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CAMILA CARETTONI ALGUNS ASPECTOS DE RELEVÂNCIA NA PRODUÇÃO INTENSIVA DE OVINOS DE CORTE São Paulo 2008

ALGUNS ASPECTOS DE RELEVÂNCIA NA PRODUÇÃO …arquivo.fmu.br/prodisc/medvet/cc.pdf · detalhes da minha monografia. Aos meus amigos de Holambra, Danny, Tobis, Marcel, Aryan, Roger

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CAMILA CARETTONI

ALGUNS ASPECTOS DE RELEVÂNCIA NA PRODUÇÃO INTENSIVA DE

OVINOS DE CORTE

São Paulo

2008

Faculdades Metropolitanas Unidas

Camila Carettoni

ALGUNS ASPECTOS DE RELEVÂNCIA NA PRODUÇÃO INTENSIVA DE

OVINOS DE CORTE

São Paulo

2008

Trabalho de Conclusão de Curso

realizado durante o 10º semestre do

curso de Medicina Veterinária da FMU

sob a orientação da professora Dra.

Carolina Amália de Souza Dantas Muniz.

Camila Carettoni

ALGUNS ASPECTOS DE RELEVÂNCIA NA PRODUÇÃO INTENSIVA DE

OVINOS DE CORTE

Prof. Dra. Carolina Amália de Souza Dantas Muniz - Orientadora FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas

Prof. Guilherme Arbex Buono FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas

Prof. Dr. Sérgio Savastano FMU – Faculdades Metropolitanas Unidas

Trabalho de Conclusão de Curso realizado durante o 10º semestre do Curso de Medicina Veterinária da FMU sob orientação da professora Dra. Carolina Amália de Souza Dantas Muniz. Defendido e aprovado em 10 de dezembro de 2008, pela banca constituída por:

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Ao meu avô, Dieter Drechsler, que me motivou e se interessou pela minha profissão durante todos os anos da faculdade e que acredita que eu me torne uma pequena, grande veterinária.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por estar sempre presente e iluminar a minha vida. Aos meus pais, Fabio Carettoni e Margita Drechsler, por tudo que me

ensinaram, pelo amor incondicional e dedicação durante todas as etapas da minha vida.

Aos meus irmãos, Carina e Felipe, pele amizade, carinho,

companheirismo e momentos sempre divertidos que passamos juntos. Aos meus avós, Ingrid e Dieter, minha tia Svea, minha prima Katrin, meu

tio Dirk, ao Ricardo, Eliana e João Victor, e a todos os meus familiares, pelo incentivo e carinho.

Ao meu namorado e amigo, Chorão, pelo amor incondicional, amizade,

companheirismo, carinho, dedicação, paciência, incentivo, e por fazer parte dos últimos 6 anos da minha vida me fazendo rir todos os dias em que esteve presente ao meu lado.

À minha segunda família, Paquita, Edson, Sarah, Fernanda, Yuri,

Francisco, Julia, Julio, Paulo, Abuelita, Rubinho e Margaret, tia Marlene, Daniel e Fernando por me receberem em suas vidas, pelo carinho e domingos especiais.

Ao Centro Universitário Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), pela formação pessoal e profissional.

À minha orientadora Carolina Amália de Souza Dantas Muniz, pela

grandiosa contribuição na construção dos meus conhecimentos e pela sua dedicação e orientação, graças ao seu amplo conhecimento.

Ao professor Eduardo Lopez Eziliano, que infelizmente teve que partir,

mas que teve verdadeira importância na minha vida, com todos seus ensinamentos e por sempre insistir em me ajudar a descobrir que área seguir. Um dia ele disse: “eu acredito que a Camila vá trabalhar com pequenos ruminantes”... E é exatamente isso que pretendo. Obrigada professor!

Aos meus amigos que fizeram eu “despertar” para veterinária, Priscila e

Guilherme Buono. Pessoas muito queridas que tenho certeza que não sairão facilmente da minha vida.

A todos os funcionários, professores e veterinários da FMU e do

HOVET, principalmente a Professora Ângela Bacic, Professora Carla, Professora Terezinha, Jussara, Ângelo, Alexandra, Sinésio, Jamara, Adriana, Ketti, Patrícia, Ibitinga e Rafa, que de algum modo influenciaram e participaram da minha vida acadêmica.

Às minhas queridas amigas, Maristela e Bia, por fazerem meus anos de

faculdade muito mais divertidos. Pela verdadeira amizade, por fazerem parte

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de tudo que acontece na minha vida e por estarem presente dando força sempre. A Bia por me lembrar todos os dias de fazer meu TCC e a Maristela por correr com a minha monografia na ultima semana. São especiais demais!

Aos meus amigos da faculdade, Fernando primo, Kleiton e Fabrício pela

amizade, carinho e momentos divertidos vividos juntos. Aos meus amigos Philip e Lívia, amigos de toda uma vida. Sempre

distante, mas perto demais ao mesmo tempo. Ao casal que é um exemplo de alegria, Richard e Anali, pelos momentos

agradáveis e hilários que já passamos juntos. Aos meus amigos do acampamento, Polenta, Bruxinha, Pitilão, Abajur e

Tubarão, pelos anos de alegria, convivência e companheirismo. Às minhas amigas e amigos de Jaboticabal, Márcia, Dóris, Edu, Arthur e

Allan, que fizeram meu mês de estágio ser divertido demais. Aos meus amigos do SIPOC (Sistema Intensivo de Produção de Ovinos

e Caprinos) de Piracicaba, por fazerem um simples estágio ser muito mais que isso. Pelos dias divertidos, pelos momentos vividos ao lado de cada um, pelos ensinamentos e pela amizade. Agradeço a todos de coração, Marcão, Fabi, Michele, Marlon, Rafa, Diego, Gustavo, Cirilo, Alexandre, Seu Marcos, Zica, Joseval, Roberto, Dona Ilda e principalmente ao Renato, Evandro e Susana que entraram na minha vida em tão pouco tempo e que me ajudaram demais com seus conhecimentos para realização deste trabalho.

À minha amiga Wiolene, que me aturou durante 2 meses em Piracicaba.

Obrigada pela amizade, risadas, longas conversas, saídas e pela ajuda com detalhes da minha monografia.

Aos meus amigos de Holambra, Danny, Tobis, Marcel, Aryan, Roger e

Fernanda por estarem sempre presente em momentos da minha vida e pela amizade sincera.

Enfim, a todos que de forma direta ou indireta colaboraram para a

realização deste trabalho, e desta etapa da minha vida, meus sinceros agradecimentos.

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“O valor das coisas não está no tempo

que elas duram, mas na intensidade

com que acontecem. Por isso existem

momentos inesquecíveis, coisas

inexplicáveis e pessoas incomparáveis”.

(Fernando Pessoa)

“O importante é ser feliz...”

