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Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região Processo Judicial Eletrônico - 1º Grau O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0010121-87.2015.5.15.0109 em 23/01/2015 10:53:53 e assinado por: - JOAO JOSE FORAMIGLIO 15012310535397100000011086096 Consulte este documento em: https://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam usando o código: 15012310535397100000011086096

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Tribunal Regional do Trabalho da 15ª RegiãoProcesso Judicial Eletrônico - 1º Grau

O documento a seguir foi juntado ao autos do processo de número 0010121-87.2015.5.15.0109em 23/01/2015 10:53:53 e assinado por:

- JOAO JOSE FORAMIGLIO

15012310535397100000011086096

Consulte este documento em:https://pje.trt15.jus.br/primeirograu/Processo/ConsultaDocumento/listView.seamusando o código: 15012310535397100000011086096

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ADVOCACIA TRABALHISTA / CÍVEL / CRIMINAL Avenida Itavuvu nº 16 – Vila Gomes – Sorocaba/SP

Tel/Fax(0xx15) 3233.3856 / 3327.8409 e-mail:[email protected]

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) FEDERAL DA

____ VARA DO TRABALHO DE SOROCABA/SP.

ALEXANDRE FRANCISCO DA TRINDADE, brasileiro, solteiro, maior, nascido aos 23/09/1981, de profissão: Operador de Produção,

portador da cédula de identidade RG nº 34.724.683-7 SSP/PR, data expedição 24/10/2014, cadastrado no CPF sob nº 221.518.288-16, carteira de trabalho nº 52715, série 212-SP, PIS nº 127.260.242-24, filho de

Sebastião Francisco da Trindade e Eva Maria de Macedo Trindade, residente e domiciliado à Rua Francisco Oliveira Abreu, nº 139- Vila Fiori- em

Sorocaba/SP – CEP nº 18.075-089, por seu procurador infra-assinado, (procuração inclusa), com escritório profissional na Av. Itavuvu, 16, CEP 18075-042, Fone/Fax (0xx15) 3233-3856 / 3327-8409, nesta cidade de

Sorocaba, onde recebe intimações/notificações e avisos, vem,

respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, propor a presente RECLAMAÇÃO TRABALHISTA pelo procedimento ORDINÁRIO, em face de:

TECSIS TECNOLOGIA E SISTEMAS AVANÇADOS S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob nº 00.469.550/0006-69, com endereço

na Avenida Jerome Case, n° 2400 – Bairro do Éden em Sorocaba/SP - CEP 18087-220, pelos seguintes motivos de fato e de direito:

PRELIMINARMENTE:

I - DA HABILITAÇÃO DO ADVOGADO

Preliminarmente, requer-se a habilitação nos autos do advogado,

possibilitando o acesso integral aos autos, bem como o peticionamento, nos termos da Lei n° 11.419/2005, a saber:

João José Foramiglio OAB/SP 53.118 / CPF: 243.113.678-72

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II- DAS INTIMAÇÕES/NOTIFICAÇÕES/PUBLICAÇÕES

Por fim, requer-se, que as futuras intimações sejam enviadas em nome do signatário, DR. JOÃO JOSÉ FORAMIGLIO, OAB/SP Nº. 53.118-D, com escritório no município de Sorocaba/SP, na Avenida Itavuvu,

nº. 16 - CEP nº 18075-042, onde recebe intimações/notificações, nos termos do art. 236, § 1º do CPC, sob pena de nulidade.

DO CONTRATO DE TRABALHO

O Reclamante foi contratado pela Reclamada em 17/09/2013,

para exercer a função de Operador de Produção, tendo sido dispensado SEM JUSTA CAUSA no dia 20/08/2014, não recebendo corretamente as verbas

contratuais e rescisórias.

DO SALÁRIO

O salário do reclamante à época da dispensa era de R$ 1.280,40 (Hum mil duzentos e oitenta reais e quarenta centavos) por mês.

DA JORNADA DE TRABALHO

A jornada normal de trabalho do reclamante era das 14h40 às 22h40 de segunda a sábado, sempre com 60 minutos de intervalo para repouso e alimentação.

HISTÓRICO PROFISSIONAL DO RECLAMANTE.

