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O COMUNITÁRIO

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Jornal O COMUNITÁRIO, o novo canal de informação e comunicação dos agentes comunitários de saúde do Rio de Janeiro. Edição de setembro de 2014.

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residência em São Gonçalo.

OC: O que motivou criar a Associação (AGACS)?

Vilela: Acompanhávamos a luta de outros ACS no país que nos serviu de inspiração para criar a nossa própria ins-tituição de luta em São Gon-çalo que tratava muito mal os trabalhadores. Nos organiza-mos e nos mobilizamos junto ao Ministério Público para que o município acabasse com as nomeações políticas que só atrapalhavam o PSF. Dai surgiu a lei 173/2008 que criava o cargo de ACS. Em 2011 foi feito novo processo

O COMUNITÁRIO é uma publicação do Sindicato dos Agentes Comunitários do Estado do Rio de Janeiro (SINACS-RJ)RIO DE JANEIRO EDIÇÃO Nº 1 SETEMBRO DE 2014 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Endereço: Rua Joaquim Larangeiras, 96 Salas 302 e 303 Alcântara São Gonçalo Rio de Janeiro Tel.: (21) 3091-2778

Francisco Vilela: “Se não valorizar o agente comunitário a ESF não vai dar certo”

ENTREVISTA

Francisco Vilela, tem 42 anos e é agente comunitário de saúde em São Gonçalo desde 2001. Em 2009 funda a Associação dos ACS e em 2013, finalmente, o Sindicato (Sinacs-RJ) que abrange todo o estado do Rio de Janeiro.

Nesta entrevista ele fala das conquistas e dos desafios futuros da categoria sempre com entusiasmo e esperança.

O COMUNITÁRIO: Como você chegou até aqui?

Vilela: Sou do Rio de Janeiro mas trabalhava como auxiliar de almoxarifado num hospital em Niterói. Soube do proces-so seletivo em São Gonçalo para o Programa Saúde da Fa-mília, me inscrevi e passei. No programa conheci a minha esposa e fixei definitivamente

Para fundador e presidente do Sinacs-RJ, os gestores precisam se sensibilizar para a importância dos agentes comunitários de saúde

opinião2

“A luta de outros ACS no país nos serviu de inspiração

seletivo, principalmente para regularizar a situação traba-lhista dos agentes.

OC: Por que foi criado o Si-nacs-RJ?

Vilela: Da necessidade de ter uma representação exclu-siva dos ACS, pois os outros sindicatos nos deixavam em segundo plano. Acumula-mos experiência com as nos-sas lutas e podemos levar o que aprendemos para todo o estado, já que os problemas são praticamente os mesmos: insegurança trabalhista, as-sédio moral, não pagamento do piso e outros encargos so-ciais. Tentamos sensibilizar os gestores para a importância dos ACS na atenção básica. Cremos que se não valorizar o agente comunitário a Es-tratégia de Saúde da Família não dará certo. É isso que nos move para seguir adiante.

o quediz a lei

sobre osACS?

Afinal A Constituição Federal as-segura, em seu art. 196, que a saúde é um direito de todos e dever do Estado. Nesse contex-to, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) ganham especial importância, e desempenham um papel significativo para promoção do direito à saúde na comunidade. De acordo com a Lei 11.350/06, os ACS ‘têm como atribuição o exer-cício de atividades de preven-ção de doenças e promoção da saúde, mediante ações do-

miciliares ou comunitárias, individuais ou coletivas, de-senvolvidas em conformida-de com as diretrizes do SUS’.

Assim, a atuação dos ACS é fundamental para a conscienti-zação da comunidade em rela-ção às políticas de saúde. Além disso, os ACS colaboram para o mapeamento das necessida-des sanitárias da comunidade, auxiliando na formulação das políticas públicas de saúde.

