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AJES INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DO JURUENA CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇAO INFANTIL AS RELAÇÕES AFETIVAS E SUAS INFLUÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA APRENDIZAGEM Terezinha de Souza Oliveira Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo. CAMPO NOVO DO PARECIS/2010

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇAO INFANTIL

AS RELAÇÕES AFETIVAS E SUAS INFLUÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA

APRENDIZAGEM

Terezinha de Souza Oliveira

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.

CAMPO NOVO DO PARECIS/2010

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AJES – INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇAO DO VALE DO JURUENA

CURSO: PSICOPEDAGOGIA COM ÊNFASE EM EDUCAÇAO INFANTIL

AS RELAÇÕES AFETIVAS E SUAS INFLUÊNCIAS NA CONSTRUÇÃO DA

APRENDIZAGEM

Terezinha de Souza Oliveira

Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo.

“Trabalho apresentado como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Psicopedagoga com Ênfase em Educação Infantil.”.

CAMPO NOVO DO PARECIS/2010

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AGRADECIMENTOS

A Deus, por me conceder sabedoria e coragem para seguir a difícil jornada.

A todos que me deram apoio, colaboração e prestígio.

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DEDICATÓRIA

A Deus, pela iluminação, sabedoria e força concedida.

A meus pais Raimundo Xenefonte de Souza (in memória) e Alveni de Sales

Souza pelo incentivo que me deram desde a infância.

Aos meus irmãos: Raimundo, Leda, Maria, Marta, Sueli, Carlos, Lourdes,

Ione, Adalberto e Mírian, pelo incentivo e apoio, nas horas difíceis.

Ao meu esposo Edézio e minhas filhas Thaís e Amanda, pelo apoio,

incentivo e paciência e por demonstrarem seu afeto, carinho e compreensão.

Aos Mestres que acreditaram na minha capacidade, possibilitando o meu

crescimento pessoal, profissional e intelectual.

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Não escrevo para heróis, mas para pessoas que sabem que educar é

realizar a mais bela e complexa arte da inteligência.

Educar é acreditar na vida e ter esperança no futuro, mesmo que os jovens

nos decepcionem no presente.

Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.

AUGUSTO CURY

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RESUMO

Esta pesquisa realizada na escola Walter de Souza e Silva, uma escola rural

situada a 45 km da sede do Município de Campo Novo do Parecis, teve como meta

um estudo que retratasse a importância da afetividade no desenvolvimento da

aprendizagem. Este estudo fez acontecer a ampliação de novos conhecimentos.

Diante das situações vivenciadas no ambiente educacional no que se refere

a vínculos afetivos, uma vez que falar de sentimentos é considerar a vida afetiva da

criança, onde a educação se torna um ato de coragem e afeto, surgiu a necessidade

de um estudo bibliográfico com abordagens de diversos escritores que retratam as

relações afetivas e suas influências no desenvolvimento da aprendizagem.

Objetivou-se com este estudo fazer observações de comportamentos entre

educadores e educandos e suas relações no ambiente escolar.

Mantive observando professores e alunos durante algumas semanas, na

sala de aula, nos intervalos de recreio e vários momentos no pátio, como por

exemplo: em Horas Cívicas e Educação Física, é lamentável relatar, que presenciei

cenas de autoritarismo e falta de respeito entre o elenco de minhas observações.

Assim como presenciei também momentos de relações afetivas

impressionantes e comoventes que ainda estão contidos nos professores

alfabetizadores. Uma troca de carinho entre as crianças e seus professores.

Na sala de aula conversando com alunos de 6º, 7º e 8º ano, sobre o que

pensam da afetividade entre professores e alunos, me passaram de forma positiva a

importância do afeto entre ambos, a compreensão, o diálogo e até amizade que

muitos mantêm com seus professores fora do ambiente escolar. Bem como a

preferência por determinados professores pela forma que tratam seus alunos. Os

principais problemas levantados com esta pesquisa, diz respeito ao autoritarismo

que ainda se faz presente em alguns educadores e isso pode deixar marcas

profundas em nossos alunos, marcas estas, que em nada contribuirão na formação

do cidadão crítico, consciente e integral que devemos formar.

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SUMÁRIO

Introdução...................................................................................................................07

Capítulo I

O homem, Ser e Sociedade.......................................................................................09

Capítulo II

Educação e Afetividade..............................................................................................13

Capítulo III

Afetividade na Educação............................................................................................18

Capitulo IV

A Educação e o Ambiente Escolar.............................................................................21

Capítulo V

A Afetividade na Prática Pedagógica.........................................................................24

Capítulo VI

Minha Prática Docente e Estratégias Utilizadas........................................................28

Considerações Finais.................................................................................................35

Referencias Bibliográficas..........................................................................................37

Anexos........................................................................................................................39

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INTRODUÇÃO

No meu contexto escolar, na convivência diária com professores, alunos,

pais, crenças, valores e divergências de idéias, tenho buscado respostas para

algumas indagações que por diversas vezes me fizeram perder o sono. Em uma

escola, com um corpo docente onde 90% são licenciados e pós graduados, que

atende nos períodos matutino e vespertino cerca de 270 alunos de pré à 9º ano,

sendo uma escola rural, mas que dispõe de rico material de apoio pedagógico e

internet, vem a questão, quais são os fatores que levam a tanto fracasso escolar

alem de evasão e repetência? Uma vez que a sala de aula enquanto espaço

construído pelo meio social das crianças é marcado pelas relações afetivas e estas

fazem parte dos comportamentos infantis, surge outra indagação: As relações

afetivas podem influenciar na construção do conhecimento?

O ato de ensinar e aprender exige muito empenho e dedicação, uma vez

que a criança necessita de um mundo personalizado que a receba respeitosamente

e a acolha num clima de confiança e alegria.

Para que possamos nos desenvolver e adquirir condições físicas e mentais

necessárias a cada etapa do desenvolvimento na vida como também garante o

alcance de uma identidade, precisamos estabelecer vínculos afetivos significativos.

São essas relações emocionais com outras pessoas que permitem nosso

desenvolvimento. A criança que se desenvolve bem afetivamente tem grande

chance de ser um adulto feliz e bem humorado, desafiador, insistente nos seus

projetos de vida e competente na profissão.

Grande parte dos casos em que há dificuldades na aprendizagem, ao se

analisar a realidade da criança, é constatada uma gestação marcada por

dificuldades ou problemas familiares (brigas, separações) entre tantas outras

situações que podem influenciar na vida emocional do indivíduo impedindo a

construção do seu conhecimento.

A proposta deste trabalho, não é apenas o de associar afetividade e

educação, mas discutir como estas categorias estão intrinsecamente ligadas, tendo

em vista uma melhor prática pedagógica como contribuição direta no

desenvolvimento do indivíduo.

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Uma prática pedagógica alicerçada na afetividade mobiliza os alunos a um

caráter de afeto, amor ao próximo e a si mesmo. Dentro desta perspectiva, objetivo

enfocar a importância da afetividade na educação num contexto social (sala de aula)

e espaço escolar, analisando casos em que há dificuldades de aprendizagem,

avaliando o que constitui sintomático: distúrbio de aprendizagem, ou se a

dificuldades estão relacionadas ao processo afetivo. Aderir informações de estudos

bibliográficos que abordam a importância da afetividade e como esta pode contribuir

na construção do conhecimento e ainda fazer uma análise da prática pedagógica se

é desenvolvida com afetividade visando a formação de sujeitos capazes e críticos.

Acreditando que como em qualquer ambiente de ensino a escola lida com

alguns fracassos no que se refere ao ensino aprendizagem que atinge o indivíduo, a

família e o meio social uma vez que o conhecimento significa poder na nossa

cultura, analisando as relações afetivas justifica-se esta pesquisa bibliográfica.

Certa da responsabilidade que tenho em contribuir na formação de cidadãos

e para uma escola democrática realizei esta monografia e a pesquisa será

estruturada da seguinte forma.

O capítulo I tratará do Homem: Ser, sociedade e cultura.

No segundo capítulo será retratado sobre a Educação e Afetividade que é o

foco dessa pesquisa.

