Alcoólicos Anônimos de A a V[1]

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AlcolicosAnnimosdeAaVIntroduoMuito importante: os textos contidos neste pequeno compndio no fazem parte da literatura de A.A. aprovada ou autorizada pela Conferncia de Servios Gerais. Entretanto, se por ventura houver alguma posio j tomada ou que venha ser adotada pela Conferncia, A.A.W.S, JUNAAB, GSO ou ESG atravs de seus boletins oficias, com interpretao diferente dos assuntos nesta apostila tratados, sua verso dever sempre preceder e prevalecer aos textos aqui escritos, independentemente do conhecimento, ou no, deste transcritor, As transcries foram feitas por um AA unicamente para membros de A.A. Embora se trate de um trabalho menor, se comparado com a criao de literatura, seu propsito levar aos novos membros um mnimo do conhecimento bsico da histria de A.A. e incentiv-los a se aprofundarem na pesquisa e divulgao de nossas razes e na preservao da linguagem universal de A.A. No pretende absolutamente dizer a quem quer que seja o qu e como fazer nem obriga a concordar com todo ou parte do texto, nem contestar, questionar ou desqualificar opinio j formada, mas auxiliar na formao de opinio daqueles que ainda no a tm, atravs da procura da informao correta, livre de distores, interpretaes personalistas terceirizadas ou convenincias momentneas e contribuir para a afirmao dos membros na Irmandade e sua incluso nos rgos de servio grupo e estrutura. uma coletnea de materiais relacionados com a Irmandade de A.A., o contexto scio-poltico e os movimentos assemelhados que precederam sua criao, o ambiente em que ela se desenvolveu, seu processo de evoluo e alguns movimentos que nela encontraram inspirao. Os textos esto ordenados alfabeticamente e a pretenso foi a de que cada um tivesse significado por si prprio embora possam estar interligados em seu conjunto, facilitando a procura, mediante o ndice, do tpico desejado atravs de seu enunciado ou de palavra assemelhada. Os textos e significados foram extrados de dicionrios amplamente reconhecidos, da literatura disponvel de A.A., do Boletim trimestral do GSO Box 4-5-9 e de pesquisas na Web - algumas com graus diversos de interpretao, s quais este transcritor atribuiu confiabilidade, mas, devero sempre ficar sujeitas a comprovao e verificao por parte de qualquer leitor interessado na asseverao dos fatos. Para que estas informaes sejam as mais corretas possveis, este transcritor pede sua colaborao, leitor/a, no sentido de corrigir eventuais falhas que possam comprometer o sentido e a veracidade dos fatos, enviando o texto correto com a devida comprovao obedecendo uma forma tradicional ou documentado, para poder efetuar a reviso. Tudo de graa veio, de graa-grata est indo. Se o contedo lhe for proveitoso, passe adiante nesse esprito. Obrigado.Pgina2de113

ndiceAbstmio/a Abstinncia Abstinncia em A.A. Adico Adicto Adictos Annimos Agnosticismo Agnstico Akron (o bero de A.A.) Al-Anon. Al-Anon no Brasil. Alateen. lcool Alcolatra Alcolico/a Alcolico ou alcolatra? Meu nome ... Alcolico recuperado ou em recuperao? Alcolicos Annimos A Irmandade. Alcolicos Annimos - O nome. Alcolicos Annimos - O livro. Alcolicos Annimos no Mundo. Alcolicos Annimos no Brasil. Alcolicos Annimos em So Paulo. Alcoolismo Primeiros estudos sobre o alcoolismo. Estudos sobre o moderno alcoolismo. Alcolicos Annimos: o primeiro movimento social... 29-. Centro de Estudos do lcool. 30-. Comit Nacional de Educao sobre Alcoolismo. 31-. A classificao do Alcoolismo segundo a Associao Psiquitrica Americana. 32-. A classificao do Alcoolismo segundo a Organizao Mundial da Sade. 33-. A carreira alcolica de Bill W. 34-. A carreira alcolica do Dr. Bob. 35-. Alcoolista, ou etilista 36-. Alucinao 37-. Anonimato 38-. Anonimato em A.A. 39-. Antabuse 40-. Atesmo 41-. Ateu 42-. Bafmetro 43-. Barbitrico 44-. Bebedor exagerado, 45-. Beladona 46-. Companheirismo 1-. 2-. 3-. 4-. 5-. 6-. 7-. 8-. 9-. 10-. 11-. 12-. 13-. 14-. 15-. 16-. 17-. 18-. 19-. 20-. 21-. 22-. 23-. 24-. 25-. 26-. 27-. 28-.

47-. Companheirismo em A.A. 48-. Companheiro/a 49-. Comunicao 50-. Comunicar 51-. Comunidade 52-. Conceito 53-. Conceito(s) em A.A. 54-. Costume 55-. Costumes 56-. Costumes em A.A 57-. A histria das Fichas. 58-. A orao da Serenidade. 59-. Alcolicos Annimos e as oraes. 60-. Cura 61-. Cura (a) da Beladona 62-. Delrio 63-. Delirium-tremens 64-. Despertar 65-. Despertar espiritual 66-. Doena 67-. Dogma 68-. Dogmatismo 69-. Dogmatista 70-. Doutrina 71-. Espiritual 72-. Espiritualidade 73-. Espiritualismo 74-. Estigma 75-. tica 76-. xtase 77-. Garantia 78-. Garantia (s) em A.A. 79-. Grupo 80-. Grupo de A.A. 81-. Grupo de Oxford. 82-. Grupos Annimos de Ajuda Mtua. 83-. Humildade 84-. Ianque. 85-. Irmandade 86-. Irmandade de Alcolicos Annimos. 87-. Legado 88-. Os Trs Legados de A.A. 89-. Lei 90-. Alcolicos Annimos e a Lei. 91-. Lei Hughes. 92-. Lei Seca (a). 93-. Lei Seca (a) no Brasil. 94-. Literatura 95-. Literatura em A.A. A origem 1-. Bill Wilson 2-. Richmond Walker 3-. Ralph Pfau

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4-. Edward (Ed) A. Webster 96-. Literatura aprovada pela Conferncia. 97-. LSD 98-. Mensagem 99-. Mescalina 100-. Meditao 101-. Meditar 102-. Mentor 103-. Modelo Minessotta 104-. Moo 105-. Moo em A.A. 106-. Moral 107-. Morbidez 108-. Mrbido 109-. Narctico 110-. Narcticos Annimos (NA) 111-. Narcticos Annimos no Brasil. 112-. Neurose 113-. Neurtico/a 114-. Neurtico/a em N/A. 115-. Neurticos Annimos (N/A) 116-. Neurticos Annimos no Brasil - N/A, 117-. Niacina 118-. Obsesso 119-. Paraldeido 120-. Parania 121-. Passo(s) 122-. Os Doze Passos de A.A. Sua concepo 123-. Os Doze Passos de A.A 124-. Patologia 125-. Pecado 126-. Poltica 127-. Pragmtico 128-. Pragmatismo 129-. Prece 130-. Princpio 131-. Princpios 132-. Proceder 133-. Procedimento 134-. Promessa 135-. As doze promessas de A.A. 136-. Psicose 137-. Questo de ordem 138-. Questo de ordem em A.A. 139-. Recuperao 140-. Recuperao em A.A. 141-. Religio 142-. Alcolicos Annimos e a religio 143-. Religiosidade 144-. Serenidade 145-. Simples. 146-. Simplicidade

147-. 148-. 149-. 150-. 151-. 152-. 153-. 154-. 155-. 156-. 157-. 158-. 159-. 160-. 161-. 162-. 163-. 164-. 165-. 166-. 167-. 168-. 169-. 170-. 171-. 172-. 173-.

Simplismo Simplista Sndrome Sndrome de Wernicke-Korsakoff Sobriedade Sobriedade Em A.A. Sugerir. Sugesto Tesmo Temperana Movimentos Pro-temperana. American Temperance Society (ATS) Sociedade de Temperana Washington. Unio Feminina pela Temperana Crist. Anti-Saloon League. Movimento Emmanuel. Jacoby Club. Terapia Terapeuta Terapeuta leigo, Conselheiro, ou, Consultor Tolerncia Tradio Os filhos do caos e o nascimento das Tradies de A.A As Doze Tradies de A.A.: Unicidade Unicidade de propsito em A.A. Vicio

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1-. Abstmio/a => Do latim abstemiu: Que, ou aquele que se abstm do uso de bebidas alcolicas. 2-. Abstinncia => Do latim abstinentia: Qualidade de quem se abstm privao voluntria. 3-. Abstinncia em A.A., a condio indispensvel para alcanar a sobriedade a absteno total da ingesto de bebidas alcolicas. 4-. Adico=> Do latim addictione. Ato ou efeito de aderir. 5-. Adicto=> Do latim addictu. Afeioado, dedicado, apegado. Adjunto, adstrito, dependente. Na medicina, quem no consegue abandonar um hbito nocivo, mormente de lcool e drogas, por motivos fisiolgicos ou psicolgicos. Indivduo adicto. 6-. Adictos Annimos (1947-indefinido) Em 1933, nos estertores da Lei Seca (vigorou nos EUA desde 16/01/1920 at 05/12/1933), o Servio de Sade Pblica dos EUA, permitiu a criao de um programa de reabilitao para narcodependentes que previa internao para desintoxicao no hospital da Priso Federal de Lexington, Kentucky; o programa chamava-se Narco e dele podiam participar pessoas adictas de dentro e de fora do presdio desde que encaminhadas por rgos competentes. Em 1947, Houston Sewell, alcolico e tambm adicto de narcticos, membro do grupo de A.A. de Lexington, se interessou por esse programa e pediu a uma pessoa que tinha passado por aquele tratamento que o apresentasse ao Dr. Victor H. Vogel, mdico responsvel pelo programa na priso o qual permitiu que Houston inicia-se um Grupo na instituio baseado nos Doze Passos de A.A. A primeira reunio aconteceu em 16 de fevereiro de 1947, e ao grupo foi dado o nome de Adictos Annimos. 7-. Agnosticismo => Posio metodolgica pela qual s se aceita como objetivamente verdadeira uma proposio que tenha evidncia lgica satisfatria. Quando aplicado religio, deismo 8-. Agnstico => Do grego gnostos = ignorado + ico. Pessoa ou doutrina que aceita ou representa qualquer forma de agnosticismo 9-. Akron (o bero de A.A.) => Cidade localizada no nordeste do Estado norte-americano de Ohio; a sede e maior cidade de um dos 88 condados desse Estado, o condado de Summit (cume, ponto mais alto, em ingls), que recebe este nome devido sua altitude. Foi fundada, como aldeia, pelo general Simon Perkins, em 1825; em 1835 ascendeu a Vila e em 1865 a Cidade. Fica sobre o Rio Cuyahoga, nas margens do Canal do lago Erie, em cujo percurso existem vrias eclusas que se destinavam produo de eletricidade para as indstrias das cidades prximas. Seu nome, Akron, deriva da palavra grega kros e quer dizer cpula; remete cidade de Akrpolis (a maior e mais alta). Est localizada a 955m de altitude, tem aproximadamente 207 mil habitantes denominados akronitas ou akronites. Akron comeou seu desenvolvimento com a indstria e transporte de carvo, porm devido s suas caractersticas e pelos seus recursos hdricos para a produo de eletricidade e demais usos, logo se tornou o mais importante plo da indstria da borracha, sendo a primeira a fabricao de pneumticos para a ainda incipiente indstria automobilstica e artefatos de borracha; chegando a ser conhecida como capital mundial dessa indstria. Em 1869, l se instalou a 1 fbrica da BF Goodrich. Em 1898, Frank A. Seiberling (sogro de Henrietta Seiberling, a mulher que providenciou o encontro entre Bill e o Dr. Bob no dia 12/05/1935), fundou a Goodyear Tire (pneu) and Rubber (borracha) Company. Em 1900, Harvey Firestone instalou a Firestone Tire and Rubber Company (cujo capelo, o Rev. Walter Tunks, atendeu ao telefonema em que BillPgina5de113

