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ABATE DE BOVINOS ATINGE O MENOR ÍNDICE DESDE 2016 COM ALTA DA IMPORTAÇÃO, SUPERÁVIT DO AGRONEGÓCIO CAI EM NOVEMBRO POTENCIAL DO CERRADO PODE LEVAR O BRASIL À AUTOSSUFICIÊNCIA EM TRIGO CAPTAÇÃO DE LEITE NO BRASIL NO 3º TRI. FOI A MAIOR REGISTRADA DESDE 97 Página 3. Página 8. Segundo o IBGE, foram abatidas 7,69 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre deste ano, queda de 9,5% ante igual período do ano passado. Página 3. O agronegócio brasileiro importou 22% mais em novembro ante igual período do ano passado, ou US$ 1,31 bilhão, enquanto as exportações do setor recuaram 1,5%, para US$ 7,94 bilhões, segundo dados consolidados do Minis- tério da Agricultura. Página 4. Continua na Página 6. Foto: Divulgação “C om a disparada das ma- térias primas e a valo- rização das proteínas o mercado passa a olhar para um copo d’água meio cheio”. Foi com esta perspectiva que o CEO da Polinutri, Paulo Roberto Andrade, deu as boas-vindas para os mais de 170 pro- fissionais da cadeia de produção de proteína animal presentes no Web Debate Polinutri realizado na manhã de 04 de novembro. “Apesar de lutarmos com os aumentos de mercado impulsionados pelo dólar, vemos as proteínas, em geral, respondendo de maneira positiva e, em partes, absorvendo os custos de produção”, analisa o CEO. Um evento ímpar, organizado pelo time de marketing da Polinutri e conduzido pelo Diretor Comercial e Marketing da companhia, Otavio Fregonesi, que trouxe conjunturas para diversas cadeias de produ- tivas apresentadas por um dos mais cotados especialistas de mercado do agronegócio, o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Eco- nomia Aplicada, Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro. “Um ano cheio de excepcionalidades”, iniciou o consultor, com destaque para os mercados de soja e milho. Antes de entrar no eixo central da demanda apontada pelos clientes Polinutri, o profissional resumiu o momento atual. “Com a pandemia houve um aumento do ritmo das exportações jamais visto em outras geografias e agora vemos as consequências nas formações dos preços internos”, apontou. Cenário que contribui com o aumen- to generalizado dos preços de alimentos em todo o mundo em função da corrida supermercadista – estocagem de alimen- tos – e em outros casos países que foram penalizados pela deficiência na distribuição. “Com o fechamento do Food Service toda a demanda se voltou para o Varejo que pres- sionado impulsionou a alta de preços dos alimentos. Setor que se adaptou de forma ágil. Somente os dois grandes varejistas nacionais contrataram 10 mil pessoas para atender a demanda e digitalizaram de forma muito rápida seus processos para otimizar suas operações”, pontuou. Alexandre Mendonça de Barros apresentou para os mais de 170 participantes no Web debate Polinutri os movimentos que sustentam a demanda chinesa e seus impactos no mercado agro nacional e internacional A ESCALDANTE EQUAÇÃO: PANDEMIA, CHINA E O AGRO NACIONAL EM 2020 212ª EDIçãO - 13 DE DEZEMBRO DE 2020.

Alexandre Mendonça de Barros apresentou para os mais de 170 “C · 2020. 12. 12. · Engenheiro Agrônomo e Doutor em Eco-nomia Aplicada, Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro

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  • AbAte de bovinos Atinge o menor índice desde 2016

    com AltA dA importAção, superávit do Agronegócio cAi em novembro

    potenciAl do cerrAdo pode levAr o brAsil à AutossuficiênciA em trigo

    cAptAção de leite no brAsil no 3º tri. foi A mAior registrAdA desde 97

    Página 3. Página 8.

    Segundo o IBGE, foram abatidas 7,69 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre deste ano, queda de 9,5% ante igual período do ano passado. Página 3.

    O agronegócio brasileiro importou 22% mais em novembro ante igual período do ano passado, ou US$ 1,31 bilhão, enquanto as exportações do setor recuaram 1,5%, para US$ 7,94 bilhões, segundo dados consolidados do Minis-tério da Agricultura. Página 4.

    Continua na Página 6.

    Foto: Divulgação

    “Com a disparada das ma-térias primas e a valo-rização das proteínas o mercado passa a olhar para um copo d’água meio cheio”. Foi com esta perspectiva que o CEO da Polinutri, Paulo Roberto Andrade, deu as boas-vindas para os mais de 170 pro-fissionais da cadeia de produção de proteína animal presentes no Web Debate Polinutri realizado na manhã de 04 de novembro. “Apesar de lutarmos com os aumentos de mercado impulsionados pelo dólar, vemos as proteínas, em geral, respondendo de maneira positiva e, em partes, absorvendo os custos de produção”, analisa o CEO.

    Um evento ímpar, organizado pelo time de marketing da Polinutri e conduzido pelo Diretor Comercial e Marketing da companhia, Otavio Fregonesi, que trouxe conjunturas para diversas cadeias de produ-tivas apresentadas por um dos mais cotados especialistas de mercado do agronegócio, o Engenheiro Agrônomo e Doutor em Eco-nomia Aplicada, Alexandre Mendonça de Barros, da MB Agro.

    “Um ano cheio de excepcionalidades”, iniciou o consultor, com destaque para os mercados de soja e milho. Antes de entrar no eixo central da demanda apontada pelos clientes Polinutri, o profissional resumiu o momento atual. “Com a pandemia houve um aumento do ritmo das exportações

    jamais visto em outras geografias e agora vemos as consequências nas formações dos preços internos”, apontou.

    Cenário que contribui com o aumen-to generalizado dos preços de alimentos em todo o mundo em função da corrida supermercadista – estocagem de alimen-tos – e em outros casos países que foram penalizados pela deficiência na distribuição.

