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LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA - IBMR CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA ALOANI DA SILVA BASTOS RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE O efeito do treinamento de natação em crianças asmáticas Rio de Janeiro 2017

ALOANI DA SILVA BASTOS RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE · ALOANI DA SILVA BASTOS Agradeço ao meu amigo Renato Antunes, pela parceria, paciência e compreensão durante essa jornada

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LAUREATE INTERNATIONAL UNIVERSITIES

CENTRO UNIVERSITÁRIO HERMÍNIO DA SILVEIRA - IBMR

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

ALOANI DA SILVA BASTOS

RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE

O efeito do treinamento de natação em crianças asmáticas

Rio de Janeiro

2017

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ALOANI DA SILVA BASTOS

RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE

O efeito do treinamento de natação em crianças asmáticas

Rio de Janeiro

2017

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ALOANI DA SILVA BASTOS

RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE

O efeito do treinamento de natação em crianças asmáticas

Prof. orientador: Msc. Carlos Eduardo Vicentini

Co-orientador: Msc. Maria Lúcia M. Nogueira

Rio de Janeiro

2017

Monografia apresentada ao curso de Educação

Física do IBMR – Laureate International

Universities, como parte dos requisitos para

obtenção do título de Bacharel em Educação

Física.

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Nome: BASTOS, Aloani da Silva; LEITE, Renato Antunes Teixeira.

Título: O efeito do treinamento de natação em crianças asmáticas

.

Aprovado em:

Banca examinadora

Prof(a)______________________________Instituição:____________________

Julgamento:_________________________ Assinatura: ____________________

Prof(a)______________________________Instituição:____________________

Julgamento:_________________________ Assinatura: ____________________

Prof(a)_______________________________Instituição:___________________

Julgamento:__________________________Assinatura: ____________________

Monografia apresentada ao Curso de Educação Física

do IBMR – Laureate International Universities, como

parte dos requisitos para obtenção do título de

Bacharel em Educação Física.

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DEDICATÓRIA

RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE

Dedico a monografia à minha família, e principalmente minha mulher Maíra Charken e meu

Filho Gael Charken Antunes.

ALOANI DA SILVA BASTOS

Dedico a monografia aos meus amados pais, irmão e vó que se fazem presentes em todos os

momentos da minha vida.

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AGRADECIMENTOS

RENATO ANTUNES TEIXEIRA LEITE

Quero agradecer aos 5 professores da instituição, especificamente da Educação física. Bruno

Ramalho, pela aula sempre alegre e com muitas risadas, porém, sempre passando o conteúdo

com bastante sabedoria e fácil absorção. Caio Vicentini, meu coordenador (que acabou com

álcool do meu casamento e fez tatuagem igual, com a namorada de 1 mês), nos encontramos

inúmeras vezes, agradecer pela maneira lúdica e interessante de gravar os estudos. Maurão, por

ser uma enciclopédia, esse sabe muito da vida, obrigado pelas experiências passadas em sala de

aula, é primordial um professor do conhecimento dele numa instituição, pelo que ele já viveu

dentro do esporte e educação física como um todo. Roberto, pelas aulas influenciadoras,

inspirando sempre a busca por conhecimento e crescimento na carreira de educador. E Sandrão,

nosso coordenador do curso de educação física do IBMR, pela compreensão de sempre.

ALOANI DA SILVA BASTOS

Agradeço ao meu amigo Renato Antunes, pela parceria, paciência e compreensão

durante essa jornada de trabalho, ao orientador e amigo Caio Vicentini com seu incentivo

sempre, ao meu coordenador Sandro Carpenter, obrigada pela paciência em todos os períodos

na hora de montar as grades que eu nunca consegui sem você, obrigada Maurão por todos os

conselhos e as sábias palavras que sempre me trouxeram conforto na hora do desespero,

obrigada Bruno Ramalho (seu madruga) por ser esse professor querido com cara de aluno, mas

com um jeito profissional singular, e Poton, eu tenho medo de você.

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EPÍGRAFE

“É costume de um tolo, quando erra, queixar-se do outro. É costume do sábio queixar

de sim mesmo”.

Socrates

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RESUMO

BASTOS, A S. e LEITE, R. A. T. O efeito do treinamento de natação em crianças

asmáticas. 2017, 36 folhas. Monografia – IBMR - Laureate International Universities, Rio de

Janeiro, 2017.

A natação tem um número imenso de praticantes, não só no Brasil, mas também no mundo

todo. Com grande importância no desenvolvimento geral do corpo humano, é um desporto

muito bem visto para a prática entre crianças e jovens, pois suas estruturas ósseas, musculares,

motoras e respiratórias não estão 100% formadas e elaboradas, capaz de gerar benefícios para

pessoas com problemas articulares, problemas respiratórios, entre outros. A natação também

exerce muitas vezes uma função terapêutica e de reabilitação para aqueles que necessitam.

Um caso muito comum em crianças e jovens, é a asma, uma doença pulmonar que causa o

estreitamento dos bronquíolos, e por ser uma doença muito comum, o estudo teve como

finalidade, encontrar os benefícios e os possíveis malefícios, obtendo indícios e conhecimentos

do efeito do treinamento de natação diante desses jovens que sofrem de asma. Após o estudo e

análise dos artigos estudados, foi visto que um grande número de crianças asmática se

beneficiam do efeito da natação, aumentando o fluxo respiratório, porém, estudos identificaram

problemas, que é desconhecido em grande parte da população. O efeito do cloro (Cl); foi

primeiramente constatado em diversos atletas veteranos da natação (alto desempenho), que

estavam adquirindo problemas respiratórios após anos em contato com o cloro (Cl), alguns

chegando até a obter a doença pulmonar (asma). Através desses estudos, constataram a

vulnerabilidade das vias aéreas dos asmáticos, inclusive em crianças, ao produto de cloração,

alertando a comunidade médica.

Plavras-chave: Asma, natação, crianças.

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ABSTRACT

BASTOS, A S. e LEITE, R. A. T. The effect of swimming training on asthmatic children.

2017, 36 pages. Monograph – IBMR - Laureate International Universities, Rio de Janeiro,

2017.

Swimming has an immense number of practitioners, not only in Brazil, but also in the whole

world. With great importance in the general development of the human body, it is a sport very

well seen for the practice among children and young people, since its bony, muscular, motor

and respiratory structures are not 100% formed and elaborated, able to generate benefits for

people with problems articular, respiratory problems, among others. Swimming also often has

a therapeutic and rehabilitation function for those in need.

A very common case in children and young people is asthma, a lung disease that causes

narrowing of the bronchioles, and because it is a very common disease, the study aimed to find

the benefits and possible harm, obtaining indications and knowledge of the effect of swimming

training on these young people suffering from asthma. After the study and analysis of the

articles studied, it was seen that a large number of asthmatic children benefit from the effect of

swimming, increasing respiratory flow, however, studies have identified problems, which is

unknown in much of the population. The effect of chlorine (Cl); was first observed in several

veteran swimmers (high performance) who were getting respiratory problems after years in

contact with chlorine (Cl), some even getting lung disease (asthma). Through these studies,

they verified the vulnerability of the airways of asthmatics, including children, to the

chlorination product, alerting the medical community.

Key-Words: Asthma, swimming, children

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

- Cl: CLORO

- CVF: CAPACIDADE VITAL FORÇADA

- HRB: HIPER-RESPONSIVIDADE BRÔNQUICA

- VO2: CONSUMO DE OXIGÊNIO

- VEF1: VOLUME EXPIRATÓRIO FORÇADO NO PRIMEIRO SEGUNDO

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

2.OBJETIVOS.........................................................................................................................14

2.1 Objetivo geral....................................................................................................................14

2.2 Objetivo específico...........................................................................................................14

3. DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 15

3.1 Asma ............................................................................................................................... 15

3.2 O Tratamento na Intercrise.............................................................................................. 18

3.3 A Natação ........................................................................................................................ 19

3.4 O Desenvolvimento Motor .............................................................................................. 19

3.5 O Desenvolvimento Motor Aquático .............................................................................. 20

3.6 O Cloro ............................................................................................................................ 22

3.7 Cloramina ........................................................................................................................ 23

3.8 Tratamento das Piscinas .................................................................................................. 23

3.9 O Cloro e a Piscina .......................................................................................................... 24

3.10 O Treinamento de Natação e o Benefício ....................................................................... 24

3.11 O Treinamento de Natação e o Malefício ....................................................................... 26

4. METODOLOGIA ........................................................................................................... 28

4.1 Base de dados .................................................................................................................. 28

4.2 Critérios de inclusão ........................................................................................................ 28

4.3 Critérios de exclusão ....................................................................................................... 28

4.4 Estratégia de busca. ......................................................................................................... 28

5. RESULTADOS ................................................................................................................ 29

6. DISCUSSÃO .................................................................................................................... 33

7. CONCLUSÃO ................................................................................................................. 35

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 36

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1. INTRODUÇÃO

Estudos de epidemiologia realizados no Brasil mostram um grande aumento no número

de crianças e jovens adolescentes portadores de asma. Grande parte desses jovens portadores

da asma adquirem a doença por conta do histórico familiar, através dos seus pais que também

carregam a mesma; portanto na maioria dos casos, ela é passada hereditariamente, de pais para

filhos. Os que mais sofrem com os sintomas da asma, tendo crises mais agudas, são as crianças

de cinco anos para baixo. Antigamente, em meados do século 80, muitos casos de asma nos

jovens eram fatais, pela população não ter conhecimentos sobre a doença, não sabendo como

recorrer através dos sintomas presentes; porém, nos dias de hoje é diferente, quase não há dados

de óbitos por asma no País. Nos últimos anos tem tido uma melhora significativa no tratamento

da doença, e o número de óbitos pela mesma, vem diminuindo cada vez mais. Grande parte

dessas melhorias no tratamento e diminuição do número de óbitos, é resultado dos serviços de

saúde, que foram sendo implantados nos últimos anos, como a criação de programas à saúde,

através do Ministério da Saúde. Diante desses programas impostos à saúde populacional, a

população se viu à frente de atendimento preventivo e terapêutico. Porém, crianças sibilantes

menores que 5 anos devem ser atribuídas à melhores estudos no diagnóstico, fazendo com que

tenha uma inclusão mais precoce nos programas de controle da asma. (PRIETSCH, 2012).

É comprovado e muito indicado pelos médicos, que a natação é um esporte muito bem

tolerado pelos asmáticos, por induzir uma broco-constrição menos severa do que outros. Esse

efeito de proteção, que por sua vez é bastante benéfico, se dá por conta de uma grande umidade

apresentada na superfície da água, fazendo com que durante a natação, o ar seja inalado com

essa mesma umidade, resultando na redução da perda de água durante a respiração e

possivelmente venha a diminuir a osmolaridade do muco dentro das vias aéreas. A natação, por

ser um esporte praticado na posição horizontal, acaba exercendo um papel a favor na melhora

do tratamento da asma durante o treinamento quando comparado a outros esportes, por alterar

a rota respiratória e também reduzir a resistência das vias aéreas. Com isso, a natação acaba

sendo muito recomendada pelos médicos, como um meio mais seguro e eficaz para os

portadores de asma; mantendo a sua função pulmonar, aumentando a capacidade aeróbica e

fazendo com que haja melhorias na vida da pessoa, em diversos aspectos, buscando a qualidade

de vida. (GHORAYEB, 2013)

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O Cloro é um elemento químico frequentemente usado nas piscinas do mundo todo,

agindo na desinfecção dessas piscinas, destruindo ou anulando a atividade de micro-organismos

patogênicos, algas e bactérias. Uma piscina que se encontra sem o seu devido cuidado, pode vir

a acarretar em malefícios à saúde respiratória do ser humano, daqueles que usufruem dela no

ambiente interno (dentro da piscina), quanto àqueles que se encontram por perto, porém no

ambiente externo; esses malefícios ocorrem por estarem em contato com esse ambiente. A partir

desse contato, pessoas acabam inalando esses gases tóxicos emitidos, por não haver um

ambiente salubre. A hipótese atual levantada por Bernard (2010) é de que esses gases irritantes,

considerados alérgenos, fazem com que torne as vias aéreas dos nadadores mais sensíveis,

fazendo-os com que venham a ter prejuízos nas mesmas, por conta de agentes infecciosos

presentes no ambiente, vindo a ter crises constantes em seu sistema respiratório. (BERNARD,

2010)

No estudo, iremos apresentar através de pesquisas aprofundadas em diversos artigos

estudados, como, e qual seria uma das maneiras mais eficazes de se trabalhar, para que essa

doença venha a ser controlada após anos, e também, a ser curada. Através da natação, iremos

enfatizar as melhorias e malefícios que esse desporto tão praticado no mundo pode causar em

uma criança asmática, se há mesmo benefício direto na cura da doença, e se há controversas;

apontar os principais elementos que poderiam não estar colaborando para o avanço da melhoria

da doença e acarretando em problemas futuros em longo prazo. Há uma grande aceitação desse

desporto na cura da doença, e não é de se queixar, pois estudos comprovam que realmente os

efeitos do treinamento da natação geram benefícios para crianças asmáticas. Diante da análise

desses estudos, se faz necessária uma revisão bibliográfica para que possamos entender o

processo disso tudo, onde tenhamos um resultado significativo do conhecimento da população

(pais, familiares, professores, profissionais da saúde) diante do estudo presente. Através desta

revisão iremos trazer a diversos pais, conhecimento aprofundando, quanto ao efeito do

treinamento da natação para crianças asmáticas, com intuito de fazer o bem para as famílias,

por saberem onde estão colocando seus filhos, sabendo dos riscos e benefícios que os rodeiam,

identificando os benefícios que esse treinamento traz para essas crianças portadoras de asma, e

se há controversas, de que esse tipo de treinamento pode causar algum malefício à saúde desses

jovens.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Apresentar através de estudos realizados a respeito, a importância do treinamento de

natação para esses jovens que sofrem de asma.

2.2 Objetivos específicos

Identificar os benefícios gerados a esses jovens através da natação, evidenciar diante de

estudos realizados, a melhora significativa do funcionamento dos órgãos respiratórios e

apontar possíveis fatores de risco através desse desporto.

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3. DESENVOLVIMENTO

3.1 Asma

A asma é uma doença crônica, porém, alguns estudos recentes apontam a asma como

uma doença inflamatória, podendo se dizer que és uma doença inflamatória crônica, que

geralmente são desenvolvidas no início da vida, tendo aparições mais comum em crianças. A

inflamação é o ponto central de muitas doenças crônicas pulmonares; o processo inflamatório

da asma é bastante complexo e envolve diversas células e mediadores (que intervêm). Estudos

mais recentes mostram que as alterações inflamatórias também estão presentes nos indivíduos

portadores de formas leves da doença, e que também envolve as vias aéreas centrais e

periféricas. Os canais que formam as vias aéreas inferiores (traqueia e brônquios), é onde ocorre

a passagem obrigatória do ar proveniente do exterior para os pulmões, e vice-versa. Mesmo

tendo muitos estudos sobre o assunto, ainda não se tem total compreensão da causa desta doença

crônica inflamatória. Como resultado da inflamação, as vias aéreas são hiper-responsivas e por

conta disso se contraem facilmente, em resposta a uma grande quantidade de estímulos.

(CAMPOS, 2007)

Caracterizada por uma hiperatividade desses canais da via aérea inferior, a vários

estímulos; como inflamações das mesmas, que acaba se manifestando num estreitamento desses

canais da via aérea, que irão mudar esse quadro espontaneamente ou com o resultado do

tratamento. Fisiologicamente falando, ela é especificada como uma obstrução de vias aéreas

associadas e farmacologicamente falando, é a reatividade exagerada das vias aéreas a alguns

estímulos, alguns estímulos específicos e outros não. A hiper-reatividade brônquica acarreta no

desequilíbrio do mecanismo que determina o diâmetro interno do brônquio, no qual é

dependente do tônus da musculatura lisa da árvore respiratória, da espessura da mucosa e da

quantidade de secreção presente na luz brônquica (aumento da produção do muco). O

organismo do indivíduo asmático elabora uma substância responsável por uma série de reações,

entre essas reações a contração da musculatura lisa que reveste o brônquio. Isso provoca

estreitamento bronquolar (broncoespasmo) durante a fase da expiração, ocasionando o "chiado"

e na sensação de falta de ar. Este quadro, no qual é associado ao acúmulo de catarro e tosse, é

caracterizado por "crise asmática”. Estes fatores provocam um aumento da resistência das vias

aéreas, uma distribuição irregular do ar ao ser inspirado, distúrbios na relação ventilação-

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perfusão e maior consumo energético durante o trabalho respiratório. Essas crises em certos

portadores da doença podem ter duração de horas ou dias, e períodos sem sintomas de

dias/meses. (BERNARD, 2010)

A asma não tem especificidade em questão de idade para estar atuando no indivíduo,

ela pode ocorrer em diversas faixa etárias, tendo aparição em recém-nascidos, crianças, jovens

ou adultos; apresentando sinais e sintomas que, com a gravidade desses sintomas no indivíduo,

isso irá variar de paciente para paciente e também ao longo da vida de cada um. Em

determinadas circunstâncias, sendo mais raras, alguns episódios agudos podem ser fatais; tendo

como consequências morfológicas algumas deformidades, principalmente as de tórax. O

asmático, por encontrar uma dificuldade significativa de respirar (principalmente em expirar),

acaba utilizando uma musculatura que é acessória da respiração, ou seja, a de colo e pescoço.

O tórax em estado de hiperinsuflação tem de se mobilizar pouco; alguns nomes são atribuídos

para essas deformidades, através das aparências morfológicas apresentadas, a mais comum

nomenclatura diante da deformidade é o "peito de pombo", uma depressão submamária,

hemitórax, cifose dorsal e horizontalização das costelas. (DA SILVA, 1997)

O desenvolvimento da asma vai ser bem relativo, variando-a, tudo irá depender do fator

dos sintomas, em a partir de que idade apareceram esses sintomas e também o fator etiológico

implicado. Geralmente a presença dos sintomas da asma irá ocorrer em 30 a 80% das crianças,

sendo nos primeiros três anos de vida. No primeiro ano de vida, 50 a 65% das crianças

portadoras da doença já apresentaram os seus primeiros sintomas, sendo um número bem

significante. Mesmo a asma podendo ter sua manifestação nesses primeiros doze meses de vida,

nessa fase inicial ainda fica muito difícil de realizar uma avaliação concreta sobre o quadro

clínico da criança. São diversos os elementos que também poderão se manifestar por tosse e/ou

sibilância repetitiva (sonoridade agudo e chiado). Uma anamnese detalhada pode colaborar na

ajuda da identificação de um diagnóstico; geralmente fatores que favorecem essa análise, é o

histórico de asma pessoal e também familiar, como também exames com alterações do exame

físico e características à avaliação laboratorial. Alguns que foram realizados com crianças após

seus primeiros 28 dias de vida documentaram uma relação entre o aparecimento de sibilância

precoce e um certo prejuízo da função pulmonar, mesmo tendo a ausência de sintomas, com

isso, no início da vida, episódios de sibilância e tosse podem ter algumas aparições por conta

do tamanho pulmonar dessa crianças, por serem pequenos acabam ocasionando os chiados,

porém, com o crescimento ao longo da infância ou da vida, pode vir a sumir esses chiados,

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ocasionalmente; contudo, em alguns lactentes (crianças de após 28 dias de vida) esses sintomas

de chiado podem acontecer precocemente, resultando na estabilização da asma. A sibilância

nos recém-nascidos pode vir a se expor, através da decorrência de infecções virais respiratória,

porém, os intensos sintomas dessas infecções que se apresentam repetidamente, podem ser

gerados por exposição à alérgenos. Com a exposição precoce a grandes concentrações de ácaros

domiciliares, fungos, alérgenos é particularmente importante, nessa sensibilização. Ainda sabe-

se pouco, quanto a evolução da asma durante a infância e a adolescência. Tendo maiores

preocupações no prognóstico quando realizado a longo prazo. (SOLÉ, 1998)

Existem estudos, onde especialistas citam que a criança que nasce com asma, durante o

decorrer dos anos, quando é chegada a fase adulta, a doença pode vir a desaparecer, porém,

estudos epidemiológicos geram evidências que são menos otimistas. A dificuldade de estudos

epidemiológicos longitudinais é grande, mas, estudos presente mostram que em cerca de 30%

a 50% dos jovens na puberdade tem a doença vanescida, tendo aparição forte quando chega na

fase adulta. Apesar das contradições clínicas, a função respiratória pulmonar desses pacientes

permanecem alteradas, tendo os seguintes sintomas: tosses e hiperresponsividade brônquica. A

grande realidade é que mais de dois terços dessas crianças, continuam a sofrer da asma na

puberdade e quando chega a idade adulta. É uma doença considerada complexa, tendo diversos

fatores que permitem a identificação da origem, de como ela veio a atuar, e o que pode vir a

causar a sua aparição. Uma análise retrospectiva no indivíduo portador da doença, permite

identificá-la, provavelmente sabendo a origem da doença. A asma atópia (persistentes)

geralmente prevalecerá por conta do histórico familiar, cerca de 80 a 90% dos asmáticos, são

sensíveis e pelo menos um dos alérgenos ambientais, que são mais comuns de se depararem, e

as crianças que se irritam mais precocemente com esses alérgenos, tem maior chance de adquirir

a doença. Um fator de risco para esses jovens, são os ácaros domiciliares, que não são possíveis

a visão a olho nu, e já é bem documentado que tais ácaros fazem com que venha a ter um

desenvolvimento de HRB e sintomas da asma em todo o mundo. (SOLÉ, 1998)

A asma se encontra mais prevalente em meninos do que em meninas. Segundo estudos

estatísticos, antes dos 14 anos, essa prevalência pode ser até duas vezes maior entre os meninos.

Alguns motivos que podem explicar o porquê da doença ter aparição mais frequente em

meninos é pela geometria, o tamanho das vias aéreas e o tônus muscular. Porém a diferença

nessa prevalência acaba desaparecendo partir dos 10 anos, quando a razão

diâmetro/comprimento da via aérea se torna a mesma para ambos os sexos, provavelmente, em

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virtude do aumento no tamanho torácico que ocorre nos meninos, durante a puberdade. (SOLÉ,

1998)

3.2 O Tratamento na intercrise

O grande objetivo do tratamento da asma durante as crises é controlar os sintomas que

aparecem, tanto àqueles que aparecem frequentemente quanto àqueles que têm aparição poucas

vezes; prevenindo exacerbações agudas, mantendo a função sempre ativa dos pulmões,

praticando exercícios físicos, fazendo com que não haja efeitos colaterais dos remédios

impostos durante esse período de tratamento na intercrise, prevenindo o desenvolvimento da

obstrução das vias aéreas para sempre, podendo ser irreversíveis e também prevenindo a

mortalidade por asma. Os objetivos serão alcançados pelos portadores da doença, através de

um cronograma bem feito, através dos métodos responsáveis por manter uma boa saúde, sempre

fazendo avaliações pulmonares e evitando desencadeadores; com o asmático estabelecendo

planos no seu manuseio através da terapia instituída, ele viverá como uma pessoa qualquer que

não tenha a doença. A asma ela pode vir a surgir, através de diversos outros fatores, isso irá

depender muito da faixa etária de cada um. (SOLÉ, 1998)

Geralmente nas crianças, os fatores mais propícios a desencadear a doença são os

alérgenos inaláveis, como ácaros domésticos, fungos, alérgenos eliminados de animais e

também de elementos químicos. Fatores como mudanças climáticas, a exposição constante a

poluentes ambientais, exercícios e também fatores emocionais, podem vir a causar a inflamação

das vias aéreas superiores. Para que haja um tratamento eficaz, esses fatores que são

desencadeadores da doença, eles devem ser identificados o quanto antes. Para os alérgicos, o

tratamento dentro de casa seria o mais indicado em primeiro plano, combatendo e eliminando

fungos e ácaros existentes dentro de casa, principalmente dos quartos onde as crianças dormem,

onde ficam a maior parte do tempo; portanto o tratamento nesse ambiente deve ser intensivo.

O revestimento de acessórios utilizados na cama, como travesseiros, colchões, lençóis, os

mesmos devem ser cobertos por materiais impermeáveis e serem lavados semanalmente,

geralmente a lavagem com temperaturas acima de 55°C, o que evita a proliferação de

determinadas bactérias. (SOLÉ, 1998)

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3.3 A Natação

Segundo Saavera, et al (2003) natação é: “a habilidade que permite ao ser humano

deslocar-se num meio líquido, normalmente na água, graças as forças propulsivas que gera com

os movimentos dos membros superiores, inferiores e corpo, que lhe permitem vencer a

resistência que se opõem ao avanço”. (SAAVERA, 2003)

A natação já é muito reconhecida a tempos, por proporcionar inúmeros benefícios ao

corpo humano, fazendo com que tenhamos a constante evolução de capacidades física, como

também neural. Consistindo e uma constante movimentação harmônica e sem muito impacto

nas estruturas do corpo, ela traz uma série de benefícios. São muitos os motivos que fazem com

que grande parte da população em diversos países, venham a praticar a natação, não só visando

a evolução corporal, como também um meio de inclusão social, frisando a qualidade de vida

como um todo. Locais que disponibilizam a prática, geralmente tem um público muito amplo,

tendo uma imensa variação desde os bebês até os idosos. Diversos pais de crianças também

buscam a natação como forma de seus filhos obterem um ciclo social, buscando amizades, e

claro, como forma de prevenção de doenças e melhoria da saúde. (GHORAYEB, 2013)

3.4 O Desenvolvimento Motor

O desenvolvimento motor é sem dúvida algo que está em constante evolução,

principalmente no início da vida; as crianças para obterem uma boa evolução do

desenvolvimento motor, é preciso desfrutar de diversas experiências, sendo elas, esportes

diferentes, brincadeiras lúdicas diversas, leituras e outras atividades, meios que a criança tem a

total capacidade de desfrutar. O modo de ensino da natação, ela foge bastante do que é

considerado movimentos funcionais (correr, pular, saltar, etc.), por obter maneiras mais

específicas de movimentação corporal, que são necessárias para a realização do desporto.

Grande parte do desenvolvimento motor eficaz da natação se deve graças a essa especificidade

desses movimentos na realização da mesma, sendo um dos fatores primordiais no papel do

desenvolvimento; porém, diversos outros estímulos que a natação proporciona também são

extremamente considerados nessa evolução, como o ambiente aquático, as brincadeiras lúdicas

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no ambiente, a voz do professor (quando gera o comando para criança realizar certos

movimentos). É concluído que crianças que praticam natação, tem um rendimento maior e mais

satisfatório do desenvolvimento motor. (TEIXEIRA, 1992)

Estudos que apontam o desenvolvimento da motricidade infantil, tem o objetivo de

identificar a capacidade de cada criança dentro da sua evolução; fazendo com que dados

relatados sejam favoráveis à cada criança, mostrando quais são as capacidades gerais dela, se a

capacidade de uma certa criança é boa para tal atividade, ou se é boa para outra, podendo ser

incluída em esportes específicos que gerarão grandes frutos. (MEDINA, 2010)

3.5 O Desenvolvimento Motor Aquático

O desenvolvimento motor pode ser descrito por uma série de efeitos contínuos no

decorrer da vida, esses efeitos irão ocorrer: orientação ou controle postural, locomoção e

manipulação. Acontecerão às mudanças após a concepção, através da compreensão do período

dentro do útero, com a constatação dos movimentos realizados pelo feto, chamados de

movimentos fetais. Após o nascimento, os movimentos se mantem constantes e ganham mais

formas, pelo recém-nascido se encontrar num ambiente mais livre, mais aberto, fazendo com

que tenha mais espaços para realização dos movimentos com os membros inferiores e

superiores; são considerados movimentos espontâneos e reativos, que geralmente são bem

constantes até os doze meses de vida. Após um ano de idade, começam a ser adquiridos então

os movimentos chamados de rudimentares e fundamentais, que irá variar mais ou menos até os

seis ou sete anos de idade. Em seguida, após passar essa fase dos sete anos, finalmente irá

ocorrer à aquisição de movimentos combinados, com mais coordenações, considerados

movimentos fundamentais e em seguida os movimentos especializados, que são necessários

para a criança começar a inclusão em certos esportes. Existem algumas explicações sobre esse

processo, uma delas é de que o desenvolvimento seria o resultado exclusivo da maturação

biológica do organismo, sendo um pouco mais específico, a maturação das estruturas

subcorticais iria fazer com que houvesse a organização dos movimentos reflexos; graças a

maturação das estruturas corticais, com isso os movimentos reflexos acabam sumindo, fazendo

com que sejam substituídos por movimentos voluntários. A outra explicação é de que o

desenvolvimento é o resultado de diversos elementos, através dos genes passados de pais para

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filhos (genética), diante dos hábitos alimentares e também o que é de costume fazer, levando

em consideração a parte cultural. A evolução de cada indivíduo durante a vida será resultado

também da maneira de como ele age, de como ela faz, e com que frequência fará tal tarefa; com

isso, seu desenvolvimento terá total influência diante da maneira com que se estabelece como

contextos físico e social. Por fim, uma das mais poderosas heranças da vida, e que vão fazer

muita diferença na evolução do indivíduo, é a herança genética e cultural, gerando vínculos que

fazem com que haja o desenvolvimento característico da espécie. (FILHO,2002)

Quanto à estrutura do desenvolvimento motor dentro d´água, essa evolução trata-se de

uma ligação direta com a estrutura dessa tarefa motora que é “nadar”. Herkowitz (ANO apud

FILHO, 2002) foi o primeiro a estudar e começar a vincular dois fatores que estão interligados,

sendo o desenvolvimento motor e a análise da tarefa motora. Nesse procedimento da análise da

tarefa motora, são detectados diversos fatores que acabam construindo uma tarefa, podendo

fazer parte dessa construção, instrumentos e também o ambiente físico que se encontra. Foi

constatado que ao nascer, os bebês conseguem realizar movimentos coordenados e as vezes até

mesmo sincronizados dentro do ambiente aquático, quando colocado de decúbito ventral (de

barriga para baixo); essa explicação se dá por conta da vida uterina, onde o bebê se encontra

num ambiente completamente aquoso. (FILHO, 2002)

Por constatar que os recém-nascidos já vinham para o mundo com esses movimentos

automatizados, McGraw (ANO apud FILHO, 2002) acabou dando uma denominação para esse

fato curioso, denominando de “reflexo de nadar”. Concluiu-se através dos estudos, que haviam

três fases nesse desenvolvimento, a primeira fase, considerada “o reflexo de nadar”, se dirigia

para os bebês de até quatro meses; após os quatro meses se chamaria a fase dos movimentos

desorganizados, de bebês de quatro meses até os 12 meses de vida; e por fim, começava a entrar

o movimento voluntário, sendo realizados a partir do primeiro ano de vida em diante. No

período do quarto mês até o primeiro ano de vida, ficou constatado que os bebês têm uma perda

na sua postura; fazendo com que a capacidade que o bebê tinha de se manter na posição em

decúbito ventral desaparecesse, até o seu segundo ano de vida. Um fator bem interessante e

analisado, foi a constatação da grande eficácia do aparelho respiratório, obtendo um grande

controle do mesmo, fazendo com que bebês nos seus primeiros meses de vida ficassem por um

tempo prolongado submersos. Já na fase após os quatro meses de vida, onde entram os

movimentos desorganizados, os bebês já não têm mais esse controle respiratório como tinha

nos primeiros meses, fazendo com que possam ingerir água quando colocados no meio liquido.

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Esse controle respiratório ressurge na criança durante a terceira fase do desenvolvimento motor

aquático (fase do movimento voluntário). (FILHO, 2002)

Segundo McGraw (ANO apud FILHO, 2002), a colocação do recém-nascido dentro do

ambiente aquático na posição ventral, gera uma excelente manutenção do desenvolvimento

motor; essa posição teria um papel fundamental durante a produção da biomecânica (sendo

coordenados mais facilmente) do bebê dentro do ambiente aquático, facilitando a evolução de

sua locomoção. Pode-se deduzir que a posição do corpo do bebê quando imposto dentro do

ambiente aquático, é extremamente relevante, haja vista que uma simples maneira de colocar o

bebê dentro da água poderá desenvolver em movimentos coordenados (no caso da postura em

decúbito ventral), e também desordenados (postura em decúbito dorsal). Apesar da relevância

dessa observação, é interessante notar com referência à metodologia do ensino do nadar, que

pouco se investigou a respeito da influência do controle postural na aquisição da habilidade

nadar. (FILHO, 2002)

3.6 O Cloro

Encontrado na natureza em formas de cloreto, esse elemento nas condições ambientais,

ele é um gás amarelo esverdeado, tóxico, de forte cheiro, poderoso irritante dos olhos e do

sistema respiratório. Por ser tóxico, ele é um elemento de difícil degradação na natureza; hoje

em dia, seus resíduos ainda são encontrados em praticamente todos os pontos do nosso planeta.

A sua ação traz enormes prejuízos ambientais para a flora e a fauna. O íon cloreto de sódio está

presente nos fluidos dos corpos dos animais superiores, inclusive dos seres humanos. Como

ácido clorídrico, ele está presente no suco gástrico, onde o pH pode chegar entre 1 e 2.

Industrialmente, o cloro é preparado por vários métodos, como por exemplo, eletrólise de uma

solução de cloreto de sódio, NaCl; eletrólise de NaCl fundido e um dos seus principais

compostos é o sal comum, NaCl. (PEIXOTO, 2003)

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3.7 Cloramina

A desinfecção da água, ela existe por ser necessária, portanto não é à toa que esse

tratamento seja indispensável; com o objetivo de eliminar e desativar a ação de micróbios

patógenos. Os desinfetantes que geralmente são utilizados em muitas piscinas do mundo todo

com objetivo de exercer esse tratamento da água são: o cloro e seus derivados. Além de acabar

desativando esses microorganismos, o Cl reage com a matéria orgânica que se encontra presente

na água, o que acaba gerando subprodutos de cloração, são eles especificamente compostos

orgânicos sintéticos. Estes subprodutos podem acabar gerando alterações na saúde dos seres

humanos. Diversos outros desinfetantes têm sido utilizados como uma alternativa ao cloro,

porém cada um deles acaba formando igualmente subprodutos; exemplos destes são: a

cloramina, o ozônio e o bióxido de cloro. (RODRIGUEZ, 2007)

Em diversas vezes, muitos banhistas e frequentadores de piscina acabam sentindo um

cheiro desagradável de cloro, a água acaba causando irritações nas peles e nos olhos, além de

afetar também o sistema respiratório. Nas piscinas cobertas, o ar que ali circula, acumula grande

quantidade de Cloramina, acarretando em reações alérgicas nos frequentadores que ali estão, e

os que mais sofrem são as crianças, por terem as vias aéreas mais sensíveis. Essas Cloraminas

são também chamadas de “Cloro combinado”, por fazer parte de uma reação através do cloro

com as impurezas presente nas piscinas. O Cl combinado acaba deixando as piscinas com uma

cor musga, com grande cheiro desagradável de cloro, e acabam causando irritações na pele e

nos olhos dos banhistas. A Cloramina é a grande responsável por todas essas substâncias

indesejáveis presente na piscina e no ar, e para que possa vencer esse Cl combinado, somente

fazendo o uso de uma quantidade significativa de Cloro livre. (FIGUEIREDO, 2011)

3.8 Tratamento das Piscinas

A água limpa é aquela que se encontra totalmente livre de sujeiras, e para ocorrência

desse fato, é preciso à monitoração constante das piscinas e de seus produtos que nela serão

utilizado; uma piscina bem tratada significa mais pessoas usufruindo, consequentemente isso

gera inúmeros benefícios para o indivíduo atuante delas, como também para as instituições

(clubes, faculdades, parque aquáticos, etc.) que sedem suas piscinas. O Cl está disponível sob

diversas formas de apresentação, cada forma com suas características técnicas e específicas, as

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quais, em geral, determinam como o processo de cloração pode ser realizado, isto é, se pode ser

manual, semi-automático ou automaticamente. A escolha do tipo de cloro e o processo de

cloração a ser utilizado para tratar sua piscina é uma decisão importante que todos os

proprietários que tem uma piscina devem pensar. Existe o cloro estabilizado, o não estabilizado,

em grânulos de dissolução rápida para aplicação manual, tabletes de dissolução lenta para

cloração contínua automática, em dosadores automáticos e geradores eletrolíticos de cloro que

podem ser instalados na tubulação de retorno da piscina e, ainda, os cloradores flutuantes que

utilizam os tabletes de dissolução lenta. (LISBOA, 2010)

3.9 O Cloro e a Piscina

É através do cloro, esse elemento químico, que mantém a saúde das piscinas, fazendo

com que seja eliminado bactérias e diversos outros microorganismos. Esses microorganismos

não sendo eliminados podem causar diversos problemas de saúde como, micose, pé de atleta,

inflamações nos olhos, nariz e ouvidos. Pelas propriedades que o cloro apresenta, ele elimina

essas ameaças a saúde de forma muito eficaz e sem ocasionar qualquer tipo de perigo a saúde,

desde, quando usado corretamente e nas proporções adequadas. É necessário saber o volume

por litro de uma piscina para que se tenha a noção de dosagem deste produto. Uma

particularidade que o elemento químico tem é que se torna inativo quando entra em contato

com as substâncias que elimina; funcionando somente uma vez, por esse motivo ele desaparece

rapidamente, e assim sendo, esse contato direto do Cl com a piscina tem de ser realizado

regularmente. O Cl tem a capacidade de perder a eficácia em temperaturas elevadas, e deve ser

introduzido nas piscinas geralmente durante a noite, pois os níveis de temperatura estão

menores, fazendo com que haja uma eficácia maior na atuação da eliminação de bactérias e

microorganismos; sendo respeitado o tempo de repouso, para que tenha uma piscina

devidamente tratada na manhã seguinte, onde será usufruída novamente. (CLAVEIROLE,

2007)

3.10 O Treinamento de Natação e o Benefício

A natação é considerada um método terapêutico muito favorável para àqueles que

sofrem da asma, por fazer com que haja uma bronco-constrição mais controlada e menos severa

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do que outros esportes ou também atividades físicas diversas. Esse resultado pode ser gerado

através do grande acumulo de umidade do ar que se encontra na superfície da água, fazendo

então, com que seja inalado esse ar pelos praticantes de natação, o que acaba reduzindo a perda

de água durante a respiração e consequentemente vem a causar a diminuição da pressão do

muco das vias aéreas. A posição horizontal do corpo durante a natação junto com a

movimentação dos braços também pode exercer um papel nisso (facilitam a expansibilidade

torácica.), ao alterar a rota respiratória e, portanto, produzir menos resistência das vias aéreas

do que em outros esportes. Com todos esses aspectos biológicos que são alterados diante do

treinamento da natação, que por sua vez são extremamente benéficos para esses jovens, o

esporte vem sendo muito indicado pela comunidade médica para o tratamento da doença;

fazendo com que haja uma melhora da função pulmonar, aumentando a capacidade aeróbica

desses jovens e também fazendo com que tenham uma melhora na qualidade de vida. As

evidências experimentais e observacionais de estudos de curto prazo são de que a natação é

menos asmogênica do que outros exercícios. Evidências mostram que os exercícios aquáticos

e as técnicas de natação apresentam de fato, melhoras de condicionamento em portadores de

asma. (BERNARD,2010).

Alguns autores têm suas próprias linhas de raciocínio, tirando daí suas conclusões diante

do treinamento de natação, frisando três elementos: Físico, orgânico e psicológico. Um dos

autores visa a evolução das qualidades físicas, relaxamento, controle respiratório e corporal e

as habilidades aquáticas. Outro autor têm a visão voltada ao desenvolvimento da resistência do

sistema muscular (fortalecimento da musculatura respiratória), resistência do sistema

cardiovascular, respiratório e expansão pulmonar. Enquanto um, cita o desenvolvimento da

autoconfiança e criatividade, equilíbrio emocional e consciência corporal. Dentro da água, na

pratica da natação, quando ocorre a respiração submersa, é encontrada uma resistência que é

essencial para que venha a manter a abertura dos brônquios pulmonares, aumentando a

circulação de ar pela região, com isso acaba sendo evitado o fenômeno de “ar retido”, quando

o ar não consegue passar 100% pelos brônquios, sendo limitada essa passagem de ar. Uma coisa

muito interessante que ocorre com a prática do esporte, é a reeducação respiratória, pois o corpo

na horizontal faz com que o diafragma trabalhe com maior eficácia, e como dito anteriormente,

quando ocorre o aumento da circulação de ar dentro dos brônquios, consequentemente a

respiração começa a funcionar de maneira mais suave e natural, sem ter dificuldades para

efetuar esse processo constante. Além disso, fará com que não haja o ressecamento das vias

aéreas, por conta da alta umidade que se encontra na superfície das piscinas. Portanto, a natação

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fará com que se tenha uma maior ventilação pulmonar, gerando mais resistências para

atividades, trabalhando sempre atividades aeróbicas moderadas. Esse treinamento irá

proporcionar ao asmático um aumento na sua capacidade ventilatória pulmonar. (DA SILVA,

1997)

3.11 O Treinamento de Natação e o Malefício

Além dos medicamentos, outros meios de auxilio nos tratamentos vêm sendo estudados,

porém, a maioria apresenta resultados controversos, inclusive a natação. Estudos mostram o

tratamento da natação, como um dos esportes e/ou exercícios que mais mostram índices

benéficos ao indivíduo portador da asma. Alguns estudos foram feitos, e um deles fez uma

análise do ambiente, avaliando a estrutura externa ao redor da piscina, a mesma tinha aberturas

nas paredes próximas ao telhado, com isso, podia-se afirmar que era uma piscina com um

ambiente razoavelmente ventilada. Porém, a ideia de que a natação quando realizada em

piscinas cobertas só pode ser benéfica para os asmáticos, vem sendo cada vez mais questionada;

isso porque contém alguns relatos, de problema respiratório nas pessoas que também trabalham

nessas piscinas cobertas, como também em atletas de alto rendimento e recreacionais. No caso

dos atletas de alto desempenho, que praticam suas atividades numa intensidade elevada, faz

com que haja um estresse mecânico na sua função respiratória durante o treino, isso pode ter

influência nos resultados maléficos nesses atletas. Mas o exercício intenso não pode ser a

justificativa para os efeitos respiratórios presentes nos salva-vidas e nos bebês que não praticam

as atividades aquáticas. Com isso, diante dos estudos randomizados que foram realizados, os

pesquisadores acreditam que os efeitos respiratórios adquiridos pelos nadadores podem ser

graças aos métodos de desinfecção, que são responsáveis pela saúde dessas piscinas,

principalmente com a inspiração de gases dos efeitos irritantes (alérgenos) do cloro e de seus

subprodutos; que no caso, são inalados como gases microaerosois, onde seriam inalados por

determinada modalidade de natação e por pessoas que trabalham no ambiente fechado da

piscina, como também, pode vir a ser inalados em pequenos volumes de água, que geralmente

são por crianças que estão aprendendo a nadar e por bebês que nadam. A hipótese presente, é

de que esses gases irritantes, considerados alérgenos, fazem com que torne as vias aéreas dos

nadadores mais sensíveis, fazendo-os com que venham a ter prejuízos nas mesmas, por conta

de agentes infecciosos presentes no ambiente, vindo a ter crises constantes em seu sistema

respiratório. (BERNARD, 2010)

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Foram realizados estudos que comprovam que esses produtos têm sim uma influência

no sistema respiratório dos indivíduos praticante da natação, como também aqueles que da

piscina usufruem; e essa interpretação ela foi apoiada por vários estudos de biomarcadores, que

esclareceram os efeitos dos produtos para cloroformização, que podem vir a acarretar em uma

ruptura crônica ou aguda das barreiras epiteliais dos pulmões. Com isso, os pesquisadores

(médicos) alertaram a comunidade médica para que tenham uma visão especial voltada aos

asmáticos, por eles terem suas vias respiratórias mais sensíveis. A vulnerabilidade das vias

aéreas das pessoas portadoras de asma, quando expostas aos produtos responsáveis pela

cloração das piscinas foi claramente demonstrada em um estudo mais recente, que demonstrou

uma HRB aumentada no teste com metacolina após uma imersão de somente 12 minutos em

uma banheira de hidromassagem com água clorada. (BERNARD, 2010)

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4. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo de revisão integrativa de literatura, realizado nas bases de dados

multidisciplinares e nas bases específicas da área de saúde no período de Março de 2017 a Junho

de 2017.

4.1 Base de dados

As bases de dados utilizadas foram: Scientific Electronic Library Online (SciELO) e US

National Library of Medicine (Pub Med).

4.2 Critérios de inclusão

Artigos que descreveram e mencionaram o tema abordado, artigos mais atuais.

4.3 Critérios de exclusão

Artigos que apresentam estudos realizados em animais (camundongos) e outros que não

acrescentavam ao tema abordado.

4.4 Estratégia de busca.

Os principais descritores utilizados foram “asma”, “natação” e “criança”. Também

foram utilizados descritores em língua inglesa: “asthma”, “swimming” e “children”.

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5. RESULTADOS

Foram encontrados 276 artigos científicos, sendo 136 no SCIELO, e 140 no Pub Med.

Retirados os artigos que não foram aceitos para esta revisão, restaram 4 artigos que

abordam o tema que está apresentado no quadro abaixo:

Estudos identificados

através das bases de dados:

Pubmed = 140

Scielo = 136

(N=276)

Estudos removidos por

duplicatas

(N=96)

Estudos mantidos após

análise de título e resumo

(N=10)

Estudos excluídos com

base no título e resumo

(N=6)

Estudos acessados na

íntegra a partir dos critérios

iniciais de elegibilidade

(N=276)

Razões de exclusões após

leitura na íntegra:

- sem grupo controle; - estudos em animais; - artigos de revisão; - não falam de crianças.

(N=266)

Id

enti

fica

ção

T

riag

em

E

legib

ilid

ade

Estudos incluídos na

revisão

(N=4)

Incl

usã

o

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30

Quadro 1: Apresentação da síntese de artigos incluídos na revisão integrativa

Base de

Dados/

Periodico

Autores/Título Objetivos Métodos

(Participantes) Métodos (Intervenções) Métodos (Avaliação) Resultados

PUB MED Baker (2013)

Swimming training

for asthma in

children and

adolescents aged

18 years and under

Evidenciar a

eficácia do

treinamento de

natação em

crianças e

adolescentes

com asma.

O estudo avaliou 8

ensaios clínicos

randomizados,

mostrando o

impacto do

treinamento de

natação na asma,

envolvendo 262

participantes com

asma leve a grave.

Os estudos ocorreram

em piscinas cobertas,

exceto um. Com duas

cloradas e duas não

cloradas, as 4 outras são

desconhecidas quanto a

isso.

Treinamento de natação,

treinos com 2 a 6 vezes na

semana, em sessões de 30 a

90 minutos, num período de

6 a 12 semanas. Avaliação

do VO2 Máximo e medição

do VEF1.

O estudo realizado mostrou que o

treinamento de natação é bem tolerado

em crianças e adolescentes com asma

estável, com impacto positivo na

aptidão cardio pulmonar e na função

pulmonar. Não havendo evidências de

efeitos adversos no controle da asma.

Aumento médio de 9,67 ml/kg/min em

VO2 Max.

Melhora na função pulmonar medida

como VEF1, com uma média diferença

de 8,07%.

SCIELO Bernard (2010) Asma e Natação;

pesando os

benefícios e os

riscos

O objetivo deste

estudo foi

avaliar se a

natação tem

efeitos benéficos

sobre a função

pulmonar dos

asmáticos.

61 crianças e

adolescentes com

asma atópica em

dois grupos.

A piscina tinha

aberturas nas paredes

próximas ao telhado e,

dessa forma bem

ventilada.

O programa de natação

constituiu em um total de 24

sessões de 60 minutos cada

por um período de 3 meses.

A hiper-responsividade brônquica

(HRB) medida pelo teste com

metacolina foi significativamente

reduzida nos pacientes que praticaram

natação, enquanto não houve mudança

naqueles do grupo controle.

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Base de

Dados/

Periodico

Autores/Título Objetivos Métodos

(Participantes) Métodos (Intervenções) Métodos (Avaliação) Resultados

SCIELO Jacques e Silva

(1997) Influência da

natação como

coadjuvante

terapêutico no

tratamento de

crianças asmáticas

Este estudo teve

por objetivo

investigar qual a

influência da

natação como

coadjuvante

terapêutico para

crianças

asmáticas na

faixa etária de 6

a 14 anos.

Foram realizadas 17

entrevistas em 6

escolas de natação

da ilha de Santa

Catarina.

Propôs-se a verificar se

a natação diminui a

duração e a intensidade

das crises ou se

aumenta ou diminui o

intervalo das mesmas.

Foi utilizada a estatística

descritiva e as informações

que precisaram de

abordagens qualitativas

foram tratadas através de

análise interpretativa.

A prática da natação aumenta o

intervalo entre as crises, diminui sua

duração, tendo havido melhora no grau

de intensidade das mesmas.

Antes da prática da natação, 47% das

crianças tinham crises mais de 1 vez

por mês. Após a prática, 35,3% tinham

crise a cada 6 meses. E 17,7% a cada

ano.

Em relação a duração das crises, antes

da natação, 52,9% tinham crises de 3 a

6 dias, e após, 76,6% tinham duração

das crises diminuídas para 3 ou menos

dias.

Em relação a intensidade das crises,

antes da natação, 58,8% tinham crises

elevadas. Após, 64,7% tinham

intensidade leve em suas crises.

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Base de

Dados/

Periodico

Autores/Título Objetivos Métodos

(Participantes) Métodos (Intervenções) Métodos (Avaliação) Resultados

SCIELO Teixeira (2010)

Avaliação

espirométrica e da

hiper-

responsividade

brônquica de

crianças e

adolescentes com

asma atópica

persistente

moderada

submetidos a

natação

Investigar os

benefícios a

médio prazo da

natação em

escolares e

adolescentes

com asma.

Realizou-se um

estudo entre

crianças e

adolescentes no

hospital de clínicas

de Campinas.

61 pacientes divididos

em 2 grupos; de natação

e de controle.

Todos realizaram

espirometria, teste de

bronco-provocação

com metacolina,

antes e após os 3

meses.

Os dois grupos

receberam

fluticasona (pó)

inalada (250 mcg, 2

vezes ao

dia) diariamente, e

salbutamol inalado,

quando necessário.

O programa constituiu em

um total de 24 aulas, 2 vezes

por semana por 3 meses.

Apresentaram diminuição

estatisticamente significativa da hiper-

responsividade brônquica.

No GC, antes a prática de natação, o

CVF (L) foi de 2,33±0,74 e após

2,53±0,80. E no GN, antes a prática,

o CVF (L) foi de 2,37±0,83 e após

2,77±0,90.

No GC, antes a prática, o VEF1 (L)

foi de 1,80±0,59 e após 1,95±0,59.

E no GN, antes a prática, o VEF1

(L) foi de 1,88±0,62 e após

2,04±0,69.

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6. DISCUSSÃO

A asma é uma doença inflamatória crônica normalmente desenvolvida em crianças e

adolescentes, em especial as Crianças abaixo de cinco anos que são as que mais sofrem com a

doença. Os quatro artigos analisados tiveram como público-alvo crianças e adolescentes

(BERNARD, 2010; TEIXEIRA, 2010), sendo o Baker (2013) com restrição de participantes

até 18 anos e Jacques e Silva (1997) com restrição de 6 a 14 anos.

Mesmo tendo muitos estudos sobre a asma, ainda não se tem total compreensão da causa

desta doença crônica inflamatória. Como resultado da inflamação, as vias aéreas são hiper-

responsivas e por conta disso se contraem facilmente, em resposta a uma grande quantidade de

estímulos. (CAMPOS, 2007).

Quanto ao sexo dos participantes, Solé (1998) relata que a Asma se encontra mais

prevalente em meninos do que em meninas. Algumas hipóteses para essa prevalência é a

geometria, o tamanho das vias aéreas e o tônus muscular. No entanto, esta variável não foi

analisada nos quatro artigos selecionados.

O tratamento é realizado de acordo com os fatores que podem ter originado ou agravado

o quadro, então o primeiro passo é identificar estes fatores para se obter um estabelecimento de

um plano de tratamento eficaz. Os principais fatores descritos na literatura: alérgenos inalados,

infecções de vias aéreas superiores, mudanças climáticas, exposição a poluentes externos, falta

de exercício físico e fatores emocionais (SOLÉ, 1998). Dentre estas causas, os quatro artigos

estudados abordaram apenas a prática de natação como variável de tratamento e utilizaram

amostras randomizada para isolar as outras variáveis que podem interferir no tratamento.

Segundo a literatura, o tratamento da asma na intercrise tem como objetivo controlar os

sintomas que aparecem durante as crises, sendo a natação frequentemente recomendada para os

asmáticos como um meio seguro e agradável de manter a função pulmonar, aumentar sua

capacidade aeróbica e melhorar sua qualidade de vida. Teixeira (1992) aponta que as crianças

que são iniciadas em programas de natação apresentam um rendimento mais satisfatório em seu

desenvolvimento geral; resultado da combinação de movimentos fundamentais com estímulos

proporcionados pelo meio aquáticos, que permitem um maior e melhor desenvolvimento motor

de cada criança.

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O tratamento atribuído nos três artigos que realizaram os estudos clínico foram

similares, com duração de três meses, sendo Baker (2013) utilizou como frequência duas a seis

vezes na semana com sessões de 30 a 90 minutos; Bernard (2010) utilizou como parâmetro 24

sessões de 60 minutos cada; e Teixeira (2010) utilizou frequência de duas vezes por semana,

totalizando 24 aulas.

Baker (2013) demonstrou através da Avaliação do VO2 Máximo e medição do VEF1,

que o treinamento de natação é bem tolerado em crianças e adolescentes com asma estável, com

impacto positivo na aptidão cardiopulmonar e na função pulmonar.

Já Bernard (2010) e Teixeira (2010) analisaram especificamente a hiper-responsividade

brônquica (HRB) medida pelo teste com metacolina, no qual foi significativamente reduzida

nos pacientes que praticaram natação, e inalteradas no grupo de controle.

Jacques e Silva (1997) analisaram os dados de entrevistas de seis escolas de natação em

Santa Catarina e relataram como a prática da natação aumenta o intervalo entre as crises,

diminui sua duração, bem como melhora no grau de intensidade das mesmas.

Porém, nas piscinas costuma-se utilizar desinfetantes a base de cloro e seus derivados

para evitar microorganismos causadores de problemas como micose, pé de atleta, inflamações

nos olhos, nariz e ouvidos. Este mesmo desinfetante gera um fator preocupante para os

praticantes de natação, no qual a partir desse contato, pessoas acabam inalando esses gases

tóxicos emitidos, por não haver um ambiente salubre. A hipótese atual levantada por Bernard

(2010) é de que esses produtos químicos irritam as vias aéreas dos nadadores e, portanto, os

tornam mais sensíveis a estressores ambientais, como alérgicos ou agentes infecciosos. Apenas

no estudo de Baker (2013) houve uma análise deste aspecto, no qual separou os grupos em

piscinas cloradas e piscinas não cloradas, no entanto não houve diferença significativa quanto

a esta variável.

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7. CONCLUSÃO

No estudo, concluiu-se que a natação, é sem sombras de dúvidas, um dos métodos terapêuticos mais

eficazes para esses jovens que sofrem da asma, por ser um esporte, e muito praticado no mundo todo,

médicos e especialistas recorrem ao treinamento de natação para esses jovens, por também unir o útil e

ao mesmo tempo o agradável; embora dados relatados dizem a melhora direta sobre a asma, outros

fatores nos estudos também foram favoráveis com a pratica do esporte, como fatores também biológicos

e fatores psicológicos, sempre frisando a importância da inclusão social para esses jovens.

Através de estudos que comprovaram os efeitos irritantes do Cloro nos nadadores de alto

desempenho, tornando suas vias aéreas mais sensíveis, e em alguns casos atletas ao se aposentarem

vinham a adquirir a asma ao final da carreira; fez com que a comunidade médica se alertasse, quanto ao

jovem asmático também ser imposto ao treinamento de natação, por ter suas vias aéreas extremamente

sensíveis. Com isso, alguns estudos tiveram pequenos relatos e também não muito concretos, sobre a

influência maléfica que a natação pode trazer para os asmáticos, citando sempre a relação direta do

asmático com os alérgenos que são liberados das piscinas (Cloramina) e que estão em contato com o

jovem asmático, porém, estudos se mostraram muito relativos diante dos resultados das amostras, por

obter diversos fatores que possam influenciar nesse efeito, quanto a piscina ser coberta ou não, e quanto

a frequência ao treinamento. Enfim, diversos fatores sobre o malefício diante do treinamento de natação,

tem coerência sim, porém, necessita-se de mais estudos clínicos randomizados para que se tenha uma

conclusão melhor sobre o assunto.

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REFERÊNCIAS

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