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Excelentíssima Senhora Dra. VIVIANE ATALLAH Juíza da 101ª Zona Eleitoral – Goianira/GO. AIJE Nº. 63846 PROTOCOLO Nº. 1441692012 CELMA MARIA ARRUDA SILVA GORDO, CARLUCIO DE SOUZA PASSOS, JOSÉ URIAS PINHEIRO, JUNIOR CESAR PEREIRA DA SILVA, LACERDY CARDOSO TEIXEIRA JUNIOR, MAURICIO PEREIRA AGUIAR, ROSEMAR TEREZA DA COSTA, ROSILENE MARIA FERREIRA SOUSA E IVANIA APARECIDA NASCIMENTO DO CARMO, devidamente qualificados, vêm de forma respeitosa à presença de Vossa Excelência apresentar DEFESA à Ação de Investigação Judicial Eleitoral proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORAL, o que fazem mediante proeminentes motivações fáticas e direito que doravante passam a expositar: Síntese da lide. Rua 109, 282, Setor Sul, Goiânia/GO – Fone/fax 62 3091-7273 1

Defesa - AIJE Lei IPTU

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defesa conduta vedada

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EXCELENTSSIMO SENHOR JUIZ DA 74 ZONA ELEITORAL GOIANSIA/GO

Excelentssima Senhora Dra. VIVIANE ATALLAH Juza da 101 Zona Eleitoral Goianira/GO.

AIJE N. 63846PROTOCOLO N. 1441692012

Celma Maria Arruda Silva Gordo, Carlucio De Souza Passos, Jos Urias Pinheiro, Junior Cesar Pereira Da Silva, Lacerdy Cardoso Teixeira Junior, Mauricio Pereira Aguiar, Rosemar Tereza Da Costa, Rosilene Maria Ferreira Sousa E Ivania Aparecida Nascimento Do Carmo, devidamente qualificados, vm de forma respeitosa presena de Vossa Excelncia apresentar DEFESA Ao de Investigao Judicial Eleitoral proposta pelo Ministrio Pblico Eleitoral, o que fazem mediante proeminentes motivaes fticas e direito que doravante passam a expositar:

Sntese da lide.Detrai-se da incoativa que, o MPE ingressou com a presente alegando afronta ao pargrafo 10 do art. 73 da Lei n 9.504/97, pois que, no seu entendimento a aprovao do projeto de Lei 1617/2012, de autoria do chefe do executivo municipal, constitui ofensa a referido dispositivo, tendo este, na dico do parquet, transformado-se em ato poltico de promoo aos Investigados.Vislumbrando escorar suas alegaes, acostou cpias do projeto de lei, atas e autografo do ato legislativo.

Por fim requereu a concesso de medida liminar, judiciosamente indeferida por Vossa Excelncia, e ainda a aplicao de multa, declarao de inelegibilidade bem como a cassao dos registros ou dos diplomas dos Investigados.Verifica-se ento que, a nica causa de pedir a escorar a pretenso autoral a suposta pratica de conduta vedada a agentes pblicos, assim delimitando os contornos da lide.

A vista do quanto relatado, antes de adentrar ao mrito da celeuma posta, incumbe aos investigados, na forma do art. 301 do cdigo de ritos, arguir questo prejudicial, que acaso acolhida impede o conhecimento da materia de fundo.Da Ausncia de Interesse de AgirDentre as condies da ao previstas no art. 267, inciso VI, do CPC, destaque-se o interesse processual, materializvel no binmio necessidade (de se movimentar o aparelho judicirio) e utilidade (do resultado para o autor).O legislador ou a jurisprudncia estabelecem a definio do dies a quo e o dies ad quem para o ajuizamento de uma ao, para a prtica de um ato processual, ou mesmo para a manifestao de um direito, em nome da segurana jurdica, pois, consoante ensinamento trazido pelos prestigiosos civilistas RODOLFO PAMPLONA e PABLO STOLZE: no razovel, para a preservao do sentido de estabilidade social e segurana jurdica, que sejam estabelecidas relaes jurdicas perptuas, que podem obrigar, sem limitao temporal, outros sujeitos, merc do titular.Seguindo o raciocnio, os referidos doutos gizam ainda que:O exerccio de direitos, seja no campo das relaes materiais, seja por aes judiciais, deve ser uma consequncia e garantia de uma conscincia de cidadania, e no uma ameaa eterna contra os sujeitos obrigados, que no devem estar submetidos indefinidamente a uma espada de Dmocles sobre suas cabeas.

De acordo com o Min Jos Delgado, Ac. n. 25.966, de 29.6.2006: A estabilidade do processo eleitoral deve ser assegurada quando no h denncia maculadora do pleito apresentada tempestivamente.

O insigne Ministro conclui: os fenmenos preclusivos, decadenciais e de ausncia de interesse de agir atuam, de modo preponderante, nas vrias etapas em que as eleies se desenvolvem, tudo em homenagem segurana jurdica (...).