(Tubarão)

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo apresentar informações relevantes sobre um sistema intensivo de produção de ovinos devido à necessidade de se intensificar a produção de cordeiros para manter constante o suprimento de carne no mercado. Para que o sistema seja realizado com êxito, alguns fatores importantes foram destacados, como: as raças especializadas para produção de carne; a utilização de cruzamentos que otimizem o crescimento e a qualidade do produto final; e o manejo alimentar dos cordeiros com auxílio do creep feeding como suplementação, suas vantagens e limitações. Adicionalmente, foram abordadas vantagens da utilização do confinamento, assim como a utilização de dietas que propiciem rápido crescimento dos cordeiros, destacando-se o fornecimento de rações com altas proporções de concentrados e o uso de subprodutos como alternativa para redução de custos. Diante do exposto foi possível observar as vantagens da utilização de um sistema intensivo de produção de ovinos que possibilitem aumentar a eficiência desta atividade. Palavras-chave: confinamento, creep feeding, cordeiros, engorda, ração.

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ABSTRACT

The present work has as an objective introduce relevant information about an intensive sheep production system due to the necessity to intensify the lambs production to maintain the meet supply constant in the market. To the success of this system, some important factors were detailed: specialized breeds to meat production; the use of crossbreedings that optimize growth and final product quality; yield feeding of lambs with the supplement technique called creep feeding, their profits and limitations. Add to this, profits of feedlot use were approached as well as the utilization of diets that provide lambs quick growth, with the furnish of high grain diets and the use of by-product as alternative to reduce costs. In this way, it was possible to observe the profits of an intensive sheep production system that enable to increase the efficiency of this activity. Keywords: feedlot, creep feeding, lambs, fattening, ration.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................. 10 1 OVINOCULTURA NO BRASIL E NO MUNDO ..................................... 12 2 PRINCIPAIS RAÇAS OVINAS DE CORTE ........................................... 14 2.1 PRINCIPAIS RAÇAS PRODUTORAS DE CARNE ......................................... 14 2.1.1 Ile de France ................................................................................................ 14 2.1.2 Texel ............................................................................................................. 15 2.1.3 Border Leicester ........................................................................................... 15 2.1.4 Pooled Dorset ............................................................................................... 15 2.1.5 Hampshire Down .......................................................................................... 16 2.1.6 Suffolk .......................................................................................................... 16 2.1.7 Santa Inês .................................................................................................... 17 2.1.8 Dorper .......................................................................................................... 17 2.2 PRINCIPAIS RAÇAS DE DUPLA APTIDÃO ................................................... 18 2.2.1 Corriedale ..................................................................................................... 18 2.2.2 Ideal ou Polwarth .......................................................................................... 18 2.2.3 Romney Marsh ............................................................................................. 19 2.3 CRUZAMENTOS PARA PRODUÇÃO DE CARNE ......................................... 19 2.3.1 Cruzamento Simples ou Industrial ................................................................ 20 2.3.2 Cruzamento Triplo ou Three-cross ............................................................... 20 2.3.3 Cruzamento Contínuo ou Absorvente .......................................................... 20 3 MANEJO ALIMENTAR DOS CORDEIROS .......................................... 22 3.1 CREEP FEEDING ........................................................................................... 23 3.1.1 Vantagens do Sistema Creep Feeding ......................................................... 24 3.1.2 Limitações do Sistema Creep Feeding ......................................................... 25 3.1.3 Instalações ................................................................................................... 25 3.1.4 Que alimento utilizar ..................................................................................... 26 3.1.5 Creep Feeding em relação ao desempenho animal ..................................... 27 3 TERMINAÇÃO EM CONFINAMENTO .................................................... 29 CONCLUSÃO ................................................................................................... 34 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 35

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INTRODUÇÃO

O brasileiro não tem o hábito de consumir carne ovina, assim como

costuma consumir as carnes bovina, suína, de aves e de peixes. De acordo

com Gallo (2007), de 1996 a 1998, existia uma estimativa de consumo de 200

gramas per capita / ano de carne ovina, sendo que hoje esta estimativa está

em torno de 700 gramas per capita / ano, segundo os levantamentos do IBGE

(1999) e FAO (2004). Mas, este interesse pela carne ovina não aconteceu só

no Brasil. No final da década de 90, segundo a FAO (2000), a produção

mundial de carne ovina aumentou 20,5%.

Este aumento no consumo de carne ovina gera a necessidade de

intensificar a produção de cordeiros para manter constante o suprimento de

carne no mercado. O uso de confinamento na fase de terminação acelera a

produção de cordeiros tornando sua oferta constante durante o ano todo. Além

disso, o alto custo da terra, a reduzida área de pastagem e sua competição

com outras culturas também justificam o emprego do confinamento

(FERREIRA, 2008).

Adicionalmente, o consumo de carne magra também vem se

intensificando em muitos países devido a mudanças no padrão dos hábitos

alimentares. O excesso de gordura, como conseqüência do abate tardio, além

de afetar a qualidade da carcaça, repercute na viabilidade econômica do

sistema de produção, tendo em vista a transformação de parte dos nutrientes

ingeridos em tecido indesejável. Atualmente, o consumidor tem procurado

carne ovina com menor teor de gordura, estimulando a produção de animais

mais precoces (NERES et al., 2001).

Desta forma, segundo Rodrigues (2005), a estratégia de confinamento

visa atender as duas principais partes da cadeia produtiva (produtor e

consumidor), ou seja, encurtando o ciclo de produção e colocando no mercado

carcaças de animais cada vez mais precoces e conseqüentemente, carne

ovina de qualidade.

Deve-se ressaltar que as raças de corte apresentam alta velocidade de

crescimento, porém, para suportar esse maior crescimento e tamanho são mais

exigentes quanto à alimentação quando comparadas com outras,

principalmente produtoras de lã. Desta maneira, quando se pensa em produção

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de carne é fundamental um plano de alimentação para todas as fases

produtivas. Dentre as vantagens podemos incluir o rápido e mais eficiente

crescimento dos animais quando comparado com sistemas de pastejo, o qual

exige um período maior para que os animais alcancem o peso ideal para o

abate (URANO, 2005).

Para que este sistema de cria e terminação de cordeiros em

confinamento seja realizado com êxito, alguns fatores relacionados a escolha

da raça e a possibilidade da expressão do potencial genético devido

principalmente ao manejo nutricional do rebanho, devem ser cuidadosamente

respeitados pelo produtor. Deste modo, este trabalho tem como objetivo reunir

as informações relevantes sobre o manejo de ovinos em um sistema de

produção intensiva.

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1 OVINOCULTURA NO BRASIL E NO MUNDO

A configuração mundial dos rebanhos de ovinos tende a se modificar

rapidamente, como já vem acontecendo. No momento, o rebanho mundial de

ovinos é de 1,22 bilhão de cabeças, sendo que no Brasil há aproximadamente

15,2 milhões de cabeças (FAO, 2007). O maior produtor e exportador de carne

ovina é a Austrália, ao lado de Nova Zelândia, Estados Unidos, Argentina e

Uruguai.