Em contrapartida, exige-se do Poder Público a valorização

das condições de trabalho da classe. Nesse sentido, após in-tenso esforço da categoria em todo território nacional, foi sancionada a Lei 12.994/14, que alterou algumas disposi-ções da Lei 11.350/06. Dentre as principais alteraçõestra-zidas pela nova Lei, merece destaque a fixação do piso sa-larial dos ACS, no valor de R$ 1.014,00.Para garantir o pagamento do piso em todo Brasil, a Lei estabeleceque a União poderá prestar auxílio

financeiro aos Estados, Dis-trito Federal e Municípios. A Lei 12.994/14,embora tenha avançado na garantia dos di-reitos dos ACS, é apenas um primeiro passo na direção da dignificação das condições de trabalho desses profissionais. Afinal, a qualidade dos servi-ços de saúde depende, dentre outras coisas, da valorização dos profissionais que atuam na área, permitindo que es-tes exerçam com dignidade as suas atribuições.

RIO DE JANEIRO EDIÇÃO Nº 1 SETEMBRO DE 2014 SINACSRJ

Por Isaque Vieira de MoraesBacharel em Direito pela Uni-versidade Federal Fluminense

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Postos funcionam sem condições em SG

O Sinacs-RJ iniciou uma série de visitas às unidades de saúde da família (USFs) em São Gonçalo. O objetivo é fazer um levantamento das condições materiais dessas unidades e a situação traba-lhista das equipes que atuam na Estratégia de Saúde da Família (ESFs) na cidade.

A primeira unidade visi-tada foi o posto de rede am-bulatorial Victor Chimelli no bairro do Vila Lage. Se-gundo o cadastro nacional de estabelecimentos de saú-de (CNES) do Ministério da Saúde, o posto tem função apenas ambulatorial e conta-ria com 6 médicos e mais 4 profissionais de apoio, além de serviço de farmácia. Mas não é bem assim.

A unidade conta com duas equipes de Estratégia de Saúde da Família (ESF) que trabalham de modo “clan-destino” e precarizado para atender 12 mil usuários do programa. “As equipes 418 e 419 não têm instalações pró-prias e utiliza o posto de fa-vor”, disse Regina Armond, diretora do Sinacs-RJ e agen-te comunitária que cobre a região. Segundo Armond as duas equipes atendem 50% da demanda da população: “Cada equipe possui apenas 4 em vez de 8 agentes para atingir os 12 mil moradores. É humanamente impossível atender a todos, assim, 6 mil pessoas estão descobertas pelo programa”, lamenta.

O prédio que abriga o pos-to Victor Chimelli funciona em meio à insalubridade e

Especial Sinacs-RJde São Gonçalo

Unidades de saúde da família no bairro Vila Lage são insalubres para a atividade médica. Equipes fazem o que podem para atender usuários

abandono. É fácil observar no teto e nas paredes sinais de infiltração e mofo. A fal-ta de água é constante, o que obriga os profissionais do posto recorrer à cisterna e à Rosângela Paes, vizinha que mora em frente da unida-de. Chega a ser uma ironia e uma contradição o posto de saúde manter um vetor da dengue no quintal e ter que pedir ajuda a um cadastrado para os profissionais e usuá-rios beberem água limpa.

O Ministério da Saúde (MS), só neste ano de 2014, já repassou para a prefeitu-ra aproximadamente R$ 5 milhões para obras de cons-trução ou manutenção de unidades de saúde no mu-nicípio. A prefeitura chegou a anunciar a demolição e construção de um novo pré-dio no local ainda em 2013, mas até agora a obra não saiu do papel. Segundo boletim do MS para o programa de reformas das Unidades Bá-sicas de Saúde (UBS), o pro-

jeto para a reforma do posto Victor Chimelli foi apresen-tado pela prefeitura em 2011 no valor de R$ 145.486,552. Em 29 de dezembro de 2012 foi depositada a primeira parcela de R$ 29.097,30. Não há registros posteriores dis-poníveis no ministério.

