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Jorge Barreto Xavier Alexandria

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9 7 8 9 7 2 2 7 2 5 5 4 5

ISBN 978-972-27-2554-5

Alexandria é um conjunto de histórias, de diálogos, de trocas de argumentos.

Num texto com o nome de uma cidade, percorre ‑se o vasto território do mundo das palavras, discute ‑se o seu poder na sociedade contemporânea e o seu valor nas nossas vidas. Duas personagens encontram‑se e desencontram‑se ao longo dos anos, dos tempos, dos lugares. Dos encontros e desencontros nascem certezas e inquietações.

Jorge Barreto Xavier é professor no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa. Foi Secretário de Estado da Cultura, Diretor‑Geral das Artes, Vereador da Cultura de Oeiras. Fundou e dirigiu o Clube Português de Artes e Ideias, o Lugar Comum — Centro de Experimentação Artística, o programa Jovens Criadores, o programa Paideia — arte nas escolas, a Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, a Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos.

Com várias obras publicadas, Alexandria é a primeira sob a forma narrativa.

Jorge Barreto Xavier . A

lexandria

Títulos publicados:

Da Utopia à Fronteira da Pobreza Adriano Moreira

Como Viver em Tempo de Crise? Edgar Morin e Patrick Viveret

A Natureza do Acto Criador Urbano Tavares Rodrigues

Uma Aproximação à Estranheza Frederico Pedreira (Prémio de Ensaio INCM / Vasco Graça Moura 2016)

Jorge Barreto Xavier

Alexandria

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9 7 8 9 7 2 2 7 2 5 5 4 5

ISBN 978-972-27-2554-5

Alexandria é um conjunto de histórias, de diálogos, de trocas de argumentos.

Num texto com o nome de uma cidade, percorre ‑se o vasto território do mundo das palavras, discute ‑se o seu poder na sociedade contemporânea e o seu valor nas nossas vidas. Duas personagens encontram‑se e desencontram‑se ao longo dos anos, dos tempos, dos lugares. Dos encontros e desencontros nascem certezas e inquietações.

Jorge Barreto Xavier é professor no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa. Foi Secretário de Estado da Cultura, Diretor‑Geral das Artes, Vereador da Cultura de Oeiras. Fundou e dirigiu o Clube Português de Artes e Ideias, o Lugar Comum — Centro de Experimentação Artística, o programa Jovens Criadores, o programa Paideia — arte nas escolas, a Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, a Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos.

Com várias obras publicadas, Alexandria é a primeira sob a forma narrativa.

Jorge Barreto Xavier . A

lexandria

Títulos publicados:

Da Utopia à Fronteira da Pobreza Adriano Moreira

Como Viver em Tempo de Crise? Edgar Morin e Patrick Viveret

A Natureza do Acto Criador Urbano Tavares Rodrigues

Uma Aproximação à Estranheza Frederico Pedreira (Prémio de Ensaio INCM / Vasco Graça Moura 2016)

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Olhares

Jorge Barreto Xavier

Alexandria

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Imprensa Nacional‑Casa da Moeda, S. A.Av. de António José de Almeida1000‑042 Lisboawww.incm.ptwww.facebook.com/[email protected]

© Jorge Barreto Xaviere Imprensa Nacional‑Casa da Moeda

títuloAlexandriaautorJorge Barreto Xavier

designwww.whitestudio.ptrevisão e paginaçãoImprensa Nacional‑Casa da Moedaimpressão e acabamentosImprensa Nacional‑Casa da Moeda

Composto em Jannon 10 ProImpresso em Ensocoat 1 face 275 g (capa)e Coral Book Ivory 90 g (miolo)

1.a ediçãoMaio de 2017isbn 978‑972‑27‑2554‑5depósito legal n.º 424776/17edição n.º 1021766

Alexandria

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índice

pág. 13Prólogo

pág. 151. Biografia breve de um nascimento

pág. 172. Geografia de um encontro

pág. 223. O poder das palavras

pág. 25O vermelho de São Francisco

pág. 35Outono

pág. 47A pele

pág. 61O ditador das passadeiras

pág. 67Os dias hão de chegar

pág. 77A voz

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pág. 87Ao fim da tarde

pág. 95O restaurante

pág. 101A boca do tigre

pág. 105O monstro

pág. 111O astrofísico de Benares

pág. 119Uma italiana, por favor

pág. 125O encontro

pág. 131O banquete dos generais

pág. 141O amigo americano

pág. 147A mão fechada de Deus

pág. 153O poeta cortado ao meio

pág. 159As palavras inúteis

pág. 171O inimigo

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jorge barreto xavier

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Jorge Luis, qual antinomia do marcial Alexandre, ver‑gou pacificamente o tempo e o espaço à sua passagem, as palavras curvando as linhas de múltiplos universos. Dessa forma se construiu um império para lá do fio do horizonte.

