ALMEIDA, João Paulo Barros - Sentimento e Conhecimento Na Poesia de Pessanha

8/3/2019 ALMEIDA, João Paulo Barros - Sentimento e Conhecimento Na Poesia de Pessanha

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s é r i e m o n o g r a f a s

sentimento e conhecimento na poesia de Camilo Pessanha

João Paulo Barros Almeida



J P B A(U C)

Sentimento e Conhecimentona Poesia de Camilo Pessanha



Autor: João Paulo Barros de Almeida Título: Sentimento e Conhecimento na Poesia de Camilo Pessanha

Editor: Centro de Estudos Clássicos e HumanísticosEdição: 1ª/2009

Coordenador Científico do Plano de Edição: Maria do Céu FialhoConselho Editorial: José Ribeiro Ferreira, Maria de Fátima Silva,

Francisco de Oliveira, Nair Castro SoaresDirector técnico da colecção: Delfim F. LeãoConcepção gráfica e paginação: Rodolfo Lopes

Impressão:Simões & Linhares, Lda.

Av. Fernando Namora, n.º 8 ‑ Loja 4000 Coimbra

Obra realizada no âmbito das actividades da UI&DCentro de Estudos Clássicos e Humanísticos

Universidade de Coimbra

Faculdade de LetrasTel.: 29 859 981 | Fax: 29 86 7

3‑ Coimbra

ISBN: 978‑989‑8281‑18‑0Depósito Legal: 0925/09

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© Classica Digitalia Vniversitatis Conimbrigensis

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cultural por via de e-learning.

Todos os volumes desta série são sujeitos a arbitragem científca independente.



Índice

Prefácio

A glória do poeta

Parte I. Linguagem, Sujeito e Simbolismo

1. C P 12. L M 14. P í «ç» 214. P, z 265. E , D S 29

5.1. A D S 15.2. Ex: S P 75.. A ú ê ‑ S 41

6. A í Flores de Coral A O C 517. D S Clepsidra 56

Parte II. Subjectividade, Sentimento e Conhecimentona poesia de Camilo Pessanha

1. A â í 711.1. O ç 781.2. A 781.. O 79

2. S 802.1. Gemüt Stimmung , «» â 8

. A, 884. A 1045. «A â q »: í 124

6. U 117. Oçõ P 14

Conclusão 19

Bibliografia 145

Índice Onomástico 151



i

Prefácio

Ocorreu-me escrever sobre Camilo Pessanha depois de terpresenciado a recitação do rondel, «Ao longe os barcos de ores»,pelo Proessor Doutor José Carlos Seabra Pereira, numa cadeirado Mestrado em Poética e Hermenêutica. A grande beleza dessepoema acordou em mim reminiscências de mais de três lustros,pois já havia lido e desrutado da poesia do autor de Clepsidra.Porque não, pensei eu, estudar a sua obra, indagar das causas damagia da sua poesia?

Abalançando-me a essa tarea, poderia trilhar um de dois

caminhos: ou, depois de ler a obra, estudar as ocagens maissignifcativas de críticos e escoliastas, tentando abrir uma veredano meio da oresta das interpretações ou ler directamente a obrae construir sobre ela um ponto de vista, ignorando as abordagenssedimentadas na história da sua recepção, aligeirando o textofnal. Escolhi naturalmente o primeiro caminho pois não queriarepetir sem o saber e inabilmente pontos de vista já elaborados

magistralmente, não seguindo o conselho de Schopenhauer, autormuito aludido, justifcadamente, como se verá, neste estudo, deler primeiro o criador e só muito depois, após haurirmos as nossaspróprias conclusões, ler o expositor ou o crítico.

Deste modo as primeiras páginas deste estudo remetemlargamente para críticos e autores de méritos amplamentereconhecidos, o que pode redundar numa vantagem deste livro:uma introdução arrumada das perspectivas, direi, já clássicas sobrea poesia deste autor. Para quem considere muito minucioso o jogocitacional, só tem que passar ao largo das primeiras páginas.

Como este trabalho se inseriu no âmbito de um curso que unialiteratura e flosofa, estava tacitamente autorizado a tentar azeruma leitura de coloração «flosófca» da poesia de Pessanha. Daí,em ordem em pôr em evidência a sua dimensão cognoscitiva,ter-se operado um desvio que incidiu sobre a disputada capacidade

de abertura da linguagem relativamente ao seu fora, e que reeriuas utuações que as categorias de representação, mimesis erealidade apresentavam na poética do Simbolismo. Deendeu-seque a inserção da poesia de Pessanha em certas coordenadas doSimbolismo é válida, não obstante a recusa do autor em fliar-seem escolas. Pôs-se em destaque o seu principal artigo crítico emque se podem surpreender os lineamentos básicos de uma poética

pessoal. O alto conceito em que Pessanha tinha a poesia repousava



ii

na convicção de que esta arte, a ser el à sua essência, tinha queser pura e losóca e, por inerência, cognoscente.

Seguindo este eixo interpretativo, visou-se a problemáticado conhecimento latente nos poemas de Pessanha. Foi possíveldistinguir um conhecimento teorético, refexivo, que incide,também, sobre a enomenologia da percepção e um outro, tingidopelo «sentimento». No amplo leque dos sentimentos, considereique a «melancolia» eria a nota dominante dos seus poemas. A eição estruturante da «melancolia» condiciona a indagação sobreo que podemos conhecer e o que podemos esperar. A respostanegativa a estas magnae quaestiones não apaga a intensidade da

interrogação. A poesia de Pessanha é, em larga medida, animadapor uma intenção ontológica que desemboca, contudo, nadolorosa conclusão de não ser capaz de apreender o ser.

Dizia um lósoo norte-americano, George Santayana, que aideia de «que a vida é digna de ser vivida constitui a mais necessáriadas proposições e a mais impossível das conclusões». Para quem,como eu, persiste em crer que essa conclusão é possível, enrentar

grandes pessimistas como Pessanha constituiu uma prova cujaultrapassagem robustece essa perseverança. Agradeço particularmente ao Pro. Doutor José Carlos Seabra

Pereira, com quem aprendi muito mais do que as páginas que seseguem podem revelar. Teria que agradecer a tantos outros quereceio que mais três ou quatro páginas não bastariam, excedendodessa maneira, imperdoavelmente, a brevidade obrigatória deum preácio. Ainda assim, não posso deixar de exprimir a minhagratidão à coordenadora do Mestrado em Poética e Hermenêutica,Pro. Doutora Maria do Céu Fialho, bem como ao Centro deEstudos Clássicos e Humanísticos da Universidade de Coimbrae aos Classica Digitalia por haverem, graciosamente, tornadopossível esta publicação.

Coimbra, Dezembro de 2009

João Paulo Barros de Almeida



J P B A

A glóriA do poetA

N à ç (1981) , A«Clepsidra» de Camilo Pessanha, E L qC P «z »1. U zõ q , , ‑ x : P ê ( , ç 2009, ‑‑ «ê» «‑») … E A S2, q C Pâ‑M ê zõ: , , ê , poète maudit , q

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1 E L, A «Clepsidra» de Camilo Pessanha, L, 2ª .,E V, 1981, . 9.

2 A S, «F í xç é», in Persona, 10,P, 1984, . 4.

C Pâ‑M L’Imaginaire de Camilo Pessanha Résonances Fin-de-Siècle et Hantises Individuelles , P, C C CGk, 1997, . 17.



S C P C P

â Sk). D‑, , q P, é í çõ «» q , , çõ ç é, «ê» . A , P F q q í, P S, : ç z P, Centauro (1916), « P », « » « Os CemSonetos , My Gç

A Manhã (1919?) (1ª ., 1920). P é , Lí M»4. A P x â í í, z, . Nq , ç ç é , q M . A F : «

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« , P , , ç ex post à, , »6, () P ,, «é »? É q, , ç «», q E L , ‑ . O , ç z . S M Cy Eé A. E ú q P7 : «M

4 C. P F, O Essencial sobre Camilo Pessanha, IN‑C D M, 2008, . 44.

5 C. A Q «Iç í», in Obras de Camilo Pessanha, Clepsidra e poemas diversos , Iç í,Ozç N A Q, L, Pçõ E‑ Aé, 1988, . 4.

6 Ó L, «P, q », in Ler e Depois , P,E. I, 1970, . 208.

7 «E q C. P. O q é , C P», . A Q «Iç í», in Clepsidra e poemas dispersos , L,Pçõ E‑Aé, 1988, . 27.



J P B A

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R , ê ç.

8 Eé A, «C P, », in Persona, 10, P,

1984, . 10.9 In A O, O Amor de Camilo Pessanha, M, Eçõ E,

1982, . 22.10 C P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas e extos de temática

chinesa, Ozç A Q, L, Pçõ E Aé, 1988, . 87.

11 Ibidem, «C », . 75.12 Ibidem, . 114.1 C. F C M, «P S‑C: çõ», in

Colóquio/ Letras , º 117/ 118, 1990, . 195.



Parte ILinguagem, Sujeito e Simbolismo



3

J P B A

1- cinco perspectivAs sobre A obrA de pessAnhA

S q, ‑ : z, ç

, , é B G D, ‑, P, ‑‑é, , x (í/ ), ‑ à , í, ç«/ », 1.

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í»4

, é J GSõ, Camilo Pessanha5; , ÁC G6, C Pâ‑M, ; , x, B S7;

1 C. G R, «I P», in Arte de Sublinhar , C, A N, 200, . 9‑4.

2 In Século de Ouro Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do Século XX ,

Ozç O M S P S, C, 200, .26‑274.

In Clepsidra e poemas dispersos , L, Pçõ E‑Aé,1988.

4 Ibidem, . 49.5 J G Sõ, Camilo Pessanha, L, A, 1967.6 Á C G, A metáora cósmica em Camilo Pessanha, S. P,

F F, L Cê H, 1977.7 B S, O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, L,

I C Lí P, 1982.



S C P C P

q, E L, , é : «T , , »8 Ó L q , é, ,z é P : « ç q â, CP , , , ,

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C , q ç. Q â ? A q, é .

2– l inguAgem e mundo

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8 E L, op. cit., . 14.9 Ó L, «C P», in Entre Fialho e Nemésio, V. I, L,

INCM, 1987, . 119.10 D, A Inscrição Espectral: Poética do Vestígio em Camilo

Pessanha, Dç D, U N L,L, 1998.

11 C. G R, «I P», in Arte de Sublinhar , . 42,4.





S C P C P

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, «» q x ), q « q é é ‑ q, , q q »14.

1 «N q . E / E é .», XI «P Cz», in F P, Poesias , L, Á, 1992, . 55.

