74
*** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO- AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura Reunião Quarta-feira, 17 de julho de 2013, 09.00 - 12.30 Sala da Constituição (edifício 1) Vilnius - Seimas (Parlamento da Lituânia)

AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

  • Upload
    others

  • View
    18

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

*** AM ***

EUAL_SOCIAL

PT PT

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

da Educação e da Cultura

Reunião

Quarta-feira, 17 de julho de 2013, 09.00 - 12.30

Sala da Constituição (edifício 1)

Vilnius - Seimas (Parlamento da Lituânia)

Page 2: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

2 / 74

Page 3: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

OJ\939392PT.doc AP101.330v03-00

PT Unida na diversidade PT

Euro-Latin American Parliamentary AssemblyAsamblea Parlamentaria Euro-Latinoamericana

Assemblée Parlementaire Euro-Latino AméricaineAssembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana

Parlamentarische Versammlung Europa-Lateinamerika

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura

PROJETO DE ORDEM DO DIAReunião

Quarta-feira, 17 de julho de 2013, 09.00 - 12.30

Vilnius - Seimas (Parlamento da Lituânia)

Sala da Constituição (edifício 1)

1. Aprovação do projeto de ordem do dia

2. Intervenção de Dainius Pavalkis, Ministro da Educação da Lituânia (a confirmar)

3. Eventualmente, eleição de membros da Mesa da comissão

4. Aprovação da ata da reunião de: 24 de janeiro de 2013 (Santiago do Chile) PV-AP 101.322v01-00

5. Comunicações dos copresidentes

6. Proposta de resolução comum: "Ensino formal e informal e formação contínua"Correlator PE: Santiago Fisas Ayxelà (PPE)Correlator ALC: Carlos Baraibar (Parlatino)

Apreciação das alterações Votação

7. Documento de trabalho: "Feminicídio na União Europeia e América Latina"Correlator PE: Raül Romeva i Rueda (Verts/ALE)Correlatora ALC: Gloria Florez (Parlandino)

Troca de pontos de vista

1

Page 4: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

4 / 74

AP101.330v03-00 2/2 OJ\939392PT.doc

PT

8. Assuntos de caráter urgente: A Agenda de Desenvolvimento pós-2015 - Uma nova parceria global para erradicar a pobreza e transformar as economias através do desenvolvimento sustentável

9. Diversos

10. Data e local da próxima reunião

1

Page 5: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

Minister of Education and Science of the Republic of Lithuania Dainius Pavalkis

[email protected]

Dainius Pavalkis was born on 5 May 1960 in Kaunas; both his parents were engineers.

He graduated from Kaunas Saulės Secondary School in 1978.

In 1984 he graduated from the Lithuanian University of Health Sciences [former Kaunas Medical Institute] with the qualification of a medical doctor. He continued his studies in the clinical residency in Moscow Research Institute of Proctology and later completed post-graduate studies in Moscow Research Institute of Proctology and Lithuanian University of Health Sciences.

1986 – 1993 Lithuanian University of Health Sciences, II Department of Surgery, Assistant

1993 01 – 1993 09 Surgeon Assistant of St. Mark’s Hospital, London, UK.

1993 – 1995 Lithuanian University of Health Sciences, II Department of Surgery, Chief Assistant

1995 09 – 1995 10 Scientific intern at Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, New York, and Lahey Clinic, Burlington, Massachusetts, USA.

1995 – 1997 Hospital of Lithuanian University of Health Sciences Kauno Klinikos; Kaunas region, Chief Surgeon

1995 – 2006 Lithuanian University of Health Sciences, Surgery Clinic, Associate Professor

1997 - 2007 Hospital of Lithuanian University of Health Sciences Kauno Klinikos, Director for Surgery

1997 - 2010Lithuanian University of Health Sciences Kauno Klinikos, Surgery Clinic, Head of the Coloproctology Unit

2010 - 2011 Baltic American Clinic, Director of Medicine

Since 1997 Lithuanian University of Health Sciences Kauno Klinikos, Surgery Clinic, Surgeon

Since 2006 Lithuanian University of Health Sciences Kauno Klinikos, Surgery Clinic, Professor

Since 2010 Lithuanian University of Health Sciences, Professor

Since 13 December 2012 Minister of Education and Science of the Republic of Lithuania.

Prof. D. Pavalkis has been an intern on more than 50 occasions since 1995 at the best-known clinics in the UK, USA, Austria, Italy, Germany, etc.

He has published over 280 scientific papers, and is a co-author of two textbooks. He has supervised or advised doctoral students on their dissertations. He has given over 70 presentations and lectures at international events; he has been a guest lecturer on more than 30 occasions. Prof. Pavalkis has been a visiting professor at universities in Athens, London, and Prague. He is a member of various international medical organisations.

2

Page 6: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

6 / 74

He is also a member of the editorial boards of Lithuanian and foreign medical journals.

He is a member of the Labour Party.

Languages: English, Russian, Polish.

Interests: tourism, climbing, hunting, music (piano), photography and cooking. Climbing achievements: Mount Kilimanjaro (5895 m) and Mont Blanc (4810 m), Mount Elbrus (5643 m), and many others.

Married to Edita, an architect. They have 2 children, a son Gintautas and a daughter Dainora.

2

Page 7: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

PV\929144PT.doc AP101.322v01-00

PT Unida na diversidade PT

Euro-Latin American Parliamentary AssemblyAssemblée Parlementaire Euro-Latino AméricaineAsamblea Parlamentaria Euro-LatinoamericanaAssembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Infância, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura

Ata

da reunião de 24 de janeiro de 2013, das 11.00 às 12.45

e das 15.30 às 17.30

Santiago do Chile

A reunião tem início às 11.55 de quinta-feira, 24 de janeiro de 2013, sob a presidência da Copresidente Edite Estrela (Parlamento Europeu) e do Copresidente Carlos Baráibar (Parlatino).

1. Aprovação do projeto de ordem do dia OJ-AP 101.330v02-00

O projeto de ordem do dia é aprovado na versão constante da presente ata.

2. Aprovação da ata da reunião de: PV-AP 101.299v01-00

9 e 10 de novembro de 2012 (Cádis, Espanha)

A ata da reunião dos dias 9 e 10 de novembro de 2012 é aprovada.

3. Comunicações dos Copresidentes

A Copresidente informa que o objetivo da reunião consiste em apresentar a nova proposta de resolução comum «Ensino formal e informal e formação contínua» e trocar pontos de vista sobre a mesma. Além disso, os correlatores apresentaram os

3

Page 8: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

8 / 74

AP101.322v01-00 2/5 PV\929144PT.doc

PT

documentos de trabalho sobre «A mineração do século XXI, baseada no desenvolvimento responsável e sustentável» e proceder-se-á a um primeiro debate sobre os mesmos.

4. Proposta de resolução comum: «Ensino formal e informal e formação contínua»

Correlator PE: Santiago FISAS AYXELA (PPE)

Correlatora ALC: Gloria Marina BARILLAS DE DUARTE (Parlatino, Guatemala)

O correlator do PE, Santiago Fisas Ayxela, apresenta o projeto de resolução comum. O Copresidente Carlos Baráibar comunica que substituirá a correlatora latino-americana, Gloria Marina Barillas de Duarte, e procede à sua exposição sobre o projeto de resolução comum.

Em seguida, o Copresidente Carlos Baráibar concede o uso da palavra aos membros e convidados.

Intervenções: Mar iel le de SARNEZ (PE, ALDE), Luisa DEL RÍO SAAVEDRA (Parlandino), Ximena VIDAL (Parlatino), Oldřich VLASÁK (PE, ECR), Eduardo ENCALADA (Parlatino), Sonia SEGURA (Parlacen), Hilaria SUPA HUAMÁN (Parlandino), Carmen CALDERÓN (Parlatino), Gloria Inés FLORES (Parlandino).

Decisão: A Copresidente comunica aos membros da Comissão que está aberto o prazo para as alterações ao projeto de resolução comum «Ensino formal e informal e formação contínua» e o Secretariado anunciará nos próximos dias o seu prazo limite. As alterações serão analisadas e votadas na próxima reunião da Comissão dos Assuntos Sociais em julho de 2013.

A sessão é suspensa às 12.45 e é retomada às 15.45, sob a presidência de Edite Estrela (Copresidente) e de Carlos Baráibar (Copresidente).

5. Troca de pontos de vista sobre o tema para debate: «Mineração do século XXI, baseada no desenvolvimento responsável e sustentável»

Correlatora PE: Inês Cristina ZUBER (GUE/NGL)

Correlatora ALC: Luisa DEL RÍO SAAVEDRA (Parlatino)

As correlatoras Inês Cristina Zuber (PE) e Luisa Del Río Saavedra (ALC) apresentam o documento de trabalho sobre «Mineração do século XXI, baseada no desenvolvimento responsável e sustentável».

Intervenções: Gloria Inés FLORES (Parlandino), Mario José HIDALGO BEATO (Parlatino), Fernando CUELLAR (Parlatino), Eduardo ENCALADA (Parlatino), Carlos BARAIBAR (Parlatino), Sonia SEGURA (Parlacen), Hilaria SUPA HUAMÁN (Parlandino).

Decisão: A Copresidente recorda que terá lugar um novo debate sobre o documento de trabalho durante a próxima reunião da Comissão dos Assuntos Sociais, a realizar em

3

Page 9: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

PV\929144PT.doc 3/5 AP101.322v01-00

PT

julho de 2013.

6. Assuntos de caráter urgente

Nada a assinalar.

7. Outras questões

A Deputada Gloria Flores solicita a integração do tema da violência de género nos trabalhos da Comissão. Salienta que, de acordo com as decisões da reunião em Cádis, este tema foi abordado no fórum com a sociedade civil, tendo-se constituído uma base que permite desenvolver este tema no quadro da Comissão dos Assuntos Sociais com o objetivo último de apresentar em sessão plenária uma proposta de resolução que contribua para a prevenção e para a conceção de políticas destinadas a combater este fenómeno.

A Copresidente Edite Estrela sugere que este seja um dos temas de debate em próximas reuniões.

8. Data e local da próxima reunião

A próxima reunião da Comissão realizar-se-á em julho de 2013, na Europa, em local e data a definir.

oooOOOooo

A reunião termina às 17.35.

3

Page 10: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

10 / 74

AP101.322v01-00 4/5 PV\929144PT.doc

PT

LISTA DE ASISTENCIA / RECORD OF ATTENDANCE / LISTE DE PRÉSENCE / LISTA DE PRESENÇAS

Miembros EuroLat / EuroLat Members / Membres EuroLat / Membros EuroLatPARLATINO: Vicente Zeballos, Guillermo Agreda, Mario José Hidalgo, Miguel Angel Jazmín, Fernando Cuelllar,

Carmen Calderón, Carlos BaraibarPARLANDINO: Gloria Flores, Luisa del Río Saavedra, Lourdes Cecilia Castro, Hilaria Supa, Eduardo EncaladaPARLACEN: Sonia Segura Varsoly, José Huerta, Carlos Morales Estupinián, Carmen Calderón de EscalónPARLASUR: Roberto Alsina, Dr. Rosinha, Gustavo BorsariCPM UE-MEXICO: Angelina Carreño Nijares, Luis Antonio González Roldán, Roberto ChaporroCPM UE-CHILE: Ximena VidalPARLAMENTO EUROPEO:

Edite Estrela (Co-Presidenta), Izaskun Bilbao Barandica, Santiago Fisas Ayxela, Luis de Grandes Pascual, Jutta Haug, María Irigoyen Pérez, Carlos José Iturgaiz Angulo, Michał Tomasz Kamiński, Edvard Kožušník, llVerónica Lope Fontagné, Nicole Sinclaire, Luis Yáñez-Barnuevo García, Inês Cristina Zuber, Laima Liucija Andrikienė, Marielle de Sarnez, Nathalie Griesbeck, Francesco Enrico Speroni, Oldřich Vlasák, Niccolò Rinaldi, Pablo Arias Echeverría, Rosa Estaràs Ferragut, Teresa Jiménez-Becerril Barrio.

