asas nos pés e o caduceu – o bastão representativo do comércio em torno do qual duas serpentes se entrelaçam e são arrematadas, na parte superior, por um par de asas. Na mitologia greco-romana, Mercúrio era responsável por levar as mensagens entre Júpiter e outros deuses, por isso tinha os pés alados para lhe dar agilidade.

“Para nós, crianças numa cidade ainda pequena, a estátua era uma atração enorme. O papai comentou que o David Dequêch mandou fazer uma estátua do Mercúrio. A gente nunca tinha visto aquilo, nem por fotografia. Quando chegou, ficamos fascinados. Um Deus, e ainda por cima, de asinhas. Era fascinante”, lembra-se Gladys Silva Lessa, que chegou a Londrina em 1937 com os pais Nina e José Bonifácio - ele presidente da ACIL na década de 1940.

Outra criança daquela época com lembranças ainda frescas do Mercúrio e da antiga sede da ACIL é Nelson Dequêch, filho de David Dequêch, um dos fundadores da associação.

“Aquilo lá foi o cartão postal da cidade por muito tempo. Não só pela estátua, mas pelo relógio e pelo próprio prédio. Dentro, tinha obras de arte, duas estátuas de Ceres (deusa da Agricultura) e um salão nobre muito luxuoso. E foi feito por meia dúzia de pessoas”, relembra. “Brinco que a associação foi fundada por 100% dos comerciantes de Londrina. Eram menos de 20 pessoas, mas 100% dos comerciantes daquela época”.

Por falta de lugar, após a demolição do antigo edifício, em 1973, a estátua de Mercúrio deixou pela primeira vez as dependências da Associação e foi abrigada na reitoria da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

“Eu me lembro quando ela chegou. Inclusive, ajudei o prefeito da cidade universitária a escolher o lugar. Ficou lá instalada num pedestal e foi muito bem cuidada. É um trabalho muito lindo, aprecio bastante as suas formas”, relembra Acely de Melo, que durante mais de 30 anos foi secretária dos Conselhos Superiores da UEL.

O retorno para o centro da cidade veio apenas na gestão do ex-presidente da ACIL, Alberto Rapcham, já no início da década de 1990, na esteira do período em que a associação incluiu as indústrias em seu quadro de associados e passou a ter a atual nomenclatura.

“A estátua representa o comércio, que estávamos integrando à indústria naquela época. Achamos importante trazer o Mercúrio de volta e conversamos com o reitor, que não se opôs. Tomamos as medidas legais e fizemos uma laje de sustentação onde tinha um pequeno jardim. Está lá até hoje”, conta Rapcham. Para comemorar o retorno da obra ao endereço da

ACIL, foi realizada uma solenidade de reinauguração, com a presença de toda a diretoria da época.

“Foi muito importante o retorno. É um símbolo da ACIL. Se lembrarmos de nosso primeiro prédio, ela está lá no alto. Já era hora de voltar para o seu lugar”, conta Rapcham.

Técnica

A estátua de Mercúrio é feita em bronze, mas até chegar à aparência final passa por uma série de processos e técnicas. Incialmente, a estátua é moldada em argila, à mão, até atingir a forma desejada. A partir daí, é coberta por gesso para criar uma fôrma em negativo (processo semelhante ao de próteses dentárias). Depois a argila é retirada e no interior do gesso é colocado o bronze. O metal então toma a forma original da argila e dá o contorno final à obra. A técnica também é bastante utilizada em bustos e outros monumentos comemorativos confeccionados a partir do bronze e outros metais.

A gente nunca tinha visto aquilo, nem por fotografia. Quando chegou, ficamos fascinados. Um Deus, e ainda por cima, de asinhas, era fascinante.

Gladys Silva Lessa

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I N O VA Ç Ã O , F U N C I O N A L I D A D E E C O N V E N I Ê N C I A

PA R A Q U E M B U S C A M Á X I M O D E Q U A L I D A D EE S O F I S T I C A Ç Ã O PA R A O S N E G Ó C I O S

Ú LT I M ASU N I DA D E S

4 5 LOJ AS

SA L ASC O M E R C I A I S

Localização privilegiadaEsquina da Av. Ayrton Senna com Av. Madre Leônia Milito

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DIVERSIDADE

A CIDADE QUE MOVE A ACILA Londrina das matas, a Londrina das ruas de barro e de poeira, a Londrina dos cafezais, a Londrina da selva de pedra, a Londrina da TI. Em todos os capítulos, a ACIL foi sócia desta aventura de manter a essência em plena metamorfose do progresso

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

Associação Comercial e Industrial de Londrina 39

Por Amanda Abranches

Um pôr do sol único convida a um passeio pela pequena ‘cidade grande’. Seja pelas ruas do Calçadão, a famosa Avenida Paraná, seja pela intrépida rua Sergipe, com seu efervescente comércio, seja pelos Igapós numa corrida ao entardecer do dia, ou até mesmo pelos trechos chiques e engarrafados da Avenida Higienópolis, Londrina tem muito mais do que a terra vermelha pela qual é conhecida.

Os mais espertos sabem e vivem com aquele sentimento de apego ao lugar como se o lugar fosse uma pessoa.

Quem nasce em Londrina não troca e quem por aqui passa sempre fica com vontade de voltar porque só quem anda pelas calçadas coloridas do centro é que sente o quão acolhedora é a nossa ‘Pequena Londres’.

Mas, o que hoje pode ser banal aos olhos nem sempre esteve por aqui.

Londrina, a cidade dos braços abertos, desde seus primórdios carrega a fama de receptiva. A pequena Usina Três Bocas, como era conhecida inicialmente, atraiu, segundo registros, moradores de 33 nacionalidades diferentes para o pequeno sertão vermelho.

Em pouco tempo, a cidade já cativava os olhares dos mais ambiciosos e os já instalados por aqui encabeçavam o espírito empreendedor que até hoje impulsiona a cidade.

A visão promissora dos poucos comerciantes e a vontade de organizar e desenvolver esse novo movimento empreendedor proporcionaram à Londrina uma aliada. Em 1937, a Associação Comercial de Londrina, a ACL, é fundada para dar o apoio ao crescimento. Uma espécie de representante do município, a ACL era politicamente influente, respondia pela cidade e se posicionava em relação ao governo, deixando claro o interesse por um novo tipo de organização social, mais moderna e menos dependente do Estado. Era o padrão de trabalho plantado na história.

Com poucos anos de diferença, a trajetória do pioneirismo e trabalho da ACIL se fundem com a história de Londrina. Não poderia ser diferente: muito do que a cidade é hoje pode ser atribuída à fiel parceria.

Lago Igapó

Imponente e com vistas de tirar o fôlego, o poderoso cartão postal de Londrina compõe desde 1959 a paisagem da cidade. Projetado a princípio como uma drenagem para o Ribeirão Cambezinho, a ideia dos lagos se concretizou e no Jubileu de Prata de Londrina. O novo cartão postal foi entregue na mesma época que a estação de saneamento da cidade.

Além das práticas de esportes náuticos, o local proporciona aos londrinenses longas caminhadas cercadas por paisagens naturais e uma verdadeira imersão num fragmento que remete ao esplender da vegetação atlântica que desafiou os pioneiros.

Mais do que caminhadas e passeios, os lagos também serviram como palco para atrações artísticas e culturais e para fomentar o

comércio em épocas natalinas. Como esquecer a apaixonante ‘Casa do Papai Noel’? A iniciativa

da ACIL trouxe para os arredores do Lago Igapó, em meados de 1996, a atração, que além de enfeitar a cidade, aqueceu o comércio no período noturno, já que moradores de toda a região vinham prestigiar a atração.

À época, uma parceria entre ACIL e empresas foi responsável por grande parte da iluminação natalina dos espaços públicos, da Prefeitura, do Fórum, das escolas e do comércio.

Com recursos da Associação Comercial e Industrial de Londrina, a casa foi construída em tempo recorde e levou apenas três meses para ficar pronta. Em seu interior, cada ambiente era decorado com um tema natalino diferente, como fábrica de chocolates e cozinha da Mamãe Noel, tudo detalhadamente pensado por uma equipe de arquitetos e decoradores. Um coral embalava canções de natal e convidava os visitantes para o fascinante passeio.

Rua Sergipe

A rua Sergipe é a primeira via mista que vem à mente quando se pensa no centro da cidade. Efervescente em serviço, ela oferece todo o tipo de produto e contempla não só as atividades comerciais, mas abriga também território residencial.

Pioneira, a paralela do Calçadão simboliza o comércio da cidade desde 1932. Abrigou a quarta rodoviária de Londrina, atual Museu de Arte. Com extensão de 1.200 metros, de acordo com registros, a rua tinha início na Avenida Leste Oeste e acabava na Avenida Higienópolis, e só em 1936 a rua atingiria sua extensão atual que vai até a Avenida Juscelino Kubitscheck.

Importante no fomento do comércio em Londrina, a Sergipe ganhou grande revitalização em 2009 com o projeto ‘Nova Sergipe’, realizado em parceria com entidades e instituições. Entendendo a importância e o ganho que a Nova Sergipe traria para a cidade, as calçadas recapeadas tiveram a Associação Comercial de Londrina como principal articuladora.

Lago Igapó, um dos principais cartões postais de Londrina

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O Museu de Arte de Londrina

Arquitetura imponente, grandes paredes geométricas e a cidade refletida nas enormes janelas de vidro. O prédio nasceu com outro intuito: de recepcionar o grande fluxo migratório dos anos 50. A Estação Rodoviária trazia novos ares para Londrina, ares de crescimento e modernização.

À época, causou rebuliço, despertou atenção de arquitetos em todo o País, colocou Londrina aos olhos do Exterior e o prédio se tornou referência de arquitetura modernista na Europa.

Visão grande de seus idealizadores, os arquitetos Carlos Castaldi e João Batista Vilanova Artigas. Em 1988, a rodoviária acabou por ser desativada. Com o aumento do fluxo de passageiros, a cidade exigia mais plataformas e mais espaços.

No ano seguinte, a ideia de transformar a rodoviária em Museu de Arte daria uma nobre destinação à estrutura de valor histórico. Um projeto elaborado por professores da Universidade Estadual de Londrina propunha a restauração do prédio.

A primeira exposição do então Museu de Arte de Londrina foi realizada no dia 13 de maio de 1993, data de sua inauguração.

O Calçadão de Londrina

A Londrina na década de 1970 já era “gente grande”. Com apenas 40 anos de existência, os projetos para aumentar e proporcionar conforto aos moradores deixavam claro que a cidade tinha sede de grandeza. O Calçadão foi um destes marcos.

À exemplo da capital, Curitiba, o projeto para a Avenida Paraná ligava as praças Gabriel Martins, Willie Davis, Primeiro de Maio e 7 de Setembro.

O projeto trazia o inovador conceito da interdição de alguns dos trechos para veículos, limitando o acesso apenas para pedestres. O Calçadão tinha o intuito de proporcionar espaço para que a população circulasse livremente pelo comércio da área central.

O desenho do calçamento, hoje recapeado, era feito em pedra portuguesa ao estilo petit-pavé. Pedras brancas e pretas compunham o desenho geométrico do grande calçadão que tinha ao final um coreto.*

A Catedral

Seja de dia, com seus vitrais coloridos refletidos à luz do sol, ou de noite, com sua iluminação única, a Catedral Metropolitana de Londrina se impõe no coração da cidade. Famoso cartão postal de Londrina, a Catedral já teve outras duas versões desde sua primeira construção, em 1934.

A primeira igreja tinha estrutura de madeira e dois sinos doados por famílias pioneiras da cidade. Em 1943, com o crescimento da população londrinense, uma nova sede precisou ser erguida para atender aos fiéis. Em fevereiro de 1967 a paróquia de Londrina ganha o título de Diocese, e em 1970 a igreja em alvenaria deu lugar a atual Catedral e é elevada mais uma vez a arquidiocese.

*Fontes: “Rua Sergipe: Patrimônio Cultural Londrinense”, de Leandro Henrique Magalhães, e “As transformações no Calçadão

de Londrina - Elementos para a construção de identidade”, de Silvana Muniz Guedes

Arcos do Museu de Arte de Londrina Catedral de Londrina

Calçadão de Londrina

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COMPROMISSO

Por Juliana Leite

Altruísmo e comprometimento com a cidade e sua gente: dois pilares que resumem os 80 anos da Associação Comercial e Industrial de Londrina, numa jornada que se mistura à própria história de Londrina.

Ao longo de oito décadas a ACIL inspirou diversos profissionais, apoiou e debateu propostas inovadoras. Mais que representar uma classe, esteve à frente de seu tempo e liderou a criação de entidades importantes para a difusão de ideias, causas e benemerências.

Muita coisa vingou e floresceu na terra vermelha que fez a ACIL, ainda nas primeiras décadas da aventura. A Santa Casa de Misericórdia e a Academia de Letras, Ciências e Artes são os melhores exemplos deste período. O tempo foi passando e novas demandas surgiram.