14 F P, Páginas Íntimas e de Auto-interpretação, . J P C G R L, L, 1966, . 116.



J P B A

S sub-jectum, ,, , ‑, z‑. É q x q , . P q , 15…O, z, U E, « ,q x q »16.

N , é «ç é» Jk, q , é : «A ç é

15 E é «S ç» E Lç («E , », . 75), in

Heterodoxia II , L, G, 2006, . 72‑82. O é êx x (S, C…) , z ç , q x , ç (é q í ç Véy, , , , ,‑ : «L q é à à é yé. N

é , ‑êé, q »). N í í, ç zç é O y G, ú , x, ‑ q ,« ç é , z G Bq», ibidem,. 74. Lç , q q S C , q P, . Té ô P

– . «(…) N ./ R V,/ Q é q ç?», «N », «M / Dz‑ q …», «E, »[R V I], in C P, Clepsidra e outros

poemas , Eç í z B S, P, L E,1997, . 170. T ‑ ç í. D xí é , z , ç q .

S «» ç z, «» çõ

S, P M, «Eç í x â: qõ , Clepsidra», in Românica, 15, 2006, 70, 72 76.

16 U E, «Iç», in Os Limites da Interpretação, L,D, 1992, . 18. N í ç x q çõ q P L ç: «A ç P: Aê, Vz, N, é » (P L,«Mú C P», in Persona, 10, P, 1984, . 9).



S C P C P

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A, q, x ç . S New Criticism ,

ç, W. K. W C. M. By,, R x . A , E, q ç Os Limites daInterpretação ç à é, ê â ç é, ç (í, : x ), ç x,q, Obra Aberta, , õ visée / é intentio operis. R q ê , x q qz ou q z, çõ, (

R, ç í é í, ), in medio virtus ê çõ, intentio auctoris , intentio operis intentio lectoris , ê x é ç, ç, ç19.

17 C. in P R, Metáora Viva, P, E. Ré, 198, . 4.18 C. in E, Os Limites da Interpretação, . 26, 27.19 C. E, op. cit., . 27‑1.



J P B A

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P, é é. U x C M, q, q , q «z», «í » «…â » «Iç» , C , G R, A Inscrição Espectral: Poética do Vestígioem Camilo Pessanha, Dç D, . 9‑41. F é é F P J G Sõ : « , G Sõ, é I M, C».



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q, /é, ç Eé Rç, é , z x, intentio lectoris.

A , ç, , í Flores de Coral , A O C, q CP q « T, é é

21 C. in Ví A S, eoria da Literatura, C, A,1988, . 244, 245.

22 W. R. J, . R, A Inscrição Espectral …, . 112, q í í q .

2 N , J C O , , z , ‑ . A M,«C P, », in Persona, 11/ 12, P, 1985, .

76‑84. E J C O C P, z , ê, P q . D, ç ad hominem, ‑ é q. Aé x‑, í J C O q « , q , , , D. A C O, z çõ é ‑»[ «A M» «Tç»], ú ‑ í «D í ç» (ibidem, . 77).



J P B A

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x , q x Dç D G R, « » «ç», JqD. P , ê «í», é í Jü H25.

3 - ponto de vistA crÍtico sobre A «desconstrução»

N H, q í , D í , ‑‑, q é é . S logos à , à z («A z éz … »26),

24 C P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas e extos de temáticachinesa, Ozç N A Q, L, Pçõ E Aé, 1988, . 155.

25 C. . «Exç F Tz O: A Cí D F», in Jü H, O Discurso Filosóco da

Modernidade , L, Pçõ D Qx, 1990, . 157‑199.26 C. in ibidem, . 170.



S C P C P

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27 Vide 7.28 H, op. cit., . 181.29 C. in E, op. cit., . 7.0 A ‑ í – eoria

do Agir Comunicacional , ‑ q z: çõ , q , çõ , q ç ú ‑ « x x çõ à », H, op. cit., . 199, 74.



3

J P B A

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1 S çõ q o é‑ ç ç ‑, vide «A ç », . 56‑62; «Dç é »,. 70‑7 «S ç», . 7‑75, in E, op.cit.

2 N A, Nomes e emas da Filosoa Contemporânea, L,D Qx, 1990, . 125‑11.



S C P C P

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C. in H, op. cit., . 175, 4.



J P B A

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4 A í ‑ , é ‑ ú í Metáora Viva, P R, q H D.

5 C. H, op. cit., . 182‑185, çõ P M J C.



S C P C P

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4 – poesiA , verdAde e belezA

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6 A , 1910, ç, , zq ç ç P. C , q P ç é, ‑, , â, «E

», «R I» (. B S, «N Iç»,in C P, Clepsidra e outros poemas , Eç í z B S, P, L E, . 260, 5). P, é q, é , P reectido q, z, , x .

7 Sõ‑, , q S, çõz q, é , , R R. E q í ç P S.



J P B A

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8 N, í Cç P Eçõ Á.

9 N x B S. B q ç zç B T. S. E ç 27 é , Lí M N «A P», inPersona, 10, 1984, . 6, (« é qê q B »).



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40 A F G, «S: A P O»,in Simbolismo, Modernismo e Vanguardas, L, IMCM, 2004, . 18. D‑ q ê é R, « q», Mé,

ç í à : «J’ y» ‑ ç, ç é q é, , í, « », é. F‑ q é q õ ‑ç : é õ .

41 S q í â vexata quaestio «» ç G é

. É í q « » é XIX. N é q, ê ê ç , , «», ç, «D () H», OM S P S, in Século de Ouro Antologia Crítica da PoesiaPortuguesa do Século XX , en passant , I.A.R, Practical Criticism. A Study o Literary Judgement , (1ª ç, 1929), q P q, qê, « status quoz » (ibidem, . 2).



J P B A

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5 - em torno de dois conceitos periodológicos,decAdentismo e simbolismo.

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A, q ‑, í , í 4.

42 C. F G, «Iç», in Simbolismo, Saudosismoe Modernismo, Antologia de Poesia Portuguesa, V N F, E.Q, 2001, . 8, 9. E «í» é x , x , «» M P A q q ê « x q ». O í é ç « ê», z H B, 9.

4 «O ê ‑



3

S C P C P

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q Clepsidra» (Ó L, Entre Fialhoe Nemésio, V. I, L, INCM, 1987, . 117); «(…) ú , , é

S » (B S, op. cit., . 1), « » (J G Sõ, «E í», in Poesias , M S‑C, L, E. Á, 1991, . 17).

44 P x, q P « » (E L, op. cit., L,E V, 1981, . 6).

45 In Clepsydra Poemas de Camilo Pessanha, L, Aí & A, 200,. 17.

46 Ibidem, . 166.47 Ibidem, . 168.



3

J P B A

xé»48. T , é , , ç x x …49

M q q S? 5.1 – A eclosão gaulesa do Decadentismo e do Simbolismo A xç í,

, é Fç í, L M. A Tx P F P, é S, x «ê». A ç í /í ‑ é «», q V «z», z .

Pé, , q à , í ç I A: / .

O S ê í é, q .E ç q ú S çõ .

C C, B R, S, ç à ç

, ç , í , , ç /í , z ú «» ç .

O, é, S ê : « ´ é q é, R S, éé, é »50.

48 C M, Servitude e Grandeur littéraires , 1922, . 47, . B, op. cit., . 18, 77.

49 S zçõ í‑ í x , vide Jé C S P,O Neo-romantismo na Poesia Portuguesa: 1900-1925 , T D à F.L.U.C., C, 1999, . 9‑1.

50 G K, Jé C S P, Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa, Dç L FRâ, C, 1972, . 7, .



3

S C P C P

A , Mé S M, é , q V. M í R ê , q , O Pz, S ê 51.

D , S ê , , «» 52, q x ç q x : ú

, , .D íz â S,q ê «ç» «» ê P.E P, ç ‑ à .

A ç , ç í , q ç , 1855 1865 É V, GR, J L, J Mé, Réy G, A S, Pé, K, L, C M, FéxFéé, S‑P‑Rx, V L, L Ry, Mk,G, Bè, P A, M Kyk, P Q, H Ré, F Vé‑G… A ê B, , V Mé,q 1880, q B, By , Hy, 1850 q z .

T ç, ç . M,

51 A G, «Iç: S D», in Poéticado Simbolismo em Portugal, L, INCM, 1990, . 9. E q à q A Q Tx P R .

52 É í à H R S ê. C. Jé C S P,Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa, C, C ERâ, 1975, . 65, 17.



33

J P B A

é , é q é ç q õ. S H, é é.

A, ç N P ( é R ‑«P V H»‑ ), S , , é.

P S, ç G K, q ,, : «L’ Sy,

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é , à y yè, ’ é q é, R S, éé, é »5.

R P, L L q ê çõ Parnasse , é í z ç : , ç é, õ â …

M ,é z D.

C , ê, S é D, ç q,

. C, D ç ê, õ‑ à S, ê . A ç í‑ ê. P x, Clepsidra,

5 A Jé C S P, Decadentismo e Simbolismo na PoesiaPortuguesa, Dç L F Râ, C,1972, . 7, .



3

S C P C P

A Q z í ‑54, çõ .

N , q «S» é 1880, ç «». B q 1886, ç J Mé, Fígaro, í, Le Décadent, A B, La Décadence, É‑GRy. A, Mé S q

55. P, q é q qq .

E â q é , , í é Les Déliquescences, 1885, , 2ª ç, G. V, Fç Cé: «J ’ é. E

è éq q éé y»56.

54 «Tz , C P, í ( ) xê .» (A Q,«Iç í», in Clepsidra e poemas dispersos, . 49). E

entativa de um Ensaio sobre a Decadência, Lí M, â Centauro, D(. ibidem, . 25,26).

55 E çõ « q S ê», Gy M, q ç ç í S: q xê é é x , , ‑, â, D ( R,

Experiência da Alucinação Camilo Pessanha e a Questão da Poesia, L, E.C, 199, . 24). M é a posteriori ismos . Té P ,

Azul (C, 1890) O‑S, Oaristos Eé C, «» S , H L , «L D» (. G,Poética do Simbolismo em Portugal , . 1, 11).

56 A S P, Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa,C, C E Râ, 1975, . 60.



3

J P B A

S ç , ê, ? P ç é ?