Destacarei no terceiro capítulo a Afetividade na Educação, uma vez que nas

práticas vivenciadas na escola se podem avaliar as necessidades das crianças,

pensando propostas afetivas, necessidades afetivas que são refletidas na

aprendizagem.

No quarto capitulo tratarei da Educação e o Ambiente Escolar, tendo a

escola como difusora da educação.

No quinto capitulo será enfocado a Afetividade na Prática Pedagógica,

fazendo uma alusão a alguns tipos de educadores.

Por fim, no sexto capítulo, farei relatos da prática pedagógica que busco

desenvolver, fazendo alusões aos anexos contidos no final do capítulo.

Nas considerações finais farei uma reflexão sobre o ser educador na

formação dos cidadãos que queremos formar.

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CAPÍTULO I

O HOMEM: SER, SOCIEDADE E CULTURA

Há muito, o homem deixou de ser apenas um entre os outros seres que

somente figuravam nas páginas da existência, para exercer um dos maiores papéis

do universo: um ser ímpar, dotado de percepção, consciência e inteligência,

cabendo-lhe conhecer, criar, receber e transmitir cultura, bem como, a total

responsabilidade pela preservação de sua espécie e do meio natural que o cerca.

Provido de consciência, o homem passou a atingir estágios superiores aos

dos outros animais, pois dispunha do pensamento crítico e da racionalidade.

Desenvolveu a capacidade de refletir sobre si mesmo e sobre o mundo que o cerca,

criando formas para satisfazer suas necessidades básicas e de sobrevivência.

Organizado em sociedade, ou seja, em agrupamentos definidos de

indivíduos que obedecem a um mesmo conjunto de leis, costumes e tradições, o

homem dispõe de inúmeras formas para desenvolver, realizar e compartilhar seus

conhecimentos, pois tem a oportunidade de agir e interagir com os demais membros

de seu grupo. Mesmo sendo dotadas de certa estabilidade, as sociedades se

distinguem pelo grau de complexidade das relações sociais e de dependência mútua

entre seus membros, de modo que cada indivíduo constitui um agente ativo,

responsável pela boa ou má utilização do conhecimento que está ao seu alcance, ou

passivo, quando sofre as conseqüências dessa utilização do conhecimento no

processo evolutivo de sua espécie.

O conjunto de conhecimentos adquiridos ao longo de sua existência permite

ao homem atribuir diferentes valores a elementos inerentes a todos os grupos tais

como: crenças, artes, costumes, etc. Estes diferentes valores são os objetos

formadores da cultura destes grupos.

“A cultura pode ser considerada, portanto, como amplo conjunto de conceitos, de símbolos, de valores e de atitudes que modelam uma sociedade. Ou seja, a cultura engloba o que pensamos, fazemos e temos enquanto membros de um grupo social. (...) Podemos acrescentar, por fim, e numa abordagem mais filosófica, que cultura é a resposta oferecida pelos grupos humanos ao desafio da existência. Uma resposta que se manifesta em termos de conhecimento (logos), paixão (phatos) e comportamento (ethos). Isto é em termos de razão, sentimento e ação”. (COTRIN, 1996, p.15).

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A cultura assim como o homem, vai se modificando através do tempo,

diversificando-se e incorporando novos sentidos, novas descobertas e invenções. O

processo cultural envolve necessidades biológicas, sociais e psíquicas do indivíduo,

formando as diferentes atividades de cada grupo humano, constituindo assim

unidades distintas que farão parte de um grande complexo cultural.

Cada grupo social trata de proteger ou preservar sua cultura de forma a

conservar suas peculiaridades, porém, também pode assim multicultural. Nesse

sentido o homem constrói seus conhecimentos e os transforma conforme suas

necessidades.

A sociedade faz a cultura com hábitos que se acumulam as realizações materiais que se executam, as crenças que se enraízam, os pleitos que se desdobram, os conflitos que se entrecruzam, as peculiaridades que se confrontam, ou os valores que se cristalizam. O tempo e o colorido das iniciativas individuais encontram, e reencontram-se no grupo, com dimensões locais, “nacionais”, ou ainda muito mais amplas. (BRITTO, 1991, p.18).

Para disseminar ou perpetuar sua cultura, o homem desenvolveu métodos

para reproduzir ou repassar, aos membros do grupo, seus conhecimentos. Criou

sistemas institucionais capazes de viabilizar a transmissão destes conhecimentos de

maneira uniforme, através de um modelo de ensino e aprendizagem sistematizado

onde sua missão não é explicar ou demonstrar, mas coordenar e unir.

Ao pretender essa uniformidade, o homem se depara com uma variedade de

realidades e tem que se reorganizar a fim de não apenas repassar de forma

condicionada, um conhecimento considerado essencial e completo, mas aproveitar

as bagagens sócio-culturais trazidas por cada indivíduo no processo de construção

do conhecimento coletivo.

O processo cultural com suas inquietações e busca de equilíbrio, não se desdobra de maneira metódica. A sua aprendizagem e transmissão possuem, todavia governantes, chefes religiosos, guardiães de costumes e gestores no trabalho. Como a institucionalização da escola como lugar especializado para o ensino, ela passa a assumir algumas das funções pedagógicas, com uma precedência formal definida pelo Estado. (BRITTO, 1991, p. 24)

Encontramos ai, a „‟Escola‟‟, historicamente utilizada como disseminadora de

cultura, no papel de dominadora e transformadora desta cultura, tornando-se um

veiculo que também pode ser usado para a manipulação do saber para atender

interesses sociais e políticos adversos, desviando-se de seus objetivos essenciais.

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Esta concepção de escola como modelo de transmissão do saber foi

acompanhada, através do tempo, por inúmeras demonstrações de poder, desde

sociedades primitivas, onde começam as relações desiguais nas divisões de

trabalho, passando pela conturbada detenção do saber pela igreja na Idade Média,

até algumas sociedades que ainda a utilizam no sentido de privilegiar uns em

detrimento de outros. Hoje, porém, estas relações não se mantêm em sua plenitude,

pois através de um maior desenvolvimento intelectual, evoluções tecnológicas, e sua

capacidade em questionar e querer um novo modelo de escola, que se adéqüe às

suas novas necessidades, o homem vai moldando novas concepções sobre a

questão do poder da escola, nesse sentido:

A escola, como todo grupo social, é um grupo político. Ela é permanentemente um quadro de relações de poder, ou seja, um círculo de relações entre governantes e governados procurando assegurar a integração do grupo (...). A escola constitui, portanto uma entidade política

que dispõe de um sistema que lhe é próprio. (BRITTO, 1991, p. 27).

O autor também considera a escola como parte de algo mais amplo,

regulamentado pelo Estado, o que gera visão condicionada ou „„alienada‟‟ mas que

pode chegar, através do próprio indivíduo, a uma nova concepção do que lhe é

posto.

A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (L. D. B Art. 1°Lei 9.394 de 20/12/1996)

Não se pode negar o papel da escola como modelo de relações de

„„dominação‟‟ ou „„superioridade‟‟, embora com mais ou menos intensidade, porém,

cabe a cada sociedade ou grupo social se desvencilhar desses preceitos a fim de

construir, não apenas outro modelo, mas a valorização do que pode ser passado

para suas gerações futuras de maneira mais eficaz.

Ao pensarmos em „„educação‟‟, não necessariamente nos referimos só à

„‟escola‟‟, tida como instituição onde são sistematizados ou formalizados os

conhecimentos que irão ditar valores sociais, políticos ou culturais de uma

sociedade. Embora intimamente ligadas, deve-se partir do principio que a educação

é um ciclo que começa com o nascimento e se desenvolve durante a vida,

adquirindo formas e características próprias e independentes, possibilitando ao

homem construir novos significados para a sua existência.

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Não somos educados somente na escola, mas nos educam desde que

começamos a balbuciar as primeiras palavras ou manifestar nossos primeiros

desejos. Então encontramos ai uma relação, onde, não somos apenas aprendizes,

mas também educadores e transmissores de conhecimentos:

Ninguém escapa da educação. Em casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos todos nós envolvemos pedaços da vida com ela: Para aprender, para ensinar, para aprender e ensinar. Para saber, para fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação. Com uma ou com várias: educação? Educações. (BRANDÃO, 1981, p. 7)

Portanto as relações de educação, são dispostas em unidades complexas

que, para se realizarem, necessitam de um aprimoramento entre os indivíduos

envolvidos no processo.

