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ALMEIDA SITOE E IVAN REMANE UNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE Avaliação de Capacidades e Instrumentos disponíveis para o desenho dos Planos Nacionais de Adaptação e das Acções Nacionais Apropriadas para Mitigação (NAP e NAMAS)

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ALMEIDA SITOE E IVAN REMANEUNIVERSIDADE EDUARDO MONDLANE

Avaliação de Capacidades e Instrumentos disponíveis para o desenho dos Planos Nacionais de Adaptação e das Acções Nacionais

Apropriadas para Mitigação (NAP e NAMAS)

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Objectivo

Apresentar e retratar as capacidades e instrumentos disponíveis existentes em Moçambique para o desenho dos Planos Nacionais de Adaptação (NAP) e das Acções Nacionais Apropriadas para Mitigação (NAMA).

Discutir o potencial de integração dos NAP e NAMA nos instrumentos de planificação e orçamentação

Discutir as questões relativas a oportunidades de participação da Sociedade Civil e Sector Privado em acções de adaptação e mitigação

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ESTRUTURA DA APRESENTAÇÃO

Impactos e vulnerabilidade às mudanças do clima (contexo Mundial e Nacional)

Adaptação e mitigação às mudanças climáticas nas politicas nacionais

Ferramentas de Adaptação existentes em Moçambique

Ferramentas de Mitigação com potencial para Moçambique

O papel da Sociedade Civil e do Sector Privado na implementação de iniciativas adaptação e mitigação de mudanças climáticas.

O papel do FUNAB como agência nacional e a sua acreditação ao nível internacional.

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INTRODUÇÃO

As alterações do clima num horizonte temporal devido as variabilidades naturais e ou actividades humanas são denominadas de mudanças climáticas (IPCC, 2007).

Moçambique devido a sua localização geográfica, é um país extremamente vulnerável aos impactos dos eventos climáticos extremos.

O clima em Moçambique tem sofrido e sofrerá enormes variações caso a situação actual prevaleça (INGC, 2009).

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IMPACTOS e VULNERABILIDADE ÀS MUDANÇAS DO CLIMA

Impacto climático: são as conseqüências das mudanças climáticas em sistemas naturais e humanos

Vulnerabilidade climática: O grau em que um sistema natural ou humano é susceptível ou incapaz de fazer face a efeitos adversos das mudanças climáticas, incluindo variabilidade climática e eventos extremos (Watson et al. 1996; IPCC, 2001).

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Mudanças climáticas no contexto Mundial

Próximas duas décadas a atmosfera irá aquecer em 0.2oC por década

Deve-se limitar o aumento da temperatura média da Terra em 2ºC em relação à era pré-industrial caso contrário as consequências das mudanças climáticas sobre as sociedades humanas podem ser devastadoras .

Deve-se procurar realizar acções de adaptação para reduzir os impactos das mudanças climáticas que já se verificam

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SECTOR IMPACTOS A 20C

Saúde •90-200 milhões de pessoas correrão o risco de serem contaminadas por malária e outras doenças transmissíveis por insectos ou pela água.

•Aumentos nas taxas de diarreia e sub-nutrição.

Agricultura •A agricultura será negativamente afectada. A produção de culturas irá diminuir devido a escassez de água e a elevada incidência dos eventos climáticos extremos.

•Aumentos das desigualdades e dos conflictos devido ao efeito da escassez da água e da pouca previsibilidade das colheitas.

Água •De 662 milhões a 3 bilhões de pessoas ameaçadas pela escassez de água.

•Escassez global de água potável.

Ecossistemas •Perda de 95% da maioria dos corais até meados do século com impactos adversos sobre pesca comercial e de subsistência, proteção costeira e perdas econômicas. No Great Barrier Reef Australiano, estima-se que a perda seja de AU$ 4,3 bilhões por ano. Efeitos similares serão observados ao redor de todo o planeta.

•43% de risco de transformação de florestas para sistemas não- florestais, expansão das florestas para o Ártico e para as savanas semi-áridas.

•Riscos de uma alteração permanente dos sumidouros de carbono para fontes de carbono em áreas tropicais chaves

•Danos substanciais nos ecossistemas montanhosos e do Ártico. Uma grande porção da Tundra e cerca da metade das florestas boreais pode desaparecer.

•Perda de mais de 40% de angiospermas na Amazônia. •25% de espécies extintas

Aumento do Nível do mar

•25-50 milhões em risco devido ao aumento dos níveis dos mares e às inundações costeiras. Os custos às nações serão de centenas de bilhões de dólares.