pedia sua ajuda para poder-se encontrar com outro alcolico no dia 11/05/1935, e entre os contatos indicados por ele, encontrava-se o nome de Henrietta Seiberling). Em 1915 foi fundada a General Tire. Bill W. transps a distancia de pouco mais de 700 km que separam a cidade de Nova York de Akron, em funo de negociaes que envolviam o controle acionrio de uma empresa de ferramentas e equipamentos direcionados a essa indstria, a National Rubber Machinery Company, da qual Bill poderia tornar-se presidente do Conselho de Administrao e, cujo fracasso nessas negociaes iria desencadear a srie de acontecimentos que culminaram na criao de A.A. Akron tambm foi o bero da indstria de caminhes e um importante centro de pesquisas da indstria aeronutica e da tecnologia aeroespacial. A Goodyear associou-se Companhia Zeppelin, e passou a desenvolver aeronaves, fabricar bales para a Marinha americana e dirigveis (ainda hoje, so conhecidos os dirigveis que contm sua propaganda). A BF Goodrich desenvolveu e comeou a fabricar trajes aeroespaciais para a NASA. Com a decadncia da indstria da borracha, Akron diversificou suas atividades e atualmente, alm de importante centro cultural, acadmico e financeiro, um dos nove parasos da alta tecnologia dos EUA. Akron conta como fato histrico da mais alta relevncia para a cidade, ter ocorrido nela a fundao da Irmandade de Alcolicos Annimos em 10 de junho de 1935. Cinqenta e seis km ao seu norte encontra-se Cleveland, cidade s margens do lago Erie (que junto com os lagos Michigan, Huron e Ontrio forma a regio dos Grandes Lagos e, cuja linha medianeira configura a divisa dos EUA com o Canad). Em Cleveland formou-se, em maio de 1939, apadrinhado pelo Grupo de Akron, o terceiro Grupo de A.A. - o primeiro com a designao de Alcolicos Annimos quase que imediatamente aps este nome ser oficializado pela publicao do Big Book ou, Livro Azul, em 10 de abril desse ano; foi o primeiro grupo nessa cidade e tambm o primeiro a no guardar relao com as diretrizes do Grupo de Oxford. 10-. Al-Anon. Os grupos constitudos por familiares e amigos de alcolicos so to antigos quanto Alcolicos Annimos. De 1935 a 1945, anos pioneiros de A.A., parentes prximos e amigos de alcolicos em recuperao chegaram concluso que, para resolver seus prprios problemas, precisavam aplicar os mesmos princpios que ajudavam os alcolicos em sua recuperao. Quando os membros de A.A. e suas esposas visitavam os grupos de A.A. de todo o pas (Estados Unidos e Canad), as esposas falavam aos cnjuges dos novos AAs sobre a ajuda pessoal recebidos, quando elas mesmas procuravam viver de acordo com os Doze Passos de A.A., e como isso ajudava a melhorar o relacionamento familiar que muitas vezes continuava difcil, mesmo depois do alcolico ter encontrado sobriedade. Dessa forma, os cnjuges e parentes dos membros de A.A. comearam a se reunir em grupos sob os mais diversos nomes: Ajudantes de A.A., Auxiliares de A.A., Trplice A, No-A.A., Associados de A.A., etc. para discutir problemas que tinham em comum. Todas estas denominaes foram unificadas sob o nome de Grupos Familiares Al-Anon por Lois Wilson (1891-1988), casada com Bill W., em maio de 1951, quando ela j Lois WilsonPgina6de113

tinha 60 anos de idade, junto com sua amiga e vizinha Anne B., mulher do membro de A,A., Devoe B. (este casal mantinha um grupo de meditao e em sua casa na pequena aldeia de Chappaqua onde Bill e Lois se inicializaram em suas experincias psquicas, ou medinicas, freqentando reunies s sextas feiras). Acreditando que o alcoolismo uma doena que atinge a famlia e que uma mudana em suas atitudes pode ajudar na recuperao, a Irmandade se define como uma associao de parentes e amigos de alcolicos que compartilham sua experincia, fora e esperana a fim de solucionar os problemas que tm em comum. O primeiro Grupo iniciou-se na casa de Lois (Stepping Stones), em Bedford Hills, no condado de Westchester, NY, aps uma serie de consultas e reunies com as mulheres dos Delegados Primeira Conferncia de Servios Gerais, ocorrida em 25 de abril daquele ano na Cidade de Nova York, e as mulheres dos AAs dos Grupos locais. Existem mais de 24.000 grupos de Al-Anon e 2.300 grupos de Alateen em mais de 115 pases. O livro ao lado foi uma edio comemorativa para o lanamento pela rede CBS de televiso do filme "When Love Is Not Enough", ou, Quando o Amor No Suficiente. Escrito, com autorizao, por William G. Borchert, o mesmo autor de Meu nome Bill W. de 1989. O filme, com 95 minutos de durao foi produzido por Terry Gould e dirigido por John Kent Harrison; o casal Lois Burnham e Bill W. foi interpretado por Winona Ryder e Barry Pepper (na capa). O filme estreou na CBS no dia 25 de abril de 2010 e conta a histria de Lois Wilson, a mulher do homem que co-fundou Alcolicos Annimos, a quem ficou impotente por longos e atormentados 17 anos de uso abusivo de bebidas alcolicas, acreditando que seu amor incondicional poderia lev-lo a alcanar a sobriedade. Mas no podia. Filha de uma famlia de classe mdia-alta, esta mulher amorosa e determinada viu seu marido, Bill Wilson, destruir sua carreira, seus relacionamentos e sua sade, perambulando por dentro e por fora de sanatrios para alcolicos enquanto se aproximava do ponto de insanidade e da morte. Escavando cada vez mais seu poo de angstia, em mais uma de tantas outras vezes, viu ele chegar bbado e desmaiar no corredor de sua casa, na Rua Clinton, no Brooklin; j no suportando mais, desta vez ela partiu para cima dele e histericamente gritou em desespero: Voc no tem sequer a decncia de morrer. A comovente histria por trs dessa dolorosa cena, tantas vezes repetida, e depois de uma experincia espiritual acontecida a Bill W., levou a dois dos mais importantes movimentos do sculo XX: Alcolicos Annimos e os Grupos Familiares Al-anon. O livro pode ser adquirido na hazelden.com e na amzon.com. O filme pode ser baixado em http://www.baixargratis.tv/filmes/when-love-is-not-enough-thelois-wilson-story-2010-dvdrip-xvid-aaf.html 11-. Al-Anon no Brasil. Em 1965, no Rio de Janeiro, o Grupo Vigilante de A.A. em suas reunies abertas aos domingos abria espao para palestras destinadas aos familiares que ali compareciam e incentivando assim o comeo dos Grupos Familiares Al-Anon naquele Estado, oPgina7de113

que veio a dar-se em 18 de dezembro de 1965, com a fundao do 1 Grupo Al-Anon no Brasil. Segundo consta, o primeiro grupo foi formado com a presena de 11 familiares de alcolicos, sendo suas fundadoras Sandra P. e Bernadete A. Entretanto, em julho de 1966 deixava de funcionar. Em 17 de agosto de 1966, em So Paulo-SP, Snia M (mulher de Donald M. Lazo co-fundador do Grupo Sapiens em So Paulo) e Lygia formaram o primeiro grupo de Al-Anon em So Paulo que tambm foi o primeiro Grupo Al-Anon do Brasil a ser registrado no ESM - Escritrio de Servios Mundiais em 03 de novembro de 1966, sendo, por este fato, considerado o pioneiro dos Grupos Familiares Al-Anon no Brasil. 12-. Alateen. uma Irmandade formada por membros jovens de Al-Anon e adolescentes em geral que tiveram sua vida afetada pela maneira de beber de outra pessoa. Foi fundada por Lois Burnham em 1957, a partir da experincia de um rapaz de 17 anos, cujo pai estava em A.A. e a me num grupo de Al-Anon e percebeu que seus problemas eram diferentes dos problemas dos adultos; ele tinha sido bem-sucedido na tentativa de resolver seus problemas aplicando os Passos e Lemas de A.A. Incentivado por seus pais, convidou outros cinco adolescentes com pais alcolicos a se juntarem a ele, a fim de formarem um grupo para ajudar outros adolescentes. A idia teve xito e o nmero de grupos comeou a crescer. 13-. lcool => atravs do espaol alcohol, vindo do rabe al kohul = o esprito. Quimicamente, um liquido incolor voltil, com cheiro e sabor caractersticos. Qualquer bebida espirituosa. O etanol (CH3 CH2OH), o mais comum dos alcois, tambm chamado lcool etlico e, na linguagem popular simplesmente lcool, uma substncia orgnica obtida da fermentao de acares, hidratao do etileno ou reduo a acetaldedo, encontrado em bebidas como cerveja, vinho e aguardente, bem como na indstria de perfumaria. Rasis Sua descoberta deve-se ao mdico , alquimista e qumico , filsofo e estudioso persa Muhammad ibn Zakariya Razi (865-925), conhecido no ocidente como Rhazes ou Rasis. 14-. Alcolatra => (alcohol [vindo do rabe al kohul = o esprito] + latra [do grego latreo = que adora, que presta culto] => pessoa que se entrega de forma exagerada ingesto de bebidas alcolicas). Substantivo de quem pratica a alcoolatria. A palavra alcolatra foi criada no sculo XIII pelo telogo italiano e Doutor da Igreja Catlica, Toms de Aquino (1225-1274), da Ordem dos Dominicanos, que catalogou 15 vcios capitais e sete pecados capitais. Foi patenteada pelo Tribunal do Santo Ofcio (mais tarde, a famigerada e impiedosa Santa Inquisio) da Igreja Catlica para indiciar as pessoas que se entregam ao abuso de bebidas alcolicas e, atentando contra as leis de Deus e a virtude da temperana, cometem pecado mortal punido com seu expurgo no inferno se no houver genuno arrependimento. No embalo deste catlogo, o florentino Dante Alighieri, (1265-1321), Toms de Aquino grande admirador de Aquino, escreveu uma das obras primas da literatura universal, a Divina Comedia (Inferno, Purgatrio e Paraso), e nela deposita os gulosos - tribo da qual fazem parte os alcolatras, no 3 dos nove crculos em que dividiu o Inferno, onde so flagelados por uma chuva putrefata e vigiados por Crbero, um co de trs cabeas com cobras enroladas pelo corpoPgina8de113

e apetite insacivel. Para a Igreja Catlica, os alcolatras deixam de s-lo toda vez que confessam seu pecado e, arrependidos, prometem no voltar a beber (... eu te perdo-o em nome do Pai, do Filho e do Esprito Santo. V, e no voltes a pecar). 15-. Alcolico/a =>Adjetivo. De lcool+ico. Que contm lcool, espirituoso. Referente ao lcool. Em A.A. toda pessoa vencida pelo lcool e cuja vida , ou comea a se tornar incontrolvel. Por extenso, membro de A.A. 16-. Alcolico ou alcolatra? A denominao alcolico, inexistente como substantivo poca, foi adotada pelos primeiros seguidores do incipiente movimento quando este ainda no tinha nome algum, por se considerarem portadores da doena do alcoolismo qual eles atribuam trs componentes: um fsico, um mental e um espiritual, e, ainda sentenciavam que, qualquer definio que exclua um destes componentes incompleta. Esta conveno no encontra respaldo nem na cincia da medicina, que considera o alcoolismo apenas na sua condio patolgica, fsica e/ou mental, nem nas religies, particularmente as de orientao crist, para as quais a prtica da alcoolatria continua a ser um vcio ou um pecado e no uma doena, embora estas instituies no a contestem nem a condenem ao se referirem a A.A. A palavra alcolico(s) , portanto, uma singularidade da Irmandade de Alcolicos Annimos; serviu para compor o ttulo do primeiro livro que contem o texto bsico e, atravs dele, dar o nome Irmandade e a denominao para seus membros todos os membros de Alcolicos Annimos so alcolicos. At a 10 reimpresso da primeira edio do Big Book (teve 16 reimpresses), eram usadas no texto as palavras drunk (ard) bbado (s) ou alcolatra (s), no seu sentido literal, para se referir condio dos alcolicos na ativa. A partir da 11 reimpresso, em 1947, essas palavras foram substitudas pelos termos bebedor exagerado, ou bebedor-problema. =>No Brasil. A posio do A.A.W.S. (Servios Mundiais de A.A.), manifestou-se sabidamente em relao a esse assunto, ao no permitir o uso da palavra alcolatra sugerida pelos tradutores e manteve a palavra alcolico como substitutivo da palavra inglesa alcoholic na traduo feita no Brasil em 1969 do Big Book para o Livro Azul, a primeira publicao da Irmandade autorizada no Pas. Embora isso, no Brasil, muitos membros de A.A. ainda se declaram alcolatras seguindo a expresso divulgada pelos primeiros membros da Irmandade em So Paulo provenientes da Associao Antialcolica e do ARA (Ambulatrio de Recuperao de Alcolatras), um servio pblico da Prefeitura da Cidade de So Paulo, e mantida nas publicaes do CLAAB (o primeiro rgo de Servio de A.A. no Brasil, fundado em 29 de setembro de 1969), como os quadros desmontveis dos Passos (12 Passo), das Tradies (5 Tradio), e das publicaes da Revista Vivncia durante vrios anos, e demais publicaes internas que no precisavam do aval do A.A.W.S contrrios a essa denominao. 17-. Meu nome ... Bill W. cunhou uma frase que mais tarde se tornaria um costume e quase protocolo para se apresentar diante de uma platia de AAs ou ao ser convidado a dar depoimento: Meu nome Bill W., e sou alcolico. Bill cujo nome completo era William Griffith Wilson, adquiriu este costume nas primeiras reunies que freqentou no Grupo de Oxford (ver Grupo de Oxford, abaixo), em Nova York, onde seus membros sentavam em crculo, e ao se apresentar diziam: Meu nome fulano de tal. Nelas seu fundador, que tinha o dinstico nome Franklin Nathaniel Daniel Buchman, costumava apresentar-se Meu nome Frank B. ou FB ou B. O adjetivo alcolico refere-se ao fato de Bill fazer parte de umPgina9de113