    “Com o fechamento do Food Service toda a demanda se voltou para o Varejo que pres-sionado impulsionou a alta de preços dos alimentos. Setor que se adaptou de forma ágil. Somente os dois grandes varejistas nacionais contrataram 10 mil pessoas para atender a demanda e digitalizaram de forma muito rápida seus processos para otimizar suas operações”, pontuou.

    Alexandre Mendonça de Barros apresentou para os mais de 170 participantes no Web debate Polinutri os movimentos que sustentam a demanda chinesa e seus impactos no mercado agro nacional e internacional

    A escAldAnte equAção: pAndemiA, chinA e o Agro nAcionAl em 2020

    212ª EDIçãO - 13 DE DEZEMBRO DE 2020.

  • groina gronegóciosaJornalO Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 2

    JORNAL AgROiN AgRONEgÓCiOS

    Circulação MS, Mg e SP

    ANO XIV - Nº 21213 de dezembro de 2020

    Diretor: WiSLEy TORALES ARguELhO

    [email protected] - 67 9.9974-6911

    Jornalista Responsável:ELiANE FERREiRA / DRT-MS 152

    [email protected]

    Colaborador:MAuRíCiO PiCAzO gALhARDO

    [email protected]

    Direto à Redação:SugESTõES DE PAuTA

    [email protected] - [email protected]

    Representante DF e BA:PuBLi REPRESENTAçõES

    Rua 19 Quadra 206, Lote 06, Edifício Ouro Branco II, Sala 1401, Águas Claras, Brasília-DF

    [email protected] - 61 9 8127-5839

    Representante PR:guERREiRO AgROMARkETiNg

    Rua Humaitá, 452, Sala 103, Centro Empresarial Dalla Costa, Maringá-PR. [email protected] - 44 9 9180-4450.

    O Jornal Agroin Agronegócios é uma publicação de responsabilidade da

    Agroin Comunicação.

    Tiragem:Versão impressa: 9.000 exemplaresVersão Digital: 81.925 e-mails válidos

    Redação, Publicidade e Assinaturas Rua 14 de Julho, 1008 Centro

    CEP 79004-393, Campo grande-MSFone: (67) 3026 5636 [email protected] www.agroin.com.br

    AgROiN COMuNiCAçãO Não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nas entrevistas ou matérias

    assinadas.

    Ocrescimento de uma empresa conotará algo muito maior do que sim-plesmente multiplicar as receitas correntes e até os seus lucros. Entenda que a “oportunidade” significará ser quase que um obscecado sobre buscar uma melhoria constante, não apenas em ficar focando para encontrar mais novos clientes?

    Ou seja, se as oportunidades de inovar acabarem morrendo por pura negligência, os seus negócios morrerão juntamente com estas. Principalmente, se você já for um

    empresário ou uma empresária que entende a necessidade de permanecer profunda-mente focado em resolver os problemas e as oportunidades emergentes.

    Qualquer empresário ou empresária que tentar manter o status quo, rapidamente perderá o terreno. Reconheça a importância capital da inovação e o fato de que levará tempo e uma certa alocação de recursos para que o seu investimento seja capaz de produzir resultados palpáveis.

    Você simplesmente não poderá “desejar” que a sua empresa se torne um verdadeiro cria-dor de valores para o seu mercado. Você pre-cisará planejar, executar, nutrir e implementar etapas que serão progressivas e específicas e se você não estiver 100% comprometido em tornar as suas abordagens e os seus pensamen-tos atuais 100% obsoletos e continuamente os substituir por novas táticas inovadoras, fique tranquilo, os seus concorrentes farão todo este trabalho por você.

    Afinal de contas, os verdadeiros empre-endedores e empreendedoras reconhecem que as inovações quase sempre começam pequenas, mas que se forem nutridas e respeitadas - devem acabar produzindo um retorno “ENORME”.

    Além do mais, gostaria de enfatizar que a verdadeira recompensa que você terá ao crescer uma empresa, será o processo em si. A maioria das pessoas está obcecada com o produto final. Eles querem ganhar R$ 10 milhões; eles querem ter a empresa que cresce rapidamente, a esposa mais bonita ou o corpo mais bonito. Mas se por um acaso eles vierem a conseguir qualquer uma destas coisas apenas para obterem o produto final?...o resultado será anticlimático.

    O que estou querendo dizer é que os céus não vão se abrir para que os anjos desçam dos céus tocando uma trombeta, o sol não vai brilhar mais forte e a vida não

    vai se transformar, só porque você atingiu algum objetivo primário e arbitrário. Toda a vida é sobre o processo.

    O nosso trabalho é o de aproveitar melhor o processo, porque isto é o melhor que poderá acontecer conosco. Lembre-se que você está construindo uma empresa. Em outras palavras, um valioso ativo que proporcionará uma vida significativa e um legado substancial tanto para você quanto para todos os seus entes queridos.

    Você começou através de uma grande ideia, construiu um plano de ação e buscou capital. Você aprendeu a pensar de maneira diferente sobre os recursos de que necessita e conheceu pessoas fascinantes que o ajuda-ram a obtê-los. Uma coisa é certa: você pre-cisará continuar a agregar um valor distinto, decisivo e altamente percebido que será algo definitivo e preciso aos olhos de quem os vê.

    Neste caso, o observador poderá signifi-car o usuário final (o comprador), o compra-dor de uma loja no varejo, o comprador de uma empresa de distribuição, o investidor e as pessoas com quem você trabalha (que deverão também comprar as suas ideias). Mas agora que você já tem as ferramentas

    de que tanto precisa, bem como o conhe-cimento, as técnicas e as estratégias que proporcionam a vantagem. Desejo tanto a você quanto para à sua empresa um sucesso extraordinário, não importa qual que seia o caminho que vier a escolher.

    Se você tentar apenas garantir o finan-ciamento para um investimento estratégico ou passivo, utilizar qualquer tipo de plano alternativo (como estabelecer uma parce-ria com outras empresas) para que possa catapultar a sua visão para a prosperidade?

    Posso demonstrar maneiras que serão excepcionalmente superiores e bem melho-res para penetrar no seu desejado mercado. Nunca se esqueça de que você tem opções maiores e melhores e que o seu progresso será exclusivamente pessoal.