Na USF Vila Lage, segun-da unidade visitada pelo Sinacs-RJ, que cobre os mo-radores do Conjunto Arari-bóia, a situação não é muito diferente. Na equipe 001 são apenas 5 agentes para aten-der uma população de 6 mil pessoas em sua área. Pelo menos 2,2 mil pessoas es-tão sem usufruir da ESF. As condições físicas do prédio (que é um puxadinho de um apartamento onde funciona-va um comércio irregular) também não são satisfató-rias para atividades previs-tas nas ESFs e preconizadas pelo SUS.

Muitas das vezes são os próprios usuários da unida-

de que vêm em socorro da equipe. “Somos nós (usuá-rios) que trazemos água para as pessoas aqui do posto. Eu vejo a luta deles, falta tudo, até papel e caneta. O compu-tador é quebrado e já houve até roubo aqui”, disse dona Libia, usuária da unidade que esperava por atendi-mento. Dona Líbia também narrou a dificuldade em ob-ter remédios e a demora da unidade em atender pedidos de exame. “Tudo é muito difícil de conseguir. Sempre falta remédio e fazer exames é uma luta”, continuou, lem-brando que se não fossem os ACS tudo seria ainda mais difícil: “Não sei o que seria sem os agentes nos ajudan-do e nos confortando”. As consultas médicas ocorrem apenas duas vezes por sema-na na parte da manhã.

Para o presidente do Si-nacs-RJ, Francisco Vilela, a realidade dessas duas unida-des no Vila Lage é a regra em toda a cidade: “As USFs em São Gonçalo são verdadei-ras ‘cestas básicas’ de sáude, sobretudo para o povo mais pobre. Os agentes são verda-deiros ‘enxugadores de gelo’ por incompetência e má vontade do gestor. Se a pre-feitura quisesse realmente resolver o problema, primei-ro daria condições mínimas de trabalho à equipe, come-çando pela impessoalidade do programa com a infor-matização de todos os ca-dastros, pedidos de exames e consultas. Isso daria à ESF em São Gonçalo maior dina-mismo nas ações de educa-ção e promoção à saúde nas comunidades, exatamente como determina o SUS”, dis-se Vilela.

Posto Victor Chimelli tem infiltrações, mofo e fica constantemente sem água

Rosângela Paes

O Ministério da Saúde (MS), só neste ano de 2014, já repassou para a prefei-tura aproximadamente R$ 5 milhões para obras de construção ou manutenção de unidades de saúde

especialRIO DE JANEIRO EDIÇÃO Nº 1 SETEMBRO DE 2014 3SINACSRJ

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4 I pesquisa

Estratégia de Saúde da Família no centro das atenções de pesquisadoresVários trabalhos acadêmicos apontam para a necessidade de maior atenção à função do ACS na Estratégia de Saúde da Família no Brasil

Programas de atenção bási-ca à saúde foram implemen-tados em muitos países e são motivo de estudo de vários pesquisadores de diversas nacionalidades. No Brasil, a criação do SUS em 1988 ace-lerou o processo de organi-zação do Programa Saúde da Família (PSF) e do Programa do Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Desde então, estudiosos acompanham o desenvolvimento dos progra-mas com foco nos resultados obtidos pelos municípios que aderiram à proposta do SUS.

Margareth Zanchetta, dou-tora em políticas públicas na área da saúde, e que atualmen-te leciona na Universidade de Toronto, Canadá, vem desde 2003 pesquisando o papel dos agentes comunitários nas equipes da Estratégia de Saú-de da Família. Segundo ela, os agentes são fundamentais na ESF, e vai além: “Acredito que o ACS é a peça chave para a

O Sinacs-RJ, o HemoRio e o Sesc São Gonçalo se uni-ram para realizar um grande evento de doação de sangue. A ideia partiu do agente co-munitário Moacyr Moraes que levou a proposta para a direitoria que foi imediata-mente aceita. “Vamos unir o útil ao agradável mobilizan-do todos os ACS de São Gon-çalo”, disse Moacyr.