informal esquadro alcolico formado naquele Grupo. Esta forma de apresentao, ainda pouco utilizada, ganhou corpo em 1947 quando foi criada pela RCA uma pea publicitria em forma de documentrio para A.A., intitulada Eu Sou Alcolico. No existe identificao formal em A.A. A apresentao e a forma de faz-la, uma questo estritamente pessoal, e segue o padro das apresentaes sociais: basta dizer seu nome ou sobrenome uma nica vez ao entrar no local, ou ser chamado pela primeira vez. O uso do adjetivo alcolico/a opcional, uma vez que ao se declarar membro da Irmandade j est implcita essa condio: todos os membros de A.A. so alcolicos. O uso de abreviaturas de sobrenomes recomendado sempre em publicaes e divulgaes para o pblico externo. Sugere-se apenas, que a forma de apresentao escolhida no crie situaes desconfortveis, radicalismos ou mal-estar em relao aos outros membros, ao Grupo e proposta da Irmandade. (*) Acima direita, cartaz do filme produzido para a televiso dirigido por Daniel Petrie, My Name Is Bill W. no Brasil, o Valor da Vida. Com 100 minutos de execuo, foi lanado pela rede CBS em 30 de abril de 1989 no programa Hall da Fama. O roteiro foi escrito por William G. Borchert baseado na histria verdica de Bill W, e do Dr. Bob. Estrelado por James Woods no papel de Bill W. por cuja interpretao recebeu o Prmio Emmy daquele ano, JoBeth Williams no papel de Lois e James Gardner interpretando o Dr. Bob. O livro pode ser adquirido na amazon.com, e o filme baixado na http://www.youtube.com/watch?v=leuVI9e_3b0 18-. Alcolico recuperado ou em recuperao? Muitos membros, no apenas no Brasil, mas tambm em muitos outros lugares onde A.A. est presente, acrescentam inapropriadamente quela apresentao o termo ...em recuperao. Este apndice, que nunca existiu, foi introduzido na dcada de 1970 quando, aps a promulgao da Lei Hughes (ver abaixo), os grupos de A.A. passaram a ser inundados por clientes das inmeras clnicas de recuperao criadas para se aproveitar dos incentivos criados por essa lei, introduzindo um tipo de linguagem na Irmandade que at hoje ainda no foi depurado devido, muitas vezes, omisso, conivncia ou at convenincia de que poderia faz-lo. Esta expresso, em recuperao, sugere a fase existente quando da chegada do/a alcolico/a Irmandade, mas que deve ser superada e passar condio de recuperado (s) decorrido o tempo necessrio para a libertao da obsesso e da compulso ao se colocarem em prtica os princpios sugeridos pela Irmandade, e esta sua finalidade. Os membros de A.A. em sua maioria consideram que a doena do alcoolismo, uma vez instalada, no tem cura; mas os mecanismos que conduzem sua continuidade podem ser detidos e a sanidade recuperada. Ao longo das primeiras 164 pginas do Big Book (ou seja, a totalidade do Livro Azul no Brasil), a palavra recuperado (s) consta, pelo menos, 17 vezes, comeando j pelo Prefcio primeira edio em 1939 Ns, de Alcolicos Annimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos recuperamos de uma aparentemente irremedivelPgina10de113

condio mental e fsica. Demonstrar a outros alcolicos exatamente como nos recuperamos o principal objetivo deste livro... e cujo texto expe os Passos e procedimentos sugeridos pela Irmandade que os membros iniciais acreditavam ser responsveis por sua capacidade de superar a compulso de beber. At os dias de hoje no houve qualquer motivo, evento ou descoberta, que sugerisse que o sentido desse texto devesse ser mudado. poca do lanamento do Livro, 10 de abril de 1939, o recuperado mais antigo, Bill W., tinha-se libertado da obsesso pela bebida de forma repentina durante sua ltima internao, havia quatro anos e quatro meses; j, o Dr. Bob precisou de mais de dois anos em abstinncia para que essa libertao ocorresse e assim acontece at os dias de hoje; essa libertao, ou acordar espiritual, no tem um tempo cientificamente definido para acontecer e depende do esforo individual, ou, nas palavras do Dr. Bob em sua despedida, Todos fizemos as mesmas coisas. Todos conseguimos os mesmos resultados em proporo direta ao nosso zelo, entusiasmo e capacidade de aderir. Mesmo assim, poder nunca acontecer. O mais simples, coerente e prudente, talvez, seja eliminar essas expresses, uma e outra, da apresentao. 19-. Alcolicos Annimos a Irmandade. Em dezembro de 1934, William Griffith Wilson - Bill W. (1895-1971) - corretor da Bolsa de Valores de Nova York, teve um despertar espiritual durante sua internao por alcoolismo no Towns Hospital de Manhattan a quarta em pouco mais de um ano. Ao sair do hospital retornou ao Grupo de Oxford (ver Grupo Grupo de Oxford), de Nova York, onde havia ingressado no ms anterior depois de uma abordagem feita por Ebby T. Thacher, antigo colega de escola e farras. Sbrio havia cinco meses, foi enviado pela corretora onde trabalhava para negociar o controle acionrio de uma pequena fbrica de ferramentas, da qual poderia se tornar seu presidente, na Dr. Bob e Bill W. cidade de Akron, Ohio. O negcio fracassou e de volta ao Hotel Mayflower, onde se hospedava, teve vontade de beber; porm, considerou que, se consegui-se falar com outro alcolico, poderia manter a sobriedade. Era um sbado 11 de maio de 1935. No saguo do hotel havia um diretrio de Igrejas; colocou seu dedo num nome e telefonou para o Rev. Walter Tunks que lhe deu uma lista com dez nomes de pessoas da comunidade com quem poderia fazer contato. Somente na dcima ligao teve sucesso: Norman Shephard d o n de telefone de Henrietta Walter Tunks Buckler Seiberling (1888 1979), que assim descreve o telefonema: Era Bill Wilson, e nunca esquecerei o que ele me disse: sou do Grupo de Oxford, e sou um sabujo (co de caa), da bebida alcolica que vive em Nova York. Venha j para c eu disse. Ele veio e ficou para o jantar. Pedi-lhe que me acompanha-se at a igreja na manh seguinte e lhe disse que contataria Bob. Foi o que fiz. E se props a marcar um encontro com o mdico cirurgio Robert Holbrook Smith (Dr. Bob) (1879-1950) tambm membro do Grupo dePgina11de113

Oxford de Akron havia dois anos e meio - um beberro ctico, j beirando o desprestigio profissional. O encontro aconteceu no dia seguinte, domingo 12 de maio de 1935 - Dia das Mes - com a condio imposta pelo Dr. Bob de no durar mais de quinze minutos. Chegamos l na casa de Henrietta- s 17h00, e eram 23h15 quando samos, contou depois o prprio Dr. Bob, que compareceu acompanhado por sua mulher Anne. Os dois ficaram a ss e Bill fala de sua experincia alcolica, o sofrimento, as promessas, os fracassos, da visita de Ebby e sua mensagem simples: um alcolico falando com outro alcolico; porm, foi citando o Dr. William Duncan Silkworth ao identificar aquela condio dos dois como uma doena caracterizada por uma obsesso mental seguida de Henrietta Seiberling uma alergia fsica, que o Dr. Bob subitamente compreendeu o que lhe afligia; como mdico, nunca tinha pensado nessa possibilidade. Passadas mais de cinco horas de compartilhamento e reciprocidade produziu-se a identificao necessria entre dois alcolicos que falando de si prprios, um para o outro, conseguem manter-se afastados da bebida, e desta constatao deriva toda a proposta de A.A. Bill ficou hospedado na casa dos Smith em Akron. Duas semanas aps, o Dr. Bob foi participar da Conveno Mdica Americana em Atlantic City, Gergia; bebeu o tempo todo e ao voltar para casa teve um apagamento que durou mais de 24 horas e levou trs dias para ficar sbrio. No dia 10 de junho de 1935 (*), o Dr. Bob tinha agendada uma operao cirrgica no City Hospital de Akron onde trabalhava; Bill observou que no teria condies de segurar o bisturi devido tremedeira e ofereceu-lhe uma garrafa de cerveja. A operao foi bem sucedida e aquela cerveja foi a ltima bebida alcolica que o Dr. Bob tomou. Embora tenha havido outras datas importantes na historia de A. A., devido a este fato, de acordo geral que Alcolicos Annimos comeou l, em Akron, no dia 10 de junho de 1935. (*) Alguns historiadores sustentam que esse episdio teria ocorrido no dia 17 de junho. Esta data, 10 de junho, foi baseada na premissa, ou vaga lembrana, de que uma semana antes, no dia 03 de junho, o Dr. Bob teria ido participar da Conveno anual da AMA (Associao Mdica Americana) em Atlanta; ele bebeu desde o incio da viagem at o retorno, quando a enfermeira de seu consultrio foi chamada para recolh-lo bbado na estao de trem de Akron. Entretanto, e de acordo com o boletim oficial da Associao Medica Americana, JAMA,(The Journal of the American Medical Association), em seu anurio do ano de 1935, registra que a Conveno teve incio no dia 10/06/1935 "...A (primeira) reunio comeou na segunda-feira, 10 de junho, em meio chuva torrencial...". No dia seguinte, o Dr. Bob props a Bill trabalharem juntos ajudando outros alcolicos. No dia 28 de junho abordaram Bill Dotson (1892-1954), advogado, internado por alcoolismo no City Hospital de Akron, pela sexta vez nos ltimos quatro meses. Bill D. veio a ser o AA n 3. Nunca mais voltou a beber e continuou a ser um membro ativo de A.A. at sua morte em 1954. O Annimo Nmero 4 no demorou a aparecer. Foi no final de julho e seu nome era Ernie G. (1916-1969), de apenas 30 anos e jovem demais aosBill Dotson

