20
ÁGUA - ELEVAÇÃO Antigos instrumentos de elevação de água Os instrumentos de elevação de água que vou mostrar neste post, apesar de serem na sua maioria de origem muito antiga, são quase todos do meu conhecimento pessoal, tendo operado ou pelos menos visto em funcionamento a maior parte deles. São instrumentos que funcionavam através da força humana ou animal, à exceção da bomba eólica, da roda de água e da bomba solar, sendo esta última a de origem mais recente. De resto, estes instrumentos que começam no cabaço e terminam na bomba solar, passando por sistemas que apesar de manuais demonstram na sua composição um respeitável trabalho de engenharia mecânica, refletem a evolução havida nestes sistemas, evolução que é comum, afinal, a todos os instrumentos de trabalho e a tudo o que nos rodeia. CABAÇO Outras designações: Aguadoiro, aguador, regador, gravano. Origem e antiguidade O cabaço terá sido utilizado desde os primórdios da agricultura de regadio (há cerca de 5000 anos. Apresenta uma área de distribuição muito vasta, da Europa ao Extremo Oriente. Em Portugal encontra-se um pouco por todo o país, mas com menor incidência no sul. Funcionamento O cabaço é mergulhado no poço e logo que esteja cheio a água é despejada na caleira ou sulco que a conduz ao local a regar, podendo também ser lançada diretamente sobre a cultura.

Água - Elevação

Embed Size (px)

DESCRIPTION

HIDRO

Citation preview

GUA - ELEVAO

Antigos instrumentos de elevao de gua

Os instrumentos de elevao de gua que vou mostrar neste post, apesar de serem na sua maioria de origem muito antiga, so quase todos do meu conhecimento pessoal, tendo operado ou pelos menos visto em funcionamento a maior parte deles. So instrumentos que funcionavam atravs da fora humana ou animal, exceo da bomba elica, da roda de gua e da bomba solar, sendo esta ltima a de origem mais recente. De resto, estes instrumentos que comeam no cabao e terminam na bomba solar, passando por sistemas que apesar de manuais demonstram na sua composio um respeitvel trabalho de engenharia mecnica, refletem a evoluo havida nestes sistemas, evoluo que comum, afinal, a todos os instrumentos de trabalho e a tudo o que nos rodeia.

CABAOOutras designaes: Aguadoiro, aguador, regador, gravano.

Origem e antiguidadeO cabao ter sido utilizado desde os primrdios da agricultura de regadio (h cerca de 5000 anos. Apresenta uma rea de distribuio muito vasta, da Europa ao Extremo Oriente. Em Portugal encontra-se um pouco por todo o pas, mas com menor incidncia no sul.

FuncionamentoO cabao mergulhado no poo e logo que esteja cheio a gua despejada na caleira ou sulco que a conduz ao local a regar, podendo tambm ser lanada diretamente sobre a cultura.

ObservaesOriginalmente feito de cabaa, como o prprio nome indica, pode tambm ser feito de lata, madeira ou cortia. A maior parte dos que conheci eram feitos em chapa zincada, creio que nos tempos mais recentes seriam, na sua maioria, assim construdos, visto tratar-se de um material leve e duradouro. Mas a verdade que, atualmente, ainda utilizo um destes instrumentos, feito com toda a simplicidade, de um velho balde de plstico.

CEGONHOOutras designaes:Cegonha de rabo, baldeador, zorra.

Origem e antiguidadeTudo indica que a sua existncia se confina a Portugal, podendo tratar-se de uma criao regional. Encontra-se distribudo pela zona litoral sul, com maior incidncia no Baixo-Alentejo e Algarve. Desconhece-se quando ter surgido, mas ter sido, certamente, em tempos remotos.

FuncionamentoAplicao do princpio da alavanca interfixa, sendo a potncia exercida alternadamente nos dois braos, conforme se eleva a gua ou se vai em sua busca.

ObservaesEm cegonhos de grandes dimenses podem existir dois rabos, o que possibilita serem acionados por duas pessoas em simultneo.

PICOTAOutras designaes:Cegonha, gaivota, baldo, burra, morcego, picano, cambo, balano, engenho, zangarela.

Origem e antiguidadeDesconhecidas. Este instrumento j era utilizado no antigo Egipto e foi difundido desde a Pennsula Ibrica ao Japo, estando as maiores concentraes na Europa Ocidental e no Extremo Oriente.