O evento contará com um

consolidação do próprio SUS. O ACS tende a construir laços de credibilidade entre os pro-fissionais da saúde, o poder público e a população desas-sistida, resgatando a imagem social das instituições junto à comunidade”, afirma.

As pesquisadoras Adriana Avanzi e Lislaine Fracolli re-forçam o ponto de vista de Zanchetta quando dizem que os ACS atuam em três dimen-sões, a técnica, a política e a de assistência social. “A função comunitária desse trabalha-dor assume uma importância muito grande que pode auxi-liar na mudança de enfoque para a construção de um novo modelo de atenção à saúde”, ressalta Fracolli, lembrando que é necessário uma forma-ção do ACS voltada para esse novo modelo de assistência em saúde.

Já Karine Gomes, em tex-to de 2009 analisando o

trabalho desenvolvido no município de Cajuri, Minas Gerais, identificou nos ACS pesquisados que apenas 27% souberam conceituar o SUS. “Isso demonstra a necessida-de maiores esforços para me-lhorar a capacitação dos ACS,

visando adequar seu nível de apreensão e conhecimento dos princípios do SUS e do PSF”, opina karine Gomes.

Mais trabalhos acadêmicos você encontra em nosso blog: sinacs.rj.blogspot.com.br

“O ACS tende a construir laços de credibilidade entre os profissionais da saúde, o poder público e a população desassistida, resgatando a imagem social das institui-ções junto à comunidade

Solidariedade na veiaônibus adaptado para receber os doadores que podem optar em fazer um exame de san-gue, além de lanche e dispen-sa do trabalho por um dia.

O Projeto, batizado de “ACS dando sangue para a saúde” deve ser realizado ainda nes-te ano: “Não é um trabalho simples. Exige organização e logística, além das exigências do HemoRio. Mas vai dar tudo certo”, afirma Moacyr.

Margareth Zanchetta (sentada) e sua auxiliar Vanessa Daufenback no Canadá

Ele, Moacyr Moraes

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Prefeitura atende reivindicações dos ACS e regulariza INSS e FGTSProblema que se arrastava há treze anos foi solucionado após meses de negociação entre executivo, Ministério Público e Sinacs-RJ

Um dos pontos de pauta mais importante do movi-mento grevista dos ACS de São Gonçalo foi atendido pela prefeitura: a regulari-zação dos pagamentos do INSS e FGTS nos períodos 2009-2012 e 2013-2014.

Representantes do execu-tivo estiveram presentes no Ministério Público do Tra-balho e apresentaram os bo-letos de pagamento referen-tes aos anos de 2013 e 2014. Em audiência na Justiça em 04 de setembro, o executivo se comprometeu, em juízo, elaborar um cronograma de pagamentos referentes aos anos de 2009 até 2012.

O presidente do Sinacs-RJ, Francisco Vilela, comemora a conquista: “Muitos acha-vam que não iríamos con-seguir após 13 anos de luta. Mas chegamos a um enten-dimento junto ao poder exe-cutivo de que persistindo o problema chegaríamos a um impasse que poderia confi-gurar até improbidade ad-ministrativa, e toda a muni-cipalidade iria perder” disse Vilela.

Ainda segundo Francsico Vilela, o sindicato vai focar, a partir de agora, a migração dos trabalhadores do regime celetista para o de estatutá-rio de Regime Jurídico Úni-co (RJU): “Negociações às vezes são muito demoradas e exigem paciência de todos.

“Negociações às vezes são muito demoradas e exigem paciência de todos. Vamos galgando degrau por degrau até conseguirmos o que queremos...

“Muitos achavam que não iríamos conseguir após 13 anos de luta. Mas chegamos a um entendimento junto ao poder executivo de que persistindo o problema chegaríamos a um im-passe que poderia con-figurar até improbidade administrativa...

