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Agenda para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho Junho 2014

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Agenda para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho

Junho  2014  

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INDICE

1. Enquadramento 2

2. A Dimensão Social no âmbito das Estratégias 2020 Europeia, Nacional e Regional 6

3. Alto Minho: Contextos para Intervenções Empreendedoras na Área Social 19

4. Orientações para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho 26

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1. Enquadramento

O presente Relatório incorpora os conteúdos que constituem a Agenda para a promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho. Dado o caráter eminentemente operacional do trabalho realizado, fundamentalmente centrado no

lançamento de dinâmicas colaborativas envolvendo os principais agentes e atores que, a nível regional e local atuam

neste setor e em setores relacionados, o presente documento apresenta uma síntese do enquadramento estratégico que incide no domínio do Empreendedorismo Social, a várias escalas territoriais, detalhando posteriormente um

conjunto de fichas de ação e de orientações operacionais para o lançamento de dinâmicas empreendedoras deste

setor no território.

Assim, começa-se por detalhar o contexto que marcará as estratégias de desenvolvimento Europeu, Nacional e Regional no horizonte 2014-2020, bem como a programação de fundos comunitários que daí decorre. Para além de

considerações de ordem geral e respetivas implicações operacionais, a análise realizada centrou-se

fundamentalmente na dimensão social associada às mesmas e nas implicações gerais que poderão ter na promoção do empreendedorismo social.

Posteriormente, e já à escala do Alto Minho, território alvo deste trabalho, desenvolve-se uma análise desta

temática no quadro do seu Plano de Ação 2014-2010, assim como do estudo “Roadmap para o Empreendedorismo

Social no Alto Minho”, desenvolvido pelo IES – Instituto de Empreendedorismo Social. O presente trabalho acaba, ele próprio, por ser já um contributo para a materialização do referido Roadmap, concretamente no que respeita à

operacionalização da medida referente à geração de condições favoráveis à implementação de iniciativas de

empreendedorismo social.

Por fim, uma vez conhecido e devidamente caraterizado o contexto estratégico e de ação que este território

enfrentará no curto/médio prazo, apresentam-se as fichas de projeto que resultaram dos workshops colaborativos

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realizados com os agentes regionais e locais, a partir das quais se poderão gerar novas iniciativas de empreendedorismo social, terminando-se com um conjunto de considerações gerais, de natureza operacional,

relevantes para a promoção de um desenvolvimento social mais empreendedor no território.

Resta ainda salientar um último aspeto importante para enquadrar a abordagem desenvolvida, que diz respeito ao conceito de Empreendedorismo Social privilegiado neste trabalho, assim como às dimensões que se consideram como

sendo relevantes para analisar a natureza empreendedora neste domínio.

Assim, deve referir-se que se optou por adotar um conceito que entende o Empreendedorismo Social como dizendo

respeito às “... atividades inovadoras, focadas estrategicamente na resolução de falhas de mercado social e na criação de novas oportunidades que adicionam valor social, de forma sistémica, através do uso de um conjunto

alargado de recursos e formatos organizacionais, visando maximizar o impacto social e promovendo a mudança.”(1)

De acordo com este conceito, o Empreendedorismo Social abrange assim um vasto vasto leque de domínios e atividades, como sejam: a luta contra a pobreza; a saúde; a educação e a formação; a preservação ambiental e o

desenvolvimento sustentável; a regeneração urbana e comunitária; a promoção de direitos sociais e cívicos, etc.

Embora se trate de um conceito relativamente lato de Empreendedorismo Social, com o qual concordamos

plenamente, e que vai muito para além das abordagens tradicionais, a opção realizada no âmbito do presente trabalho foi a de centrar um pouco mais a abrangência de domínios a considerar, em torno das atividades relativas

ao fornecimento de bens e serviços de ação social, ao desenvolvimento de competências, à criação de emprego e à

integração de grupos e pessoas socialmente excluídas.

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(1) – Adaptado de Nicholls, A. (2008), Social Entrepreneurship: New Models for Sustainable Social Change

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Na base desta opção estiveram as seguintes duas ordens de razão:

i.  por um lado, o facto de se constatar a existência no Alto Minho de um ecossistema de empreendedorismo

social ainda muito débil e pouco articulado, e de uma abertura e sensibilização para o conceito e para

projetos desta natureza que tem de ser bastante desenvolvida. Ou seja, as condições de partida para promover o empreendedorismo social necessitam ser dinamizadas no território, pelo que consideramos que se

revela estrategicamente mais adequado começar a desenvolver este processo pelos domínios e com os agentes

que, de forma mais imediata, percebem a importância, as vantagens e as oportunidades que esta abordagem

e as iniciativas desta natureza lhes podem trazer, bem como o impacto que podem gerar.

Neste sentido, consideramos que as áreas mais tradicionais e centrais do domínio Social (ação social, emprego

e inclusão), pelas dinâmicas já instituídas no território, pelas redes já formadas e operacionalizadas, pelos

recursos técnicos e humanos de que dispõem, e até pelas necessidades de resolução de problemas e de desenvolvimento de novas respostas, serão as que deverão ser privilegiadas, pelo menos numa primeira fase;

ii. por outro lado, porque se considerou ser relevante manter um alinhamento muito próximo entre as propostas

de implementação da agenda para a promoção do empreendedorismo social no Alto Minho e as orientações

estratégicas e operacionais que compõem a programação dos financiamentos comunitários para o período 2014-2020, já que aqui se encontrarão certamente importantes recursos para a concretização da mesma.

Neste sentido, uma vez que o empreendedorismo social é sobretudo privilegiado nos Objetivos Temáticos 8

(Emprego) e 9 (Inclusão) do próximo QEC (Quadro Estratégico Comunitário), optou-se por centrar neste domínios o foco da agenda a construir.

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Por fim, relativamente às dimensões a considerar na avaliação do potencial de empreendedorismo social das diferentes ideias e oportunidades a explorar, adotou-se a referência utilizada pelo IES (2), que destaca as seguintes:

Missão Social e/ou Ambiental; Impacto Social e/ou Ambiental; Empoderamento e Inclusão Social; Inovação,

Inspiração e Sustentabilidade; Escalabilidade e Replicabilidade.

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(2) – IES – Instituto de Empreendedorismo Social (2013), Roadmap para o Empreendedorismo Social no Alto Minho

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No seguimento da Estratégia de Lisboa (2000/2010), a Comissão Europeia lançou em Março de 2010 uma nova estratégia de desenvolvimento de longo prazo para a União Europeia, designada “Europa 2020”. No âmbito desta

estratégia, a Comissão Europeia definiu grandes objetivos, não só no domínio da competitividade, como também em

matéria de inclusão e de sustentabilidade.

Esta estratégia visa não só a saída da crise que a Europa tem vindo a atravessar, mas também a revisão do seu

modelo de crescimento. Para assegurar este objetivo, a Estratégia Europa 2020 definiu as seguintes três prioridades:

Ø  Crescimento Inteligente: desenvolver uma economia baseada no conhecimento e na inovação;

Ø  Crescimento Sustentável: promover uma economia mais eficiente em termos de recursos;

Ø  Crescimento Inclusivo: fomentar uma economia com níveis elevados de emprego que fomentem a coesão

social.

Em linha com as prioridades adoptadas, a Estratégia Europa 2020 definiu cinco metas em termos de: emprego; educação; investigação e inovação; inclusão social e redução da pobreza; e clima e energia, e a sua concretização

em objectivos nacionais.

Ao nível nacional, cada Estado membro, por seu turno, definiu através do Programa Nacional de Reformas os seus

objectivos ajustados que contribuem para a concretização da estratégia Europa 2020.

2. A Dimensão Social no âmbito das Estratégias 2020 Europeia, Nacional e Regional

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A figura seguinte apresenta as Prioridades e as Metas estabelecidas pela estratégia Europa 2020, a que todos os Estados-membro estão sujeitos e que deverão cumprir.

