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Escola Superior Agrária de Coimbra
Processamento Geral de Alimentos – Módulo 2
Preservação de
Alimentos por
Irradiação
Adriana Calçada 20803023
Andreia Amaral 20803025
Inês Martins 20803007
Luís Jordão 20803046
Maria Mendes 20803034
LEAL
Escola Superior Agrária de Coimbra
Processamento Geral de Alimentos – Módulo 2
1
Índice Introdução ........................................................................................................................ 3
Processo de irradiação de alimentos ............................................................................... 4
Acção da radiação ionizante ......................................................................................... 4
Tipos de irradiação ....................................................................................................... 4
Fontes de irradiação ..................................................................................................... 5
Efeitos nos alimentos ................................................................................................... 6
Vantagens da irradiação ............................................................................................... 7
Efeitos sobre microrganismos e componentes dos alimentos ........................................ 8
Efeitos sobre microrganismos ...................................................................................... 8
Modo de acção ......................................................................................................... 9
Nível de dose ............................................................................................................ 9
Efeitos da radiação sobre os componentes dos alimentos ........................................ 12
Efeito sobre as proteínas ........................................................................................ 12
Efeito nos hidratos de carbono .............................................................................. 13
Efeito sobre os lípidos ............................................................................................ 14
Efeito sobre as vitaminas ....................................................................................... 15
Efeito sobre as enzimas .......................................................................................... 15
Aplicação de irradiação nos alimentos ........................................................................... 16
Alimentos de origem vegetal ..................................................................................... 16
Especiarias .............................................................................................................. 17
Frutos e legumes .................................................................................................... 17
Cereais e grãos ....................................................................................................... 18
Alimentos de origem animal ...................................................................................... 19
Carne de aves ......................................................................................................... 20
Carne de Carneiro ................................................................................................... 22
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Carne de vaca ......................................................................................................... 22
Carne de porco ....................................................................................................... 23
Carnes processadas ................................................................................................ 24
Produtos de peixe ................................................................................................... 25
Problemas tecnológicos e as limitações da irradiação ................................................... 26
Conclusão ....................................................................................................................... 28
Bibliografia ...................................................................................................................... 29
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Processamento Geral de Alimentos – Módulo 2
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Introdução
A irradiação é uma técnica usada na conservação de alimentos que reduz as perdas
naturais causadas por processos fisiológicos (brutamento, maturação e envelhecimento), além
de eliminar ou reduzir a carga microbiana, parasitas e pragas, sem causar prejuízos ao
alimento, tornando-o seguro para o consumidor.
A irradiação dos alimentos é um processo básico de tratamento, que consiste na
exposição do alimento, embalado ou não, a um dos três tipos de energia ionizante: raios gama,
raios-X ou feixes de electrões, em quantidade controlada, por um tempo determinado e com
objectivos delineados. Durante este processo, o alimento é aquecido, sendo que nenhuma
radiação fica retida no alimento. A irradiação não torna o alimento radioactivo.
O objectivo deste processo é aumentar a vida útil dos alimentos, podendo ser aplicado
a vários tipos de alimentos. Além de aumentar o tempo de conservação, o tratamento pode
ser utilizado para a destruição de insectos, bactérias patogénicas, fungos e leveduras. O
retardamento da maturação e do envelhecimento de frutas e a inibição de brutamento de
bolbos e tubérculos também podem ser citados como influências benéficas na conservação
desses alimentos.
O processo impede a divisão de células vivas, tais como bactérias, e de células de
organismos superiores, ao alterar as suas estruturas moleculares, além de retardar a
maturação de algumas frutas e legumes, produzindo reacções bioquímicas nos processos
fisiológicos dos tecidos vegetais.
A quantificação das doses de radiação faz-se em função da energia absorvida pelo
produto irradiado. Para aplicação nos alimentos, a maioria das doses utilizadas encontra-se
entre 0,1 e 7,0 kGy.
Investigações têm demonstrado que não existem perdas significativas de nutrientes
neste processo. Uma pequena quantidade de determinadas vitaminas é perdida, tal como
acontece com outros processos de conservação de alimentos.
Na Europa, a irradiação ainda apresenta algumas controvérsias, devido à falta de
informação sobre a tecnologia utilizada e sobre os seus benefícios para os alimentos e para o
consumidor.
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Ilustração 1 – Bananas irradiadas e não irradiadas, onde se verifica que o estado de maturação é
diferente.
Processo de irradiação de alimentos
Acção da radiação ionizante
A irradiação é um processo de tratamento que utiliza energia doseada, como raios gama
de alta energia, raios X e electrões acelerados, conferindo-lhe conservação. Nos alimentos,
este tipo de tratamento consiste em submetê-los, já embalados ou a granel, a uma quantidade
cuidadosamente controlada de radiação ionizante e por um tempo predefinido, sem aumentar
o nível de radioactividade normal dos alimentos.
Este tratamento tem como principais objectivos o prolongamento de tempo na prateleira
e a melhoria na qualidade do alimento. Isto consegue-se devido ao seu efeito redutor de carga
microbiana e eficácia de reacções enzimáticas.
Embora consiga eliminar a maior parte da carga microbiana existente no alimento, o
processo da irradiação não consegue eliminar esporos, podendo por vezes ser necessário
agregar outro tipo de tratamento.
Os alimentos que queremos irradiar e o objectivo do tratamento vão condicionar o tempo
e quantidade de energia a que o vamos submeter. Em termos aceitáveis, a nível de custos de
produção e de eficácia, em Portugal a energia máxima utilizada é de 10 KGy.
Tipos de irradiação
O tratamento de radiação ionizante varia com o objectivo que pretendemos. Por
exemplo, se pretendemos diminuir a carga
microbiana viável utilizamos o método de
radurização que é semelhante ao método de
pasteurização. As doses utilizadas
encontram-se na faixa entre 0,4 a 2,5 kGy. A
radurizacao pode ser utilizada para prevenir
brotamentos em bolbos e tubérculos,
retardar o tempo de maturação de frutas,
prevenir a deterioração por fungos em frutas
e hortaliças e controle de infestação por
insectos e ácaros. Na figura em baixo temos a banana irradiada e não irradiada.
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Ilustração 2 – Filetes de frango e peito de peru ionizados, produzidos pela NASA, sem prazo de
validade.
Ilustração 3 – Massa de pizza irradiada e não irradiada onde se verifica que a não irradiada
apresenta manchas, o que evidencia que ela se encontra imprópria para o consumo.
Com a radapertização, ou esterilização, que consiste no tratamento do alimento com
uma dose de energia ionizante, é possível prevenir a decomposição e a toxicidade de origem
microbiana, seja qual for o tempo e as
condições de armazenamento do produto,
desde que este não seja contaminado
novamente. As doses requeridas nesse processo
geralmente estão entre 25 a 45 kGy. Esta
técnica é muito empregada para produtos de
carne.
As filetes de frango e peito de peru que
foram produzidos pela NASA (EUA) e não têm
prazo de validade, mesmo em temperatura
ambiente, desde que a embalagem seja mantida
intacta.
Outro método de radiação ionizante é a
radiciação utilizado principalmente para
reduzir o número de bactérias patogénicas
viáveis e não produtoras de esporos, de forma
que não sejam detectadas por métodos de
análises bacteriológicas nos alimentos
tratados. Esse tratamento também inativa
parasitas presentes nos alimentos. As doses
requeridas nesse processo geralmente estão
entre 2 a 8 kGy.
Fontes de irradiação
As radiações emitidas neste tratamento são, principalmente, radiações nucleares sob
forma de partículas alfa, beta e gama.
Na irradiação dos alimentos utiliza-se principalmente como fonte de radiação gama o
isótopo Cobalto-60, obtido pelo bombeamento com neutrões do metal Cobalto-59 e um
reactor nuclear.
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Ilustração 4 – Irradiador gama para processamento de alimentos.
O cobalto-60 é o mais utilizado comercialmente devido à sua disponibilidade, custo,
por se apresentar sob forma metálica e ser insolúvel em água, proporcionando assim uma
maior segurança alimentar.
Por muito que os alimentos sejam expostos a doses de radiação muito elevada, o nível
máximo de radioactividade seria 200.000 vezes menor do que o nível de radioactividade
normal do alimento.
Efeitos nos alimentos
As formas de radiação utilizadas no processo de irradiação do alimento provocam
ionização, ou seja, criam cargas positivas ou negativas. A formação dessas cargas resulta em
efeitos químicos e biológicos que impedem a divisão celular em bactérias pela ruptura de sua
estrutura molecular. Os níveis de energia utilizados para se conseguir esse efeito não são
suficientes para induzir radioactividade nos alimentos.
Existem vários alimentos que podem ser processados com radiações ionizantes com o
objectivo de conservação. Os efeitos causados dependem do tipo de alimento e da dose de
irradiação administrada.
Os efeitos mais frequentes da irradiação são:
• Inibição de brotamento;
• Retardo na maturação;
• Redução da carga microbiana;
• Eliminação de microrganismos patogénicos;
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• Esterilização;
• Desinfecção de grãos, cereais, frutas e especiarias.
A tabela seguinte mostra quanto a radiação ionizante pode prolongar o tempo
de vida útil dos alimentos.
Produto Vida útil sem irradiação
Vida útil com irradiação
Alho 4 Meses 10 Meses
Arroz 1 Ano 3 Anos
Banana 15 Dias 45 Dias
Batata 1 Mês 6 Meses
Cebola 2 Meses 6 Meses
Farinha 6 Meses 2 Anos
Legumes e Verduras 5 Dias 18 Dias
Papaia 7 Dias 21 Dias
Manga 7 Dias 21 Dias
Milho 1 Ano 3 Anos
Frango refrigerado 7 Dias 30 Dias
Filé de pescada refrigerado 5 Dias 30 Dias
Morango 3 Dias 21 Dias
Trigo 1 Ano 3 Anos
Vantagens da irradiação
Existem vários aspectos positivos para usar o tratamento de irradiação nos alimentos em
prol da sua conservação:
Permite a irradiação de produtos refrigerados e congelados uma vez que todo o
processo se realiza a frio.
Devido ao elevado poder de penetração dos raios gama, existe uma maior
quantidade e variedade de alimentos que podem ser tratados sem manipulação
durante o processo.
Durante todo o processo de tratamento, o alimento nunca entra em contacto
directo com a radiação, dificultando assim aumentar o nível normal de radiação
deste.
Tabela 1 – Efeito da radiação ionizante na duração da vida útil de alguns alimentos.
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Ilustração 5 – Bactérias e bolores
Ocorre um considerável aumento na vida útil de frutas frescas, vegetais e carnes,
o que facilita o processo de distribuição desses produtos.
A irradiação é um tratamento eficaz a eliminar as bactérias patogénicas que
causam essas doenças.
Alimentos em embalagens termo-sensíveis podem ser tratados, uma vez que a
irradiação não aumenta a temperatura tanto do alimento como da embalagem.
Ovos, larvas de insectos e vermes internos aos alimentos são atingidos pela
irradiação, sem prejuízo para os alimentos.
Efeitos sobre microrganismos e componentes dos alimentos
Efeitos sobre microrganismos A irradiação, tal como os outros processos de preservação, afecta o crescimento
microbiano e leva a mudanças nos componentes alimentares.
A principal vantagem da irradiação dos alimentos é o
facto de esta técnica destruir bactérias prejudiciais, assim
como outros microrganismos passíveis de causar intoxicações
alimentares, por causar lesões no material genético da célula.
De forma geral, inibe o crescimento microbiano, como de
bactérias, bolores e leveduras, pois a irradiação impede que estas
realizem de forma eficaz os processos biológicos essenciais para a
sua existência. Apresenta também efeitos a nível da sua
maturação e germinação, que se torna lenta, permitindo
prolongar a vida útil dos alimentos.
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Ilustração 6 – Ácido nucléico
Modo de acção
Dentro dos alimentos, o principal alvo de irradiação são os ácidos nucléicos e os lípidos
da membrana. Na membrana, os lípidos que sobrem mais alteração são os polinsaturados, que
levam à perturbação da membrana e efeitos deletérios sobre diversas funções, tais como a
permeabilidade. Um efeito secundário da degradação da
membrana lipídica pode ser verificado na alteração da
actividade enzimática. A radiação ionizante provoca
mudanças na estrutura do DNA das células que foram
irradiadas, o que resulta na prevenção de replicação ou
outras funções. Os níveis de radiação utilizados são os
necessários para perturbar certas
obrigações nas moléculas de DNA,
tornando assim impraticável a reprodução celular.
Os ácidos nucléicos são os principais alvos dos radicais
livres gerados pela irradiação, por causa do seu tamanho
elevado. Os cromossomas das bactérias são muito sensíveis, e
a exposição à irradiação causa danos letais, que quando
reparados confere à bactéria uma maior resistência. Como
tudo, dentro destas existem umas com maior capacidade de reparar os danos letais que
outras, sendo as mais sensíveis as Pseudomonas, e uma das resistentes a Deinococcus.
Nível de dose
Consoante certos factores, os danos ou alterações no alimento por causa da irradiação
são diferentes. Esses factores são: dose, temperatura, atmosfera (presença ou ausência de
oxigénio) e tipo de organismo (tamanho, características da parede celular e Gram-positivas ou
Gram-negativas, e número e idade relativa das células).
De forma geral, quanto maior a dose de irradiação aplicada, menor vão ser o número
de células sobreviventes, menor a temperatura e a taxa de reacções, tais como a formação de
radicais de moléculas de água.
Ilustração 7 – Pseudomonas e Deinococcus
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Tendo em conta a tabela 1, consegue-se perceber que utilizando doses mínimas de
irradiação, existem ganhos significativos na segurança alimentar, pois a infectividade é
reduzida ou mesmo eliminada. Entre os grupos de parasita de origem alimentar, trematódeos
parecem ser mais sensíveis à irradiação, seguido por cestóides e protozoários.
A atmosfera e a composição do meio em que os microrganismos se encontram quando
sujeitos à irradiação afecta os níveis de resistência. Os vírus, dentro dos microrganismos, são
os mais resistentes, seguidamente são as bactérias e os bolores, sendo todos eles mais
resistentes que os seres humanos.
Dentro das bactérias, alguns géneros são mais fortes do que outros. Os esporos das
bactérias são mais resistentes do que as suas células vegetativas, por um factor de cerca de 5-
15.
Na tabela 2 podemos ver a susceptibilidade de vários agentes patogénicos de origem
alimentar na carne fresca à irradiação. Com uma dose baixa de irradiação, inferior a 1kGy,
consegue-se controlar a infectividade de um número de parasitas por alimentos sem alterar o
carácter dos alimentos.
Parasitas Dose mínima efectiva (KGy)
Efeito da irradiação
Protozoários Toxoplasma gondii Entamoeba histolytica
0,09 – 0,7
0,251
Parasitas mortos ou diminuição da infectividade
Mortos
Trematódeos Fasciola hepática Clonoechis sinensis Opisthorchis viverrini Paragonimus
0,03
0,15 – 0,20 0,10 0,10
Inibe a maturação Inibe a maturação Inibe a maturação Inibe a maturação
Cestóides Taenia Taenia solium Echinoccus granulosus
>3,0 0,40 0,30
0,20 – 0,70 0,50
Inactivação total de larvas
Impede o desenvolvimento em humanos Eliminação de infectividade Eliminação de infectividade Eliminação de infectividade
Nematóides Trichinella spiralis Angiostronglyus cantonesis Gnathostoma spinigirum Anisakis species
0,10 – 0,66
0,11 2,0 – 4,0
7,0 6,0
Eliminação de infectividade
Esterilização das fêmeas Diminuição da infecciosidade
Reduzida penetração de larvas Reduzida penetração de larvas
Tabela 2 – Efeito da irradiação sobre parasitas de origem animal
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Organismo T(ºC) Produto Valor D10 (KGy)
Listeria Salmonella Escherichia coli O157:H7 Campylobacter Yersinia Aeromonas Staphylococcus aureus Campylobacter jejuni Salmonella heidelberg Salmonella enteriditis Salmonella spp. Listeria monocytogenes Escherichia coli O157:H7
- - - - - - 5
30 5
-30 0 0 5 3 5 5 5
Carne
Carne de peito de peru
Aves (embalado com ar) Aves (embalado a vácuo)
Ovo em pó Carne picada
Carne de peito de peru Bife
Carne picada
0,40 – 0,60 0,40 – 0,50 0,25 – 0,35 0,14 – 0,32 0,14 – 0,21 0,14 – 0,19
0,45 0,16 0,19 0,29 0,24 0,39 0,60
0,55 – 0,78 0,71 0,45
0,27 – 0,38
Os valores D de diversos patogénicos de origem alimentar de carne fresca foram
observados. A Campylobacter jejuni foi inoculada em carne picada, e tendo em conta os
registos, é possível verificar que a 5ºC o seu valor D é de 0,19 kGy e a -30ºC de 0,29 kGy. O que
permite inferir que a temperatura a que o produto está sujeito tem influência na dose de
irradiação que tem de ser aplicada.
Os microrganismos que se encontram em alimentos congelados são mais resistentes
do que no estado seco. Isso é possível verificar com o exemplo expresso anteriormente. A
humidade existente no alimento interfere directamente com a dose de irradiação que deve de
ser aplicada no alimento para que este se torna estável e tenha um tempo de vida útil maior.
As doses de irradiação inseridas nos alimentos são baixas, e tal não podia ser
diferente, tendo em conta os parâmetros da Organização Mundial de Saúde. Os alimentos
irradiados com doses até 10 kGy não necessitam de avaliação toxicológica ou nutricional, pois
também os alimentos não excedem estes valores. As doses aplicadas são baixas, por exemplo,
para retardar o amadurecimento de frutas, não é necessário mais do que 1 kGy, enquanto
para inibir o brutamento de raízes e tubérculos (batata, cebola, alho, etc.) a dose necessária
varia entre 0,05 a 0,15 kGy. Para prevenir que os grãos sejam infectados por insectos, 0,1 a 2
kGy são valores suficientes.
Tabela 3 – Susceptibilidade de vários agentes patogénicos de origem alimentar da carne picada à irradiação.
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Mas é ainda de considerar que nem todos os alimentos podem ser irradiados, tendo
como exemplo o leite, que fica com um sabor impalatável. Por isso, para se conseguir adoptar
a irradiação como um processo de conservação de alimentos, é essencial realizar um estudo
das características organolépticas pós-tratamento, que em grande parte são mínimas ou
mesmo inexistentes.
Efeitos da radiação sobre os componentes dos alimentos Além do crescimento microbiano, a irradiação afecta os constituintes nutricionais dos
alimentos. Em relação aos nutrientes, a irradiação promove poucas mudanças. Outros
processos de conservação, como o aquecimento, podem causar reduções muito maiores dos
nutrientes. As vitaminas por exemplo, são muito sensíveis a qualquer tipo de processamento,
no caso da irradiação, sabe-se que a vitamina B1 (tiamina) é das mais sensíveis, mas mesmo
assim as perdas são mínimas. A vitamina C (ácido ascórbico), sob efeito da irradiação, é
convertida em ácido dehidroascórbico, que é outra forma activa da vitamina C.
Efeito sobre as proteínas
As proteínas consistem numa cadeia de aminoácidos conectados por ligações
peptídicas.
Com 20 aminoácidos constituintes das proteínas e com três espécies reactivas da
radiólise da água, muitas interacções complexas são possíveis. Efeitos adicionais são exercidos
pela configuração espacial da cadeia proteica, determinada pelas pontes de hidrogénio, pontes
dissulfureto, ligações hidrofóbicas e ligações iónicas.
Os aminoácidos, em comparação com a estrutura proteica são menos resistentes, pois
quando irradiados sozinhos são muito mais sensíveis do que quando fazem parte da estrutura
da proteína. Um outro factor provável para esta ocorrência é devido a maior ou menor rigidez
da estrutura espacial da molécula proteica. Os radicais formados como resultado da irradiação
são seguros e têm uma elevada hipótese de recombinação.
Baixas doses de irradiação podem causar desenrolamento molecular, coagulação,
desdobramento, e até mesmo clivagem molecular e divisão de aminoácidos. As ligações
peptídicas não parecem ser atacadas, sendo os principais efeitos registados nas ligações de
enxofre e pontes de hidrogénio.
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Ilustração 9 – Alimentos ricos em hidratos de carbono.
A grande proporção de energia radiante depositada em proteínas irradiadas
aparentemente avança para desnaturação, mudanças na cadeia secundária e terciária, antes
da destruição dos constituintes aminoácidos.
Na incidência de radiação de 10 kGy, existe um aumento global de aminoácidos livres,
justificado pelo aumento dos níveis de glicina, valina, metionina, lisina, isoleucina, leucina,
tirosina e fenilalanina. Com a ocorrência de irradiação sobre as proteínas, pretende-se o seu
desdobramento, levando à disponibilidade de locais mais reactivos.
A irradiação também afecta as propriedades funcionais das proteínas, pois a irradiação
utilizada para destruir microrganismos indesejáveis pode ter consequências ao nível das
características físicas e do sabor do produto.
Efeito nos hidratos de carbono
A irradiação pode quebrar os hidratos de carbono de alto peso molécula em unidades
menores (monossacarídeos, dissacarídeos, polissacarídeos menores), levando à
despolimerização. As ligações glicosídicas que conectam as unidades dos monossacarídeos
podem ser quebradas. Dextrinas, maltoses e glicose são produzidas. Esta redução do grau de
polimerização em polissacarídeos reduz a viscosidade das
soluções. A solubilidade aumenta com o aumento da dose
de irradiação.
A despolimerização é responsável pelo
amolecimento das frutas e legumes através de separação
dos materiais da parede celular, tais como a pectina.
Os açucares podem ser hidrolisados ou oxidados
Ilustração 8 – Estrutura da proteína
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Ilustração 10 – Azeite, lípidos.
quando submetidos à irradiação. A irradiação do trigo em 0,2-10 kGy aumenta os níveis iniciais
de água, açúcares redutores solúveis em 5% -92% em relação às amostras não tratadas. Estas
mudanças são muito vantajosa na geração de sabor e aroma do pão-de-açúcar, reduzindo as
reacções dos aminoácidos.
A irradiação de hidratos de carbono puros produz produtos de degradação, que têm
efeitos mutagénicos e citotóxicos. No entanto, estes efeitos indesejáveis são produzidos
usando doses muito elevadas de irradiação. Estes hidratos de carbono são mais sensíveis que
os existentes nos alimentos, pois a proteína exerce uma acção protectora sobre os hidratos de
carbono.
Efeito sobre os lípidos
Nos lípidos, a irradiação inicia o processo normal de auto-oxidação de gorduras, que
origina o ranço e perda de sabor. As gorduras insaturadas são as que mais facilmente sofrem
oxidação, pois a irradiação acelera as seguintes reacções: formação de radicais livres, os quais
se podem combinar com o oxigénio formando hidroperóxidos;
quebrando hidroperóxidos, dando acção a vários produtos de
decomposição, particularmente compostos carbonilos e
destruição de antioxidantes.
Este processo pode ser retardado pela eliminação de
oxigénio por vácuo ou em atmosfera modificada. Em lípidos,
principalmente ácidos gordos insaturados, decomposição
radiolíticas é através de uma ruptura preferencial ao nível da
função carbonila da ligação dupla. Esta decomposição induz a
formação de alguns compostos voláteis responsáveis pela inexistência de odores. A formação
de peróxidos e compostos orgânicos voláteis, bem como o desenvolvimento de ranço e falta
de sabor foram relatados. O peróxido formado também pode afectar certas vitaminas fracas,
tais como as vitaminas E e K.
Em pesquisas observou-se que quando os triglicerídeos são irradiados com doses
altíssimas 250 kGy, os produtos voláteis e não voláteis formados são muito parecidos com os
obtidos pelo aquecimento de frituras a 1800C por 1 hora.
A irradiação resulta numa destruição parcial das vitaminas lipossolúveis, e o tocoferol
é particularmente sensível.
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Ilustração 11 - Vitaminas
Ilustração 12 - Enzima
Efeito sobre as vitaminas
A sensibilidade das vitaminas ao processo é variada, dependendo das condições nas
quais se irradiam os alimentos, sendo as vitaminas C e B1 as mais sensíveis no grupo das
hidrossolúveis e as vitaminas E e A as mais sensíveis entre as lipossolúveis. Contudo, na
irradiação, essas alterações podem ser minimizadas simplesmente pela mudança das
condições de processo, como o uso de embalagem com
atmosfera controlada.
A destruição das vitaminas C, E e K depende da dose
utilizada, e a tiamina é muito sensível à irradiação, mas as
perdas são baixas, desde que as doses também sejam baixas.
A vitamina C (ácido ascórbico) em solução é muito
sensível à irradiação, mas em frutas e legumes já é mais estável,
em doses baixas. O ácido ascórbico pela irradiação converte-se em ácido dehidroascórbico,
que é activo, como as vitaminas.
Vitaminas especialmente aqueles com actividade antioxidante, como A, B12, C, E, K e
tiamina, são degradadas quando a irradiação é realizada na presença de oxigénio.
Efeito sobre as enzimas
As enzimas existentes nos alimentos devem de ser desactivadas antes de estes
sofrerem irradiação, porque estas são muito resistentes. Esta inactivação deve de ser realizada
através de um tratamento térmico, sendo este mais forme do que o utilizado para os
microrganismos, pois as enzimas são mais fortes que estes. Os alimentos irradiados são
instáveis durante o armazenamento, devido à sua sensibilidade ao ataque enzimático.
A elevada resistência das enzimas à irradiação é
demonstrada pela fosfatase do leite, que não é destruída
com as doses de irradiação usadas para a esterilidade do
leite. As enzimas são afectadas pelos efeitos indirectos dos
radicais livres formados na fase solvente. Assim, as soluções
diluídas de enzimas são relativamente mais sensíveis à
radiação do que as soluções concentradas. Além disso, as
enzimas nos seus ambientes naturais, como nos alimentos,
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são relativamente mais resistentes. A actividade das enzimas é afectada em doses normais, e,
portanto, os limites existentes prolongam a vida útil de frutas e legumes.
Aplicação de irradiação nos alimentos
Alimentos de origem vegetal Em doses mais elevadas, frutos climatéricos podem não amadurecer normalmente e
podem desenvolver coloração irregular e descoloração da pele. Os frutos sofrem de distúrbios
fisiológicos, quando expostos à radiação além dos seus limites de tolerância. Estes sintomas
indesejáveis são principalmente amolecimento do tecido e escurecimento enzimático.
O amolecimento de tecidos é causado por despolimerização parcial dos
polissacarídeos da parede celular, principalmente celulose e pectina e danos da membrana
celular.
O escurecimento enzimático é uma indicação de descompartimentação de células
devido a lesões das membranas, trazendo assim substratos fenólicos em contacto com
polifenoloxidases. O dano da membrana celular pode resultar na perda de água intracelular,
turgescência celular, e ataque oxidativo de ácidos gordos polinsaturados de lipídos na
membrana. A oxidação pode ser minimizada através da irradiação numa atmosfera com teor
reduzido de oxigénio, mas a eficácia do tratamento é reduzida.
A irradiação da baixa quantidade com atmosfera modificada é cada vez mais
considerada para o controlo de microrganismos e de maturação atrasada.
Efeito Resultados Frutos
Benéfico
Maturação atrasada
Deterioração controlada
Bananas, mangas, papaia
Tomates, morangos, figos
Não benéfico Pouca tolerância Peras, abacates, limões,
laranjas, maçãs, melões
Tabela 4 – Exemplos de frutos expostos à irradiação.
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Ilustração 13 - Especiarias
Ilustração 14 - Cerejas
Ilustração 15 - Mangas
Amadurecimento acelerado Pêssegos, nectarinas
Fonte: EK Akamine e JH Moy, conservação de alimentos por radiações ionizantes. Vol.
III. (ES Josephson e MS Peterson, eds.), CRC Press, Boca Raton, 1983
Especiarias
Existe um uso cada vez mais importante da irradiação para a descontaminação de
especiarias. Especiarias importadas para a Europa Ocidental são
frequentemente contaminadas por microrganismos patogénicos, como
consequência de processos de secagem ao ar livre. Os microrganismos
predominantes na pimenta são o Clostridium, Staphylococcus, Bacillus,
Aspergillus.
O tratamento de bolbos de alho com 0,15 kGy pode inibir a
germinação e reduzir as perdas de peso durante o armazenamento. A
irradiação de compostos afecta o sabor do alho.
Frutos e legumes
Cerejas
A vida útil pós-colheita das cerejas, pode ser aplicada com
baixa dose de irradiação. As cerejas irradiadas a 0,25, 0,5, 0,75, ou
1,0 kGy podem ser armazenadas a 1 ° C por 1, 3, 7 dias,
respectivamente, e 2 dias armazenadas a 15 ° C.
Mangas
A preservação das mangas seria de grande benefício do
tratamento de irradiação. Os efeitos da irradiação dependem do
grau de maturidade. A dose ideal é de 0,75 kGy para três quartos
frutos maduros em temperatura ambiente.
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Ilustração 16 - Cenouras
Ilustração 17 - Papaias
Ilustração 18 - Morangos
Cenouras
Irradiação nas cenouras até cerca de 0,1 kGy têm pouco
efeito sobre a firmeza mas o amolecimento rápido ocorre em
doses mais altas.
Papaia
Papaia pode tolerar até 1 kGy de radiação antes de escaldar a superfície. O
desenvolvimento da cor da superfície não é interrompido até 2 kGy, sabor e aroma até 4 kGy,
e desagregação do tecido até 5 kGy.
Uma dose de 0,75 kGy é considerada a dose ideal para a retenção
da firmeza dos frutos apenas com uma ligeira redução do tempo de
armazenamento.
Nos frutos irradiados o amolecimento é mais homogéneo
do que em frutos não irradiados.
Morangos
Irradiação com doses de 1, 2 e 3 kGy prolonga a vida útil dos morangos armazenados a
4 ° C por 5, 13 e 16 dias, respectivamente.
Os morangos podem tolerar uma dose de irradiação até 2 kGy para reduzir infecção
por fungos, sem alterações de qualidade. A textura mais macia acima de 2 kGy pode limitar o
uso de doses mais elevadas.
Diversos estudos indicam que a irradiação induzida
pela mudança de textura foi associada a alterações de
substâncias pécticas.
A despolimerização de polímeros de hidratos de
carbono, como o amido e a celulose, pode aumentar ligeiramente o teor de açúcar.
Cereais e grãos
Grãos e cereais são tratados com baixas doses de irradiação para eliminar fungos, uma
vez que alguns destes organismos podem produzir micotoxinas. Doses de irradiação ente 0,2-
1,0 kGy são eficazes no controlo da infestação de insectos no interior dos cereais. Um aumento
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Ilustração 19 – Cereais e grãos
Ilustração 20 – Bifes
da dose para 5 kGy mata totalmente os esporos e muitos dos fungos, que sobrevivem a doses
mais baixas.
Além de seu papel protector contra insectos e microrganismos, a irradiação também
afecta vários critérios de qualidade dos grãos de cereais, como o aspecto, sabor, etc. A
viscosidade do pico de amilograma de valores de queda de
farinha de trigo diminui com o aumento da dose de irradiação.
Um exemplo pode ser os cowpeas, este é um legume
dos mais importantes nos países semi-tropicais como a Ásia,
África, Europa central e América do Sul. Os cowpeas podem ser preservados em sacos de
polietileno, após o tratamento ionizante em doses inferiores a 0,10 kGy, sem causar
consequências nutricionais desfavoráveis.
Alimentos de origem animal
Em 1997 a FDA (Food and Drug Administration ) aprovou o uso de radiação ionizante
de forma a inactivar/eliminar bactérias patogénicas na carne
vermelha.
A irradiação funciona na prevenção ou no atraso da
expansão microbiana em carnes frescas.
Estudos anteriores indicavam que doses de radiação entre
0,25 e 1kgy em condições aeróbicas aumentaram a vida das carnes
na prateleira mas aceleraram a formação do “ranço”. Durante o
armazenamento desenvolvera-se um cheiro e um sabor gorduroso. A gordura estava
notavelmente mais branca (como que branqueada por lixívia) e o peróxido acumulava-se mais
rapidamente na amostra irradiada do que na amostra de gordura de controlo.
No caso das carnes “vermelhas”, doses acima dos 2.5 kGy controlavam o
aparecimento/proliferação das bactérias Salmonella, Campylobacter, Listeria monocytogenes,
Streptococcus faecalis, Staphylococus aureus, e no caso das carnes de aves e outras carnes a
bactéria escherichia coli. Com estas doses pode mudar o sabor, odor e cor mas estas mudanças
podem ser minimizadas pela irradiação destas mesmas quantidades/intensidades de radiação
a baixas temperaturas ou na ausência de oxigénio.
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Ilustração 21 – Frango
Tabela 5 – Valores limite de radiação para o aparecimento de sabores na carne causados pela própria.
O tratamento pela irradiação não é efectivo na paragem da ocorrência de alterações
nas carnes vermelhas, o que dificulta a sua aceitação por parte dos consumidores ao ficar com
uma cor acastanhada ou acinzentada causada pelo oxigénio atmosférico; gotejamento da
superfície das carnes magras e a oxidação também pelo oxigénio atmosférico dos lípidos das
carnes vermelhas com formação de sabores desagradáveis. No entanto a irradiação
juntamente com empacotamento sob vácuo das carnes tem o potencial de estender a vida de
prateleira.
A tabela 5 mostra os valores limite de radiação para o aparecimento de sabores na
carne causados pela própria (a partir destes valores já se notam os sabores estranhos).
O hidrogénio gerado durante a irradiação das carnes congeladas permite
identificar/distinguir as carnes congeladas irradiadas das não irradiadas. A carne de aves em
particular é conhecida por ser susceptível a mudanças de cor quando irradiada. Forma-se uma
cor rosada nas carnes de aves frescas quando tratadas pela radiação. Peitos de frango tratados
pela radiação exibiram uma cor avermelhada acentuada (valores a) quando comparados com
os peitos de frango do grupo de controlo (que não sofreu radiação).
Carne de aves
Com uma dose baixa, todos os microrganismos não são destruídos e alguns
sobrevivem, tais como Moraxella, Acinetobacter, Lactobacillus e Streptococcus podem causar
deterioração do alimento.
As doses de 2-2,5 kGy são eficazes no controle de Listeria e
para a eliminação de Serratia marcescens e uma dose de 1,0-2.5kGy
é suficiente para eliminar a Pseudomonas aeruginosa, Uma dose de
1,50 kGy foi efectiva para Staphylococcus aureus em frango quando
irradiado no vácuo a 0 ° C e mantida a 35 ° C durante 20 h. No
caso Escherichia Coli em carne de frango, uma diminuição de 90%
de células viáveis podem ser alcançados por doses de 0,27 kGy a 5 ° C e 0,42 kGy a -5 ° C.
Carne Temperatura (° C) Dose (kGy)
Porco 5 - 10 1.75 Vaca 5 - 10 2.50 Galinha 5 - 10 2.50 Carneiro 5 - 10 6.25
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Tabela 6 – Mudanças no odor devido à irradiação e não irradiação em carcaças de galinha guardadas a 1,6ºC.
Na Holanda, a dose máxima permitida é de 3 kGy no caso de aves irradiadas. Em Israel
e África do Sul, a dose permitida é de 7 kGy para eliminar bactérias patogénicas.
Mulder recomendou uma dose de 2,5-5kGy, pois prolonga validade para 6-14 dias sem
alterar as características organolépticas. No entanto, doses menores de 0.5kGy pode induzir
um odor de radiação e 2.5kGy pode induzir mudanças de sabor, que pode ser removida no
cozimento posterior. (tabela mostra as mudanças no odor de carcaças de frango irradiado
durante o armazenamento a 1,6 ° C).
A cor da carne depende de três factores: concentração de pigmentos, o estado
químicos, e a luz.
Patterson estudou a sensibilidade da irradiação no ar, dióxido de carbono, vácuo e
azoto em sete bactérias, espécies inoculadas em carne de aves estéril. Streptococcus faecalis e
Staphylococcus aureus não foram sensíveis para a atmosfera, enquanto Pseudomonas putida,
Salmonella typhimurium, Escherichia Coli, Phenylpyruvica Moraxella, Lactobacillus foram mais
sensíveis em atmosferas com excepção do ar. Em geral, em vácuo ou atmosfera de dióxido de
carbono durante a irradiação houve efeito letal. As bactérias podem ser mais resistentes à
irradiação se acondicionado sob o azoto, dióxido de carbono ou de ar condicionado.
Tempo guardado (dias)
Não irradiada Irradiado
2.5 KGy 5.0 KGy 0 Galinha fresca Leve odor a
irradiação Odor a irradiação
4 Galinha fresca Galinha fresca com odor
Leve odor a irradiação
8 Não tem odor Galinha fresca com odor
Galinha fresca com odor
11 Ligeiro odor Galinha com odor Galinha com ligeiro odor
15 Em decomposição Galinha com odor Galinha com ligeiro odor
18 Em decomposição Galinha com demasiador odor
Galinha com ligeiro odor
22 Em decomposição Galinha com demasiado odor
Galinha com ligeiro odor
31 Em decomposição Galinha azeda Galinha com ligeiro odor
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Ilustração 22 – Costeletas de carneiro
Ilustração 23 – Carne de vaca
Carne de Carneiro
A irradiação de produtos embalados em vácuo, com dose 4kGy impediu o crescimento
de bactérias, pelo menos 8 semanas a 0 °C-1 ° C, enquanto Brocothrix thermosphacta e
bactérias gram-negativa cresceram nas carcaças de carneiro irradiado a 2,4 kGy e
armazenados a 5 ° C.
A população total não excede 105 ufc/cm3 durante 16
semanas de armazenamento. No entanto, essas doses altas
provocam efeitos adversos sobre a qualidade sensorial e
aumento do volume.
Em pedaços de carne irradiada com 1,0 e 2,5 kGy eram aceitáveis para 3 e 5 semanas,
respectivamente, enquanto para a carne picada era 2 e 4 semanas. Em contrapartida, não
irradiados, pedaços de carne e carne picada estragava-se dentro de 1 semana de
armazenamento a 0 ° C-3 ° C.
Carne de vaca
Pseudomonas, Enterobacteriaceae, e thermosphacta Brocothrix foram fortemente
inibidos em amostras de carne de bovino irradiado e propriedades sensoriais não foram
alteradas.
Rodriguez et al. estudaram o efeito da irradiação de 2 kGy
para a carne nova embalada em meio aeróbia. Após o
armazenamento, entre 8 e 11 dias, contaram-se 107 ufc/cm3 de
psicrotróficos enquanto as contagens semelhantes não foram
observadas em amostras irradiadas até 28 dias de
armazenamento. A validade da carne embalada a vacuo pode
aumentar, com doses variando de 1 a 5 kGy, que também aumenta qualidade sensorial.
Grant et al. estudaram o efeito de 2 kGy sobre o crescimento e a produção de toxinas
de Staphylococcus aureus e Bacillus cereus inoculadas em carne assada. A produção de toxina
por ambos adiados por irradiação.
Snyder disse que carcaça de envelhecimento a alta temperatura seguido de irradiação
poderia reduzir o número de microrganismos.
Lee et al. constataram que a irradiação em contendo 25% de dióxido de carbono e
azoto 75% poderia ser usado para um acelerar o processo de envelhecimento de carne de
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Ilustração 24 – Carne de porco
bovino a 30 ° C por 2 dias. Além disso, se carne irradiada for imediatamente refrigerada após o
envelhecimento, esse processo poderia melhorar a textura sem crescimento bacteriano
excessivo e seria mais eficiente do que as carcaças de envelhecimento em altas temperaturas
seguido por irradiação.
O resumo de Sommers é:
a irradiação pode inactivar bactérias patogénicas ocasionalmente encontrada
em carne moída, como a Escherichia coli, Salmonella, Staphylococcus aureus e Listeria
monocytogenes;
irradiação não torna o alimento radioactivo;
a irradiação, quando utilizado adequadamente, não altera o aroma, sabor,
textura ou gosto global de carne moída;
não há aumento de risco detectável no cancro relacionados com o consumo a
longo prazo da carne que foi irradiada;
carne moída irradiada é nutritiva e saudáveis;
a irradiação é eficaz para melhorar a segurança microbiológica de carne
moída, não para limpar o produto inaceitável.
Carne de porco
Sivinski e Switzer mencionoram que uma baixa dose de
irradiação entre 0,30 e 1,0 poderiam ser utilizados para
inactivar Trichinella spiralis em carne de porco. A radiação
reduziu o número de mesófilos, psicrotróficos, bactérias
anaeróbicas, e estafilococos durante o armazenamento. A
irradiação de carne de porco (embalados no vácuo com pH
6,2-6,6) com 2,5 e 4,3 kGy reduziram o número de bactérias
viáveis presentes. O prazo de validade aumentou de 8 para 11,5 dias quando embalada a
vácuo.
O tratamento com uma dose de 1,0 kGy foi eficaz em prolongar a vida de
armazenamento e produziu apenas ligeiras alterações na cor e odor. Staphylococcus,
Micrococcus, e espécies de leveduras predominaram em amostras que receberam uma dose
de 0,57 kGy.
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Ilustração 25 – Carne processada, panados.
Ilustração 26 – Carne processada, toucinho fumado.
Não há diferença significativa entre as amostras irradiadas e controle sobre a oxidação
lipídica de costeletas de porco irradiado durante o armazenamento.
Sobre embalagens de atmosfera modificada, Mitchell mencionou que a vida de
prateleira sensorial pode ser alcançada utilizando doses 0,5-1,75 kGy e atmosfera modificada
de 25% a 50% dióxido de carbono. O produto deve ser armazenado a 5 ° C ou menos para
alcançar a vida útil prolongada.
A irradiação na presença de oxigénio tem um efeito negativo sobre as características
químicas e sensoriais. A vida útil pode ser diferente, dependendo de varios factores, tais como
microbianos. Os estudos mostraram que a inoculação de Clostridium perfringens foi mais
resistente e Yersinia enterocolitica o mais sensível entre Clostridium perfringens, Yersinia
enterocolitica, Escherichia Coli, Listeria monocytogenes e Salmonella typhimurium.
Carnes processadas
A quantidade de nitrito em carnes curadas necessário
possivelmente pode ser reduzida pela irradiação. Os níveis de
nitrito na bacon irradiado pode ser reduzido de níveis normais de
120-150 para 20-40 mg /
kg, sem perda da
qualidade
organolépticas. Além disso aditivos, tais como ervas e
especiarias são frequentemente utilizados em carnes.
Wills et al. estudou milho cortado com as doses
de radiação, de 1, 2 e 4 kGy. A carga microbiana inicial
reduziu. Pequenas alterações no aroma e sabor a 2 kGy
foram observados e a validade duplicada aumentou.
Bacteriaceae foi efectivamente inactivada pela irradiação com doses de 1-2 kGy quando os
efeitos sensoriais foram mínimos. O produto pode ser armazenado até 5-7 dias, quando
tratados com 2 kGy. Os rissóis de carne irradiados a 2,0 kGy, sob vácuo permanecem iguais,
mesmo após 60 dias de armazenamento refrigerado.
No caso da carne picada, uma ligeira redução do pH para 5,2-5,3 foi observado quando
embalado a vácuo com uma dose de 2 kGy. Bactérias do ácido láctico foram mais resistentes à
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radiação e se tornou a espécie dominante durante o armazenamento. A combinação de
redução do pH e da irradiação impediu o crescimento de Enterobacteriaceae com incubação a
10 ° C.
As características organolépticas (sabor, textura, suculência e sabor) de carne moída
rissóis irradiados de 2,0 kGy e armazenados sob condições de refrigeração foram estudados
por Murano et al.. Depois de 1 dia, rissóis irradiados foram significativamente melhores do que
os não irradiados.
Produtos de peixe
Singh e Nickerson et al. estudaram a irradiação de carnes e peixes e sua vida
útil.
Singh mencionou que o controle de organismos patogénicos e a extensão da vida útil
do pescado fresco poderia ser alcançado com doses relativamente menores ou iguais a 2.5
kGy. No entanto, Clostridium botulinum (A, B, E e F) presente no peixe e outros produtos
permaneceram inalterados pelas baixas doses de irradiação. No caso de peixe seco (humidade
<20%) uma dose de 0,3 kGy é suficiente para controla], mas em maiores níveis de humidade
de 20% a 40% de uma dose de 0,5 kGy é necessária.
O crescimento de bolores também pode contribuir para a deterioração dependendo
do nível de humidade no peixe. O controle de o crescimento de bolores por irradiação apenas
necessita doses de 3-5 kGy .
A decomposição bacteriana é também um problema no meio-seco e fresco do peixe e
produtos de peixe. Normalmente, doses até 2,5 kGy são adequadas para controlar as bactérias
de deterioração e prolongar a vida útil.
Segundo Singh a extensão da vida útil de irradiação é dependente das condições de
irradiação e armazenamento e varia de espécie para espécie de peixe.
Al-Kahtani et al. estudaram os efeitos da gama de irradiação (kGy 1.5-10) e
armazenamento até 20 dias a 2 ° C no carapau. Eles descobriram que:
A formação de azoto básico volátil foi menor nos peixes irradiados do que nos não
irradiados;
Alguns ácidos gordos (C14: 0, C16: 0 e C16: 1) diminuiu após a irradiação, enquanto
outros (C18: 0, C18: 1 e C18: 2) aumentaram:
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Chen et al. [14] estudaram o efeito de baixas doses (2kGy ou menos) na redução de
patogénicos e microrganismos, e sobre a qualidade sensorial dos produtos de caranguejo
(caroço branco, garra, e os dedos), através 14 dias de armazenamento de gelo.
Irradiação reduz bactérias de deterioração, ou seja prolonga o prazo de validade por mais
de 3 dias além do das amostras de controlo.
Problemas tecnológicos e as limitações da irradiação
Ao longo do tempo tem havido muita controvérsia sobre os produtos irradiados para o
consumo humano. A radioactividade, as alterações na qualidade nutritiva e organoléptica, a
natureza das embalagens, a segurança microbiológica, os aspectos legais, a segurança do
processo e do produto, os factores de equipamento e de custos são alguns exemplos.
Elevadas doses de radiação nos alimentos provocam quebra das moléculas longas,
como celulose, e hidratos de carbono curtos. Por este motivo algumas frutas e hortaliças
perdem a sua textura característica, amolecendo. A irradiação em gorduras origina radicais
livres que as oxidam, levando à sua rancificação. Também há quebra de proteínas e destruição
de uma parte das vitaminas, nomeadamente a A, B, C, E e K. As vitaminas A, B1 (tiamina), E e K
são relativamente sensíveis, dependendo da complexidade do sistema alimentar, são solúveis
em água ou gordura, e da atmosfera na qual ocorre a irradiação. Nos produtos de carne, a
esterilização de alta dose de irradiação pode induzir a sabores desagradáveis.
Contudo, estas alterações só acontecem acima das doses recomendadas. Se os níveis
de irradiação usados no processamento forem adequados, assegura-se que estas
deteriorações não alcançam níveis mais elevados do que noutros métodos de conservação de
alimentos.
Outra limitação é o facto de as doses recomendadas para o processamento não
eliminarem todos os microrganismos nem as suas toxinas, e de as baixas doses não destruírem
todos os esporos de bactérias. A irradiação não previne a proliferação posterior, pelo que os
alimentos devem ser armazenados para evitar a sua deterioração e a perda de valor nutritivo.
Uma dose demasiado elevada pode afectar qualidades sensoriais do alimento,
enquanto uma dose muito baixa não permite a conservação deste.
Quanto à utilização deste processo em fruta, é difícil prever a dose de radiação, pois
depende do estado fisiológico dos frutos e da sua susceptibilidade aos microrganismos.
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Ilustração 27 – Símbolo internacional para produtos
irradiados
Um problema importante para a irradiação de alimentos em recipientes de plástico é a
produção de gases e compostos voláteis como hidrocarbonetos, cetonas e compostos
aromáticos Estes podem migrar para os alimentos e afectar a sua qualidade, uma vez que, em
alguns casos, na altura do processamento, os alimentos já estão embalados e as radiações
podem alterá-los. O efeito da irradiação sobre filmes plásticos depende da natureza da
embalagem, temperatura e conteúdo de oxigénio durante o tratamento, a dose deste e a que
é absorvida na realidade e o seu contacto com os alimentos. Em doses de 60 kGy ou superior,
podem ocorrer danos em latas de aço e alumínio. Em doses inferiores a 20kGy, mudanças
física em embalagens plásticas são insignificantes. As pesquisas têm demonstrado que quase
todos os materiais das embalagens de plástico testados são adequados, o vidro é uma
excepção, pois a sua cor pode ser alterada.
A grande maioria dos estudos toxicológicos não mostrou nenhuma evidência de
efeitos tóxicos. Mesmo que os alimentos tivessem sido expostos a doses de radiação muito
elevada, o seu nível máximo seria 200.000 vezes menor do que o nível de radioactividade
naturalmente presente no alimento.
A irradiação pode induzir a formação de algumas substâncias, chamadas de produtos
radiolíticos, na constituição dos alimentos. Estas substâncias não
são radioactivas e não são exclusivas dos alimentos irradiados.
Pesquisas sobre essas substâncias não encontraram associação
entre a sua presença e efeitos nocivos aos seres humanos.
Na Europa, apenas foram concedidas algumas licenças
para a irradiação de especiarias. A Directiva 1999/2/CE, que
aborda as questões legislativas sobre alimentos e ingredientes
alimentares tratados com irradiação, prevê várias especificações, nomeadamente, no controlo
dos níveis de irradiação permitidos e nos requisitos para a rotulagem alimentar, assim como
também as condições de importação de alimentos irradiados.
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Conclusão
A irradiação tem sido objecto de intensos e rigorosos estudos por décadas. É um
método de processamento seguro e eficaz. Os produtos apresentam uma boa qualidade,
nomeadamente, a nível de segurança alimentar e de conservação. O seu valor nutricional,
comparado com o de alimentos que sofreram outro tipo de processo, revela resultados
favoráveis. Métodos de conservação, como o aquecimento, podem causar reduções muito
maiores.
A falta de informação sobre esta tecnologia e sobre os seus benefícios tem conduzido
a muitas controvérsias. Devem ser garantidas informações correctas, com base científica, para
que os consumidores possam fazer escolhas informadas. A rotulagem de produtos irradiados
proporciona a decisão de adquiri-los, ou não.
O mercado de produtos irradiados ainda é pequeno, incluindo nos países onde este
processo de conservação é permitido. Os aspectos legais e de segurança do processo, os
factores de equipamento, custos e a aceitação dos consumidores contribuem para a sua baixa
comercialização.
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