3
PÁGINA INICIAL ESPORTES HOLOFOTE CULTURA SAÚDE JUSTIÇA MUNICÍPIOS Veja mais Veja mais Veja mais Entrevistas Alan Lacerda, prefeito de Licínio de Almeida À frente da prefeitura da pequenina Licínio de Almeida, no sudoeste baiano, o prefeito Alan Lacerda (PV) tem um motivo para se orgulhar e ao mesmo tempo um desafio para manter. A cidade, que fechou todas as escolas privadas, carrega o posto de melhor índice de educação básica pública do estado por três anos consecutivos. Na última avaliação registrou média de 5,8 no Fundamental 1, e 5,4 no Fundamental 2, enquanto a Bahia anotou 3,9 e 3,2, respectivamente. Segundo o gestor, a receita foi estabelecer a educação como prioridade, afastar a indicação partidária, manter um convênio com o Instituto Ayrton Sena, além da parceria com um professor da Ufba. Na entrevista ao Bahia Notícias, Alan Lacerda ainda comentou os desafios de gerir uma cidade pequena com recursos escassos e avaliou as políticas para educação dos governos estadual e federal. Lacerda ainda analisou os consórcios de municípios, uma das bandeiras da União dos Municípios da Bahia (UPB), e declarou que grande parte dos municípios baianos não cumpre o ano letivo exigido pelo Ministério da Educação (MEC). “Grande parte dos municípios baianos não cumpre a quantidade de dias letivos exigidos. Alguns, de forma até absurda, chegam a cumprir metade dos dias letivos”, afirmou. Apoio: Notícias TCM Prefeito de Iguaí é multado pela contratação de serviço sem licitação Notícias TCU Concessão das rodovias BR116 e BR324 é monitorada pelo TCU por falta de segurança O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou indícios de irregularidades relativas à falta de segurança em trechos das rodovias BR 116 e BR324, na Bahia. A primeira rodovia está entre Feira de Santana e a divisa dos estados da Bahia e de Minas Gerais. A BR324 fica entre Salvador e Feira de Santana. A auditoria anterior verificou a regulação, o controle e a fiscalização da concessão por parte da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Você está em: Home » Municípios » Entrevistas Sexta, 03 de Abril de 2015 00:00 Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário por Bruna Castelo Branco | Fotos: Luana Ribeiro “Quando começamos esse trabalho, há 10 anos, uma ONG de turismo era vista como pirataria”, conta o professor Alberto Viana, turismólogo e pesquisador em turismo comunitário e solidário em comunidades urbanas e rurais. Membro da Associação Nacional e Pesquisa e PósGraduação em Turismo (ANPTUR), Alberto Viana fala sobre a situação do turismo alternativo aos destinos comerciais na Bahia e no Brasil, e explica a diferença entre turismo ‘na’ comunidade e turismo ‘da’ comunidade. Para o pesquisador, há uma tendência que o poder público passe a auxiliar de forma mais efetiva o turismo de base comunitária, já que, segundo dados da Organização Mundial de Turismo, a prática cresce 20% ao ano. "O Brasil já assinou até pactos internacionais – embora não tenha cumprido – reconhecendo essa importância e se comprometendo a dar apoio", explica. Entre as comunidades mais visitadas no estado, estão localidades na Chapada Diamantina e no Recôncavo Baiano. Qual é o conceito de turismo sustentável? Esse turismo, do ponto de vista acadêmico, é visto por nós como alternativo ao turismo convencional. Há várias nomenclaturas que variam de país para país, já levantamos 116 nomes para coisas muito parecidas, como turismo responsável, solidário, sustentável e de base comunitária. O que está por trás disso é o protagonismo de comunidades urbanas e rurais, que praticamente nunca foram chamados para fazer parte das rotas do turismo convencional. É um turismo construído passo a passo pelas comunidades, que desenvolveram um jeito de receber próprio, e que nós das academias, dos institutos técnicos, vamos beber dessa fonte e aprender com eles. Há uma diferença entre turismo ‘na’ comunidade e turismo ‘da’ comunidade. No primeiro, as pessoas visitam o local, tiram fotos e vão embora, e o dinheiro fica todo para alguma agência de turismo. No turismo ‘da’ comunidade, há uma troca de experiências entre o visitante e a população local. Como e quando começou essa forma de fazer turismo alternativo? As comunidades urbanas começaram a receber visitantes a partir da elaboração de projetos sociais: na área de cultura, meio ambiente, sexualidade e infância. Dessa forma, doadores internacionais começaram a vir conhecer a comunidade. Esse tipo de turismo é normalmente praticado por visitantes de outros países. Há muitas coisas da nossa própria cidade que não conhecemos e eles já conhecem – e na zona rural também. No meio rural, há também as comunidades quilombolas que tem um grande atrativo natural, que passaram a ser geridas pelas próprias comunidades. Por exemplo: o Poço Azul na Chapada Diamantina recebe o número de 12 mil pessoas por ano, e poucos sabem que é gerida por uma família de agricultores. Veja mais Bahia Notícias 383.944 pessoas curtiram Bahia Notícias. Plugin social do Facebook Curtir Busca ok Ver histórico de notícias Apoio: Artigos Jorge Luiz Félix Martins Direitos e Garantias Fundamentais Constitucionais O legislador originário consolidou, através da ordem constitucional, a teor do que prescreve o Art. 5º, caput, os primados dos Direitos e Garantias Fundamentais, destacandose, por conseguinte, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade como elementos estruturantes da relação Estado com as pessoas e consigo mesmas. Desta estruturação, por óbvio, nasceu, inevitavelmente, uma gama significativa de direitos e deveres destinados ao indivíduo, à coletividade e ao próprio Estado, este último constituído através de seus fundantes elementos, ou seja, povo, território e soberania. Apoio: Google+ fale conosco quem somos RSS Entrevistas Opinião Artigos Notícias do TCM Notícias do TCU Notícias do TCE Notícias do Ministério Público

Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário

Embed Size (px)

DESCRIPTION

“Quando começamos esse trabalho, há 10 anos, uma ONG de turismo era vista como pirataria”, conta o professor Alberto Viana, turismólogo e pesquisador em turismo comunitário e solidário em comunidades urbanas e rurais. Membro da Associação Nacional e Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo (ANPTUR), Alberto Viana fala sobre a situação do turismo alternativo aos destinos comerciais na Bahia e no Brasil, e explica a diferença entre turismo ‘na’ comunidade e turismo ‘da’ comunidade. Para o pesquisador, há uma tendência que o poder público passe a auxiliar de forma mais efetiva o turismo de base comunitária, já que, segundo dados da Organização Mundial de Turismo, a prática cresce 20% ao ano. "O Brasil já assinou até pactos internacionais – embora não tenha cumprido – reconhecendo essa importância e se comprometendo a dar apoio", explica. Entre as comunidades mais visitadas no estado, estão localidades na Chapada Diamantina e no Recôncavo Baiano.

Citation preview

Page 1: Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário

07/04/2015 Bahia Notícias / Municípios / Entrevista / Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário 03/04/2015

http://www.bahianoticias.com.br/municipios/entrevista/10albertovianapesquisadoremturismocomunitario.html 1/4

PÁGINA INICIAL ESPORTES HOLOFOTE CULTURA SAÚDE JUSTIÇA MUNICÍPIOS

Veja mais

Veja mais

Veja mais

EntrevistasAlan Lacerda, prefeitode Licínio de AlmeidaÀ frente da prefeitura dapequenina Licínio deAlmeida, no sudoestebaiano, o prefeito AlanLacerda (PV) tem um