Fig. 1 – Prioridades e Metas Europa 2020

A estratégia compreende também sete Iniciativas Emblemáticas, que servem de enquadramento para atividades

conjuntas da União Europeia e das autoridades nacionais, incidindo nas seguintes temáticas:

ddddd

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ü  Uma União da Inovação, para melhorar as condições gerais e o acesso ao financiamento para a investigação e inovação, para assegurar que as ideias inovadoras são transformadas em produtos e serviços que criam

crescimento e postos de trabalho;

ü  Juventude em Movimento, para melhorar os resultados dos sistemas de ensino e facilitar a entrada dos jovens no mercado de trabalho;

ü  Agenda Digital para a Europa, para acelerar a implantação da Internet de alta velocidade e para que as

famílias e as empresas possam tirar partido de um mercado único digital;

ü  Uma Europa Eficiente em termos de recursos, destinada a contribuir para dissociar o crescimento económico da utilização dos recursos, assegurar a transição para uma economia hipercarbónica, aumentar a utilização das

fontes de energia renováveis, modernizar o setor dos transportes e promover a eficiência energética;

ü  Uma política industrial para a era da globalização, para melhorar o ambiente empresarial, especialmente para as PME, e para apoiar o desenvolvimento de uma base industrial forte e sustentável, suscetível de

enfrentar a concorrência mundial;

ü  Agenda para novas qualificações e novos empregos, para modernizar os mercados de trabalho e capacitar as

pessoas desenvolvendo as suas qualificações ao longo da vida, com vista a aumentar a participação no mercado de trabalho e a estabelecer uma melhor correspondência entre a oferta e a procura de mão-de-obra,

nomeadamente através de uma maior mobilidade dos trabalhadores;

ü  Plataforma europeia contra a pobreza, para que a coesão social e territorial permita assegurar uma ampla distribuição dos benefícios do crescimento e do emprego e para que as pessoas em situação de pobreza e de

exclusão social possam viver dignamente e participar ativamente na sociedade.

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Para concretizar o alinhamento da estratégia Europa 2020 com as prioridades de investimentos dos Estados-Membros

foi desenhado e estabelecido o QEC – Quadro Estratégico Comum, que tem os seguintes objetivos temáticos:

Embora de acordo com a abrangência de empreendedorismo social adotada neste trabalho todo os objetivos poderão

conter iniciativas desta natureza, os objetivos temáticos OT8 e OT9 correspondem aos domínios core de intervenção

do empreendedorismo social, e certamente aqueles onde mais oportunidades de ação desta natureza poderão existir

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A intervenção dos fundos europeus estruturais e de investimento subordinar-se-ão, no período de programação 2014-2020, a uma lógica de intervenção organizada em torno de quatro domínios temáticos (Competitividade e

Internacionalização; Inclusão Social e Emprego; Capital Humano; Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos),

e de duas dimensões de natureza transversal (Reforma da Administração Pública; e Territorialização das Políticas).

Estes quatro domínios temáticos correspondem aos Programa Operacionais Temáticos existentes no Continente. A

figura seguinte resume a arquitetura operacional da estratégia Portugal 2020.

Fig. 2 – Estrutura Portugal 2020

Deve salientar-se que a o domínio “Competitividade e Internacionalização” foi considerado como prioritário,

concentrando cerca de 40% das verbas totais disponíveis. No que respeita ao programa específico alocado à Inclusão

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Social e Emprego, ele direciona-se fundamentalmente para as populações mais vulneráveis e que tendem a ter condições de adaptação mais reduzidas, por dificuldades físicas e financeiras, associadas a situações de pobreza,

exclusão social e envelhecimento. Existe assim, no âmbito deste programa operacional, um campo de ação para que

iniciativas de empreendedorismo social possam desenvolver novas abordagens, modelos de funcionamento e novas respostas.

O Próximo período de programação inclui também o desenvolvimento de uma nova cultura de parcerias, suportada

em novos mecanismos de governação. Assim, passarão a existir as seguintes tipologias de parcerias:

Ø  ITI (Investimento Territorial Integrado): constituem uma ferramenta para implementar estratégias territoriais integradas, permitindo implementar os programas operacionais de forma transversal. Permitem

recorrer a fundos de vários eixos prioritários de um ou mais programas operacionais, de modo a assegurar a

implementação de uma estratégia integrada para um território específico;

Ø  AIDUS (Ações Integradas de Desenvolvimento Urbano Sustentável): têm aplicação exclusiva às Áreas

Metropolitanas de Lisboa e Porto;

Ø  DLBC (Desenvolvimento Local de Base Comunitária): iniciativas bottom-up de desenvolvimento, promovidas

por Grupos de Ação Local (GAL) envolvendo atores públicos e privados das Comunidades Locais, podendo ser financiados por um ou vários Fundos, Programas Operacionais e Eixos Prioritários. Podem integrar-se (ou não)

num ITI.

Do ponto de vista do domínio “Emprego e Inclusão Social”, há também um conjunto de abordagens integradas que merecem especial destaque pela sua relevância para a conceção e desenho de projetos de inovação social e de

empreendedorismo. Neste sentido, detalham-se seguidamente as que deverão merecer maior atenção:

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Ø  Pactos Para a Empregabilidade: programas integrados de combate ao desemprego e de adequação da formação profissional às necessidades do tecido produtivo;

Ø  Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS): promoção da Inclusão Social, de forma multissetorial e

integrada, através de ações a executar em parceria, para combater a pobreza e a exclusão social em territórios deprimidos;

Ø  DLBC de Base Urbana (integradas em Áreas de Reabilitação Urbana): devidamente integradas na ITI da respetiva área urbana, visando o envolvimento das comunidades locais na estratégia de desenvolvimento do espaço urbano. Deverão articular-se com a Iniciativa Comunitária Ações Inovadoras no Domínio do Desenvolvimento Urbano Sustentável, destinada a fomentar a implementação de soluções de desenvolvimento urbano inovadoras, envolvendo estudos-piloto e projetos de demonstração;

Ø  Redes Sociais / Conselhos Locais de Ação Social (CLAS): estruturas concelhias de funcionamento do Programa da Rede Social, tendo como objetivo planear integradamente e garantir a implementação de iniciativas de desenvolvimento social local, com vista a uma maior eficácia e racionalização de meios na erradicação da pobreza e da exclusão social.

Para terminar o enquadramento geral às estratégias 2020 Europeia e Nacional, apresentam-se de seguida dois

gráficos relativos às dotações dos Programas e dos Objetivos Temáticos integrados no Acordo de Parceria 2014-2010,

celebrado entre o Estado Português e a União Europeia, onde se constata a relevância dos domínios de intervenção

core do empreendedorismo social.

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Fig. 3 – Dotações Financeiras Portugal 2020

Fonte: Acordo de Parceria 2014-2020, Secretaria de Estado do desenvolvimento Regional

Uma vez clarificado e detalhado o contexto geral relativo ao próximo período de programação de fundos comunitários (2014-2020), interessa agora começar a aprofundar a informação relativa às condições relacionadas com a implementação e desenvolvimento de iniciativas de empreendedorismo social.

Neste sentido, começaremos por explicitar os elementos mais relevantes relativos ao Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, particularmente os que incidem nas questões que constituem as áreas de atuação mais relevantes para o empreendedorismo social.

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O Programa Operacional Inclusão Social e Emprego tem quatro eixos prioritários, designadamente: promover a sustentabilidade e a qualidade do emprego e apoiar a mobilidade dos trabalhadores; Iniciativa Emprego Jovem

(trata-se de uma iniciativa autônoma, direcionada para os Jovens NEET – não trabalham, não estudam e não se

encontram em formação); promover a inclusão social e combater a pobreza e a discriminação; e assistência técnica.

No que respeita aos objetivos estratégicos que foram fixados, os seguintes são, entre outros, os que se relacionam

de forma mais objetiva com possíveis intervenções de empreendedorismo social:

ü  Aumentar as condições de empregabilidade dos desempregados, aumentando as suas competências;

ü  Ajustar as políticas de emprego às necessidades diferenciadas dos territórios e dos diferentes públicos-alvo;

ü  Dinamizar o emprego a tempo parcial, designadamente como forma de promover o envelhecimento ativo;

ü  Promover a autonomia das pessoas em situação de vulnerabilidade social, por via da capacitação e promoção de competências pessoais e sociais;

ü  Aumentar as respostas das parcerias locais e as abordagens integradas de desenvolvimento social;

ü  Desenvolver, consolidar e qualificar as respostas sociais e de saúde, segundo uma lógica de serviços de

proximidade.

