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% 0§ % 0§ e ) ARMANE B 1 BI V - DUP- O 1/ 4 E XrA L.>J O COM DUPLO FILTRO NOTA DA REDACÇÃO UANDO, na primeira ida da Imprensa moçambicana a Lusa, em Junho ultimo, um jornalista perguntou a Somara Machel $a a FRELIMO atava preparada para assumir o poder em Muçam. bique, o lidar do povo moçambicano voltou-se para todos os jornalistas ac nis presentes n sala onde decorria a conferência de Imprnsa' e perguntou por sua vez: «Os coaipahealra que acham? Acham que estôo provaradoe? Acham que estames todos s"s, moçambiosos. proerd pera eassumir a rspeueblnidade da Na,~o?Samor Machel pôs assim, julgamos, o dedo na ferida: uma ferida antiga, herdada de 48 anos de fascismo de 500 de colonialismo. Um dos objectivos priucipais da ideologia de todos os regims opreseoras á desmobilizar politicamente o povo, despolitizá-lo. alheá-la do seu próprio destino. Assim agiu, coerentemente, o regime colonlal-fascesta de Salazar/Caetano, remetendo os povos português e moçambicano para a ignorância: dessa ignorância resultava o desinterease pelo que se pasava â sua volta, pela sociedade a que pertenciam, na medida em que tudo lhes parecia obscuro e incompreensivel: a 'miséria em que viviam, o facto de haver exploradores e explorados. A política, que a todos diz respeito~ ficava assim reservada para uma falsa elite de profissionais,, que governavam o pais no estrito interesse da classe capitalista dominante. O próprio agravamento progressivo das condições de exploração e de opressão acabaria por despertar a consciência revolucionária das grandes massas populares em Portugal e Moçambique: no nosso pais, desde há 10 anos que uma luta revolucionária armada abalava, cada vez mais fortemente, o tenebroso edifício do colonial-fascismo: em Portugal, as contradições do sistema, agravadas pela falência, dia a dia mais evidente, da política colonial, acabariam por levar à vitória das forças democráticas em 25 de Abril. Neste momento, cá como lá, o povo está no poder. Deve portanto mostrar-se à altura de assumir esse poder: a revolução moçambicana, para ser levada a bom termo, precisa da iniciativa criadora do povo: pre. cisa da Iniciativa criadora de todos nós, moçambicanos. Não podemos ficar é espera que a FRELIMO, ou que o

ahmtem19741006 - JSTORpsimg.jstor.org/fsi/img/pdf/t0/10.5555/al.sff... · melhor da nossa inteligência * do nosso esforço, o melhor das nossas capacidades:em tudo o que fizer. moas

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    % 0§e) ARMANE B1BI

    V - DUP- O1/4E XrA L.>J O COM DUPLO FILTRO

    NOTA DA REDACÇÃOUANDO, na primeira ida da Imprensa moçambicana a Lusa, em Junho ultimo,um jornalista perguntou a Somara Machel $a a FRELIMO atava preparada paraassumir o poder em Muçam.bique, o lidar do povo moçambicano voltou-se para todos os jornalistas ac nispresentes n sala onde decorria a conferência de Imprnsa' e perguntou por sua vez:«Os coaipahealra que acham? Acham que estôo provaradoe? Acham que estamestodos s"s, moçambiosos. proerd pera eassumir a rspeueblnidade daNa,~o?Samor Machel pôs assim, julgamos, o dedo na ferida: uma ferida antiga,herdada de 48 anos de fascismo de 500 de colonialismo. Um dos objectivospriucipais da ideologia de todos os regims opreseoras á desmobilizarpoliticamente o povo, despolitizá-lo. alheá-la do seu próprio destino. Assim agiu,coerentemente, o regime colonlal-fascesta de Salazar/Caetano, remetendo ospovos português e moçambicano para a ignorância: dessa ignorância resultava odesinterease pelo que se pasava â sua volta, pela sociedade a que pertenciam, namedida em que tudo lhes parecia obscuro e incompreensivel: a 'miséria em queviviam, o facto de haver exploradores e explorados. A política, que a todos dizrespeito~ ficava assim reservada para uma falsa elite de profissionais,, quegovernavam o pais no estrito interesse da classe capitalista dominante.O próprio agravamento progressivo das condições de exploração e de opressãoacabaria por despertar a consciência revolucionária das grandes massas popularesem Portugal e Moçambique: no nosso pais, desde há 10 anos que uma lutarevolucionária armada abalava, cada vez mais fortemente, o tenebroso edifício docolonial-fascismo: em Portugal, as contradições do sistema, agravadas pelafalência, dia a dia mais evidente, da política colonial, acabariam por levar à vitóriadas forças democráticas em 25 de Abril.Neste momento, cá como lá, o povo está no poder. Deve portanto mostrar-se àaltura de assumir esse poder: a revolução moçambicana, para ser levada a bomtermo, precisa da iniciativa criadora do povo: pre. cisa da Iniciativa criadora detodos nós, moçambicanos. Não podemos ficar é espera que a FRELIMO, ou que o

  • Governo, resolví todos os problemas - lsoo era no outro regime, onde tudo sefazia a partir da cúpula e o povo era reduzido à condição de rebanho. Agora, áurgente começar a trabalhar com outro espírito: com espírito de participação. comespírito criador.O Governo de Transição tomou posse apenas há alguns dias. Pouco mais pôdefazer, desde então, do que tomar o pulsoo pais, Inteirar-se da infinidade deproblemas que herdámos do colonIalismo. Colaboremos activamente com ele,facilitando a sua enorme tarefa. E como poderemos fazer isso? Utilizando omelhor da nossa inteligência * do nosso esforço, o melhor das nossascapacidades: em tudo o que fizer. moas. No campo.restrito em que se desenvolvea actividade de cada um de nós, há muito a fazer, no sentido de prepararMoçambique para os grandes objectivos que o esperam. Os locais de trabalho, asassociações profissionais, os bairros onde residimos, são a seara onde deverámergulhar a foice da nosse inteligência, da nossa iniciativa criadora. Façamosestudos, façamos sugestões e projectos, sempre colectivamente;e sempre atentos.ácorrecta linha política definida pelo partido do povo, moçambicano, a FRELIMO.Assifrn estaremos contribuindo efectivapente para o progresso de Moçambique: eestaremos cumprindo, da forme mais fecunda e criadora. as palavras de ordem:libertar a iniciativa das massas, na Unidade, no Trabalho e na Vigilância.4R1[.Nota da Redacção ...............Semana a Semana .....................Os que vão e os que ficam ...... Espculação ..............Alfabetização ........ .............«Tempo- dsporvo ..............A longa tralçáo da UNITA ........ Capulanas oõ mini-saias ............Cliem a .......... ...........................Semana a Semana (cont.) ........ Assistência em Moçambique Entrevistà comArmando Gubuza ......................................Biblioteca do Arq. ist. deMoç.Cota

    PÁGINA 2DEZ' ANOS DEPOIS: 0 25 DE SEFoi aos ,5 dias do mês de Setembro de 1964 que, em úlmo recurso, o povomoçambicano dirigido pela =FRELiMO acabou pegar em armas edesencadear a luta de libert nacional contra o po der colonial português. Seguiu-se uma década de luta, de prlvações sem conta e de sacrlfícios que eulVinaramcom o reconhecimento por parte de Portugal da legitimidade da causa do povodeste país. Na semana passada e com natural entusiasmo, o décimo anlveàsýsriodesse dia hist6rico foi comemorado em todo' o Moçambique -agora em paz e emNomeadamente nos centros urbanos,a comemoração ordeira e extremamente mobilizadora da data atingiu algunspontos de destaque.

  • Assim, na capital e arredores tiveram lugar muitas reuniões de esclarecimentosem contudo prejudicar o trabalho. Entre várias reuniões do género, nos Serviçosdo Comércio, em Lourenço Marques, o militante da k Frente de Libertação deMoçambique,Gabriel Mabunda, esclareceu algumas centenas de funcionários sobre o que é aFrente, seus objectivos e como se propõe atingi-los. Realçou a necessidade da«Unidade» do povo de Moçambique sem distinção de cor, raça ou credo; de«Vigilância» contra todos os inimigos do povo moçambicano, e de «Trabalho»para elevar o nível económico do pais. Por último, o camarada Mabundaacrescentou que para conseguir que as pessoas aumentem a produtividade e avigilância devia haver «uma eficiente organizaço».Da mesma forma, e no que se refereà Matola, s4lienta-se a, sessão de esclarecimento no recinto da SONAP, ondeGabriel Mabunda eÍclareceu igualmente algumas centenas de pessoas sobre osignificado histórico do 25 de, Setembro.Na povoação de Chongoene, pertoda cidade de João Belo, uma única nota a destacar: um grupo de populares, malesclarecido, assaltou uma cantina por motivos ainda não total-mente claros. Este incidente provocou umia sessão de esclarecimento a que.presidiu Alberto Sapde, comandante da Frente naquela cidade. Disse aospresentes que a política da Frente de Libertação de Moçambique era contrária aactos de banditismo, roubo e-assassínio de quem quer que fosse.Em conformidade com as palavras do Primeiro-Ministro, Joaquim Chiasano,Nampula comemorou o 25 de Setembro trabalhando, tendo ficado sem efeito: ocomício previamente anunciado.No entanto em Tete, realizou-se um comício no estádio Craveiro Lopes, no qualusou da palavra o Comissário político da Frente, Comissário Rafael, para cerca de7000 pessoas que o. aplaudiram efusivamente. Com efeito, a par das patrulhas daComissão Militar Mista, elementos da Frente de Libertação de Moçambique têmdesenvolvido intensa actividade de politização das populações não só na cidadecomo em toda a região circunsdante.Por sua vez, íQuelimane saiu à rua provando mais uma vez o seu totalempenhamento na construção de uma sociedade nova.Em Porto Amélia houve um outro comício em cuja mesL se viam, entre outros, oComandante Provincial de Cabo Delgado, Mateus Malichocho, o Comissáriopolítico da Frente, Abel Assikala e um elemento da Organiza-ção da Mulher Africana, Geraldina Mwit. Falou o Comandante Malichocho queteve o cuidado de exortar as massas trabalhadoras no sentido de não daremdemasiada importância e prioridade à ganância e altos salários mas sim àorganização e consolidação do trabalho. A partir d a q u i, ,afirmou, advirá tudo omais.Na cidade da Beira o dia foi tam'bém comemorado com um comício. Nele o,Comandante Cara Alegre Tembe, interpretando a política da Frente, repudiouenergicamente o desrespeito pela Bandeira Portuguesa por parte de exaltados que

  • a ,arriaram. e rasgaram em pedaços por não terem compreendido as palavras deumoutro orador.O modo como o 25 de Setembro foi assinalado pelos diversos oradores queintervieram no comício da cidade da Beira é bem significativo da forma comooradores e reuniões do género se processaram em todo o Moçambique.Eis um relato circunstanciado sobre o teor das diversas comunicações naquelacidade:MINUTO DE SILÊNCIOLuis Mucávi, siimpatizante da Frente, usou da palavra e pediu um minuto desilêncio em memória dos camaradas mortos e de Eduardo Mondíane, o primeiropresidente da FRELIMO. Depois dirigiu algumas palavras à assistência.Seguidamente falou Anacleto Fernandes, conhecido democrata, que referiu acerto passo:«Grande e heróico filho do povo portguês foi o c amarada Bento Gonçalves.«Em países e em tempos diferentes, deram a vida por uma causa nobre. A causada liberdade dos dois povos. Foram dois camaradas, dois i~aos. Ummnoçambicano, outro português. No dia 13 deste mês teve lugar em Lisboa umagrandiosa manifesta~o de a p o i o à FRELIMO. Apesar de essa manifesta«lo tersido anunciada com apenas 4ois dias de antecedência, reuniu a presença activa,grandiosa, m a deCTIVIDAD ES E MOAMIC--contactos com a pop!LIIDA. FRENTE DE LIBERTAÇAONa manhã do dia 28, re biblioteca do Governo de Zambézia uma reunião ent ou Idante provincial da Frenttação de Moçambique, Boi vta, e os chefes dos Servi<-para discussão dos problen interesse para a Zambézia.Entretanto, o chefe do d4 ao de defesa deslocou-se deavpontos daquela província'cio mente a Mopeia, Milange, 1Guruè, Namarrói, TacuaMtna da ian>er,ru. coa,liormnto, rios daala, uba, T I