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olhos de seus padrinhos. Ernie permaneceu sbrio durante um ano e ento deu uma derrapada que durou sete meses. Embora tivesse problemas com a bebida pelo resto da vida, sua sobriedade inicial desempenhou um papel importante naqueles tempos de pioneirismo. Em 1941 casou-se com Sue, a filha adotiva do Dr. Bob e de Anne que se opuseram ao casamento, no pelo alcoolismo, mas pelas repetidas recadas. O casamento acabou em divrcio e Sue se casou posteriormente com seu primeiro namorado, Ray Windows. O 5 AA foi Phil S. que ficou sbrio em fins de agosto, depois de ficar internado durante oito dias no City Hospital; duas semanas depois voltou a embriagar-se, foi preso e condenado a 30 dias de cadeia; foi libertado por intermediao de Bill D. aps concordar em ficar sob vigilncia do Dr. Bob. Ernie G. Aos poucos se foram juntando outros alcolicos, e comearam a se reunir todas as quartas-feiras noite na casa de T. Henry e Clarace Williams em Akron onde tambm se reuniam os membros do Grupo de Oxford, O casal Williams formando, assim, o Grupo Nmero Um de A.A. Quando Bill voltou a Nova York na segunda feira, 26 de agosto de 1935, depois de ajudar o Dr. Bob, em Akron, a fundar o primeiro Grupo da Irmandade que viria a ser Alcolicos Annimos, tinha duas preocupaes imediatas. Sua necessidade de SededoGrupon1deA.A. encontrar um nicho para ele mesmo nos negcios era to premente quanto a necessidade de fazer alguma coisa a respeito do alcoolismo. Neste campo ele continuou a freqentar o Grupo de Oxford e a fazer abordagens no Towns Hospital ajudado pelo Dr. Silkworth. O primeiro sucesso veio Hank Parkhust com a adeso de Hank Parkhust (1895-1954), internado no hospital. Pouco tempo depois, no outono, foi a vez de Fitz Mayo (1897-1943), no mesmo hospital. O terceiro, apadrinhado por Fitz foi Jackie Williams. Fitz enviou Jackie a Washington para abordar seu amigo Jim Burwell (1898-1974), o agnstico que aps rduas negociaes com Bill e os pioneiros de A.A., iria contribuir com a definio de Deus como cada um O conceba, e a prevalncia do livre arbtrio ao definir os Doze Passos como no-dogmticos, Dr. Silkworth mas apenas sugestes, abrindo, assim, as portas da Irmandade a inmeros alcolicos com objeo a qualquer tipo de crena,

Fitz Mayo

Jim Burwell

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divindade ou religio estabelecida; tambm se deve a ele o enunciado da Terceira Tradio; ele o personagem relatado no captulo correspondente a esta Tradio. Para dar incio ao movimento, foi fundamental a colaborao de trs pessoas noalcolicas - a quem Bill tambm considera fundadores da Irmandade: o Dr. Willian Duncan Silkworth (1873-1951), mdico do Towns Hospital de Manhattan, que nos deu os conhecimentos bsicos sobre a natureza da nossa doena e os mistrios que nos mantm aprisionados; o Rev. Samuel Moor Shoemaker (1893 - 1963),, clrigo e reitor da Misso e da Igreja Episcopal do Calvrio, fundador e dirigente do Grupo de Oxford de Nova York, que nos entregou as chaves que nos podem levar William James libertao: os preceitos que, embora antigos e universais, foram a base para a construo de alguns dos Doze Passos Sugeridos de Alcolicos Annimos, o princpio da Sam Shoemaker recuperao em A.A. e o Prof. William James (1842 1910) , psiclogo e filsofo, cujos estudos a respeito da natureza e da mente humana inspiraram a filosofia do Programa de A. A., em particular os Passos Primeiro e Segundo. Tambm foi de grande importncia a experincia acumulada por alguns dos movimentos que precederam A.A., como o Grupo de Oxford, o Movimento Washingtoniano, o Movimento Emmanuel e o Jacoby Club. Estes movimentos foram imensamente populares. Particularmente os dois ltimos, fundados em Boston, Massachusetts, em 1906 e 1909, tiveram durante mais de trinta anos um sucesso impressionante no tratamento do alcoolismo, baseando-se nos mesmos meios que mais tarde A.A. utilizaria: a espiritualidade, a mudana do comportamento, e o compartilhamento de experincias atravs de reunies em grupo. Em novembro de 1937, Bill viajou para Detroit e Cleveland para tentar uma vaga no mercado financeiro. No conseguiu nada, mas aproveitou a viagem para encontrar-se com o Dr. Bob em Akron e avaliar os resultados do movimento: contabilizaram uns quarenta casos de sobriedade, incluindo eles prprios Bill trs anos e Dr. Bob dois anos e meio. Entenderam que o resultado era animador e prenuncio de uma reao em cadeia e possivelmente um dia poderia atingir o mundo inteiro. Deduziram que o programa de recuperao, que tinha sido aperfeioado durante esse tempo funcionava, e se perguntaram: como pode essa experincia ser compartilhada e a mensagem difundida? Consideraram ento, que deveriam pr no papel seus mtodos; escrever um livro para servir como texto bsico e contar a historia e as experincias dos primeiros tempos da Irmandade e, sem distores, levasse aquela mensagem aos lugares onde no poderiam ir pessoalmente. Ao saber disso, os membros e amigos aprovaram a idia de se escrever o livro. Muito entusiasmado, Bill tomou o trem de volta. A partir da idia do livro comeou a imaginar novos empreendimentos, hospitais, missionrios, Dr. L. V. Strong trabalhadores profissionais bem remunerados, etc. Sentiu que iriam precisar de dinheiro; de muito dinheiro. Neste ponto o Dr. Bob e os membros de Akron discordavam: achavam que o dinheiro estragaria tudo. Porm, Bill achou que aquele seria um dos maiores desenvolvimentosPgina14de113

de todos os tempos sob o aspecto mdico e espiritual. Certamente os ricos nos ajudaro. Como poderiam deixar de faz-lo?. Deixaram. Equipados com uma lista de provveis ricos que poderiam ajudar teve incio a primeira - e ltima - cruzada de A.A. em busca de dinheiro. Quase todos achavam uma causa nobre, mas preferiam contribuir com instituies de renome como a Cruz Vermelha. Foi uma grande decepo. Porm, atravs de seu cunhado, o Dr. Leonard V. Strong, Bill foi apresentado ao responsvel pela distribuio dos donativos de John Davidson Rockefeller Jr. (1874 1960), Willard Richardson (Tio Dick), que se interessou muito pelo projeto e props outro encontro com o comparecimento de outras pessoas ligadas a Rockefeller. Bill foi s nuvens. O encontro, em forma de jantar, aconteceu numa noite de dezembro de 1937 e contou com a participao, alm dos representantes de Rockefeller, dos Drs. Silkworth e Bob, Bill e alguns membros de Akron e Nova York. Depois da exposio dos motivos, ouviram do Sr. Albert Scott, Presidente W. Richardson dos Curadores da Igreja Riverside: ser que o dinheiro no destruiria isso? A partir da seguiram-se os mesmos questionamentos por parte da turma de Rockefeller que os membros de Akron faziam. Em fevereiro de 1938, Frank Amos foi enviado a Akron por John D. Rockefeller e fez um minucioso trabalho de investigao sobre o que denominou Pretenso Grupo Alcolico de Akron, Ohio. Ele investigou a vida do Dr. Bob e destacou sua competncia profissional, como era querido e respeitado pela comunidade e a grande importncia do trabalho que estava realizando para a recuperao de alcolicos. No relatrio diz que a renda do Dr. Bob era to baixa que no conseguia manter uma secretria no consultrio e tinha dificuldades para saldar as despesas bsicas de casa. Fala da necessidade de ajud-lo, ou teria de desistir da maioria dos trabalhos com os alcolicos. Sugere que Rockefeller, confidencialmente, arranja-se uma remunerao mensal para o Dr. Bob, por um perodo de pelo menos dois anos, at que a proposta do novo movimento pudesse seguir sozinha e talvez se tornar financeiramente independente em todos os sentidos. Lembrou que J. D. Rockefeller Jr. sua casa estava hipotecada e descreveu como seria utilizado o dinheiro: A secretria custaria cerca de mil e duzentos dlares por ano. E tambm precisaria ter um bom carro ele agora dirige um Oldsmobile bastante antigo que seja veloz e seguro. Precisa de melhores instalaes em seu consultrio, no somente para seus pacientes particulares, mas para melhor tratar esses ex-alcolatras que vo at ele, diariamente, em busca de inspirao e Frank Amos instruo. Ao todo, acho que uma quantia de cinco mil dlares ao ano, durante dois anos, deve ajud-lo. Estou convencido de que essa tentativa daria certo. No total, Frank Amos sugeriu que Rockefeller doasse 50 mil dlares ao movimento (750.000 em valores de 2008).Pgina15de113

Como resultado de tudo isso, depois de relatrios, consideraes, e recomendaes levadas pelos seus representantes, Rockefeller expressou sua simpatia pela causa, e mandou dizer que estava depositando cinco mil dlares na tesouraria da Igreja Riverside como ajuda para a desesperada situao de Bill e do Dr. Bob ... isso dar a esses homens uma assistncia temporria, mas a Irmandade deveria logo tornar-se auto-suficiente. Se acharem que realmente o movimento precisa de dinheiro, vocs podem ajud-lo a conseguir, mas, por favor, no me peam mais. O conceito mais perfeito para o que viria ser a Stima Tradio. Esse dinheiro foi usado para pagar hipoteca de trs mil dlares do Dr. Bob, e do que sobrou retiravam 30 dlares por ms cada um at o dinheiro acabar. Mais tarde, em fevereiro de 1940, Rockefeller ofereceu um jantar no Union Club de Nova York onde se fez representar por seu filho Nelson, pois estava doente para que muitos de seus amigos pudessem conhecer a Irmandade. A publicidade resultante foi muito favorvel. Apesar deste contratempo, foi mantida a idia de pedir contribuies para pagar os custos das divulgaes e manter um escritrio de servios. Para isso foi planejada uma fundao de caridade isenta de impostos, e para realizar o trabalho legal foi recrutado o advogado John Wood. instituio foi dado o nome de Fundao do Alcolico. Para cuidar da administrao e recolher doaes e contribuies o Dr. Bob e Bill criaram em Nova York, 11 de abril de 1938, um conselho de cinco Custdios formado trs amigos influentes no alcolicos: Willard Richardson, Frank Amos e o Dr. Leonard Strong. e por dois alcolicos: o Dr. Bob e Bill R., um membro de Nova York, que saiu depois de voltar a beber. O projeto do livro continuou em p e comeou a ser escrito em maio. Para bancar o empreendimento, em fins de 1938 foi criada uma editora - a Works Publishing, Inc. (em 1959 tornar-se-ia A.A. World Services, Inc. A.A.W.S.) que tinha como scios Bill e Hank P. - o primeiro alcolico a conseguir a abstinncia no Grupo de Nova York. A sede era o escritrio de uma firma de consultoria dirigida aos postos de gasolina que Hank tinha em Newark, Nova Jersey, onde o nico patrimnio era uma enorme escrivaninha e alguns mveis estofados, e l trabalhava a secretria Ruth Hock Crecelius (1911-1986), no alcolica, que viria a ser uma das maiores colaboradoras e secretria nacional de A.A. Foram colocados venda 600 certificados de aes ao preo de face de 25 dlares cada uma. Ruth Hock C. Toda a manh Bill se deslocava do Brooklyn at Newark para ditar a Ruth os rascunhos dos captulos do futuro livro. Em abril de 1939, foi publicado o livro Alcolicos Annimos (Big Book) mesmo nome dado Irmandade que durante quatro anos cresceu lentamente como um movimento sem nome nem estrutura comeou como o esquadro alcolico do Grupo de Oxford e pretende explicar a outros alcolicos exatamente como A.A. efetua a recuperao de seus membros. Foram impressos cinco mil exemplares, que ficaram encalhados por algum tempo apesar de algumas crticas favorveis, inclusive do jornal New York Times. At que o editor da revista Liberty, Fulton Oursler, escritor e futuro amigo de A.A., se interessou pelo assunto e encomendou um artigo a respeito da Irmandade a Morris Markey. O artigo foi publicado pela Liberty em setembro com o ttulo de Os Alcolicos e Deus.Pgina16de113