Assim sendo, temos que considerar que qualquer pessoa pode ser parte

integrante na realização e construção do conhecimento alheio, seja ela um membro

da família, um padre, um artista, um escultor, um professor, em fim, todas as

pessoas com as quais nos relacionamos durante a vida.

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CAPÍTULO II

EDUCAÇÃO E AFETIVIDADE

Acordar de manhã, escovar os dentes, tomar café e sair para o trabalho ou

para a escola, são atividades cotidianas que dão impulso inicial á nossa rotina diária,

sendo assim, sabemos que não podemos desenvolver nossas atividades sem um

pontapé inicial, aquele chute imprescindível para o começo de um jogo, criando

assim, condições favoráveis que possibilitem a interação e o desenvolvimento de

nossas metas.

Não importa o quanto tenhamos dito ou lido sobre o papel da educação no

processo evolutivo do ser humano, ou o papel da educação no processo ensino

aprendizagem, são muitas teorias, desde grandes papas da educação como Piaget,

Paulo Freire ou Emilia Ferreiro até novos nomes que despontam num cenário mais

moderno, como COLL (1998) e NÓVOA (2000), que visam em seus trabalhos, à

busca da renovação ou da reinvenção da Escola a fim de adaptar a realidade

escolar aos novos tempos, também, apresentarem suas idéias de forma fácil,

objetiva e coerente com as necessidades atuais. Toda a literatura já adquirida sobe

o assunto é de relevada importância, e não devemos separar a teoria da pratica,

porem, os novos olhares para a educação apontam para a utilização das formas

mais simples de entendimento.

Este trabalho, não se dirige apenas ao educador (que tem o papel de difusor

do saber cientifico), mas também se dispõe a algumas explicações básicas, para

outros segmentos envolvidos no processo educacional, como pais e alunos,

oportunizando, para estes segmentos, algumas formas acessíveis de entendimento

sobre o presente assunto.

Entendemos que partir do simples para o complexo, é o melhor caminho na

busca de se fazer entender, portanto começaremos com duas definições fáceis de

serem compreendidas (ao pé da letra) e muito significativas das palavras

EDUCAÇÃO e AFETIVIDADE retiradas do Novo Dicionário Aurélio da Língua

Portuguesa: São elas:

“EDUCAÇÃO: (do latin educatione). (...) processo de desenvolvimento da capacidade física, intelectual e moral da criança e do ser humano em geral, visando à sua melhor integração individual e social (...). Arte de cultivar as

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plantas e de as fazer reproduzir nas melhores condições possíveis para se auferirem bons resultados”. (FERREIRA,1999, p. 718)

“AFETIVIDADE: (...) psicol. Conjunto de fenômenos psíquicos que se

manifestam sob a forma de emoções, sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor ou prazer, de satisfação ou insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristezas”. (FERREIRA, 1999, p. 62)

Escolhemos estas definições, por serem de fácil acesso a qualquer pessoa

(quem não tem um dicionário em casa, na escola ou na casa de algum amigo ou

parente?), pois representam o mínimo de informação sobre os assuntos propostos.

Após passarmos os olhos pelo texto, conseguimos de imediato entrelaçar as

duas definições, pois refletem conceitos inerentes a existência do individuo. Há um

elo pautado nas relações de integração, aperfeiçoamento e sentimentos, aspectos

fundamentais para o desenvolvimento do sujeito.

As experiências educacionais, sejam elas formais ou informais, levam a uma

relação de afetividade, porém, isso ocorre de maneira não perceptível, ou seja, a

educação se dá espontaneamente – cada pessoa tem um potencial de imaginação e

ação muito desenvolvido. A criatividade e o emocional permitem a busca e o

desenvolvimento da valência de cada momento vivenciado dentro de um universo

espontâneo de modo regular, tanto para quem vai ensinar até o mais simples gesto,

como lavar as mãos antes das refeições, como para quem vai ensinar até a mais

complexa das teorias do universo.

Temos nas duas relações, laços estreitos de entendimento, onde as formas

de ensinar serão diferentes, mas ambas chegarão a um mesmo resultado, o trabalho

do professor é sem dúvida, importantíssimo, pois ajuda a desenvolver os domínios

afetivo, cognitivo e psicomotor, conseguindo trazer à tona o desenvolvimento da

inteligência através das descobertas vividas por seus alunos.

Na realidade, uma pesquisa em educação é um lugar educativo por excelência; ensinar a ler, alfabetizar, é uma tarefa permanente da educação. Nós não abandonamos nunca nossa situação de analfabetos da realidade. E nesse sentido a educação “permanente” significa que o homem tem a possibilidade de reler, constantemente sua realidade, da qual ele é sempre um aprendiz. (GADOTTI, 1977, p. 47).

Como profissionais da educação, não raro encontramos ou (ouvimos nos

corredores das escolas) alunos apaixonados por alguns de seus mestres.

Perguntamos sobre a razão dessa paixão, verifica-se que na maioria dos casos, o

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que realmente faz diferença é a forma pela qual o educador transmite seus

conhecimentos.

Quando os comentários seguem do tipo: “adoro esta matéria”, ou, “odeio

esta matéria”... Não “entendo nada que o professor explica” não intimamente ligado

com o tipo de professor, o modo como este desenvolve seus conteúdos e o maior ou

menor grau de afeto que dispensa a seus pupilos, sendo então classificados em

bons ou maus professores.

As reações sentimentais do professor variarão em função de cada aluno, segundo seus êxitos escolares, seu comportamento, seu caráter. Na prática pedagógica que coloca frente a frente o educador e o aluno, podem surgir atração ou repulsão como resultados do confronto entre dois caracteres. Todas essas atitudes sentimentais influem sobre as metodologias, com o risco de alterá-las, e provocam na criança, rudes transformações afetivas, mais ou menos desfavoráveis ao ensino. (MARCHAND, 1985, p. 19).

O estreitamento das relações afetivas no processo de ensino pressupõe

relações mais produtivas de aprendizagem.

O professor pode ensinar mais como é do que com aquilo que pretende ensinar, seu modo de fazer as coisas implica mensagens implícitas de efeitos que podem ser positivos ou negativos; se aceitam se recusam suas atitudes, seus valores, reforça-se o interesse ou desinteresse pelo aprendido (pode-se aprender a odiar a matéria). (MORALES, 1999, p. 24).

Também através de uma consciência democrática, ou seja, da capacidade

que temos de dominar linguagens, analisar e interpretar fatos, resolver problemas,

compreender e atuar conjuntamente na busca de soluções em nosso convívio social,

possamos garantir novas formas de autonomia e novas reflexões sobre a

diversidade intelectual, ideológica, cultural ou política de cada um.

Sendo assim, temos que considerar que, quanto melhor o nível de

envolvimento afetivo na troca de conhecimento, melhores serão os resultados

obtidos.

Não se trata de questionar o objeto maior da escola: o conhecimento,

apenas aliar outros papéis a estes conhecimentos adquiridos. A escola também

deve educar para o respeito, para a troca de experiências para a construção da

cidadania, para a convivência com o outro.

O aluno é aquele que em linhas gerais está sendo avaliado pelo desenvolvimento formal de suas habilidades. Diz-se formal porque é em uma instituição de ensino que se armazenam todos os dados necessários para o acompanhamento da vida estudantil de cada aluno. Mesmo inserido em um ambiente escolar, o aluno não deixa de lado suas características,

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suas peculiaridades individuais, que, aliás, é uma marca da riqueza humana que deve ser explorada em sala de aula. (CHALITA, 2001, p. 138).

Isso não se aplica somente ao ambiente escolar, muitos são os resultados

positivos alcançados em outros locais, como hospitais, por exemplo, onde

acentuadas as relações de afetividade entre os profissionais e seus pacientes,

(também da família), culminam em elevados graus de recuperação e até mesmo na

cura definitiva das enfermidades.