O turismo se tornou uma indústria robusta ao longo do século passado, e

ACIL e Santa Casa de Londrina foram constituídas no mesmo período, entre

1936 e 1944

assim surgiu o Londrina Convention & Visitors Bureau. Das campanhas de combate à corrupção e da articulação de lideranças para a defesa do bem comum, surgiu o Observatório de Gestão Pública. Das salas de reunião da associação, foi desenhada a agência de desenvolvimento Terra Roxa, uma ideia pensada para atrair e moldar os investimentos na região.

Quando a construção civil já era uma potência no município, nasceu a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Londrina e Região (ACOMAC). A indústria se sofisticou no novo século e as discussões internas deram origem à Central de Inovação, Desenvolvimento e Negócios Tecnológicos (Cintec). O Programa Empreender organizou e abriu caminho para a estruturação de outros segmentos em franco crescimento, como o de academias desportivas, experiência que se converteu em uma associação.

Pioneiros da saúde

A história da ACIL se mistura ao nascimento da Santa Casa de Londrina, pois ambas foram constituídas no mesmo período, entre 1936 e 1944. O fortalecimento do hospital das irmãs de Schoenstatt é fundamentado pelo empenho de pioneiros, presidentes e membros da então ACL, como David Dequêch e José Bonifácio e Silva, o primeiro provedor da Santa Casa.

EFEITO MULTIPLICADORDesde os primórdios da epopeia londrinense, a ACIL foi uma espécie de berçário de instituições influentes, uma base de lançamento para sonhos de transformação. A sociedade civil de Londrina se encorpou no cotidiano da entidade

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Mobilizados pela ACIL, empregados do comércio abraçaram a campanha do troco e cotizaram recursos para a construção da unidade de saúde. Responsável por tocar a primeira ampliação do hospital, Silva, que também chegou a presidir a ACIL anos mais tarde, em 1947, investiu no Centro de Educação Profissional Mater Ter Admirabilis, primeiro colégio técnico de enfermagem da região e em operação na Santa Casa de Londrina.

“Muita gente da diretoria da ACIL fez parte da administração da Santa Casa. Sempre tiveram bom relacionamento e cooperação para Londrina. A cidade cresceu, as raízes continuaram e a harmonia entre as instituições também”, destaca o superintendente da Santa Casa, Fahd Haddad.

Do halteres à poesia

Novamente a ACIL desponta como parceira em mais um ícone para a vida dos londrinenses, desta vez na área cultural, com a criação em 1978 da Academia de Letras, Ciências e Artes de Londrina. O advogado e amante da escrita, João Soares Caldas, ex-procurador da Prefeitura de Londrina e fundador da Associação dos Advogados no Município, articula com empresários da ACIL e realiza a primeira solenidade de instalação da Academia, com a participação do recém-formado Coral

da Universidade Estadual de Londrina (UEL). Segundo a atual gestora da entidade, Leonilda Yvonneti Spina, a ACIL projetou a Academia devido ao seu prestígio e credibilidade.

Décadas depois, outra frente de trabalho, bem diferente da usual, foi o apoio, por meio do Projeto Empreender, para as academias desportivas da cidade. Com palestras para fomentar a competitividade saudável e troca de informações entre profissionais do setor, a ACIL auxiliou a formação do Núcleo de Academias de Londrina, em meados de 2010.

O grupo acabou se desfazendo com o passar dos anos, mas uma nova geração se articulou para a formalização da Associação das Academias de Londrina. Agora, o grupo espera apoio para conseguir homologar o sindicato da categoria, pois desde 2014 o processo se encontra no Ministério do Trabalho em Brasília.

Fahd Haddad, superintendente da Santa Casa: “A cidade cresceu, as raízes

continuaram e a harmonia entre as instituições também”

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Cooperativismo porta a porta

Ninguém imagina que, na busca por associados, os fundadores do atual Sicoob Norte Paraná, criado em maio de 2003, tiveram que bater de porta em porta nas lojas e casas de empresários de Londrina. Segundo o primeiro presidente, Francisco Ontivero, proprietário da rede Móveis Brasília e atual presidente do Hospital do Câncer, eles apresentavam o jornal da ACIL com a proposta da instituição e falavam sobre o descontentamento com os bancos convencionais.

A Associação Comercial serviu de incubadora para a nova casa bancária e, segundo Rafael Giovani Netto (que assumirá a presidência do grupo ainda em 2017), foi primordial na conquista de R$ 600 mil de capital inicial para a abertura da cooperativa: o dobro do valor mínimo previsto na época pelo Banco Central.

Hoje, o Sicoob Norte Paraná tem 23 agências em 14 municípios da região Norte do Estado e pelo menos 300 colaboradores. Possui mais de 28 mil associados e um capital próximo a R$ 600 milhões neste início de 2017.

Em parceria com o Sicoob, a ACIL ainda apostou na iniciativa da GarantiNorte PR - Sociedade Garantidora de Crédito do Norte do Paraná - para micro e pequenas empresas, que precisam de acesso ao crédito. Os números são promissores: R$ 4,2 milhões em negociações com perspectiva de chegar a R$ 13 milhões em 2017, superando os R$ 9 milhões negociados em 2016.

As startups e a construção civil

Foi da necessidade de unir lojistas durante o boom da construção civil no País, nos anos 2000, que surgiu a Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Londrina e Região (ACOMAC), criada a partir de encontros e debates na Associação Comercial. “Conseguimos depois desses cursos fundar um grupo de compras para tratar diretamente com os fornecedores e conseguir descontos”, relembra Adriano Montanari, um dos primeiros presidentes

da entidade e hoje membro do conselho deliberativo da ANAMACO, entidade nacional do setor.

Uma década depois, a ACIL consolida em sua sede os encontros da CINTEC, que gerencia o portal Londrina Genial, produzindo vídeos institucionais.

Para o presidente da CINTEC, Ronaldo Couza, a parceria é fundamental, pois Londrina desponta para o setor de tecnologia com o surgimento de uma série de empreendedores da área de startups e softwares, atraindo investidores nacionais e internacionais.

Estratégias de crescimento

Com foco no desenvolvimento estratégico de Londrina, a ACIL consolida seus projetos. Em 2003, precisou ceder uma sala em sua sede para o Londrina Convention & Visitors Bureau (LC&VB) que passava por dificuldades financeiras. “Inclusive injetou recursos até que o Convention pudesse alcançar sua estabilidade”, conta o atual presidente do LC&VB, Reinaldo Casemiro Junior.

A reestruturação da entidade possibilitou novas atrações para Londrina, inserindo a cidade no destino de eventos e negócios importantes no calendário nacional, como a realização dos Jogos Escolares da Juventude. Em 2014, segundo pesquisa do Sebrae, o evento movimentou R$ 9,1 milhões, com a visita de pelo menos 5 mil pessoas na cidade.

Com 13 anos de luta para atrair investidores e divulgar os pontos fortes da região Norte do Paraná, a Agência de Desenvolvimento Terra Roxa surgiu no município de Rolândia com apoio de diversas entidades, entre elas a ACIL, em julho de 2004. Desde o início, a Associação Comercial e Industrial de Londrina foi de fundamental apoio, com a assinatura da “Declaração de Rolândia” durante o Encontro de Integração Brasil-Alemanha para o Norte do Paraná.

Um dos entusiastas e facilitadores da criação da Terra Roxa, Adrian

Reinaldo Casemiro Junior, presidente do LC&VB: “[ACIL] injetou recursos até que o Convention pudesse alcançar sua

estabilidade”

O Sicoob Norte do Paraná, afilhado ilustre, já conta com 28 mil associados em 14

municípios

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

Von Treufelds, relembra que o então presidente da ACIL, José Augusto Rapcham, comandou as tratativas com empresas de vários setores para motivar lideranças da sociedade civil organizada. “Todos nós acreditávamos e ainda acreditamos no enorme potencial da nossa região em termos de infraestrutura e mão de obra qualificada”, destaca.

De olho nos cofres públicos

Da busca por uma cidade mais justa e correta surge em setembro de 2009 o Observatório de Gestão Pública de Londrina. Em um país em que se pede o ‘fim da impunidade’ quase que a todo instante, era preciso inovar e criar mecanismos de controle e justiça.

Foi o que os londrinenses perceberam durante o processo de fundação do Observatório, nos diversos encontros

no auditório da ACIL. “Mais importante que punir era preciso evitar os desvios, os deslizes”, relembra o jornalista Fábio Cavazotti, um dos fundadores da entidade, hoje comandada por Roger Trigueiros.

Espelhados no Observatório Social de Maringá e de olho na crescente demanda nacional por transparência nas instituições públicas, os profissionais travaram uma batalha para vistoriar os processos licitatórios da Prefeitura de Londrina, gerida à época pelo ex-prefeito Barbosa Neto (2009-2012).

O momento político propiciou atuação intensa da entidade, que conseguiu barrar licitações com problemas de cálculo, mensuração de preços e falhas em editais. Para se ter uma ideia, o cancelamento dos processos, se somados, ultrapassaram a ordem de R$ 200 milhões. A entidade dá continuidade às ações, com o Plano de Transparência e Controle Social.

Todos nós acreditávamos e ainda acreditamos no enorme potencial da nossa região em termos de infraestrutura e mão de obra qualificada

Adrian Von Treufelds

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Av. Tiradentes, 4455 - Setor Industrial | CEP: 86.072-000 | Londrina | PR | Brasil | www.indrel.com.br

Parabéns ACIL por contribuir há 80 anos com o crescimento de Londrina!

Há 50 anos, a Indrel acreditou que poderia ser a parceira ideal para a saúde e escolheu Londrina para ser o seu lar. Hoje, a empresa fornece equipamentos de refrigeração científica não só para o Brasil, mas para o mundo todo. Uma trajetória de sucesso, pioneirismo, que se tornou possível pois a ACIL sempre defendeu os interesses dos comerciantes, indústrias e de toda a população londrinense, com muito respeito, trabalho e dedicação.

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DIVERSIDADE ÉTNICA

TODOS OS CROMOSSOMOSDO MUNDOO espírito desbravador dos imigrantes impregnou a cultura empreendedora da cidade. As fisionomias variadas dos líderes da ACIL expõem o valor de uma sociedade multiétnica que se entende em qualquer idioma

Por Luciano Pascoal

A história de uma cidade, de um povo, de um país, é um conjunto de histórias de muitas culturas. Jovens ou antigas, as cidades nascem graças à coragem, à determinação de homens e mulheres que se deslocaram de suas origens para iniciar uma nova vida. Trazem na bagagem seus costumes, suas religiões, suas comidas, seus olhares estrangeiros.

Em Londrina não foi diferente. A primeira caravana de 12 homens que chegou por estas terras em agosto de 1929 era composta por descendentes de outras nacionalidades. O chefe da expedição, George Craig Smith, era um paulista filho de ingleses. Sua comitiva contava com um engenheiro russo, Alexandre Razgulaeff, o empreiteiro português Alberto Loureiro, o agrimensor filho de italianos Spartaco Bambi e o cozinheiro filho de alemães Erwin Fröelich. Essa diversidade étnica se faz presente em todos os migrantes que aqui chegaram para

desbravar e habitar o Norte do Paraná e está na gênese da nossa cidade.

Nem bem demarcaram os primeiros lotes e construíram as primeiras casas de madeira, os britânicos da Paraná Plantation, empresa responsável pela colonização da região, já organizaram uma grande campanha publicitária em vários países europeus, vendendo um novo Eldorado e prometendo “as terras mais férteis do mundo e um clima adequado à todas as raças”. A resposta foi rápida.

Quando se tornou município em 1934, Londrina já contava, de acordo com registros da Companhia de Terras, com 1.346 habitantes de 33 etnias de todos os continentes. A cidade era pequena, mas já estava estruturada, com rua principal e comércio funcionando. Três anos depois surgia uma entidade para organizar a rápida expansão econômica do lugar, a Associação Comercial de Londrina. Todos os diferentes grupos étnicos se espalharam por todos os seguimentos socioeconômicos da cidade e foram representados nas lideranças da ACL (hoje ACIL) desde o seu nascimento.

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Líbano

Um de seus fundadores e primeiro presidente nasceu em Biblos, no Líbano, e desembarcou no Brasil em 1912 antes de completar 18 anos. Na bagagem trazia a formação de História e Contabilidade na cidade de Nazaré, antiga Palestina, e muitos sonhos. Com faro apurado para os negócios, David Dequêch chegou em Londrina em 1931 e construiu uma das primeiras casas de madeira do lugar e a primeira missa foi celebrada em 1933 no armazém da família.

David era um desbravador, falava seis idiomas e em pouco tempo se tornou uma referência na cidade. A ancestral origem comerciante da família foi fundamental para que liderasse a fundação da então ACL, onde foi presidente por dois mandatos (1937 -1944 e 1949 – 1959). A criação de uma entidade que pensasse o futuro da cidade era urgente. Ao contrário dos planos de colonização ingleses que previam cidades com no máximo 20 mil habitantes, os jovens empreendedores já enxergaram um horizonte próspero e florescente.