Por invitación de los Copresidentes / At the invitation of the Co-Chairs / Sur l'invitation des co-présidents / A convite dos Co-Presidentes

Secretaría de los Parlamentos Latinoamericanos / Latin-American Parliaments SecretariatParlatinoParlandinoParlacenParlasurCongreso MéxicoSenado Chile

Secretariado del Parlamento Europeo / European Parliament SecretariatCo-Secretariado EuroLatDG Políticas ExternasAsistente Frédérique ALBERT

3

Page 11: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

PV\929144PT.doc 5/5 AP101.322v01-00

PT

Secretaría de los Grupos Políticos del PE / EP Political Groups SecretariatPPES&D Silvia GonzálezALDE Itziar MuñoaVerdes/ALEECRGUE/NGLEFDNI

Otros participantes / Other participantsParlamento Europeo

María Fournier (asistente Fisas)

Comisión EuropeaEESCCuerpo DiplomáticoOtros Adriana Benjamín (sociedad civil colombiana), Elena Rey (Fokus Colombia), Alejandra Miller (Ruta

Pacífica Mujeres Colombia), Nelson Lemus (Acción Paz Colombia), Isabel Recavarren (Panorámica Latinoamericana)

3

Page 12: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

12 / 74

3

Page 13: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

RM\929243PT.doc AP101.308v01-00

PT PT

Euro-Latin American Parliamentary AssemblyAssemblée Parlementaire Euro-Latino Américaine

Asamblea Parlamentaria Euro-LatinoamericanaAssembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana

Parlamentarische Versammlung Europa-Lateinamerika

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO–LATINO-AMERICANA

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Infância, dos Intercâmbios Humanos, do Ambiente, da Educação e da Cultura

05.03.2013

PROJETO DE PROPOSTA DE RESOLUÇÃO

Ensino formal e informal e formação contínua

Correlator PE: Santiago Fisas Ayxela (PPE) Correlator ALC: Carlos Baraíbar (Parlatino)

6

Page 14: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

14 / 74

AP101.308v01-00 2/7 RM\929243PT.doc

PT

Ensino formal e informal e formação contínua

A Assembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana,

– Tendo em conta a resolução do Parlamento Europeu, de 8 de junho de 2011, sobre a cooperação europeia no domínio do ensino e da formação profissionais para apoiar a Estratégia Europa 2020,

– Tendo em conta a Decisão do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de novembro de 2006, que estabelece um programa de ação no domínio da aprendizagem ao longo da vida,

– Tendo em conta a Recomendação 2006/962/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 18 de dezembro de 2006, sobre as competências essenciais para a aprendizagem ao longo da vida,

– Tendo em conta a Resolução do Conselho e dos Representantes dos Governos dos Estados-Membros, reunidos no Conselho, de 21 de novembro de 2008, intitulada "Integrar melhor a orientação ao longo da vida nas estratégias de aprendizagem ao longo da vida",

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 23 de outubro de 2006, intitulada "Educação de adultos: nunca é tarde para aprender", COM(2006)0614,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 2 de abril de 2009, intitulada "Uma nova parceria para a modernização das universidades: Fórum da UE para o Diálogo Universidades-Empresas", COM(2009)0158,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão intitulada "Realizar a agenda da modernização das universidades: ensino, investigação e inovação", COM(2006)0208,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 21 de novembro de 2001, intitulada "Tornar o espaço europeu de aprendizagem ao longo da vida uma realidade", COM(2001)0678,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 16 de dezembro de 2008, intitulada "Novas Competências para Novos Empregos: Antecipar e adequar as necessidades do mercado de trabalho e as competências", COM(2008)0868,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 12 de novembro de 2007, intitulada “Aprendizagem ao longo da vida ao serviço do conhecimento, da criatividade e da inovação", COM(2007)0703,

– Tendo em conta a Comunicação da Comissão, de 23 de novembro de 2011, intitulada "Erasmus para todos: Programa da União Europeia para o ensino, a formação, a juventude e o desporto", COM(2011)0787,

6

Page 15: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

RM\929243PT.doc 3/7 AP101.308v01-00

PT

– Tendo em conta as conclusões do Conselho, de 11 de maio de 2010, sobre as competências para a aprendizagem ao longo da vida e a iniciativa "Novas Competências para Novos Empregos",

– Tendo em conta o documento intitulado "O ensino formal de adultos na Europa: políticas e práticas", publicado em 2011 pela Eurydice,

– Tendo em conta o relatório da Comissão Europeia intitulado "Interim evaluation of the Lifelong Learning Programme (2007-2013)", de 18 de fevereiro de 2011,

– Tendo em conta o relatório "Formal recognition of non-formal and informal learning: final report", publicado em Haia, em novembro de 2008, pelo Nuffic (organismo neerlandês de cooperação internacional em matéria de ensino superior),

– Tendo em conta o estudo "Public responsibility for higher education", Sjur Bergan et alii, publicado pela Unesco em 2009,

A. Considerando que a questão da educação, para além da sua importância económica em termos de acesso ao emprego, desempenha igualmente um papel fundamental no plano social, ao constituir uma ferramenta que permite ao indivíduo desenvolver o seu potencial e participar ativamente na sociedade;

B. Considerando que a aprendizagem facilita o crescimento económico sustentável, contribuindo para a melhoria qualitativa do emprego e para uma maior coesão social;

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de garantir os direitos económicos, o progresso social e a realização pessoal dos indivíduos;

D. Considerando que uma melhor educação de adultos pode desempenhar um papel fundamental na integração social dos grupos mais desfavorecidos no mercado laboral, como os imigrantes e as pessoas mais idosas;

E. Considerando que os objetivos estratégicos adotados em 2001 pelo Conselho Europeu se baseiam numa abordagem que, mediante uma combinação de qualidade, acessibilidade e abertura, visa tornar os sistemas educativos e de formação europeus uma referência de qualidade a nível mundial;

F. Considerando que a UE, enquanto bloco regional, não conseguiu atingir o objetivo fixado para 2010 de obter uma taxa de participação dos adultos na formação contínua de, pelo menos, 12,5%;

G. Considerando os novos objetivos estratégicos para 2020, fixados em 2009 com a adoção do "Quadro estratégico atualizado para a cooperação europeia no domínio da educação e da formação", estão baseados na promoção da aprendizagem ao longo da vida e da mobilidade, na melhoria da qualidade e eficiência da educação e da formação, na

6

Page 16: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

16 / 74

AP101.308v01-00 4/7 RM\929243PT.doc

PT

promoção da igualdade, na coesão social e na cidadania ativa, bem como no reforço da criatividade e da inovação;

H. Considerando que o critério de referência de qualidade fixado para 2020, em termos de participação de adultos na formação contínua, é de 15%, quando era de apenas 9,7% em 2007;

I. Considerando que a educação e a formação estão no cerne da estratégia Europa 2020 para um crescimento inteligente, sustentável e inclusivo, bem como das orientações integradas para as políticas económicas e de emprego dos Estados-Membros;

J. Considerando que a questão do abandono escolar constitui um dos eixos principais da política de educação da UE; que a redução dos índices do abandono escolar e o aumento dos níveis da formação contínua constituirá sempre uma mais-valia para um país ou região;

K. Considerando que a cooperação entre a UE e a América Latina no domínio da educação é benéfica para os estudantes que participam em programas como o Erasmus Mundus, Alban ou o programa Alfa para a promoção do ensino superior na América Latina, enquanto meio de contribuir para o desenvolvimento económico e social;

L. Considerando que, na América Latina, cerca de 96% das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, 82% dos jovens com idades dos 13 aos 17 anos, e 36% da faixa etária dos 18 aos 23 anos estão matriculados num estabelecimento de ensino;

M. Considerando que a imigração representa um desafio importante para os sistemas de ensino na Europa, oferecendo simultaneamente um potencial humano enorme, capaz de compensar o envelhecimento da população europeia e a falta de qualificações em certos setores;

N. Considerando a necessidade urgente de mudar a perceção do conceito da formação contínua por parte dos cidadãos que muitas vezes consideram os que nela participam como sendo indivíduos com carências académicas;

O. Considerando que as limitações económicas constituem frequentemente importantes entraves para a participação dos estudantes adultos nos programas de formação contínua;

P. Considerando que as disparidades geográficas e o acesso físico à infraestrutura de aprendizagem geram grandes problemas que obstam à consecução dos objetivos fixados em termos de participação das crianças, jovens e adultos nos programas de ensino formal;

Q. Considerando que o tempo necessário para a deslocação para assistir a uma aula, bem como a rigidez dos programas em termos de horários e módulos, podem igualmente constituir um motivo relevante para o abandono escolar;

6

Page 17: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

RM\929243PT.doc 5/7 AP101.308v01-00

PT

R. Considerando que, para muitos adultos, outro importante obstáculo para o acesso ao ensino formal é a falta de diploma passado por um estabelecimento de ensino primário ou secundário;

S. Considerando que uma das componentes essenciais do ensino informal é formada pelos meios de comunicação social, cujo papel nas nossas sociedades é cada vez mais relevante, com um impacto particularmente importante sobre as crianças;

1. Reconhece a importância do ensino formal e informal, bem como da formação profissional e contínua para o desenvolvimento económico e social dos países, sublinhando que o seu êxito depende da participação ativa de todas as partes interessadas na conceção das políticas neste domínio, bem como dos recursos financeiros consagrados à sua implementação;

2. Insta os governos a melhorarem a coordenação entre os atores que participam nos projetos de educação de adultos, em particular as autoridades políticas que tomam as decisões a diferentes níveis, e o conjunto dos parceiros que colaboram na elaboração e execução das políticas;

3. Considera que, para assegurar uma aprendizagem de qualidade, é necessário garantir a contratação de pessoal qualificado, associar-se a prestadores fiáveis e velar pela qualidade do ensino, bem como adotar métodos e materiais adaptados às necessidades dos alunos;

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos para as empresas privadas a fim de prever um orçamento adequado para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico;

6. Insta os países a continuarem a promover o reconhecimento do ensino não formal e informal, atendendo a que foi já claramente demonstrado que o reconhecimento das competências adquiridas de forma informal permite uma melhor integração no mercado laboral;

7. Insta os Governos a incentivarem os trabalhadores a participar voluntária e sistematicamente na formação contínua, verificando em permanência quais são as qualificações necessárias para aceder com êxito ao mercado laboral;

8. Assinala que deve ser feito um esforço para criar uma cultura de aprendizagem que motive os alunos e aumente os seus níveis de participação, pondo em relevo a necessidade de aprender em qualquer idade;

9. Recomenda o reforço das campanhas de promoção e o desenvolvimento de estratégias de comunicação inteligente que visem aumentar a participação dos adultos no ensino e na formação contínua;

6

Page 18: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

18 / 74

AP101.308v01-00 6/7 RM\929243PT.doc

PT

10. Considera ser necessário tornar mais acessíveis as ofertas de formação, em particular criando novos centros locais de formação nos locais de trabalho e facilitando a aprendizagem no contexto laboral;

11. Exorta os países a promoverem a instituição de um quadro jurídico para a temática do acesso ao ensino superior, tendo em consideração temas relativos ao reconhecimento e/ou validação de estudos anteriores, bem como a aquisição de conhecimentos empíricos através do ensino informal;

12. Considera que os governos deveriam tomar consciência do facto de os Sistemas Nacionais de Qualificações estarem intrinsecamente ligados aos programas de ensino para adultos, sendo, por conseguinte, necessário adotar medidas no sentido de que o acesso à formação contínua seja facilitado por esses sistemas;

13. Convida os Estados-Membros a simplificarem os processos de reconhecimento de qualificações profissionais obtidas no estrangeiro, permitindo que as competências profissionais sejam comprovadas não apenas por certificados formais, mas também por amostras de trabalhos realizados, exames práticos e teóricos e avaliações de peritos;

14. Solicita aos Estados que desenvolvam sistemas de reconhecimento e validação dos resultados da aprendizagem, baseados em princípios comuns, que permitam avaliar e valorizar a aprendizagem, incluindo o desenvolvimento dos sistemas de reconhecimento das competências já adquiridas;