    PAGINA 3EM MOCAMBIOUESEMANA A SEMANAmais de 15 mil pesoa. Diz o jornal «Avante» que aquela manifestação foicomparada só às que sucederam ao 25 de Abril 1so quer dizer que os corações dasforças democráticas portuguesas desejam a vitória completa de Moçambique».E depeis:

  • «Construir uma Nação nova, forte, em toda a sua eztensão que vai do Rovuma aoMaputo é a nossa tarefa gloriosa e grandiosa na qual todos estamos empenhados.Estaremos presentes no trabalho e no sacrifício, na descolo-, nizaç o, naEconomia e nas Finanças, na Instrução e na Cultura, na Saúde, na Justiça, noExército popular e na emancipação da mulher».A MULHER NA REVOLUÇXOLudovina Tembe, que falou a seguir declarou:«A mulher moçambicana sofreu ladoa fim de se inteirar dos problemas prioritários que afectam estas localidades. Areabertura dos postos policiais do interior foi um dos assuntos referido como demuita importância,* tendo ele verificado o melhor espírito de colaboração entre asForças Armadas portuguesas e da Frente de Libertação de Moçambique.O trabalho de esclarecimento levado a cabo pelo Comandante Matias, da Frentede Libertação de Moçambique, evitou que 300 estivadores da Beira entrassem emgreve, o que paralisaria completamente o porto daquela cidade. Falou-lhes dosprejuízos da sua atitude para a economia de Moçambique.No edifício do Banco Naciònal Ultra-a lado com o Povo. Lutou, lado a lado com o Povo, sem distinção de sexo paravencer o colonialismo, para vencer a escravatura, paa vencer o fascsmo. Vamostodos empenharmo-nos dia a dia no trabalho, no esforço, na criação desteMoçambique novo. A independência não nos vai, trazer dinheiro, não vai trazermais vícios, mas sim o, esforço, a responsabilidade, porque a mulhermoçambicana, como não estava emancipada, sofreu na sociedade e sofria no lar.O homem oprimido escravizava a mulher. A mulher moçambicana era tida comoum instrumento da produção. Agora iros, vamos todos preparar todas as mulheresmoçambicanas, para assumir a sua responsabilidade, para saberem aceitar aindependência, para compreenderem o que é a independência. Independência é otrabalho. Independência significa o esforço. Porque a mulher ia procurando, semnenhuma preparação, educarmarino teve lugar uma sessão de esclarecimento dirigida por Ludovina Tembeque falou aos empregados bancários da actual situação política de Moçambique,ideário e organização política da Frente de Libertação de Moçambique.Em Vila Cabral, onde de há muito Mário Sive e Fernandes Baptista, elementos daFrente de Libertação de Moçambique, vêm esclarecendo as populações ruraissobre o programa da Frente, encontra-se em missão de serviço Alberto Chipande,membro da Comissão Militar Mista, criada por uma das cláusulas do Acordo deLusaka, tendo tido já várias reuniões de trabalho com altas individualidadeslocais.os seus filhos, para encarar a realidade, e ninguém a tinha preparado. Aindependência não significa vadiagem, não significa bebedeiras, não significaabandonar o lar, não significa entregar o seu corpo ao comércio».DIA!IOGO COM POVOO dr. René d'Assunção iniciou a sua alocução travando diálogo com a assistência.Seguidamente, referiu-se ao significado do 25 de Setembro e continuou o diálogocom o povo empolgando-o e incitando-o ao trabalho na construção de um

  • Moçambique novo. Referiu-se ainda ao papel importante reservado à mulher-moçambicana.Depois de mais algumas intervenções falaram o Comandante Cara Alegre Tembee; finalmente, um guerrilheiro da FRELIMO, que pediu à assistência ordem ecivismo ao regressar às suas casas, pois a Frente agiria severamente contra osagitadores.TUDO NORMALNA PONTA DO OUROA vida regressou à normalidade na Ponta do Ouro, desde que a vila começou a serpatrulhada por tropas da Frente de Libertação Nacional e das Forças Armadas.Uma parte da população que tinha abandonado a vila por ocasião da vaga deviolência que recentemente varreu a área de Lourenço Marques, já começou aregressar às suas casas e aos seus trabalhos.-1w,

    É PRECISO O TRABALHO DE TODOS.Durante a cerimónia da tomada de >sse pelo bispo de Inhambane, D. ErestoCosta, do cargo de Admn ra> Apostólico da Arquidiocese de Lou-nço Marques,este prelado -proferiu m significativo djscurso durante o aà.'manifestou o seurepúdio pela rida de violência que recentemente-se bateu sobre Moçambique. D.Ernesto Esta afirmou em dado momento:rio vos deiàeis domia pelo espírito adestruição ou divislo. Defendei econservai todos os bens, todos os valores materiais, culturis e siais que saoriqueza e patrimíónio de todo o Po Moçambicano. Não vos deis arrastar peloiio, pela ociosidade, pelo egoismo, pela inveja, pela ambiçlio. Trabalhai e deixaitrabalhar. Moçambique precisa do trabalho de todos. Só com o esforço conjunto,com o saber e os braços de todos os bons h o m s e de Moçambique, poderemosconstruir opaia q ambici mos.»O Lesotho enviou uma delegação a oçambique para conversações com o Gvernode Transição. Essas conversa,es visaram reforçar os laços de frarnidade,solidariedade e amizade entre povo moçambicano e o povo daquele ,queno paisda Africa Austral Composta de cinco elementos, a deleição foi chefiada peloMinistro dos egócios Estrangeiros J. R. L. Kotsoane. Os outros componentes sãoo inistro do Comércio e da Indústria, Secretário dos Negócios Estrangeiis e doComércio e Indústria, o ComisXrio do Departamento do Trabalho, o ConselheiroJurdico do Ministério s Negócios Estrangeiros. «Viemos a Moçambique paraoxpriir a nossa solidariedade com o Gono Transitório e com o Povo deTomamos a liberdáde de converter ara prosa corrente parte do telegraia enviadoao, camarada PrimeiroMinistro Joaquim. Chissao por peenos exportadores de cajuda ZamSzia.cOs exportadores de castanha de caiu zi Província da Zambésia cumprme-Moçambique e para os encorajar na sua luta para o estaele~nto de um goernosólido neste tei4ri,disse o chefe daquela delegação aos órgãos de informação de ýIoçambique.Por outro lado, o Ministro da Informação, camarada óscar Monteiro, referindo-seà visita do Lesotho afirmou que a importância desta delegação de Lesotho é dupla

  • para nós: por um lado é um testemunho da solidariedade, do interesse e do apoioque toda a África dá ao nosso Povo 'nesta fase de consolid ao da nossa luta, nestafase da t,;arc para a independência. O segundo aspecto é o de que esta visitacorresponde ao nosso interesse profundo de desenvolver as relações de Moçabucom todos os países africanos isto é, de restituir Moçambique à sua verdadeiravocaçéo africana».tando respeitosamente V. E%.« tomam a liberdade de expor o seguinte:«Desde város anos, com beneplácto do regime deposto, foi e r i a d a umacomissão executiva de. exportação de caiu de Moçambique, sediada em LourençoMarques, com a finalidade eu-clusíva de proceder a negociações daquele produto com a União Indiana e ainda ade fixação de precos, rateios, escala, procedna de navios, et.«Apesar de reelamações superiormente apresetadas e da luta travada em reuniessimbólicas de decisões pré-estabelecidas, os exportadore da Zamb 4 z i apermaneceram continuamente al.vo de injustiças em virtude de os seus anseios,legítimos direitos, serem sistem icamente renegados em beneficio de outrasáreas dominds por interesses capitalistas de grandes portadores.«Nestas ircunstânias, em virtude de considerarem a atraço da comissãio executivaaltamente nociva p~r< os interesses da reconstruço do novo Moçambique (....)ousam confiadamente solicitar a V. Ex., as medidas a seguir mencionadas:«Extinç&ô imediata da e f e r i d a conuesão; abertura de um inquérito às suasactividades com obrigatoriedade de apresentaçlo de contas, despesas e taxascobradas aos exportadores; apuramento de responsaMlidades perante o manifestodesinteresse junto dos compradores da Unlto Indiana,»O pedido continua formulando mais solicitações e termina com o apelo àliberalizaço do comércio de castanha «de maneira a favorecer os verdadeirosinteresses do nosso ítives Estado».ALGODÃO:CONCESSIONARIOSNÃO COMPRAMAs concession~rias algodoeiras zam% bezianas CAM e Monteiro & Giroanunciaram a sua decisão de não comprarem algodjo, pondo em risco de perdatotal milhares de toneladas do referido produto - informou o «Notcias».Muitas dezenas de agricultores estariam incapazes de pagar até mesmo osinsectidas utilizados e na ocorrência de se r e m .judicialmente perseguidos pelosseus credores. A decisão das companhias concessionárias de algodão da Zambéziate r i a sIdo provocada por ordens imanadas de Lisboa.«PIDES» DETIDOSNO AEROPORTONo Aeroporto da Portela tidos 33 elementos da ex-P chegados num avião dá T deMoçambique. No mesmo~ javam alguns familiares * da extilita corporação, quefil dados pelas autoridades.Os detidos, segundo ipfO confirmada, foram en~ prisão de Pinheiro da4PZGrândola.ITUIR MOÇAMBIQUE A SUA VOCAÇÃO ICANA-Ministro Ôscar Monteiro, a propu

  • visito da delegação do LesotboPEQUENOS EXPORTADORES CONTRA TUBARÕESLm de/DGS,vindo o viaembros aguarIo nãoara a rto de

    WALDHEIM E MOÇAMBIQUEO Secretário-Geral da ONU, Kurt Waldheim, tornou pública uma delaçãoreferente ao acto de posse do Governo de Transição. Além de saudar o acordo deLusaka, firmado entre Portugal e a Frente de Libertação de Moçambique, e deevidenciar a sua importârcia na realização dos objectivos da Carta das NaçõesUnidas, Kurt Waldheim criticou firmemente a intentona reaccionária do dia 7 deSetembro. O Secretário-Geral da ONU terminou afirmando:«A tomada de posse de um Governo Transitório, sob a chefia da Frelimo, marcauma nova er nas relaçóesentre Portugal e o território. Pedi ao meu, representante, ar. Tang Ming-Chao,Subsecretdrio-Geral para os Ne- gócios Políticos e Descolonizaçfo, que sedeslocou a Lourenço Marques nessa ocasião, que apresentasse os meus melhoresvotos ao novo Governo.;É meu desejo sincero que os esforços conjuntos do Governo de Portugal e daFrelimo veneerão quaisquerdificuldades que possam surgir, durante o período detransiço. Estamos confiantes que o Povo de Moçambique, con a boa vontade ecooperação do Povo Português e de toda a comunidade internacional, terá êxito nasua grande tarefa de construir uma naço nova, independente e próspera.»PESSOAL DO «DIÂRIO» DESPEDIDOA empresa «Lourenço Marques Guardian, Lda.» comunicou ao pessoal do jornal«Diário» a decisão de despedir colectivamente os seus empregados e de encerraras suas portas, como única medida capaz de resolver os graves prdblemaseconómicos que aquele órgão de informação vinha enfrentando há muito tempo.O comuisicado enviado ao pessoal no passado dia 14 e subscrito pelo arcebispoCustódio Alvim Pereira, reafirma a impotência da direcção da empresa pararesolver a crise daquele jornal, cuja publicação está interrompida desde o dia 1 deAgosto.Descontente com o teor da comunicação, a comissão de trabalhadores do «Diário»decidiu em unanimidade exigir à empresa o pagamento das férias, das horasextraordinárias e de comissões devidas, como prescrito no Acordo Colectivo deTrabalho que aquela firma subscreveu já depois do dia 25 de Abril.DO B. N. U.LISBOA - (Da nossa Delegação) - A nacionalização do nco ncioalUltramarino, o poderoso banco emissor de Moçambique, que, durante as .iltimasdécadas da dominação colonial, tinha nas suas mãos cerca de 70% da economiadaquele territério custará, só por si, ao Estado portquês, mais do que asnacionalizações simultâneas dos Baníos de Portugal e de Angola, tal comooB.N.U. empresas privadas até ao dia 13 de Setembro. Ha. realidde, se o Utadoportuguês indemnizasse os accionistas priva0os do B.H.U. segundo o valor médiodas respectivas acções na Bolsa, durante o ano de 1973, teria de lhes pagar mais