Em 1937, Londrina já contava com as Casas Pernambucanas, o Banco do Noroeste e a Caixa Econômica, além de cinco escolas primárias. Em 1939, a cidade já atinge 70 mil habitantes, mais de 11 mil casas e 120 automóveis. “Eu não vim para Londrina. Londrina é que veio depois que eu estava aqui”, relembrou David no livro “Poder Emergente do Sertão”, do jornalista Widson Schwartz. A verve foi repassada para os descendentes. Seu filho Nilo Dequêch e seu neto David Dequêch também estiveram à frente da associação.

Checoslováquia

Trajetória similar fizeram os irmãos Rapcham quando deixaram a então Checoslováquia na década de 1930. A família passou dois anos trabalhando na lavoura de café no interior de São Paulo antes de comprar um lote de terra por aqui em 1937. Neste mesmo ano nasce Alberto Rapcham. A família se instala no Distrito da Bratislava, em Cambé, que leva o nome da região

de origem no antigo país comunista. Alberto se formou em Matemática e Administração para dar continuidade à estirpe comerciante. Mas a Engenharia é sua grande paixão. Há 50 anos fundou a Indrel, empresa especializada no desenvolvimento e fabricação de produtos para as áreas médico-hospitalar e de pesquisas científicas. Os frutos da família que buscou no Norte do Paraná, seu lar hoje, são exportados para mais de 30 países. Alberto Rapcham foi presidente da ACIL entre os anos de 1988 e 1990.

Itália

Os italianos e seus descendentes que se embrenharam nas selvas paranaenses também estiveram no comando da Associação. Igarassu Landucci Louzada chegou em 1951, aos 27 anos, vindo do interior de São Paulo, com a mulher e três filhos. Não demorou muito para sentir as grandes oportunidades que a jovem cidade oferecia. “Eu e o Lizandro (de Almeida Araújo, presidente da então ACL em três oportunidades) percebemos que havia uma grande dificuldade das lojas daqui em repor os estoques, já que toda a produção vinha de São Paulo. Decidimos então nós mesmos fazermos esse trabalho e atender a essa demanda”. Foi fundador de uma das mais tradicionais confecções da cidade, a Loja Cartola. Durante sua presença à frente da ACIL (1986/88) promoveu mudanças importantes no estatuto, proibindo a reeleição de presidentes e sua gestão também foi pioneira na inclusão de mulheres na diretoria.

Japão

Já a segunda maior colônia japonesa do mundo também esteve bem representada. Jorge Kayamori, às vésperas de completar 90 anos, guarda uma memória intacta de sua trajetória pioneira. “Morávamos em Echaporã e a vida era muito dura. E aqui nós encontramos um caminho bastante promissor”. Chegou aos 20 anos e começou vendendo tecidos. Passou pelas Casas Pernambucanas e Fuganti. Mas se destacou

David Dequêch, o pioneiro: “Eu não vim para Londrina. Londrina é que

veio depois que eu estava aqui”

Igarassu Louzada carrega a Itália no nome intermediário, Landucci: estatuto mais moderno

Alberto Rapcham tem origens na antiga Cortina de Ferro e aqui construiu

um negócio que desafia as fronteiras

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Jorge Kayamori segue os ensinamentos dos ancestrais: “É preciso fazer bem feito e ter muita perseverança”

à frente da loja de produtos automotivos Motosima, onde ficou 25 anos.

Graças a este trabalho foi eleito presidente da ACIL por duas gestões, de 1968 a 1971. “Tivemos muitos relacionamentos com o comércio, com políticos, com órgãos públicos. O diálogo sempre foi minha principal característica”. Um dos destaques da sua gestão foi a aprovação do projeto de construção do prédio de 18 andares onde fica a sede da associação, o Edifício Palácio do Comércio. Seu pai, Kiuji Kayamori, chegou no Brasil em 1914 na segunda grande leva de migrantes japoneses. “Eles sofreram muito para se adaptar e pode criar os filhos. Por ser descendente de orientais, nós acreditamos que, tendo capacidade, terá sucesso. Na minha vida tudo o que eu fiz, consegui atingir o topo. É preciso fazer bem feito e ter muita perseverança”.

Para estar no comando de uma entidade tão importante para os rumos econômicos de uma cidade como Londrina, é preciso dedicação, coragem, persistência, liderança. Estas e outras características também estão na índole de todos os que ajudaram a construir nossa história, independente de suas origens. Os desafios são diários. As batalhas, constantes. Para superar os obstáculos e abrir novos horizontes na nossa rica trajetória é preciso carregar na alma o sonho de todo imigrante: construir uma vida nova.

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LANCES DA HISTÓRIA

Por Susan Naime

Já reparou nos detalhes da logomarca da ACIL? Muita gente não sabe, mas alguns dos principais monumentos de Londrina podem ser identificados nas elegantes letras que formam a identidade visual da instituição.

A necessidade de dar uma nova “cara” à marca ocorreu por exigência da própria história. Uma entidade iniciada em 1937 unia o legado de seus fundadores com as lutas e as demandas de uma cidade em transformação, sempre em busca do desenvolvimento e do progresso. Nesse cenário, o desafio era destacar na nova identidade a força e a tradição da primeira entidade de classe de Londrina com sua constante atualização tecnológica e modernização de conceitos e processos.

UMA MARCA DESENHADAPOR LONDRINAA identidade visual da instituição combina força e tradição com um cenário em constante transformação e em busca de desenvolvimento, competitividade e progresso

“A ideia inicial era fazer uma marca que representasse a entidade e sua ligação com Londrina. No começo do desenvolvimento tentamos associar símbolos à tipografia, mas não estava funcionando muito bem. Então, veio a ideia de trabalhar a tipografia aliada aos desenhos de referências da cidade. Unimos isso aos outros conceitos e a marca começou a tomar forma”, conta Paulinho Ramos, design e ilustrador convidado na gestão de Nivaldo Benvenho (2010-2012) para desenvolver uma nova logomarca para a ACIL.

A sensação de fazer parte de um processo tão importante na trajetória da ACIL ainda está bem fresca na memória de Paulinho. “Foi uma grande responsabilidade. Deu para sentir uns 600 tipos de frio na barriga [conta entre

Paulinho Ramos, designer e ilustrador: “A ideia inicial era fazer uma marca que representasse a entidade e sua ligação com Londrina. Então, veio a ideia de trabalhar a tipografia aliada aos

desenhos de referências da cidade”

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risos], mas valeu a pena. Tenho muito orgulho de ter feito parte dessa história e ver a marca ACIL estampada em tantos lugares.”

Quando foi procurado para desenvolver a logomarca, Paulinho Ramos já tinha sua empresa, a Pak Design e Ilustração, e contou com a equipe que tinha na época para desenvolver o projeto. Além dele, participaram Waldomiro Neto e Marcus Bellaver.

Cores, tonalidades e formatos

A concepção da marca ACIL harmoniza a solidez do preto, a força do vermelho e a representação gráfica de alguns dos principais ícones da Cidade: a Catedral, a Concha Acústica, o Terminal Rodoviário e o Relógio do Edifício América. Tudo numa arquitetura gráfica marcada pela

elegância de letras que a tornam leve, moderna, atual.

“Acreditamos que a marca tinha de ser sóbria, séria, mas também dinâmica. Então, usamos as cores preto e vermelho. O preto traz segurança, força, tradição, experiência, estrutura, elegância. Já o vermelho representa muito Londrina, além de transmitir objetivo, alvo, foco, determinação, comércio e movimento”, explica Paulinho Ramos.

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CARA OU COROA

DINHEIRO EM CONSTRUÇÃODesde a fundação da ACIL, há 80 anos, a moeda brasileira mudou de nome nove vezes. E ainda não alcançou a tão sonhada estabilidade

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 53

Por Ranulfo Pedreiro

Quando a ACIL foi fundada, em 1937, muitas ruas de Londrina viviam situações extremas. Quando chovia, a lama formava-se pegajosa e escorregadia, derrubando os incautos. Em tempos de seca, a poeira vermelha invadia balcões e vitrines, exigindo constante faxina. A falta de asfalto e calçamento, porém, nem de longe representou o principal desafio do empresariado local nos últimos 80 anos.

De lá para cá, difícil mesmo foi sobreviver à instabilidade econômica traduzida em nove mudanças de moeda. Isso mesmo, o dinheiro brasileiro mudou nove vezes em oito décadas! Para complicar, só nos últimos 40 anos o país passou por nove recessões, contando a atual.

Em 1937, o dinheiro vigente no Brasil era o Mil-Réis, uma continuidade do antigo Real estabelecido desde o início da colonização. Desde então, passamos pelo Cruzeiro (1942), Cruzeiro Novo (1967), Cruzeiro (1970), Cruzado (1986), Cruzado Novo (1989), Cruzeiro (1990), Cruzeiro Real (1993) e Real (1994).

Segundo o jornal “O Globo”, enfrentamos recessões nos governos Figueiredo (1981-1983), Sarney (1987-1988), Collor (1989-1992), Fernando Henrique Cardoso (1995, 1998-1999 e 2001), Lula (2003 e 2008-2009) e Dilma/Temer (de 2014 até hoje).

Essa montanha russa monetária provocou aberrações econômicas. No livro “Saga brasileira - a longa luta de um povo por sua moeda” (2011), a jornalista Míriam Leitão cita, no auge da hiperinflação dos anos 80, um fogão de brinquedo que chegou a custar mais caro do que um fogão de verdade.

A obra traz outro dado impressionante. Cálculos do professor Salomão Quadros, da Fundação Getúlio Vargas, apontam uma inflação - com base no IGP/DI - entre julho de 1964 e julho de 1994 de 1.302.442.989.947.180%. Isso mesmo: mais de 1 quatrilhão por cento!

Números tão assustadores configuram a economia nacional como um pântano onde é raro o terreno firme. A comparação de preços, por exemplo, revela dados curiosos, verdadeiras representações de época, mas difíceis de quantificar na atualidade.

Um Fusca, em 1959, custava módicos Cr$ 496.000,00. Quando o homem pisou na Lua, em 1969, a revista “O Cruzeiro” saía por NCr$ 1,80. Pouco depois, em 1975, a revista “Veja” era vendida a Cr$ 7. Já em maio de 1976, um exemplar da “IstoÉ” saía por Cr$ 15.

Saco de dinheiro

Se o leitor voltasse no tempo até a era da discoteca, pagaria salgados Cr$ 50 por um drink Primavera na badalada Hippopotamus, famosa boate de Ricardo Amaral, no Rio de Janeiro, em 1976. A cantora Beth Carvalho fez sucesso no ano seguinte com “Saco de feijão”, samba de Francisco Santana: “De que me serve um saco cheio de dinheiro/ pra comprar um quilo de feijão?”. Era a mais pura realidade. Já em 1994, no plano Real, 1 quilo de filé mignon custava R$ 6,80.

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Uma forma mais concreta de perceber como a moeda mudou de valor ao longo dos anos pode ser medida pelo salário mínimo, que em julho de 1940 custava 204 mil réis. Uma década depois, em 1954, o valor passou para Cr$ 2.400,00. Em janeiro de 1963, alcançou Cr$ 21.000,00. Novembro de 1985: Cr$ 600.000,00. Para chegar em março de 1986 em CZ$ 804,00.

Boa parte dessa confusão explica-se pelo corte de zeros, uma espécie de maquiagem para a desvalorização. Em outubro de 1942, o Cruzeiro estreou valendo 1 mil-réis. Com um corte de três zeros em fevereiro de 1967, o Cruzeiro Novo valia 1 mil cruzeiros. Em maio de 1970, houve apenas uma troca de nomes: Cruzeiro Novo voltou a ser Cruzeiro.

Até fevereiro de 1986, quando outros três zeros foram cortados e o Cruzado substituiu 1 mil cruzeiros. A inflação foi tamanha que, já em 1989, houve novo corte de três zeros, com o Cruzado Novo valendo 1 mil cruzados.

Em 1990, outra mudança de nome: o Cruzado Novo passou a ser Cruzeiro. Depois, em agosto de 1993, o Cruzeiro Real chegou valendo 1 mil cruzeiros. A transformação mais importante se deu em julho de 1994: calçado pelo dólar, o Real surgiu valendo exatos 2.750,00 cruzeiros reais. Ufa!

Foram tantas as mudanças que, frequentemente, a memória sente-se traída. Quem sobreviveu às intempéries costuma confundir as moedas. “A gente vai esquecendo… Eu comecei a trabalhar com carros em 1985. Praticamente há 32 anos. Qual era a moeda? Era Cruzeiro? Até a gente se perde”, comenta o empresário Oscar Mistafa, proprietário da 4 Rodas Veículos.