15. Recorda que os sistemas de ensino devem ter em consideração o envelhecimento da população europeia, pelo que os Estados se devem comprometer a reduzir o abandono escolar e a aumentar o nível de habilitações das pessoas pouco qualificadas e maiores de quarenta anos;

16. Recomenda aos países que elaborem programas de ensino para adultos mais equitativos, especialmente orientados para as pessoas menos qualificadas, os idosos, os deficientes e os habitantes de zonas isoladas;

17. Considera, no que respeita às medidas corretivas, que se deve promover o desenvolvimento do conceito de educação de segunda oportunidade, que foi introduzido com o objetivo de combater a exclusão social das pessoas que abandonaram a escola sem conhecimentos suficientes para lhes permitir uma integração plena no mercado de trabalho;

18. Propõe a criação de incentivos financeiros para as pessoas que se encontram fora do sistema educativo, sob a forma de apoio financeiro direto, incentivos fiscais ou licenças para formação;

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos que se encontram na sua origem;

6

Page 19: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

RM\929243PT.doc 7/7 AP101.308v01-00

PT

20. Insiste na necessidade de prestar um apoio concreto aos jovens para prosseguirem os seus estudos, em particular no atual contexto de crise económica em que o aumento dos níveis de pobreza se traduz num maior abandono escolar;

21. Considera ser extremamente útil gerar e desenvolver canais de educação distintos do ensino presencial, nomeadamente a educação em linha (e-learning), bem como programas fracionados para atenuar a carga horária dos participantes;

22. Solicita, tendo em conta o êxito obtido com a implementação dos programas de cooperação no domínio da educação, como o Erasmus Mundus, o Alban e o Alfa, que se promova e reforce a cooperação entre a UE e a América Latina nesta área, a fim de reforçar o intercâmbio de estudantes entre ambas as regiões;

23. Considera ainda ser oportuno estabelecer programas de intercâmbio das melhores práticas no domínio do ensino e da formação contínua entre a UE e América Latina, a fim de otimizar os sistemas existentes em ambas as regiões;

* * *

26. Encarrega os seus Copresidentes de transmitir a presente Resolução ao Conselho da União Europeia e à Comissão Europeia, aos Parlamentos dos Estados-Membros da União Europeia e de todos os países da América Latina e das Caraíbas, ao Parlamento Latino-Americano, ao Parlamento Centro-Americano, ao Parlamento Andino, ao Parlamento do Mercosul, ao Secretariado da Comunidade Andina, à Comissão de Representantes Permanentes do Mercosul, ao Secretariado Permanente do Sistema Económico Latino-Americano e aos Secretários-Gerais da OEA, da UNASUL e das Nações Unidas.

6

Page 20: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

20 / 74

6

Page 21: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc AP101.332v01-00

PT Unida na diversidade PT

Assembleia Parlamentar Euro-Latino-AmericanaEuro-Latin American Parliamentary Assembly

Asamblea Parlamentaria Euro-LatinoamericanaAssembleia Parlamentar Euro-Latino-Americana

Parlamentarische Versammlung Europa-Lateinarmerika

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura

AP101.332v01-00

11.6.2013

ALTERAÇÕES1 - 75

Projeto de proposta de resoluçãoCo-Relator PE: Santiago Fisas Ayxela – Co-Relator LAC: Carlos Baraibar (Parlatino)(AP101.308v02-00)

Ensino formal e informal e formação contínua

6

Page 22: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

22 / 74

AP101.332v01-00 2/35 AA\936641PT.doc

PT

AM_Com_NonLegRE 6

Page 23: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 3/35 AP101.332v01-00

PT

Alteração 1Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-A (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta o Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais,

Or. es

Alteração 2Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-B (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta as Declarações proferidas nas sete Cimeiras de Chefes de Estado e de Governo da América Latina, das Caraíbas e da União Europeia, que tiveram lugar, respetivamente, no Rio de Janeiro (28 e 29 de junho de 1999), em Madrid (17 e 18 de maio de 2002), em Guadalajara (28 e 29 de maio de 2004), em Viena (11 a 13 de maio de 2006), em Lima (15 a 17 de maio de 2008), em Madrid (17 e 18 de maio de 2010) e em Santiago (26 e 27 de janeiro de 2013),

Or. es

Alteração 3Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-C (nova)

6

Page 24: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

24 / 74

AP101.332v01-00 4/35 AA\936641PT.doc

PT

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta a Convenção da UNESCO relativa à Luta contra a Discriminação no Campo do Ensino,

Or. es

Alteração 4Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-D (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta a Recomendação da UNESCO sobre o Desenvolvimento da Educação de Adultos,

Or. es

Alteração 5José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-E (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta a Declaração da XX Cimeira Ibero-Americana, a Declaração de Mar del Plata, Argentina, de 4 de dezembro de 2010 e a aprovação do projeto «Metas Educativas 2021: a educação que queremos para a geração dos bicentenários»,

Or. es

6

Page 25: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 5/35 AP101.332v01-00

PT

Alteração 6Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-F (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta a decisão 020/2011 do Conselho do Mercado Comum do Mercosul, que aprova o Plano de Ação do Setor Educativo do Mercosul 2011-2015,

Or. es

Alteração 7José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-G (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta a resolução do Parlamento Centro-Americano, de 27 de outubro de 2011, intitulada «Igualdade de Acesso à Educação de Qualidade e Solidariedade para com os Estudantes da América Latina num contexto de crise» (AP/3-CCXXXIV-2011),

Or. es

Alteração 8José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoCitação 16-H (nova)

Projeto de proposta de resolução Alteração

- Tendo em conta o n.º 14 «Aprovar o Diálogo Educativo 2021», da Declaração

6

Page 26: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

26 / 74

AP101.332v01-00 6/35 AA\936641PT.doc

PT

da XXXI Reunião Ordinária dos Chefes de Estado e de Governo dos países do Sistema de Integração Centro-Americana (SICA),

Or. es

Alteração 9Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando A

Projeto de proposta de resolução Alteração

A. Considerando que a questão da educação, para além da sua importância económica em termos de acesso ao emprego, desempenha igualmente um papel fundamental no plano social, ao constituir uma ferramenta que permite ao indivíduo desenvolver o seu potencial e participar ativamente na sociedade;

A. Considerando que a questão da educação é um direito, para além da sua importância económica em termos de acesso ao emprego, desempenha igualmente um papel fundamental no plano social, ao constituir uma ferramenta que permite ao indivíduo desenvolver o seu potencial e participar ativamente na sociedade;

Or. es

Alteração 10Eviel Pérez Magaña (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando A-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

A-A) Considerando que a educação constitui ou deve constituir um direito social gratuito e laico, sem prejuízo de outras formas de participação neste domínio;

Or. es

Alteração 11Charles Tannock (EP)

6

Page 27: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 7/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando B

Projeto de proposta de resolução Alteração

B. Considerando que a aprendizagem facilita o crescimento económico sustentável, contribuindo para a melhoria qualitativa do emprego e para uma maior coesão social;

B. Considerando que a educação e a formação são cruciais para aumentar as possibilidades de inserção no mercado laboral;

Or. en

Alteração 12Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando B

Projeto de proposta de resolução Alteração

B. Considerando que a aprendizagem facilita o crescimento económico sustentável, contribuindo para a melhoria qualitativa do emprego e para uma maior coesão social;

B. Considerando que a aprendizagem é um instrumento indispensável para alcançar a igualdade de género, o desenvolvimento humano, a igualdade social e a paz e facilita o crescimento económico sustentável, contribuindo para a melhoria qualitativa do emprego e para uma maior coesão social;

Or. es

Alteração 13José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando B-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

B-A) Considerando a necessidade de reforçar o desenvolvimento de políticas públicas que melhorem o acesso e a

6

Page 28: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

28 / 74

AP101.332v01-00 8/35 AA\936641PT.doc

PT

qualidade da educação a todos os níveis, incluindo a educação intercultural bilingue e campanhas de alfabetização nos países onde persistem elevadas taxas de analfabetismo;

Or. es

Alteração 14Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando C

Projeto de proposta de resolução Alteração

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de garantir os direitos económicos, o progresso social e a realização pessoal dos indivíduos;

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de facilitar o cumprimento e o desenvolvimento das suas plenas capacidades e outros direitos intrinsecamente relacionados com o direito à educação, o progresso social e a realização pessoal dos indivíduos;

Or. es

Alteração 15Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando C

Projeto de proposta de resolução Alteração

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de garantir os direitos económicos, o progresso social e a realização pessoal dos indivíduos;

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de acederem ao mercado de trabalho e permitir a realização pessoal dos indivíduos;

6

Page 29: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 9/35 AP101.332v01-00

PT

Or. en

Alteração 16José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando C

Projeto de proposta de resolução Alteração

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de garantir os direitos económicos, o progresso social e a realização pessoal dos indivíduos;

C. Considerando que a política de formação contínua tem como objetivo permitir a integração no sistema de ensino formal ou informal dos cidadãos adultos e jovens que abandonaram prematuramente a escola, a fim de garantir os direitos económicos, o progresso e a reinserção social e a realização pessoal dos indivíduos;

Or. es

Alteração 17Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando D

Projeto de proposta de resolução Alteração

D. Considerando que uma melhoreducação de adultos pode desempenhar um papel fundamental na integração social dos grupos mais desfavorecidos no mercado laboral, como os imigrantes e as pessoas mais idosas;

D. Considerando que a melhoria da educação dos adultos pode desempenhar um papel fundamental na integração social dos grupos mais desfavorecidos no mercado laboral, como os imigrantes e as pessoas mais idosas;

Or. es

Alteração 18José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

6

Page 30: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

30 / 74

AP101.332v01-00 10/35 AA\936641PT.doc

PT

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando D-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

D-A) Considerando que a XX Cimeira Ibero-Americana aprovou o projeto «Metas Educativas 2021: a educação que queremos para a geração dos bicentenários» e que a consecução dos seus objetivos contribuirá de forma decisiva para o desenvolvimento dos povos e o bem-estar dos cidadãos, uma vez que se trata de uma iniciativa de grande envergadura e significado para a comunidade ibero-americana de nações;

Or. es

Alteração 19José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando H

Projeto de proposta de resolução Alteração

H. Considerando que o critério de referência de qualidade fixado para 2020, em termos de participação de adultos na formação contínua, é de 15%, quando era de apenas 9,7% em 2007;

H. Considerando que o critério de referência de qualidade fixado para 2020 para a União Europeia, em termos de participação de adultos na formação contínua, é de 15%, quando era de apenas 9,7% em 2007;

Or. es

Alteração 20Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando J

6

Page 31: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 11/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resolução Alteração

J. Considerando que a questão do abandono escolar constitui um dos eixos principais da política de educação da UE; que a redução dos índices do abandono escolar e o aumento dos níveis da formação contínua constituirá sempre uma mais-valia para um país ou região;

J. Considerando que a questão do abandono escolar constitui um dos eixos principais da política de educação da UE e da América Latina; que a redução dos índices do abandono escolar e o aumentodos níveis da formação contínua constituirá sempre uma mais-valia para um país ou região;

Or. es

Alteração 21José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando J

Projeto de proposta de resolução Alteração

J. Considerando que a questão do abandono escolar constitui um dos eixos principais da política de educação da UE; que a redução dos índices do abandono escolar e o aumento dos níveis da formação contínua constituirá sempre uma mais-valia para um país ou região;

J. Considerando que a questão do abandono escolar constitui um dos eixos principais da política de educação; que a redução dos índices do abandono escolar e o aumento dos níveis da formação contínua constituirá sempre uma mais-valia para um país ou região;

Or. es

Alteração 22Santiago Fisas Ayxela (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando J

Projeto de proposta de resolução Alteração

K. Considerando que a cooperação entre a UE e a América Latina no domínio da educação é benéfica para os estudantes que participam em programas como o Erasmus Mundus, Alban ou o programaAlfa para a promoção do ensino superior

K. Considerando que a cooperação entre a UE e a América Latina no domínio da educação beneficiou os estudantes deprogramas de cooperação regional, comoo Alban e o Alfa, o programa específico de educação Erasmus Mundus;