Em Portugal encontra-se distribudo por todo o pas, com menor incidncia no Alentejo e Litoral norte, a partir do rio Douro.

Observaes talvez o mais antigo sistema elevatrio ainda em funcionamento.

ROLDANAOutras designaes: Corret.Origem e antiguidadeDesconhecidas. Difundida desde tempos remotos por toda a Europa, frica do Norte, Mdio Oriente e China. Em Portugal muito comum no Litoral Norte, desde o rio Vouga ao rio Minho.

Funcionamento um dos sistemas mais simples. Na roldana corre a corda onde est suspenso o balde, evitando o atrito na borda do poo, facilitando assim o esforo do operador, que puxa de cima para baixo. o sistema da alavanca interfixa de braos iguais (equivalendo estes ao dimetro da roldana), constituindo o balde de gua a resistncia, e o operador a potncia.

ObservaesUm sistema de roldanas mltiplas foi desenvolvido por Arquimedes, que o utilizou para deslocar massas considerveis.

SARILHOOutras designaes:Rolete.

Origem e antiguidadeDifundido na Europa Ocidental e Central, a partir da Idade Mdia, o nome Sarilho deriva do ensarilhar (enrolar) da corda no cilindro de madeira. Em Portugal um instrumento muito comum no Litoral norte desde o rio Vouga ao rio Minho.

FuncionamentoAparelho que assenta num princpio semelhante ao da roldana; consiste num cilindro horizontal, com espiges de ferro nas extremidades, um dos quais prolongado e que constitui a manivela. O sarilho , pois, uma alavanca interfixa, em que o brao da resistncia, o raio do cilindro e o brao da potncia o comprimento da manivela.

ObservaesEm alguns pases, em vez de um cilindro utilizado um cone truncado.

Instrumentos deste tipo eram utilizados tambm na abertura de poos para fazer a extrao da terra. Na corda era pendurada uma espcie de gamela de madeira que descia at ao ponto onde decorriam as escavaes. Depois de cheia pelos trabalhadores que operavam no interior do poo era puxada por uma ou duas pessoas, pois estes aparelhos podiam ter uma manivela em cada extremidade. Depois a gamela era puxada de zorro e despejada num ponto um pouco afastado do local onde se faziam as escavaes de modo a ter sempre espao livre junto ao poo.

RABIOOutras designaes:Bomba de picota

Origem e antiguidade:Originria da Europa e difundida a partir da Idade Moderna.

Em Portugal encontra-se distribuda pelo Litoral Norte e Centro, principalmente entre os rios Lima e Mondego.

Funcionamento:Consiste num ou mais tubos (ou troncos de pinheiro furados), em conjunto com um sistema de duas vlvulas uma fixa e outra mvel (o Junco e a Cesta). O sistema acionado por uma alavanca de madeira; esta gira em torno de um eixo de ferro colocado no cimo da bomba, que ao entrar em movimento faz subir e descer um mbolo de ferro, que tem na extremidade inferior a bomba mvel que aspira a gua. Esta impedida de descer novamente por ao da vlvula fixa.

ObservaesOs troncos foram sendo, progressivamente, substitudos por tubos de fibrocimento.

BOMBA MODERNAOutras designaes:Bomba de Volante.

Origem e antiguidadeDifundida na Europa durante o sculo XIX. Em Portugal est distribuda irregularmente e mais vista nas proximidades de centros urbanos e em casas de campo.

Funcionamento: composta por uma roda de ferro de quatro raios, suspensa num eixo, tambm em ferro, que gira apoiada numas chumaceiras, com ou sem manivela. Esta a parte mais visvel do aparelho.

ObservaesNo que toca aspirao de gua, possui uma bomba cujo funcionamento semelhante ao das bombas de rabio.

(Pode ver uma destas bombas em funcionamento neste mesmo blog, em Bombas antigas de volante.)RODA DE GUAOutras designaes:Roda Persa,Nora, Nora de corrente.

Origem e antiguidadeTer sido introduzida na Pennsula Ibrica pelos rabes, por volta dos sculos X e XI. Ainda existem um pouco por todo o pas, mas j poucas se vem em funcionamento.

