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C M Y K C M Y K 2.9 Presidente do Conselho de Administração do Grupo Ser Educacional diz que profissionais precisam ir além da qualificação para se consolidar nas carreiras O futuro do mercado de trabalho Como será o profissional do fu- turo? No início dos anos 2000, surgiu a Carreira 3.0, onde o próprio indivi- duo é responsável pela gestão de sua carreira, buscando o trabalho mais colaborativo e conectado. Es- sa é, sem dúvidas, a transição da so- ciedade industrial para a socieda- de do conhecimento – que já esta- mos vivendo. Muito mais que pro- fissionais tecnicamente qualifica- dos, os profissionais dessa nova era possuem pensamento crítico, cria- tividade, sabem resolver problemas complexos, têm resiliência, bus- cam aprendizado sempre e têm em- patia com o cliente. São profissio- nais colaborativos, que pensam em conjunto. A cooperação, facilmen- te, dá mais frutos do que a compe- tição – inclusive quando se trata de aprendizado. Nesse novo mercado, não há mais espaço para a empregabilidade? São muitas incertezas no mercado e, para os profissionais, resta bus- car seu desenvolvimento e estar preparado para quando as oportu- nidades surgirem. Apenas estudar para ter um bom emprego é um pensamento do passado. Não se de- ve pensar somente em emprego, mas em trabalho. A trabalhabilida- de em todas as suas alternativas de produzir e gerar renda. Em breve, a empregabilidade deve ficar na lembrança. Pensando na evolução do processo, a carreira 1.0 trouxe as empresas como a realização de to- do profissional, que tinha a sua vi- da cuidada pela organização até a aposentadoria. A evolução do con- ceito veio com a carreira 2.0, onde o desafio era ser atrativo para o mercado, pensando em outras em- presas, mas ainda assim, falando- se de emprego. O que é trabalhabilidade? Trabalhabilidade é a capacidade de adaptação e de geração de renda a partir de habilidades pessoais. A trabalhabilidade refere-se à capa- cidade de gerar trabalho, mas além do emprego. É como a pessoa se vê produzindo economicamente, seja como empregado, consultor, em- preendedor, enfim, todas as múlti- plas formas de trabalho. A traba- lhabilidade amplia o conceito de empregabilidade para outras fontes de renda e possibilidades de traba- lho, porque o emprego tem limita- ções e não deve ser encarado como única opção. Como o profissional sabe que tem trabalhabilidade? Quem possui trabalhabilidade é aquele profissional que, por com- petência, é capaz de gerar o seu próprio posto de trabalho e tam- bém, em muitos casos, gerar tra- balho para outros. É capaz de ge- rar renda, prestar serviços e se manter em atividade colaboran- do para o bom funcionamento do sistema. Entramos na era do ta- lento, um cenário que privilegia os profissionais capazes de desenvol- ver um modo próprio de fazer al- go da melhor maneira possível. Os jovens se veem em uma época on- de dinamismo é vital, a multifun- cionalidade é essencial. No entan- to, dominar os instrumentos tec- nológicos e o conhecimento pro- fundo sobre mais de um tema, au- menta as chances, mas não garan- te a ascensão da carreira. Focar na trabalhabilidade permite que o profissional tenha autonomia so- bre sua carreira, pois assume a ca- pacidade de gerir seu próprio des- tino e individualiza a responsabi- lidade sobre seu sucesso. Então, podemos dizer que acabou o empreendedorismo? De forma alguma. O Brasil é quin- to lugar, em uma lista de 15 paí- ses, quando o assunto são os em- preendedores mais determinados do mundo. Além disso, dois em cada três jovens sonham em ser empreendedores. Após o início da crise econômica brasileira e o al- to índice de desemprego que atin- ge mais de 13 milhões de pessoas no Brasil, muitos brasileiros vi- ram no empreendedorismo uma forma de sobreviver. O brasileiro tem um talento nato para em- preender. Para empreender, é pre- ciso percorrer um longo caminho. O sucesso de um negócio dificil- mente acontece da noite para o dia e grande parte das empresas declara falência com menos de dois anos de atividades. Um em- preendedor precisa ter um sonho, transformar seu sonho num pro- jeto de vida, traçar metas e com metas e disciplina trabalhar mui- to para realizá-lo, ser ousado, co- rajoso, ter conhecimento, força de vontade, ambição, persistên- cia e dedicação. E o empreendedorismo social, con- tinua se desenvolvendo? Todos nós temos responsabilida- de com o bem comum. Cada um, da sua maneira, pode e deve con- tribuir para o desenvolvimento da comunidade e do país em to- dos os aspectos. Assim, o empreen- dedorismo tem que ter uma cono- tação social, cujo preceito ético vi- sa gerar utilidades para a socieda- de. O empreendedor social tem inúmeros desafios, entre eles es- tá o processo para escalar o mo- delo de negócio. Muitos empreen- dimentos sociais têm nobres mis- sões, porém que dificilmente po- derão ser replicadas, seja pela complexidade de recriar a opera- ção ou por outros problemas. Uma vez reconhecido, o empreen- dedor social é capaz de inspirar cada vez mais representantes a se engajarem em torno de uma causa comum: uma sociedade com oportunidades iguais para todos. Se trabalhamos por um país melhor, um mundo melhor, temos de tomar iniciativa, pro- mover e efetuar a mudança, cons- truindo uma rede solidária capaz de se difundir e prestar apoio a quem precisa. A revolução tecnológica mudou o mundo e o mercado. Você acredi- ta que as empresas estão