Como melhor ser visto alhures, o entendimento do Tribunal Superior Eleitoral, quanto s aes fundadas em prtica de conduta vedada aos agentes pblicos, anteriores ao registro de candidatura, tm seu dies ad quem na data das eleies, seno vejamos:

[...] A representao por descumprimento de norma do art. 73 da Lei n. 9.504/97 deve ser proposta at a data da realizao da eleio a que se refira, sob pena de carncia por falta de interesse processual do representante que tenha tido, antes disso, conhecimento do fato. [Processo n. 25.929, Rel. Min. Francisco Cesar Asfor Rocha, deciso monocrtica publicada no DJ em 29.3.2007, p. 146].

Assim, embora a Lei Complementar n 64/90 silencie a respeito do prazo final para a propositura da ao de investigao judicial, pacfico o entendimento doutrinrio e jurisprudencial de que tal prazo, no que tange s condutas do art. 73 da LGE, anteriores ao pleito, esgota-se com a realizao da eleio, neste sentido colhe-se do aresto acima:

Investigao Judicial Eleitoral, nos termos do art. 22 da Lei Complementar n. 64/1990, por infrao ao art. 73 da Lei n. 9.504/1997:

[...].

A ESTABILIDADE DO PROCESSO ELEITORAL DEVE SER ASSEGURADA QUANDO NO H DENNCIA MACULADORA DO PLEITO APRESENTADA TEMPESTIVAMENTE.

OS FENMENOS PRECLUSIVOS, DECADENCIAIS E DE AUSNCIA DE INTERESSE DE AGIR ATUAM, DE MODO PREPONDERANTE, NAS VRIAS ETAPAS EM QUE AS ELEIES SE DESENVOLVEM, TUDO EM HOMENAGEM SEGURANA JURDICA, ESPECIALMENTE QUANDO H INCERTEZAS SOBRE OS FATOS TEREM INFLUDO NA VONTADE DO ELEITOR.

O marco final da data das eleies para o ingresso em juzo da ao de investigao judicial eleitoral para apurar as condutas vedadas no art. 73, da Lei n. 9.504/97, est em harmonia com os princpios regentes do sistema eleitoral, principalmente o que consagra a necessidade de se respeitar a vontade popular e de no se eternizarem os conflitos.

[...].

Diante do exposto, firmo o entendimento de que a AIJE referente a fatos pblicos e notrios praticados antes das eleies deve ser proposta at a data de realizao do pleito [TSE. Ac. n. 25.966, de 29.6.2006, Rel. Min. Jos Delgado].

Ademais, a fixao de um marco final para o ajuizamento da investigao judicial vai ao encontro dos princpios que regem o sistema eleitoral e se apresenta em consonncia com a necessria estabilidade e celeridade dos feitos eleitorais, pois os conflitos relacionados ao pleito no podem se eternizar.

Foi por isso que, em consonncia com o entendimento jurisprudencial do Tribunal Superior Eleitoral - a respeito do prazo limite para propor representaes eleitorais com a finalidade de apurar fatos ocorridos antes do pleito - e levando em considerao que os prazos eleitorais so preclusivos, a assegurar a estabilidade do processo eleitoral, esta Corte, recentemente, firmou entendimento de que o marco final para o ajuizamento da investigao judicial do art. 30-A da Lei das Eleies (arrecadao e gastos de recursos), tambm a data da diplomao dos eleitos (Ac. TRESC n. 21.700, de 30.5.2007). A AO EM ANLISE, ASSIM, INTEMPESTIVA.

(...)Ante as consideraes expostas, fixada a data da diplomao dos eleitos como prazo final para a propositura de representao fundada no art. 30-A da Lei n. 9.504/1997, resta caracterizada a intempestividade da presente ao, e por isso julgo extinto o processo com fundamento no art. 267, VI, do Cdigo de Processo Civil.

Afeto s condutas vedadas, previstas no art. 73 da Lei n 9.504/97, estabeleceu-se, nos autos da Questo de Ordem no RO n 748/PA, prazo a contar da cincia inequvoca da prtica desta para que fosse reconhecida a utilidade e a necessidade do provimento jurisdicional a respeito, por sua clareza e preciso didtica, pede-se vnia para transcrever o seguinte excerto do voto condutor proferido pelo Min. FELIX FISCHER no Recurso Ordinrio n 1453, Acrdo de 25/02/2010, no qual assim manifestou:

Tal prazo, como ressaltado no teor dos votos proferidos em tal oportunidade, no se referia ao estabelecimento jurisprudencial de um marco decadencial para o ajuizamento da ao. Tratava-se, apenas, da fixao de um termo a partir do qual no mais se reconheceria a existncia de interesse de agir por parte do autor da ao para impugnar a conduta vedada praticada por candidato adversrio.A esse respeito, cito os seguintes excertos do inteiro teor do acrdo proferido na QO no RO nO748/PA:

No h prazo para a propositura da representao. Todavia, aguardar que as eleies se realizem, sob tamanha e pblica influncia, desqualifica a representao, que se faz abusiva e desconectada do interesse pblico.