Especial Sinacs-RJde São Gonçalo

Vamos galgando degrau por degrau até conseguirmos o que queremos. O próximo passo é dar segurança real ao trabalhador, e isso será conseguido quando entrar-mos para o RJU”, continuou Vilela.

Vale lembrar que a luta pela regularização dos pa-gamentos do INSS e FGTS vem de longe e só teve esse desfecho após a mobilização dos ACS em São Gonçalo em busca dos seus direitos: “Hoje somos uma categoria de verdade. Os ACS sabem que nada cai do céu”, encerra Francisco Vilela.

direitos I 5

Agentes vibram com a notícia do recuo da prefeitura após 120 dias de greve. Abaixo, ACS Fabiana lendo ata do fim da geve

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ACERVO SINACS-RJ

SINACSRJ

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6 I eleições 2014

O estado do Rio de Janei-ro é um dos campeões em ocorrências de agressões contra as mulheres, foi a conclusão do relatório re-cém divulgado pelo governo federal. Não se cale! Ligue 180 e denuncie ou procure o CEOM no bairro de Ne-ves e receba orientações. Enfrente o problema.

Centro de inclusão acolhe deficientes em São Gonçalo

Campanha de vacinação vai até 30 de dezembro

A Campanha de Imuniza-ção da segunda dose da vacina HPV (vírus do papiloma hu-mano) já começou. A secre-taria de Saúde disponibilizou 60 Unidades Básicas de Saúde (UBS) com salas de vacinação para que meninas de 11 a 13 anos que foram imunizadas com a primeira dose em mar-ço deste ano sejam vacinadas

O programa “Residência Inclusiva” se destina ao aco-lhimento de jovens e adultos com idades entre 18 e 60 anos com deficiência e em situação de dependência. Administra-do pela Secretaria de Desen-volvimento Social e instalada no bairro Jardim Catarina, a

casa atende cinco usuários, sendo três residentes e dois em fase de adaptação. O local tem capacidade para acolher até dez pessoas, funcionando 24 horas por dia.

O programa atende pes-soas que possuem Benefício de Prestação Continuada.

novamente. A meta é imuni-zar 19 mil meninas, o equiva-lente a 80% do público-alvo. A terceira e última dose da vaci-na deve ser aplicada somente após cinco anos.

Os agentes comunitários de saúde estão mobilizados para que a meta seja alcan-çada e que ninguém fique de fora.

Capacidade para 10 pessoas

JANE OLIVEIRA concorre à vaga de deputada federal

comunidade

Jane Oliveira, 63 anos, é agente comunitária desde 2001, e esse ano resolveu en-carar um desafio, mais um em sua vida: representar os trabalhadores da atenção básica em saúde e o povo da periferia em Brasília.

Millitante sindical desde 1977 quando trabalhava na antiga Telerj, Jane passou a atuar como diretora sindical na área da saúde em 2002 pelo Sindsprev até ajudar a fundar o Sinacs-RJ em 2013. Hoje ela é diretora licen-ciada. “Os trabalhadores da atenção básica, principal-mente ACS, ACEs, técnicos

ACS “puro sangue” disputa eleiçãoe enfermeiros, sofrem mui-to com o descaso de alguns gestores. A nossa situação trabalhista tem que ser regu-larizada para que possamos prestar um bom serviço à população”, afirma Jane.

Lançada candidata a de-putada federal pelo PSOL, a niteroiense Jane, que adotou o populoso bairro do Jardim Catarina em São Gonçalo há 40 anos, tem como platafor-ma principal a valorização do povo da periferia através da educação. “Educação é tudo, não é uma frase bati-da”, diz. Para ela, é necessária a ampliação da UERJ e da

UFF em São Gonçalo e em toda a região metropolitana. “Nossa região carece muito de oferta de ensino superior”, justifica.

E não é só a educação su-perior que está nos planos de Jane. “Temos que fazer boas escolas profissionalizantes no coração das comunidades unindo esporte, cultura e la-zer em tempo integral para a juventude”, afirma, com a experiência de quem conhe-ce a realidade da população desassistida.