  • de... 7 mies de contos. Mesmo assim, nos termos do decreto que o nacionalizou eque estabelece que o valor de cada acçío será o que corresponde à média dasicotações ináximas e minhas, na Bolsa de Lisboa em cada -ano civil, no perjododecorrido entre 1 de Janeiro de 1964 e 31 de Dezembro de 1973, a nacioualizaçdo BNU deverá custar (o valor definitivo deverá ser fixado por uma comissãoespecial, nomeada para o efeito) ao Erário Público português cerca de 3,8 milhõesde contos, encuento se estima que a nacionalização do Banco de Portugal nãoexcederá os 600 mil contos e a do Benco de Angola os 840 mil contos.ACCIONISTASDO BANCO NACIONAL ULTRAMARINOUm grupo de pequenos accionistas ~rlcalares seriamente preocuspados com adefesa dos seus legitimos interesses face às regras do DecretoLei 451/74 de 13 deSetembro, na parte que define o critério de avaUaçfo das acções do B. N. U. paraefeitos de nacionalização, convoca uma reunião de TODOS os aeclonistasprivados daquele Banco, a realizar na AssociaçlI Comercial de Lisbó - RuaEugénio dos Santos, no dia 25, às 18 boras, a fim de discutir e deliberar acercadas medidas a tomar na defesados seus' direitos.Lisboa, 19-9-74.O GRUPO DE ACCIONISTAS

    Esta situação resulta não só de o BNU ser dos três bancos agora nacionalizadosaquele que maior participação tinha de pessoas e entidades privadas (67% contra33% apenas do Estado), como ainda de ele ser o que tinha uma maior emissão decapital social (1 milhão de contos contra 425 000 contos do Banco de Angola eapenas 193 560 contos do Banco de Portutugal) e de ser ainda aquele cujas acçõesmais sevalorizaram na Bolsa de Lisboa.Com base do que estabelece o decreto de nacio-, nalização, pode, no entanr to,calcular-se que o valormédio de cada acção, a pagar pelo Estado aos accionistas, em títulos e não emdinheiro, será de 3400$00. Para adquirir as, 670000 acções em poder de pessoase entidades privadas, pagar juros, etc.o Estado terá, pois, de mobilizar, ainda que em valores, os tais 3,8 milhões decontos. Na melhor dashipóteses.CELEUMANOS MEIOSFINANCEIROSEmbora com a aprovação geral e som suscitar comentários reprovadores por partedas forças politicas que dominam a cena política portuguesa, a operação denacionalização dos três bancos emissores não deixou de causar uma certa celeumanos meios ligados às finanças e de levantar mesmo, por parte de muitos técnicos,algumas dúvidas e perplexidades.Ura dessas dúvida« refere-se a um ponto de carácter político, mas não só, poisenvolve aspectos de ordem técnica, que se levantou com esta operação: face ao

  • processo de descolonização em curso, é já concretizado no caso da Guiné-Bissau,pergunta-se com que- direito ou à luz de que Direito o Esta-DE 945$00PARA 14 CONTOS EM DEZ ANOSO quadro comparativo seguinte, que mostra a evolução dos valores máximos,médios e mínimos das acções dos três bancos agora nacionalizados na Bolsa deLisboa, nos últimos dez anos, dá bem ideia do valor adquirido pelas acções doBNU, expoente máximo dos inte41do português nacionaliza um' Banco, o BNU, que exerce, entre outras, a função debanco emissor num estado independente, membro das Nações Unidas? E no casode Moçambique, onde através dos próprios acordos de Lusaca, o Estadoportuguês se compromete a constituir um banco central? Vai esse banco, ser oBanco Nacinal Ultramarino? E qual vai ser o património do Banco NacionalUltramarino de Moçambique? Não deveria, antes de ser nacionalizado, fazer-se aseparação de funções que, errada mas persistentemente, se acumulavam noBNU como emissor e ao mesmo tempo banco comercial em concorrênciaaltamente favorecida com os outros bancos?CRíTICASDOS TÉCNICOSA razão fundamental apresentada para a nacionalização dos bancos emissores(os problemas levantam-se apenas em relação ao BNU e ao Banco de Angola, jáque a nacionalização do Banco de Portugal representa apenas a reposição de umaanomalia, mantida pelo anterior regime calcula-se com que intenções) foi a de sedar cumprimento ao Programa do M.F.A. e mais concretamente ao Programado Governo Provisório, em cujo preâmbu-SEMANA A SEMANAresses colonialistas portugueses, na vigência do regime deposto em 25 de Abril. Ovalor máximo daslo se prevê exactamente«a nacionalização dos bancos emissores». E o secretário de Estado do Tesouro,numa entrevista concedida a um vespertino de Lisboa, foi taxativo: «É umamedida que se encontra na linha de acção do Programa do Movimento das ForçasArmadas, sendo, portanto, um daqueles actos políticos indiscutíveis».Mas nem isto impediu que o referido acto fosse discutido, e discutido porsectores cuja caracterização política se pode considerar insuspeita. Medida defachada, inútil, não só porque os accionistas privados destes bancos -não oscontrolavam,, mas enquanto isolada ou desligada de uma política financeiraglobal; medida altamente dispendiosa, pois, mesmo pagando em títulos, o Estadovai empenhar numa operação que não era urgente e requeria ser enquadradanuma política geral um montante que poderia ser mobilizado para investimentosmais urgentes e reprodutivos; medida que favorece, finalmente, os grandesaccionistas dos bancos nacionalizados, em detrimento dos pequenos, e, de umamaneira -geral, todos eles em relação aoscotações do BNU passou de 945$00, em 1964, para 14 000$00 em 1973. Eis oquadro completo:detentores de acções de

  • todas as sociedades cotadas na Bolsa.PANICOENTREOS ACCIONISTASEstas e outras criticas não impediram, no entanto, que se gerasse um certo pânicoentre os accionistas dos bancos nacionalizados, " nomeadamente nal Ultramarino,alguns dos quais parecem dispostos a contestar, se for preciso nos tribunais, amedida do Governo.O ponto quente zão é, propriamente, a nacionalização, mas o do critério deavaliação das acções. No fundo é isto: eles contavam que cada acção valesse -com a especulação bolsista dos últimos tempos antes do 25 de Abril, valia - à rodade 6 000$00, valor médio das cotações do último ano, e verificam, mesmo semfazer grandes contas, que vão receber apenas cerca de 3 400$00.Nos últimos dias têm aparecido nos jornais anúncios convocando os accionistaspara reuniões em que se afirma. a intenção de «se tomarem medidas para defesados seus legítimos direitos». Interesses e advogados mexem-se já nos bastidores.CONTINUAÇAO DA SECÇÃO «SEMANA A SEMANA» NA PAGINA 52BANCO DE ANGOLA BANCO DE PORTUGALBANCO NAC. ULTRAMARINOMdx: Min. Média Mdx. Mín. Média Mdx. Min.Média1964 1 800$00 1 500$06 1 650$00 1 850$00 1 670$00 1675$00 945$00 885$00 915$001965 1 700$00 1 350$00 1 525$00 1 920$00 1 500$00 1795$00 930$00 850$00 890$001966 1 600$00 1 400$00 1 500$00 3600$00 1 900$00 '2450$00 1 610$00 865$00 1 237$501967 1 600$00 1 380$00 1 490$00 3200$00 2 680$00 2940$00 1 550$00 1 380$00 1 465001968 1 ,n0$00 1 430$00 1 565$00 2 850$00 2 330$00 2 590$001 880$00 1 410$00 1 645$001969 3 90Ó$00 1 650$00 2775$00 4600$00 2720$003660$00 4050$00 1 770$00 2910$001970 4250$00 3 500$00 3875$00 4500$00 3800$00 4150$00 4350$00 3600$00 3975$001971 4860$00 3 74000 4300$00 6000$00 4 100$00 5050$005000$00 4040$00 4520$001972 4700$00 3 500$00 4 100$00 7 000$0 5 550$00 6275$007250$00 4500$00 5875$001973 ' 8 60$00 4070$00 6365$00 11 000$00 6700$00 8850$0014 000$00 7 150$00 10 575$00

    1 MOÇAMBIOUE EM TEMPO DE DESCOLONIZAiOS DUE FICAM E OS, OUE PARTEMApós a fuga desordenada de alguns milhares de pessoas, originada pelomovimento levado a cabo por uma minoria reaccionária, a situação parececaminhar para a normalidade. Porém, em certos locais ainda se nota acentuado

  • movimento de pessoas a tratarem da necessária documentação para sairem deMoçambique. Será que vão embora definitivamente? Será que vão apenas deférias? E os que partem, qual o motivo porque o fazem?As respostas a estas e outras perguntas são-nos dadas por diversas pessoas que, naaltura em que foram contactadas, se encontravam a tratar da documentação parasairem de Moçam bique. Salda temíorária ou apenas hipótese de salda, na maioriados casos.

    DEPOIS DO EXODO Eii MASSA SITUA!Difícil se torna, neste momento, dizer qual o número de pessoas que nos últimosmeses abandonaram Moçambique, com especial relevo no período que se seguiuaos acontecimentoý desencadeados por uma minoria reaccionária. 0 motivo porque essas mesmas pessoas abandonaram Moçambique é outro aspecto, que, de'forma alguma, poderá ser encarado como de menor importância.Alguns dias após essa fuga desordenada da região sul de Moçambique emdirecção à fronteira, especialmente da África do Sul, ainda se notava acentuadomovimento no posto de vacinação da Capitania e junto ao Consulado daquelePaís. Foi com algumas das pessoas que se encontravam nos dois mencionadoslocais que trocámos algumas impressões. É o resultado desses contactos que aseguir oferecemos ao leitor.TRÊS 'GERAÇõES EM MOÇAMBIQUEA aguardar a sua vez para ser vacinado, o senhor H. Pinheiro, empregadocomercial, respondendo à nossa pergunta afirmou: Há 18 anos que vou tods osanos à Metrópole. Esto4 há 51 anos em Moçambique.Tem, portanto, confiança no futuro ....'Com certeza. Tenho cá três gerações: mulher, filhos e netos. Fico porque tenhoconfiança absoluta no futuro e no Governo agora constituído.A segunda pessoa a ser abordada, cuja identidade e profissão desejou manter noanonimato, começou. por dizer:Eu fico em Moçambique. Não tenho dinheiro lá nem aqui.Está há muitos anos em Mocambique?Sim. Tenho cá filhos a estudar. Hei-de cá ficar e há--de cá' ficar tudo! São'Laurentinos.Ainda no mesmo local, travámos diálogo com uma senhora:Importa-se de nos dizer se vai deixar Moçambique?.... não. Eu fico. Mas não dou profisàáo nem nome!Então tem confiança no futuro de Moçambique?Na técnica de Moçambi.que. É isso que me interessa.Quer dizer que é técnica....Sou. Mais nada....A seguir falámos com uma estudante de Medicina, Fernanda Rocha Marques,que nos disse:Eu vou-me embora porque tenho os meus pais no estrangeiro.Onde?No Brasil.