Cada eixo prioritário agrega um conjunto de prioridades de investimento, que enquadram a prossecução dos

respetivos objetivos estratégicos, e que correspondem a domínios de ação a financiar. O quadro seguinte apresenta

essas prioridades.

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Emprego Inclusão Social

•  Acesso ao emprego para os candidatos a emprego e os inativos, incluindo os desempregados de longa duração e as pessoas afastadas do mercado de trabalho, e através de iniciativas locais de emprego e apoio à mobilidade dos trabalhadores;

•  Integração sustentável dos jovens no mercado de trabalho, em especial dos NEET, incluindo os jovens em risco de exclusão social e os jovens de comunidades marginalizadas, inclusive através da execução da Garantia Jovem;

•  Igualdade entre homens e mulheres em todos os domínios, nomeadamente nos domínios do acesso ao emprego, da progressão na carreira, da conciliação da vida profissional e privada e da promoção da igualdade de remuneração para trabalho igual;

•  Adaptação dos trabalhadores, das empresas e dos empresários à mudança:

•  Modernização do mercado de trabalho, nomeadamente através da criação de serviços de emprego públicos e privados e da melhoria da adequação às necessidades do mercado de trabalho;

•  Inclusão ativa, incluindo com vista à promoção da igualdade de oportunidades e da participação ativa e a melhoria da empregabilidade

•  Luta contra todas as formas de discriminação e promoção da igualdade de oportunidades

•  Melhoria do acesso a serviços sustentáveis, de grande qualidade e a preços comportáveis, incluindo cuidados de saúde e serviços sociais de interesse geral

•  Promoção do empreendedorismo social e da integração profissional nas empresas sociais e da economia social e solidária para facilitar o acesso ao emprego

PO  “Inclusão  Social  e  Emprego”  –  Prioridades  de  Inves:mento  

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O Programa Operacional estabelece igualmente um conjunto alargado de princípios para a atribuição de apoios e de seleção de projetos, sendo que os que seguidamente se destacam se revelam particularmente importantes para a

conceção de projetos de empreendedorismo social:

ü Orientação para os Resultados: contributo para os indicadores de realização e de resultado da prioridade de investimento, com destaque para os indicadores relativos à empregabilidade;

ü  Sustentabilidade: será considerada não apenas a viabilidade económico-financeira do projeto como também do

respetivo beneficiário;

ü  Inovação Social: será ponderada a apresentação de soluções inovadoras que possam potenciar a produção dos resultados esperados.

De forma similar, o Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020 inclui nos seus 12 eixos prioritários um eixo

relativo ao Emprego e Mobilidade dos Trabalhadores e outro referente à Inclusão Social e Pobreza.

O Quadro que seguidamente se apresenta detalha as prioridades de investimento consideradas em cada um dos dois

eixos prioritários referidos, algumas das quais são similares às estabelecidas pelo Programa Operacional Temático, e

outras direcionam-se para domínios relevantes do contexto específico da Região Norte.

No que respeita aos princípios para a seleção de projetos, para além dos atrás mencionados no âmbito do Programa Operacional Temático “Inclusão Social e Emprego”, outros foram agora adicionados (Equidade, Eficiência,

Capacitação, Transparência, Publicidade, Adicionalidade, Estratégia), sendo que este último merece ser destacado,

já que diz respeito à necessidade de alinhamento dos projetos com os planos e outros instrumentos de política territorial e setorial relevantes, bem como às políticas horizontais de nível comunitário.

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Emprego  e  Mobilidade  dos  Trabalhadores Inclusão  Social  e  Pobreza

•  Acesso  ao  emprego  para  os  candidatos  a  emprego  e  os  ina7vos,  incluindo   os   desempregados   de   longa   duração   e   as   pessoas  afastadas  do  mercado  de  trabalho,  e  através  de  inicia7vas  locais  de  emprego  e  apoio  à  mobilidade  dos  trabalhadores;  

•  Criação   de   emprego   por   conta   própria,   empreendedorismo   e  criação   de   empresas,   incluindo   micro,   pequenas   e   médias  empresas  inovadoras;  

•  Adaptação  dos  trabalhadores,  das  empresas  e  dos  empresários  à  mudança:  

•  A   concessão   de   apoio   ao   desenvolvimento   dos   viveiros   de  empresas   e   o   apoio   à   a7vidade   por   conta   própria,   às  microempresas  e  à  criação  de  empresas;  

•  A   concessão   de   apoio   ao   crescimento   propício   ao   emprego  através  do  desenvolvimento  do  potencial  endógeno  como  parte  integrante   de   uma   estratégia   territorial   para   zonas   específicas,  incluindo   a   conversão   de   regiões   industriais   em   declínio   e  desenvolvimento  de  determinados  recursos  naturais  e  culturais  e  da  sua  acessibilidade;  

•  Inclusão  a7va,   incluindo  com  vista  à  promoção  da   igualdade  de  oportunidades   e   da   par7cipação   a7va   e   a   melhoria   da  empregabilidade    

•  Estratégias  de  desenvolvimento  local  de  base  comunitária;  

•  Inves7mento   na   saúde   e   nas   infraestruturas   sociais   que  contribuam  para  o  desenvolvimento  nacional,  regional  e  local,  a  redução   das   desigualdades   de   saúde,   a   promoção   da   inclusão  social   através   da   melhoria   do   acesso   aos   serviços   sociais,  culturais  e  recrea7vos,  e  da  transição  dos  serviços  ins7tucionais  para  os  serviços  de  base  comunitária;  

•  A   concessão   de   apoio   à   regeneração   Nsica,   económica   e   social  das  comunidades  desfavorecidas  em  zonas  urbanas  e  rurais;  

•  Inves7mentos   no   contexto   de   estratégias   de   desenvolvimento  local  de  base  comunitária;

PO  Regional  do  Norte–  Prioridades  de  Inves:mento  

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Conforme pode ser constatado, o Programa Operacional Regional do Norte, no eixo prioritário do Emprego e Mobilidade dos Trabalhadores inclui o apoio ao empreendedorismo como uma das suas prioridades de investimento. E

no eixo “Inclusão Social e Pobreza”, consagra desde logo as estratégias de desenvolvimento local de base

comunitária, entendendo-as como instrumentos de política social experimentais e inovadores, de âmbito local, flexível às necessidades específicas de cada área geográfica da Região Norte, prevendo o seu processo de

implementação de forma articulada com o Programa Rede Social.

Neste eixo prioritário, são também considerados os investimentos nos serviços orientados para a promoção da

inclusão social bem como o apoio à regeneração das comunidades desfavorecidas.

Atendendo então a este contexto favorável, bem como à crescente relevância do papel da sociedade civil na

intervenção social designadamente ao nível das organizações da economia social, existe assim um vasto campo de

ação para o desenvolvimento de iniciativas de empreendedorismo social no âmbito regional.

Por fim, e de acordo com a informação atualmente disponível, é também possível sinalizar a existência de linhas de

apoio ao empreendedorismo social no âmbito da Cooperação Transfronteiriça, conforme previsto no Plano de

Investimentos Conjuntos da Euroregião Galiza-Norte de Portugal 2014-2020. De facto, no âmbito do seu Eixo

Estratégico “Uma Região Competitiva que aposta pelo Emprego”, foi estabelecido um programa de apoio ao Empreendedorismo Social, visando a aposta numa estratégia que favoreça projetos viáveis e sustentáveis como

ferramenta útil para o desenvolvimento endógeno em áreas de baixa densidade demográfica, assim como para uma

inserção laboral inclusiva que gere riqueza e crescimento integrador. Também ao nível do Programa Transnacional Espaço Atlântico haverá espaço e oportunidade para o desenvolvimento de iniciativas de empreendedorismo social,

não no âmbito dos Objetivos Temáticos 8 (Emprego) e 9 (Inclusão Social), mas sim no quadro dos Objetivos Temáticos

4 (Economia de baixo Carbono), 5 (prevenção das Alterações Climáticas e 6 ( Ambiente).

