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Página| 1 ISSN 1983-4209 - Volume 02 – Numero 01 – 2008 ALLIUM SATIVUM L. COMO AGENTE TERAPÊUTICO PARA DIVERSAS PATOLOGIAS: UMA REVISÃO. Alexsandra Conceição Apolinário; Matheus Morais de Oliveira Monteiro 1 ; Clésia Oliveira Pachú 2 ; Ivan Coelho Dantas 3 . RESUMO As plantas medicinais são utilizadas desde os tempos mais remotos e apresentam uma importância considerável no tratamento de diversas patologias devido o valor clínico, farmacêutico e econômico dos extratos vegetais. Assim a fitoterapia tem deixado de se fundamentar no tradicional e as plantas medicinais são muitas vezes preferidos em detrimento aos fármacos de origem sintética. O Allium sativum L., mostra-se como uma das mais eficazes entre as espécies que podem substituir os medicamentos sintéticos, sendo recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Este é um trabalho de revisão bibliográfica que objetiva descrever as principais atividades farmacoterapêuticas comprovadas cientificamente do Allium sativum L. A atividade terapêutica do alho comprovada cientificamente é expansiva sendo demonstrada por diversos estudos clínicos e etnofarmacológicos. Segundo tais estudos o alho apresenta cerca de 30 componentes os quais podem combater patologias como distúrbios endócrinos e cardiovasculares, neoplasias, infecções, parasitoses entre outros. Portanto observa-se que a produção de fitofármacos a partir do alho é uma alternativa viável do ponto de vista clínico e como tal o alho merece atenção da indústria farmacêutica diante de seus benefícios para saúde. Unitermos: Allium sativum L., fitoterapia, patologia ALLIUM SATIVUM L. AS THERAPEUTIC AGENT FOR VARIOUS DISEASES: A REVIEW. ABSTRACT The medicinal plants are used since the days more remote and have considerable importance in the treatment of various diseases because the clinical value, the economic and pharmaceutical plant extracts. Thus the phytotherapy has ceased to be based on the traditional and medicinal plants and their preferred manipulated or industrial are often preferred to the detriment fámacos of synthetic origin. The Allium sativum L., shows himself as one of the most effective among the species that can replace the synthetic drugs, being recommended by the National Sanitary Surveillance Agency (ANVISA) and the World Health Organization (WHO). This is a work of literature review that aims to describe the principal activities of scientifically proven farmacoterapêuticas Allium sativum L. The activity of garlic therapy is scientifically proven expansive being demonstrated by several clinical studies and etnofarmacológicos. According to these studies the garlic gives about 30 components which can combat diseases such as cardiovascular and endocrine disorders, cancer, infections, parasites and others. So it is observed that the production of plant protection products from the garlic is a viable alternative from a clinical and as such deserves the attention of the garlic before industries pharmaceutical benefits for health. Uniterms: Allium sativum, phytotherapy, pathology 1 Acadêmicos do curso de farmácia; [email protected] ; [email protected] ; 2 Professora Dra. Componente Curricular Patologia Geral - Universidade Estadual da Paraíba; [email protected] ; 3 Farmacêutico, MSc, Departamento de Biologia, /CCBS/UEPB, [email protected]

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ISSN 1983-4209 - Volume 02 – Numero 01 – 2008

ALLIUM SATIVUM L. COMO AGENTE TERAPÊUTICO PARA DIVERSAS PATOLOGIAS: UMA REVISÃO.

Alexsandra Conceição Apolinário; Matheus Morais de Oliveira Monteiro

1 ; Clésia Oliveira

Pachú2; Ivan Coelho Dantas

3.

RESUMO

As plantas medicinais são utilizadas desde os tempos mais remotos e apresentam uma importância considerável no tratamento de diversas patologias devido o valor clínico, farmacêutico e econômico dos extratos vegetais. Assim a fitoterapia tem deixado de se fundamentar no tradicional e as plantas medicinais são muitas vezes preferidos em detrimento aos fármacos de origem sintética. O Allium sativum L., mostra-se como uma das mais eficazes entre as espécies que podem substituir os medicamentos sintéticos, sendo recomendada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Este é um trabalho de revisão bibliográfica que objetiva descrever as principais atividades farmacoterapêuticas comprovadas cientificamente do Allium sativum L. A atividade terapêutica do alho comprovada cientificamente é expansiva sendo demonstrada por diversos estudos clínicos e etnofarmacológicos. Segundo tais estudos o alho apresenta cerca de 30 componentes os quais podem combater patologias como distúrbios endócrinos e cardiovasculares, neoplasias, infecções, parasitoses entre outros. Portanto observa-se que a produção de fitofármacos a partir do alho é uma alternativa viável do ponto de vista clínico e como tal o alho merece atenção da indústria farmacêutica diante de seus benefícios para saúde. Unitermos: Allium sativum L., fitoterapia, patologia

ALLIUM SATIVUM L. AS THERAPEUTIC AGENT FOR VARIOUS DISEASES: A REVIEW.