A S ê x í , z 57.Tç S ç ú é . O S , ‑ ç x í, , é

ç é é, ç q D . O x raité du verbe Ré G, Avant dire Mé , x , Wyzw, Maniesto Mé, é‑í C M, à Enquête sur l’evolution littéraire J H, çõ

A Mk, 58

.N ê, , ç é à , q ç ‑ í é , q q z Fç59. N íz S P, « ‑‑é» í« à ç x »,

57

«A çõ ç é z , í, zç . Q à ç é, qq …», S P, op. cit., . 47. O ú é XIX é ç «» , ê q é XX. N Le Décadent (1886), A A « , y, ’, q, », , « S» (ibidem, . 14), q P

é.O q ç , é ç

, z , q D S é G «E x é », in Poética do Simbolismo em Portugal, .55‑68.

58 C. S P, op. cit., . 65.59 «(…) P q ç ç

í », R, Experiência da Alucinação Camilo Pessanha e a Questão da Poesia, . 57.



3

S C P C P

é « ç é»60.O D ‑ ab initio à

rebours , . A , í é 1880, é poète maudit , , ç, . O ç é é ç. E z q pose. D , ê, V Mé, xí 1876 Parnasse Contemporain, P. A ç «» ‑ clubs clans poétiques .

A ç 61 : umistes ,zutistes , hydropates , hirsutes …C qê ? A q , q ‑ – ê ‑ z .

O ê z, lato sensu, x CP x í, , q

q « ú í, ê é », « q » «‑ ».T‑ çõ , í E. N , annus terribilis 1870 Fç x ‑ à A, q ê 1887 à I, Ié .

E ‑ zç é x xç , í, é ê í Lz C/ P? L «» q ç :

«Ax , y/ I ’y RAISON»62.60 S P, op. cit., . 457, 7.61 S, Bk, M ,

í , q é , x Bk (,‑ í Hq III), ‑ , z , By, .

62 A S P, op. cit., . 48. O q B, Cé,



3

J P B A

U ç z . Pé, ,S, ê , , E H, é í í é XIX, A Q. C , C P çõ ê, , z í í ê: í.

A ê B

S, Á C G, P F CPâ‑M («L’ é S») q ç x P

5.2 - Excurso: Schopenhauer e Pessanha

P , é â

q ê, ç , í í, q , , ç . A k, / ú, éz S ç/ . A ê õ à í ,

ç, í z . A ç, í

ê, , analogon é z, q é q é , , í , ç é ç.

K Nw «é», G P z q , U E (op. cit., . 51, 52) x é í ( IMé «» ), í. E, é ‑ , , , q ç. S ê ( q, , , , …) S, vide S P, op. cit., . 67, 19, 20.



3

S C P C P

A V, ú, é ê , q qq ç. A ç , qq , é q , à ê . O , , goufre Tâ. M q ç P 6. S q q P Jé B P, qç ç , é, , : « zç

z» « z ç », « z, , q , q »,« í z q : é ê í , q í»64.

S , q

é í à , à xê , q é ê S, z ? A , ú, xê q , â Íx , q à ç.

C, ç ú é ( é) é , ú, é . N ú S ( «» õ ), , xí, é zç , , , ú, , í ç.

O,

P zç .N «Eç Cí Czç C», ú : «A , , q, , … A , í, í, , , ,

6 P x, P F, O Essencial sobre Camilo Pessanha, . 51,52.

64 Ibidem, . 52, 5.



3

J P B A

, … A ç, , , … A ç, , , , , í, … A , , , , , , … E – xç q x ‑, x í q , í . Iâ, ç, ç, ,, z, , , çz, , »65.

N , é , « », x q P L. E w , , , , é , «Pq , »: «x, ,», «», « », « é» q «,,/ S , ,/ S ,/ C

í »», «, !», « »…Té V, , q , à z ú ê ê , é z «V», q ê é : é ú ç , qí , é, x, q , «S q , é» , q ê («‑E ?»), é z : «‑ I q !/ D‑, é …».

M à ê S. C Hq V ê A

Q (A, E H, S), ê (« q z q, q . M

65 C P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas e extos de temáticachinesa, Ozç N A Q, L, PçõE‑Aé, 1988, . 122.



S C P C P

B, Mé, Nz, S…»66). Pé, q C Mq Os Novos , J F, ç q x tipo, ,‑ x S67 ç q «N í ú» ç ú «ê» «ç í», é Ryk Sw68.

P‑, é, ê ç O Mundo como vontade e representação

q P x z ç ? A é . L , q , P ú z . É q P F z x Solidões : , Oertório, ê‑: «O , ç,

q ./ q , , » , Monitório, : «E ç . L é . N qç, é, q é z q ç»69.E, é í , , , ç q. Q‑ , … S , ,

66 A G, Poética do Simbolismo em Portugal, . 10.67 O S

P, , é, ç G L, , q à ê ç S F O Anticristo: «T . T B,S, z», . in V Né, Quase que os vi viver, L,B, 1985, . 265. O q z Mulher de luto x , « / S», S P, op. cit., . 26.

68 A P, op. cit., . 208.69 A F, op. cit., . 55, 56.



J P B A

, , , éx Clepsidra, B S70.

Té S ç P, C A: «D é z, . Q z x !...»71.

I q ê . A , q

, q ê, LíM N ç :«C q í ç – ê – q qq é (…)»72. E ç «ç» z‑ «é».

5.3 – A volúpia da decadência e as palavras-chave doSimbolismo

U , xç qí , x ,, q q, ç q , ç . O í

çõ «é»,q q B «»7. A, «é» é, , ç é ç í. C ç , Le ou, 188, í é. O , , Oreu, blague qí z L R. O ê q

70 B S, O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, L,ICLP, 1982, . 117.

71 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 96.72 Lí M N, «A P», in Persona,

10, 1984, . 4.7 N D, M Pz

R «».C. G, Poética do Simbolismo em Portugal, . 12, 9.



S C P C P

, , Mx N74, x ú .

A ç « í»z àq q z í, «» , , N. U Hy. O À rebours é í Z, í Mé. M q z

ú , z, í, ú, ç , í , . La part maudite ‑ xç A, à . N Lí M: «S‑ é ‑ , é ‑ !»75.

É B ç , z z í, ê ç ç é x. A ç, , , í , , , …M q B : ç B M, ú . A, q q S é z q x.

P, q , , í . N z, , sacerdos magnus ç, à V H. O , à Z.

A D E é .C Câ, , q

74 A , La Dégénérescence, P S: «A é «»; í qí, í , N» (F. P, A nova poesia portuguesa, L, 1944, . 61,. B S, «P P: P», in Persona, 10, 1984, . 8, 4).

75 C. Q, Introdução..., . 49.



3

J P B A

, , ‑ çõ : ‑ , , . R q : Oaristos , « é ».

E é 76 q Mé D E, à çõ . B é : , H é q z .

U ‑ S é Mé: «N , ´ q è q à : é, à ê»77. A é ê q õ , x («L q ’x»78).

«N», «x», «»… í , é ( q q í). O é . O é ‑, P, , , z. A analogon ú, ‑ .

76 F Jy, Finnegans Wake , U E ç ‑ (. E, op. cit., . 25).S ç q q xê, xí , z xq , , í q S q …

77 É ç q q

Ó L q «» x «N é » [Iç»] (« , q q », Ó L,«C P», in Entre Fialho e Nemésio, V. I, . 119). N , «F ú » q « í» é ç , « q qê qê», ibidem, . 122.

78 C. M, S P, op. cit ., . 77, 46. M «» à : «L S é ’â ».



S C P C P

Dí q x S,Véy, , , «C q é Sy, é è ’ à è (’ ) à Mq »79. T‑ : ú .

S, ‑ú …í: « y ’»80. E í ‑ é .

A çõ í é

, . M ‑ ê ç : í «» q x ‑, , é , , . N A Mk, í ‑ , « é xí», q q í «

í»81

. D‑ é í í, : é í z, z, , , z.

N é q , q à .P í, , (çq çõ , ), (‑x, ‑), , ( é í S í é), q êí .

V‑ E L à «ê ‑»82 «C »

[V], í çõ q é «» q , . P , ,

79 A P, op. cit ., . 56.80 H. Ré, P, op. cit ., . 80, 57.81 A R, Experiência da Alucinação Camilo Pessanha e a Questão da

Poesia, . 40.82 S, O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, . 65.



J P B A

x, çõq , , ‑,, é, z sentido. E sentido í é x J C ç . T , , , desvio à ( q , q ç …), í ( , z T), q ç í

ê x, ‑ . Q z q í, à ç qz ç . Eç redução do desvio ‑ ‑ orma mentis ‑ . O q ç ,

, é z , ç «» «» , z 8. E í qê «» é C, R S, õ, q é S – , í, ‑ q ê â ( x, « ») ,6% 46,% . Éq, ç J G Sõ,« , »84.

D , , x ê ç 85, ç, ç .

8 P xç í C vide R, MetáoraViva, . 227‑20.

84 J G Sõ, «E í», in Poesias , M S‑C,L, Á, 1991, . 12.

85 «S (q z )», B, ( R, A Inscrição Espectral: Poética doVestígio em Camilo Pessanha, . 98). A Ez P: « é é x í», C G, op. cit ., . 5.



S C P C P

N S, çõ ç, , , 86.

A í S, ç é, , , é C ( ú, ).

E í í í q q S a realibus ad realiora. É ç q ,

: .C , í õ, élan

, . Aq q Mé « » x â é, , úq q J qé87.

A , …A z z z, Mé: « z : …». T‑ ( ) q . O , , . O N, S, q x : é q ê. A, í, .

E , , q «», , x:

86 Oç F G C A,

«D y éq», G, Poética doSimbolismo em Portugal, . 21, 5.

87 N ê Mk ía priori , q « ô , à ’ è, é » í « ééé» (C. S P,op. cit., . 79). E ç x ç é í, , Ursprache H,q x q , ç ( !), x ‑ q P Crátilo .



J P B A

88 , ú â, q .

A «» , zç é , ç , démarches ç: ê .

À é ç é ç, q x x , , L. S, x x, , x , z ,

, x‑89.Pé, ç ç í, Mé: « z ». N z q z . A z é é.

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«I y qq ’ , éé à qq ’, é é, q » ‒ q ç í é ê ), é () ç ê ( F), ç ç ( , q) , , í , qz . E , , Véy: «M

88 P L’Après-midi d’un aune , ç , é , « » . A

, Grund , Mé, z Ab-grund . O é í, N. Fz , « » P – .

89 Tí ç : , ç PB: «U ê é q õ à ê , õ à ê ê à ê ».



S C P C P

q’ ê»90. Aí ê, x G V91. O é, Véy, , ç, , ç , , qq «». N . A é, ç . T‑ ç ç, « » í S, ç, , F A?