conse- guindo inovar e acompanhar es- sas mudanças? Primeiramente, devemos enten- der o que é inovação. Inovação é muito mais que a utilização de es- tratégias de marketing ou tecno- logias modernas. Isto constitui me- ros instrumentos ou aspectos da inovação. Inovação pode ser cria- ção de um novo produto, a con- cepção de uma ideia que pode mu- dar o destino da empresa, a cria- ção de novos modelos de negócios, entrar em novos mercados, desen- volvimento de novas marcas e brandings, a criação de canais de distribuição, a criação de platafor- mas tecnológicas. Inovação, hoje, na minha ótica é um modelo de gestão. Consiste numa forma de constatar, de forma rápida e eficaz, as demandas, necessidades, dese- jos, anseios e desafios apresenta- dos pelos clientes, solucioná-los, equacioná-los e superá-los de for- ma célere, útil, econômica, efeti- va, surpreendente e encantadora. Ou seja, escutar o cliente, identi- ficar suas necessidades e desejos e atendê-lo de forma surpreenden- te e encantadora. Daí a necessida- de de valorizar o capital humano, único capaz de inovar. Com efei- to, inovar é necessário. É o que traz fôlego para as empresas e as faz sobreviver no mercado, se transformar e evoluir. Para se di- ferenciar, as empresas precisam buscar sempre a inovação. A ino- vação deve, obrigatoriamente, es- tar no DNA das companhias, mas, sempre em estrita observância da ética, transparência, sustentabili- dade, responsabilidade social, di- versidade e inclusão. Mas, tam- bém na criação de uma cultura de inovação, na contratação de ta- lentos que tenham autonomia, es- paço e confiança para desenvol- ver ideias. Para os profissionais, nos dias de hoje, o talento não é medido com base nos diplomas e nos certificados que eles têm, e sim na sua capacidade de inova- ção. Eles precisam tentar fazer o que ninguém mais faz, procurar criar mais do que produtos e ser- viços e procurar fazer a diferença no mundo. Recentemente, o senhor foi apon- tado em uma pesquisa como pos- sível candidato para o governo de Pernambuco. É sua intenção? Acredito que atuar e ser um re- presentante legítimo do povo re- quer um trabalho sério e em prol de todos, sem benefícios singula- res. Fazer política é estabelecer fundamentos para o futuro a fim de que as próximas gerações sejam beneficiadas, é manter fidelida- de ante os compromissos feitos com o povo durante o período elei- toral. Infelizmente, o Brasil de ho- je está mais para politicagem do que para política. Por um simples motivo, a impressão negativa ini- cialmente se mostra mais forte que a positiva, então, os políticos corruptos acabam por sujar a ima- gem do todo, levando o povo a ge- neralizar. Entretanto, eu percebo que, apesar dos casos negativos que temos acompanhado, ainda é possível enxergar e acreditar em políticos íntegros e que desempe- nham seus papeis de maneira exemplar. Admiro os políticos que fazem um trabalho sério e em prol da população que os elegeu. Em- bora goste de estar por dentro de tudo o que acontece no cenário político, sem levantar a bandeira para ninguém especificamente, meu campo de atuação é outro. Acredito que posso e devo contri- buir de outra maneira, com foco na propagação da educação e do conhecimento de qualidade, que permitam uma transição acelera- da do desenvolvimento social. Ho- je, 70% das matrículas de ensino superior estão concentradas nas instituições particulares, além dis- so, apenas 13% da população teve a possibilidade de concluir uma graduação. Defendo que a única forma concreta de mobilidade so- cial de um indivíduo e de um país sair de um estágio de subdesenvol- vimento para desenvolvimento é através da oferta de educação de qualidade. Acredito que sou mui- to mais útil educando o povo bra- sileiro através das minhas insti- tuições do que atuando na políti- ca partidária. A sociedade como um todo precisa de qualificação e de oportunidades, e é nisto que estou focado. Portanto, não sou candidato. Janguiê Diniz O desenvolvimento tecnológico e as mudanças que essa “revolução” vem causando nos processos, principalmen- te industriais, não é novidade para nenhum de nós. O concei- to de profissional qualificado mudou bastante e, atualmen- te, não basta apenas ter uma graduação ou pós-graduação para ser diferenciado no mer- cado de trabalho. Empatia, co- laboração, empolg l ação, respon- sabilidade e equilíbrio emocio- nal são apenas algumas das c penas al a- racterísticas que os profissio- nais precisam ter para consoli- dar suas carreiras. No coman- do de mais de 11 mil profissio- nais no grupo Ser Educacional, o empreendedor Janguiê Diniz conhece os perfis de destaque. “As empresas têm mudado seu jeito de produzir e, como con- sequência, vemos a oferta e postos de empregos tornarem- se cada vez mais escassos. Os profissionais precisam pensar em adaptação. A adaptação im- plica em inovação, e esta é in- terativa. São essas adaptações que farão o ambiente mudar e o medo não é uma opção para quem quer ter realização pro- fissional. É preciso evoluir”, ex- plica. Para Janguiê, inúmeros fatores se tornaram fundamen- tais na construção de uma car- reira de sucesso. Em um papo com a nossa redação, ele res- pondeu sobre questões de em- preendedorismo, inovação, em- pregabilidade e futuro político. ARQUIVO PESSOAL Editora: Paula Losada [email protected] DIARIO d d d e e e P P P E E E R R R N N N A A A M M M B B B U U UC C C O O O ENTREVISTA 2 . 9 Recife, 2 e 3 de setembro de 2017