(...)

proponho seja definido o prazo pare o ajuizamento das representaes pertinentes s condutas vedadas a que se refere a Lei n 9.504/97, estabelecendo-se as datas das respectivas eleies - primeiro ou segundo turno, salvo se a conduta houver sido praticada na antevspera, ou no prprio dia das eleies, para o que haveria o prazo de trs dias, contado do ato.

(...)

A lei no prev prazo. H precedente que nega pudesse a Corte estabelec-lo em termos de decadncia, adotando analogia com prazo de resposta, que no seria pertinente, dadas a assimetria a e distino dos casos (REspe n 15.322, rei. Min. Eduardo Ribeiro). Parece, contudo, haver hoje consenso na Corte quanto necessidade de fixao de prazo. Mas tenho que no seria de decadncia, seno de caracterizao ou reconhecimento de interesse processual no uso de reclamao. Isto , a hiptese seria de termo aps o qual, vista do decurso intil de prazo razovel como fato superveniente, tpico de condescendncia dos legitimados, j estaria diluda a necessidade de recurso Jurisdo, como elemento do interesse de agir. A nao induz presuno de ausncia de risco ao prprio princpio da isonomia dos candidatos e, pois, de leso jurdica. De todo modo, a soluo de juzo prudencial da Corte.

Ora, partindo-se do pressuposto de que, luz do art. 73, caput, e do seu 4 imperioso fazer cessar desde logo o comportamento permanente proibido e ilcito, tendente a comprometer a igualdade de oportunidade entre os candidatos, est justificada a necessidade de fixao de prazo para uso do remdio processual capaz de impedir-lhe a continuidade danosa ao valor normativo sob tutela e, ao mesmo tempo, no menos a

necessidade de que seja pronto o ajuizamento da reclamao. (g. n.) (QO no RO 748/PA, ReI. Min. Carlos Madeira, DJ de 26.8.2005)

Conforme se aduz do trecho transcrito, o e. Tribunal Superior Eleitoral destacou, no que importa fixao de prazo para o ajuizamento de aes relativas ao art. 73 da Lei nO 9.504/97, que: a) no h previso legal expressa de um prazo decadencial, e tal prazo no poderia ser estabelecido por criao pretoriana; b) todavia, dada a natureza das condutas vedadas - em que imperioso que se faa cessar de imediato a prtica do ato ilcito com a finalidade de evitar o dano - pode-se considerar que, passado determinado perodo, careceria o autor de interesse na articulao da ao, em razo de uma presuno de ausncia de dano decorrente do prprio decurso do tempo; c) isto , a hiptese seria de termo aps o qual, vista do decurso intil do prazo razovel como fato superveniente, tpico de condescendncia dos legitimados, j estaria diluda a necessidade de recurso Jurisdio, como elemento do interesse de agir" (Voto-vista da lavra do Min. Cezar Peluso na ao no RO nO 748, ReI. Min. Luiz Carlos Madeira, DJ de 26.8.2005).

Outra circunstncia tambm ponderada em julgados desta e. Corte refere-se ao fato de que a previso de limites ao ajuizamento das aes baseadas no art. 73 da Lei n 9.504/97 evitaria o que foi denominado "armazenamento ttico de indcios", com o ajuizamento de aes apenas aps definidas as eleies nas urnas.

Esta foi a motivao da deciso proferida nos autos do REspe nO25.935/SC, como se pode conferir das seguintes transcries:

Sr. Presidente, no tive ali posio decisiva, mas muito rigorosa em relao necessidade de se reconhecer a inexistncia de interesse processual para evitar o que o Ministro Seplveda Pertence chamava, como muita expressividade, armazenamento ttico de indcios capazes de comprometer a legitimidade das eleies por parte daquele que viesse a perd-Ias.Considero que a questo deva preocupar a Corte, e foi o que me levou a sustentar a carncia das aes por falta de interesse processual, quando propostas, aps o resultado das eleies, por parte de quem as perdeu.(...)

A meu ver, salutar a distino, para estabelecer que o interesse de agir, considerado o conhecimento da prtica contrria ao artigo 73, surge e fica afastado uma vez realizada a eleio (g. n.)

(REspe 25.935/SC, ReI. Min. Jos Delgado, ReI. Designado

Min. Cezar Peluso, DJ de 20.6.2006)

Nessa linha, a c. Corte Superior Eleitoral arrematou que

(...) a estabilidade do processo eleitoral deve ser assegurada quando no h denncia maculadora do pleito apresentada tempestivamente.

Os fenmenos preclusivos, decadenciais e de ausncia de interesse de agir atuam, de modo preponderante, nas vrias etapas em que as eleies se desenvolvem, tudo em homenagem segurana jurdica, especialmente quando h incerteza sobre os fatos terem infludo na vontade do eleitor.