Ele começou na profissão enfrentando o primeiro Plano Cruzado (1986), um congelamento forçado de preços que tornou o carro novo um artigo raro. Havia filas imensas para comprar. Ironicamente, o carro usado ficou mais caro. “As pessoas vendiam um carro com dois anos de uso para comprar um novo. Às vezes, o seminovo era mais caro do que o carro novo. A pessoa fazia o pedido

na concessionária, comprava o novo e já anunciava (para vender) mais caro antes de pegar o automóvel”, recorda.

Também nesse período, em meados dos anos 80, o carro popular com motor 1.0 foi lançado custando, como preço de referência, 7 mil dólares. Hoje, a referência dos modelos 1.0 é de 10 mil dólares.

Vendedor de carros desde 1976, Takati Kato revela como as empresas perderam capital de giro na hiperinflação do governo Sarney. “Lembro de um empresário dizendo: ‘Daqui a seis meses teremos que fechar a empresa’. Isso ocorria porque o capital de giro estava acabando. A inflação era de 97%, mas o empresário não conseguia corrigir os 97% e acabava tirando do bolso”, explica o proprietário da Kato Veículos.

Há 69 anos em funcionamento, o Bazar Ajimura está aberto desde que a lama tomava conta da Rua Sergipe. E está no mesmo endereço desde 1957. Os fregueses ainda são recebidos por dona Tokiko Ajimura, prestes a completar 100 anos de vida. Seu filho, Tadamasa Ajimura, de 77 anos, está desde os sete atrás dos balcões da loja, feitos em madeira de lei.

A família veio do Estado de São Paulo para trocar a lida na lavoura pelo comércio de aviamentos e rendas. Com o tempo, a variedade de produtos aumentou. A casa tornou-se referência do comércio de rua e hoje atrai gerações de fregueses. Ou seja, há netos frequentando a mesma loja onde seus avós compravam.

Três aumentos por dia

A experiência de seu Tadamasa aponta o governo Sarney como um dos períodos econômicos mais conturbados. Para acompanhar a inflação, era preciso aumentar o preço dos produtos até três vezes no mesmo dia. “Fomos levando chumbo. Quando acabou o congelamento de preços, sabe quanto a mercadoria tinha subido? 450%”, comenta o empresário.

Para ele, os bons tempos dos anos 50 e 60 eram prósperos para quem se dedicava ao trabalho. “Não precisava

Takaki Kato, da Kato Veículos: “A inflação era de 97%, mas o

empresário não conseguia corrigir os 97% e acabava tirando do bolso”

Oscar Mistafa, da 4 Rodas Veículos: desorganização

econômica fez carro usado custar mais que novo na década de 1980

Francisco Ontivero, do Móveis Brasília: “Vimos muitas empresas fechando. Não é fácil para as que

ficaram, principalmente as médias empresas, que têm as mesmas

obrigações das grandes e não têm os incentivos das pequenas”

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ter conhecimento, mas com força de vontade ganhava-se dinheiro. Meu pai viajava todo mês para São Paulo, trazia produtos e revendia aqui. Depois ele se cansou de ir para lá e começaram a vir os viajantes, representantes de atacadistas”, acentua.

Entender o mercado atual tornou-se imprescindível: “A pessoa tem que conhecer, se não conhecer, investe uma grana violenta e em meio ano está fechando”, alerta.

Há quem enxergue na crise atual a pior delas. Fundador das lojas Móveis Brasília, em 1967, o empresário Francisco Ontivero, de 83 anos, considera o momento preocupante. “Convivemos com esses planos desde 1968, pelo menos, e vimos muitas empresas fechando. Não é fácil para as que ficaram, principalmente as médias empresas, que têm as mesmas obrigações das grandes e não têm os incentivos das pequenas”, ressalta.

Nem os cortes dos zeros, nem os congelamentos, nem o Plano Collor foram tão difíceis, explica seu Francisco. “Esse é o pior momento de todos, pegou a indústria, o comércio, os pequenos, os grandes, o trabalhador. Antes não tinha a concorrência que tem hoje, é preciso estar muito atento, tem que conhecer o mercado”, ressalta.

Com a experiência de cinco décadas de mares revoltosos e pouco vento a favor, seu Francisco prefere se precaver contra lufadas de otimismo com uma administração cautelosa, enxuta e distante dos juros bancários.

Oito décadas se passaram e a moeda nacional ainda busca a sonhada estabilidade. Mas esse contínuo processo de construção financeira, sublinha Míriam Leitão em seu livro, representa um processo de autoconhecimento. Na saga por uma moeda forte, o Brasil se redescobre confrontando os próprios erros.

Tadamasa Ajimura: sobrevivente do ambiente hostil que sempre dificultou muito o trabalho dos

empreendedores no Brasil

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 57

ASSOCIATIVISMO

Por Celso Felizardo

Na primeira metade da década de 1940, chegar ou sair de Londrina não era tarefa simples. A travessia do Rio Tibagi só era possível pelo trem ou por meio de balsa. A construção de uma ponte rodoviária ligando o chamado sertão ao restante do estado era o primeiro gargalo para o desenvolvimento da cidade que ultrapassaria os 500 mil habitantes e se tornaria uma potência do Interior.

O problema na época era conseguir recursos para tal feito. Criada há apenas quatro anos, a ACIL elegeu a construção da ponte como uma de suas primeiras bandeiras. A conquista se deu durante uma visita de Manoel Ribas, em 1941. Após alguns drinques, o interventor federal nomeado por Getúlio Vargas

anunciou que o Estado arcaria com 50% do valor da ponte. Para erguer a outra metade, a diretoria da ACIL fez a doação de milhares de sacas de café, além de promover rifas e outras campanhas. Em 1944, o sonho se tornou realidade.

Agora, em meio às comemorações pelos 80 anos, a Associação Comercial resgata o histórico de engajamento nas questões essenciais ao município de olho nos novos desafios. Quais as novas pontes a serem construídas? Para responder a esta pergunta, a diretoria convidou seis associados para um bate papo nas dependências da instituição. Após um café da manhã, eles discutiram sobre o papel da instituição, sobre a cidade e também sobre a importância do associativismo. A conversa de quase duas horas foi mediada pelo superintendente Diego Menão.

Para o superintendente Diego Menão, a instituição se empenha em rever o seu papel o tempo todo, buscando a relevância necessária para o empresariado e a comunidade

O DESAFIO DE CONSTRUIR NOVAS PONTESE se a ACIL promovesse uma troca de impressões entre a base e a razão de ser da instituição, os associados e os dirigentes da entidade? Como seria este bate papo? A Mercado em Foco colocou esta ideia em prática, um pequeno fragmento do relacionamento de décadas que é fundamental para o associativismo. Confira, com a palavra, os associados

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OxigenaçãoA empresária Izabel Diez, proprietária da

relojoaria Diez e Diez, elogiou a iniciativa e destacou a importância da proximidade entre associação e associados. “Estou no mercado há 60 anos e já passei por várias crises. Gostei muito dessa iniciativa porque nos permite trocar informações”, comenta. “Encontrei muita gente jovem aqui e achei excelente. Nós que já estamos no mercado há mais tempo precisamos

antenada com o que está acontecendo. Além do mais, o contato humano é muito bom”, considera. Tatiane acredita que criar uma rede de contatos é fundamental para sobreviver em tempos de crise. “Essa união é fundamental, nos faz mais fortes”.

é ajudar o município a encontrar uma nova identidade. “A grande questão é definir como nós queremos ser vistos? Acho que falta um pouco disso. Não temos uma marca. A do café já ficou para trás. As pessoas têm que ter um certo

dessa oxigenação, aprender coisas novas”, completa.

De outro lado está Tatiane Lopes Martins, de 30 anos. Mais jovem do grupo, ela é proprietária da Auto Peças Tibagi. Associada há cinco, começou a participar

mais ativamente da associação nos últimos dois anos. “Não sabia de 20% do que é oferecido - serviços, produtos. Sou jovem e ainda fico um pouco assustada em tocar meu negócio. É muito bom poder conversar com pessoas mais experientes, que já passaram pelo que eu estou passando”, disse.

Para ela, os cursos são um dos principais atrativos da instituição. “Gosto muito dos cursos de capacitação. Sou formada em Administração e pós-graduada em Logística, mas os cursos me deixam muito

NetworkingA troca de experiências também é

fundamental para Alexandre Takashi, da agência de viagens Takashi Tur, uma das primeiras empresas do ramo de Londrina. “Meus pais nunca foram muito participativos dentro da ACIL. Mas eu vejo que é muito importante esse networking. Como segunda geração, espero participar mais”, externa. Para ele, uma das prioridades da entidade

A farmacêutica Maria do Rocio: “Com o Núcleo das Farmácias, por exemplo, aprendi muita coisa importante que antes não tinha conhecimento de como fazer”

Rodolfo Peccin Motti, distribuidor de produtos industriais, avalia que o município precisa reforçar a cadeia produtiva da indústria. “Para mim, esta seria a nova ponte”.

A empresária Isabel Diez: “Encontrei muita gente jovem aqui e achei excelente. Precisamos aprender coisas novas”

Associados debateram o desenvolvimento de Londrina e o papel de cada um para essa evolução

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posicionamento na cabeça quando pensam em Londrina. Não vejo isso hoje”, opina.

Takashi usou o exemplo de cidades da serra gaúcha que conseguiram se firmar como polos turísticos investindo em identidade. “É claro que é um outro universo, mas em Gramado e Canela os projetos têm um foco bem definido. Eles imprimiram uma marca, criaram uma identidade em um lugar que não era visitado. Será que não podemos tentar algo assim aqui? A partir do momento que tivermos essa marca, nós associados podemos trabalhar para propagá-la”, sugere.

Rodolfo Peccin Motti, de 36 anos, é da segunda geração de proprietários da Dislon Solution, distribuidora de produtos industriais. Há quatro anos trocou São Paulo por Londrina e não se arrepende da mudança. Apesar de tecer elogios à cidade, lembrou a carência do setor industrial. “Hoje Cambé e Ibiporã têm parques industriais mais modernos que o nosso. Temos que ser mais eficientes em parques tecnológicos e industriais. Não falo só do parque em si. É preciso reforçar toda a cadeia produtiva. Considero este um grande desafio. Como sou da área da indústria, para mim esta é a nova ponte”, compara.

Há 22 anos no mercado com a Dhermus Farmácia de Manipulação, a farmacêutica Maria do Rocio, de 49 anos, domina a parte técnica, mas confessa que ainda encontra um pouco de dificuldade para administrar o negócio. Na ACIL, ela encontrou soluções para alguns problemas administrativos. “Na verdade, o farmacêutico tem a visão técnica, a gente está lá dentro do laboratório. A gente não tem a visão administrativa. E é isso justamente que a gente tem dificuldade. Com o Núcleo das

Farmácias, por exemplo, aprendi muita coisa importante que antes não tinha conhecimento de como fazer”, relata.

Tatiane usou o exemplo do Núcleo das Farmácias, do Programa Empreender, para destacar a importância do associativismo. “Antes, tínhamos medo do concorrente saber o que se passava na nossa empresa. Hoje, não. São objetivos em comum. Lá na frente podemos disputar o espaço, mas antes disso, é fundamental que lutemos para fortalecer o setor”, opina. Ela citou também a importância do fortalecimento da cadeia local. “Temos que incentivar as pessoas a consumir produtos da nossa região. Eu morei um tempo na Austrália, e os produtos lá tinham um selinho do país. É uma coisa que funciona.”

Mais uniãoAngela Kazuko Ida, de 42 anos, está à

frente das imobiliárias Coroados e Casa Branca. Segundo ela, o negócio da família era tocado pelos irmãos, mas ela acabou assumindo o gerenciamento. “Há alguns anos eu caí de paraquedas na empresa, depois de voltar do Japão. Não entendia nada do administrativo, tive que aprender na marra”, conta. Angela, que estudou Administração, mas não concluiu o curso. Segundo ela, quase tudo que aprendeu foi com os cursos de capacitação da ACIL. “São realmente muito bons.” Angela acredita que a ACIL tem um papel fundamental de agregar as pessoas. “Eu sinto que em comparação com outras cidades, nós estamos mais dispersos. É preciso mais união”, cobra.

O superintendente da ACIL, Diego Menão, lembrou alguns fatores que

contribuíram para uma desagregação na cidade. No entanto, segundo ele, o cenário já é mais positivo em comparação com as últimas décadas. “Nós vivemos hoje um momento melhor. Londrina foi muito abalada pela crise e pelo boom de muitas pessoas chegando após as geadas, com crescimento desordenado. Isso refletiu em desagregação nas décadas de 1980, 1990 e 2000. Porém, hoje, já retomamos uma maior proximidade”, aponta.

Segundo ele, iniciativas como o Fórum Desenvolve Londrina, criado sob liderança da ACIL, se tornaram instrumento deste arranjo mais sólido. “Na última década, as instituições se preocuparam com isso. No Fórum Desenvolve Londrina são mais de 30 instituições que discutem desenvolver a cidade. A desagregação num simples ato acontece, já a agregação demora décadas”.