  • É moçambicana?Sou natural da Metrópole mas passei a maior parte do meu tempo em Angola eem Moçambique. Tenho uma irmã nascida em Angola.Quando é que decidiu ir para o Brasil? Antes do 25 de Abril já estava em Angolae dizia que me ia embora. Mas, tenlo uma irmã que fica cá casada.Por sua vez, o senhor João Macedo do Vale, empregado de cerâmica, declarou:Agora há um bocadinho de «empate». Vou de licença à Metrópole e voltonovamente.Há quantos anos está em Moçambique?Já cá estou há 31 anos.Quantas vezes foi a Portugal?É a primeira vez que vou h Metrópole em 31 anos.MELHORES CONDIÇÕESDE TRABALHOInterrogado sobre se ia deixar Moçambique, o senhor Carlos Almeida, mecânicode aviões, natural de Lourenço Marques, disse:

    Ã esquerda: na Capitania do Porto de Lourenço Marques, dezenas de pessoasaguardam diariamente a sua vez para serem vacinadasýO TENDE A NORMALIZAR-SETemporariamente v ou .... com a hipótese de ficar.-Qual a razão?Melhores c o n d ições. Se nã'o ficava cá na m i n h a terra.Para onde vai?África do SulRespondendo à mesma pergunta, o senhor Silvino Costa, funcionárioadministrativo que ultimamente estava dedicado à construção civil, começou pordeclarar:Eu vou para a Metrópole. E penso ir definitivamente, claro. Os acontecimentos amim não me afectaram nada mas é natural que muita gente se retire deMoçambique devido à situação de insegurança que se criou.Então quais os motivos que o levam a deixar Moçambique?Recebi uma boa proposta do meu irmão, que me dá colaboração, e eu vou. Emface da proposta e da situação não podia desperdiçar esta oportunidade. Mas seas coisas não correrem como eu penso, a minha terra ser Moçambique.Junto ao Consulado da África do Sul, D. Maria Celeste Gouveia e n q u antoaguardava a chegada do seu marido, declarou:O meu marido vai com contrato de trabalho para uma fábrica pois é reformado etem de melhorar a situação.Quando é que pensaram ern deixar Moçambique?!Muito antes do 25 de Abril andávamos a tratar d9s papéis. Tem é empatado,devido a ter estado tudo fechado. Mas, com quatro filhos, para lhes dar um curso,como é que podemos ficar?Há quantos anos estão em Moçambique?Eu cheguei a Moçambique em 1947 e o meu marido é de cá.

  • Por fim, contactámos com um grupo de três jovens dois rapazes e uma rapariga -que aguardavam asua vez para serem vacinados. À pergunta se vão deixar Moçambique, ValentimFernando Rodrigues Mesquita respondeu:Vou t e m p o r ariamente. Vou passar férias à África do Sul. Passo lá apenas trêsdias e depois volto.Então vai continuar em Moçambique?Sim, penso continuar em Moçambique.Por sua vez, Maria Ivelina Pires, natural de Moçambique, onde pensa continuar aviver, afirmou:Eu vou de férias à África do Sul. Vou só passar dez dias.O último depoimento registado foi de outro mocambicano, Manuel José PiresFrazão, estudante do 4.' ano liceal, que nos disse:Vou à frica do Sul passar duas semanas.E depois?Depois regresso a Moçambique. Fico cá.Estes os depoimentos co-Uixdos junto de várias pessoas que se encontravam a tratar da sua documentação,para deixarem Moçambique. Os motivos da saída, neste momento, são variados epor períodos diversos, sem qualquer precipitação, como tivémos oportunidade dever. Tão pouco haverá razão para que as pessoas abandonem precipitadamente aterr_ý onde nasceram ou onde desde há longos anos se encontram radicadas. E sóé pena que muitos o tenham feito precipitadamente, tomados de pânico ouseguindo conselhos de pessoas mal esclarecidas ou mal intencionadas. Afinal, óque se pede é apenas trabalho trabalho para a construção do Mqçambique Novo.ÁFRICA DO SUL:- O CAMINHOMAIS CURTOEm complemento ao breve inquérito atrás publicado, procurámos colher maisalguns dados que nos permitissem dar ao leitor uma visão mais ampla da situaçãoactual. Sem qualquer surpresa pode-se constatar que a África do Sul foi oprincipal pólo de 4atracção durante os dias em que se

    PÁGINA 10Em baixo: Cônsul Geral do Brasil emLourenço MarquesISSENTIMENTDSCOm CONFIANCA NO FUTURO

    1ýAGNA jjÀ esquerda: junto ao Consulado da África do Sul, em Lourenço Marques, omovimento também é lora do comumEm baixo, à esquerda: serviço de vacinação na Capitania - um serviço demoradoe apedir remodelação

  • verificou a salda desordenada (e em muitos casos indocumentada) deMoçambique. Dai que o Consulado daquele Pais em Lourenço Marques tenhaestado durante vários dias a trabalhar com as portas encerradas e concedendovistos apenas para casos de doença, devidamente comprovada, ou a comerciantesque, igualmente, fizessem prova da sua necessidade de deslocaçãO. Todos osoutros casos, segundo nos foi declarado, não e r a m atendidos.Quanto à Rodésia, em que o cidadão com passaporte português não precisa devisto desde qVe o período de permanência não seja superior a seis meses, omovimento por Caminho de Ferro foi nulo. O mesmo não sucedeu, por aquela via,no tocante à África do Sul, que registou durante algúns dias acentuada subida demovimento.Assim, o número de passageiros transportados de comboio para a África do Sulfoi. de 648 -no dia 17, 228 no dia 18, 263 no dia 19, 168 no dia 2Q e 162 no dia21. No mês de Agosto, os números registados nos dias 18 a 21, inclusive, foram50, 25, 42 e 54. Pode ainda referir-se que,, além dos passageiros que viajaramcom bilhete, o número de «borlas» no citado perioião é calculado em cerca de mil,dado ter sido impossível um controlo efectivo da: situação. Depois do dia 21 omovimento era ainda considerado superior ao normal, embora -tenha descidosubstancialmente e apenas fõssem vendidos bilhetes aos portadores de passapo r te s com vistos de entrada.PORTUGAL E BRASILEM PLANOSECUNDÁRIO,No que se refere às saí,das para a Metrópole, segundo o senhor Emílio Correia,Delegado da TAP em' Lourenço Marques, aquela companhia e stá a operar a p e na s com as carreiras normais e não se prevê aumento de voos. Soubemos aindaque o facto de durante alguns' dias Lourenço Marques ter sido escalada por maisde um avião da TAP foi devido a durante quatro dias não ter vindo qualqueravião, devido aos últimos acontecimentos. Porém, em relação ao mesmo períododo ano anterior não se regista grande diferença no movimento. Há, efectivamenteum aumento, mas não é nada que não possamos transportar - esclareceu o mesmoinformador.Por fim, contactámos o Cônsul-Geral do Brasil em Lourenço Marques,. que,referindo-se ao movimento registado naquele Consulado, começou por dizer:Tem havido, como é natural, uma procura maior de informações sobre aspossibilidades de emigra0o para o Brasil. Essa procura começou a acentuar-se emprincípios de Junho, mas a caracterização é mais de pedids de informações do quede pedidos de vist.s. Mas nun foi uma avalamiche. Não tem sido uma coisatotalmente anormal. Em Setembro, tem havido um maior pedido de vistos masnão e pode oensiderar, no que diz 'espeito ao Brasil, uma ,mvraçao em massa.Agora, ifportante é salientar uma coisa: considerando o acordo vigente ente oBrasil e Portugal, que isenta os turistas de ambos os países de visto, também nãopodemos saber qual o movimento de pessoas que tem ido para a Afrioa do Sul eló compram passagem para o Brasil. Mas este é um procedimento que nó ósdesencorajamos ao rdimo porque constitui uma burlaao espírito da nossa legislagio.

  • No que se refere aos vistos permanentes, o Ministro Berenger César esclareceu:A legislação brasileira, sendo bastante liberal em relaço ao tratamento com osportugueses, não e a t 4 isenta de uma série de requisitos e da necessidade daconsulta prévia ao Ministério das Relações Exteriores que, nos casos que nóstemos encaminhado, tem concedido uma percentagem maior de autorizaçõescondicionadas do que de aprovações. Mas, isto porquê? Nós ,queremos que aspessoas que queiram ir para o Brasil tenham condições. É preciso que- possamprover ao seu sustento ou já tenham emprego. Não tem havido uma política de«porta aberta».E fazendo um balanço da situação até ao momento, o Cônsául-Geral do Brasil emLourenço Marques concluiu:Grosso modo, até agora *não deve ter havido mais de 100 pedidos, desde oprincipio de Junho e entre 600 a 700 consultas gerais. Daqueles 100 jd tivómoscerca de 50 respostas e autorizadas vieram talvez umas 50.Esta uma breve panormica da situação em Lourenço Marques, após alguns diasem que como se sabe, o movimento de saídas pelas fronteiras terrestres foiigualmente bastante acentuado.Não dispomos de dados concretos sobre este facto mas, seja como for, a evidênciaque agora passamos a viver é a de uma tendência para a normalidade. O que levaa crer que muito em, breve será possível afirmar que o saldo entre os que partem eos que ficam- para efectivamente contribuirem para a construcão do Moçambique novo élargamente positivo.

    4~ lv'OUE R MAIS SOFRE..Repotagem de ROBERTO CORDEIRO e foto de ARQUIVOO Povo, quando quer saber, dirige-se aos jornais. E pergunta, por exemplo: «0que é que há sobre preços? ...» Os jornais, que têm a obrigação primordial deInformar correctamente o Povo, procurarão elementos para responderem às justas(e inquietas) interrogações do Povo.Na verdade, o que há sobre preços, especialmente aqueles que incidem sobregéneros alimenticios de primeira necessidade? Há, antes de qualquer outra coisa,aumentos. Quem paga esses aumentos? O Povo. Por Isso mesmo o Povo tem odireito de saber o que se passa, de ser convenientemente esclarecido.Acontece, porém, que em meio da confusão surgem sempre os especuladores, osoportunistas, os gananciosos. Aqueles, em suma, que pretendem ganhar muito nomais curto espaço, de tempo. Eis, portanto, o que está a acontecer aqui e agora,nesta hora tão importante para Moçmbique e para os moçambicanos. is, assim, oque procuramos denunciar, no sentido de serem tomadas as necessrias medidastendentes a p&r fim à exploração, à especulação e ao oportunismo. Mais: aoroubo descarado de que a principal vitima é o próprio Povo.