Segundo Souza (2008), na década de 90, o Brasil importava carne ovina

principalmente do Uruguai, o qual teve seus embarques suspensos devido à

ocorrência de focos de febre aftosa. As importações de ovinos vivos foram

então retomadas em 2005, porém de forma discreta. Sendo que em 2007,

alcançaram uma participação de 7,57% no total de produtos cárneos ovinos

importados, com cerca de 37,3 mil cabeças. Apesar do interesse de alguns

países, como Oriente Médio, em importar ovinos do Brasil, infelizmente o país

não possui condições comerciais de atender a demanda, já que falta escala de

produção e de animais com o padrão desejado para exportação.

De acordo com este mesmo autor, países exportadores, como Austrália

e Uruguai estão com oferta limitada de ovinos, enquanto a demanda por estes

animais está cada dia mais firme e elevada. Deste modo, este cenário se torna

bastante favorável para a entrada e crescimento de potenciais exportadores,

como o Brasil. O país já atua nesse segmento com bovinos e apresenta grande

potencial para ingressar nesse mercado com ovinos vivos, principalmente a

região nordeste, pois possui grupos genéticos mais apropriados para atender

às exigências dos consumidores como, por exemplo, os do Oriente Médio.

Infelizmente falta aos sistemas de produção do país, o uso mais

intensivo de tecnologia para aumentar qualitativa e quantitativamente os

efetivos e a produção, pois existem muitos fatores positivos que o Brasil já

possui, como idade de abate relativamente inferior e relativa facilidade de

utilização de cruzamentos com raças de melhor desempenho, o que propicia

condições favoráveis para produção de cordeiros a preços competitivos para o

mercado interno e para exportações (SOUZA, 2008).

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Além disso, somando-se as áreas disponíveis na África, Austrália, China

e outros países, não se atinge o total brasileiro ainda não explorado. Portanto a

ovinocultura está diretamente ligada à capacidade do governo e do produtor

brasileiro em estabelecer e consolidar a cadeia produtiva. O Brasil tem todos os

atributos necessários para além de atender o mercado consumidor interno de

carne ovina, ser também um grande exportador. De acordo com Simplício

(2001), cerca de 50% da carne ovina consumida oficialmente no país era

importada do Uruguai, Argentina e Nova Zelândia.

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2 PRINCIPAIS RAÇAS OVINAS DE CORTE

Um ovino de corte ideal deve possuir corpo compacto, cilíndrico e

musculoso. A maior proporção do seu corpo no posterior apresentando linha de

lombo reta e pernis bem desenvolvidos, ossatura forte com membros bem

implantados e corretos. Quando comparado com as raças especializadas para

produção de lã, as matrizes de corte são mais prolíferas. Adicionalmente,

esses animais apresentam maior rendimento e carcaça com maior proporção

de músculos e menor gordura, quando comparado com as demais raças

(PÉREZ, 2002).

Este autor ainda ressalta que as raças especializadas para produção de

carne quando utilizadas puras ou através de cruzamentos podem contemplar

todas essas características citadas. Entretanto, a eficiência da produção de

carne é muito dependente da raça a ser utilizada, da individualidade dos

animais e do nível nutricional oferecido a eles.

2.1 PRINCIPAIS RAÇAS PRODUTORAS DE CARNE

2.1.1 Ile de France

Possui origem francesa através do cruzamento de Border Leicester com

Merinos Rombouillet. Trata-se de uma raça de grande porte que apresenta

orelhas não muito desenvolvidas, mucosa despigmentada rosada, não possui

lã nas extremidades e seus cascos são claros e despigmentados. De acordo

com suas características não pode ser criada em solos úmidos (ARCO –

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DE OVINOS).

É uma raça produtora de carne que apresenta animais com bom

desenvolvimento de massa muscular nas regiões nobres (pernil, lombo e

paleta), cordeiros bastante precoces, apresentando ótimo ganho de peso, o

que propicia a obtenção de carcaças de boa qualidade. Segundo a Associação

Brasileira de Criadores de Ile de France (ABCIF), os resultados que se obtém

em raça pura são ovelhas com mais de 70 kg, cordeiros com 35 kg aos três

meses, com ótima conformação de carcaça e carneiros pesando mais de 160

kg.

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2.1.2 Texel

De acordo com a ARCO, a raça é originária da ilha de Texel na Holanda.

De médio porte com orelhas pequenas e eretas, mucosa pigmentada, sem lã

nas extremidades e com cascos escuros. De acordo com as características e

origem, produz muito bem em solos úmidos e alagados. Ovino muito compacto,

com massas musculares volumosas e arredondadas, constituição robusta,

evidenciando vigor, vivacidade e uma aptidão predominantemente para carne.

Trata-se de uma raça precoce, pois em condições de pastagem, os

cordeiros machos têm ganho de peso médio diário de 300g e as fêmeas de

275g, entre os 30 e 90 dias de idade. Aos 70 dias de idade machos bem

formados atingem 27 kg e as fêmeas 23 kg. Além disso, possui alta

prolificidade, pois atinge índices de nascimento de 160%, tendo atingido na

França índices de 190 e até 200% (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DOS

CRIADORES DE TEXEL – BRASTEXEL).

2.1.3 Border Leicester

Com origem no norte da Inglaterra, provavelmente cruzando-se

carneiros Leicester com ovelhas Tesswater. Embora, alguns acreditem que foi

utilizado, também, sangue de Cheviot. Foi introduzida no Brasil na década de

90, onde está sendo utilizada em cruzamentos com as raças especializadas

para produção de lã (Merino, Ideal e Corriedale). Esta possui orelhas eretas,

mucosa pigmentada, cascos escuros, desprovida de lã nas extremidades

(PÉREZ, 2002). São animais produtores de carne e indicados para

cruzamentos que visem o abate de cordeiros.

2.1.4 Pooled Dorset

Raça de grande porte introduzida no Brasil na década de 90 de origem

inglesa denominada Dorset Horn (com chifres) e através de melhoramento

genético, nos Estados Unidos, obteve-se o Pooled Dorset (sem chifres). Tem

como características as orelhas não muito desenvolvidas, bem afastadas e

retas no sentido horizontal. Possui mucosa despigmentada clara, apresentando

lã nas extremidades e cascos claros despigmentados (ARCO).

Segundo Pérez (2002), estes animais possuem constituição robusta,

evidenciando vigor, o que propicia carcaças com pouca gordura. Desta forma,

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destacam-se para a produção de carne, produzindo bem no sistema extensivo

e semi-intensivo.

2.1.5 Hampshire Down

Estes ovinos têm origem inglesa e evoluíram da mistura de diferentes

raças ovinas existentes nesta região, tais como o Old Hampshire, Berkshire

Knot, Willshire Horn e Southdown. É uma raça de médio a grande porte,

denominada “cara negra” com orelhas não muito desenvolvidas, face e patas

marrom escuras, chegando a coloração preta. Apresenta lã nas extremidades

(cabeça, patas, barriga) e mesmo possuindo cascos escuros, não suporta solos

úmidos ou alagados (HAMPSHIRE DOWN – SHEEP BREEDERS

ASSOCIATION).