A bem da verdade, qualquer relação entre os seres humanos, é provida de

sentimentos, implicando em maior ou menos nível de afeição. Um exemplo bem

clássico e presente dos dias atuais é a substituição da força humana por robôs ou

computadores. Existem casos em que clientes de bancos recusam-se

terminantemente a realizarem operações em terminais eletrônicos, passando mais

de hora nas filas para serem atendidos por um caixa humano. As justificativas quase

sempre, acenam para a necessidade de uma relação mais pessoal, onde ao invés

de ler telas e digitar números para obter respostas do tipo “insira seu cartão”, “digite

sua senha”, “após três tentativas sua senha será bloqueada” ou “sua operação já foi

efetivada com sucesso”, prefira-se ouvir frases do tipo: “bom dia, seu João, como vai

à patroa?” “aceita um cafezinho?” “a fila está grande, mas lhe atenderei num

minuto!”, “o senhor errou a senha digite novamente bem devagar ta?” É claro que

nem todos os caixas humanos são dotados de paciência, bom humor ou simpatia,

porém, por seco que seja, adotará respostas personalizadas para cada cliente,

satisfazendo-o de modo particular, deixando-o mais satisfeito, dando-lhe a

impressão de que é importante para a instituição e não só mais um número qualquer

entre milhares:

Quando duas pessoas se encontram para conversar, não é de imediato que se dá o confronto de dois caracteres na totalidade de seus aspectos. Primeiro nos parece, há uma tomada de posição sentimental, irrefletida e muitas vezes repentina, motivando a simpatia ou a antipatia que vai influir em todo o diálogo. (MARCHAND, 1985, p. 19).

Não se trata de satisfazer nossos alunos individualmente, pois esta não é

necessariamente ma função da escola, porém trata-se de um aspecto mais

específico da relação professor-aluno e da comunicação interpessoal.

Nossos alunos não são nossos “amigos” no mesmo sentido em que podem sê-lo outras pessoas de nossa idade ou âmbito familiar. Não de trata de contar nossa vida ou nossos problemas aos alunos, e menos ainda na sala de aula. Mas talvez todos tenhamos contado em classe algum episódio pessoal ou manifestado opiniões pessoais sobre questões de que alguma

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maneira estão relacionadas com que estamos explicando na aula.(MORALES, 1999, p. 102).

Estes exemplos apontam para o estreitamento das relações afetivas entre as

pessoas, que mesmo, convivendo com a industrialização e a evolução tecnológica,

não abrem mão de suas realizações pessoais e particulares.

Max Marchand (1985), concebe dois tipos distintos em seu trabalho sobre

educação “o que dá” e “o que recebe” reunidos em um par singular, aos quais

denomina de “par afetivo” cuja harmonia ou desacordo leva todo o ensino para

numerosos caminhos, ou, mesmo descaminhos. Não há como separar o “par

afetivo”, pois as relações entre o professor a cada um dos seus alunos é única e

varia conforme suas peculiaridades. Divide com propriedade as relações de

egoísmo, indiferença, imperialismo, harmonia, troca e renuncia que envolvem os

“pares” e as classifica conforme o contexto real em que se dão.

O caminho para o equilíbrio das relações, parte da troca de conhecimento

entre educador e educando, sem privilegiar uma ou outra forma, contudo, esbarra no

universo complexo e a forma de concepção de cada pessoa.

Podemos pensar que a personalidade já nos vem pronta e que pouco podemos fazer para mudá-la. Por exemple, o senso de humor não se improvisa. Passar da desordem excessiva à ordem perfeita... é possível, mas não é fácil. Podemos sempre potencializar o que He de mais positivo em nós mesmos. (MORALES, 1999, p. 37).

Trabalhar e pensar no ensino exige de nós opiniões críticas e

transformações expressivas. Os problemas e situações enfrentadas

quotidianamente, na educação, nos remetem a reflexões e conseqüentemente a

necessidade de mudanças.

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CAPÍTULO III

AFETIVIDADE NA EDUCAÇÃO

Como então, aliarmos todos estes aspectos sentimentais e racionais, na

busca de uma associação produtiva, tanto para o educador quanto para o educando,

de forma a envolver esse processo contínuo de desenvolvimento, tendo em vista as

peculiaridades de cada individuo e também o contexto social em que está inserida?

Esta é uma questão batida, pois nunca chegaremos a um modelo ideal, somente a

experiências de maior ou menor sucesso.

Entretanto a experiência revela que nesta busca incessante de

entrosamento nas relações de educação, há alguns pontos relevantes e

imprescindíveis para a concretização deste processo. Podemos citar como exemplo

a motivação. Quem de nós realiza alguma atividade sem motivação? Que tipo de

tarefa realizaria sem motivação? Com certeza nenhuma. O simples fato de nos

alimentamos nasce da necessidade de nosso organismo em receber alimento, ele

nos motiva a comer a partir do momento em que reclama e começa a doer. Esta é

uma necessidade biológica que temos que atender, pois fomos motivados a isto.

Entretanto se o prato a ser degustado for bastante colorido e apetitoso, e mais do

que isso, for nosso prato predileto, isto fará com que a motivação seja ainda maior,

pois não irá apenas matar a fome, mas irá nos proporcionar prazer.

Mas se ainda esse mesmo prato for preparado com muito carinho por nossa

mãe, avó, ou alguém que nos conhece a fundo e sabe de nossas preferências,

certamente haverá mais um motivo para comer, o carinho ou a forma afetiva que

está representada na preparação de nossa refeição.

Partindo desse exemplo, ou seja, a necessidade biológica de comer aliada

ao prazer e a afetividade, ilustramos outras formas de satisfação através da

motivação, destacando sua importância nos modos de pensar na educação e na

aprendizagem.

Outro fator importante, no que diz respeito à motivação, o que determinará

melhores resultados no desenvolvimento do que se propõe isso também está

diretamente relacionado às estratégias que o professor utiliza em sala de aula. É

importante que o professor esteja envolvido com todo o processo educativo,

procurando sempre, novas formas para desempenhar seu trabalho em sala de aula.

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Uma política de formação contínua que não pretenda ser complacente com as inércias, os bloqueamentos e as fragilidades do sistema têm de eleger como um dos seus principais objetivos estratégicos o reforço d auto-estima e a relação dos níveis de consciência e dos padrões de desempenho profissional dos professores. (ALVES, 2002, p. 117).

Um professor que não se recicla, não faz cursos, não participa de eventos

culturais, em fim, não procura a satisfação no que faz, não conseguirá despertar o

interesse de seus alunos. A formação é um fator fundamental para o professor, não

apenas a graduação universitária ou a pós graduação, mas a formação continuada

amplia as atualizações e os aperfeiçoamentos. Não há como se separar o ser

humano profissional do ser humano pessoal.

A motivação é um conjunto de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido para poder alcançar um objetivo. (...) Estudar a motivação consiste em analisar os fatores que fazem as pessoas compreender determinadas ações dirigidas e alcançar objetivos. (TAPIA & FITA, 1999, p. 77)

Aprender e ensinar exige não só disposição, mas muita motivação. O que

dizer do aluno que não tem motivação para aprender ou aprender conteúdos de

forma satisfatória? Quais serão os resultados?

Impossível desejar um modelo perfeito e acabado de ensino, tendo em vista

as diferenças e peculiaridades de cada um. Também não podemos desprezar por

completo os sistemas que envolvem todo o contexto da vida das pessoas,

diferenças sociais e culturais nascidas desde seu nascimento.

Sabemos, pois, que alunos bem alimentados, com lares bem constituídos

(pai, mãe, irmãos e união), morando em bairros estruturados (água, luz, esgoto,

segurança, etc), enfim, que disponham de condições favoráveis de desenvolvimento

humano, tendem a um melhor aproveitamento no que diz respeito a apreensão de

conteúdos e autonomia na realização de seus objetivos. Porém se a situação deste

aluno for contrária, ou seja, um lar sem pai ou mãe, problemas de desnutrição e

fome, bairros que não ofereçam o mínimo de saneamento básico e desprovido de

qualquer tipo de segurança, certamente este aluno terá, não só as barreiras

educacionais para enfrentar, mas também barreiras sociais que contribuem

significativamente para um melhor nível de sucesso em seu relacionamento

individual ou coletivo.