AL O SS Ofuturodo PE O QUIV mercado detrabalho M Y K C M Y K 2.9 PresidentedoConselhodeAdministraçãodoGrupo SerEducacionaldizqueprofissionaisprecisamir alémdaqualificaçãoparaseconsolidarnascarreiras

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Page 1: AL O SS Ofuturodo PE O QUIV mercado detrabalho M Y K C M Y K 2.9 PresidentedoConselhodeAdministraçãodoGrupo SerEducacionaldizqueprofissionaisprecisamir alémdaqualificaçãoparaseconsolidarnascarreiras

C M Y K

C M Y K

2.9

Presidente do Conselho de Administração do Grupo

Ser Educacional diz que profissionais precisam ir

além da qualificação para se consolidar nas carreiras

O futuro domercadode trabalho

Como será o profissional do fu-turo?No início dos anos 2000, surgiu aCarreira 3.0, onde o próprio indivi-duo é responsável pela gestão desua carreira, buscando o trabalhomais colaborativo e conectado. Es-sa é, sem dúvidas, a transição da so-ciedade industrial para a socieda-de do conhecimento – que já esta-mos vivendo. Muito mais que pro-fissionais tecnicamente qualifica-dos, os profissionais dessa nova erapossuem pensamento crítico, cria-tividade, sabem resolver problemascomplexos, têm resiliência, bus-cam aprendizado sempre e têm em-patia com o cliente. São profissio-nais colaborativos, que pensam emconjunto. A cooperação, facilmen-te, dá mais frutos do que a compe-tição – inclusive quando se tratade aprendizado.

Nesse novo mercado, não há maisespaço para a empregabilidade?São muitas incertezas no mercadoe, para os profissionais, resta bus-car seu desenvolvimento e estarpreparado para quando as oportu-nidades surgirem. Apenas estudarpara ter um bom emprego é umpensamento do passado. Não se de-ve pensar somente em emprego,mas em trabalho. A trabalhabilida-de em todas as suas alternativas deproduzir e gerar renda. Em breve,a empregabilidade deve ficar nalembrança. Pensando na evoluçãodo processo, a carreira 1.0 trouxe asempresas como a realização de to-do profissional, que tinha a sua vi-da cuidada pela organização até aaposentadoria. A evolução do con-ceito veio com a carreira 2.0, ondeo desafio era ser atrativo para omercado, pensando em outras em-presas, mas ainda assim, falando-se de emprego.

