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Alagoas - Pan American Health Organization65 Em 2010, no estado de Alagoas (AL), moravam 3,1 milhões de pessoas, onde uma parcela considerável (6,0%, 187,5 mil) tinha 65 ou mais

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65

Em 2010, no estado de Alagoas (AL), moravam 3,1 milhões de pessoas, onde uma parcela considerável (6,0%, 187,5 mil) tinha 65 ou mais anos de idade. O estado era composto de 102 municípios, dos quais 28 (27,5%) com menos de dez mil habitantes e dois (2,0%) com mais de cem mil habitantes. Cerca de 30% (932,7 mil) da população vivia na capital, Maceió. A esperança de vida ao nascer no estado de AL era de 70,3 anos, variando entre 65,3 e 72,9 anos nos diferentes municípios. Indicadores sociodemográficos selecionados estão apresentados na tabela 1.

Tabela 1: Indicadores selecionados: mediana, 1º e 3º quartis nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)

Indicador Ano Mediana 1º Quartil 3º Quartil

Taxa de mortalidade infantil por mil NV

1991 79,9 70,5 86,2

2000 49,5 43,6 53,5

2010 30,9 26,4 36,9

Taxa de mortalidade na infância por mil NV

1991 101,2 89,8 108,8

2000 62,7 55,4 67,7

2010 33,7 28,9 40,3

Proporção da população em condição de pobreza (%)

1991 80,5 72,1 84,8

2000 71,0 65,5 75,0

2010 46,9 40,5 51,5

Proporção da população analfabeta (%)

1991 59,4 54,9 65,2

2000 46,7 41,7 52,2

2010 35,5 31,8 40,6

Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

1991 72,7 59,4 84,2

2000 55,0 41,0 73,2

2010 23,9 14,8 38,4

Alagoas

Em 1991, as medianas estaduais da taxa de mortalidade infantil, da proporção da população em condição de pobreza, da proporção da população analfabeta e da proporção da população sem acesso à água encanada eram similares às medianas da região Nordeste e substancialmente maiores que as do Brasil (figura 1). Em 2010, embora todos esses indicadores tenham diminuído, em geral foram observadas quedas mais acentuadas nas medianas estaduais e regionais na mortalidade infantil e na proporção da população sem acesso à água encanada, em relação ao total do Brasil. Destaca-se a queda da mediana da mortalidade infantil em AL, de 79,9 para 30,9 por mil NV, entre os anos de 1991 e 2010, respectivamente. Por outro lado, no que se refere à proporção da população em condição de pobreza e à proporção da população sem acesso à água encanada, em 2010 alguns municípios de AL ainda persistiam em condições bastante desiguais, e marcadamente piores quando comparados com as medianas do estado, da região e do Brasil (figuras 1B e 1D).

Figura 1: Distribuição de indicadores selecionados nos municípios de Alagoas, comparada com as medianas da região Nordeste e do Brasil (1991, 2000 e 2010)

A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%)

1991 2000 2010

0

30

60

90

120

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

1991 2000 2010

0

25

50

75

100

AlagoasMediana e distribuição

NordesteMediana

BrasilMediana

Observações mais detalhadas do desempenho dos municípios em relação aos quatro indicadores analisados estão disponíveis na figura 2, cuja diagonal indica manutenção do valor do indicador em ambos os anos estudados.

De forma geral, quase a totalidade dos municípios do estado está abaixo das diagonais, indicando tendências temporais consistentes de melhoria nos quatro indicadores analisados (figura 2).

Em relação à taxa de mortalidade infantil, em 1991, a maioria dos municípios possuía taxa superior a sessenta por mil NV. No entanto, em 2010, todos os municípios estavam abaixo desse valor. Por outro lado, neste ano de 2010 nenhum município havia ainda alcançado a meta de 15,7 por mil NV (linha vermelha, meta a ser alcançada pelo Brasil, até 2015, segundo os ODM, figura 2A).