Eventos climáticos extremos

•Aumentos na frequência e intensidade de inundações, secas, tempestades, ondas de calor, ciclones tropicais e outros eventos climáticos extremos.

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Tendências Globais

“O Futuro que Queremos”- equilíbrio entre questões de crescimento económico, aspectos sociais, e ambientais como forma de garantia para actuais e futuras gerações.

Quadro de Acção de Hyogo 2: para a redução de riscos e desastres (climáticos)

Nova visão dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio pós-2015 (ou Objectivos de Desenvolvimento Sustentável).

Agenda:

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HFA2

A avaliação dos 10 anos de existência do Quadro de Acção de Hyogo - HFA indica um progressos global na prevenção e redução de riscos em geral, no entanto o número de vítimas e as perdas económicas resultantes de desastres continuam a aumentar

Está em preparação para a sua segunda fase (HFA2):

(i) a importância da participação ao nível da comunidade;

(ii) alcançar e incluir as populações mais vulneráveis;

(iii) as mulheres como líderes;

(iv) as crianças e jovens: nova geração de oportunidades;

(v) a saúde;

(vi) a integração de adaptação às alterações climáticas, desenvolvimento e redução do risco de desastres;

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HFA2

(vii) o papel da ciência;

(viii) a partilha de conhecimentos e da educação;

(ix) o desenvolvimento de capacidades: financiamento, avaliação de riscos, de preparação e aviso prévio;

(x) o envolvimento do sector privado na redução do risco de desastres;

(xi) vontade política e liderança; e

(xii) a governança, a prestação de contas, transparência e inclusão.

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Questões Chave

Agenda local Capacidades institucionais Monitorização participativa e responsabilização Cultura

Sector privado – como um participante chave na nova agenda de desenvolvimento, particularmente para que o SP vá para além das metas financeiras e se reoriente para a erradicação da pobreza, e ajustando a agenda das pequenas e médias empresas para tomarem a liderança das transformações locais

Sociedade Civil – reconhecendo a sua diversidade, a SC tem um papel muito importante na implementação da nova agenda de desenvolvimento

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Mudanças climáticas em

Moçambique

Moçambique é o 5º país mais vulnerável às mudanças do clima (CCVI).

As alterações dos padrões de clima e extremos climáticos vêm ameaçando a produção agrícola, a segurança alimentar, saúde, água e energia comprometem o desenvolvimento (Beddington et al., 2011).

Moçambique é historicamente o país mais afectado pelos desastres naturais na África Austral (MICOA, 2007).

Particular destaque estão as zonas urbanas de Moçambique, as quais são tipicamente costeiras (60% da população moçambicana)

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Impacto das Mudanças Climáticas em Moçambique (INGC 2009) - PASSADO

Entre 1960 e 2005 - houve tendências de aumento da temperatura

1960 e 2005 - atraso no início do período chuvoso e um prolongamento da estação seca.

1956 e 2008 - Calamidades naturais (secas, cheias, ciclones, epidemias, terramotos, etc) têm aumentado de forma drástica.

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Impacto das Mudanças Climáticas em Moçambique (INGC 2009) - PROJEÇÕES

Temperatura:Entre 2046 e 2065 - subidas de temperaturas na ordem de 2.5oC à 3oC

(interior do pais).

2081 e 2100 - subidas de temperaturas na ordem de 5oC à 6oC (interior do pais).

Precipitação:• Comportamento irregular das chuvas - maiores danos económicos e

humanitários.

• Subida do nível das águas do mar que resultará na redução das áreas disponíveis para a prática de agricultura.

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Impactos das mudanças climáticas por sector/áreaSector/área Impactos das mudanças climáticas

Mudança nos padrões de

temperatura

Mudança nos padrões de

precipitação

Secas Cheias Ciclones tropicais

Subida do nível de água do mar

Recursos hídricos •• •• ••• ••• ••• •Infra- estruturas • •• ••• ••• •••Agricultura •• •• ••• ••• ••• ••Segurança alimentar •• ••• ••• ••• ••• ••Florestas ••• •• ••• • ••• •Indústria • • •• •• ••Energia •• ••• ••• •• ••Saúde •• •• •• ••• •• •Turismo • • • •• ••• •••Biodiversidade e áreas de conservação

•• ••• ••• ••• •• •••

Zonas costeiras • •• • ••• ••• •••Assentamentos humanos

• ••• ••• ••• ••• •••

Pesca • • • •• ••• •••••• Elevado; • •Moderado; • Baixo (ou não conhecido)

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Adaptação

Medidas a serem tomadas a médio-longo prazo, com a finalidade de ajustar o modo de vida como forma de prevenir o impacto negativo dos desastres.

Capacidade de adaptação em Moçambique é baixa.

Pessoas melhor adaptadas estarão menos expostas aos riscos das mudanças climáticas (ENAMMC reconhece esta ligação importante).

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Economia de adaptação as MC

Perda de capacidade de crescimento económico

Fonte: The World Bank Group, 2010

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Estimativa dos custos residuais dos danos em quatro cenários, sem e com adaptação.

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Assuntos relativos as mudanças climáticas integradas no PES - 2014

Sector Aspectos Instituição responsável

AgriculturaProduzir sementes melhoradas MINAG

Construção e reabilitação de regadios INIRRecursos naturais

Zoneamento agro-ecológico a escala de 1:250.000 DAF

PescasConstruir, reabilitar e povoar tanques piscícolas INAQUA

Infra-estruturasMelhorias de infra-estruturas de comunicação e transporte

MOPH

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Mitigação, Desenvolvimento de Baixo Carbono e Economia Verde

• Conjunto de intervenções humanas que visam reduzir a emissão dos gases de efeito de estufa (GEEs) asisim com elevar a capacidade de sequestro desses gases (IPCC, 2001).

• As emissões de Moçambique são relativamente baixas em termos globais: intensidade energética e carbónica da indústria em Moçambique e intensidade energética e carbónica do PIB em Moçambique relativamente elevadas.

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Ferramentas para mitigação das Mudanças climáticas

1. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

2. Africa carbon asset development initiative (ACAD)

3. AFRICAN CARBON SUPPORT PROGRAMME (ACSP)

4. AFRICAN BIOFUELS AND RENEWABLE ENERGY FUND (ABREF)

5. UNDP’S MILLENNIUM DEVELOPMENT GOALS (MDG) CARBON FACILITY (LDC SUPPORT)

6. CARBON INITIATIVE FOR DEVELOPMENT (CiDEV)

7. BIOCARBON FUND (reflorestamento e plantação florestal)

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ADAPTAÇÃO E MITIGAÇÃO ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS NAS POLITICAS NACIONAIS

Políticas e estratégias Descrição dos aspectos de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas

PARP (2011-2014)

Construção e reabilitação de sistemas para a gestão dos recursos hídricos tendo em conta a vulnerabilidade do País às calamidades naturais e mudanças climáticas;

Promoção de estratégia de redução de emissões por desmatamento e degradação das florestas e reflorestamento e combate a queimadas descontroladas;

Promoção da agricultura de conservação e diversificação das fontes de rendimento em áreas de risco de desastres;

Criação, treinamento e equipamento de comités locais de gestão de risco de desastres em zonas de risco e de desastres em zonas vulneráveis as mudanças climáticas;

ENDE (2015-2035)

Indica de forma explícita que as MC constituíram um importante factor de redução da taxa de crescimento económico, podendo constituir um risco para a implementação da estratégia. No entanto, não indica de forma explícita como as acções de desenvolvimento poderão ser implementadas para minimizar este risco. Mas tem orientação da estratégia para o desenvolvimento da agricultura, indústria, infra-estruturas, energia, turismo, entre outras actividades, que são vulneráveis às MC, pressupondo a sua a tomada em consideração na planificação e operacionalização dos investimentos.

Agenda 2025 (2003-2025)

Indica como uma das incertezas críticas a crescente capacidade de gestão dos desastres naturais e dos efeitos das MC globais. Mais ainda, reconhece que a agricultura, por ser influenciada pelo clima, pode aumentar a probabilidade de risco na produção.

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Políticas e estratégias Descrição dos aspectos de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas

NAPA

Reforçar o sistema de aviso prévio para a agricultura; Desenvolver as capacidades dos agricultores para lidar com as mudanças

climáticas; Reduzir os impactos das mudanças climáticas nas zonas costeiras; Gerir os recursos hídricos nas condições de mudanças climáticas.

Estratégia de Energia

A estratégia tem em vista alinhar Moçambique pelas melhores práticas internacionalmente aceites de uso eficiente da energia, a consciencialização dos cidadãos sobre as boas práticas ambientais, a diversificação da matriz de ofertas energéticas, dando particular relevo às fontes novas e renováveis de energia e às oportunidades criadas pelo Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), no âmbito do Protocolo de Quioto (PQ)

PEDSA (2010-2019)

Melhorar a gestão dos recursos hídricos para a agricultura e outros usos e para reduzir os riscos decorrentes das alterações climáticas;

Desenvolver e implementar políticas e estratégias para reduzir o impacto das MC nos recursos naturais e, em última análise, sobre a segurança alimentar e formas de vida rurais;

Desenvolver e implementar uma estratégia para reduzir os riscos associados aos desastres naturais e MC e adaptação dos sistemas de produção.

Estratégia de Segurança Alimentar e Nutricional (2008-2015)

Reduzir a incidência de desnutrição (aguda e crónica) através do melhoramento das condições de saúde, água saneamento do meio e educação alimentar e nutricional;

Aumentar a capacidade dos agregados familiares responderem a variações sazonais da produção e o acesso físico e económico a alimentos adequados.

Recursos hídricos

Inclui diversos aspectos que podem servir de pontos de entrada para as MC, ao reconhecer que estas irão exacerbar a capacidade do país captar água em consequência das MC. Acções específicas incluem o abastecimento de água no meio urbano e perurbano, meio rural; abastecimento de água para o desenvolvimento sócio-económico incluindo a rega, abastecimento à indústria, energia, turismo, pesca e aquacultura, navegação e desporto aquático.

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Políticas e estratégias Descrição dos aspectos de Adaptação e Mitigação às Mudanças Climáticas

Segurança social (2010-2014)

A estratégia de Segurança Social Básica que reconhece a exposição aos choques e desastres naturais ligados às MC é uma das causas de pobreza e vulnerabilidade. Um dos objectivos estratégicos é aumentar a cobertura e o impacto das intervenções da protecção social básica às pessoas mais pobres e vulneráveis.

Estratégia de Intervenção nos Assentamentos Informais em Moçambique e seu Plano de Acção

Define com um dos objectivos específicos a alcançar a redução da vulnerabilidade das populações residentes nos assentamentos informais, em relação aos efeitos das mudanças climáticas.

Política de Gestão de Calamidades

Incorporação da prevenção de calamidades no processo global de desenvolvimento nacional;

Garantia de uma efectiva coordenação e participação do sector público e privado na gestão de calamidades;

Contribuição para a conservação e preservação do meio ambiente;

Promoção da coordenação regional ou internacional na gestão de calamidades, sobretudo daquelas cujas causas têm como origem os países vizinhos.

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Ferramentas de Adaptação existentes em Moçambique

Plano Nacional de Adaptação (NAP)

É um conjunto de procedimentos para os Países Menos Desenvolvidos para identificar as actividades prioritárias (à medio e longo prazo) que respondam às suas necessidades urgentes e imediatas de adaptação às mudanças climáticas. É um processo contínuo, progressivo e acima de tudo interactivo, que reflecte as realidades de um dado país, que leva em consideração os assuntos transversais (género, HIV, etc) e é um conjunto de acções definidas de forma participativa transparente (UNFCCC, 2012).

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Ferramentas de Adaptação existentes em Moçambique (Estratégia e Planos)

1. Estratégia Nacional de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas (2013)

2. Programa de Acção Nacional para Adaptação às Mudanças Climáticas (NAPA, 2007)

3. Plano Director de Prevenção e Mitigação das Calamidades Naturais – INGC

4. Plano de acção para prevenção e controlo da erosão

5. Plano local de adaptação às mudanças climáticas: Bairro de Chamanculo “C”, Quarteirão 16 A, cidade de Maputo

6. Plano Local de Adaptação de Chigubo

7. Plano Local de Adaptação de Guijá

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Estudos e experiências de adaptação às mudanças climáticas - Moçambique

1. Economia da adaptação às mudancas climáticas

2. Impactos das mudanças climáticas e estratégias de adaptação no distrito de Chicualacuala, Gaza

3. Adaptação às mudanças climáticas em regiões semi-áridas: experiências e lições de Moçambique

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Ferramentas de Mitigação existentes em Moçambique

Acções Nacionais Apropriadas para Mitigação (NAMA)

A nivel nacional, o MICOA encontra-se a desenvover um conjunto de acções de mitigação (sem muitos detalhes em relação as acções).

Plano de Acção para a economia verde (MICOA)

Guiar a integração de políticas, práticas e acções ambientalmente sustentáveis nos mecanismos de planificação, para tornar Moçambique um “país inclusivo, de rendimento médio, baseado na protecção, restauro e uso racional do capital natural e dos serviços do ecossistema, garantindo um desenvolvimento inclusivo e eficiente, dentro dos limites planetários”.

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O papel da Sociedade Civil e do Sector Privado na implementação de iniciativas adaptação e mitigação de mudanças climáticas

Arranjos institucionais dos mecanismos de implementação da ENAMMC.

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Tipos de acções que podem ser implementadas por diferentes actores (sector privado)

Implementar acções/ projectos de adaptação e mitigação

Mobilizar fundos para implementação de projectos de MC

Apoiar o Governo na implementação de actividades nas questões transversais (p.e. segurança social)

Em cooperação/coordenação com o Governo dar apoio técnico ao desenho e implementação de Políticas e Medidas sectoriais de MC (envolvimento de actores)

Potencial participação na criação de mecanismo interno de financiamento de boas práticas para as MC: de incentivos para indústria limpa (com menos poluição) e de coimas/taxação para poluidores (poluidor-pagador)

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Tipos de acções que podem ser implementadas por diferentes actores (sector privado)

Pode ser exemplo ao integrar nos planos de negócios os riscos das MC com vista a criar maior resiliência e segurança aos investimentos

Papel de liderança sectorial na introdução/divulgação de melhores práticas sectoriais

Responsabilidade Social e Gestão Voluntária de Carbono

Monitorizar e reportar as emissões de GEE do sector industrial

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Tipos de acções que podem ser implementadas por diferentes actores (sociedade civil)

Implementar actividades de adaptação e mitigação às MC ao nível das comunidades

Capacitar as comunidades locais em matérias de adaptação e mitigação às MC

Mobilizar fundos para implementação de projectos de MC

Monitorizar a implementação da ENAMMC na qualidade de observador independente

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O PAPEL DO FUNAB COMO AGÊNCIA NACIONAL E A SUA ACREDITAÇÃO AO NÍVEL INTERNACIONAL

Coordenar, juntamente com a UMC e outras instituições que se considerarem relevantes, o desenho de projectos para angariação de fundos de MC

Identificar fontes de financiamento e divulgar, em coordenação com o GIIMC, junto aos potenciais candidatos

Assegurar a actividade de monitoria, avaliação e auditoria dos projectos e programas das MC na sua componente financeira, no quadro da implementação da ENAMMC e do seu sistema de monitoria e avaliação

Recolher e manter o registo da base de dados de projectos e programas de MC geridos por si ou por outras instituições a nível nacional (desde os parceiros da cooperação, ONGs e outros actores)

Elaborar e apresentar os relatórios das suas actividades anuais à UMC.

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Conclusões

A existência de planos e programas nacionais (a) estratégia para as mudanças climáticas (incluindo NAP e NAMA), (b) plano de acção de economia verde, (c) programa de prevenção de desastres, e provincial ou distrital.

A existência dos planos locais de adaptação ao nível local

A fusão destes instrumentos num só, que inclua todas as questões de mudanças climáticas (desafio)

Identificação um ponto óptimo que possa facilitar a integração de questões de mudanças climáticas nos diferentes níveis de planificação.

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Conclusões

A Sociedade Civil e o Sector Privado têm um papel muito importante na implementação de iniciativas de mudanças climáticas.

O papel das instituições do Governo é de coordenação, deixando assim, a implementação para os actores do sector privado, público, sociedade civil e organizações comunitárias de base.

ODS e HFA2 indicam de forma clara e explícita o papel da Sociedade Civil e do Sector Privado na implementação de acções para o alcance dos novos objectivos.

FUNAB necessita melhorar a sua qualidade de prestação de serviços para estar ao nível desejável de apoiar acções de adaptação e mitigação e apoiar diferentes actores

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Debate

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Debate

1. Qual é o estágio da ligação entre políticas e práticas de mudanças climáticas em Moçambique?

2. Qual é o papel da sociedade civil e do sector privado na definição de acções nacionais de adaptação e mitigação às MC?

3. Qual é o nível actual de participação sociedade civil e do sector privado no desenho e implementação de acções nacionais de adaptação e mitigação às MC?

4. Como se pode ultrapassar a questão da fraca inclusão das acções de adaptação e mitigação nos diferentes planos de desenvolvimento economico?

5. Como se pode garantir uma coordenação efectiva entre os diferentes sectores/actores no desenho dos planos de acção nacionais de adaptação e mitigação às MC?

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Exercício ( 2 ou 3 Grupos) – Chuva de ideias

Roteiro para o desenvolvimento de NAP e NAMA: passos a seguir para um efectivo enquadramento de acções de adaptação e mitigação (considerando escala nacional e local)

Identificação de lacunas e necessidades do ambiente propício às acções para o período 2015-2019, que devem ser consideradas para o roteiro do NAP e do NAMA.

Alinhamento das diferentes estratégias num plano de acção comum que vá de encontro com as necessidades da Sociedade Civil e do Sector Privado.

Identificação de estratégias efectivas para a inclusão de todas as partes na definição e implementação de acções nacionais de adaptação e mitigação às MC