A R Ry ( «»

ê ; x, x ç í): x q çõ, « x ‑ »92. J ç anything goes ‑: q x z, qq q x .

N , ç , é F G q x çõ W W , , , q , , hasard, Mé. I , , q õ anterioridade (, í, …) q ,, , ç ê.Té ç ( é …).

A, é é í, q sui generis , x sobre-. A « » í, q ç ç q

çõ çõ , í, x, , ., q S q , , í .

90 G, «S: P O», in Simbolismo, Modernismo e Vanguardas, L, INCM, 2004, . 22, 2.

91 C. G V, La Fin de la Modernité , P, 1987, . 126.92 C. in E, op. cit., . 4.



J P B A

Tz , ç í (z, ê í, í í â ) x, q , (Véy é‑ , , é ç ‑ « »), ú , S z S. C z, ê qq ç .

V , S, qê x , R9, ç é ç . E « é», é ç, S M, , , ç (q é

é XIX), ç í é, q.S q

ç x í , zL‑L, ç « í xê– q z, “”[…] q […] à x »94, S .

O, « í» ç é ‑ x í , Flores de Coral , A O C, q , à , é C P. M x x, é

9 O q z S íâ. Q à ê à q , vide S P, O Neo-Romantismo na Poesia Portuguesa(1900-1925), C, T D, 1999, . ‑6, ç O Pz x «ç Hé», x Jé G Mq O Fantasma Romântico e Outros Ensaios , P, Vz, 1980, . 45, «ç », HR.

94 A R, Experiência da Alucinação Camilo Pessanha e a Questão daPoesia, . .



S C P C P

‑ z ê P ( P).

S ê , , í vide ‑ q ç.P A Q, é , qz P ç Oreu ‑ «T N, P, M,é F P M S‑C

»95. B, zqq qí, í í , Exílio. N x , F, é í x , à « í zç í, é, ç é» q ê «

õ »96

. C ú , , x «» x q ç ç ? A z ç í‑ P M S‑C z C M í ô S‑C «» P «»97. Té Ó L çõ P F P, , ç : «P q ú é , ç, »98.

95 Q, op. cit., . 26.96 F, op. cit., . 6.97 C. C M, «P S‑C: çõ», in Colóquio/

Letras , º 117/118, 1990, . 19, 194.98 Ó L, Entre Fialho e Nemésio, . 125. S

P D S, q zç ê, vide G, «A Gç O S», in Simbolismo, Modernismo e Vanguardas ,L, INCM, 2004, . 49‑58.



J P B A

6 - A nálise dA crÍticA A F lores de C oral de A lberto osório de c Astro

C P ç z ç:

z í , , ,zê‑. M q é (« dilettante ») ç (« í», « »), zõ q z í .

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x , ‑, à ê P («A », « q x Mú»). Aé xç à ú99, q é , í ç R q S é, «»,

í «» .

M x z ç é‑, z‑ A O C ç « » «í », «Yw Tw».

A z

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99 N « » , P V. N C A, q q í V. «S q (‑ M), ‑ .», C P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas e extos de temática chinesa, 1988, . 9. O í «» ,, , é, .

100 A «í» «‑», Ré



S C P C P

ç «» ‑ « x ( íí)» ‑ ç .

E ú ç q « F C ç q í», O C z , ê(«») à é, ô «» q x «é q», q P : , , , , ,çõ , , « í

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‑ í . P q à é z ‑í í ç, x, Hy T. Tz,

ú q P xq í í í ,, P , , x , , é ç é.

E , P íz xx , «ç»,«», «», à . A q ê ç ç, , , « í», q õ í, x « xç ê».

A q ( í ‑), ê

G í, , , , q z «» q «» . O q , çõ , . N é, qq q. E , , ê é q S (.S P, História Crítica da Literatura Portuguesa, V. VII, V, 2004,. 26, 27).



3

J P B A

, é, z ‑ 101.O, ç, , í, P, q A Fç, Versos da Mocidade (1887). Cz é é q . O . A é, Flores de Coral , « » , .

C P A Fç ê «

í, ç, (…), àç ». O O é (« ç çõ »), q é « ê ç ê é ». N x , ê «é» , qz é é ,

é , , x « ». E «ê ç» é « é é». O ç , P q , í Fç.

E ê S . D q , O C , « Aq». S í õ , pathos q « xê» «q í».O q é â í « í», «»

« í». Q çõ ? A ç é « q

z q z», ‑ ; 101 P , ç

é: ê‑ «Iç E Czç» q «q q », , «é ‑ ç é.»,P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 121.



S C P C P

é ç, í , «», «í» «ê», «», « z í , çõ ». A xí í q : « êq q ç , q ». E q « ç» ê «í» ? A , x à . A ç, ‑ .P «» x

mors imperatrix mundi : «P z , , ‑ , é (…)». N xõ « ç», « » «Vé II», «E , ,,»? N , x q Pz O C é í

poesis ? A ç q à , ‑ q : « Flores de Coral , ». S,«» é q é à P, E L q q «A Clepsidra é », q « q êxz‑ »102. A é : , «», , L, «O , », .

S é q é çõ, q

, q ç xê xê . A ç P é « ». A ç ‑é à . A q é , «q í», P , ,

102 E L, op. cit., . 2.



J P B A

é , ê «B V». A é ê q «S Eé » q q «C í é à ç : é ç»10.

T , q é ç. A , q q , ç

q x. A xê é í qç () ê. «O » ‑ í ( é – q x ‑ê z),q « ç »104 (í z

« z ») , «í», «» í .

I‑ q q P ‑ê105, q çõ, , xê, ç à xç í. S «çõ » í , , ç , P,

10 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 118.104 «H», q . E , ,

, í…105 E çõ ç ê, ,

‑ ú , é

í z Déwk, Cadernos do Subterrâneo,L, Aí & A, 2000. O , é ,‑ à q é . I‑ «í , q » ê,« q í à z » (ibidem, . 57), , « » q, q ‑ (ibidem, . 55). E , ‑ ç ‑. D D q z .



S C P C P

, é z , «xí», «» «‑». S ú, P ( M S‑C) Á C. E «» ‑ ê q é, , q q « é q G í z Vé A»106.

R x í Flores de Coral , ê x . Pé, ç x ê : é í, q ú , Hxy 107.

D z , ‑ . Aq, .

A ç é , ú. O z, çõ q 108. A, çõ ê ç x.

7 - decAdentismo e simbolismo nA C lepsidra

A í (z S à 106 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas …, . 119.107 O Hy Hxy , é

x ç, x à z é.

108 P‑‑ z xê z,í , ‑ .

N , ç , é ç í, é «» «» xê ‑ í‑ . Dz‑ Ow q , , M, O Personalismo (E M,O Personalismo, L, E. M, 1976, . 176) Espoir , Mx, «U é , q x » (‑ q é ).



J P B A

ç é ), z qq, , D S P. U é q D S ç é ú é é XIX. F ?

G R «ç q q »109; é, ç q é . C ç E Lç q , ç

« P», « z » « ç q é XIX»; degagé S ( í , q « ê») S ê. Eê é é , z

Boémia Nova Os Insubmissos, z , à â, q z. M í R í q z, úz , à ê Sê q S í . A Sê x‑, , ç‑í S ê?

O S ê (q N N‑) , a contrario, ê, íí, q x G Jq F A, R C C B A Corja,

Novelas do Minho A Brasileira de Prazins .M í D S, é, ê,, õ qê, , é . A ç , é q q

109 R, Experiência da Alucinação…, . 51.



S C P C P

q ç é , , .

P S P, q çé , ç é í, ç/ç. M ê ‑, , D110.

E é, , q: ú q D x S.S , é‑ é:

, â ç , , â , taedium vitae ,ç í ç , ú qç í‑, deus absconditus é, í,í , , z, ç, é, ç, í , , , í

x, , í ú, , / ú, A: ú,, , , qç , mors liberatrix , ç, O, , ç z , é . E , ê õ xç S: , ê ê.

A qí :« í, , ç çõ ‑í P â; xq à x é q à z

; ç í â í õ ç»111. O ‑ à ê z

110 O S «‑ ç é D q – ç – çõ », S P, Simbolismo..., . 456.

111 S P, op cit., . 456, 4.



J P B A

. A q í ( q, M L, ê ) M U ê ,q . E , é ç F,õ, qí, q í inteligentsia . A, é, , x í . C F C, â xç

. N â inteligentsia, « q à x ; , , é »112.

R , «A C P»11 q «O ç »

é Clepsidra114

. U D. Quixote G G, , 112 F C, «P “” “” (é. XIX/XX)»,

in Revista de História das Ideias , V. 28, C, 2007, . 27). C é , é N‑R (1890‑1926), q ú ê , (, ) ç «» P (. Jé

C S P, «S L! (I Rç P L Sé XIX XX)», in Revista de História das Ideias , V 28,C, 2007, . 56‑542).

11 Tí L’Imaginaire de Camilo PessanhaRésonances Fin-de-Siècle et hantises individuelle , C Pâ‑M.

114 «A í C P , â , D :, , , ,‑ à qç à ,

ú ( í ê à é xçõ ‑ ç); ú T, qç í ( zç í «N !») Deus otiosus , ô ; ú, , (é à é í z ç, «Vé»); í , í xç,.»; S P, História Crítica da Literatura Portuguesa, . 17.



S C P C P

ú q íç . Sõ, , q , , q .

R Clepsidra, é ç, õ x í Fç A O C ( ê ê ê ç é ), , , ú . Aé , q q í, Clepsidra, , ,

«F», í. A x ú « » , q . T é P, , q q « í»115.

O q z P ? A ç JéC S P, ê S

í, Clepsidra. S, é , é B, «L ; y vide », ç , q B , , O B í : q é , ; q x é goufre , , . E ç à à xê é «» q . E «E !», «A !»é M q , x é é, . P, í q .

A q, , P .Cç :

‑ « í, â»116. E ç z

115 «Iç».116 P, «C P Tç S», in História



J P B A

õ117 «C C»:

V : As noviças do baile proibido

E o prazer agora de soletrar A inscrição de teu nome delido

V : Sobre a inscrição do teu nome delido! -Que os meus olhos mal podem soletrar,Cansados … E o aroma enecido

N é ç ‑ . D, D, q é S, é Clepsidra. N‑ é ç q , ê q, , 118.

‑ « í («N ») ç q xê («V»)»119. E ‑‑ q ç é, «V»,

â , ç ; é , x

Crítica da Literatura Portuguesa, V. VII, . 18.117 A «õ» é C G, op.cit., . 5.118 O é P â

. R‑ õ S é , q ê

S P: xç í, ( é x q ), é í . N, x , ‑ é (. S, «Iç», in C P, Clepsidra e outros

poemas , Eç í z B S, L E, .25, 26).