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Uma vez enquadrados os referenciais estratégicos e operacionais que se perspetivam para o horizonte 2014-2020 a nível europeu, nacional e regional, a partir dos quais se balizou e detalhou o quadro de ação para o desenvolvimento

de iniciativas de empreendedorismo social no curto/médio prazo (pelo menos das que pretendam contar com apoio

dos fundos comunitários), interessa agora focar a análise no contexto mais micro do Alto Minho, e aí identificar as condições existentes para promover o desenvolvimento de dinâmicas de empreendedorismo social neste território.

Neste sentido, começar-se-á por apresentar uma abordagem muito prática e sucinta ao Plano de Desenvolvimento

Alto Minho 2020, de forma a aí se identificarem oportunidades de intervenção social de natureza empreendedora.

Apesar dos objetivos temáticos lançados no âmbito desse trabalho serem de natureza bastante diversificada e alargada, centraremos a análise realizada no domínio social mais intrínseco, que especificamente se concentra na

temática da Região Resiliente.

Posteriormente, serão igualmente considerados os elementos mais relevantes do estudo “Roadmap para o Empreendedorismo Social no Alto Minho”, que o IES – Instituto de Empreendedorismo Social recentemente

desenvolveu para a região, e que constitui uma referência para estruturar a Agenda que agora se procura

operacionalizar.

É assim privilegiada uma análise muito objetiva e operacional do contexto territorial em causa, identificando a este nível os elementos que se mostram determinantes para pôr em ação atividades que tendo uma clara finalidade

social, se estruturam numa lógica de sustentabilidade, de geração de impacto e de resolução de falhas de mercado,

que de outra forma não poderão ser solucionadas.

3. Alto Minho: Contextos para Intervenções Empreendedoras na Área Social

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Começando então por abordar o Plano de Desenvolvimento “Desafio Alto Minho 2020”, apresentam-se de seguida os grandes objetivos temáticos que no âmbito do mesmo foram estabelecidos para esta sub-região, bem como os

respetivos domínios estratégicos, e que a seguinte figura procura resumir.

Fig. 4 – Objetivos Temáticos Alto Minho 2020

Considerando os diferentes objetivos temáticos estabelecidos, a análise subsequente focar-se-á na dimensão “Região

Resiliente”, a qual integra as temáticas da sustentabilidade e da coesão social.

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A relevância deste objetivo temático é confirmada pela necessidade da sub-região reforçar a sua capacidade de resposta face às dinâmicas globais, as quais exigem a mobilização do capital social e dos agentes no território para a

construção de mecanismos e processos que integrem e combinem objetivos de coesão, competitividade e

sustentabilidade.

No âmbito do presente trabalho, vamos centrar-nos na promoção da resiliência por via da coesão. Neste sentido, o Alto Minho será um território mais resiliente na medida em que consiga proporcionar uma resposta social eficiente e eficaz às populações em risco, no quadro mais alargado da articulação supramunicipal dos agentes do terceiro setor, orientado para a otimização de investimentos e recursos que garantam o acesso aos equipamentos e às necessárias respostas sociais.

Para concretizar este objetivo, promovendo a resiliência através da Coesão, os desafios que o Alto Minho e os seus

agentes deverão abordar e concretizar, centram-se nos seguintes aspetos:

Ø  Articulação supramunicipal das estratégias concelhias ao nível da resposta social, nomeadamente refuncionalizando equipamentos;

Ø Adequação da oferta de ensino à área do apoio social e do envelhecimento ativo, como impulsionador da criação de postos de trabalho;

Ø Estruturação, aplicação e promoção de um modelo educativo inovador;

Ø Estímulo para a aquisição e validação de competências como meio de incentivar a mobilidade profissional e aumentar as iniciativas empreendedoras no território;

Ø Abordagem ao setor social como oportunidade de gerar postos de trabalho qualificados e de promover o empreendedorismo social;

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Ø Promoção da integração dos centros urbanos com o mundo rural, fomentando a concertação social e o estabelecimento de redes colaborativas, bem como a dinamização de respostas e a cobertura do território;

Ø Promoção de uma atuação conjunta de regeneração dos núcleos urbanos e o desenvolvimento de iniciativas conjuntas de promoção da qualidade de vida;

Ø Afirmação do conceito de habitat, especificamente nos núcleos rurais, através de iniciativas que valorizem o agrícola e que ofereçam uma base de serviços com dimensão urbana.

Como pode ser constatado a partir destes desafios, o campo de intervenção do empreendedorismo social no Alto Minho é então bastante alargado. Assim, algumas iniciativas poderão/deverão gerar respostas da seguinte natureza:

ü Gerar ganhos de escala via integração de respostas e articulação de equipamentos;

ü Promover respostas orientadas para o envelhecimento ativo;

ü Ajustar a oferta de educação e formação às necessidades locais;

ü Promover o desenvolvimento da Economia Social e o seu alargamento a novos domínios (ex: valorização das produções agrícolas; novos serviços de proximidade, ...);

ü  Inovar nas respostas sociais existentes, garantindo maior cobertura (territorial e de diversidade) e novas soluções.

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No sentido de saber que condições existem no território para que os desafios atrás referenciados possam vir a ser concretizados, assim como quais as orientações para facilitar a sua efetivação, resulta essencial abordar e o estudo

“Roadmap para o Empreendedorismo Social no Minho-Lima”, recentemente desenvolvido pelo IES – Instituto de

Empreendedorismo Social.

Assim, tendo como foco a identificação e caraterização de iniciativas de empreendedorismo social com potencial de replicação e de escalabilidade, de forma a sinalizar o potencial existente e as áreas de possível desenvolvimento, o trabalho realizado desenvolveu um diagnóstico ao contexto sub-regional em diversos setores relevantes para a temática em causa e propôs um conjunto de orientações de apoio ao desenvolvimento de iniciativas destinadas a promover a economia social na região.

No quadro da Agenda para o Empreendedorismo Social que agora se está a estruturar, os elementos do estudo que se revelam mais importantes considerar são fundamentalmente os que dizem respeito:

•  aos públicos identificados como mais desfavorecidos no Alto Minho, e que portanto deverão merecer especial atenção;

•  a avaliação do ecossistema local de apoio ao empreendedorismo social;

•  e os domínios de intervenção propostos no plano de ação aí contemplado.

Desta forma, no que respeita ao primeiro elemento, os públicos aí referenciados deverão de alguma forma ser alvo privilegiado de iniciativas de empreendedorismo social. Assim, estão nesta situação os idosos; os desempregados; as pessoas com deficiência; e as mulheres vítimas de violência doméstica.

Passando de seguida para a avaliação realizada ao ecossistema de empreendedorismo social existente no território, componente essencial para a promoção da economia social e para a geração de condições facilitadoras para o surgimento de iniciativas desta natureza, salienta-se a consideração de que o mesmo se encontra num estágio muito

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Inicial e revela pouca dinâmica. O documento destaca, pela positiva, a existência de diagnósticos sociais participativos atualizados, assim como a proatividade dos empreendedores sociais sinalizados no território, embora

sinalize várias lacunas, sobretudo relativas ao vazio existente quanto a importantes dimensões de apoio aos

empreendedores neste setor.

Com base na caracterização e avaliação detalhada no referido estudo, apresenta-se seguidamente uma figura que

procura expressar o grau de desenvolvimento das principais dimensões do ecossistema de empreendedorismo social

no caso do Alto Minho (trata-se de uma interpretação própria, e portanto com alguma subjetividade, dos elementos

que compõem a avaliação efetuada pelo IES, mas que é apenas da nossa responsabilidade, e vale apenas enquanto elemento que permite traçar uma panorâmica integrada do ecossistema em causa).

Fig. 5 – Dimensões do Ecossistema de Empreendedorismo Social do Alto Minho

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Por fim, no que respeita aos domínios de intervenção propostos no plano de ação definido pelo IES, o seguinte quadro procura resumir as orientações efetuadas.

Deve ainda acrescentar-se a proposta efetuada para o desenvolvimento do ecossistema empreendedor regional, que

deverá passar pelos seguintes aspetos:

•  Diversificação de fontes de financiamento;

•  Capacitação das organizações sociais e dos empreendedores sociais;

•  Criação de condições favoráveis à implementação de iniciativas de empreendedorismo social;

•  Geração de visibilidade para o conceito e projetos de empreendedorismo social.