    Para encerrar este artigo, gostaria de com-partilhar com você uma citação que poderá redefinir o resto da sua vida empresarial. Este jóia de sabedoria é oriunda do Leo Burnett, um dos grandes nomes da publicidade.

    “Se você mirar em atingir a lua e as estre-las uma coisa é certa: você nunca vai acabar com um punhado de lama em suas mãos.”

    Desejo boa sorte para você e para a sua empresa. Especialmente enquanto você estiver olhando em seu dia a dia, para a lua e as estrelas através dos seus negócios, certo?

    Quer saber sobre como é que você pode-rá materializar toda essa bonança financeira diretamente no seu caixa ao aumentarmos os seus lucros?

    Então, ligue ainda hoje para (67) 3211-6933 ou escreva um e-mail para: [email protected]. Vamos agendar um encontro para descobrirmos juntos se há uma verda-deira fortuna em ativos ocultos escondida dentro da sua empresa ou não?

    (*) EduArdo E. KArMouChE é um mentor empresarial, especialista em crescer a venda das empresas.

    tomAtes trAnsgênicos produzem medicAmentos contrA pArkinson

    Em sua primeira previsão para 2021, a COCERAL, da Bélgica, prevê a safra total de grãos na UE-27 + Reino Unido em 307,4 milhões de toneladas, um aumento significativo em relação aos 295,7 milhões de toneladas colhidas em 2020.

    O relatório divulgado em 9 de dezembro projeta que a produção de trigo (excluindo durum) se recuperará de 127,9 milhões de toneladas para 143 milhões de toneladas, impulsionada por plantações e rendimentos mais elevados na França, Alemanha, Reino Unido e países dos Balcãs, onde o clima

    adverso afetou a última safra. A COCERAL prevê que a produção

    de cevada UE-27 + Reino Unido 2021 seja de 61,5 mi. de toneladas, ante 63,1 mi. de toneladas no ano passado. Enquanto a Alemanha e a França têm previsão de safras muito melhores do que em 2020, a produção é vista em queda na Espanha, onde o clima durante o estágio de desenvolvimento de safra mais crítico foi excelente em 2020, e no Reino Unido, onde o plantio de cevada na primavera deve diminuir substancialmente como o país plantou mais grãos de inverno este ano do que no ano passado.

    A safra de milho UE-27 + Reino Unido 2021 é vista pela COCERAL em 63,1 mi-lhões de toneladas, acima da safra de 62,8 milhões de toneladas do ano passado, com safras muito maiores nos países dos Balcãs e pequenas reduções em vários outros estados membros da UE. A safra de colza UE-27 + Reino Unido está prevista para se recuperar ligeiramente de 16,9 milhões de toneladas para 17,8 milhões de toneladas por causa de colheitas um pouco maiores em vários países, incluindo Alemanha, França, Reino Unido, Romênia, Bulgária e Hungria.

    Foto: Divulgação

    A mudAnçA é Algo certo! As empresAs crescem ou morrem... simples Assim!

    Por Eduardo E. Karmouche*

  • groina gronegóciosaJornal O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 3

    expectAtivA é de AltA nAs vendAs de frAngo diAnte dAs festAs de fim de Ano

    cAptAção de leite no brAsil no terceiro tri. foi A mAior já registrAdA desde 1997

    Segundo o IBGE, foram abatidas 7,69 milhões de cabeças de bovinos no terceiro trimestre deste ano, queda de 9,5% ante igual período do ano passado

    A expectativa para a venda de pro-dutos de carne de frango é positiva no curto prazo, em função da pro-ximidade das festas de fim de ano, avalia o Itaú BBA. Em relatório mensal, analistas destacam que o setor está estruturado para atender a demanda crescente e que

    Impulsionada pela alta sazonal da oferta nas principais bacias leiteiras do país, a captação de leite no Brasil registrou recorde no terceiro trimestre deste ano, com 6,45 bilhões de litros, segundo pesquisa trimestral divulgada dia 10/12 pelo IBGE.

    os preços tendem a permanecer firmes até o fim do ano.

    Para 2021, a avaliação é de uma possí-vel mudança nas características para este mercado. No relatório, analistas lembram que, em janeiro, com o aumento das viagens, as cotações da ave costumam se acomo-

    O resultado representa um aumento de 2,6% ante igual período do ano passado e de 10,7% ante o trimestre imediatamente anterior. “Apesar dos impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19, esse resultado representa um recorde para um 3º trimestre, levando em consideração a série histórica, iniciada em 1997”, observa o instituto.

    A alta reflete uma maior captação em 10 dos 26 Estados acompanhados pelo IBGE,

    dar. Dessa vez, entretanto, por causa da pandemia, é possível que as pessoas deem preferência a continuar em casa, o que manteria a demanda em alta.

    Quanto às exportações, os embarques de carne de frango devem ficar em linha com o volume e os preços do ano passado. “É importante uma recuperação dos preços de exportação para que o quadro não se agrave ainda mais”, alerta o banco, acrescentando que os preços caíram, enquanto os custos aumentaram.

    com destaque para Paraná (73,72 milhões de litros), Minas Gerais (66,89 milhões de litros), Santa Catarina (28,28 milhões de litros) e Bahia (22,75 milhões de litros).

    Ainda de acordo com o IBGE, a maior parte da captação de leite pelos laticínios brasileiros foi realizada por estabeleci-mentos de grande porte, que receberam mais de 50 mil litros de leite/dia e foram responsáveis por 86% do volume de leite cru captado no terceiro trimestre deste ano.

    Outro fator que deve ser observado nos próximos meses é o custo de produção, com a tendência de preços ainda elevados para os grãos brasileiros.

    “Além da frustração dos números da pri-meira safra de milho do Rio Grande do Sul, a entrada da soja em comercialização, que pode trazer um certo alívio para os preços do farelo, deve atrasar. No caso do cereal, acreditamos que uma queda significativa pode vir somente após a chegada da safrinha, o que ainda é distante”, avalia o Itaú BBA.