O marco final da data das eleies para o ingresso em juzo de ao de investigao judicial eleitoral para apurar as condutas vedadas no art. 73, da Lei nO9.504/97, est em harmonia com os princpios regentes do sistema eleitoral, principalmente o que consagra a necessidade de se respeitar a vontade popular e de no se eternizarem os conflitos (...). (REspe nO 25.966, ReI. Min. Jos Delgado, DJ de 23.08.2006)

Assim, no que diz respeito s representaes com fulcro no art. 73 da Lei n 9.504/97, perde-se o interesse de agir aps as eleies.

Contudo, acaso V. Exa. no acolha as preliminares acima identificadas, o que no se espera, em nome dos princpios da eventualidade e da concentrao da defesa, doravante debruar-se- na questo de mrito.Remansosa a jurisprudncia no sentido de todo o quanto at aqui aduzido, como se v das seguintes ementas:

RECURSO ORDINRIO. AO DE INVESTIGAO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE) COM BASE NO ART. 22 DA LEI COMPLEMENTAR N 64/90 (ABUSO DE PODER ECONMICO) E ART. 30-A DA LEI N 9.504/97 (IRREGULARIDADES NA ARRECADAO E GASTOS DE RECURSOS DE CAMPANHA). CERCEAMENTO DE DEFESA. NO OCORRNCIA. PRECLUSO. PRAZO PARA O AJUIZAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. INEXISTNCIA. FIM DO MANDATO. PERDA DO INTERESSE DE AGIR. MRITO. DOAO ESTIMVEL EM DINHEIRO. AUSNCIA DE DECLARAO E RECIBO ELEITORAL. SANO APLICVEL. NEGATIVA DE OUTORGA DO DIPLOMA OU A CASSAO. ART. 30-A, 2. ABUSO DE PODER ECONMICO. AUSNCIA DE INTERESSE DE AGIR. RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.

Omissis

3. O rito previsto no art. 22 da Lei Complementar n 64/90 no estabelece prazo decadencial para o ajuizamento da ao de investigao judicial eleitoral. Por construo jurisprudencial, no mbito desta c. Corte Superior, entende-se que as aes de investigao judicial eleitoral que tratam de abuso de poder econmico e poltico podem ser propostas at a data da diplomao porque, aps esta data, restaria, ainda, o ajuizamento da Ao de Impugnao de Mandato Eletivo (AIME) e do Recurso Contra Expedio do Diploma (RCED). (REspe n 12.531/SP, Rel. Min. Ilmar Galvo, DJ de 1.9.1995 RO n 401/ES, Rel. Min. Fernando Neves, DJ de 1.9.2000, RP n 628/DF, Rel. Min. Slvio de Figueiredo, DJ de 17.12.2002). O mesmo argumento utilizado nas aes de investigao fundadas no art. 41-A da Lei 9.504/97, em que tambm assentou-se que o interesse de agir persiste at a data da diplomao (REspe 25.269/SP, Rel. Min. Caputo Bastos, DJ de 20.11.2006). J no que diz respeito s condutas vedadas (art. 73 da Lei n 9.504/97), para se evitar o denominado "armazenamento ttico de indcios", estabeleceu-se que o interesse de agir persiste at a data das eleies, contando-se o prazo de ajuizamento da cincia inequvoca da prtica da conduta. (QO no RO 748/PA, Rel. Min. Carlos Madeira, DJ de 26.8.2005; REspe 25.935/SC, Rel. Min. Jos Delgado, Rel. Designado Min. Cezar Peluso, DJ de 20.6.2006).(Recurso Ordinrio n 1453, Acrdo de 25/02/2010, Relator(a) Min. FELIX FISCHER, Publicao: DJE - Dirio da Justia Eletrnico, Data 05/04/2010, Pgina 207-209 ) - GrifeiRECURSO ORDINRIO. AO DE INVESTIGAO JUDICIAL ELEITORAL (AIJE) COM BASE NO ART. 22 DA LEI COMPLEMENTAR N 64/90 E ART. 30-A DA LEI N 9.504/97. IRREGULARIDADES NA ARRECADAO E GASTOS DE RECURSOS DE CAMPANHA. PRAZO PARA O AJUIZAMENTO. PRAZO DECADENCIAL. INEXISTNCIA. COMPETNCIA. JUIZ AUXILIAR. ABUSO DE PODER POLTICO. CONEXO. CORREGEDOR. PROPOSITURA. CANDIDATO NO ELEITO. POSSIBILIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA. MINISTRIO PBLICO ELEITORAL. POSSIBILIDADE. SANO APLICVEL. NEGATIVA DE OUTORGA DO DIPLOMA OU SUA CASSAO. ART. 30-A, 2o. PROPORCIONALIDADE. PROVIMENTO.