O reclamante no desenvolvimento de suas atividades laborava em serviços pesados executando as seguintes tarefas:

Durante 3 (três) dias por semana em média, o reclamante laborava carregando tambores de lixo que pesavam aproximadamente 60kg

cada um. Porém, para exercer essa atividade era necessária a intervenção de mais 1 pessoa, de modo que, o Reclamante e um outro funcionário carregavam os tambores para serem colocá-los num carrinho, sendo que o

carrinho suportava dois tambores.

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Após o carregamento do carrinho com dois tambores, o mesmo era puxado manualmente pelo reclamante a uma distância de

aproximadamente 800 metros, enquanto que o outro funcionário ia segurando os tambores para não tombarem.

Em seguida, o reclamante, com a ajuda de outro funcionário, erguiam o tambor a uma altura de mais ou menos 1,70 metros e em seguida despejavam o lixo do tambor em uma caçamba. Essa prática se repetia 3

vezes ao dia em média.

Além disso, e nos mesmos dias em que fazia a operação dos tambores já mencionados, o reclamante trabalhava com uma máquina chamada policorte, a qual era empunhada manualmente e pesava mais ou

menos 8 quilos, a qual era utilizada para cortar de 2 em 2 metros barra de fibra de carbono. Cuja barra de fibra de carbono pesava cerca de 500 quilos.

Cada pedaço cortado de 2 metros pesava aproximadamente 22

quilos e o reclamante sozinho tinha que empilhar esses pedaços nos paletes

para serem conduzidos até o laboratório. Nos demais dias da semana o reclamante trabalhava na

fundição da barra de Sparcape (de carbono).

Todas essas atividades desenvolvidas pelo reclamante durante o pacto laboral, sempre exigiu do reclamante um esforço osteomuscular além do normal.

É de se notar Excelência que o reclamante movimentava-se por

várias vezes durante a jornada diária de trabalho carregando pesos de até 60 quilos, com isso, forçava demasiadamente a coluna, os ombros, braços, cotovelos, pernas e joelhos, dentre outros membros do corpo e

especialmente a parte abdominal.

Diante disso, não há que se negar o esforço osteomuscular

exercido pelo reclamante no desempenho de suas atividades com carregamento de peso, expondo a saúde do reclamante em risco deplorável

enquanto empregado da reclamada.

DO ESTADO DE SAÚDE DO RECLAMANTE QUANDO DE SUA ADMISSÃO.

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Quando da admissão apresentava o reclamante, plena higidez

física e mental, enquanto que, por ocasião da injusta dispensa, o reclamante portava hérnia inguinal.

Vale a pena ressaltar que antes de trabalhar na reclamada o

reclamante não tinha nenhum problema de saúde, pois sempre trabalhou

como padeiro e confeiteiro, funções essas que não exigiam esforço muscular em excesso.

DO DANO PATRIMONIAL E MORAL

Ocorre Excelência que o reclamante laborou para a reclamada

por um ano sempre executando atividades pesadas, de maneira que, no decorrer no liame laboral, o reclamante adquiriu hérnia inguinal, conforme

comprovam de forma inequívoca o Laudo Médico e documentos ora juntados. Assim, teve o reclamante, perda da capacidade laborativa induzida por trabalho pesado (penoso), o que resultou na inequívoca

configuração da hérnia inguinal adquirida no trabalho e a presença do nexo causal ensejador ao pagamento de indenização.

Melhor esclarecendo, durante o pacto contratual o reclamante contraiu hérnia inguinal em função do trabalho pesado prestado à

reclamada, sempre fazendo uso forçado de grupos osteomusculares de forma continua e repetitiva, carregando tambores pesados contendo lixo, realizando movimentos de grande amplitude de membros superiores e

deslocamento do tronco com elevação de carga forçando a coluna e o abdômen, face as necessidades exigidas para executar as tarefas junto a

reclamada, sendo que as más condições ergonômicas e sem orientação acerca das medidas de prevenção à saúde ou doença ocupacional/profissional inegavelmente, contribuíram para o aparecimento

da patologia, quando ainda empregado da reclamada, começou a sentir uma sensação de dor, peso e desconforto no abdômen, especialmente na parte baixa do abdômen, etc., aparecendo com maior intensidade durante a

jornada de trabalho de modo continuo e por vezes insuportável.

Na medida em que o tempo ia se passando, as dores iam se intensificando a ponto insuportável e quando o reclamante levou ao conhecimento da reclamada de que era portador de hérnia inguinal, foi

sumariamente dispensado em 20/08/2014 mesmo sabendo que o reclamante estava com a cirurgia marcada.