    Durante o terceiro trimestre deste ano, o abate brasileiro de bovi-nos atingiu o menor patamar desde 2016, segundo pesquisa trimestral realizada pelo IBGE.

    De julho a setembro, foram 7,69 milhões de cabeças abatidas, queda de 9,5% ante igual período do ano passado, mas 4,5% acima do observado no segundo trimestre. Na comparação mensal, agosto teve a maior queda em relação à 2019, com 12,4%.

    Em nota, o IBGE destaca que o resul-tado reflete a redução da oferta de animais

    prontos para abate este ano, consequência do ciclo de alta da pecuária e da maior retenção de fêmeas.

    Na comparação com o terceiro trimestre do ano anterior, o abate de vacas apresentou queda de 19,6%, enquanto o de novilhas (animais com com menos de dois anos) teve queda de 11,7%. Já em relação ao segundo trimestre deste ano, a retração foi 10,1% no abate de vacas e de 11,2% para novilhas.

    No caso de animais machos, o abate no terceiro trimestre deste ano alcançou 5,08 milhões de cabeças, sendo que os bois com

    dois anos ou mais representaram 92,4% do total. O resultado representa 4,2% ante 2019 no caso de animais adultos e de 11,3% quando considerados apenas novilhos.

    Já na comparação com o segundo trimes-tre deste ano, houve aumento de 14,6% e 13,1% nos abates de bois adultos e novilhos, respectivamente.

    Foto

    : Divu

    lgaç

    ão

    Itaú BBA também projeta que, diante da pandemia de Covid-19, consumo deve se manter elevado no mercado interno em janeiro

    AbAte de bovinos Atinge o menor pAtAmAr desde 2016

    Segundo o IBGE, foram 6,45 bilhões de litros entre julho e setembro deste ano

    brAsil bAterá novo recorde nA sAfrA 2020/21 e terá produção 1,9% mAior, projetA ibge

    A safra agrícola 2020/21 deve resultar em uma produção de 256,8 milhões de toneladas de grão, alta de 1,9% em relação ao ciclo anterior, ou 4,709 milhões de toneladas a mais, renovando mais uma vez o recorde de produção.

    Os dados são do segundo prognós-tico de safra do IBGE, que foi divulgado no último dia 10/12. Em relação à pri-meira projeção, no início de novembro, a estimativa de produção cresceu 1,4%, com 3,6 milhões de toneladas a mais.

    Em 2019/20, a safra deve totalizar com recorde de 252 milhões de tone-ladas, resultado 4,4% maior do que a anterior, de acordo com o Levantamen-to Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de novembro.

    O resultado do mês passado ficou praticamente inalterado em relação à es-timativa referente a outubro. A projeção da área a ser colhida pelos produtores agrícolas brasileiros é de 65,3 milhões de hectares, um crescimento de 3,3% em relação ao ciclo anterior.

    Estimativa é de uma produção de 256,8 milhões de toneladas de grão, com 4,7 milhões de toneladas a mais do que no ciclo anterior

    Foto: Wisley Torales / Agroin Comunicação

  • groina gronegóciosaJornalO Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 4ibge: “produção de Aves, ovos e suínos bAte recorde no terceiro trimestre”

    As exportações recordes de carne suína para China, em meio a preços nunca vistos para a arroba bovina, leva-ram a resultados históricos na produção brasileira de carne suína, fran-go e ovos no terceiro trimestre deste ano.

    No caso de suínos, foram 12,71 milhões de cabeças abatidas de julho a setembro des-te ano, aumento de 8,1% ante igual período do ano passado e de 4,5% ante o trimestre imediatamente anterior.

    Segundo o IBGE, julho e agosto registra-ram os maiores níveis da atividade, meses em que, sazonalmente, os abates aumentam no país. “Pode-se constatar que os meses mais frios do ano geralmente coincidem com o aumento do abate dessa espécie. Além disso, o desempenho recorde das exportações de carne suína no período também contribuiu positivamente”, aponta o instituto.

    De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior apresentados pelo relatório, as exportações brasileiras de carne de suína aumentaram em 52,6% no

    terceiro trimestre quando comparadas com o terceiro trimestre de 2019 e tiveram a China como principal destino, com 55,5% de participação. Foram 69,22 mil tonela-das a mais enviadas para o país na mesma comparação, configurando um recorde nos embarques para o período.

    “A ocorrência da Peste Suína Africana na China a partir do segundo semestre de 2018 dizimou grande parte do seu rebanho, e vem gerando a necessidade de aquisição de maiores volumes de carne suína brasileira desde aquela data”, lembra o instituto.

    Ainda de acordo com o IBGE, o resulta-do do terceiro trimestre refletiu o aumento no abate em 13 dos 25 Estados participantes da pesquisa. A região Sul respondeu por 66,5% do abate nacional.

    Em frangos, o abate no terceiro trimestre somou 1,51 bilhão de cabeças, aumento de 2,8% em relação ao mesmo período de 2019 e de 7% na comparação com o trimestre imediatamente anterior. Só em julho foram 521,3 milhões de animais abatidos, maior volume para o período desde 1997.

    “O desempenho do setor se aproximou ao patamar recorde atingido no 1° trimes-tre de 2020, período em que os efeitos da pandemia ainda estavam no início”, observa o IBGE.

    A produção de ovos também registrou recorde no terceiro trimestre, com 1,01 bilhão de dúzias. O número representa crescimento de 3,8% ante igual período do ano passado e de 3,6% ante o trimestre imediatamente anterior.