1. O rito previsto no art. 22 da Lei Complementar n 64/90 no estabelece prazo decadencial para o ajuizamento da ao de investigao judicial eleitoral. Por construo jurisprudencial, no mbito desta c. Corte Superior, entende-se que as aes de investigao judicial eleitoral que tratam de abuso de poder econmico e poltico podem ser propostas at a data da diplomao porque, aps esta data, restaria, ainda, o ajuizamento da o de Impugnao de Mandato Eletivo (AIME) e do Recurso Contra Expedio do Diploma (RCED). (REspe n 12.531/SP, Rei. Min. limar Galvo, DJ de 1.9.1995 RO n 401/ES, Rei. Min. Fernando Neves, DJ de 1.9.2000, RP n 628/DF, Rei. Min. Slvio de Figueiredo, DJ de 17.12.2002). O mesmo argumento utilizado nas aes de investigao fundadas no art. 41-A da Lei 9.504/97, em que tambm assentou-se que o interesse de agir persiste at a data da diplomao (REspe 25.269/SP, Rei. Min. Caputo Bastos, DJ de 20.11.2006). J no que diz respeito s condutas vedadas (art. 73 da Lei n 9.504/97), para se evitar denominado "armazenamento ttico de indcios", estabeleceu-se que o interesse de agir persiste at a data das eleies, contando-se o prazo de ajuizamento da cincia inequvoca da prtica da conduta. (QO no RO 748/PA, Rei. Min. Carlos Madeira, DJ de 26.8.2005 REspe 25.935/SC, Rei. Min. Jos Delgado, Rei. Designado Min. Cezar Peluso, DJ de 20.6.2006).

(Recurso Ordinrio n 1540, Acrdo de 28/04/2009, Relator(a) Min. FELIX FISCHER, Publicao: DJE - Dirio da Justia Eletrnico, Data 01/06/2009, Pgina 25/26/27) - GrifeiRECURSO ESPECIAL ELEITORAL. AO DE INVESTIGAO JUDICIAL ELEITORAL. AUSNCIA DE LEGITIMIDADE DA PARTE AUTORA. FATOS ACONTECIDOS ANTES DAS ELEIES. AO INTENTADA UM MS APS O PLEITO.

1. Ausente a legitimidade da parte autora para promover ao de investigao judicial eleitoral, em perodo posterior s eleies (trinta e um dias aps), visando a apurar fatos pblicos e notrios (publicidade institucional dita ilegal feita em jornais de grande circulao) que ocorreram em momentos anteriores ao pleito.

2. A estabilidade do processo eleitoral deve ser assegurada quando no h denncia maculadora do pleito apresentada tempestivamente.

3. A AIJE deve ser proposta at o dia das eleies quando visa a apurar fatos ocorridos antes do pleito.

4. Recurso provido para acolher a preliminar de ausncia de legitimidade para agir, em razo do decurso do tempo, extinguindo-se o processo sem julgamento de mrito.

(RECURSO ESPECIAL ELEITORAL n 25966, Acrdo de 29/06/2006, Relator(a) Min. JOS AUGUSTO DELGADO, Publicao: DJ - Dirio de justia, Data 23/08/2006, Pgina 110 RJTSE - Revista de jurisprudncia do TSE, Volume 17, Tomo 4, Pgina 356 )

Nota-se in casu, a exata ocorrncia da reserva ttica de indcios, apontada na Jurisprudncia, isto porque desde maio do presente ano o parquet eleitoral tem cincia da combatida anistia, e to somente um ms aps a eleio que ingressa com o presente. Tendo a Lei, objeto da representao, sido aprovada ainda no ms de maio de 2012, e desde ento inexistir qualquer ao do MPE no sentido de levar Justia Eleitoral o conhecimento de tal fato, resta demonstrado a completa ausncia de interesse agir, faltando a presente uma das condies da ao, o que impe, via de consequncia, a extino do feito sem resoluo de mrito, a teor do art. 267, inciso IV do Cdigo de Processo Civil, o que desde j se requer.No Mrito.Antes de outra coisa Excelncia, cumpre aos investigados, com o acatamento devido, aduzir sua absoluta ilegitimidade para figurar como parte na presente demanda, isto porque o legislativo municipal, o qual os mesmos integram, no se constitui Administrao Pblica no sentido empregado pela norma, o que os impede de praticar a conduta tpica vedada, a qual s poderia ser objeto da ao do Poder Executivo.A doutrina costuma apontar o conceito deAdministrao Pblica em sentido subjetivo e em sentido objetivo, Segundo Alexandre de Moraes, a Administrao Pblica pode ser definida objetivamente como a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve para aconsecuo dos interesses coletivos, e subjetivamente como o conjunto de rgos e de pessoas jurdicas aos quais a lei atribui o exerccio da funo administrativa do Estado.Na mesma linha, Maria Sylvia Zanella Di Pietro leciona que basicamente, so dois os sentidos em que se utiliza mais comumente a expressoAdministrao Pblica: a) em sentido subjetivo, formal ou orgnico, ela designa os entes que exercem a atividade administrativa; compreendepessoas jurdicas, rgos e agentes pblicos incumbidos de exercer uma das funes em que se triparte a atividade estatal: a funo administrativa; b) em sentido objetivo, material ou funcional, ela designa a natureza da atividade exercida pelos referidos entes; nesse sentido, a Administrao Pblicaaprpria funoadministrativa queincumbe, predominantemente, aoPoder Executivo.Para Jos dosSantos Carvalho Filho:O sentido objetivo, pois, da expresso que aqui deve ser grafada com iniciais minsculas deve consistir na prpria atividade administrativa exercida pelo Estado por seus rgos e agentes,caracterizando,enfim,a funoadministrativa.Aexpressopodetambmsignificaro conjunto de agentes, rgos e pessoas jurdicas que tenham a incumbncia de executar as atividades administrativas. Toma-se aqui em considerao o sujeito da funo administrativa, ou seja, quem a exerce de fato. Assim, em comum entre os diversos conceitos doutrinrios, o fato de que a Administrao Pblica um conjunto de agentes e rgos estatais, ou a atividade tpica do estado, consistentenadefesaconcretadointeressepblico exercida pelo Poder Executivo.Deste modo, como membros de Poder, no exerccio de sua atividade estatal tpica, qual seja a legislativa, estes no podem ser tomados por administrao pblica, com vistas suportar o nus da prtica do tipo previsto no 10 do art. 73 da Lei 9.504/97, o qual diga-se de passagem s pode ser cometido por agentes do Poder Executivo, os quais detm a incumbncia legal de prover, distribuir e prestar os servios pblicos, a includos os bens, valores ou benefcios objeto da norma do art. 73.