Em conseqüência da dispensa ocorrida em 20/08/2014, a

reclamada, propositalmente, com intuito de prejudicar o reclamante, cortou

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sumariamente o acesso do reclamante ao convênio médico (conforme

documento anexo), deixando-o sem recursos para realizar a cirurgia.

Todo o acima exposto, agregado aos intensos movimentos com carregamento de peso de até 60 quilos, falta de orientação na prevenção da saúde e da doença ocupacional/profissional, péssimas condições de

trabalho, postura de trabalho incorreta, negligência e omissão da reclamada, visto que tinham conhecimento da patologia do reclamante, etc. Foram os principais fatores que contribuíram para o aparecimento da

patologia adquirida.

Mesmo a reclamada tendo conhecimento do estado doentio em que se encontrava o reclamante, nenhuma providência foi tomada, deixando-o executando as mesmas atividades, fato que agravou ainda mais esse

quadro, cujas dores se intensificaram a ponto de incomodá-lo de realizar as tarefas do dia a dia.

Com isso o reclamante adquiriu moléstia no desenvolvimento de

suas atividades, tais como: hérnia inguinal, desencadeada pela execução de

trabalho pesado durante o pacto contratual. Assim, o reclamante teve perda da capacidade laborativa induzida por trabalho pesado, o que resultou na inequívoca configuração da alegada patologia e a presença do nexo

causal ensejador da garantia de reintegração ou pagamento de indenização.

Nota-se Excelência que a farta documentação juntada

comprovam de forma inequívoca a patologia mencionada, sendo necessária

intervenção cirúrgica, que não ocorreu por culpa da Reclamada que dispensou o Reclamante e cortou o convênio médico.

Convém salientar que até a presente data o reclamante não conseguiu novo emprego, pois é reprovado no exame médico, haja vista que as atividades do reclamante atualmente envolvem executar serviços pesado.

Assim, o reclamante não mais poderá desenvolver qualquer atividade que exija carregamento ou levantamento de peso. Cujo quadro clínico do reclamante é compatível com

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execução de tarefas pesadas relacionadas ao

trabalho desenvolvido na reclamada. Está devidamente consumado que o reclamante adquiriu hérnia inguinal durante o período de labor para a reclamada.

Entretanto, a ré, mesmo tendo conhecimento dos fatos, deveria encaminhá-lo para tratamento médico perante o convênio médico ou junto à previdência social, o que não aconteceu. Pois, até o sindicato da

categoria profissional do reclamante fez ressalva no TRCT solicitando que a reclamada fizesse a reabertura do convênio médico, para que o

reclamante pudesse dar continuidade no tratamento médico e fizesse a

cirurgia, o que lamentavelmente, também não aconteceu, apenas foi mantido a contemplação da dispensa e o corte do convênio médico.

Em virtude dos prejuízos patrimoniais e morais acima

mencionados, o reclamante postula com amparo nos Artigos 186, 389 e 927 do Novo Código Civil c/c parágrafo único do artigo 8º da CLT, que a reclamada seja condenada no pagamento de indenização por danos

patrimoniais/morais no importe equivalente a 100 (Cem) salários contratuais do reclamante, à época da dispensa.

A indenização por dano moral não significa o pretium doloris

(preço da dor), porque esse verdadeiramente nenhum dinheiro paga, mas,

por outro lado, pode perfeitamente atenuar a manifestação dolorosa e deprimente que tenha sofrido o trabalhador lesado. Nesse sentido, a

indenização em dinheiro, na reparação dos danos morais, é meramente compensatória, já que não se pode restituir a coisa ao seu status quo ante, por conseguinte, ao estado primitivo, como se faz na reparação do dano material.

O valor da indenização pleiteada tem por base a culpa do agente na extensão dos prejuízos sofridos pelo reclamante e, ainda a capacidade econômica da reclamada.

A reclamada foi omissa e negligente ao deixar de encaminhar

o reclamante para tratamento médico. Da mesma forma, foi negligente ao dispensar e cortar o

convênio médico do reclamante, justamente, na hora em que ele mais precisava, pois, já tinha realizado todos os procedimentos pré-cirúrgico e estava com a cirurgia marcada para ser realizada no dia 17/09/2014

(conforme documento anexo).