Mas também estas diferenças resultam em motivação para aprendizagem,

tanto o aluno que possui melhores condições de vida, como o que não possui estas

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condições, representarão os anseios da comunidade em que vivem, em maior ou

menor grau de responsabilidade:

A aprendizagem implica normalmente uma interação do aluno com o meio, captar e processar os estímulos provenientes do exterior que foram selecionados, organizados e seqüenciados pelo professor. (...) o aluno transforma seu estado inicial, alcançando um estado final que se caracteriza por ser capaz de manter uma conduta que antes do processo era incapaz de gerar; o aluno é capaz de realizar algo que antes não podia ou não sabia fazer. Assim a aprendizagem é uma construção que o aluno realiza sobre a base do estado inicial ao incorporar a nova informação em seus esquemas cognitivos. (TAPIA & FITA, 1999, p.67)

Da mesma forma devemos encarar o que e como o educador leva para a

sala de aula, tendo em vista estar este também inserido num contexto social

diferente dos demais.

Os educadores têm necessidade de cuidarem de sua vida mental, já que sua afetividade se acha mais ou menos alterada pelo seu oficio. Sem falar dos que já estavam doentes ao ingressar na carreira, e só Deus sabe como eles são numerosos! É verdade que se lhes abrem inteiramente as portas do ensino, sem examiná-los neste aspecto particular, quando um exame caracterológico minucioso teria podido, de principio, relevar certas tendências contrarias à educação, de modo a desaconselhar a alguns deles, a carreira do magistério.(MARCHAD, 1985, p. 20).

Com a transferência de responsabilidade, que a sociedade fez para a

escola, os papéis se fundem: o educador tem o papel de socializar, moralizar,

cultivar e devolver um ser diferente a sociedade, mas também conciliar a

informação, a criatividade, a intuição e o sonho, por sua vez o educador quer ser

respeitado em suas escolhas de forma a não ser moro assimilador de valores, mas

formulador e modificador no processo de aprendizagem.

Torna-se importante a formação de confiança entre o educador e o

educando, estabelecendo rotinas de respeito mútuo no que diz respeito ao exercício

livre de pensar.

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CAPÍTULO IV

A EDUCAÇÃO E O AMBIENTE ESCOLAR

Percebemos então, que além do papel de difusora da educação aliada aos

demais papeis que lhe são atribuídas, a Escola deve estar inserida num ambiente

favorável ao desenvolvimento das atividades pedagógicas a fim de proporcionar aos

alunos e aos professores um ambiente rico em possibilidades, combinando tempo e

trabalho para um melhor desenvolvimento dos programas destinados a ensinar e

pensar, incorporando às didáticas das diferentes matérias os instrumentos

adequados.

O conjunto material que se encontra no ambiente escolar, representa um

fator primordial na busca do êxito e do desenvolvimento da inteligência, através da

vivencia com o grupo e o universo em que este se encontra, abrangendo não

somente o ambiente natural, mas também as comunidades humanas com suas

adaptações e a inter- relação entre ambos.

Ao nos referirmos em Escola e seu espaço (natural e material), como

instrumento indispensável e essencial para o desenvolvimento intelectual e humano,

encontramos uma seria de fatores que podem propiciar um maior número de

relações afetivas, estreitando-se laços, não só entre professores e alunos, mas

também com pais e com a comunidade.

Fico deveras feliz por fazer parte desta equipe que luta e se esforça para que o „‟espaço criado‟‟ não acabe com o encanto, a criatividade, a curiosidade, a solidariedade, a amizade, o sonho, o brilho nos olhos dos nossos meninos, e para que o conhecimento que vão adquirindo não desapareça através dos buracos do „‟escorredor de macarrão‟‟. (...) Por esta razão, não há maior recompensa para cada elemento desta comunidade educativa do que sentir que o „‟espaço mágico‟‟ criado por todos aqueles que a compões seja descrito, tão efusiva e entusiasticamente, por alguém que habita a mesma comunidade... Do lado de fora. (ALVES, 2002, p.72).

Dentro de uma escola há diferentes interesses, diferentes olhares sobre a

mesma coisa, portanto a escola não é só o que vemos, é mais, vai além da sala de

aula com professores ensinando ou explicando os conteúdos previstos nos

programas oficiais e alunos postos a observar tais explicações. A escola também

representa o lugar onde os alunos podem se desenvolver física ou mentalmente

participando das atividades extras curriculares, que contribuem para a participação

em contextos amigáveis de aprendizagem.

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Um exemplo prático para ilustrar o que está sendo dito é o fato da mídia

estar cada vez mais preocupada com a imagem da escola, uma imagem diferente

onde os alunos se sintam cada vez mais ligados a ela, ou mais especificamente, ao

ambiente que ela oferece. São vários programas culturais, seriados e novelas que

mostram a desenvoltura dos alunos dentro da escola, na prática de esportes, no

desempenho das tarefas escolares diárias, em aulas de computação, artes,

matemática, etc. Também não são raros os diálogos entre professores que

convivem e participam da vida de seus alunos preocupando-se com o seu bem

estar, atuando como peça chave na realização pessoal de seus pupilos, seja com

lições de moral, conselhos ou elogios integrando o ambiente ao convívio humano da

forma mais saudável possível.

Nota-se que esse tipo de preocupação deve-se ao fato de que quanto

melhor o ambiente que o aluno pode usufruir maior será o seu rendimento e maior

também será o seu interesse pelas atividades proporcionadas pela escola e pelos

professores. Dentre estes aspectos apresentados pela mídia, é pertinente destacar o

diálogo entre duas professoras que ao olharem para a grande piscina em que os

alunos praticam natação manifestam o desejo de transformar a escola num clube,

onde os alunos poderiam estar, na maior parte de seu tempo, desenvolvendo

atividades que ocupassem de forma útil, como praticar esportes, freqüentar a

biblioteca ou desenvolver atividades culturais, afastando-os, então das ruas, da

violência e das drogas.

É claro que o que vemos na mídia está um pouco aquém do que vemos na

maioria das escolas da vida real. Em 90% dos programas, o ambiente escolar

apresentado é, são particulares, ou seja, são escolas pagas pelos pais, e pó isso

estão mais bem equipadas e contam com melhor infra- estrutura, proporcionando

sem dúvida, o ambiente ideal desejado por todos.

Sem dúvida, as diferenças são gritantes. As escolas públicas andam

sucateadas, sem o investimento necessário, tanto em estrutura física como em

material didáticos, arrecadando dificuldades para o entrosamento com o ambiente

desejado.

Contudo, existem experiências de sucessos com escolas públicas rurais,

onde, mesmo sem os recursos modernos necessários para o desenvolvimento de

certas atividades pedagógicas, há o aproveitamento dos recursos e características

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oferecidas pelo local, como a realização de projetos com hortas comunitárias,

potenciais turísticos, geológicos, históricos, economia rural, etc, as atividades são

direcionadas ao uso do ambiente natural que as cercam, de acordo com as

peculiaridades ou particularidades que o local oferece.

Se queremos motivar nossos alunos, precisamos saber de que modo nossos padrões de atuação podem contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os alunos se interessem e se esforcem por aprender e em particular, que formas de atuação podem ajudar concretamente a um aluno. (TAPIA & FITA, 1999, p. 14)

Não são poucos os estudos em andamento, com o objetivo de mostrar a

importância de um bom ambiente escolar para o desenvolvimento da capacidade

dos alunos no desempenho de suas atividades e a relação com seus professores, a

situação está de fato, longe do ideal, mas a soma de dedicação dos professores

com o interesse, do estado e da comunidade, pode apontar para a educação como

um patrimônio, que está aberto a todos que quiserem dele se beneficiar.

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CAPÍTULO V

A AFETIVIDADE NA PRÁTICA PEDAGÓGICA

As novas exigências da educação no Brasil e no mundo pressupõem entre

outras coisas, a prática de uma ação educativa, onde os papéis da família e da

escola estejam sempre interligados, unidos entre si a fim de transformar o aluno, não

só um mero receptor de conhecimentos, mas sujeito atuante e livre no

desenvolvimento de suas atividades. Proporcionar aos alunos, um ambiente seguro,

de paz e de confiança, é necessário para apreender e internalizar de modo

significativo todo o conhecimento adquirido.