Ao final do batepapo, Menão avaliou a iniciativa como positiva. “Vamos buscar cada vez mais essa aproximação com nossos associados”, disse. Ele definiu o momento da instituição como “muito especial”. E pontuou: “Comemorar os 80 anos da ACIL, que é só dois anos mais nova que Londrina e hoje tem 2,7 mil associados, é contar a história da cidade sob o prisma empresarial, das transformações urbanas. Isso tem feito a instituição rever seu papel, procurar saber como podemos ter mais relevância.”

O presidente Cláudio Tedeschi agradeceu a presença dos convidados e enfatizou a importância do engajamento das pessoas na sociedade. “A gente olha para a TV e fala: ‘alguém precisa fazer alguma coisa’, mas às vezes nos esquecemos que isso também inclui a gente. Por isso é importante que vocês opinem, que tenham voz ativa”, incentiva.

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POR DENTRODA ACIL

TUDO O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A ILUSTRE ANIVERSARIANTEAfinal, quais as atividades de uma associação comercial? Como ela é composta? Qual o modelo de gestão? Quais serviços presta e quais produtos oferece ao associado? A Mercado em Foco explica como tudo funciona na ACIL

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 61

Por Lúcio Flávio Moura

“São 80 anos expandindo sua atuação, aperfeiçoando seu modelo de gestão e investindo na modernização da sua estrutura para dar o melhor suporte ao associado”.

O presidente Claudio Tedeschi se arrisca na definição do que a ACIL é ao completar 80 anos. Usar poucas palavras neste caso exige uma boa dose de ousadia e uma privilegiada capacidade de síntese, levando-se em conta que a instituição mais tradicional de Londrina tem um espectro de atuação amplo e diversificado, que pulveriza qualquer tentativa de classificá-la apenas como uma mera representante sectária dos interesses da classe empresarial.

A associação é, sobretudo, uma grande instância de pensamento e ação coletivos, um centro irradiador de ideias e soluções, voltado a todos os níveis do setor produtivo, ao colégio de instituições que congrega o que se convencionou a chamar de sociedade civil, as autoridades e aos cidadãos.

Não é por outro motivo que a ACIL desenvolveu desde o princípio da sua atuação uma natural liderança, característica que faz com que ela seja cortejada constantemente com pedidos de apoio a causas, campanhas e eventos. “Muitas vezes somos

confundidos como uma antessala do poder público”, explica Tedeschi, compartilhando a mesma impressão já manifestada por outros presidentes.

Mas a ACIL também funciona como uma central da sociedade civil, com perfil articulador, que une forças quando isso é fundamental para a condução de uma iniciativa de interesse geral. Símbolo desta característica, o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial tornou esta política de congregação permanente e sistematizada, com a participação de parceiros que semanalmente sentam à mesa para discutir problemas e solução do ambiente de negócios e de infraestrutura.

“Exercemos nossa liderança naturalmente e temos a preocupação de nos posicionarmos sobre questões políticas e econômicas que afetam diretamente o bem estar dos associados”, afirma o vice-presidente Fernando Moraes.

Questões de interesse coletivo são temas de reuniões extraordinárias, mas também são incluídas nas reuniões mensais da Diretoria Executiva, composta por 17 membros eleitos, não-remunerados e que funciona como um ministério no sistema presidencialista, com pastas que vão de Comércio Internacional a PME (Pequenas e Médias Empresas), passando

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por Tecnologia/Inovação e Agronegócios, além de Comércio, Indústria, Serviços, Finanças, Institucional, Produtos e Jovem Empresário. A presidente do Conselho da Mulher Empresária também é integrada às atividades da diretoria e tem direito a voto nas deliberações.

Conselhos

Se há um “ministério”, há também “parlamentos” – igualmente submetidos ao colégio eleitoral formado pelos associados – no desenho organizacional. O Conselho Deliberativo – formado por ex-presidentes e ex-integrantes da Diretoria Executiva – tem 13 cadeiras e tem a competência de supervisionar os atos da Diretoria Executiva.

Há ainda o Conselho Fiscal, com três membros, e o Conselho Fiscal Suplente, com as mesmas três cadeiras. São instâncias que analisam as finanças da entidade. O Conselho Maior, do qual fazem parte exclusivamente ex-presidentes, é um órgão de consulta que se reúne por solicitação da diretoria ou dos outros conselhos.

Gestão

Indutora de modernas práticas de gestão no ambiente empresarial através de treinamentos, cursos de capacitação, palestras e outros eventos, a ACIL está em sintonia com as modernas cartilhas que apregoa.  O time de 38 colaboradores comandado pelo superintendente Diego Menão é regido por um sistema idêntico a de uma empresa, com rigoroso controle nos processos e constante avaliação de qualidade. “Nossa missão, enquanto equipe, é gerir a instituição baseados nos princípios da excelência, como ocorre nas empresas. Todos os setores têm metas e compromissos com resultados. Acreditamos que, como uma entidade empresarial, devemos ser exemplos de gestão”, explica. De uma certa maneira, a ACIL empresa e a ACIL entidade se complementam e se fortalecem mutuamente. “Precisam funcionar como uma engrenagem”, compara o superintendente. “Para ser uma entidade forte, precisamos ser uma empresa forte”.

A gerente administrativa financeira, Elisangela Andrade, lembra quando da sua chegada à instituição em 2011, se impressionou com a abrangência das ações e com a capacidade de realização da ACIL. “Àquela época já dizíamos que a fundação deve ser forte para o prédio poder ser mais alto”. A altura, neste caso, é ter uma organização desenvolvida a partir de uma equipe de bons profissionais. “Em cada ação executada, cada meta alcançada e cada desafio lançado percebemoso comprometimento desta equipe disposta a fazer a diferença”, avalia.

Setores

A associação é dividida em seis departamentos: administração/finanças, atendimento ao empresário, centro de capacitação, comercial, comunicação e marketing. Todos eles interagem com o associado e com a comunidade. Três entidades parceiras realizam atendimento na sede da ACIL: a Agência Terra Roxa de Investimentos, a Cintec (Central de Inovação, Desenvolvimento e Negócios Tecnológicos) e o Londrina Convention Bureau.

Comercial

Dos seis departamentos, o mais robusto é o comercial, que tem a incumbência de administrar a carteira de associados e negociar os produtos e serviços da entidade. O departamento cuida com carinho de produtos e serviços desenvolvidos ao longo da história da instituição: o SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), que atende através de uma parceria com o SPC Brasil (exclusivo para associados); a Certificação Digital, parceria com a Faciap; os produtos de mídia (e-mail marketing, anúncios no site e na revista Mercado em Foco) e o Fácil Imobiliário (todos com descontos para os associados), além de viabilizar parcerias estratégicas.

O SPC oferece ao empresário um sistema que auxilia no processo de avaliação e concessão de crédito. Já para os consumidores é disponibilizado consultas sobre informações cadastrais do seu nome.

“Os associados se beneficiam com a segurança que o sistema de informações oferece em cada transação. Conhecer o perfil do cliente é decisivo para as estratégias e para a saúde financeira das empresas”, lembra a gerente comercial Cláudia Pechin.

Entre os produtos do SPC, há ainda o Fácil Imobiliário, documento único que traz uma série de informações exigidas pelas imobiliárias antes de sacramentar a venda ou a locação.

Quando os interessados buscam a Certificação Digital para transações de diversas naturezas, a clientela é atendida em um ambiente exclusivo na sede.

Atendimento ao empresário

O desenvolvimento do setor produtivo está sempre na mira do trabalho da ACIL. São frentes que facilitam a rede de relacionamento, o acesso ao crédito, a melhoria transversal de segmentos específicos e a disseminação de conhecimento para as atividades cotidianas dos empreendedores.

A Área de Negócios é responsável pelos programas Bom Negócio (parceria com a UEL e com a Fomento Paraná que visa estender a longevidade dos micro e pequenos empreendimentos por meio de capacitação e de acesso a taxas subsidiadas de microcrédito) e Empreender (esforço associativista que reúne empresários de um determinado segmento ou região para melhorar o ambiente de negócios).

O Bom Negócio oferece conteúdo com consultoria em Gestão de Negócio, Gestão Comercial, Gestão Financeira, Gestão de Pessoas e Gestão Estratégica. Já passaram pela ACIL 1,3 mil empreendedores, de 20 turmas diferentes.

Já o Empreender atende 12 núcleos, com dezenas de empresários que atuam em uma gama variada de negócios que se interligam pela questão territorial ou setorial. 

Outra frente é o ponto de atendimento da Fomento Paraná, instituição financeira do governo do Estado que atua junto ao ambiente das micro e pequenas empresas através de crédito facilitado.

Por sua vez, o Departamento de Relacionamento exerce a função de ouvidoria e de aproximação entre os sócios e a entidade. Promove eventos de boas vindas, ocasião na qual apresenta os produtos e

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

serviços que estão à disposição e faz contatos in loco ou por telefone para dirimir as dúvidas e prestar esclarecimentos junto aos associados. O departamento auxilia ainda na interlocução com as entidades parceiras.

A ACIL também está presente na Sala do Empreendedor, instalada nas dependências da Prefeitura. Dois colaboradores da associação reforçam a equipe de atendimento, dedicada aos chamados microempreendedores individuais e os que estão pesquisando as condições para aderir ao regime.

Centro de Capacitação Empresarial e de Pessoas

O principal foco do departamento é idealizar, planejar e organizar os eventos - treinamentos, palestras e workshops - promovidos quase diariamente pela instituição ao longo do ano.

Administra ainda os espaços de locação e faz a programação do calendário. A estrutura é composta pelo Auditório David Dequêch (140 lugares), o Auditório João Alfredo de Menezes (60) e outras duas salas de treinamento (50 lugares no total).

Comunicação e Marketing

A ACIL entende que o diálogo contínuo com o setor produtivo e com a comunidade jamais pode ser negligenciado e utiliza todas as ferramentas possíveis para facilitá-lo. E também entende que a sua marca deve sempre ser fortalecida e deve sempre representar com

grandeza o significado dos seus valores. Por isso, historicamente, sempre desenvolveu e fomentou sua política de marketing e de comunicação como elementos indispensáveis para exercer sua natural liderança e dar transparência a todas as suas ações e posições.

A marca ACIL e todas as características cognitivas que ela carrega é protegida por uma equipe de tenazes guardiões. O time de marketing cuida da preparação de todos os eventos e campanhas realizados pela entidade, além de ficar responsável pelo formato de divulgação das ações e das decisões da instituição. As atribuições incluem abastecer as mídias sociais diariamente com as informações cotidianas da instituição, além de elaborar estratégias que constroem as pontes de relacionamento com outras instituições e com a comunidade. No ambiente interno, tem a responsabilidade de dar coesão à equipe, com intervenções que afetam positivamente o ambiente de trabalho.

A ACIL sempre optou por produzir seu próprio conteúdo e mantém esta tradição até hoje. Além da revista Mercado em Foco, o departamento de Comunicação prospecta e organiza o noticiário do site oficial e elabora as postagens dos perfis no Facebook, Instagram, Linkedln e Twitter. Semanalmente, oferece o RADAR, uma seleção de notícias preparadas exclusivamente para o associado e fica responsável em veicular a Conversa com o Presidente, uma manifestação semanal do líder da entidade. Outro importante compromisso da equipe é se dedicar ao relacionamento com os órgãos de imprensa e chamar a atenção dos jornalistas para os acontecimentos que ocorrem no âmbito da ACIL.

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TRABALHO VOLUNTÁRIO

Por Amanda de Santa

Pensar no coletivo, trocar conhecimento, cooperar para transformar a vida das pessoas e a sociedade. Estas são apenas algumas características do associativismo. Desde muito cedo, o homem percebeu que “a união faz a força” e passou a atuar em grupos para solucionar conflitos e conquistar objetivos em comum.

Formalmente, as associações como conhecemos hoje nasceram no século XIX, a partir do surgimento de grupos para defender interesses profissionais, empresariais e dos trabalhadores. Já a pulverização desses agrupamentos, que depois alcançaram outros campos, como o cultural, educacional, recreativo, social, ocorreu mais fortemente no século XX.

No Brasil, a primeira associação foi criada em 15 de julho de 1811. A Associação Comercial da Bahia nasceu com o objetivo de atender os interesses dos comerciantes e promover o progresso da então Colônia. Em 1890, após a recente Proclamação da República, foi fundada a Associação Comercial do Paraná, a terceira entidade representativa da classe comerciária a surgir no País.

O modelo brasileiro de associativismo mistura características europeias e norte-americanas. O economista, doutor em Ciências Sociais e professor do departamento de Administração da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Luís Miguel Luvio dos Santos, explica que, na Europa, o papel das associações é cobrar do Estado a garantia dos direitos básicos e o bem-estar social.