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DA APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 949, 950 e 951 DO CÓDIGO

CIVIL

A Constituição Federal estipulou à pessoa garantias

fundamentais e, entre estas, assegurou o direito de indenização por dano

material, moral ou à imagem. O conceito de imagem, segundo Luiz Alberto David Araújo, “A

proteção Constitucional da própria imagem”, por sua vez, deve ser entendido a partir do texto Constitucional e não de uma simples idéias de imagem.

Nesse contexto está a figura científica da imagem atributo,

aquela construída pelo próprio indivíduo perante o meio social, como, por exemplo, a imagem profissional de alguém.

A proteção Constitucional abrange a imagem da pessoa integralmente, tanto sua expressão física ou desta decorrente, como o

conjunto de suas características vista pelo meio social. É certo que o dano à imagem da pessoa, em princípio, se

confunde como sendo um componente da figura jurídica do dano moral, na medida em que a imagem de alguém é parte integrante dessa pessoa. Mas, a fim de tutelar o direito da pessoa à própria imagem de maneira mais

completa e evitar situações de injustiça é que o legislador constitucional tratou o assunto isoladamente, separando-o das demais espécies de dano.

Aconteceu de a ofensa à imagem do autor ter sofrido conseqüências apreciáveis economicamente, já que em virtude da

hérnia adquirida na reclamada, é visto por aqueles que ofertam vagas no mercado de trabalho como pessoa doente e incapaz, potencialmente causadora de problemas e despesas ao empregador. O resultado é

evidente: o reclamante não consegue se recolocar no mercado formal de trabalho, nada importando sua experiência profissional.

O direito na relação entre o homem e o seu trabalho é, por natureza, um instrumento de proteção ao ser humano nas suas conturbadas

relações com o semelhante. Entre os seus objetivos mais importantes está o de equilibrar as forças, a fim de evitar conflitos ou facilitar a conciliação das

partes, visando à paz social. Com esse espírito foi construída a Constituição Federal do

Brasil, sob o primado da dignidade da pessoa humana e neste princípio estão deitados seus pilares, vários deles protegendo o homem enquanto pessoa trabalhadora que além de produzir riquezas promove a construção

de uma sociedade justa e solidária.

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Na esteira do comando constitucional, o direito Individual do Trabalho, ramo da ciência jurídica, define-se, segundo Maurício Godinho

Delgado como: “Complexo de princípios, regras e institutos jurídicos que regulam, no tocante às pessoas e matérias envolvidas, a relação empregatícia do trabalho, além de outras relações laborais normativamente especificadas”.

Esse segmento jurídico especializado tornou-se, na História do

Capitalismo Ocidental, um dos instrumentos mais relevantes de inserção na sociedade econômica de parte significativa dos segmentos sociais despossuídos de riqueza material acumulada, e que, por isso mesmo,

vivem essencialmente, de seu próprio trabalho.

A par desse ordenamento, de modo subsidiário, porém enfático e com ele harmônico, está a legislação civil estabelecendo responsabilidades e prescrevendo reparação de danos resultantes das relações entre o

homem e o trabalho, sempre com intuito primeiro de pacificar as partes nelas envolvidas e assim ir edificando a sociedade almejada por todos.

Mas, o homem trabalhador componente do significativo segmento social que vive exclusivamente do seu próprio trabalho, é posto, na

relação com o poder capitalista, em situação de inferioridade, porque é instintivo no mundo natural o domínio do elemento mais forte sobre o mais fraco, que mesmo vivendo em comunidade não consegue reagir. Cabe ao

direito interferir, no caso, para contrabalançar. São diversos e acentuados os acidentes e as doenças que

lesionam o trabalhador e lhe causam danos materiais, morais, à imagem, atuais e futuros, Ao longo do tempo, se não for contida essa tendência,

restará à sociedade um quadro bem triste a ser contemplado. Disciplinou o Código Civil que as perdas e danos abrangem

além do dano emergente, aquilo que o ofendido perdeu, também o lucro cessante, aquilo que razoavelmente deixou de ganhar. E mais, se persistir

possibilidade razoável de perda Futura¹, sendo estas iminente, dano infecto, é necessário que se busque, também, a efetiva reparação deste, até mesmo a perda de uma chance plausível e importante deve ser objeto de reparação.

Ainda, a indenização tem como objetivo não só reparar o dano, mas, inclusive, desestimular o ofensor, para que não se habitue a prática

predatória nociva ao convívio social.

Portanto, caso a reclamada não reintegre o reclamante, seja ela condenada a pagar o lucro cessante, aqueles valores salariais que razoavelmente receberia se, não tivessem lhe tirado a sua capacitação

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profissional. Cuja quantia o reclamante deixou de ganhar até completar 72

anos de idade, visto que ao ser dispensado tinha 33 anos de idade.