FuncionamentoAs rodas de gua ou noras de corrente so sistemas antigos, utilizados para elevar a gua de rios ou canais de rega. Estas noras no necessitam de qualquer esforo humano ou animal para se movimentarem, pois so impulsionadas pela fora da corrente que aplicada s ps que tm entre cada alcatruz (recipiente metlico ou cermico que transporta a gua). Desde que exista gua com corrente suficiente para a mover pode trabalhar vinte e quatro horas por dia. Normalmente, a gua que elevam segue atravs de tubos ou caleiras para grandes tanques situados numa cota superior aos terrenos destinados a irrigao sendo depois a gua distribuda pelas culturas, por gravidade.

ObservaesEncontram-se muitas noras com finalidade decorativa em rotundas e outros locais de grande visibilidade, funcionando movidas por motores eltricos.

(Pode ver neste blog em Construir uma roda de gua para produzir energia duas destas noras a funcionar, como atraco turstica, em rotundas.)ENGENHOOutras designaes:Nora, nora de eixo curto alto, roda de tirar gua.

Origem e antiguidadeSupe-se que seja de origem moura e tenha sido difundida a partir do Norte de frica. Em Portugal est muito difundida no Centro Litoral, principalmente na rea compreendida entre o rio Vouga e a Plancie Ribatejana.

FuncionamentoInstrumento de trao animal.

acionado pelo movimento de um animal (boi, burro ou cavalo) em volta do poo, ao qual se encontra presa uma vara que faz girar uma engrenagem. Esta aciona a roda em que se encontram fixos os alcatruzes (baldes) e mergulham no poo, trazendo a gua que despejada num tabuleiro.

ObservaesUtilizada para elevar gua de poos, valas ou rios, aquedutos ou terrenos situados a nveis mais elevados.

PRESA DE ENGENHOOutras designaes:Engenho, sifo, presa de taco.

Origem e antiguidadeSo desconhecidas. No pas este sistema est distribudo irregularmente e conhecido em Celorico de Basto, Sta. Tecla, Terras de Bouro, Baio, Fafe, Penafiel, Vizela.

FuncionamentoEste instrumento faz a aplicao do princpio do sifo para evitar que a gua transborde e danifique as presas e as culturas durante a poca em que no necessrio regar. Desta, maneira ningum precisa de se preocupar com as presas, pois elas enchem-se e esvaziam-se sem a interveno do homem. O processo o seguinte: escolhe-se uma pedra de granito com a altura da presa e fazem-se dois buracos paralelos no sentido da altura. Depois abre-se um entalhe na face superior da pedras, a ligar os bordos dos buracos e coloca-se por cima outra pedra tambm com um entalhe semelhante, que se ajusta quele, de maneira a estabelecer uma comunicao entre os dois buracos verticais. A pedra colocada na presa de maneira que um dos tubos fica dentro da gua e o outro sobre o rego condutor. Quando a gua sobe dentro da presa, o tubo vai-se enchendo tambm, at que, chegando ao buraco horizontal, forma sifo e a presa esvazia-se.

BOMBA ELICAOrigem e antiguidadeA origem dos aparelhos existentes em Portugal no consensual. Por um lado os que se encontram na regio algarvia tero mais semelhana com os que possvel observar na regio mediterrnica, principalmente na ilha de Creta. No entanto, aqueles que se encontra nas regies Centro e Norte sero mais semelhantes a sistemas do norte da Europa. Mais recentemente, a adaptao industrial deste tipo de aparelhos deu origem ao chamado moinho de vento americano, atualmente mais difundido, categoria em que se inclui o exemplar aqui representado.

FuncionamentoA fora motriz deste aparelho a fora do vento (energia elica), que faz girar a roda de ps localizada no alto da torre. Esta roda aciona um veio que transmite a energia a uma bomba que se encontra no interior do poo. Esta bomba, atravs de um sistema de vlvulas (semelhante bomba de rabio) faz a elevao da gua sempre que o vento faz girar a engrenagem.

ObservaesNa construo original destes aparelhos eram utilizados materiais como madeira (estrutura e velas), tecido (velas) e ferro (elementos de ligao e transmisso de movimento.

No blog, em Moinhos de bombagem de gua tipo americano, pode ver um destes moinhos, de construo muito recente, em pleno funcionamento. Se pretender saber mais sobre a histria destas bombas pode consultar A histria dos moinhos de vento americanos.BOMBA SOLAROrigem e antiguidadeMuito recente. Provavelmente encontra-se ainda pouco divulgada.