6

Page 32: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

32 / 74

AP101.332v01-00 12/35 AA\936641PT.doc

PT

na América Latina, enquanto meio de contribuir para o desenvolvimento económico e social;

Or. es

Alteração 23José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando L

Projeto de proposta de resolução Alteração

L. Considerando que, na América Latina, cerca de 96% das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos, 82% dos jovens com idades dos 13 aos 17 anos, e 36% da faixa etária dos 18 aos 23 anos estão matriculados num estabelecimento de ensino;

L. Considerando que, na América Latina, cerca de 96% das crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anosestão matriculadas num estabelecimento de ensino, alcançando assim as metas dos Objetivos do Milénio para 2015 a este nível primário;

Or. es

Alteração 24José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando L-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

L-A) Considerando que na América Latina uma proporção muito significativa de crianças continua a abandonar prematuramente o sistema escolar e que uma elevada percentagem de adolescentes que transitam do ciclo básico para o secundário o abandonam antes de o completar, sem terem alcançado o nível educativo mínimo e as competências necessárias para sair da pobreza durante a vida ativa, deixando assim de se cumprir

6

Page 33: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 13/35 AP101.332v01-00

PT

os direitos à educação consagrados nas declarações internacionais relevantes e reproduzindo a desigualdade de oportunidades na geração seguinte;

Or. es

Alteração 25José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando N

Projeto de proposta de resolução Alteração

N. Considerando a necessidade urgente de mudar a perceção do conceito da formação contínua por parte dos cidadãos que muitas vezes consideram os que nela participam como sendo indivíduos com carências académicas;

N. Considerando a necessidade urgente de mudar a perceção do conceito da formação contínua por parte dos cidadãos que atribuem pouca importância à valorização pessoal e laboral que obtenham deste esforço;

Or. es

Alteração 26José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoConsiderando P

Projeto de proposta de resolução Alteração

P. Considerando que as disparidades geográficas e o acesso físico à infraestrutura de aprendizagem geram grandes problemas que obstam à consecução dos objetivos fixados em termos de participação das crianças, jovense adultos nos programas de ensino formal;

P. Considerando que as disparidades geográficas e o acesso físico à infraestrutura de aprendizagem geram grandes problemas que obstam à consecução dos objetivos fixados em termos de participação das crianças, adolescentes e adultos nos programas de ensino formal;

Or. es

6

Page 34: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

34 / 74

AP101.332v01-00 14/35 AA\936641PT.doc

PT

Alteração 27Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 0-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

0-A. Salienta que o direito à educação é um direito humano, conforme estabelecido na Declaração Universal dos Direitos Humanos, na Convenção dos Direitos da Criança. Recorda que este direito inclui o acesso ao ensino básico livre e obrigatório, assim como a todas as formas de educação secundária e superior disponíveis. Salienta também que, como qualquer direito humano, o direito à educação está relacionado com outros direitos humanos fundamentais, a saber, o direito à igualdade entre os homens e as mulheres, a participação igualitária na vida familiar e na sociedade, o direito a trabalhar e receber salários que contribuam para um nível de vida adequado;

Or. es

Alteração 28José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 1

Projeto de proposta de resolução Alteração

1. Reconhece a importância do ensino formal e informal, bem como da formaçãoprofissional e contínua para o desenvolvimento económico e social dos países, sublinhando que o seu êxito depende da participação ativa de todas as partes interessadas na conceção das

1. Reconhece a importância do ensino formal e informal, bem como da formação profissional e contínua para o desenvolvimento económico e social dos países, sublinhando que o seu êxito depende da participação ativa de todas as partes interessadas na conceção das

6

Page 35: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 15/35 AP101.332v01-00

PT

políticas neste domínio, bem como dos recursos financeiros consagrados à sua implementação;

políticas neste domínio, do orçamento que o Estado lhe consagre, bem como dos outros recursos financeiros consagrados à sua implementação;

Or. es

Alteração 29José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-A. Exorta os Estados-Membros e os mecanismos de cooperação birregional a aumentarem os orçamentos e as oportunidades para que a maioria dos adolescentes e jovens menores de 30 anos, que representam mais da metade da população em muitos países da América Latina e das Caraíbas, acedam e concluam a educação básica, secundária superior e superior;

Or. es

Alteração 30Luis Yáñez-Barnuevo (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-A. Reconhece os progressos realizados na América Latina e nas Caraíbas em torno no projeto «Metas Educativas2021», que pretende dar simultaneamente resposta à agenda pendente do século XX e à do século XXI, para a alcançar um nível de desenvolvimento no domínio da

6

Page 36: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

36 / 74

AP101.332v01-00 16/35 AA\936641PT.doc

PT

educação similar ao dos países desenvolvidos;

Or. es

Alteração 31Charles Tannock (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-A. Salienta que são necessários níveis de competências e de conhecimentos mais elevados para reduzir o desemprego, facilitar a mobilidade geográfica, promover a mobilidade profissional e fornecer às empresas, em especial às PME, uma força de trabalho devidamente instruída e qualificada;

Or. en

Alteração 32Santiago Fisas Ayxela (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-A. Considera essencial que se atribua um maior prestígio à formação profissional, para que os estudantes que optem por este tipo de formação obtenham um reconhecimento laboral e social justo;

Or. es

Alteração 33Eviel Pérez Magaña (Parlatino)

6

Page 37: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 17/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-A. Salienta que importa que o Estado assuma ou continue a assumir a sua responsabilidade social em matéria de educação pública, gratuita e laica;

Or. es

Alteração 34Luis Yáñez-Barnuevo (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-B (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-B. Assinala que a educação formal e informal contínua são instrumentos fundamentais para o desenvolvimento dos países e que não é possível atingir o progresso dos povos e dos seus cidadãos se, nas políticas públicas, não for dada a máxima prioridade à educação;

Or. es

Alteração 35José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 1-B (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

1-B. Recomenda que os governos prossigam a luta contra o analfabetismo, de preferência tendo em conta as línguas dos povos originários, nos países onde se continuem a verificar elevadas taxas de analfabetismo entre os adultos;

6

Page 38: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

38 / 74

AP101.332v01-00 18/35 AA\936641PT.doc

PT

Or. es

Alteração 36Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 2

Projeto de proposta de resolução Alteração

2. Insta os governos a melhorarem a coordenação entre os atores que participam nos projetos de educação de adultos, em particular as autoridades políticas que tomam as decisões a diferentes níveis, e o conjunto dos parceiros que colaboram na elaboração e execução das políticas;

2. Insta os governos a melhorarem a coordenação entre os atores públicos e privados que participam nos projetos de educação de adultos, em particular as autoridades políticas que tomam as decisões a diferentes níveis, e o conjunto dos parceiros que colaboram na elaboração e execução das políticas;

Or. en

Alteração 37Santiago Fisas Ayxela (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 3

Projeto de proposta de resolução Alteração

3. Considera que, para assegurar uma aprendizagem de qualidade, é necessário garantir a contratação de pessoal qualificado, associar-se a prestadores fiáveis e velar pela qualidade do ensino, bem como adotar métodos e materiais adaptados às necessidades dos alunos;

3. Considera que, para assegurar uma aprendizagem de qualidade, é necessário garantir a contratação de pessoal qualificado e instalações de qualidade, bem como adotar métodos e materiais adaptados às necessidades dos alunos;

Or. es

Alteração 38Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 3

6

Page 39: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 19/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resolução Alteração

3. Considera que, para assegurar uma aprendizagem de qualidade, é necessário garantir a contratação de pessoal qualificado, associar-se a prestadores fiáveis e velar pela qualidade do ensino, bem como adotar métodos e materiais adaptados às necessidades dos alunos;

3. Considera que, para promover uma aprendizagem de qualidade, é necessário garantir a contratação de pessoal qualificado, associar-se a prestadores fiáveis e velar pela qualidade do ensino, bem como adotar métodos e materiais adaptados às necessidades dos alunos;

Or. en

Alteração 39José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 4

Projeto de proposta de resolução Alteração

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos para as empresas privadas a fim de prever um orçamento adequado para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos para as empresas privadas a fim de prever um orçamento adequado para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade que fomente a investigação científica e tecnológica que ao mesmo tempo promova a avaliação sistemática da realidade nacional e internacional, bem como a monitorização das reformas e a avaliação de leis e de políticas públicas destinadas ao reforço dos sistemas educativos;

Or. es

Alteração 40Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 4

6

Page 40: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

40 / 74

AP101.332v01-00 20/35 AA\936641PT.doc

PT

Projeto de proposta de resolução Alteração

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos para as empresas privadas a fim de prever um orçamento adequado para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos a fim de prever um orçamento adequado para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

Or. es

Alteração 41Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 4

Projeto de proposta de resolução Alteração

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos para as empresas privadas a fim de prever um orçamento adequadopara a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

4. Solicita aos governos que promovam a criação de quadros jurídicos claros e de incentivos a fim de prever um orçamento e meios adequados para a criação de um sistema de formação contínua de qualidade;

Or. es

Alteração 42Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 5

Projeto de proposta de resolução Alteração

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico;

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico, uma maior inclusão social, facilitando assim a integração social, especialmente das pessoas em risco de

6

Page 41: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 21/35 AP101.332v01-00

PT

exclusão, como os imigrantes, as minorias étnicas, as pessoas com deficiência, etc.;

Or. es

Alteração 43José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 5

Projeto de proposta de resolução Alteração

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico;

5. Insiste na importância de desenvolver políticas educativas dirigidas ao reforço dos programas de formação técnica especializada e dos sistemas de formação contínua às necessidades do mercado laboral;

Or. es

Alteração 44Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 5

Projeto de proposta de resolução Alteração

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico;

5. Insiste na importância de adequar melhor os programas de formação profissional e contínua às necessidades do mercado laboral, fomentando uma maior interação entre os mundos laboral e académico e combatendo o desemprego estrutural;

Or. en

Alteração 45Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resolução

6

Page 42: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

42 / 74

AP101.332v01-00 22/35 AA\936641PT.doc

PT

N.º 5-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

5-A. Realça a necessidade da orientação escolar e profissional para ajudar estudantes, estagiários e trabalhadores a identificarem o percurso educativo e formativo que melhor se adapta aos seus interesses e às suas aptidões e reconhece que a antecipação das tendências do mercado laboral pode ser muito útil para todos os atores envolvidos direcionarem melhor as suas ações e fazerem escolhas esclarecidas;

Or. en

Alteração 46José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 5-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

5-A. Apela à realização de estudos para avaliar a incidência real dos programas de ensino no desenvolvimento humano sustentável e nos processos de integração, assim como à identificação de alternativas e necessidades para responder à procura do mercado laboral, e eventualmente, modificar e/ou abrir em consequência novos espaços educativos;

Or. es

Alteração 47José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resolução

6

Page 43: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 23/35 AP101.332v01-00

PT

N.° 6

Projeto de proposta de resolução Alteração

6. Insta os países a continuarem a promover o reconhecimento do ensino não formal e informal, atendendo a que foi já claramente demonstrado que o reconhecimento das competências adquiridas de forma informal permite uma melhor integração no mercado laboral;

6. Insta os países a desenvolverem políticas e programas específicos para o reconhecimento do ensino não formal e informal, com vista a que sejam reconhecidos, atendendo a que foi já claramente demonstrado que o reconhecimento das competências adquiridas de forma informal permite uma melhor integração no mercado laboral;

Or. es

Alteração 48Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 7

Projeto de proposta de resolução Alteração

7. Insta os Governos a incentivarem os trabalhadores a participar voluntária e sistematicamente na formação contínua, verificando em permanência quais são as qualificações necessárias para aceder com êxito ao mercado laboral;

7. Insta os governos a incentivarem os atores sociais (trabalhadores, empresários e sindicatos) a desenvolverem voluntária e sistematicamente mecanismos de formação contínua, ajustando em permanência as qualificações necessárias para aceder com êxito ao mercado laboral e melhorarem assim as suas condições de vida;