Indubitavelmente, o reclamante faz jus ao lucro cessante, visto que ao ser dispensado pela ré portava doença adquirida no trabalho, tal como: hérnia inguinal, enquanto empregado da mesma, em razão disso, se

encontra debilitado e impedido de exercer alguma atividade remunerada capaz de lhe garantir o sustento próprio e familiar, cuja documentação ora juntada demonstra e comprova de forma inequívoca ser o reclamante

portador de moléstia relacionada ao trabalho e, de acordo com seu histórico profissional, adquiriu a doença na reclamada.

Cabe ainda ressaltar que enquanto empregado da reclamada, o reclamante usufruía os benefícios do convênio médico concedido pela ré,

sendo certo que após a dispensa ocorrida em agosto de 2014, o reclamante não poderia mais poderá contar com o convênio médico concedido pela

empresa reclamada que resultou no cancelamento da cirurgia que estava marcada. Além de não poder custear as despesas com consultas médicas, exames clínicos e laboratoriais, por lhe faltar recursos financeiros até para a

sua própria sobrevivência. Assim, requer desde já a aplicação do disposto no artigo 950 do Código Civil Brasileiro uma vez que a prova insofismável do prejuízo sofrido é evidente.

Art. 944 do CC. A indenização mede-se pela extensão do dano.

Art. 949 do CC. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento

e dos lucros cessantes até o fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.

Art. 950 do CC. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além

das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à

importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.

Parágrafo Único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

Art. 951 do CC. O disposto nos artigos 948, 949 e 950 aplica-se ainda no caso de indenização devida por aquele

que, no exercício de atividade profissional, por negligência,

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imprudência ou imperícia, causar a morte do paciente,

agravar-lhe o mal, causar-lhe lesão, ou inabilitá-lo para o trabalho (grifo nosso).

DOS HONORÁRIOS PARA PAGAMENTO DE DESPESA COM ADVOGADO

Os artigos 791 e 839, “a”, da CLT estabelecem o “jus postulandi” na

Justiça do Trabalho, enquanto o artigo 14 da Lei 5.584/70 assegura o direito de assistência judiciária gratuita pela entidade sindical. Tais dispositivos se destinam a facilitar o acesso ao Poder Judiciário, mas não retira do trabalhador a possibilidade de valer-se da contratação de advogado para defender seus interesses em Juízo.

O “jus postulandi” e a assistência judiciária gratuita pelo sindicato são faculdades e não deveres, podendo a parte escolher como usufruir de seu direito constitucional de acesso ao Poder Judiciário (CF, artigo 5º, XXXV), eis que essa liberdade decorre do Estado Democrático de Direito (CF, Preâmbulo e artigo 1º, “caput”).

O deferimento de honorários advocatícios na Justiça do Trabalho impõe-se não apenas com base na norma processual do artigo 20 do CPC, mas também em razão dos artigos 389, 404 e 927 do Código Civil, estabelecendo que as indenizações decorrentes de obrigações não cumpridas devem incluir os honorários advocatícios. O princípio geral de direito de que a parte prejudicada deve contar com ressarcimento integral dos prejuízos revela-se compatível com o princípio trabalhista de proteção à parte economicamente hipossuficiente.

Excluir do reclamante o recebimento de despesas com a contratação de advogado, quando reconhecida a lesão de seus direitos, seria discriminação e agressão ao princípio da igualdade (CF, art.5º, “caput”), pois retiraria da parte direito assegurado aos demais litigantes judiciais.

Não foi outra a conclusão a que se chegou na 1ª Jornada de Direito Material e Processual na Justiça do Trabalho, realizada pela ANAMATRA, TST e

ENAMAT, em 23/11/2007, explicitada nos seguintes Enunciados: a) nº. 53: “REPARAÇÃO DE DANOS – HONORÁRIOS CONTRATUAIS DE ADVOGADO. Os arts. 389 e 404 do Código Civil autorizam o Juiz do Trabalho a condenar o vencido em honorários contratuais de advogado, a fim de assegurar ao vencedor a inteira reparação do dano”; b) nº. 79, I: “Honorários de sucumbência na Justiça do Trabalho. As partes, em reclamatória trabalhista e nas demais ações da competência da Justiça do Trabalho, na forma da lei, têm direito a demandar em juízo através de procurador de sua livre escolha, forte no princípio da isonomia (art.5º, “caput”, da Constituição da República Federativa do Brasil) sendo, em tal caso, devidos os honorários de sucumbência, exceto quanto a parte sucumbente estiver ao abrigo do benefício da justiça gratuita”.