    O pico da produção, segundo o IBGE,

    ocorreu em agosto, com 338,76 milhões de dúzias - 3,3% acima da produção ob-servada em igual mês de 2019. Com isso, o alojamento de fêmeas em postura também atingiu recorde em setembro, com 177,16 milhões de galinhas alocadas para a pro-dução de ovos

    “A alta no preço das carnes, registrada ao longo do terceiro trimestre, tende a fomentar o consumo de ovos de galinha, por se tratar de uma fonte de proteína mais acessível”, explica o instituto.

    de acordo com o instituto de pesquisa, alta no preço da carne bovina e exportações recordes para a China contribuíram para o resultado

    Foto: Divulgação

    com AltA dA importAção, superávit do Agronegócio cAi em novembro

    O agronegócio brasileiro importou 22% mais em novembro ante igual período do ano passado, ou US$ 1,31 bilhão, enquanto as exportações do setor recuaram 1,5%, para US$ 7,94 bilhões, segundo dados consolidados do Ministério da Agricultura. Com isso, o superávit do agronegócio, que havia sido de US$ 6,982 bilhões em novembro de 2019, ficou em US$ 6,625 bilhões, queda de 5,1%.

    Nos 11 meses deste ano, o superávit é de US$ 81,926 bilhões, 6,8% superior ao do período de janeiro a novembro de 2019, de US$ 76,703 bilhões. Nos 11 meses as exportações somaram US$ 93,621 bilhões (+4,9%) e as importações, US$ 11,695 bi-lhões (-6,9%).

    Conforme o ministério, os principais produtos importados foram malte (US$

    80,98 milhões; +108,7%); trigo (US$ 69,63 milhões; -27,1%); papel (US$ 68,20 milhões; +6,1%); arroz (US$ 62,68 milhões; +290,4%); vinho (US$ 52,33 milhões; +41,2%); leite em pó (US$ 49,94 milhões; +172,8%); soja em grãos (US$ 49,27 milhões; +2.397,4%); azeite de oliva (US$ 46,03 milhões; +4,7%); óleo de soja em bruto (US$ 45,46 milhões; +10.673,4%); óleo de palma (US$ 39,27 milhões; +70,9%).

    Já a menor exportação do setor em no-vembro se deveu à queda de 2,3% no índice de preços dos produtos. “Por outro lado, houve elevação do índice de quantum das exportações, que aumentou 0,9%, abran-dando a diminuição dos preços médios de exportação”, disse a pasta em nota.

    As exportações do complexo soja ce-deram US$ 1,14 bilhão. Por outro lado,

    cresceram os embarques do complexo sucroalcooleiro (+ US$ 387,32 milhões); ce-reais, farinhas e preparações (+ US$ 185,19 milhões); café (+ US$ 170,61 milhões); e produtos florestais (+ US$ 150,45 milhões). “Houve recorde de volume exportado em vários produtos desses quatro setores: milho; açúcar de cana em bruto; celulose e café verde.”

    Ainda conforme o ministério, os cinco

    principais setores exportadores do agrone-gócio em novembro foram carnes (19,5% de participação); complexo soja (14,0% de participação); produtos florestais (13,3% de participação); complexo sucroalcooleiro (13,1% de participação); e cereais, farinhas e preparações (11,7% de participação). Estes setores exportaram 71,6% do valor total exportado pelo Brasil em produtos do agronegócio em novembro de 2020.

    Em novembro de 2019, os mesmos seto-res tiveram uma participação de 75,8% em novembro de 2019.O setor de carnes foi o principal setor exportador do agronegócio em novembro, com vendas de US$ 1,56 bi-lhões (-0,6%). A carne bovina foi a principal carne exportada, com US$ 844,09 milhões, ou 197,06 mil toneladas, recorde para os meses de novembro. A China continua sendo a principal importadora de carne bovina do Brasil, foram 95,44 mil tonela-das adquiridas em novembro ou 48,4% do volume total exportado pelo Brasil.

    Nos 11 meses deste ano, o saldo do comércio exterior do setor é positivo em uS$ 81,926 bilhões

    Foto: Divulgação

  • groina gronegóciosaJornal O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 5

  • groina gronegóciosaJornalO Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 6A escAldAnte equAção: pAndemiA, chinA e o Agro nAcionAl

    O movimento interno de tendência de elevação se deu pelo câmbio e com isso o cenário ideal para as exportações brasileiras. “Temos que ter em mente que isso não está relacionado a elevação dos preços em reais das commodities, mas a do barateamento da logística nacional em dólar. Outro fato nunca visto e que teve um peso na forma-ção de preços das commodities”, incluiu Alexandre.

    Na sua avaliação, aos olhos dos chine-ses, com a soja a US$ 8,40/bushel e milho US$ 3,00/bushel, valores muito abaixo da história recente, e os baixos custos logísti-cos compuseram a fórmula perfeita para compra de lotes de soja em uma veloci-dade sem precedentes. “Fato que pegou o mercado doméstico de surpresa em um primeiro momento”, enalteceu e atestou a posição apontando que o Brasil exportou recentemente 45 milhões de toneladas de soja em um período de três meses.

    Outro elemento que deve ser levado em consideração nesta composição foi o merca-do interno. Segundo o consultor, o Auxílio Emergencial foi responsável pela injeção de um montante mensal de 50 bilhões de reais na economia. “Ao compararmos com o Bolsa Família, criado em outra gestão, o programa foi e é responsável pela inserção de 33 bi ao ano. Portanto, estamos vendo uma

    transferência de renda jamais vista, mesmo com a queda real da massa salarial”, discorreu.

    Já os motivos pelos quais não há depre-ciação do câmbio, na avaliação do consultor, estão amparados em dois fatores: baixa taxa de juros e os preços dos produtos em geral. “A Selic pela primeira vez na histó-ria chegou a 2%. Já a inflação ocorre pelo desabastecimento dos estoques. Isso gera desconfiança e ela impacta nos investimen-tos. Acompanhamos investidores externos deixando de arbitrar devido a Selic, inflação e volatilidade de câmbio. Vimos sair do Brasil quase 40 bilhões de dólares por conta deste cenário”, citou. E por fim, não menos importante, o déficit público, próximo de R$ 800 milhões. Esses são alguns elementos citados pelo consultor que resultam no baixo fluxo de entrada de dólar no Brasil. “Todos ingredientes macroeconômicos que determinam os altos preços dos grãos que estamos vendo”, alinhou.

