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5/14/2015 Agentes Públicos e Agentes Políticos — ControladoriaGeral da União
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Agentes Públicos e AgentesPolíticos
É possível o exercício de atividade liberal para um servidor ocupante de cargo público?Qual a diferença entre agente político, agente público, servidor público, empregado público?Titulares de cargos de natureza especial e agentes políticos se sujeitam às normas disciplinares da Lei 8.112/90?
Qual a diferença entre cargo em comissão e função de confiança?Nos casos de irregularidade cometida fora da unidade de lotação, qual é a autoridade competente para instaurar oprocedimento apuratório?Nos casos de irregularidade cometida fora da unidade de lotação de quem é a competência julgadora e punitiva emsede disciplinar?Servidor em gozo de férias, licenças ou outros afastamentos pode responder a processo disciplinar?Servidor que está respondendo a Processo Administrativo Disciplinar pode ser exonerado, removido, obter licençaou aposentadoria? Titulares de cargos de natureza especial e agentes políticos se sujeitam às normas disciplinares da Lei 8.112/90?
É possível o exercício de atividade liberal para um servidor ocupante de cargo público?
Sob o enfoque generalista da Lei nº 8.112/90, a princípio pode não se vislumbrar incompatibilidade
entre diversas atividades liberais e o exercício do múnus público, desde que o objeto daquelas
atividades não guarde nenhuma relação com as prerrogativas do cargo, a prática se dê em horário fora
da jornada de trabalho e sem empregar nenhum material, instalações ou logística da repartição e
àquela atividade de nada sirvam as informações a que o executor tem acesso exclusivamente em
função de também ser servidor.
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Qual a diferença entre agente político, agente público, servidor público, empregado público?
O agente político é aquele detentor de cargo eletivo, eleito por mandatos transitórios, como os Chefes
de Poder Executivo e membros do Poder Legislativo, além de cargos de Ministros de Estado e de
Secretários nas Unidades da Federação, os quais não se sujeitam ao processo administrativo
disciplinar.
O agente público é todo aquele que presta qualquer tipo de serviço ao Estado, funções públicas, no
sentido mais amplo possível dessa expressão, significando qualquer atividade pública. A Lei de
Improbidade Administrativa (Lei nº 8429/92) conceitua agente público como “todo aquele que exerce,
por ASCOM — publicado 02/05/2014 17h10, últimamodificação 14/05/2014 15h13
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5/14/2015 Agentes Públicos e Agentes Políticos — ControladoriaGeral da União
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ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou
qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior”. Tratase, pois, de um gênero do qual são espécies o servidor público,
o empregado público, o terceirizado e o contratado por tempo determinado.
Servidores públicos são ocupantes de cargo de provimento efetivo ou cargo em comissão, regidos pela
Lei nº 8.112/90 e são passíveis de responsabilização administrativa, apurada mediante processo
administrativo disciplinar ou sindicância de rito punitivo.
O empregado público pode ter duas acepções:
a) Ocupante de emprego público na administração direta, autarquias e fundações, nos termos da Lei
9.962/2000, contratados sob regime da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A rescisão desses
contratos, em ato unilateral da administração, deve ser precedida de procedimento administrativo, com
garantias ao empregado de participação na produção de provas, ampla defesa e julgamento impessoal.
b) Ocupante de emprego público na administração pública indireta, nas empresas públicas, nas
sociedades de economia mista e nas fundações públicas de direito privado. Também são contratados
sob regime da CLT.
O agente público contratado por tempo determinado desempenha funções públicas desvinculadas de
cargos ou de empregos públicos, de forma precária e temporária, como os contratados por tempo
determinado para necessidade temporária de interesse público, desobrigados de concurso público.
Regulados pela Lei nº 8.745, de 09/12/93, não se sujeitam aos dispositivos da Lei nº 8.112/90.
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Titulares de cargos de natureza especial e agentes políticos se sujeitam às normas disciplinaresda Lei 8.112/90?
Os agentes políticos são os integrantes da alta administração governamental, titulares e ocupantes de
poderes de Estado e de responsabilidades próprios e especificamente enumerados na CF. Com base
em parecer vinculante da AGU, os detentores de cargos eletivos, eleitos por mandatos transitórios,
como os Chefes de Poder Executivo e membros do Poder Legislativo, além de cargos de Ministros de
Estado e de Secretários nas Unidades da Federação, não se sujeitam ao processo administrativo
disciplinar, in verbis:
ParecerAGU nº GQ35, vinculante: “4. A Lei nº 8.112, de 1990, comina a aplicação de penalidade a
quem incorre em ilícito administrativo, na condição de servidor público, assim entendido a pessoa
legalmente investida em cargo público, de provimento efetivo ou em comissão, nos termos dos arts. 2º e
3º. Essa responsabilidade de que provém a apenação do servidor não alcança os titulares de cargos
de natureza especial, providos em caráter precário e transitório, eis que falta a previsão legal da
punição. Os titulares dos cargos de Ministro de Estado (cargo de natureza especial) se excluem da
viabilidade legal de responsabilização administrativa, pois não os submete a positividade do regime
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jurídico dos servidores públicos federais aos deveres funcionais, cuja inobservância acarreta a
penalidade administrativa.”