Por certo que na hiptese de algum abuso no exerccio de sua funo legislativa, com reflexo efetivo no pleito, obviamente estes poderiam vir a responder por abuso de poder poltico, o que nem de longe a hiptese dos autos, mas jamais, estariam legitimados ao pela prtica da conduta do Art. 73, 10 da LGE, mais uma vez: a nica causa de pedir dos autos.A representante do parquet invoca em seu arrazoado o teor da consulta n 153169, de relatoria do eminente Min. MARCO AURLIO MELLO, a qual restou assim ementada:DVIDA ATIVA DO MUNICPIO - BENEFCIOS FISCAIS - ANO DAS ELEIES. A norma do 10 do artigo 73 da Lei n 9.504/1997 obstculo a ter-se, no ano das eleies, o implemento de benefcio fiscal referente dvida ativa do Municpio bem como o encaminhamento Cmara de Vereadores de projeto de lei, no aludido perodo, objetivando a previso normativa voltada a favorecer inadimplentes.

(Consulta n 153169, Acrdo de 20/09/2011, Relator(a) Min. MARCO AURLIO MENDES DE FARIAS MELLO, Publicao: DJE - Dirio da Justia Eletrnico, Tomo 207, Data 28/10/2011, Pgina 81 )

Do teor da consulta, perceba Vossa Excelncia, que a restrio est claramente direcionada ao Poder Executivo, quem mais pode implementar benefcio fiscal referente dvida ativa ou encaminhar Cmara de Vereadores de projeto de lei neste sentido seno o Chefe do Executivo? Salta aos olhos, pois o equivocado manejo da presente contra os investigados.Da Regularidade na Conduta dos Investigados.

Destaque-se Excelncia que, inexiste nos autos qualquer indicao de que houve o uso eleitoreiro da lei vergastada, pelo contrrio, esta jamais foi objeto de discurso ou uso eleitoral por parte dos investigados, ora, inexiste ganho poltico em uma lei que objetiva to somente fazer com que as pessoas paguem seus tributos. No h, in casu, qualquer distribuio de benefcio apto a desequilibrar os pleito, quanto mais praticado ou imputvel aos investigados.Inexiste pedido de voto ou apoio decorrente da aprovao de referida lei, portanto esta no guarda qualquer vnculo com o processo eleitoral.

Por fim, desde o ano de 2007 a mesma lei vem sendo reeditada pelo Poder Executivo, o qual detm competncia privativa acerca de tal matria, como se v dos documentos anexos, o que ilide, de per si, a capitalizao de sua execuo por parte dos investigados.

, pois absolutamente legtima a lei aprovada pelos investigados, no possuindo esta qualquer conotao politico-eleitoral, restringindo os argumentos do parquet, suposta prtica de ato de improbidade, tambm inexistente, o qual ainda que procedente, s pode vir a ser objeto de procedimento perante a Justia Comum, com vistas a seu esclarecimento.No sentido do quanto arguido a Jurisprudncia:

RECURSO ESPECIAL. CONDUTA VEDADA. ART. 73, IV e 10, DA LEI N 9.504/97. SENADOR. DEPUTADO ESTADUAL. REPASSE. RECURSOS FINANCEIROS. SUBVENO SOCIAL. ENTIDADES PBLICAS E PRIVADAS. FOMENTO. TURISMO. ESPORTE. CULTURA. CONTRATO ADMINISTRATIVO. CONTRAPARTIDA. GRATUIDADE. DESCARACTERIZAO. DESPROVIMENTO.