Já nos Estados Unidos, os cidadãos valorizam a liberdade individual, portanto, uma menor interferência do Estado na solução dos conflitos. O professor afirma que, desde o início da democracia americana, formaram-se associações para tudo e boa parte dos problemas enfrentados eram solucionados de forma autônoma por esses grupos.

No Brasil, de acordo com Santos, existem agrupamentos com atuação semelhante aos dois modelos. “Temos associações e movimentos muito fortes, que promovem reivindicações de direitos junto ao Estado, e também grupos filantrópicos, que não necessariamente substituem o governo, mas suprem lacunas deixadas por ele”, cita.

Vale destacar que o trabalho desenvolvido pelas associações é totalmente voluntário, já que elas são definidas em lei pela “união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”. Além de superar dificuldades e buscar benefícios para os associados, essas entidades possuem um poder representativo muito forte na sociedade civil.

“Elas têm uma capacidade enorme de mobilizar, afetar e impactar de baixo para cima, de manifestar a voz de diferentes grupos”, destaca o professor. Esses grupos, segundo ele, transcendem o primeiro objetivo – que é defender os interesses dos associados – e impactam em outras esferas, não só municipais, mas estatais e até nacionais.

Cooperar para, juntos, transformar a realidade em que vivem. Esta é uma das inspirações de quem doa tempo e conhecimento para pensar no coletivo e fazer a diferença na sociedade

OS VALORES QUE MOVEM O ASSOCIATIVISMO

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Filosofia de vidaMissão, sentido e filosofia de vida. É assim que o atual

presidente da ACIL, Claudio SergioTedeschi, enxerga a causa associativista. Ele já esteve à frente de várias entidades, entre elas o Sinduscon Norte/PR e o Fórum Desenvolve Londrina, que ajudou criar. Para Tedeschi, a grande “remuneração” é participar da história desses grupos. “Além disso, temos uma oportunidade única de formação e informação”, acrescenta.

Na avaliação do presidente da ACIL, a troca de experiências e o aprendizado são muito ricos. É por isso que ele diz acreditar que tudo o que aprendeu durante a caminhada em associações precisa ser compartilhado com a comunidade. “Fiz muitas viagens para conhecer exemplos de cooperativismo e essa riqueza cultural não pode ficar só comigo, precisa ser transbordada”, justifica.

Uma das realizações que Tedeschi considera muito importante na própria trajetória é a participação na criação do Fórum Desenvolve Londrina, que reúne as maiores entidades representativas da cidade nos meios empresarial, acadêmico e do setor público. “É um colégio de líderes com pessoas que possuem uma rica experiência de vida comunitária”, descreve.

O Fórum, ele destaca, já produziu e entregou nove trabalhos para a comunidade. A própria ACIL ganhou, por causa dele, um Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, formado por representantes de entidades locais para garantir a execução e o aperfeiçoamento de políticas de desenvolvimento sustentável.

Outro projeto que Tedeschi considera muito relevante é a aplicação da metodologia do empreendedorismo na rede pública de ensino primário em Londrina. Segundo ele, a ideia não é despertar nas crianças a vontade de serem empresárias, mas muito mais que isso, é fazer com que elas desenvolvam um olhar e uma postura empreendedora em tudo o que quiserem realizar na vida.

Tedeschi lembra que o associativismo é capaz de transformar para melhor a realidade em que determinado grupo vive. As associações, de maneira geral, são formadas por pessoas bem intencionadas, desprendidas e capazes de saírem de si mesmas para pensar coletivamente.

Claudio Tedeschi: “Oportunidade única de formação e informação”

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Busca do bem comumMuito experiente e também com uma trajetória longa no

associativismo, o presidente do Sindimetal Londrina, Valter Orsi, diz que o que o move é a busca pelo bem comum. Para ele é importante dividir o conhecimento que possui com o coletivo e fazer a diferença na sociedade.

“Cidades onde o associativismo é forte são mais igualitárias, a riqueza é mais bem distribuída, e oferecem uma melhor qualidade de vida”, lembra. Orsi já passou por diversas entidades, entre elas a própria ACIL, e também a Fiep. Travou várias “batalhas” e pôde comemorar muitas conquistas.

As mais importantes, na opinião dele, foram a criação do Estatuto da Micro e Pequena Empresa, a ação do movimento “Pé Vermelho, Mãos Limpas”, o incentivo à instalação do Sicoob em Londrina, e a participação na criação da Sociedade Garantidora de Crédito do Norte do Paraná, a GarantiNorte PR.

Presidir entidades requer não apenas boa vontade, mas também conhecimento sobre liderança. Afinal, é preciso saber como conduzir um grupo de pessoas que trabalha voluntariamente por uma causa ou objetivo em comum. “É preciso ser humilde, engajar, ouvir, buscar o comprometimento e envolvimento das pessoas”, afirma.

Para Orsi, o crescimento do associativismo é irreversível. “Gostaria que fosse mais acelerado. Observamos certa lentidão no engajamento da sociedade, vivemos num mundo individualista”, lamenta. Para ele, os jovens, que representam a nova geração nesse meio, poderão dar mais velocidade ao crescimento do associativismo. “Eles possuem ferramentas e informações para isso”, garante.

A nova geração busca espaçoO diretor Jovem Empresário da ACIL, André Grádia Gomes Yui, vê

no associativismo uma ótima oportunidade para networking, troca de ideias, informações e experiências, ajuda mútua, possibilidade de realizar negociações em conjunto e, com isso, ter mais força e poder de barganha. “Conquistamos benefícios que ajudam diretamente as nossas empresas, mas também todo o ecossistema”, afirma.

Yui diz que não considera a idade uma barreira, mas confessa que a maneira como cada geração enxerga a gestão é conflitante em vários pontos. O mais importante, no entanto, é o respeito à diversidade. “Sempre quis doar parte do meu tempo para fazer

algo pela comunidade. O associativismo é uma maneira que os empresários têm de contribuir com a sociedade”, argumenta.

Na avaliação de Yui, porém, é preciso mais abertura para a participação dos jovens, que são minoria nas diretorias das principais entidades. “Para que o associativismo tenha continuidade, é preciso introduzir o jovem, garantir a renovação, que é saudável para o desenvolvimento e importante para que os grupos não percam a sua essência”, aponta.

E foi exatamente essa abertura que o empresário e hoje vice-presidente para o Setor de Empreendedorismo da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap-PR), Marcelo Masso Quelho Filho, buscou ao procurar a ACIL. Entusiasmado para fazer algo pela cidade, ele teve “carta branca” para montar o Conselho do Jovem Empresário de Londrina (Conjove) em 2013 e também participou da conquista da cadeira Jovem Empresário na diretoria da entidade.

Os encontros semanais do Conjove eram usados para a capacitação, networking e, principalmente, para que os jovens entendessem como as políticas públicas, a legislação trabalhista e outras questões interferiam em suas empresas e o que eles poderiam fazer para melhorar o ambiente de negócios. “Deixar de ser o revolucionário do sofá, que assiste a tudo, mas não faz nada”, resume.

Além do senso de coletivo e da oportunidade de conviver com pessoas extraordinárias, o associativismo ensinou ao jovem empresário uma grande lição. “Antes, o valor do tempo não era claro para mim”, confessa Quelho. O trabalho voluntário demanda dedicação e, depois de se engajar, ele diz ter entendido que as pessoas mais ocupadas são as que mais arrumam tempo. Por isso, não há desculpa para não abraçar a causa.

Marcelo Masso Quelho Filho: com a rotina do associativismo, entendeu que as pessoas mais ocupadas são as que mais arrumam tempo

André Yui: “O associativismo é uma maneira que os empresários têm de contribuir com a sociedade”

Valter Orsi: “É preciso ser humilde, engajar, ouvir, buscar o comprometimento e envolvimento das pessoas”

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ENTREVISTA

“COOPERAÇÃO E COMPETIÇÃO PODEM ANDAR JUNTAS”Especialista em gestão, Ruy Shiozawa, líder da organização Great Place to Work no Brasil, ressalta a importância do associativismo e do estímulo ao surgimento de uma nova geração de líderes. Para ele, o movimento que inspirou a criação da ACIL na década de 1930 ainda é capaz de apontar os caminhos para o desenvolvimento

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REVISTA MERCADO EM FOCO | MAIO E JUNHO DE 2017 WWW.ACIL.COM.BR

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Para a gente mudar de patamar sempre teremos duas escolhas: ou sentamos e ficamos lamentando o problema, ou tomamos a iniciativa e viramos protagonistas da mudança do processo

Ruy Shiozawa

Por Michelle Aligleri

Principal atração da terceira edição do Fórum Mercado em Foco, promovido pela ACIL, o palestrante, escritor e executivo  Ruy Shiozawa falou sobre gestão de empresas, valorização de colaboradores e visão de futuro. Alguns minutos antes de subir ao palco, ele atendeu a equipe de reportagem e abordou assuntos exclusivos como a força e as lições que o associativismo traz para o mercado.

Mercado em Foco - De que forma as entidades associativistas podem contribuir com o mercado e com as empresas de modo geral?

Ruy Shiozawa - Estamos passando por um período bem complicado politicamente e eu acredito que as associações têm a função de fazer uma provocação ao mercado. Para a gente mudar de patamar sempre teremos duas escolhas: ou sentamos e ficamos lamentando o problema, ou tomamos a iniciativa e viramos protagonistas da mudança do processo. Num país tão grande como este e com tantas possibilidades, é obvio que temos muitas coisas a serem feitas e muitos espaços a serem ocupados. O papel do associativismo é fundamental para mostrar que há outro caminho. A função não é só mostrar que tem uma luz no fim do túnel, mas que tem um trem lá dentro e que há pessoas se movimentando, comprando, vendendo...

MF - O associativismo talvez seja um caminho futuro para reverter este momento difícil do País?

RS - É um caminho presente e ele já está fazendo isso. Neste momento, ele ganha mais relevância ainda. Esta troca de experiências entre as empresas, que o associativismo permite e estimula, é muito produtiva. Um empresário pode aplicar na sua empresa um exemplo que ouviu de outra instituição. Nesta palestra vou dar duas notícias: uma boa e uma má, ambas baseadas em pesquisas internacionais.

A boa notícia fala que colaboradores comprometidos produzem mais, atendem melhor o cliente, postam nas redes sociais que gostam da empresa e dão exemplo positivo. Quando conseguimos o engajamento do colaborador, ele trabalha pela empresa 24 horas. Estas pessoas não encerram o expediente quando dá o horário, encerram quando resolvem o problema do cliente. O associativismo tem esta vocação porque estamos falando de um trabalho que em parte é voluntário. As pessoas se reúnem porque querem, ele estimula este espírito de ajudar e aprender. A outra notícia que vou dar é que esta pesquisa mundial aponta que apenas 13% da força de trabalho das empresas ou instituições está realmente comprometida. Este é um número muito baixo e é muito preocupante. O desafio agora é aumentar estes 13%. Engajamento é a palavra chave. Ter pessoas engajadas faz com que elas façam muito mais sem precisar promover uma revolução dentro da empresa. Isso parece óbvio, mas estamos no século XXI e temos apenas 13% das pessoas realmente envolvidas com as empresas em que trabalham.

MF - O associativismo está repleto de exemplos positivos, de gente que luta por um bem comum de modo espontâneo. O que pode ser feito para despertar este interesse em um número maior de empresários?

RS - A gente precisa vencer a visão de que para eu ir bem alguém tem que ir mal. Ter um espírito competitivo é muito positivo, mas não quer dizer que para você ganhar alguém tem que perder. Cada vez está se falando mais na cooperação associada à competição. Cooperação e competição podem andar juntas. A competição tem que ser com você mesmo, buscar ter uma empresa melhor, melhor gestão, melhores práticas e a cooperação tem a ver com o grupo e com a sociedade. Não teremos uma sociedade melhor se um está querendo destruir o outro. Quando as pessoas se associam para fazer coisas em conjunto todos ganham força. A sociedade só tem condição de evoluir se manter o foco na visão de cooperação e

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Ruy Shiozawa:“A gente precisa vencer a visão de que para eu ir bem alguém tem que ir mal. Ter um espírito competitivo é muito positivo, mas não quer

dizer que para você ganhar alguém tem que perder”

o associativismo é uma cooperação. Ele pode mostrar o caminho. Quando há trabalho em conjunto todos ganham.

MF - Uma das queixas atuais das empresas é sobre a dificuldade de se encontrar líderes. Esta também é uma realidade em instituições que não têm perfil associativista?

RS - Acho que existe uma mística na questão da liderança. Quando se fala em líder as pessoas exemplificam Steve Jobs, Gandhi, Bill Gates... Talvez aí esteja o erro. Líder é qualquer pessoa que exerce influência, pode ser uma pessoa da comunidade, alguém dentro de casa. Não precisa ser um grande nome. Está na hora de percebermos que o líder não é um cara que tem superpoderes, ele é um cara normal. Para fazermos uma mudança no país precisamos de milhares de líderes. O líder ajuda a levar seus liderados para um caminho melhor e fortalece o espírito de cooperação. Precisamos reconhecer os líderes naturais e estimular estas pessoas a fazerem mais.