O que é trabalhabilidade?Trabalhabilidade é a capacidade deadaptação e de geração de renda apartir de habilidades pessoais. Atrabalhabilidade refere-se à capa-cidade de gerar trabalho, mas alémdo emprego. É como a pessoa se vêproduzindo economicamente, seja

como empregado, consultor, em-preendedor, enfim, todas as múlti-plas formas de trabalho. A traba-lhabilidade amplia o conceito deempregabilidade para outras fontesde renda e possibilidades de traba-lho, porque o emprego tem limita-ções e não deve ser encarado comoúnica opção.

Como o profissional sabe que temtrabalhabilidade?Quem possui trabalhabilidade éaquele profissional que, por com-petência, é capaz de gerar o seupróprio posto de trabalho e tam-bém, em muitos casos, gerar tra-balho para outros. É capaz de ge-rar renda, prestar serviços e semanter em atividade colaboran-do para o bom funcionamento dosistema. Entramos na era do ta-lento, um cenário que privilegia osprofissionais capazes de desenvol-ver um modo próprio de fazer al-go da melhor maneira possível. Osjovens se veem em uma época on-de dinamismo é vital, a multifun-cionalidade é essencial. No entan-to, dominar os instrumentos tec-nológicos e o conhecimento pro-fundo sobre mais de um tema, au-menta as chances, mas não garan-te a ascensão da carreira. Focar natrabalhabilidade permite que oprofissional tenha autonomia so-bre sua carreira, pois assume a ca-pacidade de gerir seu próprio des-tino e individualiza a responsabi-lidade sobre seu sucesso.

Então, podemos dizer que acabouo empreendedorismo?De forma alguma. O Brasil é quin-to lugar, em uma lista de 15 paí-ses, quando o assunto são os em-preendedores mais determinadosdo mundo. Além disso, dois emcada três jovens sonham em serempreendedores. Após o início dacrise econômica brasileira e o al-to índice de desemprego que atin-ge mais de 13 milhões de pessoasno Brasil, muitos brasileiros vi-ram no empreendedorismo umaforma de sobreviver. O brasileirotem um talento nato para em-preender. Para empreender, é pre-

ciso percorrer um longo caminho.O sucesso de um negócio dificil-mente acontece da noite para odia e grande parte das empresasdeclara falência com menos dedois anos de atividades. Um em-preendedor precisa ter um sonho,transformar seu sonho num pro-jeto de vida, traçar metas e commetas e disciplina trabalhar mui-to para realizá-lo, ser ousado, co-rajoso, ter conhecimento, forçade vontade, ambição, persistên-cia e dedicação.

E o empreendedorismo social, con-tinua se desenvolvendo?Todos nós temos responsabilida-de com o bem comum. Cada um,da sua maneira, pode e deve con-tribuir para o desenvolvimentoda comunidade e do país em to-dos os aspectos. Assim, o empreen-dedorismo tem que ter uma cono-tação social, cujo preceito ético vi-sa gerar utilidades para a socieda-de. O empreendedor social teminúmeros desafios, entre eles es-tá o processo para escalar o mo-delo de negócio. Muitos empreen-dimentos sociais têm nobres mis-sões, porém que dificilmente po-derão ser replicadas, seja pelacomplexidade de recriar a opera-ção ou por outros problemas.Uma vez reconhecido, o empreen-dedor social é capaz de inspirarcada vez mais representantes ase engajarem em torno de umacausa comum: uma sociedadecom oportunidades iguais paratodos. Se trabalhamos por umpaís melhor, um mundo melhor,temos de tomar iniciativa, pro-mover e efetuar a mudança, cons-truindo uma rede solidária capazde se difundir e prestar apoio aquem precisa.

A revolução tecnológica mudou omundo e o mercado. Você acredi-ta que as empresas estão conse-guindo inovar e acompanhar es-sas mudanças?Primeiramente, devemos enten-der o que é inovação. Inovação émuito mais que a utilização de es-tratégias de marketing ou tecno-