PRELIMINARES

Omissis

4. A assinatura de convnios e o repasse de recursos financeiros a entidades pblicas e privadas para a realizao de projetos na rea da cultura, do esporte e do turismo no se amoldam ao conceito de distribuio gratuita, previsto no art. 73, 10, da Lei n 9.5047/97, sobretudo quando os instrumentos preveem a adoo de contrapartidas por parte das instituies.

5. Para caracterizao da conduta tipificada no art. 73, IV, da Lei das Eleies, necessrio que o ato administrativo, supostamente irregular, seja praticado de forma a beneficiar partidos polticos ou candidatos. In casu, no ficou comprovado que as assinaturas dos convnios tenham sido acompanhadas de pedidos de votos, apresentao de propostas polticas ou referncia a eleies vindouras, o que afasta a incidncia da norma. 6. Recurso especial conhecido como ordinrio e desprovido.

(Recurso Especial Eleitoral n 282675, Acrdo de 24/04/2012, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Tomo 95, Data 22/05/2012, Pgina 115-116 ) GrifeiRECURSO ORDINRIO. INVESTIGAO JUDICIAL ELEITORAL. CONDUTA VEDADA. ART. 73, 10, DA LEI N 9.504/97. SENADOR. DEPUTADO ESTADUAL. REPASSE. RECURSOS FINANCEIROS. SUBVENO SOCIAL. ENTIDADES PRIVADAS. FOMENTO. TURISMO. ESPORTE. CULTURA. CONTRATO ADMINISTRATIVO. CONTRAPARTIDA. GRATUIDADE. DESCARACTERIZAO. DESPROVIMENTO.

1. Em virtude do disposto no art. 18, II, h, da LC n 75/93, a fluncia do prazo recursal do MPE inicia-se com a sua intimao pessoal. In casu, o Parquet teve vista dos autos em 29.8.2011, sendo tempestivo o recurso interposto em 1.9.2011, observado o trduo legal.

2. A assinatura de convnios e o repasse de recursos financeiros a entidades privadas para a realizao de projetos na rea da cultura, do esporte e do turismo no se amoldam ao conceito de distribuio gratuita, previsto no art. 73, 10, da Lei n 9.504/97.

3. Compete Justia Eleitoral apreciar a ocorrncia de abuso do poder poltico ou econmico com interferncia no equilbrio das eleies. As prticas que consubstanciem, to somente, atos de improbidade administrativa, devem ser conhecidas e julgadas pela Justia Comum.

4. Recurso a que se nega provimento.

(Recurso Ordinrio n 1717231, Acrdo de 24/04/2012, Relator(a) Min. MARCELO HENRIQUES RIBEIRO DE OLIVEIRA, Publicao: DJE - Dirio de justia eletrnico, Tomo 106, Data 06/06/2012, Pgina 31 ) - GrifeiDa ausncia de Potencialidade/Gravidade na conduta imperiosa condenao lastreada no abuso de poder, a comprovao de que a conduta objurgada tenha tido potencial para interferir no pleito - na hiptese de conduta vedada - ou ento que demonstre gravidade suficiente reconhecer o abuso de poder poltico ou econmico.

Demais, insta obsevar que o objeto tutelado pela Investigao Judicial, fulcrada no abuso de poder, a normalidade e legitimidade das eleies, deste modo a no comprovao de que tenha havido qualquer distribuio de beneficio, com carter eleitoreiro, fulmina qualquer possibilidade de ofensa normalidade e legitimidade das eleies.Neste sentido a Jurisprudncia:

[...]. I - nus do investigante carrear aos autos provas que demonstrem haver sido transgredida a legislao eleitoral. II - Para configurao do abuso de poder poltico, alm da prova de sua materializao, faz-se necessrio demonstrar se a conduta teve potencialidade para gerar desequilbrio no pleito. [...].