A reao foi imediata, e mais de 800 pedidos de ajuda chegaram ao escritrio atravs da revista, aos quais Ruth, a fiel e eficiente secretria do escritrio, respondia com magnficas cartas personalizadas. Centenas de copias do livro foram vendidas ao preo de 3,5 dlares cada um. Pouco depois de ter sado o artigo da Liberty, o Plain Dealer de Cleveland tambm publicou uma srie de artigos sobre o movimento, e mais livros foram vendidos. Nos prximos 16 anos foram distribudas 300.000 cpias em 16 reimpresses. No dia 26 de abril de 1939, a calamidade bateu porta da casa em que Bill e Lois moravam na Rua Clinton, 182, no Brooklin. Um banco estava tomando posse dessa casa que tinha pertencido aos pais de Lois e estava hipotecada. O casal - que pagava um aluguel barato at que o banco conseguisse comprador, precisou sair. Os amigos agruparam-se, e criaram um Fundo para a Restaurao do Lar de Lois W.. Os Custdios comearam a pagar ao casal a quantia de 50 O casal Lois e Bill dlares ao ms. Eles foram morar numa casa de campo emprestada em Nova Jersey e utilizavam um velho carro Lincoln tambm emprestado. A casa da Rua Clinton tambm servia como local de reunio do Grupo de Nova York alm de alguns membros morarem l. Com o despejo do casal Wilson todos tiveram que sair. Alugaram um salo onde se reuniam semanalmente. medida que o numero de membros crescia, as reunies semanais se tornaram insuficientes, o local ficou pequeno e no podia hospedar ningum. Pensou-se em algo familiar, talvez um clube. Idia aceita encontraram o local adequado na Rua Twenthy-Fourth (vigsima quarta), num prdio que tinha sido primeiro um estbulo, e depois a sede do Clube dos Ilustradores - um grupo de artistas que o pintaram e arrumaram e ao ficar pequeno saram. O trreo comportava uma reunio de tamanho regular, e o andar superior um salo para recreao e dois dormitrios pequenos. Dois companheiros garantiram o aluguel, que era de 75 dlares por ms, e outro se responsabilizou pelas contas de luz, gs e telefone, AcasadaRuaClinton,182 outros 25 dlares. A partir do The Old Club Twenty-Fourth, (O Velho Clube da Rua 24), muitos outros foram iniciados na Filadlfia, Minneapolis e Texas, alguns muito elegantes, com hospedagem, outros apenas como sede. No comeo os clubes foram muito bem aceitos e quando comearam a criar problemas foi decidido que deveriam seguir paralelamente e no poderiam ser administrados pelos grupos de A.A. Tambm, em 1939, formou-se o primeiro Grupo de A.A. dentro de uma instituio psiquitrica: no Hospital estadual Rockland, em Nova York. Em 1941, o juiz Curtis Bok, um dos proprietrios do semanrio The Saturday Evening Post, teve sua ateno atrada para a Irmandade atravs de seus amigos da Filadlfia - os doutores A. Wiese Hammer e C. Dudley Saul, que tinham grande admirao pela entidade, e designou o jornalista e escritor Jack Alexander (?-1975), para escrever um artigo a respeito da Irmandade. Quando Jack chegou ao escritrio da Rua Versey, foi feito a ele o mais exaustivo relato de A.A. que qualquer escritor jamais recebera. Primeiro encontrou-se com os Custdios e o pessoal dePgina17de113

Nova York, e da foi acompanhado pelo pas afora. Finalmente Jack disse que tinha visto o suficiente e estava pronto para escrever. O artigo com o ttulo Alcolicos Annimos e o subttulo Escravos libertos da bebida agora libertam outros, com cerca de 7500 palavras e ilustrado com quatro fotografias sem identificao, apareceu na publicao do dia 1 de maro de 1941. A vasta investigao de Jack e sua grande capacidade de compreenso e comunicao em relao Irmandade fizeram com que o artigo criasse um grande impacto. Atravs do correio e do telgrafo muitos pedidos de ajuda e encomendas do livro Alcolicos Annimos, chegavam caixa postal 658. Para responder a toda correspondncia foi pedida ajuda a todas as mulheres de A.A. e s esposas dos AAs que soubessem escrever a mquina. Jack Alexander A secretria Ruth e as voluntrias levaram vrios dias para responder o volume crescente de correspondncia que chegava a at 50 cartas por dia. O auge do fluxo passou, mas sentiu-se a necessidade de contar com permanente ajuda paga. Compreendeu-se tambm que as crescentes necessidades do escritrio no poderiam mais ser atendidas com o que rendia a venda do livro. Ento, pela primeira vez foi pedido que os grupos contribussem para um fundo especial da Fundao, destinado exclusivamente a cobrir as despesas do escritrio de A.A., sendo que as AlcolicosAnnimos.SaturdayEveningPost contribuies deveriam ser voluntrias. No fim de 1941, e em funo do artigo do Post, o nmero de membros tinha saltado de dois mil em 1940, para oito mil naquele ano. Motivada por essa incrvel expanso, a publicidade nacional voltou-se para a Irmandade, fazendo com que fosse mais procurada. Precisava ser estabelecida uma cuidadosa norma de relaes pblicas para lidar com essa nova situao. A principal ateno foi dada classe mdica e religiosa. Em nenhuma circunstncia se deveria entrar em competio com uma ou com outra. Assim, deu-se nfase ao fato de que A.A. um modo de vida que no entra em conflito com nenhuma crena religiosa, ou qualquer especialidade da medicina. Deixou-se que os mdicos soubessem o quanto precisvamos de hospitalizao, e foram sugeridas aos profissionais da sade e s clnicas de desintoxicao as vantagens da cooperao. Sempre a prtica da medicina seria da competncia dos mdicos, e os assuntos religiosos dos clrigos. Como alcolicos leigos, A.A. seria apenas uma ligao. Tiveram de serem definidas formas de cooperar com a imprensa, radio, televiso e cinema; com os empregadores; a educao, pesquisa e reabilitao; o qu dizer em hospitais, clnicas e instituies correcionais; para que fins, e como o nome de A.A. deveria ser usado, e em que situaes os membros poderiam expor-se; como seriam custeados os Grupos, escritrios, rgos de servio etc.Pgina18de113

Para responder a essas questes foram codificadas, em 1946, as Doze Tradies de Alcolicos Annimos, que a princpio haviam-se chamado os Doze Pontos para Garantir Nosso Futuro conjunto de princpios sugeridos para assegurar a sobrevivncia e a expanso dos Grupos que compem A.A. Baseadas nas experincias dos prprios Grupos durante os primeiros anos cruciais da Irmandade, elas se relacionam conduo dos assuntos internos dos Grupos, cooperao entre eles e ao seu relacionamento com a comunidade externa. Em 1942, membros do Grupo de So Francisco, Califrnia, pela primeira vez, realizaram reunies dentro do presdio de San Quentin, a pedido de seu diretor Clinton T. Duffy. Em julho de 1944, alguns AAs de Nova York comearam a publicar uma revista mensal que recebeu o nome de Grapevine (lese greipvaim => videira), que logo alcanou a tiragem de 40.000 exemplares por ms, e tornou-se o reflexo do pensamento e da ao de A.A. em todo mundo. Mais tarde muitos pases-membros criariam suas prprias revistas (*). (*) No Brasil foi lanado, em novembro de 1985, o nmero Zero da Revista Brasileira de A.A., que depois se chamaria Revista Vivncia. Em novembro de 1949, a Associao Americana de Psiquiatria solicitou que A.A. apresentasse uma tese a respeito de seu Programa. Foi bem acolhida e publicada no American Journal of Psychiatry, dando seu reconhecimento e validando, assim, o Programa de A.A. Em julho de 1950 foi convocada a Primeira Conveno Internacional de Cleveland e, a partir dela, vem sendo realizadas Convenes a cada cinco anos nas maiores cidades da Amrica do Norte (EUA e Canad), com uma finalidade especfica. O objetivo da de Cleveland era acolher as Tradies - que l foram homologadas, e permitir que o Dr. Bob se despedisse. No seu curto discurso chamou especial ateno para se manter simples o Programa de A. A. No dia 16 de novembro de 1950, o Dr. Bob morreu em Akron, Ohio, aos 71 anos de idade, em decorrncia de um cncer na prstata. Repousa ao lado de sua mulher Anne morta em 1 de junho de 1949, no cemitrio Mount Peace, em LpideparaoDr.BobeAnneSmith Akron. Em 1951, a Fundao do Alcolico cuja Junta de Custdios no tinha vnculo com a Irmandade, apenas com o Dr. Bob e Bill foi dissolvida, e em seu lugar foi criada a Conferncia de Servios Gerais, onde todos os Grupos seriam representados atravs de seus Delegados. Ainda em 1951, a Associao Americana de Sade Pblica concedeu a Alcolicos Annimos o Prmio Lasker, em reconhecimento formal do xito de A.A. no tratamento do alcoolismo como doena e na eliminao de seu estigma social. Em junho de 1953, foi publicada a 1 edio do livro Os Doze Passos e as Doze Tradies Prmio Lasker Em outubro de 1954 a Junta de Custdios vinculouse Irmandade formando junto com a Conferncia de Servios Gerais, a Junta de Servios Gerais de Alcolicos Annimos. Por ocasio do vigsimo aniversrio, em julho de 1955, foi convocadaPgina19de113

Padre Ed Dowling

a Segunda Conveno Internacional de Saint Louis, Missouri, cidade escolhida por Bill porque l morava o padre jesuta Edward Dowling (1898-1960), seu conselheiro espiritual e grande amigo de A.A. e, em sua presena fazer uma declarao de gratido a todas as pessoas noalcolicas que ajudaram na construo da Irmandade: A histria de A.A. est repleta de nomes de no-alcolicos, profissionais e leigos, que se interessaram pelo Programa de Recuperao de A.A. Milhes de ns devemos nossas vidas a essas pessoas, e nossa dvida de gratido no tem limites. O objetivo principal da Conveno foi a Declarao da Maioridade da Irmandade. Perante mais de cinco mil pessoas, Bill, falando em nome do Dr. Bob j falecido e dos membros mais antigos, declarou a Maioridade de A.A., e transferiu Conferencia de Servios Gerais e aos Custdios a vigilncia e a proteo dos Trs Legados. Tambm foi feita a apresentao do emblema e do pavilho de A.A. como smbolos da Irmandade. No emblema, os Trs Legados (#) esto representados por um OemblemadeA.A. tringulo eqiltero os trs lados e os trs ngulos so iguais, onde sua base representa a Recuperao (#) os Doze Passos o lado esquerdo a Unidade as Doze Tradies de Alcolicos Annimos, e o lado direito o Servio na descrio de Bill, tudo aquilo que nos leva ao alcolico que ainda sofre e seus princpios espirituais baseiam-se no 12 Passo e a 2, 4, 7, 8 e 9 Tradies. O tringulo est inscrito numa circunferncia que simboliza A. A. no mundo. O pavilho uma bandeira na cor branca contendo no centro o emblema na cor azul. O smbolo foi registrado na Cmara de Propriedade dos EUA em 1957, quando passou a ser usado oficialmente como propriedade da Irmandade. Tinha quatro formatos conforme sua destinao: 1) um tringulo eqiltero inscrito numa circunferncia apenas delineado, destinado ao registro de propriedade da literatura da A.A.; 2) igual ao anterior (1), mais dois AA dentro do triangulo com fundo azul, representado no pavilho; 3) igual ao anterior (2), mais os dizeres Conference General Service faceando internamente a circunferncia, era o carimbo da Conferncia; 4) igual ao formato 2 mais os dizeres Recuperao Unidade Servio faceando externamente os lados do triangulo, para uso nos Grupos. Em janeiro de 1993, a propriedade do logotipo 1 foi questionada na Justia americana, e dentro do esprito do conceito que recomenda evitar aes judiciais sempre que possvel, o A.A.W.S. (Servios Mundiais de A.A), suspendeu temporariamente a partir de maio daquele ano, o uso dos trs primeiros logotipos nos EUA. O quarto logotipo no teve seu conjunto questionado e os Grupos podem us-lo livremente. Na 5 Conferncia de Servios Gerais realizada entre os dias 16 e 18 de maro de 1981 na cidade de So Paulo, foi oficializado, para uso no Brasil, o emblema e o pavilho da Irmandade tal como descritos acima. O emblema substitui o existente poca, criado pelo CLAAB, (o primeiro rgo de servio de A.A. no Brasil) onde constava, alm dos trs legados oficiais de A.A. mundial, um quarto legado Responsabilidade e eram representados por um quadrado circunscrito na circunferncia. (Vrias fontes). Tambm , em 1955, foi publicada a 2 edio do livro Alcolicos Annimos (Big Book), da qual foram feitas 16 reimpresses e atingiu um total de mais de 1.150.500 cpias.Pgina20de113