O Estudo em causa apresenta ainda um conjunto de programas de ação, sobretudo focado na dinamização de

iniciativas empreendedoras a partir dos agentes já instalados, que serão tidas e consideração no capítulo seguinte,

relativo à proposta de orientações para o desenvolvimento do setor no Alto Minho.

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Áreas  de  Intervenção   Temá:cas  a  Privilegiar  

População   •  Aposta  nos  serviços  de  proximidade  e  mobilidade  para  idosos  e  na  integração  ocupacional  e  profissional  de  deficiência  Nsica  e  mental;  

Saúde   •  Prevenção  e  diminuição  dos  casos  de  alcoolismo;  

Emprego  e  Formação   •  Promoção  de  oportunidades  de  emprego  para  mulheres  e  jovens;  •  Aumento  da  qualificação  da  população  empregada;  

Segurança   •  Prevenção  e  diminuição  dos  casos  de  violência  domés7ca  

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Uma vez detalhados nos capítulos anteriores os principais elementos de enquadramento relativos à temática do Empreendedorismo Social, quer a escalas territoriais e setoriais abrangentes, quer focadas no contexto específico do Alto Minho, encontra-se portanto traçado o quadro geral que enquadrará a promoção e desenvolvimento destas iniciativas neste território a curto/médio prazo.

Assim sendo, importa agora avançar para a definição dos projetos e das orientações, em concreto, que materializem e tornem possível esse desiderato.

Neste sentido, foram levados a cabo dois workshops colaborativos, que reuniram mais de 40 participantes, em representação das principais organizações relacionadas com a Economia Social do Alto Minho (Autarquias, representantes de órgãos desconcentrados da Administração Pública, IPSS’s, ONG’s, Associações Privadas sem fins lucrativos, Instituições de Ensino e Formação, Empreendedores, etc). Privilegiou-se assim uma abordagem de natureza bottom-up, em que se deu espaço e oportunidade para que os agentes do setor pudessem apresentar as suas ideias, preocupações e sugestões. Procuraram-se assim gerar dinâmicas de partilha e de identificação de oportunidades de intervenção através de iniciativas de empreendedorismo social, tendo-se chegado a um conjunto de 32 propostas, que seguidamente se apresentam no formato de 12 fichas de ação. Estão são, portanto, o primeiro resultado de um exercício de reflexão coletiva, que necessitará obviamente de posteriores aprofundamentos, e que para além do output imediato refletido nestas fichas de ação, constituiu igualmente um momento de dinamização do respetivo ecossistema local.

Finalmente, deve ainda sublinhar-se que, mais do que fichas de projeto, estas propostas de ação devem ser entendidas como uma base de partida para o desenvolvimento de novas iniciativas, apresentando uma primeira intenção, que deverá encontrar potenciais tomadores, parceiros, financiadores, recursos humanos e técnicos, etc.

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4. Orientações para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho

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É ainda importante destacar que a lógica de estruturação das iniciativas propostas não se orientou para a simples resposta a necessidades sociais identificadas, mas sim para a criação de respostas que, considerando essas necessidades, possam ser sustentáveis, escaláveis e replicáveis, gerando impactos relevantes na comunidade. O Quadro seguinte apresenta o resumo das fichas de ação propostas, organizadas de acordo com as temáticas centrais em que se inserem.

Apresentam-se de seguida as fichas de ação individuais, caraterizando para cada uma os seguintes elementos:

•  Problema / Necessidade Social a Resolver; •  Solução Proposta; •  Descrição; •  Públicos-Alvo; •  Apoio Pretendido

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Domínio  de  Intervenção   Designação  da  Inicia:va  

Saúde e Envelhecimento

•  Promoção do Envelhecimento Ativo via Animação Artística e Cultural; •  Apoio Domiciliário Médico; •  Banco de Voluntariado Sénior; •  Rede de Serviços de Entreajuda;

Emprego e Formação

•  Apoio à Inserção no Mercado de Trabalho; •  Plataforma de Formação Profissionalizante; •  Organização de Trading Rural; •  Unidade de Promoção do Empreendedorismo Social

Ação Social •  Projeto Piloto de Coaching Social; •  Plataforma de Partilha de Recursos;

Habitação •  Empresa de Inserção para a Reabilitação Habitacional;

Inclusão •  Integração da Etnia Cigana;

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Ação Promoção do Envelhecimento Ativo via Animação Artística e Cultural

Categoria Saúde e Envelhecimento

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Necessidade de ocupação activa dos idosos e de desenvolver as suas capacidades cognitivas;

•  Necessidade de induzir nos idosos mudança de comportamentos e de valorizar as suas competências;

•  Promover atividades de animação cultural e recreativa junto dos idosos;

Solução Proposta Criação de um projeto de animação sénior, em que grupos culturais e artísticos treinam e capacitam idosos na realização de atividades de animação cultural e recreativa

Descrição

Este projeto visa promover o envelhecimento ativo, através da capacitação dos idosos para a realização de atividades recreativas, desenvolvendo, entre outras, as respetivas capacidades cognitivas.

A implementação do projeto passará pela identificação de um conjunto de agentes culturais locais que funcionem como animadores e responsáveis do processo de capacitação.

O projeto poderá dar origem a um conjunto de atividades de animação cultural que poderão ser apresentadas em diversas instituições que acolhem idosos (Centros de Dia, Lares, etc)

Públicos-Alvo

•  Idosos instalados/que frequentam Centros de Dia e/ou Lares;

•  Agentes Culturais Locais

•  IPSS's

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Apoio Domiciliário Médico

Categoria Saúde e Envelhecimento

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Existência de uma deficiente distribuição da prestação dos cuidados de saúde na sub-região;

•  Existência de questões culturais por parte da população no recurso às urgências hospitalares, que devem ser alteradas;

•  Dificuldades de acesso e mobilidade aos cuidados de saúde por parte da população idosa e isolada.

Solução Proposta Alargar os serviços de apoio social, nomeadamente o apoio domiciliário, aos cuidados médicos, através do estabelecimento de diversas "parcerias de oportunidade" com agentes e unidades de saúde.

Descrição

Considerando as limitações no acesso aos cuidados de saúde por parte de uma faixa significativa da população mais idosa, pretende-se utilizar a base de serviços de apoio domiciliário já existente, ampliando a sua oferta aos cuidados médicos. Será então necessário alargar as equipas que atualmente asseguram os serviços de apoio domiciliário, com técnicos e/ou com competências relativas à prestação de cuidados de saúde. Este projeto exigirá o estabelecimento de uma parceria entre os agentes que prestam o apoio domiciliário e as unidades de saúde (públicas e/ou privadas) existentes em cada município, de forma a assegurar a melhor eficiência de recursos. Deverá igualmente articular-se com outras soluções a implementar, tais como a Telemedicina, e fornecer algumas respostas adequadas a doenças específicas (ex: Alzheimer). Será ainda necessário encontrar um modelo de negócio/sustentabilidade financeira que garanta o funcionamento do projeto.

Públicos-Alvo

•  Beneficiários do serviço de apoio domiciliário; •  Prestadores de cuidados de saúde; •  Organizações que desenvolvem serviços de apoio domiciliário •  População idosa (isolada ou com dificuldades de mobilidade).

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Banco de Voluntariado Sénior

Categoria Saúde e Envelhecimento

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Limitações na oferta de serviços por parte das IPSS's e de outras Instituições;

•  Dificuldades financeiras por parte das Famílias;

•  Dar valor às competências e conhecimentos dos Idosos;

Solução Proposta Criação de um Banco de Voluntariado Sénior, em que Idosos ativos podem disponibilizar o seu tempo e competências para ajudar as respetivas comunidades.

Descrição

Desde atividades de simples acompanhamento de idosos até assegurar a permanência de crianças nos estabelecimentos escolares após o horário escolar; ou realizar pequenas tarefas de apoio doméstico e pessoal até acompanhar utentes em unidades de saúde ou de cuidados continuados; ou até de acompanhar atividades culturais e desportivas, este projeto visa criar uma plataforma de apoio voluntário.

Como compensação das tarefas realizadas, os voluntários poderão beneficiar de facilidades no acesso e utilização de serviços e atividades disponibilizadas por organizações parceiras do projeto (ex: autarquias; instituições culturais; clubes; empresas, ...).