O ensino dos conhecimentos é um veículo para aprender mais coisas... e coisas mais importantes. É na sala de aula e nas tarefas derivadas da aula que os alunos gastam seu tempo e suas energias. Podem aprender a colaborar, a respeitar-se entre si quando trabalham em grupos ou em projetos cooperativos, podem aprender a apreciar outras culturas, a desenvolver-se bem na sociedade, a comunicar-se de maneira competente, podem aprende r a pensar... (MORALES, 1999, p.58)

Ao falarmos nas relações entre professor-aluno, estamos analisando de

forma sistemática a prática das diferentes tarefas e decisões dos professores e a

influência desta prática, no decorrer das atividades pedagógicas junto a seus alunos.

Encontramos então a figura do professor como espelho, um modelo, um

exemplo a ser seguido. Há uma série de expectativas, depositadas pela sociedade e

principalmente por parte dos alunos, na figura do educador.

Mas como conciliar a imagem esperada, da situação real vivida pelos

profissionais da educação? Como recuperar o prestígio social da profissão, que foi

se perdendo no decorrer dos anos, motivado pela falta de políticas econômicas e

sociais, que acarretam sem nenhuma sombra de dúvidas, o não exercício pleno e

satisfatório de sua profissão? Que tipo de professor esperamos encontrar num

contexto diverso do esperado?

São perguntas interessantes, e fazem parte de amplas discussões, pois

levam em conta as variáveis pessoais que influenciam ou modificam o interesse e a

motivação, inerentes à profissão de educador.

O aluno como todo ser humano, precisa de afeto para se sentir valorizado. Se houver aluno intransigente, teimoso, emocionalmente abalado, ninguém se surpreenderá. Já o professor não pode se apresentar emocionalmente abalado diante dos alunos. O professor é a referência, é o modelo, é um

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exemplo a ser seguido e, exatamente por causa disso, o pouco que fizer afetuosamente, uma palavra, um gesto, será muito para o aluno com problemas. (CHALITA, 2001, p. 155)

Assim o professor deve saber lidar com o emocional de seus alunos e com

o seu próprio, pois há neste processo, uma relação pessoal, onde é preciso acreditar

e envolver os alunos, a fim de tornar produtivo todos os ensinamentos.

CHALITA (2001), faz uma alusão a alguns tipos de educadores. Dispõem de

vários exemplos, (aliás, muito interessantes) citando entre estes Jesus Cristo e

Sócrates, educadores natos que demonstravam habilidades para pensar e discutir o

que era essencial, conseguindo juntar multidões para aprender seus ensinamentos.

Ensinavam sempre acompanhados da “pedagogia do amor”, onde o objetivo era

despertar o pensamento, provocar a reflexão e o senso crítico.

Considera o professor como o grande agente do processo educacional, a

alma de qualquer instituição de ensino. Ao transpor para uma prática mais atual, o

autor compõe um quadro com os tipos mais comuns de professores e algumas

características peculiares, pouco atrativas para seus alunos: eis um breve resumo

dos tipos citados por ele:

Professor Arrogante – detentor do conhecimento coloca os alunos em um

patamar de inferioridade;

Professor Inseguro – tem medo dos alunos, teme ser rejeitado, não sabe

como passar a matéria, apesar de ter tudo preparado;

Professor Lamuriante – reclama de tudo o tempo todo, passa sempre a

impressão de que está arrasado e não encontra prazer no que faz;

Professor Ditador – é aquele que não respeita a autonomia do aluno.

Trabalha como se fosse um comandante em batalha, exige disciplina a todo custo;

Professor Bonzinho – diferente do ditador, o bonzinho tenta forçar amizade

com o aluno. Gosta de dizer o quanto gosta dos alunos, acaba sendo motivo de

chacota porque procede de uma carência de atenção e de uma necessidade infantil

de atenção;

Professor desorganizado – aparece em sala sem a menor idéia do que vai

tratar. Não lê, não prepara aula, não sabe a matéria e se transforma em um

tremendo enrolador;

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Professor Oba-oba – tudo é festa, adora dinâmicas em sala, fala em quebra

de paradigmas, mas sem amarração, sem objetividade;

Professor Livresco – ao contrário do oba-oba tem uma vasta cultura,

possui um profundo conhecimento da matéria, mas não consegue relacioná-la com a

vida, apesar de ter embasamento, dominar o conteúdo, é necessário trabalhar com a

habilidade da didática;

Professor Tô-fora – não se compromete com a comunidade acadêmica,

não quer saber de reunião, de preparação de projetos comuns, de vida comunitária,

nem festa junina, nem gincana cultural ou esportiva, nem festa de final de ano, ele

dá sua aula e vai embora;

Professor dez questões – reduz tudo que ministrou num só bimestre a um

determinado número de questões, dez, nove, quinze, não importa. Geralmente

passa toda a matéria no quadro negro ou em forma de ditado;

Professor Tiozinho – no sentido depreciativo, é aquele que passa as aulas

dando conselhos aos alunos, tratando-os como se fossem sobrinhos, quer saber

tudo sobre suas vidas, emitindo opiniões de cunho privado que não lhes dizem

respeito;

Professor educador – é o professor que se busca construir, consegue de

verdade ser um educador, conhecendo o universo do educando, usando seu bom

senso para proporcionar o desenvolvimento da autonomia de seus alunos.

Junte-se a isso as qualidades como entusiasmo, paixão com as conquistas

de seus alunos, participação política e liderança para conduzir o processo de

crescimento humano e a formação de cidadãos.

Levar em consideração todo contexto, possibilita ao educador maior êxito no

desenvolvimento de suas atividades e relações produtivas com seus alunos e

demais atividades da escola, das famílias e da comunidade.

Professor que não gosta de aluno deve mudar de profissão. A educação é um processo que se dá através do relacionamento e do afeto para que possa frutificar. Professores que não vibram com os alunos, são como pais que preferem os filhos afastados de si o maior tempo possível, ou seja, não fizeram a escolha vocacional mais adequada às suas disposições de espírito. (CHALITA, 2001, p. 154)

Não há professor desprovido de tudo, há sim, sempre o que se possa

aproveitar do que se tem, todos partilhamos de um mesmo mundo, todos se ajudam,

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não deve haver competição e sim colaboração mútua, o fascínio e o desafio de

explorar e partilhar bens pessoais como a alegria das descobertas, os

conhecimentos que possuímos ou os momentos de aprendizagem que

proporcionamos como educadores, fazem-nos crescer como pessoas, e sentir que

todos os percursos profissionais são únicos e servem para nos transformar em

alguém diferente do que um dia já fomos.

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CAPÍTULO VI

MINHA PRÁTICA DOCENTE E ESTRATÉGIAS UTILIZADAS

Dentre as preocupações do professor responsável e interessado, está a de

como seu aluno poderá aprender, como poderá construir seu próprio saber e então,

vir a ser um indivíduo ativo, participante, capaz de criticar, opinar, construir para a

transformação do mundo que nos rodeia, com vistas a uma vida melhor.

Com o objetivo de acertar, tenho buscado informações para poder

desempenhar a contento minha tarefa de educadora com exatidão e segurança,

diante disso procuro estar me atualizando, busco nas leituras aprimoramento para

melhorar minha prática em sala de aula, reconhecendo que ainda cometo falhas que

me levam a refletir e procurar melhorar enquanto professora. De uma coisa estou

certa, todos nós educadores ainda temos muito que aprender e melhorar, tantos nas

metodologias aplicadas, nas relações afetivas, na nossa didática, enfim, tudo o que

sabemos e fazemos ainda não é suficiente para a formação do cidadão atuante em

sociedade.

Realizo minha prática buscando aliar a realidade do aluno à sala de aula,

focando objetivos para desenvolver uma boa aula, pois acredito que só ensina bem

quem sabe onde quer levar seus alunos e se prepara para chegar lá, por isso, a

necessidade de um bom planejamento, dessa forma o bom professor é aquele que

ajuda o aluno a caminhar sendo intermediário do conhecimento.

