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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 8 • nº1760 Casa Nova No sertão baiano, famílias agricultoras dispõem de tecnologias apropriadas para conviver com as longas estiagens, tão comuns para quem vive nessa região. No município de Casa Nova, Bahia, temos como exemplo, a família de Seu Jorge da Rocha e Dona Raimunda da Rocha. Nascido e criado na roça, com o rosto queimado pela quentura do sol e mãos calejadas pelo trabalho no campo, Seu Jorge foi beneficiado com uma cisterna de enxurrada há cinco anos e desde então, faz uso permanente da água que se acumula para produzir hortaliças, grãos, mandioca, milho, melancia e outras frutas. A cisterna, seja de enxurrada ou de produção, são partes do programa P1+2 (Uma Terra e Duas Águas), que pretende suprir a necessidade das pessoas e dos animais, garantindo também um uso sustentável e agroecológico da água e da terra. Além disso, possibilita a venda da produção de grãos, hortaliças e outros, gerando renda para as famílias. No caso de Seu Jorge, a água é mais para a sobrevivência da família, já que está aposentado. Desde que foi beneficiado com a cisterna com capacidade para guardar 52 mil litros de água, Seu Jorge não parou de utilizá-la. Ele diz que planta toda semente que lhe oferecem. Setembro/2014 Água armazenada em cisterna garante produção agropastoril Seu Jorge mostrando mais uma experiência. Vagem «Algodão de seda». Muito usado na ração animal do semiárido

Água armazenada em cisterna garante produção agropastoril

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O boletim traz um pouco da história de Seu Jorge, nascido e criado no sertão da Bahia, município de Casa Nova. Seu Jorge faz experiências com plantio de hortaliças, grãos, mandioca e algumas frutas. Tudo possibilitado pela aquisição de cisterna.

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Page 1: Água armazenada em cisterna garante produção agropastoril

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 8 • nº1760

Casa Nova

No sertão baiano, famílias agricultoras dispõem de tecnologias

apropriadas para conviver com as longas estiagens, tão comuns

para quem vive nessa região. No município de Casa Nova, Bahia,

temos como exemplo, a família de Seu Jorge da Rocha e Dona

Raimunda da Rocha. Nascido e criado na roça, com o rosto

queimado pela quentura do sol e mãos calejadas pelo trabalho no

campo, Seu Jorge foi beneficiado com uma cisterna de enxurrada

há cinco anos e desde então, faz uso permanente da água que se

acumula para produzir hortaliças, grãos, mandioca, milho,

melancia e outras frutas.

A cisterna, seja de enxurrada ou de produção, são partes do

programa P1+2 (Uma Terra e Duas Águas), que pretende

suprir a necessidade das pessoas e dos animais, garantindo

também um uso sustentável e agroecológico da água e da

terra. Além disso, possibilita a venda da produção de grãos,

hortaliças e outros, gerando renda para as famílias. No caso

de Seu Jorge, a água é mais para a sobrevivência da família,

já que está aposentado. Desde que foi beneficiado com a

cisterna com capacidade para guardar 52 mil litros de água, Seu Jorge não parou de utilizá-la. Ele diz que

planta toda semente que lhe oferecem.

Setembro/2014

Água armazenada em cisterna garante produção agropastoril

Seu Jorge mostrando mais uma experiência. Vagem

«Algodão de seda». Muito usado na ração animal do semiárido

Page 2: Água armazenada em cisterna garante produção agropastoril

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Bahia

Seu Jorge explica que, com a água por perto, faz muitas

experiências de plantio e, com a paciência que os 78 anos

de vida lhe deram, observa com alegria quando as

sementes começam a vingar. Ele diz que antes era mais

difícil devido aos longos períodos sem chuva e a falta de

conhecimento sobre como armazenar melhor a água

vinda do céu. Além da mandioca, do feijão e do milho, já

bem conhecidas de Seu Jorge, já plantou laranja, caju,

melancia e vagem; o alface, couve, coentro e ervas utilizadas para fazer chá. Seu Jorge levanta bem

cedo para botar água nos canteiros. Ele explica que a produção de sua horta não é mais vendida na feira

da cidade ou nos povoados. Ele diz que não precisa vender para sobreviver. Costuma doar aos amigos

ou oferecer gratuitamente aos visitantes.

Seu Jorge cria caprino e galinhas, e alimenta os a criação com parte da colheita, o que garante a ração

sem precisar comprar. Sua família também produz queijo a partir do leite de cabra, para ser

comercializado em toda região, principalmente na feira do município de Casa Nova. Com o sucesso de

suas experiências agrícolas e com os animais, Seu Jorge incentiva também os compadres e suas

famílias a adquirir a tecnologia de captação de água que ele diz ter melhorado muito sua vida de

agricultor. Conta que antes, quando faltava água, faltava trabalho. Hoje, se sente agradecido por não

faltar esse recurso essencial para sua família e sua pequena propriedade.

Realização Apoio

Cisterna de enxurrada para armazenar 52 mil livros de água

Horta com plantas variadas Caprinovinocultura: importante fonte de renda para famílias sertanejas