Os demais indicadores também mostram melhorias entre os anos estudados, observadas tanto na redução dos valores desses indicadores no conjunto dos municípios quanto na redução das desigualdades. Essa última evidenciada, em 2010, pela menor dispersão de valores quando comparados aos do ano de 1991, com a exceção da proporção da população sem acesso à água encanada (figura 2D), que ainda mostra uma grande dispersão.

66

ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

A figura 3 apresenta a evolução dos indicadores que representam as quatro dimensões estudadas nos anos de 1991, 2000 e 2010. Houve, no período estudado, grande redução da taxa de mortalidade infantil nos municípios do estado de AL, com uma leve diminuição da desigualdade entre os municípios para esse indicador. Isso é observado no movimento do círculo central, tornando-se ligeiramente mais fino (intervalo interquartílico) e em direção ao centro do triângulo. Os quartis 1o e 3o variaram (respectivamente) de 70,5 e 86,2 por mil NV, em 1991, para 26,4 e 36,9 por mil NV, em 2010. As demais dimensões estudadas também apresentaram melhorias dos indicadores, evidenciadas pela aproximação das linhas (verdes e vermelhas) aos vértices do triângulo cinza (condição ideal). Destaca-se, no estado, a dimensão ambiental (A, proporção de população com acesso à água encanada), para a qual houve grande incremento nos municípios incluídos no 1o quartil, que passaram de 15,8% para 61,6% entre os anos de 1991 e 2010, respectivamente, enquanto que aqueles do 3o quartil passaram de 40,6% para 85,2% no mesmo período.

Figura 2: Desempenho dos municípios segundo mudanças nos indicadores selecionados, estado de Alagoas (1991 e 2010)

A. Taxa de mortalidade infantil (por mil NV) B. Proporção da população em condição de pobreza (%)

C. Proporção da população analfabeta (%) D. Proporção da população sem acesso à água encanada (%)

Taxa

em

201

0

Taxa em 19910 30 60 90 120

030

6090

120

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Prop

orçã

o(%

) em

201

0

Proporção(%) em 19910 25 50 75 100

025

5075

100

Figura 3: Desempenho dos municípios segundo indicadores selecionados nas quatro dimensões de análise (saúde, social, econômica e ambiental), estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)

A. 1991 B. 2000 C. 2010

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

AE

S

102030405060708090

100

102030405060708090

100

102030405060708090

100

Legenda:Triângulo:S: Dimensão Social (% alfabetizados)E: Dimensão Econômica (% “não pobres”)A: Dimensão Ambiental (% com acesso à água encanada)

Círculo:Taxa de mortalidade infantil (por mil NV)

3° quartil

1° quartil

3° quartil

1° quartil

AL

67

NORDESTE | Alagoas

Figura 4: Distribuição espacial da taxa de mortalidade infantil, por mil NV, nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Taxa (por mil NV)

1991 2000 2010

55.22 − 113.651.11 − 55.22

47 − 51.1142.37 − 47

21.7 − 42.37

0 25 50 75 100 0 25 50 75 100 0 25 50 75 100

Figura 5: Distribuição espacial da proporção (%) da população em condição de pobreza nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

77.1 − 94.0572.5 − 77.1

69.47 − 72.564.6 − 69.4715.57 − 64.6

0 25 50 75 100 0 25 50 75 100 0 25 50 75 100

As figuras 4 a 7 permitem identificar as microrregiões (borda cinza) e o desempe-nho dos indicadores estudados por muni-cípio nos anos de 1991, 2000 e 2010.

A taxa de mortalidade infantil (por mil NV) variou (valores mínimos e máximos) de 49,5 a 113,6 em 1991, de 30,5 a 76,8 em 2000 e de 21,7 a 46,8 em 2010. Tendo como referência os quintis de 2000, em 1991 a grande parte dos municípios de AL estava situada no pior quintil, e no ano de 2010, a grande parte estava situada no melhor quintil. Com a estratificação em quintis definidos em 2000, não se obser-va um padrão geográfico na evolução da melhoria deste indicador.