O fundamental é que professor e alunos saibam que a postura deles, do professor e dos alunos, é dialógica, aberta e curiosa, indagadora e não privada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que professor e alunos se assumam epistemologicamente curiosos. Neste sentido, o bom professor é o que consegue, enquanto fala, trazer o aluno até a intimidade do movimento de seu pensamento. Sua aula é assim um desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreendem suas pausas, suas dúvidas, suas incertezas. (FREIRE, 1996, p. 86)

O que o professor é na sala de aula com o aluno é o que o aluno vai ser com

o outro. Portanto na basta ser apenas um mediador, um transmissor de

conhecimentos, é preciso ser amigo, pessoa que fala, que orienta, que ajuda, que

aconselha, que ouve, que indica caminhos, que consegue enxergar a dificuldade

pelo qual o aluno está passando, assim o professor poderá vencer os obstáculos

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que forem surgindo na sala de aula, uma vez que ele conheça a realidade do

educando e mantenha com este relações afetivas.

Dessa forma o aluno se sentirá bem mais a vontade em sala de aula, pois

este sabe que pode contar com alguém para lhe ajudar e lhe dar atenção.

“Os educadores, apesar de suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas e sim por seres humanos”. (CURY, 2003, p.65)

Não escondo a minha paixão pelas séries iniciais, jardins, pré-escola, sala

de alfabetização, pois amo alfabetizar. Acredito que uma das minhas maiores

emoções é ver meus alunos escrevendo suas primeiras palavras, entre elas “eu te

amo professora”, mesmo com alguns erros ortográficos, conseguem me deixar muito

feliz e através do que escrevem demonstrar seus sentimentos. Sempre que corrijo

seus cadernos costumo escrever frases de carinho e incentivo e não obstante tenho

o retorno carinhoso das crianças, na s cartinhas que recebo.

Quantas vezes em conversas com pais ouço as mães dizer que o filho não

gosta de faltar na escola, pois a professora fica com saudade dele, que imita a

professora em suas brincadeiras de escolinha em casa e diz frases: “bom dia meus

amores”, “capricha meu amor, sei que você é capaz”, “crianças, façam silêncio”,

“obrigado senhor por mais um dia de aula, abençoa e proteja nossos passos de volta

pra casa”, enfim, se comportam em casa imitando minhas ações em sala de aula. É

por isso, que o professor continua sendo o maior exemplo para o aluno, como já citei

no capítulo anterior, diante disso é necessário estar muito atento à sua postura em

sala de aula em suas palavras e em suas ações diante de seus alunos.

Gosto muito de trabalhar com projetos, mesmo com as turmas de

alfabetização, procuro mostrar a eles a importância da pesquisa e da leitura, em

nosso dia-a-dia e para interagir no mundo lá fora.

Nos meus anexos coloquei algumas fotografias que refletem parte da minha

didática em sala de aula. A foto em que estou no pátio com os alunos faz parte do

projeto “O fantástico mundo verde e dia da árvore”, trabalho interdisciplinar que

aguçou a curiosidade dos pequenos do jardim III, onde várias estratégias foram

utilizadas: plantio de árvores no pátio da escola, desenvolvimento de trabalhos

manuais com sucata, experiências, reciclagem de papel para produção de cartões,

salada de frutas, órgãos dos sentidos, plantio de sementes, álbum de folhas e

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sementes, respeito a natureza, produção de livrinhos, cartazes, cantinho da

observação, entre tantos outros conteúdos e estratégias que foram explorados a

partir da introdução do projeto. É nessa perspectiva de desenvolver nos alunos o

senso de pesquisa que destaco a importância do trabalho com projetos

pedagógicos.

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esse fazeres se encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 1996, p.29).

Diante do que Freire coloca, somos sabedores de que cabe ao professor ser

criativo e utilizar todos os recursos disponíveis, proporcionando ao aluno um lugar

onde ele possa interagir, refletir, questionar, tendo a liberdade para tal. Uma prática

alicerçada na pesquisa permite recriar a vida na escola de modo elaborado, além de

mobilizar os alunos a serem questionadores, produtores de seu conhecimento. E é

nesse clima de afeto e compreensão que eles aprendem a gostar do novo, do

diferente.

Nossos momentos de afeto retratam a foto onde os alunos penteiam os

cabelos da professora, também quando os levei para um passeio em minha casa,

servindo para eles um delicioso lanche, e passei um filme, onde puderam assistir

bem a vontade, deitados no sofá e no tapete da sala. Na volta para a escola levei

eles até a sorveteria para tomar um sorvete. Posso afirmar que de todas as

atividades que realizei com meus alunos, esta, eles jamais esqueceram, uma vez

que sempre recordam esse dia e fazem ótimos comentários. A foto dos castelos foi

outro trabalho marcante a partir do conto “A Bela Adormecida” e a construção do

castelo de formas geométricas que também foram exploradas.

A foto com os alunos maiores é de uma turma que alfabetizei no ano de

2001 e tive o privilégio de trabalhar a disciplina de História fechando junto a eles o 9º

ano, são experiências fabulosas, pois além de professora e alunos, mantenho

com a maioria deles uma relação de amizade fora da escola.

Fico feliz em ter contribuído para a formação desses cidadãos que

hoje se encontram no segundo grau e com capacidades fantásticas, pois

despertei neles o hábito de pesquisa, alguns estão no IFMT (Instituto Federal

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de Mato Grosso) fazendo cursos técnicos e muito me orgulho que alguns

deles são considerados os melhores alunos do instituto, sujeitos críticos,

responsáveis, questionadores e comprometidos.

Olha-se para o é afetividade afinal?

Relações sadias de afeto que estão presentes na vida das crianças e

dos adultos, e isso precisam ser levado em conta. A escola tem condições de

mediar essas relações com os demais conhecimentos, se organizando para

contribuir com o desenvolvimento das qualidades.

Segundo TIBA (2002), a planta possui a força da sobrevivência, mais são os

outros que lhe dão as condições de vida.

E nas práticas vivenciadas na escola envolvidas nesta pesquisa, se pôde

avaliar as necessidades dos alunos, pensando propostas afetivas que sem dúvida

serão refletidas na aprendizagem destes pequenos aprendizes de grandes sonhos.

Todo esse trabalho precisa continuar no meio familiar, pois são as pessoas

do quotidiano da criança que irão formar a sua compreensão de mundo, por isso,

ainda há muito que se fazer de fato.

Tenho uma sala de aula com alunos de 1º ano, recebi em setembro, cinco

alunos com déficits de aprendizagem muito significativos e preocupantes, uma vez

que ainda não identificam o alfabeto, desafio que tenho buscado formas de suprir

suas necessidades básicas, sem muito sucesso, porém com muita persistência da

minha parte. Meu primeiro passo foi uma avaliação diagnostica para descobrir o

nível em estes se encontravam, levantado o nível em que cada um estava, parti para

uma conversa com os pais juntamente com a diretora da escola , já que não temos

uma orientadora para nos auxiliar em nosso trabalho. Como nada acontece por

acaso, todas as crianças apresentaram uma realidade bem difícil em casa, refletindo

na escola as dificuldades, falta de compromisso, agressões físicas e verbais para

com os colegas, entre outros fatores que pude observar que estão presentes nessas

crianças.

Fazem parte da realidade delas, desestrutura familiar, pais separados,

brigas entre casais, mãe prostituta, moram com avós, e não mantêm relações

afetivas com a mãe, enfim, a partir desta realidade compreendi melhor o meu

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insucesso diante da alfabetização desses alunos, uma vez que essa realidade tem

refletido de modo negativo na sala de aula.

Tem outro fato curioso que eu não poderia deixar de citar no campo deste

trabalho. Como dou aula numa escola rural, estamos cercados por grandes áreas

agricultáveis, devido a essa realidade recebemos alunos advindos de vários Estados

brasileiros, especialmente da região Nordeste, uma vez que ocorre a migração

sazonal, atendemos também alunos indígenas, das aldeias vizinhas, apesar de

manter com os colegas uma relação de muito respeito, essas crianças chegam à

nossa escola com um déficit de aprendizagem bastante preocupante, esses alunos

precisam ser recuperados com aulas de reforço em turnos contrário e nem sempre

os professores tem esse tempo disponível para tal.