Este projeto visa igualmente valorizar o contributo dos séniores para a comunidade

Públicos-Alvo

•  Idosos;

•  Famílias;

•  IPSS's;

•  Escolas;

•  Associações (culturais, desportivas, ...);

•  Autarquias.

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Rede de Serviços de Entreajuda

Categoria Saúde e Envelhecimento

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Crescente isolamento geográfico dos idosos;

•  Falta de afeto e de relacionamento social e familiar;

Solução Proposta Criação e dinamização de uma rede de serviços de proximidade, a serem prestados por voluntários e/

ou por beneficiários de programas de apoio ao emprego.

Descrição

Trata-se de um projeto que pretende disponibilizar pequenos serviços de apoio às atividades do dia-a-

dia dos idosos que se encontram mais isolados (ex: realização de compras; apoio a questões

administrativas e pessoais; efetuar pagamentos, realizar pequenos arranjos/consertos; etc). Estes

serviços poderão ser prestados por voluntários ou por pessoas que estejam a beneficiar do programas

de apoio à inserção laboral (ex: contratos emprego-inserção).

Passará pelo mapeamentos dos idosos a viverem isolados, e pela identificação dos voluntários/

colaboradores a afetar a cada idoso.

Públicos-Alvo

•  Idosos isolados;

•  Voluntários;

•  Beneficiários de Programas de Apoio ao Emprego;

•  IPSS's

•  Juntas de Freguesia;

Apoio Pretendido Promotores

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Ação Apoio à Inserção no Mercado de Trabalho

Categoria Emprego e Formação

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Crescente número de Jovens NEET (desempregados, sem estudar e sem estar em formação); •  Necessidade de aprofundar o relacionamento, a articulação e o alinhamento de necessidades entre

as Instituições de Ensino e o Mundo Laboral (empresas e outras organizações); •  Necessidade de apoiar de forma mais eficiente, e em contexto real, os jovens que terminam o

Ensinos Profissional e Superior;

•  Necessidade de alargar e fortalecer as Redes de Solidariedade no território;  

Solução Proposta

Criação de um projeto orientado para a formação de competências profissionais junto de jovens em processo de inserção profissional, no âmbito do qual um grupo de voluntários de diferentes empresas/organizações locais acompanham e facilitam o primeiro contacto desses Jovens com o mundo profissional. Terá uma natureza de Responsabilidade Social Corporativa.

Descrição

Com este projeto pretende-se facilitar o processo de inserção profissional de  jovens, através de um modelo baseado na colaboração com o mundo empresarial. Assim, os jovens passam por uma experiência em que têm a oportunidade de experimentar vários contextos laborais nas organizações aderentes, com o acompanhamento de um voluntário que os acolhe e acompanha. Desta forma, poderão experimentar trabalhar nesses contextos, e desenvolvendo uma perceção mais clara e real das oportunidades e das exigências com que se irão deparar.

A implementação do projeto implicará também a capacitação dos voluntários em técnicas de coaching.

Públicos-Alvo

•  Jovens NEET; •  Jovens a concluir os estudos profissionais ou

superiores; •  Empresas e Organizações Locais; •  Autarquias; •  Escolas Profissionais

•  IPVC, •  IEFP; •  Incubadoras de Empresas; •  Associações Empresariais;

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Plataforma de Formação Profissionalizante

Categoria Emprego e Formação

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Existência de cursos de formação desajustados da realidade territorial, bem como de ofertas sobrepostas/duplicadas;

•  Informação dispersa e pouco organizada sobre ofertas de formação existentes; •  Modelo escolar e de formação pouco adequado a jovens problemáticos; •  Necessidade de preparar os Jovens e garantir competências profissionais relevantes; •  Atualização do diagnóstico de necessidades de formação profissionalizante;

Solução Proposta

Criação de uma plataforma de informação e de disponibilização de recursos relativos à oferta de

formação profissionalizante em contexto prático de trabalho.

Descrição

Trata-se de um projeto que incorpora duas dimensões principais, concretamente: uma função de agregação e divulgação de informação sobre ofertas de formação, direcionada para os seus diferentes stakeholders (Promotores, Formadores, Formandos, Empregadores, etc); uma função de diagnóstico ongoing de necessidades de formação profissionalizante, bem como de monitorização do respetivo funcionamento. Os serviços/respostas a incluir no projeto deverão, entre outras, incidir nas seguintes áreas: formação; ensino; competências pessoais e profissionais; cidadania.

Públicos-Alvo

•  Escolas e Entidades de Formação;

•  Associações Setoriais;

•  Associações de Estudantes e Associações de Pais;

•  Formadores;

•  Empresas;

•  Autarquias;

•  Organizações locais (IPSS's; Incubadoras; ADL's; ...)

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Organização de Trading Rural

Categoria Emprego e Formação

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Revitalizar o território rural, inovando nas suas ofertas e atraindo pessoas e atividades; •  Criar oportunidades de emprego para as quais o território apresenta potencial; •  Facilitar a colocação dos produtos rurais junto dos mercados; •  Intermediar na ligação Ensino Superior e as empresas, na aplicação e desenvolvimento de inovações

e na geração de valor;

Solução Proposta

Criação de uma organização (com formato ainda a definir - ex: cooperativa; associação sem fins lucrativos; ...) que terá como finalidade atuar de forma a facilitar a geração de negócios e fixar novas iniciativas e empregos no mundo rural.

Descrição

Este projeto deverá articular-se com as iniciativas já existentes que atuam na promoção do desenvolvimento rural no Alto Minho, complementando a atividade dessas organizações através da realização de um trabalho especializado de trading e facilitação na colocação das produções locais junto dos mercados (B2B e B2C). Uma outra componente que este projeto integrará consiste nas funções de brokerage entre os Centros de Conhecimento e de I&D com os potenciais tomadores locais (produtores, empresas), no sentido de promover a aplicação de inovações nas ofertas locais, contribuindo para a geração de maior valor. O projeto não terá fins lucrativos, visando apenas garantir a sua sustentabilidade e o reinvestimento dos lucros na atividade.

Públicos-Alvo

•  Produtores Locais; •  Cooperativas e ADL's; •  Empresas; •  Autarquias; •  IPVC, U. Minho e Centros de I&D;

•  IEFP; •  Incubadoras de Empresas; •  Associações Empresariais; •  Investidores;

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Unidade de Promoção do Empreendedorismo Social

Categoria Emprego e Formação

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Elevados níveis de desemprego juvenil; •  Baixas competências dos Jovens para desenvolvimento de percursos de autonomia profissional; •  Necessidade de aprofundar o relacionamento entre Escolas e Mercado de Trabalho; •  Falta de expetativas dos jovens; •  Reduções e cortes nos apoios tradicionais disponibilizados sistemas de Segurança Social; •  Necessidades sociais ainda sem respostas; •  Capacidade técnica instalada pouco orientada para o desenvolvimento de soluções de natureza

empreendedora;

Solução Proposta

Criação de uma unidade de promoção do empreendedorismo e intraempreendedorismo social no Alto Minho, com atuação a três níveis, concretamente: na dinamização, coordenação e vigilância do ecossistema de empreendedorismo social do território; na capacitação de empreendedores; e na mobilização de intraempreendedores ao nível das organizações do terceiro setor existentes no território.

Descrição

Com este projeto pretende-se criar uma unidade de coordenação dos agentes que atuam no domínio do empreendedorismo social no território, de forma a dinamizar e integrar a sua ação, potenciando os seus impactos. Simultaneamente, visa-se identificar e referenciar boas práticas, projetos, agentes e dinâmicas com potencial de replicabilidade e de geração de inovação, para o desenvolvimento de iniciativas e projetos de empreendedorismo social no Alto Minho. O projeto incorporará também uma forte componente de capacitação empreendedora junto de pessoas e organizações do economia social do território, visando gerar novas soluções e respostas sociais de natureza empreendedora.

