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Excelentíssimo Senhor Juiz da Sexagésima Vara da Justiça Eleitoral do Estado do Rio Grande do Norte. André Luiz da Rocha Ferreira, brasileiro, solteiro, motorista, munícipe eleitor, portador do Título Eleitoral nº. 032169031651 – Zona 52 – Seção 0007, inscrito no Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) sob nº. 029243884-22, com domicílio Eleitoral no Povoado Acauã, casa 181, Zona Rural, Município de Pedra Grande, Estado do Rio Grande do Norte, vem respeitosamente perante V. Ex.ª, com fulcro na Lei Complementar n.º 64/90; na Lei n.º 9.504/97 para oferecer a presente: AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE REGISTRO DE CANDIDATURA Em desfavor do senhor VALDEMIR VALENTIM SOARES BELCHIOR, podendo ser localizado na Rua Prefeito Artur Morais,

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Excelentssimo Senhor Juiz da Sexagsima Vara da Justia Eleitoral do Estado do Rio Grande do Norte.

Andr Luiz da Rocha Ferreira, brasileiro, solteiro, motorista, muncipe eleitor, portador do Ttulo Eleitoral n. 032169031651 Zona 52 Seo 0007, inscrito no Cadastro das Pessoas Fsicas (CPF) sob n. 029243884-22, com domiclio Eleitoral no Povoado Acau, casa 181, Zona Rural, Municpio de Pedra Grande, Estado do Rio Grande do Norte, vem respeitosamente perante V. Ex., com fulcro na Lei Complementar n. 64/90; na Lei n. 9.504/97 para oferecer a presente:AO DE IMPUGNAO DE REGISTRO DE CANDIDATURAEm desfavor do senhor VALDEMIR VALENTIM SOARES BELCHIOR, podendo ser localizado na Rua Prefeito Artur Morais, ______, Centro, Municpio de Pedra Grande/RN, pelos motivos fticos e jurdicos a seguir expostos:Douto Julgador, os fatos a seguir narrados expem de forma clara e inequvoca as graves violaes praticadas contra o Errio pelo denunciado, com reflexos na sua legitimidade poltica. Felizmente a Justia Eleitoral vem demonstrando cada vez menos tolerncia com atos dessa natureza, sobretudo quando esses tolhem princpios republicanos encartados na Lei Maior.Conforme mais do que conhecido de Vossa Excelncia, em incio de dezembro do ano passado, em funo da destituio do Prefeito Constitucional do Municpio de Pedra Grande-RN, por deciso proferida pelo Colendo Tribunal Superior Eleitoral, assumiu a cadeira do Executivo a pessoa do denunciado acima qualificado, pois esse era o Presidente da Cmara local, figurando assim pelo curto mandato de 26 dias, j que nova Mesa legislativa se formou em virtude do fim do seu perodo bienal de composio. frente da Presidncia do Legislativo pedragrandense, o denunciado nem de longe zelou pelos princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade ou publicidade dos atos, merecendo assim que os fatos a seguir detalhados sejam devidamente analisados por Vossa Excelncia, j que demonstram que o denunciado pessoa desmerecedora da confiana da sociedade e das instituies em exercer cargo ou funo pblicos.Assim, vislumbrou-se o abuso poder econmico, conforme se melhor detalha nas seguintes condutas:Mensalmente um irmo do denunciado, de nome Clayton Valentim recebia da Cmara Municipal de Pedra Grande a importncia de R$ 2.000,00 (dois mil reais), conforme faz prova o Empenho n 000024 (24/2012). Sucede que inexiste qualquer explicao para esse desembolso (ou melhor, existe, mas no se declara) e para agravar a situao, sabe-se que esse beneficirio raramente pisa no Municpio.H um outro irmo do denunciado, de nome Valmir Valentim Soares Belchior, que tem um mercadinho (de mesmo nome) neste Municpio (CNPJ 02.788.621/0001-07). Conforme demonstra o Anexo 14 do TCE, na prestao de contas fica claro que esse recebia, a importncia de R$ 2.000,00 (dois mil reais) da Cmara presidida pelo denunciado, o que claramente viola diversos dispositivos constitucionais e legais, especialmente dado o favorecimento a parente.Ainda imbudo pelo esprito de fraternidade, um terceiro irmo, Luis Soares Belchior Neto, recebia da