    Já pelo lado fundamentos dos mercados agrícolas, o consultor considerou a Peste Suína Africana (PSA) na China principal responsável pelas altas. Problema sanitá-rio que impactou na drástica redução do rebanho suíno e de matrizes daquele país, mais de 40% do plantel do maior produtor da carne mais consumida do mundo, que de um rebanho de 350 milhões de cabeça, de-vido aos abates sanitários, mantiveram algo próximo a 200 milhões. Cenário que exigiu estabilização do mercado acarretando em compras descomunais. “Hoje estão virando quase que 40% das importações mundiais de carne suína e 1/3 das importações mundiais de carne vermelha”, informou Alexandre e destacou que este movimento foi o princi-pal responsável pela explosão de preços do suíno e da arroba no mercado doméstico.

    Entretanto, tudo indica para uma reto-mada. “Dados de setembro apontam para uma retomada de 27 milhões de matrizes e o estabelecimento do rebanho próximo de 260 milhões de animais”, discorreu em meio a um recente trabalho realizado pela sua equipe que aponta grandes famílias chinesas inves-tindo na suinocultura. “Esse retorno revela a dimensão da grande pressão por compra de grãos pela China para um rebanho que com tecnologia embarcada, diferentemente do passado”, enalteceu e sugeriu: “Em caso de

    100% de restabelecimento do plantel a China precisará de 25 a 30 milhões de toneladas por ano. Por isso já compraram a safra de 21, 22 e com vistas para 23.”

    Uma questão que o consultor deixou no ar foi: “Será que os chineses também demandarão milho”. Isso porque o país possui uma cota de importação 7,2 milhões de milho, mas que nunca foi cumprida. Atualmente, informou Alexandre, o país produz e consome 260 milhões. “Nos últimos dois meses eles compraram dos Estados Unidos mais de 16 milhões de to-neladas de milho e sorgo num passo de três semanas”, adiantou o consultor e adicionou: “Há algo diferente acontecendo na China. Não achamos dif ícil os chineses terem que importar 20 e 30 milhões de toneladas de milho com vistas à 2021. Se assim for haverá um novo comprador, o maior de todos, no mercado mundial do milho que é hoje de aproximadamente 1,2 bilhão de toneladas, podendo gerar disruptura em algum dos países players, no caso Estados Unidos (55 milhões de toneladas), Brasil (42), Ucrânia

    e Argentina (32 a 34).”O que afaga este caldeirão de elementos

    que vem ditando o cenário mundial, na leitura do consultor, está na recuperação econômica para 2021. Isso pela retomada – ainda que lenta – do Food Service e da normalidade dos demais segmentos econô-micos com a chegada da vacina, conjuntura que, na sua avaliação, demandará das ca-deias produtivas mais alimentos. “Demanda ainda maior que neste ano e por esta razão projetamos também tendências de alta de preços”, destacou.

    Todos esses elementos dão elementos para sustentar os negócios de forma mais clara: “Nossas expectativas são de um 2021, mesmo ainda cheio de incertezas, muito mais positivo devido a possibilidade da chegada de uma vacina e por conta da recuperação da economia nacional vista no último trimestre, até mais rápido do que as previsões sugeridas no início da pandemia. Razões pelas quais projetamos ganhos para todo o setor do agro”, encerra Paulo Roberto Andrade.

    Alexandre Mendonça de Barros apresentou para os mais de 170 participantes no Web debate Polinutri os movimentos que sustentam a demanda chinesa e seus impactos no mercado agro nacional e internacional

    Foto: Divulgação

  • groina gronegóciosaJornal O Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 7Maurício Picazo Galhardo

    giro AgronegócioPARCERIA - A Conab e o Instituto

    Nacional de Meteorologia oficializaram uma parceria entre as instituições em cerimônia realizada com a participação do diretor de Política Agrícola e Infor-mações da Conab, Sergio De Zen, e do coordenador do 7º Distrito de Meteoro-logia (Disme/Inmet), Marcelo Schneider.

    TRANSGÊNICOS - Com uma área acumulada de 2,7 bilhões de hectares e um crescimento de aproximadamente 112 vezes desde 1996, a biotecnologia agrícola é considerada a inovação que foi mais rapidamente adotada pelos produtores rurais do mundo inteiro. Em 2019, as plantas transgênicas foram cultivadas em 190,4 milhões de hectares distribuídos em 29 países.

    REINO UNIDO - Com a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brasil precisa aproveitar uma oportunidade histórica de negociar um novo conjunto de acordos com os britânicos. Com um alto grau de complementaridade, as duas economias possuem uma série de inte-resses em comum que as permite avançar em negociações estratégicas, como o acordo para evitar dupla tributação e o de livre comércio.

    REALIZAÇÕES - Em 2020, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) dedicou boa parte de suas ações aos esforços para minimizar os efeitos da pandemia do Novo Coronavírus. Desde os primeiros meses, foram planejadas medidas para garantir o abastecimento de alimentos para a população e diminuir os impactos sobre a renda dos produtores rurais.Apesar da pandemia, o ano terminou com o setor agropecuário obtendo um bom desempenho, com aumento das exportações, ampliação de mercados e previsão de safra recorde de grãos.

    PARANAGUÁ - O Porto de Para-naguá realiza, a primeira operação de importação de soja. O navio Discoverer trouxe 30,5 mil toneladas do produto, dos Estados Unidos, para abastecer o mercado interno brasileiro. Apesar de ser considerado pequeno, este é o maior volume comprado pelo Brasil dos EUA desde 1997. “O Brasil é um gigante na produção de soja, mas o preço do pro-duto no mercado internacional, aliado às vantagens cambiais, fez com que prati-camente toda a produção fosse vendida ao exterior. Com isso, foi necessário importar o grão para atender a demanda interna”, explica o diretor-presidente da Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

    CRESCIMENTO - Nos últimos 47 anos, a agropecuária cresceu em média 3,22% ao ano. Entre os censos de 2006 e 2017, a taxa de crescimento aproximou-se de 4,3%, superando Estados Unidos (1,9%), China (3,3%), Chile (3,1%) e Argentina (2,7%). De 1995 a 2017, o Valor Bruto da Produção dobrou, sendo que a tecnologia foi responsável por mais de 60% desse crescimento. Esses são alguns dos dados do livro Uma Jornada Pelos Contrastes do Brasil: Cem anos do Censo Agropecuário, lançado dia (1º), em Brasília.