(Ac. de 12.5.2009 no RO n 1.432, rel. Min. Fernando Gonalves.)Representao. [...] Propaganda Eleitoral. Poder poltico. Abuso. Caracterizao. Inelegibilidade. No-provimento. [...] Ausncia de inpcia da inicial que deixa claro perquirir o reconhecimento da prtica de abuso do poder poltico, nos moldes previstos no art. 22 da Lei Complementar no64/90. Ausente demonstrao de potencialidade do ato para desequilibrar o pleito. [...] ...A orientao jurisprudencial de que, em se tratando de apurao de existncia de abuso de poder pblico [sic], h de se partir de um fato objetivo praticado pela autoridade no curso da campanha poltica que tenha influenciado no resultado das eleies. Para tanto, necessrio que fique demonstrado, inequivocamente, elo entre a propaganda indevida e o pedido de voto e, conseqentemente, o resultado em prol do candidato.(Ac. de 16.5.2006 no RO no749, rel. Min. Jos Delgado.) - GrifeiAo de investigao judicial eleitoral. [...] Poder poltico. Abuso. No-caracterizao. Provimento. A declarao de inelegibilidade requer prova robusta da prtica dos fatos abusivos.NE: Alegao de abuso do poder poltico consistente no incentivo, pelo candidato, de invaso de terras pblicas (reserva extrativista), com promessa de posterior regularizao. (Ac. de 19.8.2004 no RO no739, rel. Min. Humberto Gomes de Barros.) - GrifeiRecurso contra expedio de diploma. Preliminares. [...] Propaganda institucional. Desvirtuamento. Abuso de poder poltico. Inauguraes de obras pblicas. Apresentaes musicais. Desvio de finalidade. Potencialidade. No comprovao. Desprovimento. [...] 4. O abuso de poder poltico, para fins eleitorais, configura-se no momento em que a normalidade e a legitimidade das eleies so comprometidas por condutas de agentes pblicos que, valendo-se de sua condio funcional, beneficiam candidaturas, em manifesto desvio de finalidade. 5. Fatos anteriores ao registro de candidatura podem, em tese, configurar abuso de poder poltico, desde que presente a potencialidade para macular o pleito, porquanto a Justia Eleitoral deve zelar pela lisura das eleies. [...]. (Ac. de 21.9.2010 no RCED n 661, rel. Min. Aldir Passarinho Junior.) - Grifei

Deste modo no se assentou base ftica apta a suportar as consequncias jurdicas pretendidas, pois no se reputou evidenciado que tenha havido a distribuio de vantagem/beneficio, de maneira a configurar o abuso de poder poltico.

V-se, pois que inexiste qualquer justificativa plausvel para a aplicao de multa, tampouco a declarao de inelegibilidade cassao de registro ou diplomas dos aqui investigados, se que se pode dizer que os fatos noticiados na inicial acusatria e aqui transcritos podem ser considerados como razovel justificativa para tamanha sano.

Assim dispe a Lcp 64/90:

Art. 19. As transgresses pertinentes origem de valores pecunirios, abuso do poder econmico ou poltico, em detrimento da liberdade de voto, sero apuradas mediante investigaes jurisdicionais realizadas pelo Corregedor-Geral e Corregedores Regionais Eleitorais.

Pargrafo nico. A apurao e a punio das transgresses mencionadas no caput deste artigo tero o objetivo de proteger a normalidade e legitimidade das eleies contra a influncia do poder econmico ou do abuso do exerccio de funo, cargo ou emprego na administrao direta, indireta e fundacional da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios.

Art. 22. Qualquer partido poltico, coligao, candidato ou Ministrio Pblico Eleitoral poder representar Justia Eleitoral, diretamente ao Corregedor-Geral ou Regional, relatando fatos e indicando provas, indcios e circunstncias e pedir abertura de investigao judicial para apurar uso indevido, desvio ou abuso do poder econmico ou do poder de autoridade, ou utilizao indevida de veculos ou meios de comunicao social, em benefcio de candidato ou de partido poltico, obedecido o seguinte rito: - grifeiMenores so os dilemas do interprete, quanto mais claras so as disposies da norma, e diante de tal espcie de dispositivo que se depara o interprete do quanto estatudo nos artigos 19-22 da Lei Complementar 64/90.

Como evidenciado em linhas pretritas, o bem jurdico vilipendiado, que pode ser objeto da investigao judicial, aquele decorrente do abuso do poder, em benefcio de candidato ou partido, cuja prtica afete de alguma maneira a higidez do processo eleitoral, e a isto se some a disposio do art. 22 em seu inciso XVI, o qual dispe que: para a configurao do ato abusivo, no ser considerada a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleio, mas apenas a gravidade das circunstncias que o caracterizam, ou seja, alm dos requisitos de afronta a liberdade de voto, que ofenda a normalidade das eleies h que se perquirir ainda se referida conduta possui gravidade suficiente a atrair a incidncia da reprimenda legal.

Da anlise do conjunto ftico probatrio no se vislumbra a presena de nenhum dos requisitos configuradores do abuso de poder poltico, via de consequncia improcedncia desta ao medida que se impe.

Requerimentos.

Ante o exposto, requer seja reconhecida a ausncia de interesse de agir, cominando de extino do processo na forma j requerida, e acaso superada o que no se espera, pugna pela IMPROCEDNCIA dos pedidos, protestando, ainda, pela produo de todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente juntada de novos documentos e a oitiva das testemunhas abaixo arroladas.Pede deferimento.

Goinia, 3 de dezembro de 2012.

Afrnio Cotrim Junior

OAB/GO 20.07Rol de testemunhas:

Anexos:

Leis de anistia 2007 a 2011MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional Administrativo . So Paulo: Atlas, 2002, p.91.

DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 13. ed. So Paulo: Atlas, 2001, p. 45

CARVALHO FILHO, Jos dos Santos. Manual de Direito Administrativo, 17. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p. 4.

PAGE 23Rua 109, 282, Setor Sul, Goinia/GO Fone/fax 62 3091-7273