FuncionamentoTrata-se de uma bomba cujo princpio de funcionamento presente semelhante a uma bomba manual, com as devidas adaptaes para um sistema cuja fora motriz a energia eltrica. H imensas bombas eltricas, desde as que se encontram presentes nas vulgares mquinas de lavar roupa at s que fazem chegar a gua s nossas casas. No entanto, a particularidade da que aqui se encontra presente, a fonte da energia. Trata-se de uma bomba cuja energia eltrica obtida a partir da luz solar.

ObservaesUma bomba deste tipo pode ser montada em qualquer lado, sem grandes limitaes. Pode trabalhar continuamente bastando apenas que haja luz suficiente.(A bomba da imagem apenas demonstrativa e no tem o painel ou painis solares).Fontes:Mostra de instrumentos de elevar gua tradicionais na Mata Nacional do Choupal, em Coimbra, onde foram captadas algumas das imagens presentes no post.

Pesquisas no terreno, em diversos locais.

O meu prprioconhecimentopessoal.

Acabou de copiar contedo de uma fonte primria. Por favor coloque o link da pgina no seu trabalho!http://meioseculodeaprendizagens.blogspot.com/2014/01/antigos-instrumentos-de-elevacao-de-agua.html#ixzz3hMPTQxMlGAIVOTAS E NORAS DE ALCATRUZES

Finalmente chegou a primavera. verdade que o tempo continua muito instvel, com chuva e frio, a fazer-nos lembrar que ainda estamos longe dos saudosos dias de sol, com temperaturas amenas a fazerem convidar a um contacto mais ntimo com a natureza. O inverno foi duro com muito frio, chuva e vento, que provocaram algumas catstrofes no nosso pas, com destaque para o autntico dilvio que aconteceu na Madeira e que provocou o desastre que j todos sobejamente conhecemos.

Entretanto, os terrenos continuam saturados de gua, o que est a atrasar alguns trabalhos no campo, principalmente a sementeira de batatas tempors. Seja como for, daqui a algum tempo ser necessrio iniciar o perodo de regas e, para isso, tirar da hibernao as bombas elctricas ou de combusto, ou seja, os nossos motores de rega, que so agora os instrumentos mais utilizados para esse fim.

Mas no foi sempre assim. Nos meus tempos de mido, embora j existissem, era muito raro algum possuir um aparelho desses. Os agricultores mais pobres utilizavam com frequncia um instrumento rudimentar que na zona onde vivo era conhecido como gaivota, mas que tambm tinha os nomes de cegonha, picota, burra, balana e outros, conforme as regies onde era utilizado. Este aparelho era constitudo por um tronco enterrado no solo, tendo no cimo uma forquilha que por vezes era feita pela prpria bifurcao das pernadas de uma rvore. Nesta forquilha colocava-se um pau com cerca de cinco ou seis metros de comprimento que se movia num eixo colocado nas duas hastes da forquilha e que tinha numa extremidade um contrapeso que, normalmente, era uma pedra. No outro extremo do pau era pendurada, na vertical, uma vara fina que tinha na ponta inferior um gancho onde se enfiava a asa do balde. O contrapeso servia para ajudar a subir o balde cheio de gua, mas para o fazer descer tornava-se um obstculo, pelo que o seu peso tinha de ser regulado de modo a que tanto a subida como a descida do balde fosse feita com o menor esforo possvel.

A gua era despejada num tabuleiro de madeira de onde saa directamente para o rego, sendo depois encaminhada para as culturas, efectuando-se a rega por gravidade, mais conhecida na zona por rega de p. Claro que, atendendo s condies difceis em que a elevao era efectuada, o rego transportava um volume muito reduzido de gua, o que apenas permitia a irrigao de pequenas hortas.

A origem e antiguidade deste instrumento perdem-se nas brumas do tempo, sabendo-se que existiu j no Antigo Egipto, portanto h alguns milhares de anos, tendo-se difundido um pouco por toda a Europa e tambm no Extremo Oriente. Penso que ainda utilizada no nosso pas para elevar pequenas quantidades de gua, vendo-se por a muitas a servir de adorno rstico em quintais e diversas propriedades rurais.

Outro sistema muito utilizado por aqui, mas em grande parte apenas por agricultores mais abastados, era o engenho ou nora de alcatruzes. Esta tecnologia de elevao de gua pensa-se que ter sido introduzida na Pennsula Ibrica pelos rabes, h muitas centenas de anos.

Este engenho, localizado na Quinta da Paiva, foi restaurado e encontra-se em pleno estado de funcionamento.