    PRESIDENTE - A Frente Parla-mentar da Agropecuária (FPA), durante reunião no dia 1º, elegeu a composição da nova diretoria que toma posse no próximo ano. O atual vice-presidente, deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR) foi eleito para comandar o colegiado durante o biênio 2021/22, a partir da transmissão do cargo, marcada para fe-vereiro de 2021. Em 2019, a FPA alterou o estatuto e retornou ao antigo formato para que cada presidente permaneça no mandato por dois anos.

    ARROZ - A Confederação da Agri-cultura e Pecuária do Brasil (CNA) de-bateu, a conjuntura do mercado de arroz e a isenção da Tarifa Externa Comum (TEC) para importação do produto fora do Mercosul, que se encerra no dia 31 de dezembro. O assunto foi discutido durante a reunião da Câmara Setorial do Arroz do Ministério da Agricultura, com a presença das entidades que repre-sentam a cadeia produtiva. A TEC foi retirada pelo governo em meio à alta no preço do cereal este ano. Sobre o arroz adquirido fora do Mercosul, incidia uma taxa de 8% que foi zerada.

    Opine: [email protected] | Um forte abraço. Até mais! | Jornalista voluntário MTB 64.425/SP.

    bolsonAro promete reenviAr medidA de regulArizAção fundiáriA em 2021

    O presidente Jair Bolsonaro afirmou dia 10/12, durante sua live semanal nas redes sociais, que vai reenviar a Medida Provisória (MP) da regularização fundiária. Originalmente, a MP entrou em vigor no final de 2019, mas acabou perdendo a vali-dade em maio deste ano, ao não ser votada pelo Congresso.

    Segundo Bolsonaro, o novo texto deve ser apresentado após a eleição dos novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, em fevereiro de 2021. “Mudando a mesa [diretora do Congresso], que vai ser em 1º de fevereiro do ano que vem, vamos reapresentar aquela Medida Provisória da regularização fundiária. Como na anterior, que caducou, todos os proprietários pode-rão ser atingidos positivamente”, afirmou.

    Na transmissão ao vivo, Bolsonaro es-tava acompanhado do secretário especial de Regularização Fundiária do Ministério da Agricultura, Nabhan Garcia, e do presi-dente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Geraldo Melo.

    O governo tem entregado títulos de pro-priedade, especialmente para assentados da reforma agrária, e para posseiros que ocupam áreas públicas da União ainda não destinadas. Na MP enviada em dezembro de 2019, o objetivo era titular cerca de 600 mil propriedades.

    No texto, o governo flexibilizava requi-sitos para a regularização de imóveis rurais de até 15 módulos fiscais, que é uma uni-dade fixada para cada município, que pode variar de 180 hectares, em localidades da região Sul do país, até 1,5 mil hectares na Amazônia, por exemplo.

    Durante a tramitação no Congresso, esse limite foi reduzido para seis módulos fiscais. Porém, sem acordo com a oposição, que obstruiu a sessão na Câmara, o pre-sidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) acabou

    retirando o texto de pauta. Após editadas, as MPs podem vigorar por até 120 dias e, caso não sejam aprovadas pelo Congresso, perdem a validade.

    VISTORIA DAS PREfEITURAS - Durante a live, o secretário de regularização fundiária destacou a nova proposta do go-verno para ampliar a titulação de terras no país, que é o programa “Titula Brasil”, lançado por meio de portaria, na semana passada.

    A iniciativa prevê que as atividades de vistoria de imóveis será feita por fun-cionários contratados diretamente pelas prefeituras, a partir de um convênio com o Incra, que oferecerá treinamento online e credenciará os vistoriadores municipais pelo órgão.

    “Quando você promove a regularização fundiária, você dá CPF e RG para aquela propriedade, para que, na eventualidade, quando ocorrer um crime ambiental, uma exploração ilegal de madeira, aí nós vamos, inclusive, identificar quem está comprando, vamos ter facilidade para fazer a identifi-cação e punir eventuais erros e crimes que acontecem, principalmente na Amazônia Legal”, afirmou Nabhan Garcia.

    Segundo o presidente do Incra, não há risco que haja regularização de posseiros em áreas protegidas, como terras indígenas.

    “Existe um sistema que é do Incra e continua sob gestão do Incra, em que todas as propriedades, para serem regularizadas, precisam fazer o seu georreferenciamento. Nesse mesmo sistema, estão lançados os perímetros georreferenciados das áreas indígenas e das unidades de conservação colocados pela própria Funai [Fundação Nacional do Índio] ou pelos órgãos am-bientais do Ministério do Meio Ambiente. Se tiver sobreposição, ele não anda, não chega a ter vistoria. Não há esse risco de sobreposição porque o próprio sistema já veta”, disse Geraldo Melo.

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  • groina gronegóciosaJornalO Jornal do Agronegócio Brasileiro. Agricultura, Pecuária, Meio Ambiente, Turismo, Indústria e Energia 8potenciAl do cerrAdo pode levAr o brAsil A ser Autossuficiente em trigo

    Hoje, metade do trigo consu-mido no Brasil tem como origem à importação: seis das 12 milhões de toneladas do grão são importadas. Um movimento cada vez mais consistente pode ajudar a mudar esse cenário. O plantio de trigo no Cerrado vem aumentando a cada ano. Com bons resultados em qualidade e produtividade, o cultivo do grão ganhou espaço nas lavouras. Os desafios e as oportunidades para o trigo em sequeiro e irrigado foram o tema do 1º Webinar Trigo no Cerrado. O evento foi promovido pela Biotrigo Genética, no dia 2 de dezembro, com transmissão ao vivo e acesso gratuito.