A distribuição espacial da proporção da população em condição de pobreza, apre-senta melhoria entre os municípios, sen-do tardia nos municípios na região oeste do estado. Este indicador apresenta áre-as bem marcadas para situações mais fa-voráveis, especialmente em 1991 e 2000. As proporções (valores mínimos e máxi-mos) deste indicador variaram de 35,6% a 94,1% em 1991, de 31,9% a 85,4% em 2000 e de 15,6% a 67,6% em 2010.

1 Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2000. Mapas com os quintis para o

ano de 2010 estão disponíveis no anexo 2.68

ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

Figura 6: Distribuição espacial da proporção (%) da população analfabeta nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

52.81 − 76.9849.32 − 52.8145.09 − 49.3241.04 − 45.0912.51 − 41.04

0 20 40 60 80 0 20 40 60 80 0 20 40 60 80

Figura 7: Distribuição espacial da proporção (%) da população da população sem acesso à água encanada nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)1

A 1991

B 2000

C 2010

Proporção (%)

1991 2000 2010

76.2 − 96.5463.15 − 76.249.15 − 63.1536.6 − 49.152.75 − 36.6

0 20 40 60 0 20 40 60 0 20 40 60

O indicador proporção da população analfabeta (figura 6) também possui comportamento semelhante aos indicadores anteriormente estudados, com movimento mais rápido de progressão (diminuição) na região leste de AL, enquanto que permaneceram com as maiores proporções aqueles municípios mais situados ao oeste do estado. As proporções deste indicador variaram (valores mínimos e máximos) de 22,8% a 77,0% em 1991, de 17,7% a 57,8% em 2000, e de 12,5% a 47,4% em 2010.

De maneira semelhante, foram nos municípios situados mais a oeste do estado que as proporções de pessoas sem acesso à água encanada (figura 7) tardaram mais a decrescerem. Nos municípios situados no leste de AL foram observadas mais rápidas reduções desse indicador. As proporções de pessoas sem acesso à água encanada variaram (valores mínimos e máximos) de 18,0% a 96,5% em 1991, de 11,1% a 93,1% em 2000 e de 2,8% a 78,5% em 2010.

A série de mapas (figuras 4 a 7) apresentada evidencia semelhanças nas tendências espacial e temporal para os indicadores selecionados para os municípios do estado de AL.

1 Mapas foram construídos segundo quintis definidos para o ano de 2000. Mapas com os quintis para o ano de 2010 estão disponíveis no anexo 2.

AL

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NORDESTE | Alagoas

Figura 8: Distribuição dos indicadores componentes (educação, renda e longevidade) do Índice de Desenvolvimento Humano nos municípios do estado de Alagoas e medianas da região Nordeste e do Brasil (1991, 2000 e 2010)

1991

2000

2010

1991

2000

2010

1991

2000

2010

0.0

0.2

0.4

0.6

0.8

1.0

EducaçãoMediana e distribuição

RendaMediana e distribuição

LongevidadeMediana e distribuição

NordesteBrasilMediana

Tabela 2: Número de municípios (e população) em cada nível do Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios

IDHM1991 2000 2010

Número de Municípios

PopulaçãoNúmero de Municípios

PopulaçãoNúmero de Municípios

População

Muito baixo (0 – 0,499)

101 1.884.870 98 1.906.023 2 28.945

Baixo (0,500 – 0,599)

1 629.041 4 916.348 86 1.452.183

Médio (0,600 – 0,699)

0 0 0 0 13 706.618

Alto (0,700 – 0,799)

0 0 0 0 1 932.748

Muito alto (0,800 – 1)

0 0 0 0 0 0

Figura 9: Evolução do Índice de Desenvolvimento Humano segundo proporção acumulada da população nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)

POPU

LAÇ

ÃO (%

)

0.000 0.100 0.200 0.300 0.400 0.500 0.600 0.700 0.800 0.900 1.000

0

25

50

75

100

IDHM: Muito baixo Baixo Médio Alto Muito alto

1991 2000 2010

Melhorias relevantes ao longo do período de análise nos municípios do estado de AL podem ser notadas nos três componentes (educação, longevidade e renda) do Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (figura 8). Em especial, é observada notável redução do intervalo interquartílico do componente renda, indicada pela redução no tamanho da caixa do gráfico, quando o ano de 1991 é comparado ao ano de 2010. Esse fato revela que os municípios apresentaram, nos anos mais recentes, valores mais semelhantes entre si para esse componente. As medianas apresentadas pelo estado são, em geral, similares ou apenas ligeiramente inferiores às da região Nordeste, porém ainda marcadamente discrepantes e inferiores às medianas do Brasil.