Estas noras eram movidas pela fora de animais e, nesta zona, utilizava-se sobretudo o boi ou o burro, o que logo partida era uma exigncia de algum poder econmico, pois h quatro ou cinco dezenas de anos possuir um animal desses no era para qualquer um e um engenho dessa natureza tambm no devia ser nada barato, devido no s quantidade de ferro empregada no sistema, mas tambm sua configurao e engrenagens complicadas que, na altura, deviam dar muito trabalho a fazer.

Do ponto mais alto do sistema saa uma trave de madeira que na ponta formava a canga, sendo esta engatada ao cachao do animal (como nos carros de bois) e este girava volta do poo fazendo rodar a roda horizontal, sendo essas rotaes eram transmitidas roda vertical atravs de uma engrenagem dentada. Nesta roda estava pendurada a corrente de alcatruzes que, como lgico, era de dimetro varivel, de acordo com a profundidade do poo. Os alcatruzes desciam de boca para baixo, mergulhavam e subiam cheios de gua.

Neste poo, pouco profundo, v-se a cadeia de alcatruzes.

Um dado curioso era o facto de os recipientes terem um buraco no fundo, o que fazia com que na subida fossem vertendo gua que ia caindo de alcatruz para alcatruz sucessivamente, at que chegados ao cimo despejavam para um tabuleiro de madeira ou de metal que tinha um canal que dirigia a gua para o rego. Penso que o furo nos alcatruzes tinha como finalidade fazer o seu vazamento quando o engenho no estava a servir e impedir assim que apodrecessem mais rapidamente. Para este efeito tambm eram banhados com alcatro e da a sua cor ser normalmente negra. No entanto, muitos ficavam mergulhados na gua e durante o inverno tinham que ser desmontados para no se deteriorarem, mas no tenho a certeza de que isso acontecesse sempre.

Os animais quando trabalhavam na nora costumavam ter os olhos vendados para evitar que se desorientassem, sendo esse risco real, pois muitas vezes andavam volta do poo sem ningum a gui-los e assisti uma vez a um caso desses, em que um boi comeou a correr desenfreadamente, tendo provocado danos graves na nora.

Outro tipo de engenho

Nesta zona (interior do distrito de Coimbra), existiam numerosos engenhos deste gnero e, pelo que me dado observar, a maior parte dos poos mais antigos ainda os tm montados, apesar de na maior parte dos casos estarem completamente inoperacionais, porm ainda se encontram alguns que foram recuperados e at aplicados em novos poos, mais para servirem de adorno e como recordao, do que para um funcionamento efectivo.

Tambm existiam engenhos deste tipo construdos em madeira, como este das fotografias seguintesque se encontra em exposio na Quinta da Paiva e, como pude constatar, ele quase totalmente feito em madeira excepo da cadeia de alcatruzes. Foi construdo em 1936 e denota um notvel trabalho artesanal.

Engenho de madeira

Existiam por aqui outros sistemas de elevao de gua para regas, de que falarei mais tarde.

Leia outros artigos referentes regio de Coimbra, listados emZONA CENTRO

Acabou de copiar contedo de uma fonte primria. Por favor coloque o link da pgina no seu trabalho!http://meioseculodeaprendizagens.blogspot.com/2010/03/gaivotas-e-noras-de-alcatruzes.html#ixzz3hMPsrg38Engenhos de captao de gua Picota Nora Moinho AmericanoPicota

Picota tradicional

Engenho simples e tosco em madeira, existente h 5000 anos e que originria da Mesopotmia, outras fontes referem ser de origem romana, que servia para tirar gua dos poos pouco fundos ou de vales, rios e ribeiras, para as regas.

Apicota ou cegonha um aparelho de elevar gua que, at muito recentemente, era usada de norte a sul do pas. Hoje, restam algumas, essencialmente em poos, com pouco ou nenhum uso, que ainda resistem popular moto-bomba.

Utilizadas por diferentes povos desde tempos muito recuados foi usual no s em Portugal mas tambm na Espanha, na Frana, na Grcia, no Egipto, e da at ao Japo, sem quebra de continuidade.

De umavara compridaque balanceia sobre uma forquilha est pendurado, de um lado, obaldeque se mergulha na gua. Do outro umcontrapeso,vulgarmente de pedra, faz subir o balde cheio de gua. Aforquilha geralmente de madeira. Mas na Beira Alta, onde intensamente se praticava a rega picota, usam-se, a par da forquilha de madeira, um ou doisesteios de granito, mais baixos e mais largos que os da vinha, onde gira a vara que forma o balanc.