A raça tem aptidão para carne devido ao seu crescimento rápido e sua

boa conversão alimentar, transformando eficientemente forragem em carne.

Possui o lombo reto e cheio e os quartos fortes e bem recobertos de carne

(PÉREZ, 2002).

2.1.6 Suffolk

Originou-se na Inglaterra pelo cruzamento de ovelhas da antiga raça

Norffolk com carneiros Southdown. Raça de grande porte, também pertencente

ao grupo dos “cara negra”. Possui orelhas bem desenvolvidas, face e patas

pretas e não apresenta lã nas extremidades (cabeça, patas, barriga). Suporta

solos úmidos ou alagados (ABCOS – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE

CRIADORES DE OVINOS SUFFOLK).

Por ser uma raça de carne, e que atinge grandes pesos, os seus

membros devem merecer uma especial atenção. Devem ter um comprimento

proporcional ao corpo, de tal maneira que mantenha a harmonia do conjunto e,

ao mesmo tempo, evidenciem vigor e desenvoltura. Com articulações bem

definidas, dorso, lombo e garupa bem musculosos, possui grande precocidade

e resistência, sendo de fácil engorda e produz uma carcaça magra, sem

gordura supérflua (ABCOS).

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2.1.7 Santa Inês

De acordo com a ARCO, o ovino Santa Inês é considerado raça nacional

deslanada de origem tropical. Surgiu do cruzamento das raças Morada Nova,

Somalis e Bergamácia e outros ovinos sem raça definida. O porte do Santa

Inês, o tipo de orelhas, o formato da cabeça e os vestígios de lã evidenciam a

participação do Bergamácia. Já a condição de deslanado e as pelagens,

correspondem ao Morada Nova, e a participação do Somális é evidenciada

pela apresentação de alguma gordura em torno da implantação da cauda,

quando o animal está muito gordo. Apresenta alta resistência ao meio ambiente

e adaptam-se muito bem nas condições climáticas da região do Sudeste do

Brasil, e em qualquer sistema de criação de pastagem. As ovelhas apresentam

excelente capacidade leiteira, boa prolificidade e em condições favoráveis

podem ser férteis o ano inteiro (poliéstrica anual).

A raça apresenta boa velocidade de crescimento e produzem carcaças

de boa qualidade, com baixo teor de gordura tanto puras como quando

cruzadas. São animais rústicos e precoces de grande porte, com média de

peso para macho de 80 a 120 kg e para as fêmeas de 60 a 90 kg (ARCO).

O melhoramento do ovino Santa Inês é direcionado à produção de

carne, sendo que, Barros et al., (1994) consideram dentre as raças deslanadas

existentes no Nordeste a que apresenta maiores ganhos de peso em

confinamento, podendo apresentar ganhos de 267 g/dia. Outra vantagem da

utilização da raça Santa Inês está relacionada à sanidade do rebanho,

apresentando maior resistência a endoparasitas quando comparada às raças

lanadas (AMARANTE, 2001).

2.1.8 Dorper

Possui origem africana através de cruzamento das raças Blackhead

Persian (conhecida com Somális no Brasil) com o Dorset Horn. Trata-se de

uma raça deslanada de médio porte que foi introduzida no Brasil recentemente

com o objetivo de cruzamentos industriais com as raças deslanadas da região

nordeste (ARCO).

São animais rústicos que apresentam exigências nutricionais não muito

altas, quando comparados com outros animais produtores de carne. Além

disso, mostram adaptabilidade, resistência, taxas de reprodução e crescimento

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excepcionais (alcançando 36 kg em três ou quatro meses) e alta habilidade

materna. Tem uma estação reprodutiva longa, portanto, a estacionalidade não

é um fator limitante para a produção, podendo ter intervalo entre partos de oito

meses (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CRIADORES DORPER – ABC

DORPER).

2.2 PRINCIPAIS RAÇAS DE DUPLA APTIDÃO

2.2.1 Corriedale

Originou-se na Nova Zelândia pelo cruzamento das raças Merino

Australiano e Lincoln. É uma raça de duplo propósito (50% para produção de

carne e 50% para lã). Possui mucosa pigmentada e casco escuro, tolera ser

criada em solos úmidos, porém possui grande quantidade de lã nas

extremidades (cabeça, patas e barriga) o que causa desconforto nos animais

(ARCO).

Segundo a ARCO, é a raça produtora de lã mais criada no Brasil e que

por ser de dupla aptidão sendo uma boa opção para a utilização das matrizes

para produção de carne através de cruzamentos com reprodutores das raças

de corte.

2.2.2 Ideal ou Polwarth

Originou-se na Austrália e possui em sua formação ¾ de sangue Merino

Australiano e ¼ de sangue Lincoln. É uma raça de médio porte com excelente

capacidade para produção de lã de alta qualidade. É uma raça que se adapta

muito bem às condições de altas temperaturas e vegetação pobre, possui lã

em todo o corpo e cascos claros despigmentados, não permitindo ser criada

em solos úmidos (ARCO).

De acordo com Pérez (2002), o seu equilíbrio zootécnico é orientado

70% para a produção de lã e 30% para a carne. Quando o objetivo é a

produção de carne, uma opção é a utilização de matrizes da raça Ideal para

cruzamento industrial com reprodutores das raças de corte.

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2.2.3 Romney Marsh

Segundo a ARCO, originou-se no sul da Inglaterra, produtora de lã

grossa e boa aptidão para produção de carne (potencial genético de 50% para

lã e 60% para carne). No seu nome está sua principal característica, Marsh, em

inglês, significa pântano e é justamente a característica de sua região de

origem, dando ótima adaptabilidade a solos úmidos e baixos, sendo bem mais

resistentes que outras raças à podridão de casco e à verminose.

As matrizes são consideradas boas produtoras de leite e desta forma é

uma excelente opção para produção de cordeiros através de cruzamentos com

reprodutores das raças de corte (ARCO).

2.3 CRUZAMENTOS PARA PRODUÇÃO DE CARNE

De acordo com Pérez (2002), cruzamento é o método de reprodução

que consiste em acasalar animais da mesma espécie, porém de diferentes

linhagens ou raças distintas, quando se deseja associar nos descendentes

algumas características interessantes dos progenitores. Portanto os principais

objetivos são a heterose (superioridade média dos produtos do cruzamento, em

relação à média apresentada pelos pais) e complementariedade.

O animal cruzado é produzido de acordo com o interesse do produtor e

garante entre 20% a 30% de superioridade em comparação aos pais, quando

similares em desempenho, devido à heterose. Por exemplo: uma fêmea Santa

Inês cruza com um macho Texel, então o mestiço terá um desempenho global

20 ou 30% superior a mãe (lucrando em mais carne) ou que o pai (lucrando em

mais rusticidade). Ou seja, o mestiço possibilita um animal adequado ao meio

ambiente, à região e à situação (SIERRA, 2008).