Públicos-Alvo

•  Agentes do Ecossistema Empreendedor do Alto Minho; •  Autarquias; •  IPSS's •  Técnicos de Organizações do Terceiro Setor;

•  Escolas Secundárias e Profissionais; •  IPVC •  Instituto Português do Desporto e da

Juventude

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Projeto Piloto de Coaching Social

Categoria Ação Social

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Empobrecimento das Famílias / Falta de rendimentos; •  Desestruturação familiar e das respetivas responsabilidades; •  Falta de interesse pelo percurso escolar dos filhos; •  Falta de expetativas dos jovens; •  Falta de capacidade de intervenção na prevenção de questões juvenis; •  Necessidade de promover estilos de vida saudáveis; •  Abandono Escolar;

Solução Proposta

Criação de um projeto inovador, visando o aconselhamento a jovens e a famílias na geração de competências e de comportamentos adequados a estilos e percursos de vida mais sustentáveis, saudáveis, integradores e socializáveis. O principal fator de inovação centra-se no facto dos conselheiros/tutores que participarão na plataforma funcionarem como um peer/igual, de forma a criar relacionamentos e envolvimentos mais naturais, aceitáveis e replicáveis, em contextos de "vida real" (na escola, clube desportivo, trabalho, etc), e desenvolvendo o seu aconselhamento numa lógica de "learning by doing" (por exemplo, através de "shadowing roles").

Descrição

Trata-se de um projeto de geração de competências de largo espectro (competências sociais; educação; resolução de problemas e conflitos familiares; etc) que, com base em atividades inovadoras, promoverá a criação e desenvolvimento de uma plataforma de aconselhamento e acompanhamento, atuando em diferentes temáticas, envolvendo diferentes públicos e promovendo ações de diferente natureza. A concretização deste projeto implicará, por um lado, o desenho de um conjunto de iniciativas/programas a disponibilizar à comunidade, em função dos domínios/temas que em que se pretende intervir e, por outro lado, na sensibilização, recrutamento e formação dos conselheiros (voluntários, tutores, etc) a envolver na plataforma.

Públicos-Alvo •  Jovens; •  Famílias; •  Escolas;

•  Associações e Clubes; •  Empresas e Organizações;  

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Plataforma de Gestão e Partilha de Recursos

Categoria Ação Social

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Escassez de Recursos Técnicos (materiais e Imateriais); •  Ociosidade de alguns recursos e deficiente afetação na sua utilização; •  Falta de articulação operacional entre agentes sociais no território; •  Necessidade de ganhos de eficiência e de diminuição de custos por parte das IPSS’s do território;

Solução Proposta

Criação e gestão de uma plataforma (com suporte online e respetivo back-office) onde os diferentes agentes sinalizam os recursos que têm disponíveis para partilhar e onde podem igualmente solicitar a utilização dos recursos que necessitam em cada momento. Poderá igualmente funcionar como central de compras para as IPSS’s.

Descrição

Trata-se de um projeto que visa suprir a escassez de recursos técnicos especializados necessários ao apoio social., facilitando o acesso aos mesmos e melhorando a sua utilização. Assim, como base na criação de um marketplace social, será implementada uma plataforma online, onde os agentes sociais podem referenciar os diversos recursos (materiais e humanos) de que dispõem e cuja utilização colocam à disposição de outros agentes, identificando as condições em que o fazem. Esta plataforma funcionará com base na economia da partilha, podendo ser criado um sistema de créditos próprio, que servirá para que os agentes que facilitem o acesso e utilização dos seus recursos acumulem créditos que poderão posteriormente usar na utilização dos recursos existentes na plataforma. Poderá igualmente ser criada uma componente de banco de Voluntariado, através do qual as pessoas que oferecerem os seus serviços poderão ser afetas a projetos, tarefas, iniciativas e/ou desafios colocados pelos agentes aí registados. Adicionalmente, e num momento futuro, poderá transformar-se numa central de compras para as organizações da economia social do Alto Minho.

Públicos-Alvo

•  IPSS's; •  Autarquias; •  ONG's e Associações sem fins lucrativos; •  Empreendedores Sociais;

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Empresa de Reinserção para a Reabilitação Habitacional

Categoria Habitação

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Reabilitar habitações abandonadas e aumentar a oferta de habitação social;

•  Necessidades de realização de pequenas reparações habitacionais;

•  Necessidades de realojamento de famílias;

•  Necessidades de apoio jurídico nas questões regulamentares associadas à Habitação;

Solução Proposta

Criação de uma Empresa de Inserção dedicada à promoção da Habitação Social, nas suas diferentes dimensões (reabilitação, reparação, equipamento), promovendo simultaneamente a inserção profissional de desempregados, a corresponsabilização de diversos agentes e o desenvolvimento de processos de autonomização/capacitação pessoal e profissional.

Descrição

Aproveitando a existência de instrumentos de apoio e de fontes de financiamento que possibilitam quer a realização de intervenções de reabilitação habitacional para fins sociais, bem como de contratação e formação de desempregados, pretende-se criar uma empresa de inserção vocacionada para a habitação social, que permita atuar nas diferentes vertentes desta área (obras de reabilitação, de reparação, de equipamento, de limpeza, de gestão de processos, etc), contribuindo desta forma para solucionar os problemas existentes a este nível, desenvolvendo para tal uma iniciativa baseada na formação e inserção profissional, contribuindo portanto para combater o desemprego e gerar processos de autonomização.

Esta iniciativa combinará uma lógica de prestação de serviços com a realização de tarefas sociais, podendo também beneficiar de trabalho voluntário por parte de alguns profissionais especializados (ex: apoio jurídico).

Públicos-Alvo

•  Famílias;

•  Desempregados;

•  IPSS's;

•  IEFP;

•  Parceiros Locais;

•  Voluntários;

Apoio Pretendido

Promotores

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Ação Integração da Etnia Cigana

Categoria Inclusão

Problema / Necessidade

Social a Resolver

•  Existência de diferenças culturais muito marcadas entre as comunidades Ciganas e as restantes Comunidades Locais;

•  Falta de condições habitacionais por parte da Comunidade Cigana; •  Dificuldades por parte dos seus membros no acesso ao mercado de trabalho;

Solução Proposta Criar uma oferta especializada destinada a promover a integração social das comunidades ciganas.

Descrição

Trata-se de um projeto que visa a promoção da integração social das comunidades ciganas existentes no Alto Minho. Um dos domínios que deverá merecer especial atenção diz respeito às condições habitacionais e à avaliação do eventual realojamento dos seus membros. As questões da educação e da formação serão igualmente temas prioritários a trabalhar, visando combater o abandono e o insucesso escolar, bem como conseguir maiores níveis de acesso ao mercado de trabalho e de empregabilidade. Pro fim, as questões culturais, e a possibilidade de inserção através destas atividades deverão ser igualmente desenvolvidas.

Públicos-Alvo

•  Comunidades Ciganas;

•  Comunidade Intermunicipal do Alto Minho

•  Municípios.

•  IHRU

•  (…).

Apoio Pretendido

Promotores

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Uma vez detalhado um conjunto de iniciativas para a ação, que correspondem a necessidades e a oportunidades identificadas e validadas pelos agentes que atuam na economia social do Alto Minho, e que constituirão portanto uma primeira bolsa de ideias a procurar mobilizar de imediato, interessa igualmente estabelecer uma conjunto de orientações de caráter operacional, que contribuam para facilitar a sua implementação. Tal exigirá, desde logo, a materialização de diversas iniciativas coordenadas, conforme a figura seguinte procura expressar.

Fig. 6 – Orientações para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho

Detalha-se seguidamente cada um dos elementos que deverão estruturar a Agenda para a Promoção do Empreendedorismo Social no Alto Minho.

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Fomento  da  Cultura  Empreendedora  no  Alto  Minho  

Liderança  e  Dinamização  do  Ecossistema  de  Empreendedorismo  Social  

Criação  de  Projeto  Bandeira  de  Divulgação  Setorial  

Aposta  na  promoção  do  Intraempreendedorismo  Social  

Implementação  de  Plataforma  de  Apoio  a  Empreendedores  Sociais  

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þ  Fomento da Cultura Empreendedora no Alto Minho: fomentar a capacidade empreendedora de um território, seja no domínio social, empresarial, criativo, ambiental etc, implica, necessariamente, que exista na

comunidade local uma cultura empreendedora enraizada. Esta cultura não nasce nem se desenvolve

espontaneamente, já que faz parte dos seus valores e reflete-se, por exemplo, nas formas de ser e de agir, sendo transmitida ao longo de gerações. Mas pode ser adquirida (no sentido de aprendida e apreendida) e

fomentada.