Cmara, sob a presidncia do denunciado, por meio de um restaurante da propriedade daquele, valores diversos, conforme fazem prova os Anexo 14 do TCE aqui acostado.O mesmo esprito de benevolncia se estendeu ao cnjuge da irm (Jos Ribamar da Silva). Esse foi contratado para prestar servios contbeis Cmara. Existe uma discrepncia entre o que a Cmara diz pagar por esse servio (R$ 4.200,00 quatro mil e duzentos reais), ora apontadas nos Empenhos e aquilo o que rumores apontam como sendo o real valor (R$10.000,00 dez mil reais). Vale aqui pedir de Vossa Excelncia que, visando esclarecer essa discrepncia, que seja a agncia do Banco Bradesco de Joo Cmara-RN intimada a apresentar cpias dos cheques emitidos em favor de Jos Ribamar da Silva, cuja empresa pessoal de mesmo nome tem o CNPJ n 13.264.685/0001-25.No bastasse a contratao com esse escritrio de Contabilidade, esse como pessoa jurdica, houve ainda a contratao pela Cmara de dois de seus funcionrios (auxiliares de Contabilidade), como pessoas fscias, para dar consultoria Casa, a saber: Emanuel Ferdeson de Oliveira Laurindo, que perecebe anualmente a importncia de R$ 32.400,00 (trinta e dois mil e quatrocentos reais); Aparecida de Ftima Xavier de Andrade que percebe anualmente o montante de R$ 21.600,00 (vinte um mil e seiscentos reais).Vale destacar que a prestao de servios contbeis ao Errio, por imposio legal, tem sempre que ser feita por meio de pessoas jurdicas. Os fatos narrados no pargrafo anterior demonstram que tal imposio foi violada. Insta informar que o titular do escritrio de Contabilidade acima informado, tambm presta servios para a Prefeitura desde janeiro de 2012, sobrevivendo s mudanas de gesto.Somam-se aqui aos casos acima narrados outros trs casos em que a violao patente e se demonstra da simples anlise das Notas de Empenho (Anexo 14 TCE-RN): a) a sra. Ana Paula Farias da Silva, esposa do vereador Carlos Henrique, atual coordenador da campanha eleitoral do impugnado, recebeu sem qualquer explicao a importncia de R$ 4.320,00 (quatro mil trezentos e vinte reais); b) o senhor Jarbas da Silva Bezerra que recebeu valores diversos valores, totalizando o montante de......., tambm sem qualquer amparo para tal auferimento e c) sabido que em incio de 2014 a Cmara local no dispunha de veculos. No entanto surgiram Notas de Empenho mostrando o pagamento de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) em favor do Posto (de combustveis) Central de Pedra Grande.Alm dessa srie de pagamentos indevidos, que certamente permitiram ao impugnado arrecadar substancial quantidade de dinheiro, soma-se um claro ato de prevaricao por parte do impugnado, consistente em no dar andamento a uma representao protocolada em maro de 2013, onde se pedia a cassao do Prefeito Marcos Luiz Pereira por diversos atos de desvio de verbas pblicas.Sem querer aqui entrar no mrito dessas acusaes, fato que o Dec. 201/67 impe ao Presidente do Legislativo local que se desse andamento ao feito, ou mesmo, que em vislumbrando a pouca consistncia da pea, que ao menos expussesse o seu convencimento de modo formal e escrito. Mas nada foi feito: se recebeu a pea de denncia e essa foi simplesmente engavetada sem qualquer despacho, diligncia ou ato formal.Dando continuidade a sua gana por auferir recursos, especialmente visando projetos polticos, durante o curto perodo a frente do Executivo local, o impugnado tambm praticou atos que claramente lhe permitiram se capitalizar. Vejamos: No ano de 2012, o Prefeito Marcos Luiz Pereira, hoje cassado, firmou contrato com a PM Engenharia e Locao LTDA, via recursos prprios, para a construo de muros de campos de futebol nos Distrito de Exu Queimado, Acau e Barreiros. Tais convnios foram orados em R$ 381.803,92 (trezentos e oitenta e um mil oitocentos e trs reais e noventa e dois centavos). Dessas trs construes, duas foram feitas as de Acau e a de Barreiros. A de Exu Queimado sequer existe campo, muito menos obra.