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Qual a diferença entre cargo em comissão e função de confiança?
Ambos os cargos são criados por lei e se destinam apenas às atribuições de direção, chefia e
assessoramento na administração pública federal e são respectivamente preenchidos ou exercidas
mediante livre nomeação pela autoridade competente, na contrapartida das respectivas livres
exoneração e dispensa, a qualquer tempo (ad nutum), seja a pedido, seja de ofício, pela mesma
autoridade que nomeou.
A diferença reside no fato de que as funções de confiança são exercidas exclusivamente por servidores
ocupantes de cargo efetivo, enquanto os cargos em comissão podem ser preenchidos por servidores
que já detenham cargos efetivos de carreira, de acordo com percentuais estabelecidos na sua lei de
criação. Isto significa que, devendo ser ocupados por um percentual mínimo legal de servidores de
carreira, podese ter então as vagas restantes dos cargos em comissão ocupadas por pessoas sem
vínculo definitivo com a administração.
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Nos casos de irregularidade cometida fora da unidade de lotação, qual é a autoridade competentepara instaurar o procedimento apuratório?
No caráter espacial, temse que a apuração disciplinar privilegia o local do cometimento da suposta
infração.
Assim, quando o servidor comete suposta irregularidade dentro seu próprio órgão, mas fora de sua
unidade de lotação, (independente de estar ou não prestando algum serviço ou com qualquer forma de
vinculação jurídicoadministrativa na unidade onde comete o fato), a autoridade do local da ocorrência
deve representar, pela via hierárquica, para a autoridade regimentalmente competente para instaurar
sede disciplinar no local onde efetivamente ocorreu o fato e não para a autoridade com competência na
unidade de lotação do servidor.
Tal entendimento, além de reconhecer e garantir maior facilidade para se coletar a prova no local onde
ocorreu a suposta infração, presumindose mais provável que o fato tenha se tornado conhecido no
próprio local da ocorrência, também se mantém alinhado com o dever de o servidor representar em sua
via hierárquica e com o poderdever estabelecido no art. 143 da Lei nº 8.112/90, de a autoridade que
tem conhecimento do fato promover a instauração. Sendo assim, compete à autoridade
regimentalmente competente para instaurar sede disciplinar no local onde ocorreu o suposto ilícito
realizar o juízo de admissibilidade e, se for o caso, instaurar o processo disciplinar.
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Nos casos de irregularidade cometida fora da unidade de lotação de quem é a competênciajulgadora e punitiva em sede disciplinar?
A princípio, a AGU firmou entendimento de que o julgamento e a eventual aplicação da pena são um
único ato e, portanto, indissociáveis; e, nessa linha, concluiu que, em razão do princípio da hierarquia e
do fato de as repercussões do processo administrativo disciplinar se materializar sobre o cargo efetivo
do servidor, em caso de servidor que comete infração em órgão para o qual está cedido, a competência
de julgar e de aplicar a pena é da autoridade competente para tal no órgão cedente, onde mantém seu
cargo efetivo.
Não obstante, em situações em que o servidor comete o ato ilícito fora de sua jurisdição e dependendo
da estrutura organizacional do órgão, não há impedimento legal para que, excepcionalmente, desde
que não se vislumbre prejuízo à apuração da verdade material e em acordo com a autoridade com
competência instauradora na jurisdição da lotação do futuro acusado, possa a autoridade com
competência instauradora na jurisdição em que o fato foi cometido avaliar a conveniência de designar
comissão com integrantes daquela localidade e que lá o colegiado se instale, próximo ao acusado.
Com isso, ao mesmo tempo em que se respeita a regra geral de que a competência instauradora recai
sobre a autoridade do local do cometimento do ilícito (a mudança do local da instalação não se
confunde com aquela competência), também se contempla maior facilidade ao acusado em
acompanhar o processo, uma vez que não haveria amparo em lei para que o ordenador de despesas
autorizasse pagamento de passagens e diárias para acompanhamento do processo que transcorresse
fora de sua sede.
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Servidor em gozo de férias, licenças ou outros afastamentos pode responder a processodisciplinar?