Or. es

Alteração 49José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 7

Projeto de proposta de resolução Alteração

7. Insta os Governos a incentivarem os 7. Exorta os governos a incentivarem os

6

Page 44: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

44 / 74

AP101.332v01-00 24/35 AA\936641PT.doc

PT

trabalhadores a participar voluntária e sistematicamente na formação contínua, verificando em permanência quais são as qualificações necessárias para aceder com êxito ao mercado laboral;

trabalhadores a participar voluntária e sistematicamente na formação contínua ou superior, verificando em permanência quais são as qualificações;

Or. es

Alteração 50Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 8

Projeto de proposta de resolução Alteração

8. Assinala que deve ser feito um esforço para criar uma cultura de aprendizagem que motive os alunos e aumente os seusníveis de participação, pondo em relevo a necessidade de aprender em qualquer idade;

8. Assinala a importância de desenvolveruma cultura de aprendizagem com vista a motivar e aumentar os níveis de participação e de interação dos alunos durante o seu processo educativo, assim como de incentivar o acesso à educação a todas as faixas etárias;

Or. es

Alteração 51José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 10

Projeto de proposta de resolução Alteração

10. Considera ser necessário tornar mais acessíveis as ofertas de formação, em particular criando novos centros locais de formação nos locais de trabalho e facilitando a aprendizagem no contexto laboral;

10. Considera ser necessário tornar mais acessíveis a todos os grupos da população as ofertas de formação e de formação contínua, em particular criando novos centros locais de formação nos locais de trabalho e facilitando a aprendizagem no contexto laboral;

Or. es

6

Page 45: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 25/35 AP101.332v01-00

PT

Alteração 52Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 10-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

10-A. Assinala a importância da escola pública na formação a todos os níveis, incluindo a formação contínua. Considera ser necessário dotar a escola pública de recursos suficientes, em termos de meios e de pessoal educativo de qualidade, de modo a garantir o direito à educação e o acesso equitativo a todos os grupos da população;

Or. es

Alteração 53José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 12

Projeto de proposta de resolução Alteração

12. Considera que os governos deveriam tomar consciência do facto de os Sistemas Nacionais de Qualificações estarem intrinsecamente ligados aos programas de ensino para adultos, sendo, por conseguinte, necessário adotar medidas no sentido de que o acesso à formação contínua seja facilitado por esses sistemas;

Suprimido

Or. es

Alteração 54José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales

6

Page 46: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

46 / 74

AP101.332v01-00 26/35 AA\936641PT.doc

PT

Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 13

Projeto de proposta de resolução Alteração

13. Convida os Estados-Membros a simplificarem os processos dereconhecimento de qualificações profissionais obtidas no estrangeiro, permitindo que as competências profissionais sejam comprovadas não apenas por certificados formais, mas também por amostras de trabalhos realizados, exames práticos e teóricos e avaliações de peritos;

13. Convida os Estados-Membros a reforçarem e/ou atualizarem os dispositivos jurídicos, para simplificar os processos intra e interregionais de reconhecimento de qualificações profissionais obtidas no estrangeiro, permitindo que as competências profissionais sejam comprovadas por certificados formais, por amostras de trabalhos realizados, exames práticos e teóricos e avaliações de peritos;

Or. es

Alteração 55José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 14

Projeto de proposta de resolução Alteração

14. Solicita aos Estados que desenvolvam sistemas de reconhecimento e validação dos resultados da aprendizagem, baseados em princípios comuns, que permitam avaliar e valorizar a aprendizagem, incluindo o desenvolvimento dos sistemas de reconhecimento das competências já adquiridas;

Suprimido

Or. es

Alteração 56Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 14

6

Page 47: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 27/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resolução Alteração

14. Solicita aos Estados que desenvolvam sistemas de reconhecimento e validação dos resultados da aprendizagem, baseados em princípios comuns, que permitam avaliar e valorizar a aprendizagem, incluindo o desenvolvimento dos sistemas de reconhecimento das competências já adquiridas;

14. Solicita aos Estados e às universidades latino-americanas que desenvolvam sistemas de reconhecimento e validação dos resultados da aprendizagem com base em créditos que permitam avaliar e valorizar a aprendizagem, incluindo o desenvolvimento dos sistemas de reconhecimento das competências já adquiridas, com vista a incentivar a mobilidade académica regional;

Or. en

Alteração 57Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 15

Projeto de proposta de resolução Alteração

15. Recorda que os sistemas de ensino devem ter em consideração o envelhecimento da população europeia, pelo que os Estados se devem comprometer a reduzir o abandono escolar e a aumentar o nível de habilitações das pessoas pouco qualificadas e maiores de quarenta anos;

15. Recorda que os sistemas de ensino devem ter em consideração o envelhecimento da população europeia e, como consequência, a sustentabilidade do Estado-Providência, pelo que os Estados se devem comprometer a desenvolver políticas para integrar o maior número de pessoas possível no mercado laboral. Para tal, é prioritário combater o abandono escolar e melhorar o nível de habilitações das pessoas com maior risco de exclusão do mercado laboral (trabalhadores com poucas qualificações, jovens, mulheres, e pessoas com mais de quarenta anos, desempregados de longa duração), com vista a facilitar o acesso ao mesmo;

Or. es

6

Page 48: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

48 / 74

AP101.332v01-00 28/35 AA\936641PT.doc

PT

Alteração 58José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 16

Projeto de proposta de resolução Alteração

16. Recomenda aos países que elaborem programas de ensino para adultos mais equitativos, especialmente orientados para as pessoas menos qualificadas, os idosos, os deficientes e os habitantes de zonas isoladas;

16. Recomenda aos países que elaborem programas de ensino para adultos que contribuam para a reinserção social e laboral, mais equitativos, especialmente orientados para os jovens que não estudam nem trabalham, as pessoas menos qualificadas, os idosos, os deficientes e os habitantes de zonas isoladas;

Or. es

Alteração 59Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 16-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

16-A. Recorda que as mulheres são desfavorecidas em termos de participação no mercado laboral, pelo que solicita, neste sentido, que os governos e as empresas contribuam para a definição de políticas de formação contínua que promovam a igualdade de acesso ao mercado de trabalho, a luta contra as desigualdades salariais, que permitam conciliar a vida familiar e profissional e promovam uma maior representação das mulheres em postos de direção;

Or. es

Alteração 60Inés Ayala Sender (PE)

6

Page 49: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 29/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 17

Projeto de proposta de resolução Alteração

17. Considera, no que respeita às medidas corretivas, que se deve promover o desenvolvimento do conceito de educação de segunda oportunidade, que foi introduzido com o objetivo de combater a exclusão social das pessoas que abandonaram a escola sem conhecimentos suficientes para lhes permitir uma integração plena nomercado de trabalho;

17. Considera que se deve facilitar o acesso ao sistema educativo em qualquer momento, em particular às pessoas que abandonaram o sistema educativo e que enfrentam dificuldades para integrar o mercado de trabalho;

Or. es

Alteração 61Inés Ayala Sender (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 17-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

17-A. Recorda que, não obstante as conquistas alcançadas na última década na redução do analfabetismo, determinados países continuam a apresentar taxas de analfabetismo inaceitáveis, em particular entre os grupos etários mais elevados, grupos étnicos minoritários e a população com menos recursos. Convida os Estados a dedicarem uma atenção particular à erradicação do analfabetismo e à melhoria do acesso à oferta de formação a todos os grupos da população;

Or. es

Alteração 62Inés Ayala Sender (PE)

6

Page 50: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

50 / 74

AP101.332v01-00 30/35 AA\936641PT.doc

PT

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 18

Projeto de proposta de resolução Alteração

18. Propõe a criação de incentivos financeiros para as pessoas que se encontram fora do sistema educativo, sob a forma de apoio financeiro direto, incentivos fiscais ou licenças para formação;

18. Propõe a criação de incentivos para as pessoas que se encontram fora do sistema educativo, sob a forma de apoio financeiro direto, através de bolsas de estudo, bolsas para a realização de estágios em empresas, incentivos fiscais ou licenças para formação;

Or. es

Alteração 63José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 18

Projeto de proposta de resolução Alteração

18. Propõe a criação de incentivos financeiros para as pessoas que se encontram fora do sistema educativo, sob a forma de apoio financeiro direto, incentivos fiscais ou licenças para formação;

18. Propõe a criação de incentivos económicos e financeiros para as pessoas que se encontram fora do sistema educativo, sob a forma de apoio financeiro direto, incentivos fiscais ou licenças para formação;

Or. es

Alteração 64Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 19

Projeto de proposta de resolução Alteração

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos

6

Page 51: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 31/35 AP101.332v01-00

PT

que se encontram na sua origem; que se encontram na sua origem, fazendo todos os esforços para compreender os fatores sociais, económicos e outros que estão na origem do abandono escolar, por forma a reduzir a recorrência do fenómeno na educação;

Or. es

Alteração 65Santiago Fisas Ayxela (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 19

Projeto de proposta de resolução Alteração

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos que se encontram na sua origem;

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos que se encontram na sua origem; considera necessário lutar em particular contra o abandono escolar entra as raparigas nos países onde a sua escolarização ainda tende a terminar prematuramente;

Or. es

Alteração 66José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 19

Projeto de proposta de resolução Alteração

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos que se encontram na sua origem;

19. Assinala a necessidade de adotar uma abordagem preventiva para combater o abandono escolar, focalizada nos motivos que se encontram na sua origem, tendo presente a influência no desenvolvimento das pessoas, mas também dos países e das regiões;

6

Page 52: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

52 / 74

AP101.332v01-00 32/35 AA\936641PT.doc

PT

Or. es

Alteração 67José Octavio Huerta, Sonia Segura Varsoly, Ana María Acevedo, Carlos Morales Estupinian (Parlacen)

Projeto de proposta de resoluçãoN.° 20

Projeto de proposta de resolução Alteração

20. Insiste na necessidade de prestar um apoio concreto aos jovens para prosseguirem os seus estudos, em particular no atual contexto de crise económica em que o aumento dos níveis de pobreza se traduz num maior abandono escolar;

20. Insiste na necessidade de prestar um apoio concreto aos jovens para prosseguirem os seus estudos, em que o aumento dos níveis de pobreza se traduz num maior abandono escolar;

Or. es

Alteração 68Luis Yáñez-Barnuevo (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-A. Apela a uma maior cooperação entre a América Latina, as Caraíbas e a União Europeia no domínio da educação, com vista a alargar a cooperação recíproca, a aprender com as experiências de sucesso e a favorecer a aproximação e o intercâmbio de estudantes, professores e investigadores;

Or. es

Alteração 69Nancy Susana González (Parlatino)

6

Page 53: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 33/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-A. Considera extremamente importante a introdução das denominadas tecnologias da informação e da comunicação (TIC), tanto para o ensino como para a formação de docentes, uma vez que a sociedade da informação requer alunos e professores capazes de evoluir num contexto ultra mediatizado em constante evolução tecnológica;

Or. es

Alteração 70Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-B (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-B Solicita que se ponha termo aos modelos de ensino assentes na reprodução de uma sociedade patriarcal, na qual as mulheres são destinadas a desempenhar um papel doméstico e defende a garantia de uma educação universal de qualidade, capaz de manter as jovens grávidas no sistema educativo;

Or. es

Alteração 71Nancy Susana González (Parlatino)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-C (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-C. Reconhece a importância dos

6

Page 54: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

54 / 74

AP101.332v01-00 34/35 AA\936641PT.doc

PT

subsídios estatais universais, mediante os quais, em contrapartida da concessão de um montante de natureza não remuneratória, se exige que os pais assumam obrigações em matéria de saúde e de educação dos seus filhos;

Or. es

Alteração 72Santiago Fisas Ayxela (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-A. Considera necessário fomentar a utilização de novas tecnologias no ensino, em especial entre os adultos, para que se possam adaptar mais facilmente ao novo contexto global;

Or. es

Alteração 73Charles Tannock (EP)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-A (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-A. Salienta a importância e a necessidade de internacionalizar as universidades e de promover a mobilidade académica e o intercâmbio de estudantes e investigadores;

Or. en

Alteração 74Charles Tannock (EP)

6

Page 55: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

AA\936641PT.doc 35/35 AP101.332v01-00

PT

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 21-B (novo)

Projeto de proposta de resolução Alteração

21-B. Considera que o aumento das competências em línguas estrangeiras é essencial para preparar os estudantes para o mercado de trabalho globalizado e alcançar níveis de mobilidade profissional mais elevados;