motivo para se orgulhar e ao mesmotempo um desafio para manter. A cidade,que fechou todas as escolas privadas,carrega o posto de melhor índice deeducação básica pública do estado portrês anos consecutivos. Na últimaavaliação registrou média de 5,8 noFundamental 1, e 5,4 no Fundamental 2,enquanto a Bahia anotou 3,9 e 3,2,respectivamente. Segundo o gestor, areceita foi estabelecer a educação comoprioridade, afastar a indicação partidária,manter um convênio com o InstitutoAyrton Sena, além da parceria com umprofessor da Ufba. Na entrevista ao BahiaNotícias, Alan Lacerda ainda comentou osdesafios de gerir uma cidade pequenacom recursos escassos e avaliou aspolíticas para educação dos governosestadual e federal. Lacerda ainda analisouos consórcios de municípios, uma dasbandeiras da União dos Municípios daBahia (UPB), e declarou que grande partedos municípios baianos não cumpre o anoletivo exigido pelo Ministério da Educação(MEC). “Grande parte dos municípiosbaianos não cumpre a quantidade de diasletivos exigidos. Alguns, de forma atéabsurda, chegam a cumprir metade dosdias letivos”, afirmou.

Apoio:

Notícias TCMPrefeito de Iguaí émultado pelacontratação deserviço sem licitação

Notícias TCUConcessão dasrodovias BR116 eBR324 é monitoradapelo TCU por falta desegurançaO Tribunal de Contas daUnião (TCU) identificou

indícios de irregularidades relativas à faltade segurança em trechos das rodovias BR116 e BR324, na Bahia. A primeirarodovia está entre Feira de Santana e adivisa dos estados da Bahia e de MinasGerais. A BR324 fica entre Salvador eFeira de Santana. A auditoria anteriorverificou a regulação, o controle e afiscalização da concessão por parte daAgência Nacional de Transportes Terrestres(ANTT).

Você está em: Home » Municípios » Entrevistas

Sexta, 03 de Abril de 2015 00:00

Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitáriopor Bruna Castelo Branco | Fotos: Luana Ribeiro

“Quando começamos esse trabalho, há 10 anos, uma ONG de turismo era vistacomo pirataria”, conta o professor Alberto Viana, turismólogo e pesquisador emturismo comunitário e solidário em comunidades urbanas e rurais. Membro daAssociação Nacional e Pesquisa e PósGraduação em Turismo (ANPTUR), AlbertoViana fala sobre a situação do turismo alternativo aos destinos comerciais naBahia e no Brasil, e explica a diferença entre turismo ‘na’ comunidade e turismo‘da’ comunidade. Para o pesquisador, há uma tendência que o poder públicopasse a auxiliar de forma mais efetiva o turismo de base comunitária, já que,segundo dados da Organização Mundial de Turismo, a prática cresce 20% ao ano."O Brasil já assinou até pactos internacionais – embora não tenha cumprido –reconhecendo essa importância e se comprometendo a dar apoio", explica. Entreas comunidades mais visitadas no estado, estão localidades na ChapadaDiamantina e no Recôncavo Baiano.

Qual é o conceito de turismo sustentável?Esse turismo, do ponto de vista acadêmico, é visto por nós como alternativo ao turismoconvencional. Há várias nomenclaturas que variam de país para país, já levantamos 116nomes para coisas muito parecidas, como turismo responsável, solidário, sustentável e debase comunitária. O que está por trás disso é o protagonismo de comunidades urbanas erurais, que praticamente nunca foram chamados para fazer parte das rotas do turismoconvencional. É um turismo construído passo a passo pelas comunidades, quedesenvolveram um jeito de receber próprio, e que nós das academias, dos institutostécnicos, vamos beber dessa fonte e aprender com eles. Há uma diferença entre turismo ‘na’comunidade e turismo ‘da’ comunidade. No primeiro, as pessoas visitam o local, tiram fotose vão embora, e o dinheiro fica todo para alguma agência de turismo. No turismo ‘da’comunidade, há uma troca de experiências entre o visitante e a população local.

Como e quando começou essa forma de fazer turismo alternativo?As comunidades urbanas começaram a receber visitantes a partir da elaboração de projetossociais: na área de cultura, meio ambiente, sexualidade e infância. Dessa forma, doadoresinternacionais começaram a vir conhecer a comunidade. Esse tipo de turismo é normalmentepraticado por visitantes de outros países. Há muitas coisas da nossa própria cidade que nãoconhecemos e eles já conhecem – e na zona rural também. No meio rural, há também ascomunidades quilombolas que tem um grande atrativo natural, que passaram a ser geridaspelas próprias comunidades. Por exemplo: o Poço Azul na Chapada Diamantina recebe onúmero de 12 mil pessoas por ano, e poucos sabem que é gerida por uma família deagricultores.