O mesmo autor ressalta que o mestiço dá mais lucro na ótica

imediatista, mas não é feito para manter esse desempenho nas próximas

gerações, pois não consegue transmitir suas características com fidelidade à

progênie, reduzindo sua participação a cada geração. Já o uso de animais

puros, garante um resultado mais permanente.

Os diferentes tipos de cruzamentos que podem ser usados, constituem

uma forma de otimizar o crescimento e a qualidade do produto final e

conseqüentemente a economicidade da cadeia produtiva. Porém, apesar de o

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cruzamento poder aumentar o desempenho individual dos animais e até

melhorar a produtividade de alguns sistemas de produção, um dos maiores

entraves é oferecer condições ambientais adequadas para que as cruzas

manifestem seu potencial genético. Além dessas condições, é necessária a

escolha correta de qual sistema de cruzamento a ser adotado e como maneja-

lo (GARCIA & PEREIRA, 2003).

2.3.1 Cruzamento Simples ou Industrial

Trata-se do cruzamento de duas raças ovinas definidas, sendo indicada

como raça materna uma das predominantes na região ou que se adapte melhor

às condições oferecidas localmente. Nestas matrizes utilizar como raça paterna

uma geneticamente especializada para produção de carne (Texel, Hampshire

Down, Suffolk, Ile de France e Poll Dorset). Segundo Silva Sobrinho (2001),

este cruzamento proporcionará nos descendentes mestiços (F1), aumento da

produtividade nas fases de cria e terminação devido à maior velocidade de

crescimento e carcaças de melhor qualidade, comparado com os puros da raça

materna.

2.3.2 Cruzamento Triplo ou Three-cross

Nesse cruzamento, as fêmeas meio sangue (F1), produtos de

cruzamento industrial, são aproveitadas como matrizes, sendo cobertas com

machos puros de corte e os seus produtos (F2) deverão ser destinados para

comercialização de carne. Quando é adotado esse sistema na produção de

carne, machos e fêmeas são destinados ao abate, por ser este também um tipo

de cruzamento terminal (PÉREZ, 2002).

2.3.3 Cruzamento Contínuo ou Absorvente

Segundo Sierra (2008), as fêmeas, neste cruzamento, são de qualquer

genótipo e são sempre acasaladas com carneiros da raça que se deseja obter.

São necessárias cinco gerações, para atingir um padrão zootécnico para ser

considerado, geneticamente, como uma raça definida (puro por cruza). O

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objetivo desse cruzamento pode ser para melhorar o rebanho de animais de

determinada raça que já é pura, ou definir uma raça numa população de

fêmeas sem raça definida existente em uma região.

Na produção ovina no Brasil, principalmente no que se refere à produção

de carne, esse é um dos sistemas de cruzamento que mais poderá auxiliar

principalmente os pequenos e médios produtores que já possuem um rebanho,

mas o mesmo não está aperfeiçoado para atender às exigências de produção e

de mercado. Muitas vezes se desfazer dos animais existentes e adquirir outros

mais especializados se torna inviável, portanto a aquisição de reprodutores

geneticamente superiores poderá, em médio prazo, propiciar um rebanho mais

adequado às metas a serem atingidas (GARCIA & PEREIRA, 2003).

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3 MANEJO ALIMENTAR DOS CORDEIROS

A produção de leite da ovelha é um fator determinante no sucesso da

criação, uma vez que afeta diretamente o desenvolvimento e a sobrevivência

dos cordeiros, os quais necessitam ingerir colostro nas primeiras horas após o

nascimento e são dependentes do leite materno no primeiro mês de vida.

Geralmente, a produção de leite é adequada para atender as necessidades

nutricionais dos cordeiros em crescimento até a quarta semana de vida (Morris

et al., 1994), porém, o sistema de desmama tradicional resulta em um período

de anestro muito longo das fêmeas, decorrente da lactação, indisponibilizando-

as para a reprodução por um longo período.

Segundo Neiva et al., (2004), o pico de produção de leite da ovelha varia

de 30 a 40 dias, dependendo da raça. Devido a essa situação fisiológica, a

partir desse momento, o cordeiro aumenta drasticamente o consumo de

alimentos sólidos, pois o leite já não é mais suficiente para atender sua

exigência nutricional.

Enquanto a dieta de pequenos ruminantes for limitada ao leite, o

retículo-rúmen, em conjunto, permanece sem funcionamento. O ato de sucção

estimula a formação da goteira esofágica, um tubo temporário produzido nessa

fase, que desvia o leite para o abomaso (FURLAN et al., 2006). À medida que

começam a experimentar outros alimentos mais sólidos, ocorre um aumento

crescente do número de bactérias anaeróbicas dentro do rúmen (flora ruminal

desejável) que são responsáveis pela fermentação e desdobramento das

partículas dos nutrientes ingeridos. Esse desenvolvimento e crescimento dos

pré-estômagos (rúmen, retículo e abomaso) ocorre durante os primeiros 5-6

meses de idade e vai estabilizando gradualmente, se tornando totalmente

funcional aos 6-9 meses.

O rápido crescimento do cordeiro nos primeiros meses de vida aliado à

redução na produção de leite da ovelha, a partir da terceira semana pós-parto,

tornam a técnica de alimentação privativa, conhecida como creep feeding,

indispensável dentro de um sistema produtivo (NEIVA, 2004).

23

3.1 CREEP FEEDING

A alimentação privativa ou creep feeding é o sistema de alimentação

utilizado durante a fase de aleitamento no qual as crias recebem uma

suplementação. É uma estratégia que tem como principal objetivo a desmama

de cordeiros mais precoces e pesados (GARCIA et al., 2003). Esta prática

caracteriza-se pelo fato de apenas os cordeiros terem acesso à ração

(concentrado próprio para a fase inicial), o que se faz possível pela oferta de

alimento em cocho cercado. É um sistema prático que suplementa a cria sem

separá-la da mãe (EMBRAPA, 1995). A utilização deste manejo justifica-se

pelo fato da curva de lactação das ovelhas caracterizar-se, após o pico da

lactação (3ª e 4ª semanas de lactação), por uma redução progressiva da

produção de leite concomitante ao aumento das necessidades nutricionais das

crias. Deve se considerar o fato de que o aumento no número de crias por

parto não é acompanhado pelo aumento proporcional na produção de leite.

Ovelhas com duas crias produzem cerca de 20 a 40% a mais de leite do que

ovelhas com partos simples (NEIVA et al., 2004).

Segundo estes mesmos autores, este método tem como principal

objetivo a desmama de cordeiros mais precoces e pesados, mas, além disso,

contribui para uma redução no desgaste das matrizes, uma vez que a ração do

creep feeding substitui parcialmente o leite materno à cria, proporcionando

assim, um aumento da eficiência reprodutiva pela diminuição do estresse

decorrente da lactação.

A ração do creep feeding geralmente é oferecida às crias uma semana

após o nascimento para estimular o desenvolvimento precoce do rúmen, o qual

depende da habilidade desses animais em consumir e utilizar o alimento sólido,

e suplementar a ingestão de nutrientes para um crescimento mais acelerado.