ABSTRACT The medicinal plants are used since the days more remote and have considerable importance

in the treatment of various diseases because the clinical value, the economic and pharmaceutical plant extracts. Thus the phytotherapy has ceased to be based on the traditional and medicinal plants and their preferred manipulated or industrial are often preferred to the detriment fámacos of synthetic origin. The Allium sativum L., shows himself as one of the most effective among the species that can replace the synthetic drugs, being recommended by the National Sanitary Surveillance Agency (ANVISA) and the World Health Organization (WHO). This is a work of literature review that aims to describe the principal activities of scientifically proven farmacoterapêuticas Allium sativum L. The activity of garlic therapy is scientifically proven expansive being demonstrated by several clinical studies and etnofarmacológicos. According to these studies the garlic gives about 30 components which can combat diseases such as cardiovascular and endocrine disorders, cancer, infections, parasites and others. So it is observed that the production of plant protection products from the garlic is a viable alternative from a clinical and as such deserves the attention of the garlic before industries pharmaceutical benefits for health. Uniterms: Allium sativum, phytotherapy, pathology

1 Acadêmicos do curso de farmácia; [email protected]; [email protected]; 2 Professora Dra. Componente Curricular Patologia Geral - Universidade Estadual da Paraíba; [email protected]; 3 Farmacêutico, MSc, Departamento de Biologia, /CCBS/UEPB, [email protected]

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INTRODUÇÃO

As plantas medicinais são utilizadas desde os tempos mais remotos e apresentam uma importância considerável para o desenvolvimento da terapêutica utilizada no Ocidente, em face dos vários medicamentos alotrópicos desenvolvidos a partir de vegetais. Paralelamente, observa-se que, nos últimos anos, os extratos vegetais vêm tendo um aumento considerável no reconhecimento de seu valor clínico, farmacêutico e econômico (Reis et al.; 2004). Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da população dos países em desenvolvimento não tem acesso aos medicamentos. Observa-se que são utilizados outros instrumentos de cura, por exemplo, plantas medicinais, perpetuando o conhecimento tradicional através das brechas deixadas pelo sistema médico oficial (Iucn, 1993).

Hoje, a fitoterapia deixou de se fundamentar no uso tradicional, passando a estar cada vez mais apoiada nos aspectos da qualidade, eficácia e segurança. Nos últimos anos têm sido realizados inúmeros ensaios farmacológicos e clínicos com os medicamentos à base de plantas medicinais(Cunha et al., 2003). A plantas medicinais e seus derivados manipulados ou industrializados, muitas vezes preferidos pela sociedade aos medicamentos de origem sintética, vêm hoje cada vez mais obtendo o reconhecimento dos órgãos de pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos (Henriques, et al., 2005). Dentre as inúmeras espécies que podem substituir medicamentos sintéticos segundo o Sistema Único de Saúde, o Allium sativum L. mostra-se como uma das mais eficazes (Michiles, 2004; Katzung et al., 2003). Allium sativum L,consta na relação das plantas medicinais recomendadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) por meio da Resolução − RDC nº 17, de 24 de fevereiro de 2000, coincidindo a maioria das indicações.

A atividade terapêutica do alho é demasiadamente extensiva podendo combater patologias endócrinas cardiovasculares, atuando como anti-neoplásico e antimicrobiano também apresenta efeitos anti-helmínticos, anti-oxidantes e imunológicos (Katzung, 2003; Marchiori, 2007). As atividades farmacológicas do Allium sativum L.têm sido evidenciados através de estudos clínicos e etnofarmacológicos (Harris et al., 2001). No entanto o alho é utilizado desde os primórdios da humanidade tanto na culinária como condimento quanto como recurso terapêutico. No Egito o alho era utilizado como antidiarréico, na Grécia antiga também era utilizado na tratamento de doenças pulmonares. Os romanos davam alho aos trabalhadores e aos seus soldados para aumentar-lhes as forças. Os russos e turcos utilizaram durante séculos o vegetal para o tratamento de febres e gripes. Inúmeros médicos da antiguidade com Plínio e Hipócrates utilizaram o alho para curar inúmeras infecções intestinais problemas digestivos, pressão alta, senilidade e impotência. As forças armadas britânicas durante a Segunda Guerra Mundial valiam-se do alho para impedir a infecção dos ferimentos (Quintaes, 2001).

Atualmente foram identificados cerca de 30 componentes do alho que apresentam efeito terapêutico. A atividade farmacológica do Allium sativum L. envolve uma variedade de compostos de organoenxofre, dos quais o mais notável é a alicina, que é responsável pelo odor característico (Katzung et al., 2003).

O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura a respeito das principais atividades farmacoterapêuticas comprovadas cientificamente do Allium sativum L. RESULTADOS E DISCUSSÕES

EFEITOS CARDIOVASCULARES

Alguns estudos clínicos revelam reduções significativas nos níveis de colesterol, de 5-8 % (Katzung, et al., 2003). A atividade hipocolesterômica do alho se deve a inibição do colesterol e a um acréscimo na excreção de ácido biliar e de esteróis. Estudo canadense efetuado com homens

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moderadamente hipercolesterolêmicos (32 a 68 anos) mostrou que o consumo de 7,2 g/dia de extrato de alho durante meio ano reduz em 5,5 % a pressão arterial sistólica (Quintaes, 2007).

A ação anti-oxidante do alho, com redução das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), foi observada tanto in vitro quanto in vivo. Ao alho também são atribuídas reduções na formação de ésteres de colesterol em células aórticas obtidas de pacientes com aterosclerose, bem como reduções na proliferação do músculo liso aórtico, desenvolvimento de estrias gordurosas e acúmulo de colesterol em modelos experimentais de aterosclerose em coelhos (Katzung, et al., 2003). Isto ratifica os benefícios do consumo in natura do alho para a saúde e por outro lado sugere a viabilidade do vegetal como um meio farmacologicamente seguro além de econômico para o tratamento de dislipidemias.

EFEITOS ENDÓCRINOS

O efeito do alho sobre a homeostasia da glicose é em parte devido ao estímulo da secreção de insulina pelas células β do pâncreas. Certos componentes de organoenxofre no alho exercem efeitos hipoglicemientes documentados em modelos animais não-diabéticos (Katzung, et al., 2003. No entanto é importante comentar que pacientes que têm crises freqüentes de hipoglicemia não devem ingerir este condimento em excesso. Outro aspecto que deve ser levado em consideração é que o uso concomitantemente do alho com medicamentos hipoglicemiantes pode levar a uma drástica redução da glicose no sangue. Isto é um fator de alerta para farmacêuticos no que diz respeito a não compactuar com a cultura de que “o natural não faz mal”.

Em humanos, crianças permanecem por mais tempo no seio, sugam mais e, possivelmente, ingerem quantidades maiores de leite materno quando a mãe ingere alho (Mennella & Beauchamp, 1991). Experimentos com animais sugerem que preferências olfatórias pode se desenvolver antes do nascimento. Filhotes de ratas têm preferência pelo odor do líquido amniótico de suas mães (Hepper, 1987) e têm uma maior preferência por alho quando as suas mães ingerem esse alimento durante a gestação (Hepper, 1988). Talvez a semelhança de aromas entre o líquido amniótico e o leite materno faça com que o recém-nascido tenha preferência pelo cheiro do leite humano (Stafford et al.; 1976; Schaal, 1988).

EFEITOS ANTINEOPLÁSICOS

O alho in vitro inibe pró-carcinógenos para o câncer de cólon, esôfago, pulmão, mama e estômago, muito provavelmente através da detoxificação dos carcinógenos e redução de sua ativação. As evidências das propriedades anticarcinogênicas do alho, in vivo, são, em grande parte epidemiológicas. Por exemplo, certas populações com alto consumo alimentar de alho parecem ter uma baixa incidência de câncer de estômago (Katzung, et al., 2003).

Outra evidência que confirma a atividade antineoplásica do alho é o fato do mesmo ser capaz de combater o Helicobacter pylori, o maior causador de câncer gátrico. Esta evidência foi comprovada em um estudo epidemiológico efetuado na China, onde foi notado que o risco de câncer gátrico é 13 vezes menor em indivíduos que consomem 20 g/dia de alho em relação aqueles que consomem 1g/dia de alho. A propriedade de imunoestimulação do alho está relacionada com os altos teores de zinco e selênio, ambos metais antioxidantes, e também com a presença de substâncias que promovem a proliferação de células T e de citocinas produzidas por macrófagos, estimulando a imunidade humoral e a celular (Quintaes, 2001).

De acordo com Alonso (1998), vários estudos científicos confirmam que os benefícios da inclusão do alho (Allium sativum), na dieta está relacionada a uma menor taxa de incidência de câncer de estômago à medida que se aumenta o seu consumo associado com a cebola. Sabe-se que a acidez do suco gástrico é um elemento protetor contra a proliferação de bactérias e fungos. No entanto, condições nas quais se altera o pH ácido levando-o a cinco, como se observam em pessoas com gastrite atrófica se favorece o crescimento de bactérias e fungos gerando assim uma maior susceptibilidade por parte da mucosa gástrica, de transformar os nitratos absorvidos com os

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alimentos em nitritos, primeiramente e, depois, em nitrosaminas, das quais se conhece seu potencial carcirnogênico. O fato é que a ingesta de alho tem demonstrado neutralizar o efeito catalisador de germes e evitar a referida transformação. Estudos ainda mostram a eficácia do alho na inibição do crescimento e de multiplicação celular em câncer de mama humano. Em respeito aos compostos lipossolúveis, ajoeno mostrou ser o mais eficaz como substância antineoplásica, comparado com a alicina. Por sua vez, o grau de citotoxidade do ajoeno demonstrou ser duplamente maior em células tumorais do que sobre células normais. Esta citotoxiidade seletiva do alho é um aspecto fundamental que contribui para exaltar seu valor clínico, já uqe muitas drogas sintéticas não possuem tal característca, chegando até a causar aplasia medular. Desse modo a Oncologia deve investir em maiores estudos que viabilizem uma terapia complementar a bese de alho para paciente oncológicos, pois seus efeitos preventivos já têm sido comprovados. EFEITOS ANTI-HELMÍNTICOS

O alho é também utilizado no tratamento de helmintíases intestinais (Ascaris lumbricoides e Enterobios vermiculares) e também possui ação vermífuga fraca para Oxiúrus (Enterobius

vermicularis) (Corrêa, 1978). Esta propriedade antiparasitária do alho é significativa sobretudo do ponto de vista econômico, já que as parasitoses são patologias muitas vezes negligenciadas e abragem geralmente uma parcela carente da população a qual poderia ter no alho uma alternativa mais barata de tratamento. Daí a necessidade das equipes multirofissionais de saúde da família atentarem para este valor terapêutico do Allium sativum L. EFEITOS ANTI-OXIDANTES

A ação antioxidante da alina , alicina e do ajoeno justificam o efeito do alho sobre as LDL pois inibem a peroxidação lipídica por meio da inibição da enzima xantina-oxidase e de eicosanóides. O alho também eleva a capacidade total antioxidante do organismo devido à ação dos bioflavonóides quercetina e campferol, por meio de um mecanismo mediado pelo óxido nítrico e in vitro, age diretamente como varredor dos radicais livres. A alicina mostra analogia estrutural com o dimetilsulfeto, o qual possui uma boa capacidade varredora de radicais livres. A presença de selênio em sua composição também contribui com este efeito. Isto quer dizer que os compostos sulfurados aliados aos bioflavonóides incrementam a ação medicamentosa do alho (Marchiori, 2008). Levando-se em consideração todos os danos a nível celular, as influências bioquímicas bem como os distúrbios fisiológicos advindos do estresse oxidativo verifica-se o quanto abrangente são as propriedades farmacoterapêuticas do Allium sativum L.

EFEITOS IMUNOLÓGICOS

Diversos estudos têm identificado baixos níveis sanguíneos tanto de selênio como de zinco, em pacientes portadores de patologias como AIDS, onde o sistema imunológico encontra-se gravemente debilitado. A prescrição dietorápica atualmente feita para tais pacientes preconiza o consumo do alho, já que o vegetal o atua estimulando tanto a imunidade humoral como a celular (Quintaes, 2001). Sobre esta propriedade do alho deve ser enfatizado o valor preventivo do vegetal, o que é essencial já que atualmente os sistemas de saúde preconizam a prevenção de doenças como forma de promoção de saúde.

EFEITOS ANTIMICROBIANOS

Em laboratório, mediante diluição em série, o extrato fresco de alho mostrou-se ser capaz de inibir o crescimento de 14 espécies de bactérias, entre as quais Staphilococcus aureus, Klebsiella

pneumoniae e Escherichia coli, que são bactérias potencialmente maléficas à saúde. Isto se deu, mesmo usando o extrato de alho delupido 128 vezes. Uma solução de 5 % preparada com alho fresco desidratado mostrou atividade contra Salmonella typhimurium (Quintaes, 2001).

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O alho também age como fungicida contra Cândida albicans e pode matar protozoários como Entamoeba histolitica e vírus, sendo indicado para casos de resfriado, gripe e nas viroses em geral (Katzung, et al., 2003; Quintaes, 2001). Este efeito do alho talvez seja o mais antigo retratado na literatura. A propriedade antibacteriana do Allium sativum L. é interessante, sobretudo para a indústria farmacêutica, já que novos antibióticos precisam ser produzidos em virtude da grande resistência bacteriana que tem sido verificada especialmente em ambientes hospitalares. MATERIAIS E MÉTODOS

Tratou-se de uma revisão retrospectiva de trabalhos científicos e fontes literárias realizadas entre junho e julho de 2008. O método de abordagem utilizado foi o dedutivo e a investigação foi realizada através da leitura e apontamento de livros, artigos de revistas e/ou periódicos e de material colhidos em bases de dados científicas, via internet.

A identificação dos artigos foi realizada através de uma busca bibliográfica na base de dados da Pubmed, Scielo e sites da OPAS (Organização Pananmericana de Saúde) e OMS (Organização Mundial da Saúde) e periódicos.

As fontes literárias constituíram-se de livros de fitoterapia, farmacognosia e farmacologia. Como critérios de inclusão foram consideradas fundamentações teóricas dados que apresentem evidências etnofarmacológicas, farmacológicas, clínicas e epidemiológicas das ações terapêuticas do Allium sativum L. sejam in vivo ou in vitro. Os dados foram divididos de acordo com os efeitos terapêuticos que foram demonstrados nos diversos artigos, livros e periódicos. CONCLUSÃO

Com base nos resultados desta breve revisão de literatura pode-se inferir que são inúmeros os efeitos farmacológicos do Allium sativum L. comprovados cientificamente, o que demostra que a produção de fitofármacos a partir do alho é uma alternativa viável para o tratamento de patologias até então tratadas com fármacos, sintéticos como a hipertensão arterial e certas infecções, além de auxiliar certos pacientes como pessoas imunodeprimidas. O uso do alho poderia ser incentivado pelos profissionais de saúde como terapia complementar.

Assim entre tantos vegetais com ações terapêuticas, o alho merece a atenção da indústria farmacêutica como também deve ter seu uso popular propagado e orientado, de modo que a sociedade como um todo e não só a comunidade acadêmica conheça mais profundamente os benefícios do Allium sativum L. para a saúde. REFERÊNCIAS Alonso J.R. (1998). Tratado de fitomedicina: bases clínicas y farmacológicas. ISIS. Ediciones SRL. Block, E. (1992). The organosulfur chemistry of the genus Allium – implications for the organic chemistry of sulfur. Angewandte Chemie International ed in English, v.31, p.1135-78. BRASIL. (2000). Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução RDC nº. 17, de 24 de fevereiro de 2000. Brasília: Ministério da Saúde. Corrêa, M.P. (1978). Cebola. In:____. Dicionário das plantas úteis do Brasil e das exóticas

cultivadas. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional. v.2. Cunha, A. (2003). Plantas e produtos vegetais em fitoterapia. Ed. Lisboa: Fundação Colouste Gulbenkian.

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preferences. Animal Behavior. 36:935-6. Hepper, P.G. (1987). The amniotic fluid: An important priming role in kin recognition. Animal Behavior. 35:1343-6. IUCN. (1993). The International Union for Conservation of Nature and Natural Resources.

Guidelines on the conservation of medical plants. Gland: Switzerlend Katzung, B.G. (2003). Fármacologia Básica e Clínica, 8ed, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro. Marchiori, V.F. (2008). Propriedades funcionais do alho ( Allium sativum L ). Mennella, J.A.; Beauchamp G.K. (1991). Maternal diet alters the sensory qualities of human milk

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Janeiro. Jornal Brasilero de Fitomedicina. Vol. 2. n. 1-4. jan-dez. Quintaes, K.D. (2001). Alho, nutrição e saúde. Revista NutriWeb, v.3. Disponível em: <http://www.epub.org.br/nutriweb/n0302/ alho.htm>. Acesso em: 10 de julho de 2008. Reis, M.C.P.; et al. (2004). Experiencia na implantação do programa de fitoterapia do município

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