Veja mais

Bahia Notícias

383.944 pessoas curtiram BahiaNotícias.

Plugin social do Facebook

Curtir

Busca ok

Ver histórico de notícias

Apoio:

ArtigosJorge LuizFélixMartins

Direitos e GarantiasFundamentaisConstitucionaisO legislador originárioconsolidou, através da ordemconstitucional, a teor do queprescreve o Art. 5º, caput, osprimados dos Direitos eGarantias Fundamentais,destacandose, porconseguinte, a inviolabilidadedo direito à vida, à liberdade,à igualdade, à segurança e àpropriedade como elementosestruturantes da relaçãoEstado com as pessoas econsigo mesmas. Destaestruturação, por óbvio,nasceu, inevitavelmente, umagama significativa de direitos edeveres destinados aoindivíduo, à coletividade e aopróprio Estado, este últimoconstituído através de seusfundantes elementos, ou seja,povo, território e soberania.

Apoio:

Google+fale conoscoquem somosRSS

Entrevistas Opinião Artigos Notícias do TCM Notícias do TCU Notícias do TCE Notícias do Ministério Público

Page 2: Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário

07/04/2015 Bahia Notícias / Municípios / Entrevista / Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário 03/04/2015

http://www.bahianoticias.com.br/municipios/entrevista/10albertovianapesquisadoremturismocomunitario.html 2/4

Veja mais

Veja mais

Veja mais

Notícias TCETCEBA lançaprimeira cartilha deética para servidoresO Tribunal de Contas doEstado (TCE) lançou nestasegundafeira (23) umacartilha de ética para

servidores do órgão. Parte dascomemorações pelos cem anos daentidade, o texto é o primeiro elaboradopela entidade. O evento teve aparticipação do professor de ética efilosofia da Universidade de São Paulo(USP), Renato Janine Ribeiro, um dosprincipais especialistas no país sobre otema.

Notícias Ministério PúblicoMP pede quebra desigilo bancário deprefeita de Riachãodo JacuípeO Ministério Público daBahia (MPBA) decretou aindisponibilidade dos bens

e a quebra do sigilo bancário da prefeitade Riachão do Jacuípe, Tânia Regina Alvesde Matos (PDT). Segundo o MP, ela emais quatro pessoas Valfredo Carneiro deMatos Junior, Gabriela Barros Carneiro,Jackson Santana da Cruz e JacksonSantana da Cruz – são acusadas decontratar, sem licitação, o serviço delimpeza da cidade.

Apoio:

OpiniãoJustiça Eleitoral cassa mandatode 33 prefeitos baianos; DEMlidera punidos

Temos conhecimento e, certamente, todaa Bahia que o Prefeito de Sento SéEdnaldo dos Santos Barros que reelegeuse, ilegalmente, para exercer o segundomandato, daí em diante esse político doPSDB acionado em 40 ações penais,condenado na pena de prisão, perda domandato numa média de 03 vezes,envolvidos em vários crimes eleitorais,improbidade administrativa, apropriaçãoindébita, nem o TJBA, o MPF, o MPE, aJustiça Eleitoral nada fazem para afastálodo cargo de prefeito de Sento Sé, atéquando? vamos testemunhar e presenciaresse grande absurdo na nossa Bahia.

06/04/2015 19:15

Honório Silva Albuquerque

Comerciantes de Ipiaú sofremgolpe de suposta empresa dededetização

Já teve início o povo não satisfeito com ogrande desvio de dinheiro público ecorrupção a fazer justiça com as própriasmãos contra os prefeitos corruptos edesonestos com sói sucedeu com oPrefeito de Maracajuba. Os outrosPrefeitos por demais conhecidos peloPoder Judiciário que se julgam intocáveistenham cuidado, segundo o velhobrocardo "O PAU QUE DÁ EM FRANCISCO,DÁ TAMBÉM EM CHICO".