Na foto placa de anncio de construo dos muros das trs obrasChamaram a ateno na poca os valores envolvidos, muito alm da realidade de mercado. Ficou claro o mau uso do dinheiro pblico conforme atestado pelo TRIBUNAL DE CONTAS DO RIO GRANDE DO NORTE em seus pareceres (anexos).Ocorre, Excelncia, para surpresa de todos, que atualmente existe uma nova placa (foto abaixo), desta feita posta em frente ao campo j edificado, onde o impugnado, juntamente com seu correligionrio poltico e ex-prefeito, Senhor Marcos Luiz Pereira (cassado), geriram a Prefeitura, cada um seu momento, para que se firmasse contrato com a EMPREITEIRA ALMEIDA E SILVA LTDA (CNPJ 10.555.939/0001-76), agora via recursos do Ministrio do Esporte, para construo do campo j construdo e objeto de desvios de verbas pblicas, com incio das OBRAS PARA 30/01/2015 e trmino em 30/04/2015. PATENTE A FRAUDE, conforme foto datada de 14/02/2015 (anexo). Em 03 de maro de 2015 a exposio desses fatos foi informado, em peties devidamente protocoladas ao MPF e PF.Cabe deixar bem claro que o Processo licitatrio que deveria impulsionar a construo do campo de Acau e uma quadra teve incio ainda na gesto do Prefeito afastado pelo TSE. Para tanto foi aberto o processo licitatrio n 012508/2014 (Licitao 031/2014), com publicao em 06/11/2014, no importe de 217 mil reais. Nota-se que a maior parte da tramitao desse processo licitatrio se deu sob a gesto do impugnado.Resta clara a convergncia de interesses entre o prefeito afastado, o impugnado e at mesmo o atual Prefeito, todos, como se sabe, subordinados ao primeiro.Se formos resumir o capitulo referentes dos espaos esportivos vemos que: a) em 2012 anunciou-se a construo de muros de proteo aos campos de futebol de Acau, Barreiros e Exu Queimado (esse ltimo nunca foi edificado), cuja execuo custou absurdos 381 mil reais... em plana campanha eleitoral (est explicado!); b) Em 2014 anuncia-se a construo do muro do campo de futebol mais quadra de Acau. Ou seja: anuncia-se uma obra j feita, com o claro propsito de arrecadar verbas oriundas do Ministrio dos Esportes.

Alm dos captulos referentes aos pagamentos a parentes e correligionrios e o acima narrado captulo dos espaos esportivos, surge com destaque um verdadeiro golpe de misericrdia nos cofres pblicos do Municpio, com o claro e inequvoco propsito de arrecadar verbas e, com isso, estabelecer um forte desequilbrio econmico nas eleies que se avizinham.Pasme, Excelncia que de acordo com Certido expedida pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Norte em 04 de maro de 2015, o Municpio de Pedra Grande-RN arrecadou no ltimo bimestre de 2014 a importncia de 2,4 milhes reais, tendo informado despesas empenhadas de 573 mil reais, deixando de informar todos os pagamentos realizados pelo Errio local, ferindo assim a LRF bem como as determinaes emanadas pelo TCE-RN que visam dar transparncia gesto das verbas pblicas. No bastasse essa omisso tambm se repetiu no Portal de Transparncia do Municpio.Como se v, face a omisso do denunciado em prestar contas adequadamente, de acordo com lhe impe a Lei, sobram dvidas sobre o destino do informado excedente contbil, sendo licito supor que parte dele est passvel de ser utilizado para benefcio pessoal do impugnado, sobretudo no plano eleitoral. H crime s no fato de no est sendo dada a devida publicidade aos gastos sob a gesto do impugnado. Um forte indcio da m utilizao das verbas pblicas, reside no fato da Folha de Pagamento do funcionalismo local ter saltado em mais de cento e cinquenta mil reais no intervalo de um ms. o que se percebe ao se comparar as folhas dos meses de novembro e dezembro do ano passado, ms da gesto do impugnado e que se confirma no Anexo 13 do TCE-RN em anexo. Numa anlise primeira, tal discrepncia poderia se justificar em virtude do pagamento da gratificao natalina, no entanto essa percepo se desfaz diante do fato de que o Errio local paga o dcimo terceiro salrio de acordo com o ms de aniversrio do servidor.Como sabido, o Municpio sempre se negou a apresentar a Folha de Pagamento, sendo inclusive objeto do MS que tramitou nessa Comarca... cujo desfecho bem conhecido de Vossa Excelncia.H rumores de que a verba excedente entre novembro e dezembro de 2014 se destinou compra de votos de no servidores, bem como para remunerar servidores com verbas adicionais, tambm visando propsitos eleitoreiros.A EXEMPLO DO OBJETO DO CITADO MS, CONTIUNA URGINDO QUE O MUNICPIO D PUBLCIDADE S SUAS FOLHAS DE PAGAMENTO. RAZO PELA QUAL O IMPUGNANTE PROTESTA POR SUA APRESENTAO EM 48 HORAS (folhas dos meses de novembro e dezembro de 2014).Para finalizar, do que se sabe at agora, relata-se por fim a venda de bem pblico sem a devida outorga legislativa. Conforme demonstra o Anexo 14 do TCE-RN.Diante dos fatos aqui expostos, pede inicialmente pela produo das provas acima requeridas, especialmente os cheques destinados ao pagamento dos servios contbeis, junto ao Banco Bradesco de Joo Cmara, bem como as FOLHAS DE PAGAMENTO DOS SERVIDORES DO MUNICPIO DOS MESES DE NOVEMBRO DE DEZEMBRO DE 2014.Que independentemente do atendimento das diligncias acima, que seja impugnado o registro da candidatura do impugnado, abrindo-se vistas para o Ministrio Pblico Estadual e Eleitoral para as manifestaes de estilo.Que caso esse Julgador no vislumbre elementos bastantes para se deferir a pleiteada impugnao, que seja instaurada a competente Ao de Investigao Judicial Eleitoral, pelos fatos acima narrados.