Siqueira (1999), recomenda a utilização do creep feeding a partir do 7º dia de

idade para acelerar o desenvolvimento ruminal e condicionar o animal a uma

dieta sólida. Embora o consumo de alimento sólido não seja significativo até a

3ª semana de idade, as pequenas quantidades ingeridas são muito importantes

para estabelecer a função ruminal e o hábito de ingestão. O ganho de peso dos

cordeiros lactentes pode ser aumentado entre 30-50%, quando estes recebem

24

creep feeding. Conseqüentemente, o peso ao desmame será maior auxiliando

a sua adaptação a dieta sólida posterior a desmama.

3.1.1 Vantagens do sistema Creep Feeding

Como já descrito anteriormente, o aumento da taxa de crescimento dos

animais durante a fase de aleitamento possibilita que estes sejam

desmamados com maior peso corporal. Neres et al., (2000), compararam o

desempenho de cordeiros desmamados aos 56 dias com e sem acesso ao

alimentador privativo e obtiveram peso à desmama de 25,60 e 18,30 kg,

respectivamente.

Outra vantagem da utilização da alimentação privativa está relacionada

ao fato de que o animal exposto à dieta sólida desde os primeiros dias de vida

apresentará melhores condições de adaptação durante a fase de terminação.

O período da desmama é bastante delicado, uma vez que a separação entre a

cria e a mãe gera uma situação de estresse, com reflexos negativos sobre o

consumo de matéria seca e o sistema imunológico do animal, tornando-o mais

susceptível às adversidades do meio ambiente (NEIVA et al., 2004).

Estes autores ainda ressaltam que, além disso, influi positivamente no

peso das borregas, antecipando a idade de reprodução e também permite que

as ovelhas adultas recuperem o seu estado corporal rapidamente e manifestem

o cio.

Ao avaliarem os efeitos da utilização do creep feeding para bezerros em

relação ao ganho de peso e desempenho reprodutivo de vacas primíparas,

Souza et al., (2007), verificaram que vacas primíparas do sistema com creep

feeding apresentaram peso vivo e escore de condição corporal no momento do

desmame mais elevados que as do sistema sem creep feeding. Além disso,

também obtiveram ganho de peso diário mais elevados que o de vacas com

bezerros não suplementados.

25

3.1.2 Limitações do sistema Creep Feeding

Apesar de inúmeras vantagens, de acordo com Neiva et. al., (2004),

algumas limitações também devem ser analisadas em relação à utilização do

Creep Feeding, tais como:

1 – Pode ocorrer das borregas ganharem peso excessivamente e terem a

produção de leite comprometida em função do acúmulo de gordura em

demasia na glândula mamária;

2 – O Creep Feeding pode ser associado a distúrbios de saúde, como por

exemplo, a urolitíase e a acidose, que normalmente estão associados a

desequilíbrios nas proporções de volumosos e concentrados na dieta;

3 – Pode não ser lucrativo devido ao custo excessivo do concentrado ou do

baixo desempenho dos animais. A eficiência da utilização desse sistema deve

considerar os custos totais, sendo que para um retorno econômico satisfatório,

a conversão alimentar deve ser de no máximo 5:1 (5 kg de matéria seca de

alimento consumido por kg de ganho de peso vivo).

3.1.3 Instalações

Segundo Mendes (2006), a localização do alimentador privativo ("creep")

é muito importante, o qual deve ser de fácil acesso, colocado em local com boa

luminosidade, sombreado e próximo ao ponto de descanso do rebanho, de

modo que a mãe possa ver suas crias e vice-versa. Além disso, é necessário

que as crias tenham água limpa, fresca e à vontade disponível para consumo.

O comedouro pode ser instalado em uma baia, em piquetes ou dentro de

uma gaiola própria que pode ser construída com diversos tipos de materiais,

como por exemplo, madeira, tela de arame ou barras de ferro. O importante é

que atenda o objetivo principal, que é possibilitar o acesso exclusivo das crias e

que a entrada seja ajustável ao tamanho delas em função da idade. As

dimensões podem variar em função do material utilizado na estrutura e na

localização do alimentador, mas variam em torno de 25 a 30 cm de altura e 15

a 17 cm de largura. O espaço de cocho para cada cordeiro deve variar de 5 a

26

7,6 cm, portanto, um comedouro de 1,8 m pode ser utilizado para suplementar

30 cordeiros (Lage, 2007).

3.1.4 Que alimento utilizar

As formulações para creep feeding não precisam ser complexas, mas

existem dois aspectos importantes: composição e palatabilidade do

suplemento, sendo este ultimo, o fator mais importante (SUSIN, 1996). Além

disso, a forma física do alimento também tem certa importância, pois até quatro

semanas de idade eles preferem ração farelada e, após quatro a cinco

semanas, aceitam melhor rações peletizadas (NRC, 1985). A ração deve ser

ofertada em pequenas quantidades no início e ir aumentando até chegar a 2 ou

3 % do peso vivo do animal.

Segundo Alcock (2006), a ração utilizada na suplementação dos

cordeiros deve fornecer altos teores de energia e concentração mínima de 18%

de proteína, sendo formulada a base de alimentos como milho, farelo de trigo,

farelo de soja, farelo de algodão, etc. Santra e Karin (1999), ao testarem três

dietas para creep feeding com níveis de proteína variando entre 18 e 27%,

chegaram à conclusão que altos níveis dietéticos de proteína em dietas com

níveis similares de energia, aumentaram as perdas de proteína nas fezes e

urina. Portanto, a utilização do nível de 18% é adequada para este tipo de

suplementação, uma vez que não foram encontradas diferenças no

desempenho dos animais.

Verifica-se na Tabela 1 um exemplo de ração de creep feeding utilizado

no Sistema Intensivo de Produção de Ovinos e Caprinos (SIPOC) –

ESALQ/USP. A dieta foi formulada de acordo com as exigências nutricionais

dos cordeiros segundo o NRC (1985). O milho (como fonte energética) e o

farelo de soja (como fonte protéica) são os ingredientes utilizados nas maiores

proporções. O melaço de cana tem importante papel como palatabilizante, já o

calcário e a mistura mineral são utilizados na correção de minerais da ração.

27

Tabela 1 – Exemplo de ração de creep feeding (% MS) fornecida aos cordeiros

na ESALQ/USP

Ingredientes

Milho 68,8

Farelo de Soja 23,2

Melaço de cana 5,8

Calcário 1,1

Mistura Mineral1 1,1

Composição Química

Matéria seca (% da MO2) 88,5

Proteína bruta 18

Fibra em detergente neutro 11

Extrato etéreo 3,5 1Composição: 7,5% P; 19% Ca; 1% Mg; 7% S; 14,3% Na; 21,8% Cl; 500 ppm Fe; 300 ppm Cu; 4600 ppm Zn; 1100 ppm Mn; 80 ppm I; 405 ppm Co; 30 ppm Se. 2Matéria original.

3.1.5 Creep feeding em relação ao desempenho animal

Avaliando o desempenho de cordeiros da raça Santa Inês alimentados

em sistema de creep feeding, Mendes et al., (2003), observaram consumo

médio diário de 127 g durante o período de aleitamento. Nas duas semanas

que seguiram à desmama, efetuada aos 56 dias, os cordeiros aumentaram

consideravelmente o consumo do concentrado inicial, apresentando média

diária de 480 g. Estes resultados evidenciam a importância da utilização da

alimentação privativa durante o período de aleitamento, uma vez que o

consumo de alimento sólido é o melhor critério para desmamar cordeiros

precocemente

Grennan (1999), avaliando o crescimento de cordeiros mantidos em

pastagem, recebendo a ração no creep feeding obteve peso de desmama de

29,6 kg, enquanto os cordeiros que não receberam a ração foram desmamados

com 25,6 kg.

Como pode ser observada, a principal vantagem do fornecimento do

concentrado inicial através do sistema de alimentação privativa (creep feeding)

é o maior peso apresentado pelos animais na desmama. Animais desmamados

com peso mais elevado são mais resistentes e sofrem menos com o estresse

28

causado pela interrupção da fase de amamentação. Além disso, apresentam

redução na idade de abate, resultando na diminuição dos custos com a

alimentação no período de terminação e na obtenção de uma carcaça de maior

qualidade, advindo de um animal mais jovem (LAGE, 2007).

O fornecimento do concentrado inicial através do alimentador privativo

permite que os animais sejam confinados logo após a desmama sem afetar o

desempenho, garantindo desta forma, maior sucesso durante a fase do

confinamento e possibilitando redução nos custos com alimentação e mão-de-

obra durante a fase de terminação, gerando maior retorno econômico da

atividade (MENDES, 2006).

29

4 TERMINAÇÃO EM CONFINAMENTO

Os sistemas de produção de ruminantes adotados no mundo, mais

notadamente o de ovinos, são predominantemente extensivos. Entretanto,

Siqueira et al., (1993), descreveu que a Austrália já utilizava sistemas

intensivos sofisticados, sobretudo no que se refere ao confinamento de ovinos

para abate.

Com a crescente demanda por carne ovina e para atender as exigências

dos consumidores, o produtor deve adotar técnicas de criação, que permitam

explorar o potencial produtivo dos animais e maximizar a utilização dos

recursos disponíveis na propriedade. Neste sentido, a adoção de práticas de

manejo alimentar como o confinamento, têm se mostrado eficiente. Trata-se de

uma técnica que pode ser utilizada em todas as regiões do país, em qualquer

época do ano e independe do tamanho da propriedade (PÉREZ, 2002).

Segundo Susin & Mendes (2007), dentre as diversas vantagens

apresentadas pela produção de cordeiros em confinamento destaca-se a

produção de carcaças de qualidade através da redução na idade de abate,

oferta constante de carne ao longo do ano, padronização na qualidade das

carcaças, redução da mortalidade de cordeiros, diminuição na utilização de

anti-helmínticos, aumento da eficiência produtiva e, conseqüente aumento na

produtividade e rentabilidade da criação.

Face ao exposto, a viabilidade econômica de um confinamento para a

produção de cordeiros está na dependência dos seguintes fatores: bom

potencial genético para ganho de peso e conversão alimentar; manejo correto

na fase de cria e pré-confinamento; alimentação adequada; manejo sanitário

adequado; obediência ao peso ótimo de abate; preço acessível de insumos e

valor de comercialização compatível com as características sensoriais

diferenciadas da carne, quando comparada com carcaças produzidas em

pastagem (SIQUEIRA, 1999).

Trabalhos realizados com cordeiros da raça Santa Inês confinados e

alimentados com dietas contendo alta proporção de concentrado, evidenciaram

excelentes ganhos de peso diário (GPD). Morais et al., (1999), Mendes et al.,

(2000) e Susin et al., (2000), obtiveram GPD de 297, 278, 268 g/dia,

respectivamente.

30

Historicamente, o que se observa em explorações em pastagens é a

utilização de baixo nível tecnológico, subestimando essa fonte de nutrientes e

favorecendo a ocorrência de infecções parasitárias. Deste modo, segundo

Carnevalli et al., (2001), verifica-se neste tipo de sistema, ganho de peso por

animal e por área fortemente influenciada pela disponibilidade diária de MS e

pela capacidade de lotação dos pastos.

Ao comparar-se a produção de cordeiros em pastagem e em

confinamento, é possível observar que os sistemas de produção baseados

somente no uso de forragens, geralmente estão associados a taxas mais lentas

de ganho de peso e animais abatidos mais velhos. Em estudo comparativo da

recria de cordeiros em dois tipos de sistema de produção, Jordan e Marten

(1968), observaram que os cordeiros confinados apresentaram ganho de peso

40 a 60% maior que os criados a pasto. Siqueira et al., (1993), trabalhando

com animais das raças Merino Australiano, Ideal e Corriedale obtiveram

resultados semelhantes, demonstrando uma superioridade de 49,7% a favor

dos cordeiros confinados, os quais apresentaram um GPD de 171 g/dia contra

85 g/dia para os recriados em pastagem de “coastcross” (Cynodon dactylon).

Estes autores acrescentam que, além do melhor desempenho produtivo, a

mortalidade no sistema de confinamento foi zero, em contraposição aos 16,1%

verificados em pastagens. Além disso, os animais confinados apresentaram

baixa contagem de ovos de parasitas por grama de fezes (OPG) durante todo o

experimento, sendo que o mesmo não aconteceu com os cordeiros em pastejo

que, mesmo tendo sido everminados com freqüência, apresentaram OPG

elevado nos exames realizados. Estes autores evidenciaram a redução no

desempenho devido às verminoses que, por conseqüência, onerou o custo de

produção pelo uso de anti-helmínticos e pelo maior tempo para os animais

atingirem o peso de abate, o que não ocorreu com os animais confinados.

Corroborando, Poli et al., (2008), ao avaliarem quatro sistemas de

produção de cordeiros, verificaram que o uso do confinamento proporcionou

ganho de peso médio diário superior ao de animais mantidos em pasto de

Tifton 85. Da mesma forma, Frescura et al., (2005), observaram que ovelhas

confinadas tiveram maior ganho de peso em relação às ovelhas submetidas ao

pastejo de azevém.

31

As infecções endoparasitárias podem promover importantes perdas na

produção de ovinos a pasto. Na fase de lactação, as ovelhas são bastante

sensíveis à verminose e há uma alta eliminação de ovos de parasitas nas

pastagens neste período, contaminando os cordeiros. Se a lotação das

pastagens também é alta, os cordeiros podem apresentar uma diminuição no

ganho de peso e em casos mais graves podem vir até a morrer. É possível

observar esta diminuição na taxa de crescimento do cordeiro já aos 45 dias de

idade. Uma solução para esta situação seria o desmame precoce e o

confinamento dos cordeiros. Abbott et al., (1985), observaram maior resistência

aos efeitos patogênicos do Haemonchus contortus em cordeiros alimentados

com dietas contendo elevados teores protéicos. Adicionalmente, Siqueira et al.,

(1993), verificaram que as infecções endoparasitárias, sobretudo do

Haemonchus contortus, foram maiores no grupo de animais recriados a campo,

o que explica o pior desempenho, uma vez que as condições da pastagem

eram boas.

Outro aspecto relevante ao compararem-se animais confinados e em

pastagem são as características da carcaça. De acordo com Fernandes et al.,

(2008), cordeiros desmamados terminados em pastagem apresentaram

inferiores (p<0,05) rendimentos de carcaça quente (42,3%), fria (40,2%),

verdadeiro (51,8%) e largura de tórax (22,99 cm) e superior (p<0,05) conteúdo

digestório (5,6 kg) aos animais confinados. Da mesma forma, Ribeiro (2006),

trabalhando com os mesmos sistemas de alimentação, porém em pastagem de

inverno (azevém), observou rendimentos de carcaça quente, fria e verdadeiro

inferiores. Deste modo, demonstrando que o sistema de produção pode afetar

os rendimentos da carcaça.

A influência da nutrição na produção de carne é evidente. Em

confinamento, aumentando a proteína e a energia na alimentação, eleva-se o

ganho médio diário e melhora-se a conversão alimentar. Os níveis de proteína

na carcaça aumentam linearmente com o aumento de proteína na dieta,

enquanto a composição de extrato etéreo diminui. O nível elevado de energia

na dieta tende a aumentar a deposição de gordura na carcaça. Portanto, a

composição do ganho pode ser alterada de acordo com o regime alimentar no

confinamento (ELY et al., 1979). Sistemas de alimentação que promovem um

rápido crescimento do cordeiro, como por exemplo, o fornecimento de

32

concentrados através do confinamento, usualmente resultam em uma melhor

eficiência alimentar. Bernardi et al., (2005), ao avaliarem o desempenho de

cordeiros terminados a pasto, com e sem suplementação, e em confinamento,

verificaram que os animais que tiveram acesso ao creep feeding ou que foram

confinados apresentaram maiores ganho de peso que os demais tratamentos.

Em sistemas de confinamento de cordeiros alimentados com rações com

alta proporção de concentrado, o milho representa a principal fonte de energia

da ração. Estando a rentabilidade da exploração dependente da variação do

preço dessa fonte de alimento. Desta forma, a utilização de subprodutos se

apresenta como alternativa na redução do custo das rações.

Dentre os subprodutos mais utilizados destacam-se a polpa cítrica e a

casca de soja. A polpa cítrica é um co-produto da indústria citrícola

caracterizada por alto valor energético (13% inferior ao do milho, segundo o

NRC (1996)), baixo teor de proteína bruta (7,1% com base na matéria seca,

segundo Assis et al., (2004)), teor de amido reduzido, teor médio de fibra em

detergente neutro (FDN) altamente digestível e com peculiaridades de

fermentação que a coloca como produto intermediário entre volumoso e

concentrado (FEGEROS et al., 1995). Rodrigues et al., (2008), ao avaliarem o

desempenho de cordeiros confinados da raça Santa Inês recebendo rações de

alto concentrado, observaram maiores ganho de peso médio diário (GMD =

267 g/dia), consumo de matéria seca (CMS = 107,5 g/dia) e menor conversão

alimentar (CA= 3,8 kg de MS/kg de ganho) quando 33% do milho foi substituído

por polpa cítrica na ração total.

A casca de soja (CS) é o envoltório do grão de soja subproduto da

indústria esmagadora que produz, principalmente, o óleo vegetal, o farelo e a

lecitina de soja. A retirada da CS é o primeiro passo no processo de obtenção

do óleo vegetal. De acordo com o NRC para bovinos leiteiros (2001), a CS

apresenta na base seca 13,9% de proteína bruta (PB); 67,3% nutrientes

digestíveis totais (NDT); 2,7% de extrato etéreo (EE); 60,3% de fibra insolúvel

em detergente neutro (FDN) e 44,6% de fibra insolúvel em detergente ácido

(FDA). Segundo Ferreira (2008), a casca de soja pode ser utilizada na

substituição parcial (até 35%) do milho em rações com alto teor de

concentrado, sem afetar o ganho de peso e as características da carcaça de

cordeiros.

33

Verifica-se na Tabela 2 um exemplo de ração utilizada no confinamento

de cordeiros no Sistema Intensivo de Produção de Ovinos e Caprinos (SIPOC)

– ESALQ/USP. A dieta foi formulada de acordo com as exigências nutricionais

de cordeiros em crescimento segundo o NRC (1985). Deste modo, a ração foi

composta por 20% de proteína bruta (PB), 90% de concentrado e 10% de

volumoso. O milho (como fonte energética), o farelo de soja (como fonte

protéica) e o feno de “coastcross” (como fonte de volumoso) são os

ingredientes utilizados nas maiores proporções. O cloreto de amônio tem

importante papel na prevenção da urolitíase, já o calcário e a mistura mineral

são utilizados na correção de minerais da ração.

Tabela 2 – Exemplo de ração (% MS) fornecida aos cordeiros em confinamento

na ESALQ/USP

Ingredientes

Feno de “coastcross” 10,0

Milho 69,5

Farelo de Soja 12,8

Farelo de Trigo 3,7

Uréia 0,5

Cloreto de Amônio 0,5

Calcário 1,7

Mistura Mineral1 1,3

Composição Química

Matéria seca (% da MO2) 90,1

Matéria orgânica 92,8

Matéria mineral 7,2

Proteína bruta 20,1

Carboidratos não fibrosos 43,4

Fibra em detergente neutro 24,5

Extrato etéreo 4,8 1Composição: 7,5% P; 19% Ca; 1% Mg; 7% S; 14,3% Na; 21,8% Cl; 500 ppm Fe; 300 ppm Cu; 4600 ppm Zn; 1100 ppm Mn; 80 ppm I; 405 ppm Co; 30 ppm Se. 2Matéria original.

34

5 CONCLUSÃO

A partir das pesquisas realizadas foi possível concluir que a utilização do

confinamento na fase de terminação é uma estratégia viável e capaz de

acelerar a produção de cordeiros, tornando sua oferta constante durante todos

os meses do ano e suprindo dessa forma a demanda do mercado.

A utilização da suplementação pelo creep feeding na fase de cria torna

possível o desmame de cordeiros mais precoces e pesados, além de

apresentarem melhores condições de adaptação durante a fase de terminação.

Ao comparar-se a produção de cordeiros em confinamento e em

pastagens é possível evidenciar a superioridade no desempenho dos cordeiros

confinados.

O manejo nutricional exerce grande influência na eficiência da produção

de carne, sendo a utilização de subprodutos uma alternativa viável na redução

dos custos da ração.

35

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