119 P, op. cit., . 18.



S C P C P

q («‑E ? – I q !/D‑ , é …»), é ç. N ú , ê «qê» ç/ ç, , , .

‑ « ç â‑ é í , D, ç «Iç» «À , »120

ç ( «V» «P O , »). E ‑ é , í , í q õ í ,ç x .

‑ é « ç Clepsidra», ç , q « », q õ« é poesis z êx â «F» «», z, Leitmotiv «D »121.

S «», P q q « » ç q S. A D P D.S ç, , , ‑ ç , , , ç x MB ‒ «é q q »,‒ q z, x x‑ «»,q , q é ‑,‑ q q é ç

xê: «M / Dz‑ q ».E «B V», í â , x xê, í, x: «… … z, … êx z».

120 Ibidem, . 18.121 Ibidem, . 18.



3

J P B A

É xê , («N , »), q z, éq , « », z í .

É q («x »)q « S » ( q qq í, ç «Oé») ç x , â, , ú ç, ç , q ,

z; q , « »x ê , é q Bz, ç q é , q . I, , â , , q «P ,/ E é – .

(«C III»).S , « » x ç. A êx éç , x í, â ‑ x , q , é, ,, .N , , q ç z.

‑ é q « x ç qí»122. A í P12, q , , , x . C, qé z

ç , «I q », ú q

122 Ibidem, . 18.12 A Tz C L: «‑

q, í – q eu ‑, ç q x »,«Aç í», in Clepsidra de Camilo Pessanha, 2ª ., L, E.Cç, 198, . 9. A ç é x, õ ç tout court.



S C P C P

, , ,«» x, . N , . «I» ê x ,124.

Q à ç «qé», ç ( N Sé, x, n-de-siècle ), q z à P, malgré lui , q çõ

, q qé z , í «», a priori, Mk. E x .

‑ S, q ç

ç U , S P, é E L ÓL125, , , q «é ‑ í epoché í ç, àç ê , q Pz S». Pepoché í, ‑‑, à , , ê , q P q, q P, ç « q é z ç , q

124 C. «O O C P: I, M», AS, í R «A ç », in Colóquio/ Letras , º 129, 10, . 114, 1.

125 A ê à ,, q L z «S », «ê » (L, «P: q », . 205) q ç ê . Té E L ê («P q ê (…) ê.», L, op. cit., . 112). Né, é, í ( q ç , …) q .



J P B A

z .»126. M x , epoché í ç xí «ê ». S ê x , íq ú?

C x ç, z, « ô», «S » «N !»,« » , «ç » «ç », í «S G» é «A » «V ».

C , q ç , , ç ‑ «O q q ç»: «A …/ O …/ A …». A zç , , , q.

U , cadeia, ú í ç , é

ô. J ç , «S G», é , : «V‑ à q/ D z, B, ». O , , , «», «» «, q,/ F …/ A , , ,/ D , , .» E í ‑ ç z‑,‑ .

A ç 127 ‑

126 F P, Escritos Íntimos, Cartas e Páginas Autobiográcas , O P F P, Iç, Ozç N AQ, L, Pçõ E Aé, 1986, . 119‑121.

127 R q B

, z ç ‑ «B : D , q , . O é , : q .U é , é , é .[…] O x q é é x ú: é ç . O é . O ‑ .» (O Pz, Los hijos del limo, . 108, R, InscriçãoEspectral …, . 48). M ç B z, à z E S. J:



S C P C P

«z » q ç . E z ç , , , ç , ç, . O q q ú , ?

E «A », ,, x q q . A é q, ‑ « q» (q í,

‑ ç 5º « »q í). M q «» , «», «», «ú», «», «é»? Pq « q», z?E q é q , « õ » ? O é , « ». A , x xí q (q

z , , le divertissement , z )? Pé, é « z», , qê ( q ‑ « z» ‑ x z , z é ). «Q ‑ ‑?», q é é ?

É , é q «» , , , q, , «ç» í. P , «õ » «», q ? Q , , q, («E q? E ?»), x «»,? A é,

«N í ». O é . A, z V q é logos (Rz) ; é zí V‑U q zê‑ à xê.O é V . A zí q . E q ç í ê ê q P .



J P B A

q, , ‑ «Q ‑ ‑?». N q …

A ú q q, ,, , q, q z, q , , q x í, çõ , («T , …»,‑ í ): q x é ê, 128.

P q zõ z , q q H Cí L, ç S P, , , « ».

128 C. Jé C S P, «A L O B D F», inSéculo de Ouro Antologia Crítica da Poesia Portuguesa do Século XX , Ozç O M S P S, C, 200, . 270. Mq , « ú x â – q leitmotiv , , ê «S, , » çõ , (1º, 7º, 1º ) – qí (C qç T).».



Parte IISubjectividade, Sentimento e Conhecimento na poesia de Camilo Pessanha



J P B A

1 - A s figurAs dA instânciA lÍricA

N ç Flores de Coral, P q çõ , q à ,

«»1

. N Clepsidra, q xí , . S «q», , q à é ç «», «», , íq, . É í í: «», «», «ç», «», .

C , í, ú ç , xê í «Iç» «F» , í, , ç q í ç .

S , F, q ê A C O 1921 x , , , «

, , q ç »2, B S ‑ êimprimatur P, q q í q qà ç 1920. A, í , q ç Clepsidra í , é

qz z q q q ç, ê , «» «‑», xç « ç», í A Fç, 1888. D q « Clepsidra 1920 , , à P». A q , 1920. A FR O4: « , q P ,

1 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas …, . 58.2 P F, «Iç», in Clepsidra, C P, Eç

Cí P F, L, R D’Á, 1995, . 46. S, «Iç»…, . 16.4 In O Simbolismo de Camilo Pessanha, L, Á, 1979, . 98.



S C P C P

»; J C O, «Iç Cí‑B»5: «P , í xç ». N é , P, Clepsidra, z 6.

N q, , q P , q q , q Fç ê , é O C. É í «Iç» , ç «» çõ

, q , , «F»7.N «Iç» . P q , , ultima verba, 8?

O q é «N C C», : «ç ». Oq « í » é ç «»

, q « qç » q « ». O q «», z ; , , q z ê, z í , , é ,z q z. P‑ x , q , é , ç , q. O z

5 In Clepsidra e outros poemas , L, Á, 1969, . 119.6 P‑‑ L, q ,

â z Gesamtkunstwerk , , , é? (. Gesamtkunstwerk in G G, (L’Homme Romantique , P, ÉPy, 1984, . 7, 74).

7 N «F», C A, ê‑ ç à , P: «Ú » ( S, «Iç»…, . 12).

8 M H Ny Gz, «A ç Clepsidra (U C P)», in Letras e Letras, A IV, 5, 1991,. 9, J: «O! S , , , », q ç «ç » ç â q x‑ çõ .



3

J P B A

í «qç ».

O «Iç» , E/ . P‑ ç , zô ? N ç ‑, é í q ê z, í í. O «» é í. M «», « » ç, qq . N é, , , , ç :

«E [é ] z í », , ,« é [] â », z ê «z», ê‑, , q «». S P ú «z» «í», Â L M S ‑C z ,

. M é ‑ç «z», , , .

A, ê q q «E z» : « í ». A ç zç . A ç ‑ à ç xí xê z,z , , é,, q P , à q,à . Té é í íq x , , â, é. E q ç S, q z, ú ç

, z çâ q à . É q « z» ç .M C P 9.

9 Sç S Fedro, í à: x , q



S C P C P

S , ú ç , ç, x ê.

O x à z, ê z, «z» «‑» . É q é « â », ‑.

C‑ «Iç» Mk:«Ayz é / A :/ Mâ â ’ / E »10. O Mé ‑ «L , é! ’

./ F!‑à !»11. A q, x, à â … J T : «O é , ; , z , é í H z x ». É í x T : «Pq , »:

é q ç ( q …), í çõ ê ‑ « é , …»/ «Pq , ,/ É …». C, q í, , , ç x , , ç à q ç é . A, í, q ‑ «E ,/ C, ,/M q. A ‑/ »12. ,

, xí ( ), .

10 C. in S P, Decadentismo e Simbolismo na Poesia Portuguesa,1975, . 27.

11 C. in C Pâ‑M, op. cit ., . 174.12 E, xí ,

, , õ ç q ç , K L / . A ç



J P B A

A ç « » , , ‑ç q í ‑ 1. «O! Q z í!»: í P é, , xç14.

C é J B, C G é‑ vi í perdido, z í , , , . O x í libido, , q ç

ç , ç libido, , ç .E q é , q q , é â:«», «», «», «». C , “q”, q, . C S Rk, “A

é q P z descidas quedas . (…) êà «Desce ç»,«O ç desce », «Desce », «E cahe », «desmaiar poente », «A caem, / E‑ . Caem, / […]/ Aé q desmaiem»”15. E ç , , E L q,

( ê « í , O », . R. Wk A. W, eoria da literatura, 2ª .,L, Pçõ E‑Aé, 1962, . 60, â ê çõ) , B G D , , í í, íq .

1 C z , , «Q », ‑ : « ,/ Aé q ç…». E , , é «V C», q ç , « ».

14 «L y é ’ x.», P Véy, . í J‑M Mx, «Ex Dé», in Littérature , º 72, 1988.

15 S Rk, «A ‑í C P», in Colóquio/ Letras , º 129/10, 199, . 91.



S C P C P

z ,: «M – – ê é», q « , z, , . O P í, ‑ .O , q Clepsidra, é x: é ‑‑ »16. P q «B V», , , ç ‑.

R à q , ‑ ç , z

à 17. O z libido, 18.O, é é‑, é‑ú

q q . C «Iç» «P F», é q ç , q ,

â é: « », «» « ». A é , x , : , , x ,, , q . T ç ‑í, z, , é ç. V à . O q é x .

A ç, qê , zç «», âí , à .

A , R, â,

16 L, op. cit., . 28.17 A «’ ’é é, ,

é, é î : , ê », Gy M, Méssage Poétique duSymbolisme, 2ª ., P, Nz, 1966, . 40, . in C G, Ametáora cósmica em Camilo Pessanha, . 4.

18 «L y ’ ’ (…) à ’ é, é », J, . in C G, op. cit., . 44.



J P B A

í . M í z í x, ç í, . A q P é ú, . P x, «M», «Ó ç », q ç M, , , q q (« », « z »).S , ‑ , : , çõ ,, … é . E «T

», , , kitsh: «Té, , õ …» çõ , , «U , ‑…»,qq , .N , é q, , , z , ,

é q , í ç : , í, (q ). E , ‑ . U‑ q . U , , , «R, », «Iç», .

O , , . A é , q q« ç é q ». A à ú í, , ê, qq ú, R é q

z é P: « é xê q « », ç , »19. N , x xê à ç , í coincidentia oppositorum . M

19 R, A Inscrição Espectral…, . 66.



S C P C P

de vida de morte q à q q ?

1.1 - O coração

F í ,â í xê, «ç» Clepsidra. E «C I», é ê ç; «O», z q «» « ç», x ; «M», é à in praesentia « ú», ç; é í «P I» , ‑ à ê ç; é z «z» ; «N C», , «E ç », « »; x ç, ç‑ , ‑ «Cç P»; , « », ,« » «O ç »; ç q

à «VC», q q z, .

1.2 - A alma

S z «» , é: «â », «»,

«í ».E çõ «ç» à «», à , «» í P «ç» , q â, ç Nz, S I. N â,

x, qí ( mal-de-vivre , ç, Sehnsucht …), q z, C, I,, , ç : ,q ê, ç ô, ç , moi â, é í, çõ ironia, é, q, é (Gemüt )



J P B A

, ê Nz( z q é x, ‑w, q « vide », Nz ). O x â ‑20.

D , ‑ «ç» «» q R , , q P . O ‑, ‑ é C, q S R, , õ, z,

ç . O, q ç «» í P.P zç «»

P, q «ç» «».

1.3 - Os olhos

M ( ç : , , )21, «» P é , ‑ , . C E L, « q « »

. T , q í , »22. E «q » q «» q «», x, « q /q», «P I I» « ,/ Nq …» «D ».

20 C. . «Qê C A Né» «S ´H N: A», in G G,L’Homme Romantique , P, E. Py, 1984, . 62‑75 . 15‑180.

21 S ç , ‑ ç M Z «A M Cç», in A

Metáora do coração e outros Escritos , L, Aí & A, 199, . 19 ‑ «F ‑ ç ç , z í».

22 E L, op. cit., . 57.



S C P C P

D zç « » , çq , : , « …», « q q», « , », « »,« », « ç», « », « ú, ! Az …», « », « »…D , « , ‑ », « », « », «» « » «/ ,

q…», « », « » q « », «í / N » « é»…

D q . Dí , : ,«‑S / C »;

, «Ó (…) A , ».

2 - sobre o sentimento

A à â í , , , çé, R. D xí

ê â, é q«ç» «» , í à ê P. Pé, ç é í ç ,, ‑z .

Vê , é .O é , , , . A q noesis/ noema, . N , ê , , . A q «» , é . P x, , «P I II»,

ç z.



J P B A

O , «», q q x «». R q, , . C , é é ,, , , ç é‑ , ç , , clarté A , é‑, q ç, ,

à , q ç í.T x õ q ç

x , x,, , , , «é» q x. N , é ê q

q x . N , é x e .

C, ç P .D , P L Cí V í ú ( çõ í é , q o é adequatio, ), í q q , í. S‑, , q q é , é , ,

, qq , x . S C, « q raios de sol nuvem é , x çõ çõ ». C, q ç é « »2.

2 C. in R, Metáora Viva, . 9.



S C P C P

Q z q ç ?

N x , ç( , q Mx S – ç é ú, , , , x, çõ , , q) é , “”, . C‑, , ç C A: «O q

: ‑í, ú ,q õ , q ê q‑ . D é z, . Q z x !...»24. Aé qí à mimesis 25, q é q

« z» , z í, . O ç é ç , é ê í. O «é» z é, ê z, z. O í, é à , qê q z.

A, , , ç é «» é . P ç P? E Clepsidra ,

, , ç (maxime , «C A V»), , , q, E

24 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 96.25 E «é» P ‑ í

q q « ç q z q «í »( q ).», R, A Inscrição Espectral…, .17.



3

J P B A

L, í é, ç .S ç, , q , q q .

R «» «» , «» «». S persona é P. S‑ , «» . A, , í Stimmungen, çõ q, C G C26, â , í. O, é Gemüt , ‑ R ,

ç x ê «».Tí C, N‑P, ç, ‑, í Lz, q R . A z, z q â ç ( Nw, z, q z, ê,

«»). O, R , , x, , , : qq à z (Verstand ) . A, ç «» a ortiori q homem romântico,q «», « , q é z»27.

2.1 – Gemüt e Stimmung, a «verdade» românticaC «», Gemüt é

zí ê H. G , q q q « z Gemüt , q , q q z»28. N , ‑ çõ í MEk , , J B, q í . A â q , q Gemüt é ,

26 C. G G, L’Homme Romantique , . 97.27 M Z, «R S A», in A Metáora do

Coração e outros Escritos , . 0.28 G G, op. cit., . 89.



S C P C P

. P Féé S, Gemüt ç z « z ». A‑ , q q z à . S õ Gemüt ç 29, q .

H Gemüt í, q çõ Tê . D , .

N, , ê q

q çõ ç . Dí q, , « é . O é Gemüt ?»0. A ô‑ , é ç, é, . O N õ , ç Gemüt q x

.S ç , ç . S Gemüt é , é Gemüt , , M Z, « ê» « z, q í , , q à z z. A , , , í , z , …»1.O Gemüt é (Verstand ), zz. É q ‑ z í, qz‑. O : zõ ç zõ z?Q a priori , , k, coeur , x x,

ê çõ xê?O Gemüt ê ç ‑ ,Stimmung , q ‑ «

29 «… ’y xé, ê, é , ’y , Gü, », . in G,op. cit., . 9.

0C. in G, op. cit., . 94.1 Z, op. cit., . 0, 1.



J P B A

ú », x N ‑ . U é , , q q, ç ç qí, , ç. A q é é ú: z Stimmung . N ç, ‑, ç , q q z : â çõ ç à q ê .

O é é ‑, ç , 2. C B q ç Gemüt Stimmung : «A Stimmung é : Gemüt , zí q, , , ç q ê í». A

q çõ N: .E çõ â

P? Aé ú ( q S x q , , q q), xçõ ç P. A q é . M â ç , , P, , Stimmung …

P, ú, z, é

? S , q z ú ? É q q q q ê q z âq . É q à

2 C. G, op. cit., . 106. Ibidem, . 98.



S C P C P

ç, , é à ‑ «O, q z í!».

N , Kk, q ê x à ‑‑. E H, x, , ú é ç , , q , , , í ( é ), , ç q xê. É xê ê q ‑

, , , q é ‑‑‑. O , Dasein, , , ç (‑), ú ‑ xê ê. O ú «D ç» ú: «I ,

,/ Aé q , ./ C‑ , qç…». E , ú é é , z ç «», x. M q ê. P H, q ú é é ‑‑ q , ç . O, P q « » ç, ‑ é .

A ç, , , â H, xê ‑‑‑4. M J ê , xê , ç ê ‑ ( ç, q

é , q «»), xêq xê Tê. J, , q í ( í

4 É Lé M P D q K J «L/ E C P», in «SL», Minas Gerais , B Hz, 1977, C Pâ‑M,op. cit., . 227.



J P B A

, é «é» … q ) í q Tê, q, , é q é q é x, D, Pê. O Tê, ú, P. S J P , z, q «ê», q x , , z ‑.

R‑ z x

ç Ó L q « ç P», , « çõ »5. U ‑‑, , .

E P, q «» «»,

é «». U ç Gemüt . V ç P.

J í q Ó L «Iç» , . D , xç «S q » ( z clichés x ), q q , ( x) é , é ç 6, , q (Vé, í…). É, , q : «A , q,/ E ,/ S ;». E

L kitsch , é ‑ «». J, q õ x,

5 L, «P: q », . 199.6 M ç q . C. «O ( «»

q é í ), ç, , (…)», E L, op. cit., . 64.



S C P C P

ê , z . A C q z q M7.V q , . O q P , . D , P x K, ê « » zç , . P , , ê, x , é. S ú ,

, , q ç zç, 8.

3 - A mor , compAnheirismo e conhecimento intersubjectivo

A q z qç «S ».

A ç é

. N é q q ela . D , é « ». E ç q ‑ ‑ «A …». O ê q q. E ú é «»

(«A …»).M «Pq ç ?». S , é z: q q ç (‑ ) , «A …/O …/A …». N , q z q , ‑ , q x .

7 C. L, op. cit., . 24‑26.8 S x , vide S

P, História Crítica…, . 14, 15. P, x «M Cõ», q q q x x, q xí. A P, , , ç í , z , …



J P B A

E xç , q q encontro, ‑‑, q , «C».

S, ê à ç «». N é q é , , , çõâ, , qq .

É q () . Eç‑

‑, q ‑ «O » ‑ é , ‑ .E q , , ‑q ú. C, ç é, é q , q . O ,

, q z ‑ «Dx , z ‑ , ».Té , «E q í »,

õ‑ ç , q q. A , « » , é «í», «P»q é ç z « »,«Aé, â,/ S», ç q í ‑ « », , í ç , ç : «Ó , é, ç .».

«D é» é í. M z , é q ; é ç, : é q ‑ «E q

í » ‑ ‑, «» «» í .

N , «F , », «C», , ‑, é é: õ q ‑ , é ,

x ,



S C P C P

z (« !»).N ú q , ç‑

‑ « q , , q z q ?». A z, , , (‑ « » z , I q ). O q z‑ ? E z, , z‑ ú ê ê ? T ç I

q ç q é ç , ‑‑ ç q , í z ?

E x , ç é, q z q ç,

z «» . A é q ? A é , , («q ») « , », , z. F , é ç q ç z? E ç .

C , «S G», é z ç , â, ç, «» q . A ( q q ) z , x .

A ê é í à z í «E». N ç, , maneira í : é , , , , q ‑, P, í9, ú

9 E «M», , é ç : «Aq



J P B A

, , é à éâ («…, , , …»). C x, , «» à â ê ç.

V‑ q â q («N …O q, ê‑») , í, . E «» ‑, « » é ,« », « ú »,

«» . A çq , , tipo x ( « » «» «» ) ú zç (‑, ).

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q « ».N , ç (1969) J C O . L à z ç, q é, q z, z. E «»q z ( ç , qê é x‑), x P, . A, () q õ ,‑ , ‑ x .

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S C P C P

Esvelta surge! Vem das águas, nua,imonando uma concha alvinitente! Os rins exíveis e o seio remente …

Morre-me a boca por beijar a tua.

Sem vil pudor! Do que há que ter vergonha? Eis-me ormoso, moço e casto, orte.ão branco o peito! – para o expor à Morte …

Mas que ora - a iname! – não se te anteponha.

A hidra torpe! …Que a estrangulo … Esmago-a

De encontro à rocha onde a cabeça te há-de,Com os cabelos escorrendo água,

Ir inclinar-se, desmaiar de amor,Sob o ervor da minha virgindade E o meu pulso de jovem gladiador.

Desce em olhedos tenros a colina:- Em glaucos, rouxos tons adormecidos,Que saram, rescos, meus olhos ardidos,Nos quais a chama do uror declina … Oh vem, de branco, – do imo da olhagem! Os ramos, leve, a tua mão aparte.Oh veml Meus olhos querem desposar-te,Reectir-te virgem a serena imagem.

Da silva doida uma haste esquivaQuão delicada te osculou num dedoCom um aljôar cor-de-rosa viva! …

Ligeira a saia … Doce brisa, impele-aOh vem! De branco! Do imo do arvoredo!

Alma de silo, carne de camélia…

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46 C. J C, «A Clepsidra C P», in Persona, 10,1984, . 25: «U «Iç», q , ‑ , . O , q z ».



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48 M S‑C, Poesias , L, Eçõ Á, 1991, . 157‑159.



S C P C P

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J P B A

Voz débil que passas,Que humílima gemes Não sei que desgraças…

Dir-se-ia que pedes.Dir-se-ia que tremes,Unida às paredes,

Se vens, às escuras,Conar-me ao ouvidoNão sei que amarguras…

Suspiras ou alas? Porque é o gemido,O sopro que exalas?

Dir-se-ia que rezas. Murmuras baixinhoNão sei que tristezas…

- Ser teu companheiro?-Não sei o caminho.Eu sou estrangeiro.

-Passados amores?- Animas-te, dizes Não sei que terrores…

Fraquinha, deliras.-Projectos elizes?-Suspiras. Expiras.

A z (x «Vz é») é q

.

CAMINHO

II

Encontraste-me um dia no caminhoEm procura de quê, nem eu o sei.- Bom dia, companheiro, te saudei,Que a jornada é maior indo sozinho.

É longe, é muito longe, há muito espinho! Paraste a repousar, eu descansei …Na venda em que poisaste, onde poisei,

Bebemos cada um do mesmo vinho. É no monte escabroso, solitário,Corta os pés como a rocha dum calvário,E queima como a areia!... Foi no entanto

Que chorámos a dor de cada um …E o vinho em que choraste era comum:

ivemos que beber do mesmo pranto.

III

Fez-nos bem, muito bem, esta demora:Enrijou a coragem atigada …Eis os nossos bordões da caminhada,Vai já rompendo o Sol: vamos embora.

Este vinho, mais virgem do que a aurora,ão virgem não o temos na jornada…Enchamos as cabaças: pela estrada,Daqui inda este néctar avigora!...

Cada um por seu lado!... Eu vou sozinho,Eu quero arrostar só todo o caminho,

Eu posso resistir à grande calma!...

Deixai-me chorar mais e beber mais,Perseguir doidamente os meus ideais,E ter é e sonhar – encher a alma.



S C P C P

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3

J P B A

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50 É q («N z é é í q‑. P é!», A O C in P, Contos,Crónicas, Cartas escolhidas…, . 87).



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4 - A melAncoliA e os seus objectos

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Ry B», in O M S P S, Século de Ouro AntologiaCrítica da Poesia Portuguesa do Século XX , . 254.

54 M Z, «A T P», in op. cit.,. 45.

55 C. in R, Inscrição Espectral..., . 4.



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56 C. in P D, “«L F M», D Mé”,in Littérature , Nº 72, 1988, . 2.

57 O q ç Odes

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Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho,Onde esperei morrer, – meus tão castos lençóis? Do meu jardim exíguo os altos girassóis Quem oi que os arrancou e lançou no caminho?

Quem quebrou (que uror cruel e simiesco!) A mesa de eu cear, – tábua tosca de pinho?

E me espalhou a lenha? E me entornou o vinho? - Da minha vinha o vinho acidulado e resco …

Ó minha pobre mãe! … Não te ergas mais da cova.Olha a noite, olha o vento. Em ruína a casa nova …Dos meus ossos o lume a extinguir-se breve.

Não venhas mais ao lar. Não vagabundes mais,

Alma da minha mãe… Não andes mais à neve,De noite a mendigar às portas dos casais.

60 C. M G, «S C P», in Brotéria, . 89.61 Q, Introdução…, . 4, 5.62 C. C R, écnicas de Análise extual , A, C, 1981,

. 90, 91.



J P B A

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64 P D, “«L F D M», D Mé”, inLittérature , Nº 72, 1988, . 7.

65 O «» V é z J PC «D V C P F P», in AoContrário de Penélope , L, B, 1976, . 209 ‑ 214. A í xê , P, q é ,«é x, q V» (ibidem, . 211). N , x, é z ,q z «» Vé , « x », « »,q q P , , é q «» «‑».



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66 C. in R, Inscrição Espectral ..., . 4.



3

J P B A

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67 E C A, post sriptum, : «P. S. – S q ? N í… I , , .» O ú é : «V . N ú L, q , , z.» (P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 95).

68 «T: , …», «T



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Depois da luta e depois da conquistaFiquei só! Fora um acto antipático! Deserta a Ilha, e no lençol aquáticoudo verde, verde, – a perder de vista.

Porque vos ostes, minhas caravelas,Carregadas de todo o meu tesoiro?

-Longas teias de luar de lhama de oiro,Legendas a diamantes das estrelas!

Quem vos desez, ormas inconsistentes,Por cujo amor escalei a muralha,- Leão armado, uma espada nos dentes?

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J P B A

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69 P ç, Ó L q, , «Qq qé » (L, Entre Fialho e Nemésio, . 120).



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71 P x, «Pq , ».72 C. Mz, é

L: «L , , q » (. in E Lç, Heterodoxia I, L, G, 2005, . 59).

7 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas …, . 86.



J P B A

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74 Ibidem, . 59.



S C P C P

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75 A C Pâ‑M, op. cit., . 112, “« » T , q



J P B A

é ú , «C I», q x , ç :

enho sonhos cruéis: n’alma doente Sinto um vago receio prematuro.Vou a medo na aresta do uturo,Embebido em saudades do presente…

Saudades desta dor que em vão procuroDo peito augentar bem rudemente,Devendo, ao desmaiar sobre o poente,Cobrir-me o coração dum véu escuro!...

Porque a dor, esta alta d’harmonia,oda a luz desgrenhada que alumia

As almas doidamente, o céu d’ agora,

Sem ela o coração é quase nada:Um sol onde expirasse a madrugada,Porque é só madrugada quando chora.

É , («’/ S»). A ç é ú, é , «» , , , q , «í», «é». O

é í, «»76.C, qq 77: ‑, ‑ : « ». A ê é ‑ , , â, , ç, ‑ .

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S C P C P

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E z x é q:

vide ‑, , «» «ç». A q «z », ê

78 «A é , é »,G D, C Pâ‑M, op. cit., . 116.

79 P í 1897, é ç Clepsidra J C O, ç, 1920, (. «Iç» B S, in CP, Clepsidra e outros poemas , Eç í z BS, L E, . 2).



J P B A

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80 E L, op. cit., . 46.



3

J P B A

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81 «V».82 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas…, . 59.



S C P C P

5 - «A distânciA sem fim que nos sepArA »: A unidAde cognoscitivA impossÍvel

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8 E L, op. cit., . 187.



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ç , z ; q ç, , é , é85. E ú

84 J C A G, Dictionnaire des Symboles , . 710,. in C Pâ‑M, op. cit., . 227.

85 I G D, CPâ‑M, op. cit., . 205, 209, 217, 218. S D, « é è x q é éx», «î éé



J P B A

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Singra o navio. Sob a água claraVê-se o undo do mar, de areia na…-Impecável gura peregrina,A distância sem m que nos separa!

Seixinhos da mais alva porcelana,Conchinhas tenuemente cor-de-rosa,

Na ria transparência luminosaRepousam, undos, sob a água plana.

E a vista sonda, reconstrui, compara.antos naurágios, perdições, destroços! -Ó úlgida visão, linda mentira!

Róseas unhinhas que a maré partira…

Dentinhos que o vaivém desengastara…Conchas, pedrinhas, pedacinhos de ossos…

O (, , ) , ‑ , , ç é q. O é («ê‑»), . C,

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86 E «B V» ‑ « », «» , q , é í, x.



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87 N , , A O C, à ç , , õ P , é « qê»: «(…) ( qê?) , í éà 5ª ç ( qê?)», P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas …, .85.



3

S C P C P

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Q ç ç í, , q qq ‑. C,

88 F P, Poesias Inéditas (1919‑190), L, E. Á, 1990,. 154.



3

J P B A

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6 - um estrAnho Absoluto

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3

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33

J P B A

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89 C‑ S T Á, «V », . M Z, «D F A», in

A Metáora do Coração e Outros Escritos , . 58.90 T z J W, q

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3

S C P C P

7 - observAções breves sobre o estilo de pessAnhA

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3

J P B A

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91 L, «C P», in Entre Fialho e Nemésio, . 126. A í, í ( ), ‑ q q , «q x ç í » (ibidem, . 127).

92 R, A Inscrição Espectral…, . 20.



3

S C P C P

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9

S, O Simbolismo na Obra de Camilo Pessanha, . 57.94 A q ú , ú , x x,‑ ç , , Contraponto AHxy q , Fy L, B, , , ç q: «T ç , q ú; q , ç ç, ‑‑ ç. C q ú ,

, , ! E , q, í x . O ç‑ ç ç . Fy : ç ú ‑ E, q, q ; – (…) A ú ; , … A z: q E , q ç, q x ‑ ú », AHxy, Contraponto, L, E. L B, 1972, . 0.



3

J P B A

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S é í é , A S95, Gé G, ú é, é é q , x â, «q‑» designata denotata, C M.

95 A S, eoria da Literatura, . 669.



3

J P B A

conclusão

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A x ( «») z (q , ,

1 J , IéCç, «C P, », in Letras e Letras , A IV, 5,1991. E q « » , z, «P I II», x x ê , .

2 P, Contos, Crónicas, Cartas escolhidas …, . 174. C. Oé M. C. P M, O Universo poético de Camilo Pessanha,

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J P B A

ú) q é . Aé «», q é à / , ‑ qq z x, q «» «qê», ê í,q q x .

S , « q ‑ », , ‑ «â q » ( versus ), , z. Tç carpe diem

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5 J Oé M. C. P M q « ú, , x, C, ç 1916 S C Mç P» (O. P. M, op. cit., .20, 21). Pí, , , z J C («A Clepsidra

C P», in Persona, 10, P, 1984, . 5), x ç í: «A í C P (…) z x ç qz x, çõ x , é ç ú êq Clepsidra».

6 J C, “S «» C P”, in Persona, 11/ 12,1985.

7 C. L, op. cit., . 176‑178.



3

J P B A

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V x, íç q ç «q» z «q» q ú â ‑ «Dz‑q ». Tí q Clepsidra é «» , , Ó L, « q »10.

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, q , q z, íà ú q: q é .N ç , í

qê P. Tz

8 J C, op. cit., . 68.9 C. Ó L, «P, q », in Ler e Depois, .

208, 209.10 Ó L, «C P», in Entre Fialho e Nemésio, . 12.



S C P C P

q : «Q ?», í q k, q q q . C, q q ç é, «z‑ q », «M », q . Dí z .

«E z», ‑ P C A. U z ,q à . C , z í , qz, ‑ ú ç

xê .



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Índice onomástico

A, C ‑ 46, 19 A, N ‑ 2 A, P ‑ 2

A, É C, ‑15

A, F ‑ 48, 57 A, C ‑ 41, 51, 72, 82,

11, 144 A, H ‑ 85 A, Eé ‑ 9 A, S. ‑ 62 A, A ‑ 5 A, J. L. ‑ 25 Á, S T ‑ 1B, G‑ 16, 78B, F ‑ 6B, A ‑ 4B, A ‑0, 1Bè, M ‑ 2B, R ‑ 15, 45

B, G ‑ 41B, C ‑27, 2, 40,42, 60, 65, 99, 106, 117

By, J‑L ‑ 19B, Ax ‑ 140By, C. M. ‑ 18B, H ‑ 0, 120, 12Bk, W ‑ 6B, M ‑ 62

B, H ‑ 9, 29By, Lé ‑ 2B, J ‑ 8B, C ‑ 85B, P ‑ 2, 47B, C C ‑57Bq, G ‑ 17B, M ‑ 100By, L ‑ 6Cç, Ié ‑ 140

C, A ‑ 124C, J ‑ 97, 142, 14Cõ, L ‑ 7, 9, 19, 88

C, Á ‑ 9, 56C, A ‑ 17C, R ‑ 81, 8C, C G ‑ 8C, A O ‑ 9,

20, 49, 51, 52, 5, 60, 72,10, 116, 121, 12, 10,15

C, Eé ‑ 4C, F ‑ 59C, C ‑ 106C, M ‑ 19Cy, M ‑ 8C, J ‑ 126C, P ‑ 27C, Hq T ‑ 9C, J P ‑

111C, J ‑ 45Cé, N ‑6Cé, Fç ‑ 4C, J ‑ 25Dz, G ‑ 2D, Jq ‑ 21, 22, 2,

24, 25D, Ré ‑ 55, 62

Déwk, F ‑ 19, 55,106D, Lé M P ‑

86D, P ‑ 106, 111D, G ‑ 1, 75, 120,

127Ek, M ‑ 8E, U ‑ 17, 18, 22, 2,

7, 4, 48



E, T. S ‑ 27E ‑ 117Féé, Féx ‑ 2F, A ‑ 8

Fç, A ‑ 5F, M ‑ 2F, A ‑ 12F, P ‑ 8, 7, 8,

40, 50, 71, 140F, G ‑ 15, 47G ‑ 7Gç, My ‑ 8Gz, M H Ny ‑

72G, M ‑ 9, 108G, O y ‑ 17G, Gé ‑ 17G, A ‑ 126G, Ré ‑ 2, 5, 52, 17G, Á C ‑1,

7, 45, 61, 75, 76G, Réy ‑ 2

G, G ‑ 59G, F ‑ 28, 29,

2, 4, 5, 40, 41, 46, 48,50, 19

G, G ‑ 72, 79, 8,84, 85

H, Jü ‑ 21, 22, 2,24, 25

H, E ‑ 7,9H, A K ‑ 99H, G. W. F. ‑ 20, 26, H, M ‑ 21, 22, 24,

25, 29, 46, 86H, H ‑ 2H ‑ 84H, E. D. ‑ 16

H ‑ 19H, V ‑ , 42H, J ‑ 5Hxy, A ‑ 16Hxy, Hy ‑ 56Hy, J.‑K. ‑ 2, 42I, R ‑ 27 Jk, R ‑ 15, 17, 18,

25, 109

J, Hy ‑ 110

J, K ‑ 22, 29, 86, 87 J, S. ‑ 65 J, W. R. ‑ 20 Jy, J ‑ 4

J, C ‑ 46, 75, 76 Jq, G ‑ 57Kk, Fz ‑ 0K, G ‑ 1K, E ‑ 74, 16,

14K, J ‑ 7Kk, Sö ‑ 86K, Ry‑ 88

Kk, A ‑ 95Kky, P ‑ 2Kyk, M ‑ 2L, Jq ‑ 14L‑L ‑ 49L, J ‑ 2, 6L, A ‑ 54L, P ‑ 74L, M ‑ 59

L, P ‑ 17L Ry ‑ 2L, G ‑ 40L, E ‑ 7, 8, 14, 0,

44, 54, 64, 75, 76, 79, 82,87, 88, 94, 95, 12, 124,125, 126, 14, 16, 17,141, 142

L, Â ‑ 7L, L ‑ L, Ó ‑ 8, 14, 0, 4,

50, 64, 87, 94, 112, 115,14, 15, 16, 141, 142,14

L, Tz C ‑ 6L, J ‑ 2L, P ‑ 9

Lç, E ‑ 17, 57,105, 106, 116Mk, M ‑ 2, 64Mé, Sé ‑ 22, 27,

28, 2, 5, 6, 4, 46, 47,48, 74, 105

Mx, Aé ‑ 56M, P ‑ 25M, G ‑ 29

M, A ‑ 20



3

M, C F ‑ 9,19, 50

Mx, K ‑ 0, 117M, C ‑ 1

Mx, J‑M ‑ 75Mq, Jé G ‑ 49M, S ‑ 2, 49Mq, C ‑ 40M, Gy ‑ 4, 76Mz, O W. ‑ 116M, J ‑ 6Mk, A ‑ 5, 44M, Lí ‑ 4, 42

M, Oé M. C. P ‑140, 142M, P ‑ 17Mé, J ‑ 2, 4M, C ‑ 2, 5, 4M, C ‑ 17M, E ‑ 56N, Lí M ‑ 27, 41Né, V ‑ 40

Nw, J ‑ 7Nz, F ‑ 21, 40,

12N, A ‑ 97N, Mx ‑ 42N, F

H ‑ 27, 84, 85O, R ‑ 25

O, A FR ‑ 71O‑S, A ‑

4Ow, G ‑ 56O, A C ‑ 9O, A ‑ 9O, J C ‑ 7, 19,

20, 72, 106

P ‑ 7Pâ‑M, C ‑ 7,1, 14, 7, 59, 74, 86, 96,119, 120, 126, 127

P, Tx ‑ 1, 2P, S. ‑ 2Pz, O ‑ 2, 65Pé, Jé ‑ 2P, Jé C S ‑ 1,

1, 2, , 4, 5, 6, 7,

40, 4, 44, 46, 49, 52, 58,59, 60, 61, 64, 67, 74, 88,14

P‑Mé, L ‑ 112

P, Jé B ‑ 8P, F ‑ 7, 8, 9, 16,17, 19, 29, 1, 5, 42, 50,64, 65, 7, 105, 111, 10,141

P ‑ 46, 117P, Ez ‑ 45P, My L. ‑ 25Pz, M ‑ 41

P, M ‑ 121, 11Q, A ‑ 8, 1, 4,50, 108

Q, A ‑ 2, 7,9, 106

Q, P ‑ 2Ry, É‑G ‑ 4Rk, S ‑ 75, 109Ré, H ‑ 2, 44

R, C ‑ 108R, I.A. ‑ 28R, P ‑ 18R, A ‑ 27, 28, 17R, G ‑ 2Ry, R ‑ 48R, H ‑ 49R, D ‑ 51

R, G ‑ 1, 14, 19,20, 21, 5, 57, 76, 77, 82,96, 97, 15

Ryk, J ‑ 40S‑C, M ‑ 9, 56,

7, 100S, Mqê ‑ 61S‑P‑Rx ‑ 2S, A ‑ 2

S, A ‑ 106S, A ‑ 7, 64S, J‑P ‑ 17, 29, 117S, A‑W ‑ 7S, Féé ‑ 8S, F ‑ 84S, A ‑ 7, 8,

9, 40, 41S, J ‑ 22, 25

S, P ‑ 28



Sk, W ‑ 19S, Mx ‑ 82S, Ví M A

‑ 20, 105, 17

S, P ‑ 8S, O M ‑ 28Sõ, J G ‑ 1, 19,

0, 45, 102, 10S, B ‑ 1, 17, 26,

0, 7, 41, 42, 44, 61, 71,72, 9, 120, 14, 16

S, R‑L ‑ 115Sw, E ‑ 40

T, Hy ‑ 52T ‑ 74T, Tz ‑ 45U, M ‑ 59Véy, P ‑ 17, 44, 47, 48,

49, 75, 140V L, C ‑ 2V, Hq ‑ 9V, G ‑ 48

V, C ‑ 0V, É ‑ 2V, P ‑ 29, 1, 2, 6,

51, 99, 111V, G ‑ 4Vé‑G, F ‑ 2 W, J ‑ 14 W, A ‑ 75

W, J‑P ‑ 108 Wk, Ré ‑ 75 W, W ‑ 48 W, W. K. ‑ 18Z, M ‑ 79, 8, 84,

105, 14Z, É ‑ 42



A Vontade é uma potência cega, que não segura qualquer balança. A satisfação do desejo, de qualquer desejo, é como uma esmolaque se dá a um mendigo para ele sobreviver durante um dia,

regressando logo depois à indigência habitual. O desejo humano,multiforme, tem como o gouffre baudelairiano a sede de Tântalo.

«Eu sou o aborto de uma grande beleza», tinha-se denido Pessanha perante Carlos Amaro. Uma grande beleza não difusiva, que nãoelevou o sujeito à sua altura. Com efeito, a grande beleza da sua

poesia não logrou rasgar uma saída do abismo, quer dizer, abrir-lhea porta para um sentido último e esperançoso da existência pessoal.

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ALMEIDA, João Paulo Barros - Sentimento e Conhecimento Na Poesia de Pessanha