Engenhos deste tipo so j representados em antigas pinturas egpcias desde 1.500 a.C.podendo levantar gua a mais de metro e meio. Na Babilnia, Mesopotmia, o seu uso mais antigo sendo j testado no terceiro milnio a.C.

Outro mtodo usado para irrigar o campo, o dopicano, uma tcnica executada pelo homem que permitia tirar gua com relativa facilidade dos poos e ribeiros baixando e levantando um balde preso no extremo de uma vara. Os audes, muros de pedra construdos na ribeira ou levadas, serviam para reter, elevar e desviar a gua destinada rega,heranas rabesque contriburam para a evoluo da cultura de regadio um pouco por toda a parte. Na nossa regio era conhecida por picota ou gaivota. Mas tinha outros nomes:Cegonha, balana, burra, picano, saragonha, varola, zabumba, zangarela, bimbarra.

Nora

Nora

Introduzida pelos rabes, aNora um engenho ou aparelho para tirar guade poos ou cisternas. constituda por umaroda com pequenos reservatrios ou alcatruzesem que o engenho est todo a descoberto e o animal trabalha num crculo volta da nora, geralmente no sentido dos ponteiros do relgio, embora a da nossa quinta gire no sentido inverso.

As noras de tirar gua soinstrumentos fixos e circulares usados para captar a gua do subsolopara, posteriormente, ser utilizada nas culturas de regadio.

Compostas por umaroda que faz mover a corda, ou cadeia metlica, a que esto presos alcatruzes baldes que transportam a gua as noras mouriscas conduziam a gua s partes mais elevadas dos terrenos cultivados. Estas eramaccionadas por mulas, burros, machos ou vacas de trabalhoque se deslocavam de olhos vendados num movimento circular volta do engenho. Possui umahaste horizontal acoplada a um eixo verticalque por sua vez estligado a um sistema de rodas dentadas. Este sistemafaz circular um conjunto de alcatruzes entre o fundo do poo e a superfcie exterior. Os alcatruzes descem vazios, so enchidos no fundo do poo, regressam e quando atingem a posio mais elevada comeam a verter a gua numa calha que a conduz ao seu destino. O ciclo de ida e volta dos alcatruzes ao fim do poo para tirar gua mantm-se enquanto se fizer rodar a haste vertical e o poo tiver gua.

Tradicionalmente as noras so engenhos de traco animal. Estes engenhos vieram em muitos casos substituir a picota ou cegonha anteriormente utilizados como engenhos principais para tirar gua na Pennsula Ibrica onde se pensa que tenham sido introduzidos pelos rabes.

Uma nora a tirar gua de um poo

Tradicionalmente as noras so engenhos de traco anima. Estes engenhos vieram em muitos casos substituir a picota ou cegonha anteriormente utilizados como engenhos principais para tirar gua na Pennsula Ibrica. Pensa-se que a sua introduo na Pennsula Ibrica de origem rabe.

Possui uma haste horizontal acoplada a um eixo vertical que por sua vez est ligado a um sistema de roda dentada, rodas dentadas. Este sistema faz circular um conjunto de alcatruzes (copos) entre o fundo do poo e a superfcie exterior. Os alcatruzes (copos) descem vazios, so enchidos no fundo do poo, regressam e quando atingem a posio mais elevada comeam a verter a gua numa calha (maceira) que a conduz por um ao seu destino. O ciclo de ida e volta dos alcatruzes ao fim do poo para tirar gua mantm-se enquanto se fizer rodar a haste vertical e o poo tiver gua

Assuntos:fotospublicado por Rebolosa s 10:01

Moinho Americano

Moinho Americano

Este modelo de moinho americano (702) foi produzido a partir de 1933 e constitui-se no catavento mais fabricado de sempre, conhecido pela sua qualidade de construo, leveza e fiabilidade.

O nosso moinho americano esteve anteriormente a funcionar em Cascais na quinta do Antnio da Horta, onde hoje funciona o Mercado, e foi adquirido por Armando Villar por volta de 1940.

Tem o mecanismo mais antigo que se conhece na zona de Cascais e arredores, sendo provvel que seja anterior a 1900. Foi todo desmontado, metalizado, pintado e reparado, por um dos ltimos reparadores de moinhos, o Sr. Raposo. Todas as peas so originais excepto os parafusos e porcas (que eram quadradas e no hexagonais) porque estavam de tal forma enferrujados que tiveram que ser serrados.