MF - As pessoas fogem do cargo de líder, da responsabilidade que isso exige?

RS - Às vezes a pessoa pensa que quando vira chefe passa a mandar. Não é isso. O líder é uma pessoa que exerce influência e que a única diferença dele para os demais é a responsabilidade de cuidar das pessoas.

MF - A inteligência emocional ainda é o ponto fraco?

RS - As empresas precisam cobrir este buraco, elas não estão preparadas para cuidar de pessoas e simplesmente querem ser chefes. Líder é o cara que trabalha mais que os outros, chega mais cedo, sai mais tarde, dá exemplo e inspira equipes todos os dias. Temos uma lacuna brutal, inclusive na formação dos profissionais. Toda faculdade deveria ter uma disciplina de gestão de pessoas e liderança.

MF - Qual a melhor maneira de uma instituição associativista despertar confiança?

RS - Em todos os aspectos da nossa vida a confiança é a peça mais importante, ela embasa as demais relações. Porque dentro de uma empresa, uma instituição ou uma associação, não seria a confiança a questão chave? É preciso trabalhar todos os dias para gerar um ambiente de confiança e tudo começa pelo exemplo. Se quero pessoas dedicadas, preciso me dedicar. Se quero pessoas transparentes comigo, preciso mostrar transparência. Como posso trabalhar em uma organização que não é transparente mas quer que as pessoas deem a sua vida por ela? Se eu não confio nas pessoas para passar informações a elas, como vou querer que elas confiem em mim? A confiança começa pela transparência e passa pelo alinhamento de valores. As pessoas só querem se juntar a grupos que tenham valores compatíveis. Confiança é praticar seus valores e dar o exemplo, o líder deve ser o primeiro a dar o exemplo. Um modelo de gestão injusto não gera confiança. Outra palavra chave na construção da confiança é justiça ou meritocracia. Estes conceitos a gente pode aplicar dentro da empresa, mas também vale entre os associados de uma organização. Isso vale para qualquer organismo social.

MF - Então, a confiança é a base da longevidade de uma empresa e de uma instituição associativista?

RS - A competição tem que ser comigo mesmo e para isso eu vou colaborar mais ainda com o outro. Esta troca que envolve a cooperação está intimamente ligada à confiança e ao fortalecimento das instituições. As organizações que não estiverem pensando em pessoas vão desaparecer. Transpondo isso para o ambiente do associativismo, as associações que não estimularem a cooperação entre os associados vão desaparecer. O fator chave para construir um excelente ambiente de trabalho e de negócios é a liderança. Mas devemos lembrar que qualquer pessoa pode exercer a liderança, independentemente de cargos ou títulos.

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HOMENAGENS

“A Sociedade Rural do Paraná, em seus 70 anos, sempre foi parceira das entidades organizadas. A ACIL é uma parceira antiga. Participamos da criação do Fórum Desenvolve Londrina, cujo trabalho de diagnóstico da realidade resultou em várias atitudes da comunidade. Entre elas, a formação de grupos na ACIL que gestionam em prol do desenvolvimento de forma sustentável, grupos dos quais também participamos”.

Afrânio Eduardo Rossi Brandão – presidente da Sociedade Rural do

Paraná

“A ACIL é uma entidade com capacidade de articular outras instituições em busca de desenvolvimento e fortalecimento de Londrina. Acredito que um dos momentos mais marcantes tenha sido da comemoração do Natal, aplicação das melhores decorações de fachadas de lojas e casas, até porque foi inspirada numa lei minha quando era vereador, numa iniciativa de pregação, valorização e melhoria da autoestima de Londrina. Outro trabalho realizado em parceria foi quando estive presidindo a Codel, processo de atração de investimentos e de demonstraçãodo potencial produtivo da cidade”.

Alex Canziani – deputado federal

O MURAL DA CELEBRAÇÃOOs 80 anos de fundação da ACIL não são apenas motivo de orgulho para os associados, o presidente, a diretoria, a equipe de colaboradores e para as entidades parceiras.Como marco zero do associativismo

londrinense, a celebração chama a atenção de autoridades e de líderes de vários segmentos. E perguntamos: o que você gostaria de dizer sobre a aniversariante?A ACIL agradece cada uma das

manifestações. Elas nos comovem ao mesmo tempo que nos alerta para a enorme responsabilidade de conduzir uma instituição com uma história tão vencedora e com tamanho prestígio.

Por Danilo Marconi

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 73

“Como governador do Paraná, tive a oportunidade de testemunhar a importância representativa das aspirações dos empreendedores locais, e do poder competente de pressão da ACIL, sempre reivindicando e contribuindo para mudanças econômicas no Estado. Credenciais que foram se aprimorando ao longo desses 80 anos, e que transformaram a ACIL em uma entidade referência e motivo de orgulho para os paranaenses, em geral, e para os londrinenses, em especial. Meus parabéns ao presidente Claudio Tedeschi e a toda a diretoria pela excelência dos serviços prestados e pela fundamental contribuição ao empresariado, à sociedade, a Londrina e ao nosso Paraná”.

Álvaro Dias - senador

“A ACIL nasceu com Londrina. Sua trajetória está indelevelmente vinculada à história da cidade. A entidade foi constituída pelos mesmos empreendedores pioneiros que desbravaram as novas fronteiras da região, a partir dos anos 1930. Nesse sentido, vejo a Associação Comercial e Industrial de Londrina como importante protagonista no processo de desenvolvimento do Norte do Estado. O fato é que a ação da ACIL mantém vivo o nosso orgulho de ser “Pé Vermelho”, de ter nascido nesta cidade solidária, dinâmica e que tanto contribui para o desenvolvimento paranaense. Uma cidade cujo trabalho permitiu que ela se tornasse referência nacional não apenas no desenvolvimento econômico, especialmente o agronegócio, mas também na literatura, na música, na arquitetura, no teatro. Uma cidade do tamanho dos sonhos dos londrinenses”.

Beto Richa – governador do Estado

“A ACIL tem se mostrado uma grande força, vigilante e propulsora do desenvolvimento de Londrina, apoiando iniciativas, promovendo debates sobre temas importantes e, mesmo, posicionando-se contra atitudes que venham macular a imagem de Londrina. É o grande farol da cidade. Para a Associação Médica, a ACIL foi o berço acolhedor de seu nascimento. Foi em seu interior que a classe médica, associada aos odontólogos e aos farmacêuticos, se reuniu para fundar a Sociedade Médica, Odontológica e Farmacêutica de Londrina. E no decorrer dos anos tem sido uma grande parceira”.

Antonio Caetano de Paula – presidente da Associação Médica

de Londrina

“Vejo a ACIL como uma entidade que, embora tenha nascido com a missão de defender e unir o empresariado do comércio, acabou se envolvendo com os problemas da cidade que também estava nascendo.Esse envolvimento a transformou na principal parceira do município em todas as demandas que foram surgindo nestes 80 anos. Logo após a conclusão do trabalho do Fórum denominado “Desenvolvimento Empresarial de Londrina”, a ACIL liderou e sediou a criação do Núcleo de Desenvolvimento Empresarial, responsável por grandes conquistas de Londrina nos últimos anos, desde o despertar para atualização de nosso aeroporto até a abertura de novos cursos de engenharia, sempre buscando promover o desenvolvimento de nossa cidade”.

Ary Sudan – presidente do Fórum Desenvolve

Londrina

“É impensável falar da História de Londrina sem salientar a importância da presença e atuação da ACIL ao longo destes 80 anos. O desenvolvimento econômico e social da cidade, e seu destaque nacional, sempre tiveram como um dos pilares o trabalho desta Associação, visionária em seus projetos, e incansável no esforço de realizá-los. No nosso caso, temos a participação da entidade na própria formação da Universidade, quando da fusão das antigas faculdades isoladas para a criação da UEL, em 1971. Desde então, e de forma constante e sistemática, ACIL e UEL têm sido parceiras e solidárias, com muitos objetivos comuns. Ambas unidas por um conceito fundamental: o empreendedorismo. Tendo-o como norte, UEL e ACIL investem conjuntamente em formação, produção de conhecimento, assessoria, consultoria e eventos que propiciem o crescimento de Londrina”.

Berenice Quinzani Jordão – reitora da UEL

“Desde sua fundação, a ACIL trabalha para promover o associativismo e mobilizar o empresariado e a sociedade nas discussões sobre os rumos da cidade. Com isso, ganhou respaldo para ser uma das principais vozes da comunidade londrinense na interlocução com o poder público, influenciando diretamente em decisões políticas que contribuíram para o crescimento econômico e o desenvolvimento social de Londrina. A ACIL tem uma postura ativa nas grandes questões que impactam a competitividade do setor produtivo. A entidade sempre exerceu papel de liderança nas mobilizações por melhorias na infraestrutura de Londrina e região, fator fundamental para o escoamento da produção. Também se envolve em todos os movimentos que reivindicam melhorias no ambiente de negócios do Paraná e do Brasil, como a luta por um sistema tributário mais racional ou pela modernização nas relações trabalhistas, entre tantos outros”.

Edson Campagnolo – presidente da Fiep

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maio e junho de 2017 | www.acil.com.br

“O papel da ACIL na construção socioeconômica de Londrina é dos mais importantes porque demonstra que a sociedade civil organizada pode contribuir muito para o progresso efetivo de nossa cidade. Um dos principais capítulos dessa história foi, sem dúvida, o movimento Pés Vermelhos – Mãos Limpas, em que, unida com as demais entidades, em especial com a OAB Subseção de Londrina, conseguiu mostrar que a sociedade civil organizada é forte quando está mobilizada”.

ElitonAraujo Carneiro – presidente da OAB Londrina

“A história da ACIL se confunde com a história de Londrina, sendo uma entidade de grande peso político e econômico. Com outras entidades, ela agrega um trabalho muito importante de propostas e sugestões para o desenvolvimento da cidade, principalmente no que diz respeito ao planejamento e ao desenvolvimento econômico. A Cooperativa Integrada e a ACIL se complementam em termos de ideias”.

Jorge Hashimoto – presidente da Integrada

Cooperativa Agroindustrial

“A ACIL é uma parceira de primeira hora do Observatório de Gestão Pública de Londrina. Apoiou a iniciativa quando ainda era uma ideia e nos ajudou a transformá-la em realidade. Ao longo dos anos, emprestou auxílio, recursos e credibilidade ao esforço de organizar o controle social da gestão pública e promover a transparência e eficiência no uso dos recursos municipais. Foi pioneira no apoio a esta proposta e aliada fundamental em todos os momentos da história do Observatório”.

Fábio Cavazotti – diretor do Observatório

de Gestão Pública

“A ACIL teve um papel fundamental no desenvolvimento de Londrina, seja pela sua liderança e representatividade, além de sua atuação. Vários ativos instalados na cidade nasceram na ACIL ou através de seu incentivo. Algumas destas iniciativas tiveram impacto em todo município, seja na área econômica ou mesmo social. Lutas por questões ligadas ao setor da saúde, segurança pública, gestão pública transparente. A ACIL também esteve à frente de projetos nas áreas de cooperativismo de crédito, de inovação, leis de inovação e de simplificação e desburocratização para quem quer empreender. Além disso, a entidade contribuiu com a implantação de cursos técnicos, cursos de engenharia e parques tecnológicos”.

Heverson Feliciano – gerente regional do Sebrae

“Criar a ACIL, há 80 anos, numa Londrina em fase de nascimento, demonstra a grande visão dos pioneiros-fundadores que enxergavam muito além do seu tempo. Quando vereador em Cambé, recordo que acompanhei as reuniões da ACIL. Gostei tanto que fundamos a ACIC-Cambé, da qual sou presidente de honra. Quando Secretário da Fazenda do Estado, convenci o governador Beto Richa a lançar na ACIL o Paraná Competitivo, considerado o maior programa de atração de recursos e de geração de novos empregos da história do Paraná”.

Luiz Carlos Hauly – deputado federal

“Londrina tem potencialidades que talvez nenhuma outra cidade no Brasil as tenha: dezenas de instituições de ensino, a Sercomtel que pode vir a ter importante papel como empresa de tecnologia - transformando-se num catalisador de desenvolvimento para cidade-, uma beleza inigualável, indicadores sócio econômicos melhores que a média nacional etc. Precisamos de uma mudança de paradigma, mudar processos e procedimentos, atualizar nossa legislação, modernizar a máquina pública, desburocratizar os serviços públicos para que Londrina volte a crescer e se desenvolver. Esse é o nosso foco e a ACIL tem papel fundamental nesse processo de construção de uma nova realidade econômica para Londrina”.