Em 1957, quando a Irmandade contava com mais de 200.000 (duzentos mil) membros em mais de 70 pases e territrios foi criada na Gr-Bretanha e Irlanda a primeira Junta de Servios Gerais de A.A. fora dos EUA e Canad. Em 1959, a Works Publishing, Inc., tornou-se A.A. World Services, Inc. A.A.W.S. (Servios Mundiais de A.A.). Inicialmente concebidos por Bill W. como doze procedimentos que serviriam como Cdigo para o Escritrio Central, foram aprovados pela Conferncia de Servios Gerais em abril de 1962, como os Doze Conceitos para Servios Mundiais - uma interpretao do autor sobre a estrutura de servios mundiais de A.A. Sua finalidade demonstrar o porqu desta estrutura para que as lies do passado no sejam esquecidas ou perdidas. Tem o mrito de ser um complemento para o Manual de Servios de A.A. e para as Doze Tradies de A.A., descrevendo conceitos at ento no definidos por escrito, como os direitos de deciso, participao, petio, alm do princpio de autoridade. Estes Conceitos exceto o 12- podero ser alterados ou emendados, pelas Juntas de Servios Gerais de cada pais membro a JUNAAB j usou desta prerrogativa. Em Julho de 1965, por ocasio do 30 aniversrio, foi convocada a 4 Conveno Internacional de Toronto, Canad, cujo tema foi O Termo de Responsabilidade. Em 1966, mudou a relao de Custdios alcolicos e no-alcolicos na Junta de Servios Gerais: eram 15 membros, sendo oito no-alcolicos e 7 alcolicos e passaram para 21 membros, 14 alcolicos e 7 no-alcolicos dando, assim, aos alcolicos a atual maioria de dois teros. Em 1967 foi publicado o livro O Estilo de Vida de A.A., que a partir de 1975 se chamaria Na Opinio de Bill. Em outubro de 1969, realizou-se em Nova York a Primeira Reunio de Servios Mundiais, com a participao dos delgados de 14 pases. Em Julho de 1970, por ocasio do 35 aniversrio, foi convocada a 5 Conveno Internacional de Miami Beach, Florida, cujo tema foi Uma Declarao de Unidade, onde Bill fez sua ltima apario em pblico. Em 21 de janeiro de 1971, realizou-se em Nova York a Segunda Reunio de Servios Mundiais. Bill W. morreu no dia 24 de janeiro de 1971 data do 53 aniversrio de seu casamento com Lois - horas depois de dar entrada no Instituto do Corao de Miami, Florida, EUA , em decorrncia de enfisema pulmonar. Repousa no cemitrio de East Dorset, Vermont, EUA. Em 5 de outubro de 1988, morreu no Northern Westchester Hospital em Mount Kisco, Nova York, Lois Burnham, aos 97 anos de idade. Ela foi casada com Bill durante exatos 53 anos. 20-. Alcolicos Annimos - O nome. O nome Alcolicos Annimos foi criado em 1938 pelo jornalista novayorquino Joe W. (W, de Worth ou Worden), da revista New Yorker, para compor o ttulo do livro que estava sendo escrito o Big Book ou Livro Azul, e que iria conter o texto bsico da Irmandade e do qual ele foi um dos redatores. Enquanto os seguidores do movimento em Akron haviam-se acomodado facilmente no Grupo de Oxford nessa cidade com a denominao Esquadro Alcolico do Grupo de Oxford, os de Nova York no tiveram boa aceitao naquele Grupo e, convidados por Billy D. - assistente de Sam Shoemaker, reitor da Igreja do Calvrio onde o Grupo de Oxford se reunia - a aceitar seusPgina21de113

procedimentos ou sair, dele se desligaram em janeiro de 1938, quando passaram a se reunir, primeiro na Cafeteria Stewart, nas proximidades da Igreja Episcopal do Calvrio, 237 Park Avenue South na Rua 21, noParqueGramercy, Nova York, onde funcionava o Grupo de Oxford, e depois na casa de Bill W., na Rua Clinton, 182, no Brooklin onde j vinham acontecendo reunies habitualmente desde os primeiros meses de 1935; os membros do movimento nesta cidade, sem nome e sem qualquer referncia, passaram a tratar a si prprios como um punhado de alcolicos (pela condio assumida de portadores da doena do alcoolismo) sem nome, sugerindo, assim, alcolicos annimos. A expresso foi ganhando corpo e o nome Alcolicos Annimos apareceu documentado pela primeira vez numa carta escrita por Bill W. datada em 15 de Julho de 1938, dirigida ao Custdio da Fundao do Alcolico, Willard Richardson (Tio Dick). Em outra carta dirigida ao Dr. Richards da Universidade Johns Hopkins, com data de 18 de julho, Bill W. volta a utilizar a expresso Alcolicos Annimos ao se referir ao ttulo do livro que est sendo escrito e como nome para o movimento. O nome aparece oficialmente consagrado com a publicao do livro em 10 de abril de 1939, com esse ttulo e a referncia ao nome da Irmandade na sua Introduo Ns de Alcolicos Annimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos recuperamos... Um ms depois da publicao do livro, em 11 de maio de 1939, foi fundado em Cleveland o terceiro Grupo do movimento e primeiro Grupo a adotar o nome Alcolicos Annimos, por Clarence Snyder, freqentador do esquadro alcolico do Grupo de Oxford de Akron, que passou a se reunir na casa de Abby G. Em 14 de maio de 1939, um domingo tarde, realizou-se na casa de Hank P. e Kathleen em Montclair, NJ, a primeira reunio o Grupo New Jersey de Alcolicos Annimos. 21-. Alcolicos Annimos - O livro. Em novembro de 1937, Bill W. e o Dr. Bob encontraram-se em Akron para avaliar os resultados do movimento. Contabilizaram uns quarenta casos de sobriedade, incluindo eles prprios Bill trs anos e Dr. Bob dois anos e meio. Entenderam que o resultado era animador e consideraram ento que poderiam escrever um livro para servir como texto bsico e contar a historia e as experincias dos primeiros tempos da Irmandade e, sem distores, levasse aquela mensagem aos lugares onde no poderiam ir pessoalmente. O livro comeou a ser escrito em maio de 1938. A primeira parte contm a Introduo, A Opinio Do Mdico , escrita pelo Dr. William Duncan Silkworth, o texto bsico e o programa de recuperao de A.A. descrito em onze captulos: o 1 Captulo, A Histria de Bill e o 8 Captulo, s Esposas ambos escritos por Joe Worth, o 10 Captulo Aos Empregadores, escrito por Henry "Hank" Parkhurst (que tambm formatou o livro), o Captulo 12, O Pesadelo do Dr. Bob, escrito pelo prprio Dr. Robert Holbrook Smith, (Dr. Bob), e os Captulos 2 a 9 e o 11 escritos por Bill Wilson com a participao de uma equipe de trabalho. A espinha dorsal do livro o captulo 5 - Como Funciona - que contm os Doze Passos Sugeridos para a Recuperao. A segunda parte conta as histrias pessoais dos seguintes seguidores do movimento: Henry "Hank" Parkhurst, O Incrdulo - Fitz Mayo, Nosso Amigo do Sul - Clarence Snyder, "A Casa do Mestre Cervejeiro - Ernie Galbraith, A Escorregada de Sete Meses Charlie Simonson, Uma viagem de trem - Bob Oviatt, O Vendedor - Archie 'Arch' Trowbridge, O Homem que Dominou o Medo - Dick Stanley, Ele Precisava ser MostradoPgina22de113

- Joe Doppler, O Bebedor Europeu - Florence Rankin , Uma Vitria Feminina - William 'Bill' Ruddel , Um Homem de Negcios em Recuperao - Harry Brick , Uma viso diferente - Jim Scott, "Viajante, Editor, Estudioso - Walter Bray, "O Arrependido - Marie Bray, A Esposa de um Alcolico" - Tom e Maybell Lucas, Minha Esposa e Eu" - William 'Bill' Van Horn, Sob a tutela do Tribunal de Sucesses" - Wallace 'Wally' Gillam, Demitido novamente" - Paul Stanley, A Verdade me Libertou" - Harold Sears, Sorria Comigo" Henry J. 'Harry' Zoeller, Foi por Pouco" - Norman Hunt, Um Agnstico Educado Ralph Furlong, Outra histria Prdiga" - Myron Williams, Percepo Tardia" - Horace R. 'Popsy' Mayer, A Caminho" - Ray Campbell, O Artista Conceitual - Lloyd Tate, A Pedra Rolando". Em 1939 o livro estava pronto, mas sem ttulo. A princpio foram cogitados mais de cem ttulos, entre eles O Copo Vazio, O Caminho Seco, A Vida a Seco, Fronteiras Secas, Uma Sada, O Cu, A chegada da Aurora, etc.; por eliminao, ficaram cinco: Cem Homens, abandonado devido s objees de Florence Rankin, a primeira mulher a acompanhar o movimento. O segundo The Way Out => O Caminho da Sada descartado depois de se constatar que na Biblioteca do Congresso, em Washington, existiam 25 livros com esse ttulo e outros 12 intitulados A Sada; ao quarto, num acesso de estrelismo Bill pretendeu cham-lo de Movimento Bill W. do qual desistiu ao ser lembrado que todos eram seus autores. A ltima opo veio em decorrncia da prpria situao: depois de se separar do Grupo de Oxford, os membros do movimento, tambm sem nome, uns cem entre homens e mulheres sem qualquer referncia, passaram a tratar a si prprios como um punhado de alcolicos sem nome. Derivou da o ttulo para o livro, Alcolicos Annimos, e o nome da Irmandade. => A primeira edio: Para se certificar que o livro seria bem aceito pela opinio pblica e no entraria em conflito com a medicina e a religio, antes de sua impresso, foram feitas quatrocentas copias mimeografadas e enviadas a profissionais das mais diversas reas e leigos interessados no problema do alcoolismo, com o pedido de devolv-las acompanhadas de comentrios ou sugestes. A seguir foram impressos os primeiros 4.730 exemplares com a ordem para 1 Impresso fazer a impresso com o papel mais grosso e as letras em tamanho maior que o da 1 Edio, com e sem normal para dar um ar de autoridade intelectual e justificar o preo (muito sobrecapa, e elevado naquela poca), que foi de 3,5 dlares o exemplar. Assim, a edio a 2 original tornou-se to volumosa que imediatamente ficou conhecida como Big reimpresso Book (Livro Grande). O livro foi encadernado em uma capa de tecido vermelho da 1 Edio, escuro com as simples palavras Alcoholics Annonymous impressas em j na cor azul cursivo dourado. A sobrecapa, com os seus familiares vermelho, preto, amarelo que viria ser e branco, foi desenhada por um artista de nossos membros, Ray Campbell, tradicional. cuja histria, contada nesse livro, chama-se O Artista Conceitual.

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A primeira edio em abril de 1939, teve 16 reimpresses e foram distribudas 300.000 cpias; a segunda edio foi publicada em julho de 1955; a terceira edio, em 1976. A quarta edio saiu em fevereiro de 2001. A evoluo das vendas do Big Book (nos EUA/Canad): O exemplar n 1.000.000 foi presenteado pelo Dr. Jack L. Norris, Presidente da Junta de Servios Gerais, ao Presidente dos EUA, Richard Nixon (1913-1994), no dia 16 de abril de 1973. O exemplar de n 5.000.000 foi presenteado a Ruth Hock Crecelius (1911-1986), primeira secretria (no alcolica) da Irmandade, por ocasio 50 aniversrio de A.A. e da 8 Conveno Internacional de Montreal, Canad, em julho de 1985. O exemplar de n 10.000.000 foi presenteado a Nell Wing (1917-2007), secretria e primeira arquivista (no alcolica) da Irmandade, por ocasio 55 aniversrio de A.A. e da 8 Conveno Internacional de Seattle, Washington, em julho de 1990. O exemplar de n 20.000.000 foi presenteado a Al-Anon, por ocasio 65 aniversrio de A.A. e da 11 Conveno Internacional de Minneapolis, Minnesota, em julho de 2000. O exemplar de n 30.000.000 foi presenteado Associao Mdica Americana - AMA, por ocasio 75 aniversrio de A.A. e da 13 Conveno Internacional de San Antonio, Texas, em julho de 2010. Conforme consta no Registro de Direitos Autorais em Washington DC, EUA, a primeira edio do livro Alcoholics Anonymous saiu em 10 de abril de 1939 e seu autor e detentor dos direitos Wm. G. Wilson, a editora, a Work Publishing Co. e o endereo, 17 William St., Newark, New Jersey. O registro foi feito no dia 19 de abril de 1939 sob o nmero 25687, e a taxa de registro foi de $2,00 (dois dlares). 22-. Alcolicos Annimos no Mundo. Segundo o relatrio da 62 Conferncia de Servios Gerais realizada em Nova York entre os dias 1 e 7 de maio de 2011, divulgado no Box 4-5-9 do Vero 2011, com base em janeiro de 2011, o n estimado de Grupos nos EUA era de 57.905; no Canad, 4.968; fora dos EUA e Canad, 43.541; Total estimado de Grupos no mundo todo, 107.975. O n estimado de membros era de 1.279.664 nos EUA; 94.017 no Canad e 644.498 fora dos EUA e Canad. Total estimado de membros no mundo todo, 2.057.972. Obs.: O Escritrio de Servios Gerais no faz registro dos membros. A informao aqui prestada est baseada nas informaes dadas pelos Grupos inscritos no ESG em seus relatrios e no representa um clculo exato de quem se considera membro de A.A. Sabe-se que A.A. est em atividade em aproximadamente 180 pases incluindo 60 pases que tm Escritrio de Servios Gerais autnomos. Todos os anos o ESG de Nova York entra em contato com todos os ESGs e Grupos que pedem para ser inscritos em nossos registros. Nos casos em que no dispomos de dados atuais, utilizamos a informao do ano anterior.Pgina24de113