    CIT E INSPECIDos SEDVIii

  • AFINAL QUAIS SAO OS «VERDADEIROS» PREÇOS?...Por carta, telefónica e pessoalmente, a pergunta foi-nos feita dezenas de vezes:«Minal quais são os verdadeiros preços?... Esta interrogação, especialmente nestemomento, Implicava desde logo o aparecimento, ou melhor, o reforço daespeculação e do oportunismo. Mas quem são os especuladores, qUem, são osoportunistas. quem são os gananciosos? Pois naturalmente, , serão todos aquelesque Infringem as tabeas P oficialmente e que fazem preços a seu belo prazer como único Intuito de explorar o povo e enriquecer bem - mal- e depressa. Lourenço M a r q u.e s (Moçambique,aliás) está cheia de exploradores. Alguns são conhecidos, outros contudo,continuam encobertos por uma falsa capa de honestidade. É preciso desmascarã-los.Há pot- aí comerciantes que, valendo-se da situação confusa gerada com osúltimos acontecimentos (pelo menos até à tomada de posse do Governo deTransição), conseguiram, num ápice, reunir elbvados pecúlios, trocá-los pelaprimeira moeda estrangeira com que toparam, e desaparecer... para a Africa doSul por exemplo... Tais anomalias têm sido, de resto, instigadas e usadas pelaprópria reacção, espalhando assim a confusão e a agitação, para melhor poderactuar. É que (convenhamos) com o espírito preocupado com oproblema dlos preços e ca especulação, o Povo, Involuntariamente, deixa de estartão vigilante como é peciso que esteja sempre...É aqui que os jornais têm importantssimo papel a desempenhar, denunciando osexploradores e pondo-se ao lado do Povo na Intransigente defesa dos seusdireitos.CIT:PUBLICADO(FINALMENTE!) O REGULAMENTO DA INDISTRIA HOTELEIRAMas os jornais, para saberem as coisas, têm de efectuar contactos. Diver. sos, porvezes complexos e não raro difíceis. Em determinados lugares as Informações ousão parciaisou tenaenciosas. I4outros, nem uma coisa nem outra pela simples razão de as nãoconseguirmos obter. O medo permanece. Porquê?Na sequência do presenft~ ~comecámos por contactar o Centro de Informação eTurismo para recolhermos elementos relacionados com os preços que vigoramactualmente nos estabelecimentos da indústria hoteleira. E não só.Simultâneamente, quisemos saber ainda o que tem sido feito no sentido de seremdetectadas infracções e quais os resultados das Brigadas de Fiscalização.O próprio director designado do CIT, sr. António Cabral, prestou-nos o seguinteesclarecimento:- «Com a publicação do Regulamento da Indúístria

    Ao lado, à direita: a falta de mercadoria também concorre para aespeculação...Ao lado, à esquerda: o peixe, quando se encontra,. ou é muito caroou sabe mal...

  • Ao alto: Mercado do Xipamanlne: onde a higiene (leia-se: a falta dela) é oprincipal problema...Leite: o esdndalo dos preços altamente proibitivos!$ DE COMIRCiO :FALTA DE PESSOAL, -MAS. N O s....Hoteleira talvez as coisas buída uma circular para deixard de ser efectuadopor aqui hd anos, em bo-se tornem 'menos difíceis para os próprios agentes das brigadas de fiscalizaçdo,que, até aqui, pouco ou nada podiam fazer de positivo pois, na falta de umdiploma legal, pratica, mente não sabiam como actuar, o que criava uma situaçãode impasse e desinteresse. Por outro lado, os agentes poucn snlnm h rua. Ora afiscalização só assume aspectos objectivos co* os agentes na rua, circulando,entrando aqui, ali, acol, .vendo, ouvindo, sabendo, para poderem to-, mar asmedidas necessdrias. Só assim podem apresentar relatórios didrios do queobservam e do que constatam. É o que estd jd a acontecer. Hd ainda o problema,grave, da falta de higiene verificada quo-tidianamente. Foi 14 distri-toda a indlstria hoteleira sublinhando as medidas que devem ser imediatamentetomadas. Posso assegurar-lhe, allds, que o turismo, todo ele, vai sercompletamente reestruturado e pensado em termos sérios e condizentes com oMoçambique Novo que todos queremos ver realiztado.«Não, não nos têm sido parti'cipadas infracções graves. Por vezes, certas queixas,depois de verificadas, não têm razão de ser, pois acabamos por constatar que ospreços denunciados esto de acordo com a Tabela de Preços em vigor. É claro quehd sempre um ou outro que procura, se puder, ganhar mais em menos tempo. Ocontrolo não é Idcil, mas nem por issocom o maior rigor possível. Todavia, a falta de agentes de fiscalizaço tornaainda mais difícil uma situaçêo 14 de si problemótica. Naturalmente, o quadrodos agentes terd de ser reforçado. Mas, aqui, põe-se um outro problema: aidoneidade dos agentes. Como sabe, a venalidade e a corrupção existem em toda aparte. Portanto, têm de ser.Individuos bem escolhidos, absolutamenteincorruptíveis, honestamente Jdentificados com a finaliade e a importdncia do seutrabalho.- «Em resumo, a publicaçdo do Regulamento da Indústria Hoteleira - na qual notive qualquer mérito, limitei-me a acelerar o seu processo de publlcação, ld queele andavalandas, como soe dizer-se- vem garantir-nos a possibíUidade de classflicação dos hotéis e restaurantes,deixando-nos assim em po sição de podermos exigir aquilo que até agora se nãopodia exigir....»SERVIÇOSDE COMÉRCIO: DAS MARGENS DECOMERCIALIZAÇAO A GANANCIA DE ALGUNSPomos as mesmas questões nos Serviços de Comércio. Os preços, legais e ilegais,as infracções, bem como o papel desempenhado pelas Brigadas de Fiacalização eresultados (concretos) alcançados ou a alcançar.

  • 'omprador esclarecido pode evitar a exploração, o roubo e a especulação dos maisoportiznistas...Eis a informação que 'nos foi confiada:«Agradecemos desde jd todas e quaisquer denúwne contra os especuladores eexploradores. É difi. dl controld-los, mas não impossível, se o próprio Povo nosajudar. Quanto aos preços: hd margens de comercial ão e, dentre elas, hd aschamadas «margens ~máxmas». Alguns optam por estas últimas, outros, menosgananciosos talvez, cobram mais moderadamente. Naturalmente, is especuladoresexistem e não nos parece que deixem de existir, pelo menos tão cedo. Como sabe,públicamos quinzenalmente na Imprensa listas dos especuladores detectados, deacordo com os resultados obtidos pelas Brigadas de Fiscalização. Por outro lado,neste momento, a Inspecção dos Serviços de Comércio est mais ineficaz do que écostume porque os seus quadros, jd de si desfalcados, estão tam. bém a servitimas da falta de pessoal, ora por férias, ora por outras razões. Na verdade,desde, Dezembro do ano passado que esta Inspecção vinha tendo substancialajuda das autoridades administrativas, da PSP e, mais tarde, das Forças Armadas,que, entretanto, cremos que por via dos ltimos acontecimentos, cessaramrecentemente as suas funções, por estarem atarefadas com outros trabalhosprioritdrios».«As brigadas actuam especialmente nos mercados e junto das firmas, do comércioem geral. Mensalmente, as Infracções ultrapassam a centena. Todavia detectamosapenas um mínimo. Hd falta de pessoal, é verdade, mas não é esse o principalentrave ao nosso trabalho. Entre os vdrios motivos podemos considerar trêsprimordiais: a falta de mercadoria que gere concorrência entre os comerciantes; oafastamento, eitre si, dos esta. belecimentos comerciais, porventura determinagopela ausência de clientela em quantidade que justifique a existência de maiornúmero de estabelecimentos. E, por último, o facto de haver sempre quemqueira enriquecer mais depressa do que os outros. Como se sabe, no comércio,nem todos são honestos e, quando a oportunidade se lhes apresenta, mostram asua verdadeira índole, a sua autêntica condição humana. É sobretudo por causadestes gananciosos que a fiscalização existe e se tem empenhado em conseguir osmelhores resultados, não obstante toda a casta de dificuldades com que lutamos.Julgamos que seria de toda a conveniência uma rdpida politização junto doscomerciantes...»E o nosso interlocutor adiantou ainda:- «A Fiscalização tem verificado que as queixas são' frequentemente genéricas enunca individuais, isto é, não definem concretamente situaç6es, com nomes elocais, talvez por receio de represdlIas...»-Que espécie de represálias?- «Quando a Fiscaliza. ção encontra ou constata situações concretas não é raro quesejam ospróprios ofendidos a ndo quererem colaborar com ela, quer por amizadecom os infractores, quer para evitar maçadas, quer, sobretudo, com receio derepresdlas do género: o senhor ou à senhora queiram-se? Pois para esses não lzdcarne no talho ou arroz na mercearia...»NOS SUB1RBIOS:A SITUAÇAO

  • MELHOROUQuisemos saber, com ?artlcular interesse, qual a situação nos súbúrbios, onde,como se sabe, ,a especulação tomara aspectos verdadeiramente desenfreados ecriminosos. Obtivemos a seguinte explicação:- «Sim, detectómos uma quantidade razodvel de infracções, mas mesmo assimmuitos conseguem escapar à nossa vigilância. Hd comerciantes que roubam nãoapenas nos preços mas também no peso e 'até nos trocos! H aqui um importantepormenor a ter em conta: as relaç6es cliente - comerciante. Por outras palavras:quanto mais honesto e humano for o comerciante, mais clientela granjeard, maissimpatias conseguird junto do povo. Alguns comerciantes esquecem isto e porIsso perdem' mais do que ganham. Contudo, neste momento, observa-se ummaior esclarecimento por parte do comprador e, assim, o comerciante, sente-semenos encorajado a praticar infracções, Olhe, quanto a isto, cremos que os que sedeixam ficar e aqui querem continuar o seu trabalho e a sua vida, são os que têm aconsciêneia tranquila, aqueles que não roubam o seu cliente. È o que temosconstatado e, por isso, podemos assegurar-lhe que nos subúrbios a situação tendea melhorar rapidamente».Finalmente, referldo.se ainda a um outro apecto sobre a relativa eficácia daInspecço-dos Serviços de Comércio, o nosso entre. vistado sublinhou:- «Um dos motivos para a ineficéc desta Inspegão pode ser atribuído a falta decontinuidade que os respectis autos encontram junto de outras autorídadesrespons, desnaddmente os tribunais, sefam processos por especulação,açambarcamento ou atentat6rios da sa, de plblica Quer dizer, os incriminadostardam em ser julgads, ou não o são mesmo, sentido-se, deste modo, animados aprocederem a outras tnracAp6s termos escutado estes acontecimentos, de. mosuma volta por várias «cantinas», restaurantes e estabeleélmentos comerdiais. Emnenhum, pelo menos asim o julgamos, encontramos qualquer agente defiscalização. Coincidência, talvez. O certo é que as brigadas de fiscalização,sejam-do CIT ou da Inspecço dos Serviços de Comércio, lutam, de facto, comfalta de pessoal realmente habilitado e qualificado. Urge, pois, encontrar umasolução para este grave problema, já que a especulação tem vindo a revestir-se deaspectos altamente negativos e traumatizantes, numa posição que será tanto maisnociva quanto mais tempo for permitida.Cremos que seria ideal, por outro lado, uma campanha de esclarecimento doscomerciantes e, claro, dos seus clientes, pois só assim uns e outros se encontrarãopreparados para se entenderem e colaborar- o que evitaria certos mal-entendidos, tantas vezes com lamentáveis epílogos.Por último, impõese que sejam tomadas medidas rigorosas ou até mesmo drásticascontra todos aqueles (comerciantes) que façam da exploração, do oportunismo eda especulação não a forma de ganharem o seu pão mas, pelo contrário, de assimo estarem roubando a centenas de famílias já de si privadas de quase tuco.Também aqui a unidIde e vigildncia do Povo têm uma palavra a dizer. E decisiva.e

    a, futura nnsce hoie.,unoní em nos

  • no Sufi construelo,lNSTITUTO DE CRÉDITODEMOÇAMBIQUETRABALHO DE HOJE, MOÇAMBIQUE DE AMANHAI

    Texto: CALANE DA SILVAFotos: KOK NAMO método revolucionáàrio de Paulo Freire adap tado a Moçambique conseguefazer que em pouco-imais de um mês p meio os alunos aprendam a ler' e escrever. Os at4nosparticipam activamente nasaulas de alfabetizaçãoTemos cerca de sete milhões de cidadãos em Moçambique que não sabem ler,nem escrever. Esta é sem dúvida alguma uma das mais trágicas heranças que ocolonialismo nos deixa e que temos de enfrentar, combater e vencer.Como poderemos criar um novo pais s sobretudo uma Nova Sociedade se aquelesmilhões de velhos e novos, homens e mulheres, crianças e adolescentescontinuam sem poderem ler um simples jornal, uma pequena notícia qüe lhes dizdirectamente respeito?Camaradas: Não vamos enterrar a cabeça na areia como as avestruzes com medodeste perigo. Não vamos esconder esta realidade. Vamos, como já conseguimospara outros fins, vencer mais esta batalha, com todas as armas de que dispormos,com toda a nossa inteligência, com toda a nossa vontade e sacrifício.Isto diz respeito a cada uma de nós - moçambicanos e moçambiqanas - quesabemos ler e escrever. Cad um de nós tem obrigação de participar neste combatepara que possamos vencer a guerra total contra a ignorância e o obscurantismo nonosso país.Avante camaradms! Adiante saberás melhor ocorno P o porquê desta luta em que tens de participar.