Marcelo Belinati – prefeito de Londrina

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Associação Comercial e Industrial de Londrina

“A criação do movimento Brasil Mostra Sua Garra, da Faciap, nasceu na ACIL, com o então presidente Valter Orsi defendendo valores como ética, responsabilidade fiscal e econômica do poder público, transparência como arma contra a corrupção, justiça e o respeito aos cidadãos brasileiros. O movimento vem de encontro com a luta pela ética que já é uma tradição na cidade. Há mais de 15 anos, Londrina se levantou contra a corrupção no histórico Movimento Pé Vermelho Mãos Limpas, ganhador do Prêmio Transparência Internacional em 2001”.

Marco Tadeu Barbosa – presidente da Faciap

“A ACIL tem sido um instrumento agregador. Agregar significa somar, é ter propósitos mais elevados, mais nobres e, até mesmo, mais cristãos. Sozinho fica difícil fazer alguma coisa, mas quando nos juntamos a outros, multiplicamos, não só a capacidade de trabalho, mas também oferecermos oportunidades. Assim é a ACIL, uma verdadeira colmeia, onde todos alimentados pela nobre visão de servir bem a sociedade, assim como as abelhas, cada um faz a sua parte, obtendo como resultado o saboroso mel. A própria natureza nos ensina a importância de darmos as mãos. A ACIL é um testemunho eloquente de que é possível servir e servir bem, quando entendemos o espírito da união e do esforço com os mesmos interesses. Eu diria que a ACIL é uma grande orquestra, instrumentos dos mais diferentes, mas que executados por verdadeiros artistas formam um som, criam uma harmonia”.

Messias Anacleto Rosa – pastor emérito da Primeira Igreja

Presbiteriana Independente de Londrina “A ACIL deve ser vista como uma entidade que nunca se acomodou e tampouco se contentou com a visão de Londrina como cidade do interior fadada a ter um crescimento limitado. Ao conhecermos a história da ACIL percebemos que ela confunde-se com a história de Londrina. Em muitos momentos a entidade foi voz da comunidade londrinense e lutou para atender os clamores da população em diferentes áreas. Vale lembrar que as decisões de construir algumas das mais importantes obras da cidade, como o primeiro prédio da prefeitura, o novo aeroporto e o primeiro grande hospital da cidade, a Santa Casa, foram tomadas após discussões e campanhas lideradas pelos dirigentes da Associação Comercial e Industrial de Londrina. Não há, portanto, como separar a história da ACIL da trajetória de crescimento de Londrina”.

Mario Takahashi – presidente da Câmara Municipal

 

“A ACIL representa uma classe importante da sociedade londrinense, que é aquela responsável pela prestação de serviços de excelência. São essas pessoas e empresas que fazem Londrina ser reconhecida nacionalmente. A ACIL tem uma característica ímpar que se destaca entre outras entidades de classe, que é a de discutir e construir Londrina. Uma que destaco, e que contou com o apoio da Igreja, foi o trabalho contra a corrupção”.

Padre Joel Ribeiro Medeiros – coordenador da Ação

Evangelizadora da Igreja Católica de Londrina

“A ACIL é a mais representativa entidade da sociedade civil londrinense, tendo um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de Londrina. Num desses capítulos marcantes, em 1942, a ACIL interveio de maneira decisiva para a construção da ponte sobre o rio Tibagi, permitindo o desenvolvimento, não só de Londrina, mas de toda a região”.

Rodrigo Zacarias – presidente do Sinduscon Norte do Paraná

“A ACIL foi e segue sendo extremamente importante para o desenvolvimento do setor empresarial e da sociedade de Londrina, se consolidando como uma das mais atuantes entidades do setor produtivo do Brasil. Em 2016, a ACIL fez mais de 15 mil atendimentos no balcão do SPC, o que a coloca entre as principais lideranças nesse quesito no Paraná. Por esse e outros feitos, a ACIL se destacou entre as Sociedades Garantidoras de Crédito e na luta contra os efeitos do Decreto 442/2015 sobre a cobrança antecipada do ICMS em operações interestaduais elaborado pelo governo do Estado”.

Roque Pelizzaro – presidente do SPC Brasil

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“Confiança e credibilidade se misturam ao longo desses 80 anos da Associação e, certamente, esses dois atributos são visíveis em cada ação da ACIL. Ao longo desses 31 anos de história da Sicredi União PR/SP, eu tenho muitas memórias boas e produtivas quanto à atuação da ACIL em parceira com a Cooperativa. Lembranças que passam desde convênios com instituições locais - que promoveram o reconhecimento da Cooperativa na região, - a captação de novos associados - para que pudéssemos agregar mais pessoas aos ideais cooperativistas”.

Wellington Ferreira – presidente do Sicredi União PR/SP

“Vejo a ACIL como a entidade de maior representatividade na nossa cidade hoje, congregando todos os setores do empresariado de Londrina. A ação da ACIL foi determinante na fundação da nossa cooperativa Sicoob, pois foi nesta entidade que nossa semente foi plantada. A semente fecundou, gerou todo o desenvolvimento e a sustentabilidade da nossa Cooperativa Sicoob Norte do Paraná”.

Rafael de Giovani Netto – vice-presidente do Sicoob

Norte do Paraná

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Associação Comercial e Industrial de Londrina 77

NOVOSASSOCIADOS

AGROPECUÁRIAPonto RuralRodovia PR-090 – Santa Margarida

ALIMENTAÇÃOSelf Service Lanchonete PinguimRua Espírito Santo – 1793

ARMARINHOS EM GERALEmporium PresentesAv. São João – 1560

Izza Presentes e PapelariaRua Erenilda Maria de Jesus – 116

ARTESANATODoutromundoRua Pernambuco – 752 – Loja 03

DoutromundoAv. Maringá – 416

DoutromundoRua Tenente João Maurício Medeiros – 300 – Loja 04

BANCA DE REVISTASBatbancaRua Raposo Tavares – 687

BIJOUTERIAS E SEMI JOIASBelinha AcessóriosRua Pio XII – 89 – Loja 02

MR SemijoiasRua Santos Dumont – 767 – Palmital – SP

CESTAS BÁSICASLíder CestasAv. Rubiacea – 1755

COMÉRCIO DE CALÇADOSLondon LondonRod. Celso Garcia Cid km 377 – 5600 – Loja E69

London LondonRod. Celso Garcia Cid Km 377 – 5600 – Loja E70

Star PlusQuintino Bocaiuva – 670 – Sala 102

COMÉRCIO DE TINTASCarioca TintasAv. Henrique Mansano – 3010 – Loja C

COMÉRCIO VAREJISTA DO VESTUÁRIOLojas UniãoAv. Saul Elkind – 1895

CONFECÇÕESMalharia KidsRua Rio Grande do Norte – 404 – Loja 39 – Barracão 03

COSMÉTICOS E PERFUMARIAJoy EssênciaRua Santa Catarina – 193 – Sala 18

BICICLETASPagliarini BikesAv. Presidente Castelo Branco – 703

EMBALAGENS E ALIMENTOSPlastinboxAv. Juscelino Kubitschek – 219

FERRAGENS E FERRAMENTASLondrina Ferro e AçoRod. Carlos João Strass – 4250

Selatools Selantes e FixadoresRua Robert Koch – 1103

Dpar Parafusos e FerramentasAv. Juscelino Kubitschek – 310

INSTRUMENTOS MUSICAISNell BrasilAv. Vinícius de Moraes – 660

LUBRIFICANTESAutolubAv. Duque de Caxias – 5548 – Barracão 01

MATERIAIS HIDRÁULICOSGeorgette Nassar TrindadeRua Martin Luther King – 677 – Sub sala A

MATERIAL DE CONSTRUÇÃOGmac do BrasilRua Padre Anchieta – 123

METALÚRGICARS TransmissãoRua Nassim Jabur – 3089

ODONTOLOGIADental ShopRua Espírito Santo – 786

PET SHOPPets ShopAv. Juscelino Kubitschek – 700

Shopping DogRua Maysa – 482

PLÁSTICOS E ESPUMASGr PlásticosRua Pedro Botelho Rezende – 2283

PNEUS, ACESSÓRIOS E SERVIÇOS EM SUSPENSÃOBrasicap PneusRua Amélia Riskallah Abib Tauil – 523

PURIFICADOR DE ÁGUAPneusmaisRua Araguaia – 793 – Térreo

Volvens Soluções FinanceirasA. Inglaterra – 571 – Sala 02 – Térreo

VIDRAÇARIARoma GlassAv. Juscelino Kubitschek – 420

ALUGUEL DE MAQUINAS E EQUIPAMENTOS PARA CONSTRUÇÃOAndaimes AliançaRua Pedro Botelho de Rezende – 2679

ATIVIDADES DE ATENÇÃO A SAÚDE HUMANAInstituto SaúdeRua Amador Bueno – 385

UltramedRua Borba Gato – 1181

ATIVIDADES DE RÁDIO E TELEVISÃOCBN LondrinaRua Machado de Assis – 25

COMÉRCIO

SERVIÇOS

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maio e junho de 2017 | www.acil.com.br78

CABELEIREIROSSandra CarvalhoRua Urai – 128

Sandra RezendeRua Nerivaldo Floriano – 265

COBRANÇACobrapagAv. Higienópolis – 583 – Sala 03

Mib Consultoria e Gestão de RecebíveisRua Antônio Pisicchio – 300 – 2803

CONSULTORIAECAE UELRodovia Celso Garcia Cid km 380 – CESA Campo Universitário

JV Consultoria EmpresarialRua Das Paineiras – 681 – Pinhais – PR

RSP IntegralRua Ayrton Senna da Silva – 830 – Sala 803

CURSOS E TREINAMENTOSIntelecto JurídicoAv. Higienópolis – 1296

EDIÇÃO E PRODUTOS GRÁFICOSArtgrafRua Marechal Deodoro da Fonseca – 185 – Cambé – PR

EDUCAÇÃO E ENSINOCentro de Educação Infantil Batista Americano de LondrinaRua Piauí – 701

EVENTOS E FESTASPier 16Rua Garrincha do Mato Grosso – Arapongas – PR FB Assessoria e Organização de EventosRua Jonathas Serrano – 895

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASGestex Empreendimentos ImobiliáriosRua Jaguapitã – 67 – Loja 67

Douglas Cardoso Negócios ImobiliáriosRua Cisne – 35

LABORATÓRIO VETERINÁRIOAnclivetRua Pará – 2014 – FDS

LAVANDERIALavanderia LondrilavRua Amélia Riskallah Abib Tauil – 655

LEILÕES E EVENTOSNakakogue LeilõesRua Nunes Machado – 611 – Curitiba – PR

ODONTOLOGIAOdontologia KimuraRua Professor João Cândido – 1002

SERVIÇOS DE AMBULÂNCIALondon Life BrasilRua José Ricardo Vechia – 110

SERVIÇOS ADVOCATÍCIOSBrugnara AdvogadosRua Conde de Linhares – 515 – Belo Horizontes – MG

Bastitute Peloi Advogados AssociadosRua Espírito Santo – 653 – Sala 504 – 5 Andar

TELECOMUNICAÇÕESS C TelecomRua Benedicto Leite de Negreiros – 602 – Sala 24 – Bandeirantes – PR

SttrackAv. Henrique Mansano – 1595

TRANSPORTE TERRESTRETransline Van Locações e TurismoRua Padre Anchieta – 85 – Térreo

EMBALAGENSFacepelRua Agnello Theodoro de Paula – 372

AUTOMAÇÃO INDUSTRIALPID Brasil Automação IndustrialAv. Arthur Thomas – 902

FK PartnersRua Pernambuco – 356 – Sala 01

COMÉRCIO VAREJISTA DO VESTUÁRIOGrifes OutletAv. Maringá – 733

CABELEIREIROFátima Martins CabeleireirosAv. Theodoro Victoreli – 150 – Lojas 278 e 279

EMBALAGENSLondres PigmentosAv. Aracy Soares de Santos – 454

IMOBILIÁRIAS E CORRETORASCatuaí ImóveisAv. Juscelino Kubitschek – 853

MECÂNICO E COMÉRCIO DE PEÇAS AUTOMOTIVASMC Recuperadora de VeículosAv. Brasília – 2600

MONITORAMENTO DE SISTEMAS DE SEGURANÇAAvigilon LibertyAv. Presidente Castelo Branco – 456

PNEUS, ACESSÓRIOS E SERVIÇOS EM SUSPENSÃORoger PneusRua São Salvador – 172

TELEFONIA E COMUNICAÇÃOGlobal HAv. Higienópolis – 189 – Sala 01

TELECOMUNICAÇÕESGlobalsatRua João Wyclif – 111 – SL 2511

GB DistribuidoraAlameda Miguel Blasi – 65 – Sala 06

TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE CARGASCasadelAv. Harry Prochet – 1270

VIDRAÇARIAVidraçaria MarneiRua Mal Hermes da Fonseca – 06

Vidraçaria Formigão 2Av. Henrique Mansano – 1581

MÓVEISMestre ArtesãoRua José Carlos Muffato – 1222

IND/COM

COM/SERVIÇOS

INDÚSTRIA

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