Dessa forma, cabível o ressarcimento das despesas do reclamante com honorários advocatícios (como crédito do autor e

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não como parcela exclusiva de seu advogado), no importe pleiteado de 20% sobre os créditos deferidos ao autor.

DA JUSTIÇA GRATUITA

Com fulcro no inciso LXXIV do artigo 5º., da CF, bem como nos artigos

1º, 2º, 3º e 4º da Lei nº. 1.060/50, o Reclamante, por não reunir, no momento,

condições para arcar com todas às custas e despesas decorrentes da presente

demanda, requer lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, a fim

ainda de que reste garantido seu acesso à justiça, o que afirma conforme declaração

de pobreza anexa.

ANTE O EXPOSTO, PEDE:

a) Acolhimento das preliminares suscitadas..................................... a acolher

b) Seja reconhecido o pedido de reintegração do reclamante ao quadro

funcional da reclamada em função compatível com seu estado de

saúde.................................................................................................a deferir

c) Seja por sentença reconhecido ser o reclamante portador de doença

relacionada ao trabalho desempenhado na reclamada, tais como:

hérnia inguinal e o indubitável nexo causal.........................................a decretar

d) Indenização por Dano Moral em decorrência da doença adquiria na

reclamada em valor equivalente a 100 salários do reclamante à

época do desligamento........................................................................R$ 128.040,00

e) Sem prejuízo da indenização devida por dano moral, seja por

sentença decretada a condenação das reclamadas no pagamento de

indenização prescrita nos artigos 949, 950 e 951 do Código Civil, a

saber:

1) De tratamento médico e psicológico, mais exames e medicamentos que serão desembolsados pelo resto da vida, a fim de lhe atenuar os sofrimentos pessoais, despesas que deverão ser estimadas através de perícia médica;......................a decretar 2) Lucros cessantes, até a idade de 72 anos, correspondentes ao maior salário recebido pelo reclamante acrescido de férias décimos terceiros salários e demais vantagens, iguais aos de quem está na ativa, preferindo que a indenização seja

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arbitrada e paga de uma só vez, já que a doença adquirida no trabalho impede o reclamante de usar a experiência profissional e com isso auferir rendimentos, pelo menos iguais e com as vantagens aos que recebia enquanto desfrutava de

higidez física e mental.......................................................... a arbitrar f) Honorários para pagamento de despesa com advogado, em 20% sobre o valor da condenação, sendo devida ao reclamante e não como parcela de seu advogado............................................... a decretar g) Os benefícios da Assistência Judiciária Gratuita, nos termos da Lei, face o reclamante estar desempregado e enfermo, não podendo suportar os ônus das custas processuais sem prejuízo do próprio sustento e de sua família............................................ a conceder h) Juros de mora e atualização monetária.....................................a decretar

TOTAL ......................................................................................R$ 128.040,00

REQUERIMENTOS:

a) Requer, de Vossa Excelência seja a reclamada notificada para

comparecer na audiência a ser designada, para que conteste os termos da presente,

sob pena de revelia e confissão quanto a matéria de fato, a oitiva de testemunhas,

depoimento pessoal do representante legal da reclamada sob pena de confissão,

apresentação de quesitos e suplementares, e afinal seja julgada totalmente

procedente a presente reclamatória, condenando a demandada ao total postulado,

custas periciais, tudo com juros e atualização monetária. Protestando provar o

alegado por todos os meios em direito admitidos;

b) Requer a expedição de Ofícios ao INSS, CEF, DRT, RECEITA

FEDERAL, para as providências administrativas cabíveis; c) Requer a realização de perícia médica afim de confirmar a

doença adquirida no trabalho e o indubitável nexo causal; d) Requer que a reclamada seja intimada para que exiba juntamente

com a defesa, o comprovante de inscrição no CNPJ, em atenção ao provimento GP/CR nº 8/2002 do TRT da 15ª Região;

Dá-se à causa o valor estimado de R$ 128.040,00 (cento e vinte e oito mil e quarenta reais), exclusivamente, para efeito de rito processual, devendo no caso em tela ser adotado o rito ordinário.

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