Or. en

Alteração 75Marielle de Sarnez (PE)

Projeto de proposta de resoluçãoN.º 22

Projeto de proposta de resolução Alteração

22. Solicita, tendo em conta o êxito obtido com a implementação dos programas de cooperação no domínio da educação, como o Erasmus Mundus, o Alban e o Alfa, que se promova e reforce a cooperação entre a UE e a América Latina nesta área, a fim de reforçar o intercâmbio de estudantes entre ambas as regiões;

22. Salienta a boa implementação dos programas europeus de cooperação no domínio da educação, como o Erasmus Mundus, o Alban e o Alfa; exorta, por conseguinte, a que se promova e reforce a cooperação entre a UE e a América Latina nesta área, a fim de desenvolver o intercâmbio entre ambas as regiões; apoia os objetivos e as orientações do novo programa proposto pela Comissão «Erasmus para Todos»; solicita, neste contexto, a continuidade do programa ao nível dos seus princípios e da sua denominação;

Or. fr

6

Page 56: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

56 / 74

6

Page 57: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940344PT.doc AP101.343v01-00

PT Unida na diversidade PT

Euro-Latin American Parliamentary AssemblyAssemblée Parlementaire Euro-Latino-AméricaineAsamblea Parlamentaria Euro-LatinoamericanaAssembleia parlamentar Euro-Latino-AmericanaParlamentarische Versammlung EuropaLateinamerika

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Infância, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura

17.6.2013

DOCUMENTO DE TRABALHOO Feminicídio na União Europeia e América Latina

Relator PE: Raül Romeva i Rueda

7

Page 58: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

58 / 74

AP101.343v01-00 2/10 DT\940344PT.doc

PT

I. Introdução - Feminicídio: uma realidade que se tornou visível

Os homicídios são crimes graves em todos os países: no plano individual, violam o direito à vida e, no plano social, as suas graves consequências incluem o sofrimento resultante da perda humana e a sentimento de insegurança da população, que corrói o capital social e humano, bem como o desenvolvimento comunitário1. No caso dos feminicídios, essas consequências severas são agravadas pela discriminação contra as mulheres que esses atos refletem, reforçando os estereótipos de género, tanto no crimes como na frequente falta de resposta adequada do Estado para a prevenção, investigação e punição dos crimes, com implicações diretas para as famílias, especialmente as filhas e os filhos das vítimas, entre outros.

O termo femicide foi utilizado para identificar e denunciar os assassinatos de mulheres em razão do género a partir do início da década de 19902, atingindo maior repercussão e desenvolvimento na América Latina durante os últimos vinte anos, tendo sido traduzido por feminicídio. Nos últimos anos, este conceito começou a ser utilizado igualmente em países europeus, como Espanha e Itália3.

Os feminicídios incluem casos graves de desaparecimento, violência sexual e assassinato de mulheres e raparigas em determinadas regiões do México e da América Central, caracterizados pela impunidade e denunciados pelo movimento de mulheres a partir do início da década de 1990, não se limitando, contudo a esses casos. Os feminicídios englobam, igualmente, o assassinato de mulheres e raparigas que ocorrem, de maneira generalizada, noutros países da América Latina, bem como na Europa e no resto do mundo, cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das vítimas ou por agressores sexuais desconhecidos. A maior parte dos homicídios de mulheres no mundo são feminicídios4.

O feminicídio consiste na forma mais extrema de violência contra as mulheres na cultura patriarcal, constituindo o culminar de atos contínuos de violência que incluem diversas formas de maus tratos, assédio e violência sexual e que afetam as mulheres de maneira generalizada e transversal, em diversos contextos e cenários. Estes crimes reforçam a ideia de que as 1 Ganpat, Soenita; Granath, Sven; Hagstedt, Johanna; Kivivuori, Janne; Lehti, Martti; Liem, Marieke y Nieuwbeerta, Paul (2011). Homicide in Finland, the Netherlands and Sweden. A First Study on the European Homicide Monitor Data. Conselho Nacional para a Prevenção da Criminalidade na Suécia, Instituto Nacional de Investigação da Política de Direito e Instituto do Direito Penal e da Criminologia da Universidade de Leiden, p. 10. 2 Russell, Diana e Caputi, Jane (1990). Femicide: Speaking the unspeakable. Ms., Septiembre-Octubre / 1990, p. 34 – 37. Diana Russell já utilizara o termo femicide em 1976 no Tribunal Internacional de Crimes contra as Mulheres (Russell, Diana e Van de Ven, Nicole (1976). Crimes against women. Proceedings of the international tribunal, Les Femmes Pub, Millbrae – Califórnia).3 Vejamos alguns exemplos: Adolfi, Laura; Giusti, Sara; Breveglieri, Agnese; Ottaviani, Elisa; Karadole, Cristina; Venneri,Virginia e Verucci, Cinzia (2010). Il costo di essere dona: Indagini sul femicidio in Italia. I dati del 2010. Casa delle donne per non subire violenza di Bologna; Spinelli, Barbara (2006). Violenza Sulle Donne: Parliamo di Femminicidio. Spunti di riflessione per affrontare a livello globale il problema della violenza sulle donne con una prospettiva di genere. Giuristi Democratici; Instituto Centro Reina Sofía (ICRS) (2010), 3.º Relatório Internacional. Violencia contra la mujer en las relaciones de pareja. Estadísticas y Legislación, Série Documentos 16, Conselho Geral do Poder Judicial (CGPJ), Espanha (2011). Informe sobre víctimas mortales de la violencia de género y de la violencia doméstica en el ámbito de la pareja o ex pareja en 2011.4 Gabinete das Nações Unidas para a Droga e a Criminalidade (UNODC) (2011), Global Study on Homicide 2011. Trends, contexts, data.

7

Page 59: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940344PT.doc 3/10 AP101.343v01-00

PT

mulheres são propriedade dos homens ou objetos sexuais.

O feminicídio constitui um indicador determinante da realidade de violência contra as mulheres nos diferentes países, cuja extrema gravidade exige respostas políticas e instrumentos adequados e coordenados nesses países, incluindo o trabalho dos poderes legislativos, no âmbito do qual é fundamental o trabalho da Assembleia Parlamentar Eurolat.

II. Denúncia social e respostas dos Estados-Membros ao feminicídio

Desde os casos dramáticos de Ciudad Juárez, México, a denúncia global dos feminicídios deu lugar à visibilidade do fenómeno em muitos países. A força política exercida pela denúncia do feminicídio reside no facto de evidenciar o caráter extremo da violência contra as mulheres, que chega a violar o direito à vida das mesmas, violação essa que, na grande maioria dos casos, poderia ser evitada através de instrumentos de prevenção e proteção adequados.

Na América Latina, a particular coordenação do movimento das mulheres deu origem à elaboração dos primeiros relatórios e estudos sobre este fenómeno em diversos países no início da década passada, que demonstraram que o feminicídio não é um fenómeno homogéneo no continente americano.

Em alguns países, especialmente na América Central e no México, a forte presença de criminalidade organizada, a violência armada e a debilidade dos sistemas de justiça constituem um contexto propício para o aumento da intensidade, massificação e a impunidade dos crimes contra as mulheres. Apesar de se ter registado um aumento do número de homens assassinados nos últimos anos, o número de mulheres assassinadas ocorre em proporções muito maiores do que o de homens1.

A situação de extrema violência nestes países, à semelhança de outros conflitos armados, aumenta e intensifica a violência estrutural que as mulheres enfrentam. Em contexto de extrema violência, a crueldade contra as mulheres apresenta conotações simbólicas no seio dos grupos armados, onde as mulheres são o alvo preferencial da sua crueldade. Todavia, mesmo não pertencendo a grupos armados, é possível, em contexto de extrema violência, ter facilmente acesso a armas e fazer uso das mesmas na esfera doméstica contra as mulheres, beneficiando igualmente da fraca atuação dos sistemas de justiça e da consequente impunidade.

Noutros países da América Latina, como Chile, Argentina ou Peru, os feminicídios são principalmente cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das mulheres, muitas vezes depois de anos de maus tratos. Estes casos confirmam as deficiências das medidas adotadas com vista à prevenção desta forma de violência extrema contra as mulheres e à proteção das mulheres em risco.

Também na Europa os feminicídios são objeto de uma atenção cada vez maior, com diversas designações, ainda que muitas vezes a pouca informação existente apenas inclua assassinatos

1 Carcedo, Ana (coord.) (2010), No olvidamos ni aceptamos: Femicidio en Centroamérica 2000-2006, San José, Costa Rica. Asociación Centro Feminista de Información y Acción (CEFEMINA).

7

Page 60: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

60 / 74

AP101.343v01-00 4/10 DT\940344PT.doc

PT

cometidos por parceiros ou ex-parceiros1. Embora os homicídios na Europa apresentem uma tendência para diminuir nos últimos anos, no que diz respeito aos homicídios na esfera doméstica, que são os que mais afetam as mulheres, não se regista uma diminuição2. Metade das mulheres assassinadas na Alemanha foram mortas pelas mãos dos seus parceiros ou ex-parceiros3 e em França o número de mulheres assassinadas por «violência conjugal»aumentou no último ano em mais de 20 %4. Em Itália, também as organizações feministas denunciam um aumento constante dos assassinatos de mulheres nos últimos anos5.

O termo feminicídio começou a ser utilizado pelo ativismo feminista em países como Espanha e Itália, denunciando a falta de eficácia das medidas adotadas até à data pelos Estados-Membros destinadas à prevenção e à erradicação deste fenómeno. O termo foi igualmente utilizado nas recomendações da Relatora Especial das Nações Unidas sobre a Violência contra as Mulheres, em Itália, em 20126.

A denúncia do feminicídio tanto na América Latina como na Europa conta com um forte apoio do direito internacional. Inúmeros instrumentos, declarações, conferências e resoluções de organismos internacionais nesta matéria, tanto a nível mundial como regional, abordam a discriminação e a violência contra as mulheres7. Os tratados específicos sobre a violência contra as mulheres, que foram adotados tanto no continente americano como no europeu, são particularmente importantes: a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará), adotada pela Organização dos Estados Americanos em 1994, e a Convenção do Conselho da Europa relativa à prevenção e ao combate à violência contra as mulheres e à violência doméstica (Convenção de Istambul), adotada em 2011, que ainda não foi objeto das ratificações necessárias para a sua entrada em vigor.

Na América Latina, a Convenção de Belém do Pará contém obrigações específicas para os Estados Partes, que devem agir com a devida diligência a fim de prevenir, punir e erradicar a violência contra as mulheres, tanto na esfera pública como privada. Além disso, vários organismos internacionais de direitos humanos aprofundaram as recomendações específicas efetuadas aos Estados sobre o feminicídio, nomeadamente a Relatora Especial das Nações

1 Por exemplo, em Espanha, para esta situação utiliza-se a expressão «violência de género» e, em França, «violência conjugal».2 UNODC (2011), op. cit. p. 60. 3 De acordo com os números fornecidos pela Polícia Federal Criminal (BKA) relativos a 2011: de 313 mulheres assassinadas, 154 foram mortas pelos seus parceiros ou ex-parceiros. O relatório relativo a 2011 (divulgado em 2012) é o primeiro em que a BKA fornece informações sobre a relação entre a vítima e o seu assassino no contexto do homicídio.4 Passando de 122 mulheres assassinadas por violência conjugal em 2011 para 148 em 2012, de acordo com os dados do Ministério do Interior divulgados em junho de 2013.5 Passando de 84 casos em 2005 para 120 em 2011, de acordo com os casos comunicados pela imprensa.6 Report of the Special Rapporteur on violence against women, its causes and consequences, Rashida Manjoo. Addendum: Mission to Italy (15 de junho de 2012). A/HRC/20/16/Add.27 Já em 1992, o Comité para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres, na sua Observação Geral n.º 19, reconheceu que a violência contra as mulheres constitui uma forma de discriminação de acordo com os termos da Convenção para a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), adotada em 1979. Além disso, a Declaração das Nações Unidas para a eliminação da violência contra as mulheres foi adotada em 1993 e a violência contra as mulheres foi abordada na Declaração e no Programa de Ação de Pequim, em 1995. Desde então, multiplicaram-se as referências à violência contra as mulheres em vários instrumentos internacionais.