05/04/2015 13:54

Honório Silva Albuquerque

Apoio:

Turistas argentinas no Poço Azul, Assentamento Andaraí, Nova Redenção / Foto: Divulgação

Como os turistas estrangeiros ficam sabendo que existem esses lugares na Bahia?A partir do turismo solidário e de voluntariado, em que as pessoas ou se doam ou doamrecursos – materiais ou financeiros. Geralmente, essas comunidades são apoiadas porOrganizações Não Governamentais (ONGs), algo que é impossível de acontecer no turismoconvencional. Quando começamos esse trabalho aqui na Bahia, há 10 anos, uma ONG naárea de turismo era vista como pirataria, então a gente era convidado a sair de sala e ouvirque ‘essa reunião não foi feita para vocês, foi feita para empresários’. E na verdade existemdiversas formas de fazer turismo que fujam dessa visão econômica e empresarial. As pessoasque vivem nas comunidades não deixam de serem agricultoras ou quilombolas para seremempresárias de turismo. Elas continuam sendo o que são, vivem na comunidade, e aatividade turística ajuda a complementar a renda.

Há alguma ajuda governamental para a realização de turismo sustentável?Muito pouca. Em nível nacional, o Ministério do Turismo fez um edital em 2008, mas de lápara cá, nada aconteceu. Há muita conversa, muita palestra, muita promessa, muita vontadede fazer, mas política pública, federal ou estadual, hoje não há. Primeiro porque osgovernos são eleitos por grande parte da população, então a relação de forças é muitodesproporcional. Então, existe um predomínio de uma visão puramente empresarial, só demercado. E nós viemos com toda a filosofia de economia solidária, de outra forma de geriresses empreedimentos, que muitas vezes entra em choque com o turismo comercial,principalmente no litoral.

Na Bahia, quais são os principais pontos em que ocorre o turismo alternativo?Como nós trabalhamos com pesquisa, fizemos um levantamento de comunidades urbanas erurais envolvidas com essa temática, não necessariamente que já praticam: hoje são mais de80 na Bahia. E os locais que recebem visitantes, apesar do levantamento estar desatualizado– a última vez em que fizemos foi em 2010 –, nós acreditamos que são entre 20 e 25 querecebem visitantes periodicamente, tanto na cidade quanto no campo. Aqui na Bahia, osprincipais pontos de visita são no Recôncavo e na Chapada Diamantina, mas há tambémlocais indígenas e reserva extrativista no extremo sul e comunidades quilombolas na regiãonordeste do estado. Mas a concentração maior mesmo é na Chapada Diamantina, pelo apelovisual e pela questão comunitária, e Recôncavo baiano, pelo turismo solidário. Oassentamento Andarí, na região da Chapada, recebe 12 mil pessoas por ano.

Como é a infraestrutura dos locais visitados? Onde e como os turistas ficamhospedados?Qualquer pessoa pode ser um visitante solidário e comunitário em algum momento da vida.Nós vemos vários grupos que vêm visitar o Pelourinho, o Farol da Barra, o carnaval, mastambém querem conhecer uma comunidade, querem visitar um projeto social. Por exemplo,eu acompanhei lá no Haiti um grupo que estava indo na época do terremoto. Há agênciasespecializadas que têm acesso a um banco de dados para buscar pessoas que querem sedoar naquele momento, que pagam para viajar para poder ajudar essas comunidades. Oturista pode passar uma noite na casa de um agricultor, aprender como se gere uma casa defarinha, uma agroindústria, dar uma aula de como montar uma escola, fazer um mutirãopara construção de casas, entre outras coisas.