Como regra geral, prevalece o entendimento de que estando o servidor no gozo de férias ou de licença
ou de outros afastamentos, não se elidem deveres, obrigações e impedimentos, legais ou
principiológicos, em relação à administração, previstos no Estatuto, tais como de manter conduta de
lealdade e de moralidade naquilo que especificamente ainda se associa ao cargo que ocupa, apenas
para citar dois valores de maior relevância. As férias, as licenças e outros afastamentos não são
hipóteses de vacância e, portanto, não têm o condão de cortar o vínculo do servidor com o órgão
público onde mantém seu cargo e sua lotação, não podendo, em conseqüência, servir de abrigo para o
cometimento de transgressões disciplinares.
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5/14/2015 Agentes Públicos e Agentes Políticos — ControladoriaGeral da União
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Servidor que está respondendo a Processo Administrativo Disciplinar pode ser exonerado,removido, obter licença ou aposentadoria?
A vedação constante da Lei nº 8.112/90 diz respeito à impossibilidade de concessão de exoneração a
pedido ou aposentadoria voluntária a servidor que responde a processo administrativo disciplinar.
Assim dispõe o artigo 172 do referido diploma legal:
“Lei nº 8.112, de 11/12/90 Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser
exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento
da penalidade, acaso aplicada”.
Entretanto, é preciso destacar que pode haver normatização interna em sede de cada órgão que
regule especificamente a questão e eventualmente condicione a remoção de servidor acusado em PAD
a algum fator, tal como autorização de autoridade hierarquicamente superior. Nesse sentido, o Manual
de Processo Administrativo Disciplinar.
“Em alguns casos, a notificação de servidor (bem como o afastamento desta situação) deve ser
comunicada também à autoridade instauradora e ao titular da unidade atual de lotação do acusado.
Estas providências se justificam porque, no curso do processo: em função da normatização interna de
cada órgão, é possível que férias, deslocamentos, remoção, licenças e afastamentos dependam de
autorização da autoridade instauradora”. (grifo nosso)
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Titulares de cargos de natureza especial e agentes políticos se sujeitam às normas disciplinaresda Lei 8.112/90?
Os agentes políticos são os integrantes da alta administração governamental, titulares e ocupantes de
poderes de Estado e de responsabilidades próprios e especificamente enumerados na CF. Com base
em parecer vinculante da AGU, os detentores de cargos eletivos, eleitos por mandatos transitórios,
como os Chefes de Poder Executivo e membros do Poder Legislativo, além de cargos de Ministros de
Estado e de Secretários nas Unidades da Federação, não se sujeitam ao processo administrativo
disciplinar, in verbis:
ParecerAGU nº GQ35, vinculante:
“4. A Lei nº 8.112, de 1990, comina a aplicação de penalidade a quem incorre em ilícito
administrativo, na condição de servidor público, assim entendido a pessoa legalmente investida em
cargo público, de provimento efetivo ou em comissão, nos termos dos arts. 2º e 3º. Essa
responsabilidade de que provém a apenação do servidor não alcança os titulares de cargos de
natureza especial, providos em caráter precário e transitório, eis que falta a previsão legal da
punição. Os titulares dos cargos de Ministro de Estado (cargo de natureza especial) se excluem da
5/14/2015 Agentes Públicos e Agentes Políticos — ControladoriaGeral da União
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viabilidade legal de responsabilização administrativa, pois não os submete a positividade do regime
jurídico dos servidores públicos federais aos deveres funcionais, cuja inobservância acarreta a
penalidade administrativa.”
Entretanto a NotaAGU nº WM 6/2005, elucida que nem todos os ocupantes de cargo de natureza
especial têm direito às prerrogativas de Ministro de Estado, podendo, portanto, os Secretários
Executivos serem incluídos como acusados nos PADs.
Outro entendimento, contido na alínea ‘c’ do item 8 da presente Nota (fls. 10,11 e 12), diz respeito
à legislação a que estariam submetidos os ocupantes de cargo de natureza especial,
essencialmente para afirmar que teriam prerrogativas, garantias, vantagens e direitos equivalentes
aos de Ministro de Estado, com base no disposto no art. 15 da Lei nº 9.527, de 10 de dezembro de
1997, nas Leis nºs 9.030, de 13 de abril de 1995, 10.415, de 21 de março de 2002, e 10.539, de
23 de setembro de 2002, bem como nos arts. 38, 39 e 40 da Lei nº 10.683, de 28 de maio de
2003.
Vale ressaltar, entretanto, que de acordo com a legislação citada, nem todos os cargos de
natureza especial têm asseguradas essas prerrogativas, vantagens e direitos equivalentes aos
cargos de Ministro de Estado.
Com efeito, apenas aos cargos de natureza especial de que trata o art. 38 da Lei nº 10.683, de
2003, especificamente em razão do disposto em seu § 1º, é que estariam asseguradas essas
prerrogativas, garantias, vantagens e direitos. Quanto aos demais, de que tratam os arts. 39 e 40
da Lei nº 10.683, de 2003, e as Leis nºs 10.415, de 2002, e 10.539, de 2002, não há previsão
legal nesse sentido.