7

Page 61: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940344PT.doc 5/10 AP101.343v01-00

PT

Unidas sobre a Violência contra as Mulheres, a Relatora Especial sobre os Direitos da Mulher da Comissão Interamericana dos Direitos Humanos, a Comissão dos Direitos Humanos e a Convenção CEDAW, especialmente nos países em que as mortes de mulheres se somam à passividade e negligência dos intervenientes públicos, resultando na impunidade.

A sentença do Tribunal Interamericano dos Direitos do Homem no processo «Campo Algodonero»1 foi fundamental para definir as obrigações específicas dos Estados em relação à prevenção, investigação, punição e indemnização dos casos de homicídios de mulheres em razão do género e reconhecer a responsabilidade dos Estados-Membros pela falta de respostas dos sistemas de justiça face aos crimes que afetam as mulheres, bem como as medidas que devem ser adotadas nesta matéria.

Esta situação, juntamente com o ativismo constante do movimento das mulheres no âmbito destes crimes, levou a que, em apenas seis anos, mais de uma dezena de países da América Latina tenha aprovado legislação específica em matéria de punição do feminicídio2. Em alguns casos, como na Guatemala, foram criados igualmente tribunais especiais para os crimes de violência contra as mulheres.

Na Europa, registaram-se progressos na criação de instrumentos para fazer face à violência contra as mulheres nas suas diversas formas. Além de instrumentos específicos para fazer face à violência contra as mulheres3, a União Europeia aprovou normas que pretendem dar resposta especialmente às necessidades das mulheres vítimas de violência em razão do género, em regulamentações como a Diretiva Europeia relativa às vítimas da criminalidade4 e a Diretiva relativa à decisão europeia de proteção5. A Convenção de Istambul, adotada em 2011, será o primeiro tratado internacional nesta matéria a nível europeu, equivalente à Convenção de Belém do Pará a nível interamericano, apesar de ainda não ter sido objeto das ratificações necessárias para entrar em vigor. Esta Convenção contém obrigações específicas para os Estados-Membros em relação à violência contra as mulheres e raparigas, constituindo a base comum que permitirá a adoção de legislação e políticas análogas nos vários países.

1 Tribunal Interamericano dos Direitos do Homem, Processo González e otras vs. México («Campo Algodonero»), de 16 de novembro de 2009.2 Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Chile, Salvador, Peru, Nicarágua, Honduras, México (e mais 20 entidades federais mexicanas), Argentina e Bolívia.3 Como a Recomendação do Conselho de Ministros aos Estados-Membros do Conselho da Europa Rec(2002) sobre a proteção das mulheres contra a violência (adotada em 30 de abril de 2002). Disponível em http://www.coe.int/t/dghl/standardsetting/equality/03themes/violence-against-women/Rec(2002)5_portuguese.pdf Além disso, em 8 de dezembro de 2008, o Conselho de Assuntos Gerais aprovou diretrizes sobre a violência contra as mulheres e a luta contra todas as formas de discriminação contra as mesmas. Disponível em http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cmsUpload/pt_web.pdf.4 Diretiva 2012/29/UE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 25 de outubro de 2012,que estabelece normas mínimas relativas aos direitos, ao apoio e à proteção das vítimas da criminalidade e que substitui a Decisão-Quadro 2001/220/JAI do Conselho.5 Diretiva 2011/99/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 13 de dezembro de 2011, relativa à decisão europeia de proteção.

7

Page 62: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

62 / 74

AP101.343v01-00 6/10 DT\940344PT.doc

PT

O Parlamento Europeu também agiu proativamente na questão da violência contra as mulheres, aprovando resoluções ou declarações com regularidade1, expressando nomeadamente, a sua preocupação e evidenciando a importância da ação da União Europeia relativamente aos feminicídios ocorridos na América Latina, especialmente no México e na América Central2. Também a Declaração da Alta Representante da União, Catherine Ashton, em nome da União Europeia, sobre o feminicídio, em 2010, abordou especificamente o tema3.

Tanto a América Latina como a Europa lograram importantes avanços em resultado da denúncia e do ativismo. Não obstante, a realidade mostra que os instrumentos até agora existentes se revelam insuficientes para deter o flagelo dos feminicídios.

III. A persistência do problema e a urgência de novas estratégias

Embora exista uma tendência para a redução dos homicídios nas últimas décadas em termos globais – apesar de o fenómeno ser inverso nos vários países da América Latina –, tal não se verifica no caso dos homicídios das mulheres. Ainda que os homicídios de mulheres representem uma minoria na totalidade dos homicídios, as mulheres são as principais vítimas dos homicídios cometidos no contexto das relações familiares ou entre parceiros e estes crimes não tendem a diminuir com o passar dos anos, a nível global4. Este aumento relativo constitui um fenómeno global, embora apresente diferentes características e dimensões nos vários países.

O facto de existir cada vez mais informação e de se verificar um agravamento dos casos levou a que os homicídios de mulheres em razão do género, ou feminicídios, fossem especificamente abordados em documentos recentes de organismos das Nações Unidas5, como o relatório de 2012 da Relatora Especial sobre a Violência contra as Mulheres, Rashida Manjoo, relativo à reunião do grupo de peritos/as sobre os homicídios de mulheres em razão do género6. Na América Latina, embora a aprovação de legislação em matéria de feminicídio represente um avanço no reconhecimento da gravidade e das características particulares destes crimes, 1 Por exemplo, a Resolução do Parlamento Europeu, de 5 de abril de 2011, sobre prioridades e definição de um novo quadro político comunitário em matéria de combate à violência contra as mulheres (2010/2209(INI) (2012/C 296 E/04), a Resolução do Parlamento Europeu, de 26 de novembro de 2009, sobre a eliminação da violência contra as mulheres (2010/C 285 E/07) e a Declaração do Parlamento Europeu, de 9 de setembro de 2010, sobre a criação de um Ano Europeu de Recusa Total da Violência contra as Mulheres (2011/C 308 E/18).2 Resolução do Parlamento Europeu, de 11 de outubro de 2007, sobre os assassinatos de mulheres («feminicídios») na América Central e no México, e o papel da União Europeia na luta contra este fenómeno (2007/2025(INI))3 Declaração da Alta Representante da União, Catherine Ashton, em nome da União Europeia, sobre o feminicídio (junho 2010) http://www.consilium.europa.eu/uedocs/cms_data/docs/pressdata/es/cfsp/115603.pdf4 UNODC (2011), op. cit. p. 60. 5 Tal como o «Estudo aprofundado sobre todas as formas de violência contra a mulher», do Secretário-Geral das Nações Unidas (A/61/122/Add.1), a Convenção CEDAW e a Relatora Especial das Nações Unidas sobre a Violência contra as Mulheres. 6 Conselho dos Direitos do Homem das Nações Unidas (2012). Relatório da Relatora Especial sobre e Violência contra as Mulheres, as suas causa e consequências, Rashida Manjoo. Aditamento de: Relatório resumido da reunião do grupo de peritos sobre os assassinatos de mulheres em razão do género, 16 de maio de 2012, A/HRC/20/16/Add.4 http://www.ohchr.org/Documents/HRBodies/HRCouncil/RegularSession/Session20/A-HRC-20-16-Add4_en.pdf

7

Page 63: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940344PT.doc 7/10 AP101.343v01-00

PT

não constitui por si só uma garantia da aplicação de políticas públicas necessárias para contribuir para a prevenção e a erradicação deste fenómeno. A maior parte das leis aprovadas não contemplam medidas de prevenção nem políticas públicas que permitam a investigação, a punição e a erradicação deste fenómeno. Em muitos casos, apenas são punidos os feminicídios cometidos por parceiros ou ex-parceiros, sendo excluídos os crimes cometidos por agressores sexuais e inclusivamente, em alguns casos, o delito é criminalizado de forma tão limitada que não permite uma aplicação prática. Além disso, em vários países, estes criminosos continuam a poder beneficiar de fatores atenuantes como «emoção violenta» ou ciúmes.

A fim de reduzir a impunidade, que constitui um problema suplementar em vários países da região, afigura-se imprescindível abordar igualmente os problemas estruturais dos sistemas de justiça, como a atuação negligente dos organismos policiais e judiciais envolvidos nas investigações. Estes aspetos não se resolvem apenas com a criminalização do feminicídio.

Na Europa, existem ainda lacunas na obtenção de informações completas e comparáveis sobre os homicídios de mulheres por razões de género. Apesar de os vários países apresentarem dados estatísticos sobre homicídios, estes não são suficientes no que diz respeito aos homicídios de mulheres, impossibilitando a identificação de todos os casos em que os crimes são cometidos em razão do género. Esta situação verifica-se inclusivamente em Espanha, onde são registados oficialmente os homicídios de mulheres cometidos por parceiros ou ex-parceiros, excluindo outros tipos de mortes em razão do género. Por este motivo, as organizações feministas afirmam que o número total de feminicídios é quase o dobro do número oficialmente reconhecido1. A falta de informação completa sobre estes casos impede a adoção de políticas e medidas preventivas adequadas e baseadas na realidade, especialmente considerando que os crimes cometidos pelos parceiros ou ex-parceiros das mulheres são, sem dúvida, mais facilmente prevenidos ou evitados do que outras mortes resultantes da violência social.

As atuais políticas de ajustamento estrutural nos vários países da União Europeia facilitam a violação dos direitos, afetando gravemente as políticas de prevenção e atenção à violência contra as mulheres2. As perdas não ocorrem apenas a nível dos recursos económicos, mas também dos recursos humanos, já que a saída de pessoal especializado dificilmente se recupera.

IV. Desafios para a União Europeia e a América Latina

O feminicídio, enquanto expressão máxima das diversas formas violência contra as mulheres, é uma das mais dramáticas manifestações da profunda e persistente discriminação das

1 Laporta, Elena (2013). Espanha. Una restringida acepción de la «violencia de género» y los feminicidios. Em: Heinrich Böll Stiftung-União Europeia, Feminicídio: Un fenómeno global. De Madrid a Santiago.http://www.boell.eu/downloads/Feminicide_ES_new_.pdf2 Em Espanha: a plataforma «Impacto de Género» denuncia, sobre o orçamento de Estado de 2013, que «as políticas de igualdade sofrem um corte de 24 % em comparação com 2012; quase o triplo da média dos ministérios (8,9 %) e a luta contra a violência em razão do género (7 %). Se comparado com 2011, o corte ascende a 39 % e 27 %, respetivamente». http://impactodegeneroya.blogia.com/2012/110501-presupuestos-del-estado-2013-24-menos-en-politicas-de-igualdad-y-del-estado-de-b.php

7

Page 64: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

64 / 74

AP101.343v01-00 8/10 DT\940344PT.doc

PT

mulheres nas nossas sociedades. Esta discriminação estrutural continua presente em todo o mundo e apresenta características específicas em cada país ou região, agravando-se particularmente nos casos a que se somam outras formas de discriminação e desigualdade social ou económica – em razão da raça, etnia, orientação sexual, origem social, localização geográfica, etc. –, bem como a debilidade do Estado de direito.

A União Europeia e os países da América Latina contam atualmente com um quadro jurídico específico para a erradicação da violência contra as mulheres. A Convenção de Belém do Pará e a Convenção de Istambul devem constituir o quadro de aplicação de estratégias comuns que permitam a diminuição da violência contra as mulheres e, em particular, o feminicídio.