    Cláudio Malinski, engenheiro agrô-nomo e agricultor há 40 anos no Cerrado brasileiro, é o responsável técnico na Coo-pa-DF. Durante o Webinar, ele falou sobre a história do trigo na região, os desafios enfrentados e as perspectivas de avanço para a cultura. “No Cerrado, há aproxima-damente 2,5 milhões de hectares nos quais é possível plantar trigo. Isso nos mostra o quanto tem de potencial essa região. Além disso, o trigo do Cerrado apresenta uma qualidade muito boa pelo fato de que o ambiente daqui é favorável”. Cláudio citou como exemplo as micotoxinas causada por Giberela, um desafio enfrentado pelos produtores do Sul. “Aqui praticamente não temos porque a chuva não ocorre no período de espigamento e colheita, o que favorece muito a sanidade do trigo aqui”. O produtor também falou sobre os benef ícios da cultura dentro do sistema de produção em termos de palha e de rotação de culturas. A perspectiva para o futuro, segundo ele, é muito promissora. “Eu acredito que nós no Cerrado venhamos a aumentar a área porque os produtores estão entendendo a importância da cultura e tem mercado no Brasil para trigo de qualidade. Tenho convicção de que no futuro nós seremos autossuficientes em trigo graças a contri-buição do Cerrado”.

    PRODUÇãO COM MAIS SEGU-RANÇA - Um dos principais desafios

    para os produtores da região é o manejo da Brusone. O fitopatologista da Biotrigo Genética, Paulo Kuhnem, explicou como é possível minimizar os riscos da doença. Entre as estratégias necessárias estão o uso de sementes certificadas e sadias, atenção para época de plantio, controle químico e, especialmente, a resistência genética.

    Paulo explicou as razões que fazem com que ocorra uma epidemia. “Temos que pen-sar o que pode favorecer o achatamento da curva de crescimento da doença. Uma delas é a época de plantio”. Baseado na semeadura, as condições climáticas são mais ou menos favoráveis para a ocorrência de Brusone, seja em folha ou em espiga. No Cerrado, por exemplo, ao antecipar o plantio para o mês de fevereiro, o espigamento vai ocorrer com temperaturas mais altas e volumes de chuvas maiores, aumentando o risco de

    uma epidemia. Mas é através do melhoramento genéti-

    co que se obtém mais e melhores ferramen-tas para o controle da doença, conforme Paulo. “Há alguns anos foi identificado um gene chamado 2NS, que confere resistência a Brusone na espiga. É um salto no nível de resistência com relação à doença e por isso, agora temos focado os investimentos e as pesquisas para buscar outros genes de resistência e juntá-los com essa genética já conhecida. Através de avaliações de cam-po e condições controladas, conseguimos

    chegar a linhagens mais promissoras, que chamamos de 2NS Plus, que estão avançando no nosso programa de melho-ramento, justamente para trazer cada vez mais segurança para o produtor”. Segundo ele, é preciso trabalhar com manejo inte-grado entre resistência genética e outras medidas de controle, pensando sempre em minimizar os riscos. “Nós vamos eliminar a Brusone do Cerrado? Não, mas nós temos mecanismos, ferramentas, conhecimento e meios, sim para produzir trigo com maior segurança”, finalizou.

    Avanço do cultivo do trigo no Cerrado é possível graças ao manejo e ganho tecnológico com cultivares adaptadas com maior nível de resistência as doenças de dif ícil controle, como a Brusone. Webinar discutiu os desafios e as perspectivas para a cultura na região

    Bruno Alves, gerente comercial Norte da Biotrigo Genética falou sobre posicio-namento do portfólio e as cultivares da Biotrigo. Atualmente, a empresa trabalha com TBIO Sintonia, TBIO Aton, TBIO Duque para indústria moageira e Energix, produto destinado a alimentação animal, na região do Cerrado. Um dos materiais com maior potencial para o próximo ciclo é o TBIO Aton, cultivar escolhida pelo produtor Leonardo Ribeiro, de Alto Paraíso/GO. Ele buscou uma variedade que fosse realmente adaptada e trouxesse segurança para a lavoura. “No primeiro ano tivemos uma agradável surpresa, com uma produtivida-de muito acima do que a gente imaginava, com preços remuneradores, o que acabou deixando um resultado financeiro muito interessante. Esse ano tivemos um resultado excepcional com o TBIO Aton, fechamos com 66,5 sc/ha”, conta. De acordo com Bruno, a cultivar tem como pontos fortes a boa reação à Brusone na espiga, ao Oídio e também ao Mosaico. “O Aton agrega para

    o produtor um rendimento expressivo, por isso deve ser um dos materiais mais semea-dos no próximo ciclo”, explica Bruno. Outros pontos fortes da cultivar são a tolerância ao alumínio tóxico no solo e a seca, excelente performance de panificação, alto potencial produtivo e ampla adaptação de cultivo.

    Bruno apresentou também o TBIO Duque, trigo branqueador de alto poten-cial produtivo aliado à melhor reação à Brusone na espiga disponível no mercado. A cultivar é tolerante ao alumínio tóxico no solo e apresenta boa reação a seca, tem maior segurança a germinação na espiga do segmento, alto teto produtivo, ampla adaptação de cultivo e é indicado para

    produtores que buscam alta rentabilidade pela segregação.

    Na transmissão ao vivo, visualizada por mais de 1,5 mil pessoas através dos canais da Biotrigo e do Notícias Agrícolas, os participantes também puderam conhecer mais sobre o programa de melhoramento da empresa e a qualidade industrial das cultiva-res TBIO no Cerrado. O evento conta com o patrocínio de Abrahim Sementes, Butiá Sementes, Basf, Ihara, Informativo Entre-Grãos, Sementes Produtiva e Sementes Estrela e com o apoio de Bunge Alimentos, Moinho Centro Norte, Moinho Mattos, Moinho Sete Irmãos, Moinho Vitória e Vilma Alimentos.

    tecnologiAs pArA A região

    Fotos: Abitrigo