Não sendo o Alto Minho um território reconhecidamente empreendedor (pelo menos no sentido empresarial e de

capacidade de criar e dinamizar novas iniciativas), é fundamental promover na sua população (especialmente na mais jovem) um maior espírito empreendedor e a cultura e dinâmicas de fazer acontecer. Sem este estímulo

empreendedor, não será possível promover de forma eficaz a criação e dinamização de novas iniciativas, sejam

elas de que natureza for.

Assim, deverão ser reforçadas as dinâmicas que nos anos recentes têm começado a ser executadas neste sentido,

sendo necessário, no que toca ao empreendedorismo social, que se promovam atividades de capacitação de

jovens, e que se combinem estas com um programa alargado de capacitação técnica de ativos das organizações

sociais da região, formando assim potenciais empreendedores e/ou intraempreendedores.

A realização de Jornadas de Aprendizagem (visitas a boas práticas/casos de sucesso e o desenvolvimento de

atividades de “aprender fazendo”), a promoção de desafios, e a introdução da educação para o

empreendedorismo nas escolas, serão algumas iniciativas decisivas para a promoção da cultura empreendedora, no âmbito social mas não só.

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þ  Liderança e Dinamização do Ecossistema de Empreendedorismo Social: o ecossistema de empreendedorismo social de um território é composto pelos diferentes agentes que possuem recursos essenciais para facilitar a

capacidade dos empreendedores sociais criarem e desenvolverem as suas iniciativas.

No caso do Alto Minho, e conforme referido anteriormente, o ecossistema de empreendedorismo social existente é bastante débil e pouco denso (em número de agentes e de relacionamentos entre eles). Trata-se de uma

situação “normal”, se considerarmos que o mesmo acontece de forma muito similar quando se tem em conta o

apoio geral ao empreendedorismo no território (ou seja, ao empreendedorismo comercial, empreendedorismo

criativo, etc), e também pelo facto do empreendedorismo social ser uma temática e uma realidade muito recente no Alto Minho e para os seus agentes.

Contudo, promover e dinamizar o empreendedorismo social no território só poderá ser feito se o respetivo

ecossistema empreendedor for reforçado. E tal implica, por um lado, que se exerça uma liderança clara, que avance com iniciativas que aproximem a cultura empreendedora e o tecido social, e que por outro lado seja

capaz de agregar agentes, recursos e dinâmicas, bem como potenciar ações integradas e trabalho em conjunto.

Será também necessário envolver outros agentes (por exemplo, agentes financeiros, universidades, empresas) e

densificar os relacionamentos entre todos aqueles que atuam neste domínio.

Criar, no âmbito de uma das iniciativas anteriormente propostas (concretamente a “Unidade de Promoção do

Empreendedorismo Social”), um comité de pilotagem, composto por agentes setoriais reconhecidos e com

capacidade de intervenção, a partir do qual seja possível estabelecer uma plataforma de ação comum, deverá ser uma das primeiras ações a concretizar, e que aliadas a outras orientações propostas contribuirão certamente

para a dinamização do ecossistema regional de empreendedorismo social.

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þ  Criação de Projeto Bandeira de Divulgação Setorial: atendendo à novidade da temática do empreendedorismo social no Alto Minho, será decisivo educar os agentes e dar visibilidade e notoriedade ao setor e à lógica de

atuação dos projetos de empreendedorismo social.

Propõe-se por isso o desenvolvimento de um projeto bandeira, ou seja, um projeto de referência, que promova de forma impactante o empreendedorismo social no Alto Minho, envolvendo lideranças locais, opinion makers,

empreendedores sociais reconhecidos, empresários, projetos sociais relevantes, etc.

Será importante que este projeto inclua um evento anual de referência (Fórum de Empreendedorismo Social),

bem como eventos regulares dirigidos aos agentes sociais do território, promovendo o seu relacionamento assim como o contacto com outros empreendedores (sociais e outros). Deverá igualmente incluir a atribuição de

distinções anuais, dando relevância e notoriedade ás atividades desta natureza desenvolvidas no Alto Minho.

þ  Aposta na Promoção do Intraempreendedorismo Social: conforme foi sinalizado pelo estudo “Roadmap para o empreendedorismo social no Minho-Lima”, existem na sub-região algumas organizações do terceiro setor com

dinâmica e com modelos de negócio com potencial empreendedor. Portanto, a promoção do empreendedorismo

social deverá não apenas centrar-se no apoio aos novos empreendedores, mas também ajudar a alavancar e a

reforçar as iniciativas já existentes.

Neste sentido, será relevante fomentar e apoiar iniciativas empreendedoras nestas organizações (ou seja,

iniciativas intraempreendedoras, desenvolvidas desde dentro), capazes de gerar novas respostas, promover

novas soluções e, eventualmente, produzir spin-offs sociais (i.e. novas organizações). Um instrumento para que este tipo de dinâmicas possam acontecer e ser bem sucedidas consistirá na criação de um Lab Social, operando

como espaço de ideação, teste e prototipagem de novas soluções, a que as organizações sociais do Alto Minho

poderão recorrer para obter apoio técnico e condições operacionais adequadas.

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þ  Implementação de Plataforma de Apoio a Empreendedores Sociais: uma outra componente a avançar na concretização de apoios específicos aos empreendedores, que na sub-região pretendam e se dediquem a

desenvolver projetos sociais com base em abordagens e práticas empreendedoras, consiste no estabelecimento

de uma plataforma de serviços de apoio aos empreendedores.

No âmbito do apoio ao empreendedorismo social, especialmente num contexto com as características existentes

no Alto Minho (em termos de diversidade de agentes e tecido associativo, cultura e dinâmica empreendedoras,

realidade social, ...), este tipo de plataforma deverá disponibilizar um conjunto de domínios que se consideram

centrais, sendo que alguns têm uma natureza básica (respostas/serviços essenciais para a geração e dinamização das iniciativas) e outros uma natureza avançada (respostas/serviços com maior grau de sofisticação, que

geralmente incidem em drivers estratégicos para o desenvolvimento da atividade). A figura seguinte apresenta as

mais relevantes respostas de cada domínio.

Fig. 7 – Domínios relevantes da Plataforma de Apoio

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Domínios  Centrais  

Básicos  

Capacitação  

Coaching  Empreendedor  

Avançados  

Benchmarking  

Inovação  Social  

Inteligência  Setorial  

Networking  /  Redes  

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Com base neste enquadramento, propõe-se para o Alto Minho o desenvolvimento de um projeto integrado, que inclua as (ou algumas das) ofertas/respostas mencionadas. Neste sentido, e numa lógica de evolução gradual,

deverão ser asseguradas num primeiro momento as atividades básicas, nomeadamente um programa de capacitação

para o empreendedorismo social (liderança, equipas, competências empreendedoras, negociação, etc) assim como um serviço de coaching especializado para empreendedores e organizações sociais (aconselhamento empresarial,

financiamento & investimento, parcerias, etc).

Num segundo momento, poderá reforçar-se a plataforma de apoio, com a integração de funções mais avançadas,

como sejam as seguintes: benchmarking de boas práticas; parcerias para o desenvolvimento de projetos de inovação social com centros de conhecimento; criação/envolvimento de redes internacionais; atividades de networking entre

empreendedores/empresas sociais; mentoring de empresários locais a empreendedores sociais; desenvolvimento de

fontes de financiamento alternativas (ex: impact investment), etc.

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Acordo de Parceria 2014-2020, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional (2014)

Desafio Alto Minho 2020 – Plano de Desenvolvimento, CIM Alto Minho (2013)

Nicholls, A., Social Entrepreneurship: New Models for Sustainable Social Change (2008)

Plano de Investimentos Conjuntos da Euroregião Galicia-Norte de Portugal, Comunidade de Trabalho Galícia-Norte de Portugal (2014);

Programa de Cooperação Transnacional Espaço Atlântico 2014-2020 (2014);

Programa Operacional da Inclusão Social e Emprego (2014);

Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020, CCDR-N (2014);

Roadmap para o Empreendedorismo Social no Alto Minho, IES (2013);

Referências

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