    - Maria eu queria .escrever-te uma carta, mas eu não sei escrèver!Esta trágica frase incerta um dia num simples poema angolano mostra-nos logo odrama de milhões de outros irmãos nossos imýpossibilitados de contactar 'com osfamiliares e amigos distantes, de expor o que lhes vai na alma, de participar nomundo que nos rodeia, saber o que somos, o que vamos querer e o que queremos,para onde caminhamos.E tu, camarada vizinho, que até tens biblioteca recheada em casa, já reparaste queo empregado ao teu serviço, 'dentro do teu lar, continua sem p o d e r escreverpara à mãe, ler o jornal que o mandas comprar, para que tu continues a saber cadavez mais. e ele cada vez menos?Quando é que resolves sair do teu egoísmo e começares a ensinar o teuNÃO AO COMODISMOPERIGOSO

  • Encontro-me com J o s é Falace que mora lá para o interior do bairro Nhagóia. Éescriturário e tem o segundo ano do liceu. Para aquelas bandas, felizmente não hábares nemcantinas que ficam abertos . até altas horas e para onde convergem ostraumatizados do colonialismo, os ociosos e os que «não têm nada que fazeràquela hora».Na casa em frente de José Falace mora um estivador que não sabe ler nemescrever exactamente como sua mulher e seis filhos, o mais velho dos quais comdoze anos.José Falace, que por acaso é solteiro, passa muitas das suas noites lendo livrinhosde «Westerns», sem valor algum, ou conversando com os seus amigos do bairro,muitos deles com mais habilitações do que ele, caso por exemplo do João, alunodo 5.o ano do liceu.No entanto, nenhum deles ainda pensou -em contactar com a família doestivador,- convencê-los a estudar, mostrar-lhes a vantagem do estudo e propo-rem-se eles próprios a ensinar- lhe gratuitamente e com alegria. Não como oamigo comum Jonas que cobra 100 escudos por mês aos filhos do sr. Martinspara lhes ensinar a ler e a escrever.Milhares e milhares de situações de comodismo como estas existem por todoMoçambique.Pois é exactamente este comodismo que temos de vencer. C o m e ç o u agoramesmo a no s s a batalha contra o analfabetismo e todo o moçambicano emoçambicana tem de participar. É o próprio presidente Samora Machel quem oafirma: «No campo. da educação, o combate principal deve estar orientadocontra o analfabetismo e o obscurantismo. P a r a termos sucesso, devemosmobilizar e organizar as massas neste combate, fazendo estas assumir anecessidade de aprender, mostran-

    do- lhes as consequéncias catastróficas da ignorância. Sem participação a c t i v adas m a s s a s no combate contra o analfabetismo nada o permitirá liquidar, sem oconhecimento do mal introduzido pelo obscurantismo nada as levará a lutaremcontra ele».Devemos portanto «estudar o homem para criar uma sociedade nova edesenvolver a pátria».UMA EXPERIENCIAQUE DEVE CONTINUARMamana Cristina mora lá para o fim 'da estrada suburbana que c o m e ç a napraça dos Touros. Tem 57 anos e nunca soube o queera o alfabeto, os algarismos. A sua vida difícil, tal como de outras mulheres efamíliais que a rodeavam, a ausência de uma escola nas proximidades da sua terranatal, numa área rem o t a da Mapulanguene,nunca lhe permitiram sair do seu obscurantismo.No entanto os dois filhos que teve e criou em Lourenço Marques frequentaramuma escola e sabem ler e escrever correctamente. Todavia, Mamana Cristina,apesar do seu ardor muito íntimo de aprender, nunca o disse aos filhos,canalizando simplesmente essa vontade em obrigá-los a estudar. Os filhos, por

  • seu lado, ou por comodismo ou por julgarem que a mãe já estava cansada e velhapara começar a aprender nunca se manifestaram a favor da alfabetização deMamana Cristina.Eis que na segunda quinzena de Agosto e depois de uma conscienalização dentrodo-seio da universidade e de algumas Associações citadinas se preparamintensivamente largas dezenas de monitores para uma campanha de alfabetizaçãointensiva durante o período de férias escolares.Depois de solicitados, vários edifícios escolares (designados por unidades peloGabinete Urbanização de Lourenço Marques e que se encontram espalhados pelossubúrbios da capital) monitores começam a ensinar à tarde (nomeadamente amulheres) e à noite, com predominância de homens, cerca de 3000 pessoas, entreelas mamana Cristina, ao princpio um bocado receosa, muas agora plena desatisfação.-É uma aluna que tem feito progressos extraordinários desde que começámos háduas semanas Acabaria por. nos dizer uma monitora com quem contactámos na«nidade 24», precisamente a que se localiza para dentro da rua que parte da Praçade Touros.Não nos podemos esquecer que há milhares de ou-tras mamanas Cristinas que também querem aprender a ler e a escrever. Bastasimplesmente que nós nos mobilizemos para isso!OS MÉTODOSE AS CONTRADIÇÕESSem menosprezar a iniciativa particular e pessoal de cada um de nós para aalfabelização a nível de casa ou de bairro, que aliás é nossa obrigaçãocomeçarmos a fazer, é de toda a conveniência o aparecimento destas outrasiniciativas gerais idênticas à da Associação Académica.Um dos problemas a resolver nesse sentido é realmente a formação de mon i t o re s que estudarão o método mais aconselhável, rápido e revolucionário varaensinar as crianças e adultos analfabetos.Sobre esta questão debruçar-nos-emos mais adiante.

    No que diz directamente respeito à campanha em boa hora iniciada pelosestudantes e que terá de ser ampliado a todos os outros camaradas de boa vontade,(s6 em Lourenço Marques pode-se até ao fim deste ano preparar à vontade unsmil monitores já se pensou em liquidar até ao fim do próximo ano o analfabetismona província de Lourenço Marques, onde vivem cerca de 800 mil pessoas? -)existe agora um problema que é o da continuidade. Os alunos, adultos e crianças,que estão a ser alfabetizados não poderão parar de estudar, sob pena deesquecimento e regresso ao primeiro estado. Por outro lado as unidades escolaresagora a ser utilizadas vão ficar ocupadas oficialmente a partir de Outubro.Neste sentido julgamos ser imperioso que o Ministério da Educação e Culturaestabeleça um horário diferente naqueles estabelecimentos de modo a permitir onormal funciona-mento do ensino oficial e as aulas extras de liqudação do analfabetismo.

  • Sendo por outro lado os alunos adultos e crianças a alfabetizar de baixos re,cursoseconómicos há necessidade urgente de campanhas para fornecimento de materialescolar.Até agora, que se saiba, só um estabelecimento bancário auxiliou com umapequena quantia em dinheiro a campanha.MÉTODO DE PAULO FREIREE ADAPTAÇAO MOÇAMBICANAUm dos métodos de alfabetização que têm s i d o adaptados na campanha deliquidação do analfabetismo Iniciado pela Associação Académica, é o dobrýsileiro Paulo Fteire, com a devida adaptação moçambicana.O método de Paulo Freire é revolucionário. Global e analítico, parte da palavrapara a letra, associa sempre a palavra b realidade social e política emque o aluno analfabeto está inserido. Este método se for devidamente estudadotanto pelos monitores das campanhas como por todos os professores primáriosexistentes, poderá efectivamente contribuir no mais curto espaço de tempo para aliquidação do analfabetismo em Moçambique e, por outro lado, para a criaçãosimultânea de uma nova maneira de pensar e de agir, política e socialmente,integrando o cidadão moçambicano na revolução que se está a operar.Este, método, que obriga a uma ampliação constante do conhecimento doprofessor e do aluno e suas respectivas experiênciaspode em 48 horas de sessõesde trabalho (estas «48 horas» entendem-se por um período de um mês e meio)fazer com que qualquer adulto ou criança analfabeta saiba ler e escrever. Muitogenericamente vamos em seguida dar uma perspectiva ao nosso leitor e futuroconsciente parti-cipante da campanha de alfabetização moçambicana-. sobre o sistema, o método ea duração dos diferentes períodos de educação. Mais adiante falaremos sobre asrelações que devem existir entre monitor e aluno.O SISTEMAA alfabetização é apenas um anel de uma corrente m a i o r que constitui um vastoplano de educação cobrindo todos os graus de ensino tradicional e terminando,através de várias etapes, na criação de uma Universidade do ovo.1.* etape: alfabetiza ç ão das crianças.2.1 etape: alfabetiza ç ão dos adultos - destinado a preparar o a d ul t o paramudança de atitudes e de hábitos que o disporiam a receber activamente o ensinoulterior mais avançado.3. etape: o ciclo prtnidrio rápido. - O adulto, tendo sido alfabetizado na faseprecédent, começa a ler antologias de text os compreendendo um voca-

    A, esquerda: Crianças e adultos analfabstos: a necessidade de aprender éa ms8ma.Liquidar o obscurantismo de todos osa,,idaddos deste país tem de ser umobjectivo a concretizar . mais rapidamente possível. A imasm, mo str~ os aentrada para as aulas de alf abetizaçêo nos subúrbiosA direita: «Unidade 24»>. Tal como árias outrãs unidades semelhantes, vai ,abriroficialmente em Outubro. Yp necesadrio organizar um hordrio diferente paraque os adultos possam continuar a .alfabetizar-se, sem prefuizo das criançasoficialtmnte ali

  • matriculadas[O COMODISMO DEFAZ A MIS[RIA E1bulário minimo sobre: legislação de trabalho, a geografia, o sindicalismo, aeconomia, assim como sobre textos e cultura geral como folclore, arte popular,poesia, profissão. O adulto compõe igualmente artigos para o jornal do circulo decultura, que será um õrgíLo de transmissão e de relação entre estes diversoscírculos.Está igualmente prevista nesta 3., fase, a criação duma biblioteca popular.4. etape: Começo da experiência da Universidade Popular. Extensão do ensino eda cultura através do nível secundário, pré-universitário e universitário.5 etape: Tratar-se-d dum, Centro de estudos internacionais criado com vista aestabelecer contactos com países subsenvolvidos num esforço de integração doTerceiro Mundo, prelúdio à criação da Universidade do Terceiro Mundo.O MfTODOSerá preciso não somen-teinstruir e trazer conhecimentos gerais mas, e sobretudo, situar o homem emrelação à sua vila, à sua região, à nação e à vida internacional. Será preciso umensino que conduza o homem à acção para que o significado de alfabetização p os s a ser também consciencialização.Numa primeira fase é necessária a tomada de contactos com a população a*alfabetizar com a finalidade de acordar o espírito critico dos camponeses, a fimde os tornar capazes de fazer uma análise e uma interpretação da sua situação domomento.Estes contaetos permitem constatar até que ponto estes analfabetos estãodissociados da vida política da região e do pais.Aliás estes Contactos têm um duplo objectivo:1.°-Prvocar uma tomada, de consciência pela população dos seus problemas, euma atitude critica face à sua situação.2.0 -Obter as palavras mais utilizadas na conversação corrente: as «pala-vras geradoras», represel das a um certo número tativ dos problemas emuito limitado.das preocupações dos anal- Estas' palavras são escofabetos, ou representativaalhidas emfunção de dois dosaspectos e costumes da critérios: vida quotidiana. .' Linguístico: sua riqiuezaEstas palavras- «palavras geradoras», - formam um vocabulário de base que seráutilizado durante a campanha de alfabetização. Reduzeim-se as' palavrasutilizadas a um vocabulário mínimo. 'Através destes debates, chega-se, a formar um «circulo de cultura». Este substitulo curso tradicional e o professor. é substituído por um animador que anima osdebates. Nestes primelros contactos a equipa de alfabetização anota as palavrasmais utilizadas e as expressões region ai s: este material constitui um objecto deestudo psicológico, linguístico, sociológico e filos6fico, em seguimento do qualfica estabelecido o programa de actividades, e a orientação dos debates futurosnos círculos de cultura a partir das palavras chave reduzi-.em fenomenos, e