23-. Alcolicos Annimos no Brasil. Em 1946, chegou ao Rio de Janeiro o publicitrio americano Herbert (Herb), Leroy Daugherty (1904-1973), com um contrato por de trs anos para trabalhar como diretor artstico de uma multinacional do ramo de publicidade. Alcolico, tinha ingressado num Grupo de A.A. em Chicago (EUA) em 1943. Em 1945 casou-se com Elizabeth Lee Treadwell, no-alcolica que se tornaria grande amiga de A.A. Antes de viajar para o Brasil esteve na Fundao do Alcolico em Nova York, para se informar se poderia encontrar algum membro de A.A. por aqui. Deram-lhe o nome de Lynn Goodale, a quem Bob Valentine um amigo de Bill W., teria abordado numa passagem pelo Rio em 1945 e alcanado a sobriedade. No encontrando Lynn, comunicou Fundao, pediu outros nomes e colocou-se disposio para servir como contato no Pas. Em julho de 1947, recebeu o endereo de um AA, e alguns libretos e folhetos em espanhol. Numa carta recebida em outubro, a Fundao manifesta sua felicidade pelo incio de um Grupo de A.A. no Brasil. No havendo registro do acontecido entre os meses de julho e outubro de 1947, a JUNAAB considera como oficial, para efeito de datao, uma ata escrita no livro de registros do Grupo A.A. do Rio de Janeiro onde consta: Data aniversrio. Herbert L. Daugherty Na reunio de hoje deliberamos comemorar o 3 (terceiro) aniversrio da fundao do Gr. A.A. do Rio de Janeiro no dia 5 (cinco) prximo. A referida data ficar, por tradio, como a data oficial da fundao do Grupo. Rio de Janeiro, 29 de agosto de 1950 Fernando, secretrio. Em funo disto, o dia cinco de setembro de 1947, passou a ser a data oficial da fundao do primeiro Grupo de A.A. no Brasil Sabe-se que o Grupo tambm se chamou A.A.. Rio Nucleus e os primeiros membros reuniam-se nas casas de alguns deles. A partir de 1949, na sede da Associao Brasileira de Imprensa (ABI), Rua Arajo Porto Alegre, 71, Castelo. Mais tarde se mudariam para a Rua Santa Luzia. No incio de 1948, Herb conseguiu publicar o primeiro de uma serie de artigos sobre o alcoolismo, primeiro no jornal O Globo e depois no Brazil Herald em lngua inglesa. Como resultado dessa publicidade, um morador de Ing em Niteri, Kenneth W., pediu ajuda para assistir seu irmo arruinado pela bebida, o contabilista e Harold Ryne Waddell consultor de empresas Harold Ryne Waddell (1905-?), anglobrasileiro, neto de ingleses, nascido em Santa Teresa no Rio de Janeiro; na manh do dia 13 de maro de 1948, Herb foi visitar Harold na casa de Kenneth onde morava de favor e l o esperava com a mo direita muito tremula, estendida, enquanto a mo esquerda segurava com fora um copo de cachaa.Pgina25de113

Deste encontro saiu um acordo segundo o qual Harold tentaria parar de beber substituindo os goles de cachaa que fosse tomando por gua da bica at que o copo contive-se apenas gua; conseguindo isso, que traduzisse o panfleto de A.A., que lhe estava deixando, do ingls para o portugus. Ento, na prxima quarta feira tarde, ir a novo encontro com Herb no salo de caf na sede da Associao Brasileira de Imprensa (ABI). Na data marcada bebeu de manh o que seria seu ltimo gole, e tarde cumpriu o prometido, embora no tivesse traduzido o folheto inteiro. Harold foi um dos maiores divulgadores de A.A. e o responsvel direto pela primeira mensagem de A.A. em So Paulo em 1949. Em 1965, morando na capital paulista foi padrinho e mentor de Donald M. Lazo, co-fundador do Gr. Sapiens, o primeiro Grupo de A.A. em So Paulo. Em 1949, o Grupo j contava com doze membros, a maioria brasileiros, tambm conhecidos como Os Doze Desidratados. Pouco antes de Herb voltar em junho para os EUA, findado o contrato de trabalho, chegou Eleanor, que havia ingressado na Irmandade nos EUA e era mulher de um Almirante da Marinha americana a servio no Brasil e que seria de grande valia nas tradues e na correspondncia com o Escritrio de Nova York, alm de ter sido a primeira mulher AA no Brasil. O Grupo Reunia-se todas as segundas feiras numa pequena sala da Associao Crist de Moos (ACM). Em 8 de dezembro de 1952, foram registrados os Estatutos da Irmandade no Brasil e a sigla A.A. Foi fundado o Grupo Central do Brasil, que durante aquela dcada centralizou as atividades de A.A. no Pas. Instituiu-se a sacola da Stima Tradio. Em 1956, havia de treze Grupos brasileiros registrados no catlogo mundial. Em 1966, Donald M. Lazo, AA de So Paulo, entrou em contato com o GSO (Escritrio de Servios Gerais em Nova York), oferecendo-se para traduzir o livro Alcoholics Annonymous para o portugus; foi autorizado a traduzir 11 Captulos sob algumas condies, entre elas: 1) Que fosse instalado no Brasil um Centro de Distribuio de Literatura (operacional) 2) Que quando fosse criado o Escritrio de Servios Gerais de A.A. no Brasil, o Centro de Distribuio de Literatura passasse a se constituir parte integrante daquela organizao de servios 3) Advertncia expressa no livro de que os direitos autorais pertencem ao A.A.W.S. (A.A. World Services, Inc. - Servios Mundiais de A.A.), e proteo integral quanto ao citado direito. Em fins de 1968 existiam no Brasil cerca de 90 Grupos. O livro Alcolicos Annimos ou, Livro Azul, como aqui passou a ser conhecido, foi publicao em novembro de 1969 O atendimento s condies impostas para a concretizao do empreendimento para a publicao do Livro Azul, fez com que a Estrutura de Servios no Brasil decola-se baseada em trs itens: 1) Fundao em 29 de setembro de 1969, em So Paulo, do Centro de Distribuio de Literatura de A.A. para o Brasil CLAAB, Sociedade Civil de natureza literria, cuja primeira diretoria foi formada por Donald, Nascimento, Csar, Vasco Dias, Melinho, Fernando P. e Jos Ferreira, consultor jurdico e contbil. Em 1970, sai Fernando P. e entram Eloy, Ceclia (do Rio) e Ana Maria primeira servidora no-alcolica.Pgina26de113

2) Fundao em 20 de junho de 1971, no Rio de Janeiro, do primeiro Escritrio Nacional de Servios de A.A. ENSAA 3) Realizao do Primeiro Conclave Nacional em So Paulo, no carnaval de 1974, quando o CLAAB passou a exercer as funes de Escritrio de Servios Gerais, aps o ENSAA do Rio de Janeiro encerrar suas atividades. Estes acontecimentos serviram de ponto de partida para um extraordinrio crescimento da Irmandade; em 1975 existiam no Brasil mais de 500 Grupos. Em 29 de fevereiro de 1976, durante o Terceiro Conclave Nacional, em So Paulo, reuniram-se os membros do Conselho Diretor do CLAAB e 29 Delegados representando 16 estados, e criaram a Junta de Servios Gerais de Alcolicos Annimos do Brasil JUNAAB. O Estatuto dispunha que seriam rgos da JUNAAB, uma Assemblia Geral, uma Diretoria e o CLAAB. Assim, A.A. no Brasil credenciava-se a enviar dois representantes para a 4 Reunio Mundial de Servios, em Nova York, em outubro desse ano. Nos dias 5 e 6 de abril de 1977, realizou-se em Recife (PE) a Primeira Conferncia de Servios Gerais CSG. Recomendou-se que o Conclave Nacional de A.A. a partir do VI em 1980, realizado em Porto Alegre, seria denominada Conveno Nacional de A.A., fosse realizado a cada dois anos, e a Conferncia de Servios Gerais anualmente. Na 5 Conferncia de Servios Gerais realizada entre os dias 16 e 18 de maro de 1981 na cidade de So Paulo, foi oficializado, para uso no Brasil, o emblema e o pavilho da Irmandade tal como descritos pelos Servios Mundiais de A.A. (ver pg. 7). O emblema substitui o existente poca no Brasil, criado pelo CLAAB, onde constava, alm dos trs legados oficiais de A.A. mundial, um quarto legado Responsabilidade e eram representados por um quadrado circunscrito no emblema original (ainda, de forma imprpria, representado por alguns Grupos e rgos de Servio no Brasil). Tambm nesta Conferncia recomendou-se o desmembramento Administrativo Financeiro e Fsico do CLAAB/ESG, ficando o CLAAB apenas como distribuidor de literatura de A.A. para o Brasil, enquanto o ESG assumiria de fato os Servios Gerais (Executivo) de A.A. em nvel nacional. Em 07 de novembro de 1981 foi inaugurada a nova sede do ESG, que se desmembrou do CLAAB, constituindo Estatuto prprio, com registro no Terceiro Cartrio de Registro Civil de Pessoas Jurdicas de So Paulo, sob n 27.091, em 02/10/81, com a denominao de "Os Estatutos de Alcolicos Annimos do Brasil Escritrio de Servios Gerais S/C. AABESG", que funcionou Rua Itaipu, 31, Praa da rvore, Vila Mirandpolis, So Paulo - SP. Durante a 6 Conferncia de Servios Gerais, realizada em Fortaleza em 1982, foi aprovado o Estatuto da JUNAAB e nele constou, pela primeira vez, legalmente instituda, a Junta de Custdios. No ano seguinte, 1983, na 7 Conferncia, realizada em So Paulo, foram eleitos nossos primeiros Custdios, em nmero de nove, sendo trs no alcolicos e seis membros da Irmandade, cuja posse se deu na 8 Conferncia, em Blumenau SC, em 1984. Nesta Conferncia, a Junta deixa de ser Junta Nacional de Alcolicos Annimos do Brasil (JUNAAB), para ser Junta de Servios Gerais de Alcolicos Annimos do Brasil. Por ser difcil a pronncia de JSGAAB, optou-se por mudar o nome e manter a sigla JUNAAB, mais fcil de pronunciar e j conhecida de todos os membros.