Talvez uma pessoa distraí-da possa não entender a fi-

xação de Jane pela educação, já que ela é da área da saúde. Por isso perguntamos: por que educação? “Só se trans-forma através da educação. Isso eu aprendi como agente comunitária e com o SUS, que prega justamente a cons-cientização das pessoas para os cuidados com a saúde e promoção do bem-estar. Para se preservar a saúde, é fundamental que a comu-nidade tenha qualidade de vida, na escola, no trabalho, nos transportes, no lazer e na cultura. A educação para a cidadania faz a gente perce-ber que tudo isso é integrado à saúde”, finaliza.

FOTO

O S

ÃO G

ONÇA

LORIO DE JANEIRO EDIÇÃO Nº 1 SETEMBRO DE 2014 SINACSRJ

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temporânea.

Para a terceira idade, o pro-jeto Longevidade foca nas atividades de estímulo à fle-

xibilidade, força e coordena-ção motora para aumentar a autonomia no desempenho de atividades cotidianas. Para participantes do Programa de Comprometimento e Gra-tuidade. Vale a pena conferir. Entre no site do SESC.

cultura & lazer I 7

História: Fazenda Colubandê patrimônio do município de São Gonçalo

Roda Cultural apresenta rap nas quartas

Barracas da leitura no Alcântara

Sesc: programação para todos os gostos

cruzadas

FOCO

O Sesc São Gonçalo ainda é de longe a melhor opção cul-tural da cidade por sua estru-tura e diversidade, qua vai do teatro, à música, exposições e projetos dos mais variados temas para os mais diversos gostos.

Nesse mês destaca-se a ex-posição Histórias que Nin-guém Vê, que é o resultado do projeto de mesmo título desenvolvido com deficien-tes visuais. No projeto, tra-balhou-se a oralidade e a contação de histórias, desen-volvendo diversas possibili-dades de visualizar o mun-do. A exposição apresenta o trabalho dos participantes e discute sobre a situação do deficiente na sociedade con-

A Fazenda Colubandê é uma residência rural do sé-culo XVIII, tombada desde 1940. O conjunto arquite-tônico, composto por uma capela construída em 1617 e uma casa-grande erguida na

Todas as quartas-feiras ex-poentes rap e do Hip Hop se apresentam na Praça dos Ex-Combatentes no Bairro Patronato. Dentre os artistas, destaca-se o rapper Funkeiro (foto) do Jardim Catarina. Rola às 20 horas.

Corte a laranja em 4 partes e bata no liquidificador junto com o óleo, os ovos e o açúcar. Passe para uma tigela e acrescente a farinha, o fermento e incorpore bem. Leve ao forno quente pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos ou até que enfiando um palito de madeira, este saia limpo.

2 xícaras (chá) de açúcar impalpável (confeiteiro)5 colheres (sopa) de suco de laranja

De terça a sábado é possí-vel encontrar no bons títu-los sobre diversos assun-tos, inclusive de escritores de São Gonçalo. O horário de funcionamento é de 09 às 18 horas.

“O projeto Longevidade visa a terceira idade com exercícios físicos para o bem-estar.

década de 1760, encontra-se em estado precário de con-servação. Ocupada pelo Bata-lhão de Polícia Florestal e de Meio Ambiente (BPFMA) de 1988 até julho do ano passa-do, quando a unidade da PM

foi transferida para Bonsu-cesso, no Rio, a fazenda, hoje, tenta se manter ativa com atividades ligadas à cultura e preservação da memória. Ela ainda pode sediar a Guarda Municipal da cidade.