2. geografia de um encontro

Tive o singular privilégio de privar com Borges em dife‑rentes ocasiões. Primeiro, por acasos do destino e, depois, pelo meu comprometimento e fascínio por ele.

Acredito não ser completamente despropositado partilhar alguns relatos da minha experiência de Jorge Luis. Faço ‑o, essencialmente, em atenção às semelhanças heroicas e às distinções entre os territórios conquistados pela sua escrita e os feitos do magno Alexandre. E por todos os tipos de impérios serem parte das coisas do mundo, merecendo ser contados de geração em geração.

Nas coisas que narro, Jorge Luis é, adiante, amiúde designado como o Borges.

Mais apelidos do que pessoas, assim somos no café da rua da Boavista à Lapa onde costumo tomar a bica depois do almoço. Melhor dizendo, nos apelidos se constitui ali a forma primeira de chamar as pessoas. É um sinal de aparente intimidade, contendo proximidade e distância. Este paradoxo serve ‑me para vos falar e dar nome à minha relação com Borges.

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prólogo

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do seu saber sobre muitos dos seus contemporâneos, mas não confundia essa evidência com o valor da dignidade que é parte de todos os seres.

3. o poder das palavras

O que se conta nas próximas páginas é parte de um conjunto de memórias mais vastas. Nem sempre tudo se diz, seja por demais precioso para enunciar, por pudor de revelar, por esquecimento verdadeiro, ou simplesmente por não se achar interesse na partilha ou não se encontrar capacidade para o dizer de forma percetível.

Desde os primórdios da Biblioteca de Alexandria até às pesquisas bibliográficas infatigáveis que Borges orga‑nizou como diretor da Biblioteca Nacional da Argentina, em Buenos Aires, e passando por milhares de mosteiros, palácios, castelos e casas, não se descobriu nos arquivos e documentos a verdadeira fórmula da pedra filosofal  — aquela que materializa o poder da palavra no poder da ação: a palavra ouro transforma ‑se em ouro, a palavra morte mata, a palavra silêncio cala, e assim por diante, contrariando a destrinça entre a fábula e a realidade, o lugar da escrita e o lugar da vida. Todas as tentativas e aproximações a essa grande promessa falharam. Nenhuma palavra, nenhuma fórmula dita ou escrita logrou o feito da plena correspondência dos diferentes estádios dos mundos.

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Ofegante e desorientado, perguntei ‑lhe porque se ria, se não tínhamos abrigo, estávamos extenuados e perdidos, o inimigo aproximava ‑se.

Borges, sem interromper a marcha ou virar a cabeça para o meu lado, concentrado no inalcançável buraco negro diante de nós, disse:

«O inimigo é só uma forma de literatura.»

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ISBN 978-972-27-2554-5

Alexandria é um conjunto de histórias, de diálogos, de trocas de argumentos.

Num texto com o nome de uma cidade, percorre ‑se o vasto território do mundo das palavras, discute ‑se o seu poder na sociedade contemporânea e o seu valor nas nossas vidas. Duas personagens encontram‑se e desencontram‑se ao longo dos anos, dos tempos, dos lugares. Dos encontros e desencontros nascem certezas e inquietações.

Jorge Barreto Xavier é professor no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa. Foi Secretário de Estado da Cultura, Diretor‑Geral das Artes, Vereador da Cultura de Oeiras. Fundou e dirigiu o Clube Português de Artes e Ideias, o Lugar Comum — Centro de Experimentação Artística, o programa Jovens Criadores, o programa Paideia — arte nas escolas, a Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, a Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos.

Com várias obras publicadas, Alexandria é a primeira sob a forma narrativa.

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Da Utopia à Fronteira da Pobreza Adriano Moreira

Como Viver em Tempo de Crise? Edgar Morin e Patrick Viveret

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Jorge Barreto Xavier é professor no ISCTE — Instituto Universitário de Lisboa. Foi Secretário de Estado da Cultura, Diretor‑Geral das Artes, Vereador da Cultura de Oeiras. Fundou e dirigiu o Clube Português de Artes e Ideias, o Lugar Comum — Centro de Experimentação Artística, o programa Jovens Criadores, o programa Paideia — arte nas escolas, a Bienal de Jovens Criadores da Europa e do Mediterrâneo, a Bienal de Jovens Criadores dos Países Lusófonos.

Com várias obras publicadas, Alexandria é a primeira sob a forma narrativa.

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Da Utopia à Fronteira da Pobreza Adriano Moreira

Como Viver em Tempo de Crise? Edgar Morin e Patrick Viveret

A Natureza do Acto Criador Urbano Tavares Rodrigues

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