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Com a publicao e divulgao do Manual de Servios, em 1983, algumas reas iniciaram a implantao experimental da Estrutura de Servios Gerais, resultando na participao e aceitao dos RSGs. Em agosto de 1985, durante a 2 Reunio de Servios Nacionais da JUNAAB em Baependi, MG, foi aprovado o projeto que resultaria na criao da Revista Brasileira de A.A., cujo nmero Zero foi lanado em Campo Grande, MS, em novembro desse ano. Devido a problemas tcnicos e editoriais, a revista foi transferida para ser editada e publicada em Braslia, sob nova direo, com o nome de Revista Vivncia. Adquiriu um formato bem menor, quase de bolso e foi instituda a assinatura anual. Em 1986, na 10 Conferncia realizada em Joo Pessoa (PB), recomendou-se a sistemtica das contribuies proporcionais, 60-25-15, para os rgos de Servio, assim distribudas: 60% para as Centrais Intergrupais hoje ESLs, 25% para os Comits de rea e 15% para a JUNAAB. Em 1988 a Irmandade no Brasil assumiu compromissos de apadrinhamento de pases africanos como Angola, Moambique, Guin, Bissau, Cabo Verde, So Tom e Prncipe. Em 1990, a Revista Vivncia instalou-se em Fortaleza, e a partir de 1993 passou a ser editada em So Paulo. Em 1995 foram reformulados os Estatutos da JUNAAB, e a edio da Revista Vivncia - que at ento era uma empresa autnoma com diretoria prpria, passou a ser responsabilidade do Comit de Publicaes Peridicas CPP, da JUNAAB. A partir da Conferncia de Servios Gerais de 2007 a Junta de Servios Gerais de AA do Brasil resolveu se adequar estrutura mundial de A.A. Nesse sentido resolveu que os nossos Delegados Reunio de Servio Mundial seriam tambm Custdios Alcolicos. At ento nossos DRSM levavam as decises da Junta de Custdios do AA do Brasil para a RSM, mas no participavam dessa tomada de decises. No ano de 2008 ficou evidente que havia necessidade um adjunto de Tesoureiro Geral, um noalcolico que pudesse suprir as ausncias do nosso titular e assim foi criado o encargo de Custdio de Servios Gerais no alcolico, Tesoureiro Geral II. Portanto a nossa atual Junta de Custdios composta por 14 Custdios, sendo 04 no alcolicos (Dois Nacionais: Presidente e 1 Vice-Presidente e dois de Servios Gerais: Tesoureiro Geral I e Tesoureiro Geral II) e 10 alcolicos, membros da Irmandade (Dois de Servios Gerais: Secretrio/a (Diretor/a Geral do ESG) e Diretor/a Financeiro/a do ESG; Seis Regionais: Custdios das Regies: Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste, Norte-I e Norte-II [Um 2 VicePresidente e cinco Diretores da Junta]; Dois Nacionais: Delegados Reunio de Servio Mundial e Diretores da Junta) 24-. Alcolicos Annimos em So Paulo. A primeira semente de A.A. foi trazida ao Estado de So Paulo em 1949, quando chegou capital, vindo do Rio de Janeiro, Harold Ryne Waddell, a convite de algumas pessoas interessadas em abrir um Grupo de A.A. Chegaram a se reunir por uns tempos no apartamento de um hotel na Vila Mariana, onde Harold se hospedava, e inclusive divulgar a noticia da chegada de A.A. em So Paulo atravs do jornal Correio Paulistano; mas no teve continuidade devido ao retorno de Harold ao Rio.

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Todavia, trs companheiros remanescentes aproveitaram a experincia e criaram o Programa de Reerguimento, que baseado nos Doze Passos de A.A. deixados por Harold, serviu de base para a fundao da Associao Antialcolica - mais tarde do Estado de So Paulo, AAESP. Tambm se denominou A.A. No comeo dos anos cinqenta foi reconhecida de utilidade pblica atravs da lei municipal 1667. (Ao lado detalhe da publicao n 1 da Associao Antialcolica contendo a lei que a reconhecia,1667, a promessa de cura grtis, o 1 endereo R. lvares Machado, 19, Caixa postal 4961, reunies s sextas feiras s 20 horas, os Doze Passos [de A.A]. e a descrio do despertar espiritual). Seus membros denominavam-se alcolatras substantivo comum poca por no se entender ainda o alcoolismo como doena e para se diferenciar dos predecessores Alcolicos Annimos. Mais tarde passaram a se reunir nas dependncias do Ambulatrio Municipal de Recuperao de Alcolatras (ARA) dirigido pelo Dr. Ajax - mdico especializado em alcoolismo e muito religioso - na Casa do Pequeno Trabalhador, localizada na Avenida 23 de Maio debaixo do viaduto Pedroso, Capital. As reunies constavam de duas partes: numa os membros falavam de suas experincias, e na outra recebiam orientao de profissionais. Nota: A histria que segue a transcrio adaptada de uma carta escrita por Donald M. Lazo, aos companheiros e seus amigos rcio e Eloy, datada em 22 de maro de 1993, na qual descreve os acontecimentos que culminaram na fundao do Grupo Sapiens. Incio da transcrio => Na segunda semana de maro de 1965 veio a So Paulo a empresria residente e estabelecida no Rio de Janeiro e AA Dorothy Nowell, brasileira filha de ingleses, para visita de rotina filial de sua agncia de empregos na capital paulista. poca tinha 45 anos e, grande divulgadora de A.A., onde tinha ingressado em 1961, mantinha em sua agenda uma extensa lista de amigos religiosos, mdicos, e pessoas interessadas no problema do alcoolismo, a quem avisava de sua chegada, e serviam-lhe de contato para levar a mensagem da Irmandade. A pedido de um desses amigos, o padre Richard Sullivan, Dorothy foi visitar o publicitrio americano Donald Minshall Lazo (1928-2001) internado no Hospital Dorothy Nowell Samaritano no dia 18 desse ms, em conseqncia de mais uma srie de bebedeiras e l ficou por cinco dias. Nesse tempo comeou a ler o Big Book (original, em ingls), que o padre Sullivan tinha-lhe emprestado nunca devolvido, e mais tarde traduzido por ele prprio para o portugus. Trs dias aps sair do hospital, assistiu primeira reunio de divulgao de A.A., organizada por Dorothy na capela dos Redentoristas, Alameda Franca, 889. Donald. M. Lazo Houve uma segunda reunio no bairro de Santa Ceclia para a qual Dorothy convidou Harold, ento morando na Capital e que viria ser o padrinho de Donald. Aps estas experincias e asPgina29de113

conversas com Dorothy, Donald aceitou a sugesto de abrirem um Grupo de A.A. na cidade. Ela apresentou-o madre Cristina, diretora do Instituto Sedes Sapientiae (hoje um departamento da PUC), situado na Rua Caio Prado, 102, na Consolao, que lhes cedeu uma sala dentro do prdio e nela deu inicio no dia 9 de abril de 1965, nos moldes de A.A. do Rio, o Grupo Sapiens co-fundado por Donald ento com 21 dias de abstinncia contando os cinco de hospitalizao - e Dorothy, considerado oficialmente o primeiro Grupo de A.A. em lngua portuguesa no Estado de So Paulo. Na ltima semana de sua visita cidade, Dorothy levou Donald s dependncias dos Dirios de S. Paulo, onde pediu redao para fazer um artigo sobre alcoolismo. A direo indicou um jornalista a quem Dorothy contou sua histria. No fim do artigo, publicado vrios dias depois, constava o fato de estar-se realizando reunies de Alcolicos Annimos em So Paulo, Rua Caio Prado, 102, todos os domingos das 10:00 horas s 12:00 horas. Nos prximos meses passaram poucas pessoas pela sala; uma delas, Leila, veio a ser a segunda pessoa de So Paulo a afiliar-se Irmandade (a primeira foi Donald). Num dia do ms de julho, quatro meses aps a fundao do Grupo chegou sala Melinho, membro da Associao Antialcolica desde janeiro de 1957. Fazia tempo que tinha ouvido falar e se interessado pela Irmandade. Convidado por Donald ingressou em A.A. e, a partir daquele dia passou a fazer suas conhecidas abordagens, no s para a Associao Antialcolica - qual ainda continuou afiliado por aproximadamente dois anos mais - mas tambm para Alcolicos Annimos, trazendo inclusive companheiros da Associao para a Irmandade.. Dipsomania [do grego dipsa, sede + mania]. 26-. Primeiros estudos sobre o alcoolismo. Ainda no incio e na metade do sculo XIX alguns mdicos, pesquisadores e estudiosos passam a tecer consideraes sobre as causas da embriaguez. Em 1849, o mdico e professor de Medicina sueco Magnus Huss (18071890), foi o primeiro a classificar sistematicamente os danos atribudos ingesto de lcool. O Dr. Huss cunhou o termo alcoolismo usando-o para rotular o que ele considerou ser uma doena crnica, recidiva (passvel de reincidncia ou recada) e para definir o que se chamava embriaguez habitual, como um impulso mrbido (doentio), peridico e irresistvel Dr. Magnus HussPgina31de113

que leva algumas pessoas a ingerir grandes pores de bebida alcolica. A partir dessa definio, tanto na Europa como nos EUA, alguns mdicos comearam a fazer pesquisas em relao ao assunto e tambm alguns rgos ligados educao comearam a elaborao de projetos educativos. Porm, nos EUA, com o advento da Emenda 18 que proibiu a fabricao, venda, troca, transporte, importao, exportao, distribuio, posse e consumo de bebida alcolica (ver Lei Seca), em 1919, as pesquisas para compreender o alcoolismo mergulharam na hibernao e os procedimentos tradicionais contra os bbados continuaram. 27-. Estudos sobre o moderno alcoolismo. Somente na segunda metade da dcada de 1930 teve inicio um movimento a respeito do que hoje se entende por moderno alcoolismo e que comeou com a fundao de Alcolicos Annimos em 1935, e a criao em 1937, do Conselho de Pesquisa sobre Problemas do lcool RCPA. No outono de 1933, poucas semanas antes da promulgao da Emenda 21, que revogava a Emenda 18 (a Lei Seca) - por ocasio da sua primeira internao, Bill W., co-fundador de Alcolicos Annimos, ouviu do Dr. William D. Silkworth (1873 1951), diretor do Hospital Towns e um dos poucos mdicos dessa poca a tratar com seriedade o conceito do alcoolismo como doena apesar da Lei Seca, que o alcoolismo no vcio no sentido de defeito grave ou costume censurvel, como se entende a pratica da alcoolatria, mas sim uma doena fsica e mental, progressiva e incurvel caracterizada, por uma obsesso mental que leva seus portadores a beber compulsivamente, e Dr. Silkworth uma alergia fsica que pode lev-los loucura ou morte prematura. 28-. Alcolicos Annimos foi o primeiro movimento social para o tratamento do alcoolismo no sculo XX. Em maio de 1935, Bill W., sbrio havia apenas cinco meses, levou a definio de doena oferecida pelo Dr. Silkworth, acrescida da condio espiritual, em funo dos conhecimentos adquiridos no Grupo de Oxford, ao Dr. Bob, com a qual este se identificou afirmando que Nenhuma abordagem espiritual teria funcionado. O Dr. Bob conseguiu parar de beber, e os dois se juntaram para fundar aquilo que viria a ser a Irmandade de Alcolicos Annimos, que no existiria na forma em que a conhecemos, no fosse o conceito de doena. O motivo e o objetivo da existncia de A.A. est resumido no primeiro pargrafo da Introduo primeira edio do Big Book, ou Livro Azul, publicado em abril de 1939: Ns, de Alcolicos Annimos, somos mais de cem homens e mulheres que nos recuperamos de uma aparentemente irremedivel condio mental e fsica. Demonstrar a outros alcolicos exatamente como nos recuperamos o principal objetivo deste livro... Muitos no compreendero que o alcolico uma pessoa doente. E ademais, temos a certeza de que a nossa maneira de viver benfica para todos. A.A. representou o primeiro movimento social no sculo XX, a chamar a ateno para o alcoolismo como doena embora a Irmandade seja leiga e nunca se tenha proposto a usar seu programa como procedimento de cura da doena, mtodo educativo, ou crena religiosa mas, unicamente como forma de ajudar os alcolicos que sofrem. Assim, o estudo da patologia, a procura e pesquisa dos mtodos e medicamentos para o tratamento da doena, A.A. reputa unicamente cincia da Medicina e seus detentores, os mdicos; a educao diz respeitoPgina32de113

unicamente aos Educadores e ao Estado, e o trato de teologias e coisas da alma e do esprito, para aqueles que acreditam, cabe aos telogos, clrigos e religiosos. Quase que imediatamente criao do movimento de alcolicos criado em junho de 1935 e que resultaria em A.A., reiniciaram-se as pesquisa a respeito da doena do alcoolismo nos EUA, com a criao de algumas organizaes importantes, sendo a primeira, em 1937, o Conselho de Pesquisa sobre Problemas do lcool - RCPA , uma organizao filiada Sociedade Americana para o Avano da Cincia (AAAS). 29-. Centro de Estudos do lcool. Em 1939, foi criado no Laboratrio de Fisiologia Aplicada e Biodinmica, dirigido pelo mdicoDr. Howard Wilcox Haggard (1891-1959), na Universidade de Yale, New Haven, Connecticut, o Centro de Estudos do lcool, liderado pelo Doutor em Cincias, pesquisador e bioestatstico Elvin Morton Jellinek (1890-1963); este foi o primeiro centro de investigao interdisciplinar rel