  • Sociológico: sua relação directa com a experiência vivida.AS PALAVRASGERAM PALAVRAS0 número dc palavras geradoras varia consoante a região mas é em geral muitoreduzido: 15 a 20 palavras.No que diz respeito por exemplo ao livro de alfabetização feito pelo estudantes-monitores da ULM durante o curso que lhes foi ministrado; esses estudantes -monitores fizeram aquele primeiro livro Com apenas doze palavras maisfaladasnos subúrbios de Lourenço Marques, aqui e agora.Exemplo de algumas palavras escolhidas: Frelimo: Viva: ovo: Comida, Catana:Milho e Menino.Estas palavras escolhidas

    A direita: Na «Unidade 2.4» num bairro perto da Craveiro Lopes uma aula dealfabetização para moçambicanas adultas, levada a efeito pelos estudantes daAssociação Académica. Há necessidade de alargar cadavez mais a campanhaEm baixo: Uma página do livro de alfabetização feitp pelos estudantes daAssociação Académica. A «palavra geradora» nesta lição é a palavra povo, quegera todas as outras que vemos. O aluno constrói e analisa rapidamente muitaspalavrasIt9~IO 2.papepipo pupapa pí papa vóvôópo vo-6--7-NA NOSSA CASA E NO NOSSO BAIRRO TEMOS PESSOAS OUE OUEREMAPRENDER A LER Esão decompostas em sílabas que agrupadas diferentemente formarão no v a spalavras. Por exemplo Catana: Cama, macaco, coco, etc'.A palavra é dita «geradora» porque, duma parte, sobre o plano linguístico, é apalavra base a partir da qual serão criadas (geradas) outras palavras por cortes; epor outra parte, sobre o plano sociológico, é muito motivante e representativagerando futuros debates.Na segunda fase as palavras de base são projectadas a partir de diapositivos queassociam a uma imagem que exprima o seu conteúdo - claro que em vez dediapositivos p,de-mos' limitiar-nos a desenhar no quadro a respectiva imagem tal como se vemfazendo em Lourenço Marques. A palavra é associada seja a um objecto, seja auma situação social. A finalidade desta etape é de criar uma associação entre aimagem e a ideia, que deve provocar um debate que deverá ir alargando cada vezmais do particular ao geral. Este processo é destinado a desenvolver a faculdade

  • de abstracção do analfabeto. A terceira fase trata da alfabetização propriamentedita.Temos de associar a ideia ao objecto e finalmente h sua escrita. O p o n t o departida é a palavra: faz-seuma dissociação de fonemas. Decompõe-se a palavra, separam-se as sílabas.Exemplo: Tijolo (ti-lo-lo)Ensina-se a .conhecer a família fonética de c a da uma das sílabas: Exemplo:família fonética de TI: ta- te - ti - to - tu; família fonética de JO: ja-je- ji - jo -ju, etc. O analfabeto faz entãoa relação entre a sílaba da palavra escolhida e a família fonética. Em seguida vema fase de fixação destas sílabas por leituras horizontais e verticais.ta- te- ti-to-tu ja - je - ji - jo - ju la - le - li - lo - luDecompõe-se as sílabasem letras. A partir des momento os alunos come çam a unir as sílabas e formarnovas palavras. Per corre-se assim as outras pa lavras geradoras escolhi das.As noções de gramáticE são dadas a pouco e poucoDURAÇAO DOS DIFERENTEE PERIODOS DE EDUCAÇAOA alfabetização de adul tos é adquirida após 48 ho ras de sessões de trabalho Ummês e meio aproxima damente de aulas diáriam de uma hora. A educaçãoprimária con segue-se após 2 a 3 mese, em horas acumuladas en quanto aeducação secu,vaVe viVO VUpa pepi po pu "vave vi vovtu

    dária atinge-se em ,seis meses.Por fim a Universidade Popular surge após um ano com horas acumuladas. Astrês fases de alfabetízação são judiciosamente escolhidas, porque a um dadoemprego de uma técnica ou dum método-particular corresponde o encadeamento1 ó g i c o pelo qual a mente humana efectua as suas operações. Assim constata-seque na primeira fase os contactos-inquéritos têm por fim o acordar do espíritocritico e corresponde h prensão da realidade pelo espírito. A segunda, o debate,tem por fim o desenvolvimento da faculdade dé abstracção e de generalização ecorres-ponde ao estado (nível) de julgamento.Na terceira fase a alfabetização tem por finalidade permitir a difusão das suasideias e corresponde ao estado (nível) da expressão.RELAÇOESENTRE O MONITORE O ALUNONão queríamos acabar este trabalho sobre alfabetização em Moça.bi q u e semfornecermos também uma perspectiva global aos nossos leitores sobre as relaçõesque deverNo existir entre o monitor e aluno de modo a que este ensinorevolucionário a t i n j a o m a i s rápida e eficientemente a sua plenitude.

  • Recorremos deste modo a um texto de apoio dos monitores do curso efectuadopela Associação Académica nesta sua campanha de alfabetização e que falaconcretamente sobre as relações que devem existir entre o monitor e o aluno.Vejamos.A alfabetização de adolescentes e adultos deve dar condições básicas quepermitam o autodesenvolvimento do aluno e o desenvolvimento da sua sociedade,através do estudo, do trabalho, da associação em sindicatos, clubes, etc.A linguagem é o principal instrumento de comufnicação entre os homens. Por issotem na escola, um importante papel. É do uso da linguagem que dependerá aaquisição de outros conhecimentos. E a linguagem tem o sentido amplo de ler,escrever, falar e ouvir.CONHEÇAOS SEUS ALUNOSÉ importante que o monitor conheça o adulto nalfabeto. Isso facilitará a sua tarefae tornará o ensino mais agradável e eficiente. Para conhecer melhor os alunos, omonitor devê esforçar-se por saber onde trabalham, quais os seus devertimentos,como vivem as suas famílias, quais são os seus problemas de saú-de, quais os seus interesses e aspirações.O monitor precisa de conhecer a vida dos alunos, através de conversas com, cadaum deles e de discussões na aula, sobre como eles vivem.De modo geral, o aluno adulto, por causa das suas condições de vida, apresentaalgumas características, como as que serão citadas abaixo. Mas essascaracterísticas, essas formas não podemi ser cntendidas rigidamente. São pistaspara o monitor conhecer melhor os seus alunos. O monitor não poderá esquecerque cada pessoa é diferente das outras e tem a sua própria pèrsonalidade. Nocontacto do dia a dia entre o monitor e o aluno, e entre os alunos, o monitor irJáconhecendo e compreendendo melhor os seus alunos.O Aluno analfabeto pode apresentar timidez: o adulto analfabeto é geralmentetímido acanhado. O monitor deve colocá-lo à vontade e tratá-lo com respei-

    to, paciência, afeição e dignidade.Procurar transmitir entusiasmo e optimismo. Conversar sobre assuntos que serelacionem com os interesses dos alunos.Fatalismo: «Deus q u erassim não vale a pea mudar; sempre foi assim» sãoexpressõesque'demonstramconformismo e passividade dos adultos analfabetos. Mostre que o homem é capazde proceder a mudanças e encontrar soluções para os seusdiversos problemas.Inferioridade: O analfabeto, pela sua condição social e económica, guarda umacarga muito intensa de inferiorldade e pessimismo.EvIfe situações que possam colocar o aluno em dificuldade. Mostre que ele é umser inteligente e tem meios capazes de vencer os obstáculos e ter melhorescondições de vida.-PESSIMISMO: por causa das frustrações mais ou menos frequentes, o analfabetomuitas vezes não acredita em coisas novas e evita lançar-se na busca de certasmudanças. É pessimista e desconhece as suas potencialidades. Conquiste a

  • confiança dos seus alunos e procure estimulá-los a aceitarem novos modos devida, a compreenderem as descobertas científicas, a vencerem tabuse íüperstições .- IMEDIATISMO: o anp1 fabeto preocupa-se muito com o presente e com o seupequeno mundo. Geralmente, é incapaz de pereber -as causas que produziram asituação actual e de compreender que e e r t a s acções poderão transformar ofuturo. Ele não sabe como evitar a, doen"hs.quase sempre d,ýsconhee a importância da educa"ãoe da qualificaçã nal. Desenvolva partir do mund do pelo adulto, é ciança e qu nãodeve ser tra criança. Consid experiência, os8 resses e necessi espera que a aiapresente : result diatos e contrib melhoria das s Ções de vida- CULTURA FADETO: Muito que cultura é un de conheciment nível, geralmentdos em escolas ou em estudos Neste sentido, cultos os doutor fessores,, etc. N oconceito de cult to mais amplo. o que diferencia dos animais. No em que as pessctudo o que faz homem e foi o r transformado por siderado cultura tanto é cultura oviver em família t,"ões, o modo o ,modo de culti ra, como os liv nhecimentos e asde pensar das p-do isso deve se, rado pelo monito vai trabalhar cor fabetos. O monit var em contaas elas e o modõ d alunos, foto é, a tura.- DIFERENÇA RAIS: Apesar de homens t e re m não podemos esqi ela édiferente, com o lugar e cc ca. Em Moçambiq ferenças culturais a Sul, e mesmocampo e a çidade resultado da hLt mana e das lutamem para modificar a na.tureza.. A cultura diferenela-se conforme o ambiente em que surgir. Portanto omonitor vai notar multas diferenças entre a sua cultura e a dos seus alunos, apesardas duas fazerem parte da cultura moçambi.cana. Cabe ao monitor compreender e respeitar acultura do aluno, pois sd assimele entenderá o comportamento deste e poderá orientar o ensino a partirdesse entendimento.ENSINOTRABALHO EM CONJNTOO QUE~ ENSINAR AO>ÂDULTO? Além do ensino da leitura, é escrita, o mo.nitor deve também deseno profissio- volver actividades que toro ensino a nemo ensino funcional eo conheci- útil para o adulto. Tais que já não actividades contribuirão paeportanto ra vencer a timidez e o fatado como talismo. Assim, o monitorere a s u de v e orientar os alunosseus Trabalhar em grupo:fabetização na descoberta de palavras tado, i.m- novas; na discussão sobreua para a s vár ios assuntos em esuas corndi- tudo, nas actividades fora,das aulas;DO ANAI b) Escolher uma profisIs pensam ' ýsão ... obter trabalho:disconjunto cutindo com eles os assunos de alto tos profissionais, lendo texeadquiri- tos Práticos; superiores c) Conhecer os problemas