Na figura 9 são descritas as linhas das proporções acumuladas da população dos municípios do estado segundo os níveis do IDHM em 1991, 2000 e 2010. Essas linhas mostram a grande evolução experimentada no período estudado, com o deslocamento

da esquerda para a direita dessas curvas, indicando melhoria média do indicador. A verticalização das curvas de 1991 para 2010, indicando redução das desigualdades entre os municípios em relação ao IDHM, é ainda discreta em AL.

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ATLAS de Desenvolvimento Sustentável e Saúde | Brasil 1991 a 2010

Figura 11: Taxa de mortalidade na infância segundo quintis de indicadores selecionados e ano, nos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)

Ausência de água encanada (%)

Pobreza (%)

Analfabetismo (%)

1991

2000

2010

1991

2000

2010

1991

2000

2010

40 60 80 100

Grupos (quintis)1º (Mais favorecido)2º3º (Intermediário)4º5º (Menos favorecido)

Pop. < 5 anos (totais)4000080000120000

160000

Figura 10: Desigualdades na taxa de mortalidade na infância segundo o Índice de Desenvolvimento Humano dos municípios do estado de Alagoas (1991, 2000 e 2010)

A. TMIn média segundo quintis do IDHM.

1991 2000 2010

1º (Mais baixo)

3º (Médio)

5º (Mais alto)

0 30 60 90 0 30 60 90 0 30 60 90Taxa (por mil NV)

IDH

M (q

uint

is)

B. TMIn dos municípios segundo gradiente do IDHM.

50

100

150

0.00 0.25 0.50 0.75 1.00População na infância acumulada segundo IDHM

Taxa

(por

mil

NV)

mais baixos IDHM eram marcadamente inferiores às taxas do grupo com mais alto IDHM nos anos 1991 e 2000 (figura 10A). De maneira semelhante, o perfil mais horizontal das TMIn dos municípios em 2010 descrito na figura 10B, quando comparados aos anos de 1991 e 2000, evidencia a tendência favorável no sentido de tornar os municípios do estado com valores mais baixos e mais semelhantes quanto ao indicador de estudo (TMIn).

O estado de Alagoas apresentou desempenho favorável no período de estudo para os indicadores selecionados. No entanto, vale destacar que, com respeito aos in-dicadores analisados, a situação do estado é ligeiramente menos favorável que o conjunto da região Nordeste e ainda distante dos valores medianos do Brasil. Ações voltadas para alguns municípios com mais lenta progressão poderiam colo-car o estado em uma situação de maior equidade para as dimensões analisadas.

Em 1991, todos os municípios de AL, com uma única exceção, enquadrava-se na classificação de IDHM muito baixo (tabela 2). Em 2000, percebeu-se uma ligeira melhoria, com cerca de 900 mil pessoas morando em quatro municípios agora classificados com IDHM baixo. Finalmente, em 2010, houve importante mudança na situação, com mais da metade da população passando a viver em municípios com IDHM médio.

A tendência da TMIn no estado pode ser também observada segundo quintis das três dimensões selecionadas nesta análise (figura 11). Partindo de 1991 para 2010, o movimento para a esquerda dos gráficos indica que a taxa se reduz no período. Além disso, a diminuição da distância entre os círculos reflete a diminuição absoluta da desigualdade na TMIn dos municípios agregados segundo quintis do indicador selecionado (ausência de água encanada, pobreza ou analfabetismo).

As desigualdades na probabilidade de morrer antes de completar cinco anos de idade, segundo o IDHM dos 102 municípios de AL, vêm reduzindo no período de 1991 a 2010 (figura 10). As TMIn observadas em 2010 para o grupo de municípios classificados com os

AL

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NORDESTE | Alagoas