Bolo de laranja com casca

Ingredientes2 xícaras (chá) de farinha de trigo1 e ¾ xícara (chá) de açúcar4 ovos½ copo americano de óleo1 laranja inteira tipo Bahia2 colheres (chá) de fermento em pó

Modo de Preparo

Cobertura

RIO DE JANEIRO EDIÇÃO Nº 1 SETEMBRO DE 2014SINACSRJ

ANUNCIE AQUI: (21) 3091-2778

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8 I municípios

mandou

mandou

mal

bem

Eduardo Paes, prefeito do Rio, que loteou a saúde com as OS terá que tomar logo uma decisão: ou regulariza imediatamente a situação dos agentes de saúde e en-demias ou será processado por improbidade.

O secretário de Saúde do município, José Marcos de Gois (foto), irá se reunir com a Secretaria de Administra-ção para dar uma resposta acerca da regularização dos pagamentos do piso salarial nacional aos agentes comu-nitários. O prazo estabele-cido para o parecer pedido pelo Sinacs-RJ é o dia 15 de

No dia 27/08 o Sinacs--RJ participou de reunião com o secretário de Saúde Pedro Reis (foto) em que ficou acertado para dia 30 de setembro apresentação de cronograma de paga-mento do piso salarial mais os retroativos desde junho de 2014.

Também ficou acerta-do o enquadramento de todos os ACS no Regime Jurídico Único (RJU) do município como estatu-tários e abertura de novo processo seletivo.

O município, que tam-bém adotou o sistema de terceirização com Orga-nizações Sociais (Cruz Vermelha) está comple-tamente fora das normas estabelecidas em lei para os agentes comunitários de saúde.

O Sinacs-RJ oficiou a prefeitura requerendo informações sobre a si-tuação trabalhista da ca-tegoria, além de pedir um cronograma de pagamen-to do piso salaria nacio-nal. Os ACS de Volta Re-donda são demitidos sem os direitos trabalhistas.

Filie-se ao sindicato, traga um amigo (a) e vamos juntos valorizar a nossa profissão e o nosso trabalho.Adquira a ficha de filiação em sinacs.rj.blogspot.com.br ou ligue (21) 3091-2778. Juntos Somos Fortes!

O prefeito Luiz Mari-nho, de São Bernardo (SP) foi um dos primeiros a pa-gar o piso além de garan-tir vários benefícios tra-balhistas para os ACS do município.

cachoeiras de macacu

volta redonda

macaé

“ “

Rio: OS põe ACS para fazer triagem

GRANDE CAMPANHA DE FILIAÇÃO AO SINACS-RJ

A situação dos agentes co-munitários de saúde do Rio de Janeiro é gravíssima. Tá tudo errado. As Organizações So-ciais (OS), que detêm o mono-pólio de contratação dos ACS, simplesmente atropelam to-dos os direitos trabalhistas, pagam salários de forma dife-renciada e ainda por cima des-respeitam todas as atribuições e funções próprias dos agentes preconizadas pelo SUS.

O Sinacs-RJ entrou com pe-dido de parecer para regulari-

zar o piso e a situação traba-lhista dos ACS em respeito à lei 12.994/2014, que nã admite terceirização na contratação dos ACS, como é o caso das Organizações Sociais. É co-mum encontrar ACS fazendo triagem, sentada em balcão de posto e até fazendo serviço de limpeza. Recentemente, no Engenho da Rainha, um ACS doente, dependente químico, foi sumariamente demitido, contrariando orientação de acolhimento do próprio SUS.

rio das ostrasNa cidade, a realidade

não é muito diferente. Desvio de função é recor-rente e coação dos coor-denadores aos ACS. O Sinacs-RJ já enviou ofício à prefeitura para agendar uma reunião com a Se-cretaria de Saúde.

Eu deixo os agentes medirem a pressão porque eles gostam. Coordenadora do ESF, contrariando norma do COREN

setembro.Os agentes do município

estão em situação trabalhista precária pois não passaram por processo seletivo, além de exercerem funções que nada tem a ver com suas atri-buições, como atendimento ao balcão do posto, plantão, medição de pressão e até var-rição de rua.

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