  • profundos, local, nacionais, e particisó seriam par na solução deles;es, os pro- d) Conhecer os,direitos eo entanto, deveres dos cidadãos, partura é muíl- tindo de discussões sobreCultura é a vida em família, no traos homenls balho na escola, nos cluambientebes, associações, etc.;oas vivem, e Estimular o espírito parte do associativista, por meio defi a d ou cooperativas, caixas escoeleé con- lares, sindicatos e associaA s s im,ções profissionais; discutir modo de as vantagens dessas asso, as habi-ciações. de vestir, As actividades acima civar a ter- tadas devem serrealizadas 'os, os co- de acordo com os interesmaneiras. ses e necessidades dosadulasoas. Tu. tos. Descubra outras iniciar conside- tivas que possam enriquer,quando cer o conteúdo do ensino, r os anal- contribuindo para a eduor deve le-cação dos alunos adultos. experiln.e ser dos COMO ENSINARsua culOs métodos e técnicas S CULTU- são caminhos que levam àtodos os aprendizagem. . Partindo-seculturas, de palavras conhecidas peuecer, que los alunos, o monitor fará deacordo com eles a discussão doom a épo- significado dessas palavras.lue, há diý Depois, o monitor escreve de Norte a palavra que está a serentre o discutida - a palavra chaa. Ela é o ve. A seguir, o aluno é letória hu-vado a decompor a pala-, as do ho- vra chave em sílabas e arecompor e a reconstrui novas palavras. A compcsiãao de novas palavras, partir das sílabas estuda das, tem efeito psicolÕgicipositivo, desenvolvendo ai toconfiança dos alunos. AE sim, a al/qbetização n&deve ser mecânica, basee da na' simples memoriza gão de simbolos gráficosletras, sílabas e palavras A alfabétisaço, isto é, 1 aprendizagem funcional diescrita, deve ser iniciad pela ligação entre o que, aluno já conhece e com preende- a linguage oral, os sons '- e o qui o aluno desconhece e In aprender, isto é, aescrita a representação destoi sons, o conteúdo do en sino deve ter stgnificad parao aluno e relacionar-se com a experifincia .del< na vida familiar, no traba lho e nos devertimentos Oanalfabeto deve prepa rar-se para encontrar solu gões k luz dos seus conhecimentos e da sua expa riênca. A a partir da vi vencia do adulto analfabetc que omonitor iniciará c trabalho educacional.MOTIVAÇIOA motivação é um aspectoque deve ser considera do em todas, as fases do processo de alfabetização. Sóexiste motivação para o aluno -estudar quando, no- ensino, se consideram as suasnecessidades, OS seus interesses e as suas aspirações. E, a partir disso, éimportante levar o aluno a compreender o significado e o mecanismo daquilo queestá a aprender: leitura, escrita, conhecimento e técnicas gerais úteis à sua vida. Eo esforço p ara continuar a aprender será cada vez maior quando o aluno forestabelecendo a relação, a ligação prátida de tudo o que aprender na escola Comas, aptividades diárias: no trabalho, junto à família, junto aos amigos, e assim pordiante. A alfabetização funcional representa grande força incentivadora, crianovas aspirações e mostra os meios para' atingir melhores níveis de vida. Além doensino da leitura e da escrita, e no contexto social em que ele se insere, o monitordeve enriquecer a cultura dos seus alunos, mediante a introdução de novos

  • conhecimentos, proporcionando-lhes oportunidades para que se actualizem quantoao desenvolvimento.

    PÁGINA 27NOVA DIALECTICA E NOVAS ACCOES PARA SERVIR A DEVOLUCIÃO«Se um dia a luta camada de libertação vier a triunfar - repíto, a luta armadatemosde continuar com a revolução porque este 6 um processo de tramzwolação quenão acaba». Isto publicava o matutino «Notícias» dando indicaç.o da origem:«Voz da Frelimo» (Lusaka). A luta de um povo em armas - de* um qualquerpovo- terá sempre o dia da vitória final, Fqi o que sucedeu em Moçambique.Importa pois, conquistada a paz, «continuar com a revolução». A revolução quehá-de construir um novo pais - Moçambique. Ele há, efectivamente, a partir deagora, «um processo de transformaç&o,» exigindo este um tiabaiho entusiástico epreseverante de todos nós. Estamos perante uma tarefa «que não acaba»pois todos temos de querer mais e mais para. Moçambique. Para as suas gentes.Enfim, t e m o s de trabalhar para a çonsolidação da vitória do povomoçambicano, dai que, o processo não acabe. Nem podia. Um pais não seconstrói com ociosidade, não se edifica sem amor, não se consolida sem paz, nãose projecta sem unidade. Não se realiza sem austeridade. Nesta mobilização quese impõe à consciência de quantos querem participar na'edificação deMoçambique, nonhum de nós, nenhuma das actividades do homem poderá ficarde fora. O ideário da reývolução - finalmente já não há medo pela palavra- estabelece caminhos: trabalha, ordem, disciplina, camaradagem.Nesta hora única - que se ambiciona seja prelúdiode ~ outras horas iestivas para _Moçbique, para o seu povo - o desporto estáobrigado a participar com a sua força, com o seu fascinio. No seu lugar. A seutempo. ,Reformemos n e l e quanto não sirva os interesses da comunidade. Elenão poderá ser mais uma actividade que viva à margem do povo ou que tenhaapenas por metas as vãs glórias clubistas. Está já em marcha uma Re-. volução qehá-de dar a feiça deste luturo pais, uma revolução * que n ã o p o d e avançar commuitas das regras e esquemas de ontem. O Desporto terá, de . forma clara, deencarar a realidade que - triunfou; decerto que a luta*do povo não se fez pela c aus a desportiva, isto não passa pela cabeça de ninguém, mas triunfante aquela estaterá de participar na revolução que ora se inicia -e não caba - para a glorificação deê Moçambique e do seu povo.Terão (no désporto) de ser rectificadas posições, e, aqui ou ali, a dialéctica terá deser refundida. Is to quererá dizer que cada um, seja 'praticante ou dirigente,entusiasta ou mero espectador, relator ou comentarista, repórter, redactor ouapenas leitor, terá de rever conceitos, avaliar os objectivos, pesar as reialidades.Digamos então que o Desporto tem, muito concrelamente, de dar o seu contributo,a sua ajuda para a futura pátria moçambicana ,Vamos decididamente para outralinguagem e estabeleçamos novas metas. Vamos para nova dialéctica e novasacções para bem servir a revoluçãõ ao serviço da comunidade.AGOSTINHO, DE CAMPOS-

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  • A EDUCACAO FiSICAE O DESPORTONO. PROGRAMADA [FIELIMOQue lugar para o desporto (actual) no programa da FREIMO? Que desportopodemos vislumbrar na programática da FRELIMO?Duas interrogativas pertinentes que pedem, antes de q u a.i s q u e rconsiderações, mais estas perguntas e respostas: qual o fim, qual o objectivo dodesporto de hoje? Serve esse desporto o povo moçambicano? Em que medidapode projectar Moçambique no tablado deípor. tivo internacional?Tentemos abordar alguns dos diversos aspectos que podèm 'ser inferidos daqui,lmbrando porém que a partir de hoje interessa muito mais olhar em frente do queremetermo-nos a estéril critica dos muitos erros e equívocos do passado.Procuraremos, tanto q u a n t o possíveL respeitar esta regra.Relativamente ao a c t u a 1 processo desportivo alguns entendem-no perfeitam en t e alto a servir o Moçambique de amanhã sem necessidade de grandesmodificações. o que nos parece teoria singular e um tanto de costas viradas para ainapagável realidade já esboçada. E dizemos singular por tal pressu. posto,embora bom Intencionado no espírito de alguns, esquecer qual tem sido oengajamento do desporto até agora. Mas não vamos mais longe dada a reserva aque nos impusemos.Como vamos supor a possibilidade de pura e simples integração do actual pro-'cesso desportivo no f u t uro Moçambique, quando, t o d oele. foi, sob vários processos e diversificadas incidências um dos meios de que aordem fascista se serviu para embalar pessoas ou deixar no olvido o povo?,Efectivamente., entre nós. do povo, temos que a suas massas populares nãotiveram praticamente acesso ao exercicio e beneficio do desporto; nem mesmo emgrande escala para a bancada.Sem plano global gimnodesportivo que considerasse o todo moçambicano,tinha,mos que era (e 6) nos clubes desportivos onde a prática desportiva estavamelhor ou pior organizada. Parralelamente a esta situação tinhamos ainda que,não obstante os apregoados contributos para o desenvolvimento da cultura físicado povo pela prática desportiva, os clubes tiveram sempre um objectivo bemdiferente.- o seu prop6sito foi sempre o seu engrandecimento pela via dos triunfosnos campos de jogo. Esta a imposição da sociedade desportiva estruturada emclubes, assciaçóes, numa certa imprensa, num tipo de dirigismo e nummultifacetado jogo de infteres. ses que iam desde o comercialismo & satisfação devai. dades.Já aqui escrevemos que «o desporto que o pais Moçambique necessita vara já nãoé este, o que não significa que este (...) não tenha também o seu papel a cum.rirmas teremos que lhe exigir aue se corrija. E muito».Não vai ser fácil a inserção da actual 6ptica despor.tiva no programa da FRELIMO, verdadeiramente nem tsrá possívèL Natural elegitimamente advoga-se o poder para o povo, logo todas as a ct i vidad"s,independentemente da sua natureza, têm de partir desta premissa. Todas as suas

  • estruturas, todo o seu fim, terão de ter em conta este facto. E a sua força. Masfalávamos de desporto.J á rompeu a aurora de uma revolução à qual todos temos de abrir o peito, já quesó eia poderá construir Moçambique. Também. pois, a actividadegimnodesportiva terá de servir, a revolução que visa um Moçambique próspero,de paz e amor. Um Moçombique de um povo feliz.Há uma verdade que não pode ser escamoteada podendo ser consubstanciada emperguntas deste teor: que expressão dá. o desporto actual. do povo? Onde aencontramos? Onde se mostra? Encaremos a realidade da situação. Dá-a, ohipismo essa expressão do povo? Está ela no golfe ou no tão reclamado hóqueiem patins? Vemo-la na natação ou no _ténis, seja ele de campo ou de mesa?Mostra-a o decantado minibasquete? Encontramo-la, a sua expressão, nosdesportos náuticos, no louvado basquetebol. no ciclismo ou no automobilismo?Como e a t á essa expressão de um povo que vai do Rovuma ao Maputo mostradana ginástica? Em que medida aparece no atietismo? E no futebol (sem dúvida umaatracção. E porqu8?) há toda essa pujançado povo como aqui ou ali se pretende?E mais,Qual é a maio'ia do povo das bancadas a àssistir às pugnas dosportivas? Q ue msuperlota os pavilhões dosportivos cobertos? Em que camada da sociedade sãorecrutados os dirigentes? E os árbitros e demais auxiliares? Todo este mundo deperguntas encontra justificaçáo em todo um condicionalismo resultante das metasque o desporto tinha a alcançar. E parece-nos -importante abrir aqui umpar6ntesis. A par da realidade exposta lembíamos que seria um'tremendo errosupor que as demais camadas sociais da socied«de moçambicana tinham ao seudispor a prática e consequente beneficio do desporto. Nada disso, pois quanto aoacesso ao exercício do desporto este foi sempre muito compartimentado. Emboraquem pudesse servir o ideário do -clubismo e bem servisse o espectáculo: quemvalorizasse a compe t i ç ã o. Mas nem só estes aspectos negativos encontrávamosno desporto. Todos sabemos de práticas desportivas m u 1 o selectivas pelanatureza das suas exígénca# materiais e necessidade de tempo livre. Mesmo noreino desportivo nem todas as disciplinas, se apoiam ou aplaudem mutuamente.Perguntem, por exemplo, a um adepto do futebol' o que pensa do golfe ou a umciclista como v& o basquetebol. Sem muito esforço poderemos encontrar dentrodo mesm;o clube secções que so julgam preteridas em re. lação a outras enquanto

    PAGINA 29SUBSlDIOS (PASSADOS) AO DESPORTO AINDA SÃO NOTICIAumas e arrogam o dfreito a privilégios por razões suas. Enfim: testemunho dascontradições do desporto fruto maduro das contradições do sistema .asa(felizme