Qual o tempo de estadia em que os turistas geralmente passam nesses locais?No recôncavo nós tivemos uma experiência interessante com italianos que passaram de um

Apoio:

Page 3: Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário

07/04/2015 Bahia Notícias / Municípios / Entrevista / Alberto Viana, pesquisador em turismo comunitário 03/04/2015

http://www.bahianoticias.com.br/municipios/entrevista/10albertovianapesquisadoremturismocomunitario.html 3/4

ComentarTweet 0 91Curtir

Histórico de Conteudo Escolha o canal

dia a cinco meses no local. Há um projeto nos Estados Unidos em que as pessoas antes dedecidirem a profissão que irão seguir, de escolherem que curso irão fazer na universidade,passam um ano viajando pelo mundo. Eles convivem no diaadia da comunidade, dandoauxílio financeiro. Podem trabalhar, por exemplo, em um assentamento ligado aoMovimento dos Sem Terra (MST) no setor de educação, de saúde, de gênero, trabalhar comatividades lúdicas com crianças e participar do grupo de teatro comunitário.

Quais os principais benefícios do turismo sustentável para as comunidades?Nós vemos duas formas de benefícios: tem os monetários, que são ligados a renda e aentrada de recursos financeiros, e os benefícios não monetários, que às vezes são atémaiores. Tem comunidades que nem querem saber de receber remuneração direta, tanto noBrasil como fora. Eu tive uma experiência com um grupo de mexicanos que se organizam naforma de receber o grupo de turistas, e querem apenas que o grupo faça uma doação para acomunidade: seja na área de energia, de meio ambiente ou recuperação de estradas, masnão entra nenhum recurso para remunerar alguém. No caso aqui do Brasil e especificamentedaqui da Bahia, as pessoas geralmente são condutoras de visitantes, passam por um cursode capacitação, e cobram uma taxa para acompanhar os turistas e demonstrar como é o diaadia na comunidade. Assim, é possível agregar o serviço de condução de visitante,hospedagem, alimentação, a apresentação de um grupo de teatro comunitário, umaapresentação musical, uma festa gastronômica. E para o turismo convencional, isso nãoexiste.

Turistas dos Estados Unidos na comunidade do Calafate, em Salvador / Foto: Divulgação

Qual é o perfil dos visitantes que vêm fazer turismo comunitário na Bahia?Tem de todos os tipos. Eu já acompanhei grupos de idosos a jovens entre 14 e 17 anos.Aqui no Calafate, em Salvador, que para nós é uma comunidade desconhecida,acompanhamos, em janeiro, um grupo de estudantes de psicologia e geologia que vieramdos Estados Unidos trabalhar em um mutirão de reforma do coletivo de mulheres local. Osestudantes passaram cinco dias pintando e ajudando na reforma e trocando experiências. Épor essa característica solidária que a gente vincula esse turismo mais à economia solidáriado que à economia de mercado. E por isso talvez não tenha tanto espaço, o governo aindanão percebe que esse turista usa um avião para chegar aqui, aluga carro, dorme em hotelem Salvador, mas depois vai viver em uma comunidade durante um período. O turista deixarenda lá e consume produtos do local. Beneficia diretamente a comunidade. Quando oturismo está bem organizado, a troca cultural é muito grande.

Há uma expectativas em o poder público reconhecer e auxiliar o funcionamentodo turismo comunitário?Tem um dado da Organização Mundial de Turismo que mostra que esse tipo de turismocresce em uma média de 20% ao ano. O Brasil já assinou até pactos internacionais –embora não tenha cumprido – reconhecendo essa importância e se comprometendo a darapoio. Em termos de América Latina, praticamente o único país que não tem umaarticulação e política nacional é o Brasil. O assessor do ministro do Turismo se comprometeua voltar a abrir um espaço dentro do ministério. Nós estamos preparando uma conferêncianacional para o segundo semestre em Brasília, para que possamos voltar a ter um diálogodireto com o poder público. A ideia é também que as próprias comunidades participemdisso e ajudem a articular uma parceria com o governo.

Abril / 2015

Seg Ter Qua Qui Sex Sab Dom

1 2 3 4 5

6 7 8 9 10 11 12

13 14 15 16 17 18 19

20 21 22 23 24 25 26

27 28 29 30

2015

2014

2013

2012

2011

2010

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril