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Alumínio e suas ligas
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ALUMNIO E SUAS LIGAS
Marcelo J. Cividini
Maikol Kock
Maicon Gasperin
Marco A. Davila Gabriel
1. OBJETIVO
O alvo deste trabalho demonstrar a utilizao do
alumnio e suas ligas;
As Matria Prima;
Caractersticas mecnicas, diagramas de fases,
processamento e aplicaes;
2. INTRODUO
O alumnio, apesar de ser o terceiro elemento mais
abundante na crosta terrestre, o metal mais jovem
usado em escala industrial.
Ceramistas da Prsia j produziam seus vasos com
um tipo de barro que continha xido de alumnio, que
hoje conhecemos como alumina.
O alumnio, por suas excelentes propriedades fsico-qumicas entre
as quais se destacam:
baixo peso especfico;
resistncia corroso;
alta condutibilidade trmica e eltrica;
infinita reciclagem;
Apresenta uma ampla variedade de utilizao, que o torna o metal
no-ferroso mais consumido no mundo.
3. MATRIA PRIMA
O alumnio no encontrado diretamente em
estado metlico na crosta terrestre.
Sua obteno parte da Minerao da bauxita
e segue para as etapas posteriores de:
Refinaria
Reduo.
3.1 Bauxita
Um minrio que pode ser encontrado em trs
principais grupos climticos: o Mediterrneo, o
Tropical e o Subtropical.
A bauxita deve apresentar no mnimo 30%
de xido de alumnio (Al2O3) aproveitvel para
que a produo de alumnio seja
economicamente vivel.
3.2 Bauxita no Brasil
O Brasil o terceiro maior produtor de Minrio de
Bauxita com produo estimada em 26,6 milhes de
toneladas em 2008.
Isto significa 13% da produo mundial, que foi de
205 milhes de toneladas.
A Austrlia lder em produo, com 64 milhes
de toneladas em 2007, que correspondem a 33% da
produo global, seguida da china com 17%.
3.3 Mapa de extrao da Bauxita
Foto 1 : Minerao de bauxita em milhes de toneladas mtricas por ano.
3.4 Localizao da Indstria
3.5 Refinaria
De quatro a sete toneladas mtricas de bauxita = 2
toneladas mtricas de alumina = 1 tonelada mtrica de
alumnio.
Alm da alumina, a bauxita contm slica, xido de
ferro e dixido de titnio.
Para extrair a alumina da bauxita, emprega-se o
processo Bayer.
3.5.1 Processo de Bayer
Figura 3: Processo Bayer.
3.5.2 Reduo do Alumnio
So necessrias duas toneladas de alumina para
produzir uma tonelada de metal primrio pelo
processo de Reduo.
3.5.3 Processo de Reduo
O processo de reduo conhecido como Hall-Hroult e
segue as seguintes etapas abaixo.
o A alumina dissolvida em um banho de criolita fundida e
fluoreto de alumnio em baixa tenso, decompondo-se em
oxignio;
o O oxignio se combina com o nodo de carbono, desprendendo-
se na forma de dixido de carbono, e em alumnio lquido, que
se precipita no fundo da cuba eletroltica;
o O metal lquido (j alumnio primrio) transferido para a
refuso atravs de cadinhos;
o So produzidos os lingotes, as placas e os tarugos de metal
primrio.
4.5.4 Esquema de Reduo
Figura 2: Transformao da alumina calcinada em alumnio metlico.
4. CARACTERSTICAS DO ALUMNIO
4.1 Caractersticas Qumicas e Fsicas
Ponto de fuso: O alumnio possui ponto de fuso de 660C,
o que relativamente baixo comparado ao do ao, que da
ordem de 1570C.
Peso especfico: A leveza uma das principais caractersticas
do alumnio. Seu peso especfico de cerca de 2,70 g/cm3,
aproximadamente 5% do peso do ao e 30% do peso do cobre.
Resistncia corroso: O alumnio possui uma fina e invisvel camada de
xido, a qual protege o metal de oxidaes posteriores. Essa caracterstica de auto-
proteo d ao alumnio uma elevada resistncia corroso.
Condutibilidade eltrica: O alumnio puro possui condutividade eltrica de
62% da IACS (International Annealed Copper Standard), a qual associada sua
baixa densidade significa que um condutor de alumnio pode conduzir tanta
corrente quanto um condutor de cobre que duas vezes mais pesado e
proporcionalmente mais caro.
Condutibilidade trmica: O alumnio possui condutibilidade trmica 4,5
vezes maior que a do ao.
Refletividade: O alumnio tem uma refletividade acima de 80%, a qual
permite ampla utilizao em luminrias.
Propriedade anti-magntica: Por no ser magntico, o alumnio
frequentemente utilizado como proteo em equipamentos eletrnicos. Alm
disso, o metal no produz fascas, o que uma caracterstica muito importante
para garantir sua utilizao na estocagem de substncias inflamveis ou
explosivas, bem como em caminhes-tanque de transporte de combustveis.
Caracterstica de barreira: O alumnio um importante elemento de
barreira luz, tambm impermevel ao da umidade e do oxignio,
tornando a folha de alumnio um dos materiais mais versteis no mercado de
embalagens.
Reciclagem: A caracterstica de ser infinitamente reciclvel, sem perda
de suas propriedades fsico-qumicas uma das principais vantagens do
alumnio.
O alumnio tem boa resistncia aos seguintes meios
corrosivos:
o Oxignio, gua oxigenada;
o cido ntrico (para concentraes acima de 95%, em
temperatura ambiente), amnia e compostos amoniacais;
o lcoois, steres, teres, cetonas, aminas, cidos
orgnicos em geral, hidrocarbonetos e outros produtos
orgnicos (todos em temperatura ambiente);
o Enxofre, H2S, SO2;
o CO, CO2;
o Acetileno, HCN, amnia.
O alumnio atacado por:
cidos como HCl, HF, H2SO4, etc.;
soda custica;
solues fortemente alcalinas;
os cloretos, hipocloritos, solventes clorados, em meio
aquoso podem romper a passividade, causando corroso sob
tenso;
a passividade tambm rompida por ons de ferro,
mangans e cobre, sendo necessrio nfimas quantidades (0,1
ppm) para provocar corroso alveolar (forma de corroso mais
comum no alumnio e ocorre para meios com Ph entre 4,5 e
8,5, fora desses limites no h destruio do filme passivador).
4.2 Propriedades fsicas tpicas
Propriedades fsicas Alumnio Ao Cobre
Densidade (g/cm) 2,70 7,86 8,96
Temperatura de fuso (C) 660 1500 1083
Mdulo de elasticidade (MPa) 70000 205000 110000
Coeficiente de dilatao trmica(L/C);
23.10-6 11,7.10-6 16,5.10-6
Condutibilidade trmica a 25C (Cal/cm/C)
0,53 0,12 0,94
Condutibilidade eltrica (%IACS) 61 14,5 100
Tabela 1: Propriedades tpicas do alumnio.
4.2.1 Como alterar as propriedades do Al
Encruamento
Refino de gro
Soluo slida -> ligas de Al
5. RESISTNCIA MECNICA
O Al puro (99,99%) tem baixa resistncia mecnica
Resistncia trao:
o Al puro= 6 kg/mm2
o Al comercial= 9-14 kg/mm2
Elementos de liga, trabalho a frio e tratamento trmico,
aumentam a resistncia trao (60 kg/mm2).
Muitas de suas ligas so facilmente conformadas em virtude
da alta ductilidade; isto evidenciado pela fina folha da lmina de
alumnio em que o material relativamente puro pode ser laminado.
Tem uma estrutura CFC, sua ductilidade retida mesmo em muito
baixas temperaturas.
A limitao principal do alumnio a sua baixa temperatura de
fuso 660C, que restringe a temperatura mxima na qual ele pode
ser usado.
A resistncia mecnica do alumnio pode ser melhorada
por trabalho a frio e por adio de elemento de liga;
Os principais elementos de liga incluem cobre, magnsio,
silcio, mangans, zinco, titnio, nquel, cobalto entre outros.
Ligas no tratveis termicamente consistem de uma nica
fase, para a qual um aumento em resistncia mecnica
alcanado por endurecimento por soluo slida.
Outras ligas so tornadas termicamente tratveis (capazes
de serem endurecidas por precipitao) como um resultado da
adio de elemento de liga.
6. LIGAS DE ALUMNIO
Passam por processos de:
laminao,
extruso,
forjamento,
estiramento.
Ligas tratveis trmica ou mecanicamente
Termicamente:
o Al-Cu
o Al-Zn-Mg
o Al-Si-Mg
Endurecimento tratamento a frio:
o Al-Mg
o Al-Si
Ligas para fundio:
o Al-Si
o Al-Cu
o Al-Si-Cu/Mg
o Al-Mg
o Al-Sn
6.1 Classificao das Ligas
Principal elemento de liga Trabalhadas Fundidas
Puro (99%Al) 1XXX 1XXX0
Cobre 2XXX 2XXX0
Mangans 3XXX ---------
Silcio 4XXX 4XXX0
Magnsio 5XXX 5XXX0
Magnsio + Silcio 6XXX 6XXX0
Zinco 7XXX 7XXX0
Ltio 8XXX ----------
Sem Uso --------- 9XXX0
7. Diagrama de fase Liga 2024, com 4,4% em peso de Cobre (548C).
Tem
per
atu
ra (C
)
Percentual em peso de Cobre4,4%
Solubilizao
Envelhecimento
Resfriamento Rpido
Resfriamento
Rpido
Envelhecimento
Liga 2024, com 4,4% em peso de Cobre (548C).L
imit
e d
e es
coam
ento
(M
pa)
Tempo de envelhecimento a 150C
Ilustrao do processo de solubilizao das amostras na temperatura ambiente, a
540C e em seguida submetidas ao processo de tratamento trmico, resfriada em gua.
Do ponto em seguida inicia-se o processo de envelhecimento natural da liga 6101 no
decorrer do tempo.
Ligas Al-Si - 413.0 / 360.0 / 380.0
8. AS REAS DE APLICAO DO
ALUMNIO E OS SEUS PRODUTOS
Os principais setores que consomem alumnio so:
Bens de consumo
Transporte
Construo Civil
Embalagens
Outros setores
Bens de consumo
o Utenslios domsticos, cadeiras e mesas de praia e jardim,
bicicletas, escadas, objetos de decorao e etc...
Transportes
o Furges, nas carrocerias abertas, nos tanques
rodovirios, nos vages ferrovirios, nas carrocerias de
nibus e na substituio de peas mais pesadas por peas
mais leves no setor automotivo.
Construo Civil
o Revestimentos internos e externos, telhas, divisrias, forros e
em muitos detalhes de concepes arquitetnicas modernas.
Embalagens
o Fabricadas a partir de folhas e laminados, so empregadas
para os mais variados tipos de consumo, com o objetivo de
atender os mercados de produtos farmacuticos, de higiene e
limpeza, produtos alimentcios e bebidas.
Outros setores
o Indstrias de transformao, qumica em geral, papeleira,
metalrgica e petroqumica, para produo de refratrios,
revestimentos cermicos, abrasivos, vidros, porcelanas, massas de
polimento, tintas, isoladores eltricos, pastilhas de freio, corantes e etc.
A grande maioria dos produtos finais citados anteriormente
pertencentes as reas de aplicao do alumnio advm dos seguintes
produtos semimanufaturados:
Perfis extrudados
Chapas e laminados
Folhas
Fundidos e Forjados
9. Curiosidades
Ateno recente tem sido dada s ligas de alumnio e outros
metais de baixa densidade (por exemplo, Mg e Ti) como materiais
de engenharia para transporte, para efetuar redues no consumo de
combustveis.
Uma importante caracterstica destes materiais a resistncia
especfica, que quantificada pela razo resistncia trao-massa
especfica.
Uma gerao nova de ligas de alumnio-ltio foi desenvolvida
recentemente para uso nas indstrias aeronutica e aeroespacial.
Esses materiais possuem massas especficas relativamente
baixas (entre 2,5 e 2,6 g/cm3), mdulos especficos elevados
(razes mdulo de elasticidade-peso especfico) e excelentes
propriedades em fadiga e de tenacidade a baixas temperaturas.
Algumas dessas ligas podem ser endurecidas por
precipitao.
Entretanto, esses materiais so de fabricao mais cara do
que as ligas de alumnio convencionais, pois so exigidas
tcnicas de processamento especiais devido reatividade
qumica do ltio
Concluso
Com o presente trabalho apresentado pode-se concluir
que o Alumnio mesmo sendo o terceiro recurso natural mais
abundante na superfcie terrestre, comeou a ser explorado em
larga escala h pouco tempo j que sua obteno
relativamente difcil. Largamente utilizado em praticamente
todas as reas, desde industrial ate aeroespacial, j que pode
ser misturada com os mais variados elementos qumicos,
formando assim muitos tipos de ligas, cada uma com suas
caractersticas especificas para cada aplicao torna o alumnio
o metal mais utilizado atualmente.
RefernciasINTRODUO. William D. Callister, Jr. John Wiley & Sons Inc, New York, NY, 1991. MATERIALS
SCIENCE AND ENGINEERING An Introduction
HISTRIA do alumnio. Disponvel em : .
Acesso em: fevereiro 2014.
MATRIA prima.. Disponvel em : . Acesso em
fevereiro 2014.
PROCESSOS de produo. Disponvel em: .
Acesso em fevereiro 2014.
CARACTERSTICAS qumicas. Disponvel em: . Acesso em fevereiro 2014.
APLICAES. Disponvel: . Acesso em fevereiro 2014.
LOCALIZAO indstria. Disponvel em: .
Acesso em fevereiro 2014.
DIAGRAMAS fases. Disponvel em: < http://demec.ufpr.br/ >. Acesso em fevereiro 2014.