logias modernas. Isto constitui me-ros instrumentos ou aspectos dainovação. Inovação pode ser cria-ção de um novo produto, a con-cepção de uma ideia que pode mu-dar o destino da empresa, a cria-ção de novos modelos de negócios,entrar em novos mercados, desen-volvimento de novas marcas ebrandings, a criação de canais dedistribuição, a criação de platafor-mas tecnológicas. Inovação, hoje,na minha ótica é um modelo degestão. Consiste numa forma deconstatar, de forma rápida e eficaz,as demandas, necessidades, dese-jos, anseios e desafios apresenta-dos pelos clientes, solucioná-los,equacioná-los e superá-los de for-ma célere, útil, econômica, efeti-va, surpreendente e encantadora.Ou seja, escutar o cliente, identi-ficar suas necessidades e desejose atendê-lo de forma surpreenden-te e encantadora. Daí a necessida-de de valorizar o capital humano,único capaz de inovar. Com efei-to, inovar é necessário. É o quetraz fôlego para as empresas e asfaz sobreviver no mercado, setransformar e evoluir. Para se di-ferenciar, as empresas precisambuscar sempre a inovação. A ino-vação deve, obrigatoriamente, es-tar no DNA das companhias, mas,sempre em estrita observância daética, transparência, sustentabili-dade, responsabilidade social, di-versidade e inclusão. Mas, tam-bém na criação de uma culturade inovação, na contratação de ta-lentos que tenham autonomia, es-paço e confiança para desenvol-ver ideias. Para os profissionais,nos dias de hoje, o talento não émedido com base nos diplomas enos certificados que eles têm, esim na sua capacidade de inova-ção. Eles precisam tentar fazer oque ninguém mais faz, procurarcriar mais do que produtos e ser-viços e procurar fazer a diferençano mundo.

Recentemente, o senhor foi apon-tado em uma pesquisa como pos-sível candidato para o governo dePernambuco. É sua intenção?

Acredito que atuar e ser um re-presentante legítimo do povo re-quer um trabalho sério e em prolde todos, sem benefícios singula-res. Fazer política é estabelecerfundamentos para o futuro a fimde que as próximas gerações sejambeneficiadas, é manter fidelida-de ante os compromissos feitoscom o povo durante o período elei-toral. Infelizmente, o Brasil de ho-je está mais para politicagem doque para política. Por um simplesmotivo, a impressão negativa ini-cialmente se mostra mais forteque a positiva, então, os políticoscorruptos acabam por sujar a ima-gem do todo, levando o povo a ge-neralizar. Entretanto, eu perceboque, apesar dos casos negativosque temos acompanhado, aindaé possível enxergar e acreditar empolíticos íntegros e que desempe-nham seus papeis de maneiraexemplar. Admiro os políticos quefazem um trabalho sério e em prolda população que os elegeu. Em-bora goste de estar por dentro detudo o que acontece no cenáriopolítico, sem levantar a bandeirapara ninguém especificamente,meu campo de atuação é outro.Acredito que posso e devo contri-buir de outra maneira, com focona propagação da educação e doconhecimento de qualidade, quepermitam uma transição acelera-da do desenvolvimento social. Ho-je, 70% das matrículas de ensinosuperior estão concentradas nasinstituições particulares, além dis-so, apenas 13% da população tevea possibilidade de concluir umagraduação. Defendo que a únicaforma concreta de mobilidade so-cial de um indivíduo e de um paíssair de um estágio de subdesenvol-vimento para desenvolvimento éatravés da oferta de educação dequalidade. Acredito que sou mui-to mais útil educando o povo bra-sileiro através das minhas insti-tuições do que atuando na políti-ca partidária. A sociedade comoum todo precisa de qualificação ede oportunidades, e é nisto queestou focado. Portanto, não soucandidato.

J a n g u i ê D i n i z

Odesenvolvimentotecnológico e asmudanças queessa “revolução”vem causando

nos processos, principalmen-te industriais, não é novidadepara nenhum de nós. O concei-to de profissional qualificadomudou bastante e, atualmen-te, não basta apenas ter umagraduação ou pós-graduaçãopara ser diferenciado no mer-cado de trabalho. Empatia, co-laboração, empolggl ação, respon-

sabilidade e equilíbrio emocio-nal são apenas algumas das cgumas das cpenas al a-racterísticas que os profissio-nais precisam ter para consoli-dar suas carreiras. No coman-do de mais de 11 mil profissio-nais no grupo Ser Educacional,o empreendedor Janguiê Dinizconhece os perfis de destaque.“As empresas têm mudado seujeito de produzir e, como con-sequência, vemos a oferta epostos de empregos tornarem-se cada vez mais escassos. Osprofissionais precisam pensar

em adaptação. A adaptação im-plica em inovação, e esta é in-terativa. São essas adaptaçõesque farão o ambiente mudar eo medo não é uma opção paraquem quer ter realização pro-fissional. É preciso evoluir”, ex-plica. Para Janguiê, inúmerosfatores se tornaram fundamen-tais na construção de uma car-reira de sucesso. Em um papocom a nossa redação, ele res-pondeu sobre questões de em-preendedorismo, inovação, em-pregabilidade e futuro político.

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Editora: Paula Losada

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D I A R I O ddddeeee PPPP EEEE RRRR NNNN AAAA MMMM BBBB UUUUCCCC OOOOE N T R E V I S T A 2.9Recife, 2 e 3 de setembro de 2017