No inicio do ano recebi na minha turma de alfabetização um menininho com

características bastante surpresas, pois nos dias de hoje, as crianças entram na

escola com grande bagagem de conhecimento além da ótima coordenação motora

ampla e fina. Esse aluno apresentava um comportamento diferente dos demais

alunos, não apresentava interesse em nada do que lhe era proposto, não gostava de

brincar, cantar, dançar, correr, jogar, enfim, nada lhe motivava a participar das

atividades que lhe era proposta. Era muito calado e seu olhar era triste e distante,

além de apresentar medo de tudo, pedia para ir ao banheiro, nem tomava água, nem

lanchava. Em 12 anos de experiência em alfabetização nunca tinha me deparado

com situação igual. Então como educadora tentei desvendar o porquê de tal

comportamento.

Ele permanecia na sala de aula sem nenhuma reação, nos horários de

recreio me seguia em qualquer lugar que eu fosse, permanecia de pé ao lado de

fora da sala dos professores, vira e mexe, colocava a cabecinha na porta para me

olhar, me observava todo tempo, além de me seguir, porém não gostava de abraços

e beijos quando eu tentava sentar-lhe no meu colo ele se esquivava, por vergonha,

talvez.

Mais um desafio para desvendar, o porquê de tal comportamento. Todas as

vezes que tentei conversar, ele não queria conversa, não respondendo aos meus

questionamentos. Após várias tentativas, e conversas com os pais, já nos meados

do mês de abril e nada de reação, lhe apresentava várias estratégias mas tudo em

vão. Eu não podia desistir. Em uma de nossas conversas, perguntei-lhe porque não

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gostava de brincar? Ele me disse que a mãe não permitia, não podia se sujar na

escola, não era para correr, pois poderia quebrar um braço ou uma perna, aí está a

explicação para o comportamento do menino. Mas porque demorei tanto a

descobrir? Porque se negava a conversar com a professora? Também era

ameaçado em casa que se falasse alguma coisa na escola ficaria de castigo, só

depois de muita conversa ele teve coragem pra falar sobre isso. Novamente

chamamos os pais e colocamos a eles a importância da liberdade e os direitos da

criança.

Desenvolvi um relatório e encaminhei o aluno para um acompanhamento

psicológico, sem sucesso, pois o aluno não foi chamado.

Continuei a desenvolver minhas estratégias diagnósticas amparada por

alguns dos professores da pós graduação, e as teorias aplicadas por eles. Além do

uso de jogos pedagógicos que também utilizei para fortalecer minha prática,

brincadeiras, material concreto, músicas, filmes infantis, além de muitas atividades

de coordenação motora ampla e fina, que era uma das maiores dificuldades na

construção de sua aprendizagem. Final de abril, começou a copiar a data, ajudado

por mim, que segurava em sua mãozinha, pequenina e frágil.

A partir daí, aulas de reforço, muita paciência e compreensão, motivação e

afeto. Eis que surge o êxito.

Hoje o aluno está lendo, produzindo pequenos textos a seu nível,

apresentando uma criatividade impressionante, além da criticidade que apresenta.

Com isso, aprendi que jamais devemos desistir, pois sem esforço e dedicação da

nossa parte, jamais atingiremos o topo da montanha. São esses obstáculos

vencidos com muito compromisso, que me dão forças para continuar na difícil tarefa

de educadora. A emoção toma conta de mim quando recebo suas cartinhas com os

pequenos erros de ortografia, mas com sentimentos de sinceridade e quando me

olha com aquele olhar marcante e diz: “Você é a melhor professora do mundo, eu

queria morar com você” fala com aquele sotaque nordestino. É lindo!

Essas são as emoções que vivo enquanto professora. Eu amo alfabetizar, e

me sinto realizada ao chegar no final do ano e ver que o meu trabalho não foi em

vão. Com isso concluo a importância das relações afetivas no desenvolvimento da

aprendizagem, e como podem influenciar significativamente na vida do aluno.

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Muitos professores compreendem o “não aprender” como algo patológico. É

preciso considerar fatores que podem influenciar a aprendizagem de forma negativa

e a falta de afeto é uma delas, uma vez que não motiva o indivíduo a ser agente de

sua aprendizagem. É preciso considerar e enfrentar, investigando, pesquisando,

levantando hipóteses, interagindo, onde cada um deve fazer sua parte, contribuindo

com sua experiência em prol do projeto educacional de sua escola, onde a ação se

torna o dever de tudo e de todos: pais, alunos, professores, escola, comunidade,

natureza, enfim, é fundamental penetrar na trajetória do pensamento complexo.

Somos uma teia onde tudo depende de todos. Onde há uma ligação em

tudo. Considero a escola como um tripé: aluno-escola-família, que devem estar

interligados para o sucesso das partes, onde cada um tem o seu compromisso em

prol de um processo educativo de qualidade significativa e perspectiva de um mundo

mais solidário e mais democrático.

Podemos observar que em algumas vezes os problemas de aprendizagem,

são constituídos no trama da organização familiar que outorga à criança,

significações como (burro, inútil, fracassado). Com certeza todos nós buscamos

encontrar respostas para várias questões que ainda nos preocupam do tipo: Porque

alguns alunos não aprendem o que busco ensinar? Como lidar com alunos

agressivos em sala de aula? Como trabalhar com crianças portadoras de

necessidades especiais? Como atender as diferenças de ritmo de aprendizagem?

(realidade presente em minha sala de alfabetização). Entre tantos outros

questionamentos. É preciso acolher a criança como um ser único, sendo capaz de

estabelecer com ela uma relação de confiança recíproca e desta forma, permitir-lhe

descobrir e ampliar suas capacidades e potenciais. E pensando no futuro promissor

que almejo para meus alunos encerro este trabalho com a frase de Ruben Alves

(2010):

Enquanto a sociedade feliz não chega, que haja pelo menos fragmentos de futuro em que a alegria é servida como sacramento, para que as crianças aprendam que o mundo pode ser diferente. Que a escola, ela mesma seja um fragmento do futuro.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Temos que a maioria dos educadores possui hábitos profundamente

arraigados, desenvolvendo um trabalho individualista e não cooperativo isso

acarreta o empobrecimento dos ambientes de ensino-aprendizagem e das práticas

educativas.

Trabalhar com Educação e Afetividade significa muito mais direcionar o olhar

para o interior, vai muito além dos gabinetes, materiais didáticos ou projetos

educativos. A afetividade está no que não vemos, transpõe os portões da escola,

não pode ser evitada. Nenhum pensamento sobre educação é completo se não

interagir com o emocional humano.

Assumir a educação como responsabilidade social é a bagagem destinada

ao educador, um caminho a ser percorrido, não faltam educadores imbuídos em

modificar sua maneira de trabalhar, porém é difícil implantar mudanças educacionais

porque as escolas têm pouquíssimo tempo para se dedicarem a inovações.

No decorrer do desenvolvimento deste trabalho, conversando com alunos de

diferentes séries, pude compreender a importância da afetividade na vida de cada

um deles, bem como, com afeto e compreensão é muito mais fácil alcançar

resultados positivos referentes ao aprendizado. Observando a postura de alguns

docentes perante o intervalo do recreio, pude perceber o quanto o autoritarismo

ainda encontra-se empregado em alguns educadores, já que cobram o

comportamento dos alunos de forma autoritária e através de ameaças e não fazendo

uso do diálogo.

Se cada educador começar a rever suas posturas pedagógicas e identificar

seus alunos, servindo de referência de confiança e amizade, transmitindo seus

conhecimentos de modo sério, a fim de transformá-los em indivíduos preparados

para os novos desafios que lhes reservam a vida, teremos então mexido ou

modificado velhas estruturas que teimam em existir.

Refletindo sobre o tipo de aluno que queremos formar, que tipo de aluno se

quer após anos de aprendizagem sistemática? E o que ele espera do seu educador?

E o que esperamos de nós mesmos? A alma de qualquer instituição de ensino é o

professor, o educador, dele deve partir a concepção e a construção de um mundo,

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mais solidário, mais humano, mais fraterno, mais justo. Os educadores apesar das

suas dificuldades são insubstituíveis porque a gentileza, a solidariedade, a

tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim, todas as áreas da

sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos.

É necessário passar aos alunos os limites que a vida nos impõe. É preciso

ensinar, formando. É aí que reside a sabedoria do educador, ceder sem perder a

autoridade e impor-se sem exercer autoritarismo, dessa forma, formaremos os

cidadãos capazes e críticos capazes de transformar a sociedade.

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ANEXOS

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