Os vários intervenientes sociais – tanto governamentais como não-governamentais –acompanham e apoiam o trabalho realizado no âmbito do feminicídio há 20 anos, em ambos os continentes. A Assembleia Parlamentar Eurolat, em particular, pronunciou-se a respeito dos feminicídios na sua resolução intitulada «Pobreza e exclusão social», aprovada em 20081. Em 2010, a Cimeira UE-ALC reiterou a sua condenação de todas as formas de violência em razão do género e a necessidade de adotar medidas para preveni-la e erradicá-la2.O Plano de Ação UE-CELAC para 2013-2015, aprovado em Santiago do Chile em janeiro deste ano, incluiu, pela primeira vez, um capítulo relativo às questões de género, que terão prioridade nas relações birregionais, sendo um dos seus eixos a eliminação de todas as formas de violência contra as mulheres. O Plano contempla a criação de um espaço de diálogo birregional sobre as questões de género e a promoção de ações para combater e eliminar todas as formas de violência contra as mulheres e raparigas, nomeadamente a troca de experiências sobre as melhores práticas e as medidas mais eficazes para combater essas formas de violência, bem como a adoção de medidas concretas para a investigação dos assassinatos em razão do género. Este diálogo é fruto, mais uma vez, do trabalho incansável realizado a nível governamental e da sociedade civil em vários países.

Neste contexto, a Assembleia Parlamentar Eurolat ocupa atualmente uma posição privilegiada na definição das diretrizes que essas estratégias e ações devem seguir. O papel dos poderes legislativos da América Latina e da Europa foi e continuará a ser um fator fundamental no combate à violência contra as mulheres e na erradicação do feminicídio, tanto pela relevância das medidas legislativas que adotam como pela estreita relação que têm com a sociedade civil.

V. Conclusões e recomendações

Os progressos realizados na erradicação do feminicídio, tanto na América Latina como na Europa, exigem instrumentos e mecanismos que devem ser implementados a diversos níveis, incluindo aspetos não só administrativos mas também judiciais e legislativos.

1 N.º 18 da Resolução sobre pobreza e exclusão social, com base no relatório da Comissão dos Assuntos Sociais, dos Intercâmbios Humanos, do Meio Ambiente, da Educação e da Cultura (Lima 2008). Ver em: http://www.parlatino.org/es/eurolat/declaraciones-eurolat/resoluciones-eurolat/resoluciones/841.html2 Declaração da 6.ª Cimeira UE-ALC, Madrid, 18 de maio de 2010 (n.º 9)http://ec.europa.eu/research//iscp/pdf/lac/declaration_pt.pdf

7

Page 65: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940344PT.doc 9/10 AP101.343v01-00

PT

Afigura-se essencial obter dados estatísticos oficiais, completos e acessíveis sobre o feminicídio em todos os países, elaborados em conjunto com organizações feministas e de mulheres que trabalham ativamente neste âmbito. Estas informações devem igualmente incluir os casos de tentativa de feminicídio e outras formas graves de violência contra as mulheres, a fim de reunir antecedentes completos com vista à prevenção eficaz dos assassinatos de mulheres. A existência dessas informações permitirá adotar medidas adequadas de proteção de mulheres que enfrentam situações de violência, que não estejam condicionadas por denúncias ou procedimentos penais ou de outra natureza.

É necessário reforçar as medidas legislativas e administrativas que garantem o acesso a uma justiça eficaz e a erradicação da impunidade, bem como a indemnização das vítimas e das famílias. Tal inclui o acesso físico, económico e cultural das mulheres aos sistemas de justiça e a formação para a eliminação das práticas discriminatórias, bem como a punição dos intervenientes públicos que não cumprem o seu dever de agir com a devida diligência nesta matéria.

As medidas legislativas, além de abordarem os aspetos penais, também deveriam ter em conta os aspetos civis e familiares que resultam dos feminicídios, especialmente no que se refere à relação das filhas e dos filhos menores da vítima com o agressor.

O trabalho e a ação das organizações de defesa dos direitos das mulheres devem ser apoiados e reforçados, incluindo as medidas de proteção adequadas das defensoras dos direitos humanos, ameaçadas principalmente em contextos mais violentos.

É necessário prestar especial atenção à situação de violência vivida em vários países da América Latina e rever as estratégias de combate à violência armada implementadas pelos Estados-Membros, tendo em conta o impacto desproporcionado que estes contextos têm na vida e na segurança das mulheres.

Em todos os países, os meios de comunicação desempenham um papel fundamental, já que refletem diretamente a forma como a violência é percecionada e interpretada pela sociedade. Por conseguinte, é necessário estabelecer limites de caráter ético no que diz respeito ao tratamento mediático da violência contra as mulheres, especialmente o feminicídio.

Para tal, afiguram-se essenciais esforços orçamentais coerentes dos Estados-Membros, considerando que «a violência contra as mulheres e raparigas constitui não só uma manifestação extrema de desigualdade e de discriminação em razão do género, mas também uma ferramenta mortal que serve para preservar a situação de subordinação das mulheres»1.

A questão da violência contra as mulheres, e, em particular, o feminicídio, deve continuar a ser incluída regularmente nos espaços estruturados de diálogo político dos governos da UE e dos países da América Latina a nível bilateral e regional, contando igualmente com a participação da sociedade civil.

1 ONU Mulheres, Progress of the World’s Women 2011-2012: In Pursuit of Justice (2011).

7

Page 66: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

66 / 74

AP101.343v01-00 10/10 DT\940344PT.doc

PT

O diálogo União Europeia–CELAC sobre o género é fundamental para erradicar esta forma de extrema violência contra as mulheres através do reconhecimento das diferenças que existem nos diversos países e dos fatores e das estratégias comuns a desenvolver, com a participação das organizações de mulheres e representantes da sociedade civil de ambos os lados. Neste contexto, a Assembleia Parlamentar Eurolat constitui, atualmente, o fórum privilegiado para dar continuidade e reforçar este diálogo em particular.

7

Page 67: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940339PT.doc AP101.342v01-00

PT Unida na diversidade PT

Euro-Latin American Parliamentarym AssemblyAssemblée Parlementaire Euro-Latino-AméricaineAssembleia Parlamentar Euro-Latino-AmericanaAssembleia parlamentar Euro-Latino-AmericanaParlamentarische Versammlung EuropaLateinamerika

ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA

Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Infância, dos Intercâmbios Humanos, da Educação e da Cultura

17.6.2013

DOCUMENTO DE TRABALHOO feminicídio na União Europeia e América Latina

Relatora ALC: Gloria Flórez (Parlatino)

7

Page 68: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

68 / 74

AP101.342v01-00 2/8 DT\940339PT.doc

PT

I. Introdução

A preocupação a nível mundial com a persistência da violência exercida contra as mulheres tem vindo a aumentar desde os anos 90, em grande parte devido à tenacidade, capacidade e dedicação de mulheres ativistas, académicas, políticas e jornalistas, capazes de investigar, documentar e dar a conhecer uma situação que afeta as mulheres em todo o mundo.Instituições internacionais como as Nações Unidas contribuíram também através do seu esforço para forjar uma política pública sobre esta matéria.

Em 1993, as Nações Unidas adotaram a Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, na qual se refere que a violência contra as mulheres constitui uma manifestação de relações de poder historicamente desiguais entre homens e mulheres, que conduziram ao domínio e discriminação das mulheres pelos homens1.

Posteriormente, na sua Resolução 63/155, de 2008, a Assembleia Geral2 reitera a sua apreensão face à proliferação da violência contra as mulheres e as raparigas, em todas as suas diferentes formas e manifestações a nível mundial, e condena energicamente todos os atos de violência contra as mulheres e as raparigas, perpetrados por Estados, particulares ou agentes não estatais. É conveniente destacar os seguintes aspetos da resolução:

O reconhecimento de que a violência prejudica gravemente as mulheres em termos do exercício dos seus direitos humanos e das suas liberdades fundamentais;

A referência de que a pobreza, a marginalização e a falta de capacitação são situações que colocam as mulheres em posições de maior vulnerabilidade;

O apelo aos Estados para que ponham termo à impunidade relativamente aos atos de violência contra as mulheres.

No mesmo ano e fruto da crescente apreensão com a situação existente, o Secretário-Geral lançou a campanha «UNITE to end violence against women». Na América Latina e nas Caraíbas os eixos da campanha centram-se nos seguintes aspetos: a luta contra a impunidade, a prevenção, a mobilização social e a participação proativa.

A Convenção das Nações Unidas sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres (CEDAW), adotada em 19793 e atualmente ratificada por 185 países, tornou-se o texto de referência internacional, com caráter vinculativo, mais importante em matéria de direitos humanos das mulheres.

1 Declaração sobre a Eliminação da Violência contra as Mulheres, de 20 de dezembro de 1993 http://www2.ohchr.org/spanish/law/mujer_violencia.htm

2 Intensificação dos esforços para eliminar todas as formas de violência contra as mulheres, Resolução de 18 de dezembro de 2008 http://www.un.org/ga/search/view_doc.asp?symbol=A/RES/63/155&Lang=S

3 CEDAW em: http://www.un.org/womenwatch/daw/cedaw/text/sconvention.htm

7

Page 69: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940339PT.doc 3/8 AP101.342v01-00

PT

No contexto regional, a Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra as Mulheres, mais conhecida como a Convenção de Belém do Pará, subscrita em 1994 e ratificada por 33 Estados é o instrumento multilateral de caráter regional mais importante sobre a matéria e goza de um grande reconhecimento regional e internacional. No que respeita à Convenção de Belém do Pará, a violência contra as mulheres define-se comoqualquer ação ou conduta, baseada no seu género, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado.1

Em resultado desta Convenção, um significativo número de Estados da região progrediu na adoção de quadros jurídicos e planos nacionais em matéria de combate à violência exercida contra as mulheres: Argentina, Brasil, Chile, Uruguai, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru, Venezuela, Salvador, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Costa Rica, Guatemala, República Dominicana, Antígua e Barbuda, Barbados, Belize, Guiana, Jamaica, Suriname, Granada, Trindade e Tobago, São Cristóvão e Neves2. No entanto, prossegue um debate teórico com repercussões normativas, em torno da justificação para a intervenção do Estado e da elaboração das políticas públicas sobre a matéria. O cerne da questão reside em se considerar a violência por razões de género numa perspetiva de direitos humanos ou se aquela se enquadra na violência doméstica. Infelizmente, em alguns países as legislações adotadas enquadram a violência contra as mulheres no conceito de violência doméstica, o que obriga a continuar a evoluir para uma perspetiva mais integral e autónoma da violência por razões de género cujo quadro de referência seja o Direito internacional em matéria de direitos humanos.

Em paralelo com os progressos na década de 90, os casos graves de desaparecimento, violência sexual e assassinato de mulheres e raparigas em Ciudad Juárez, no México, na Guatemala e em Salvador assumem importância internacional graças ao excelente trabalho de denúncia realizado por movimentos de mulheres. Assim se inicia uma nova etapa na luta em prol de uma vida isenta de violências para as mulheres, centrada na preocupação pelo aumento dos assassinatos de mulheres por razões de género, cunhando o termo feminicídio, para autonomizar este tipo específico de assassinato, que atinge a sua maior repercussão e evolução jurídica na América Latina. Contudo o feminicídio ou femicídio, existe em todas as regiões do mundo e, independentemente dos contextos e cenários em que ocorra, é a expressão mais extrema da violência contra as mulheres, cuja origem reside na persistente e profunda discriminação estrutural em relação às mulheres. (Proposta: Contudo o feminicídio ou femicídio, existe em todas as regiões do mundo e, independentemente dos contextos e cenários em que ocorra, é a expressão mais extrema da violência contra as mulheres).

Recentemente, durante a 57.ª Sessão da Comissão sobre o Estatuto da Mulher (CDW) das Nações Unidas, os Estados membros realizaram progressos ao mencionar e reconhecer o fenómeno dos homicídios relacionados com o género, ou feminicídios, instando os governos a reforçar a legislação nacional, a fim de punir os assassinatos de mulheres e raparigas. Fizeram igualmente apelo à integração de mecanismos para prevenir, investigar e erradicar o feminicídio em casos específicos e pôr termo à impunidade, assegurando a prestação de

1 Convenção de Belém do Pará em: http://www.oas.org/juridico/spanish/tratados/a-61.html2 «Resumen: políticas y planes que abordan la violencia contra las mujeres en América Latina y el Caribe », ONU Mulheres e Outros.http://www.americalatinagenera.org/es/boletin/boletin/DICIEMBRE_2012/archivos/TABLA_SINTESIS_PLANES_esp.pdf

7

Page 70: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

70 / 74

AP101.342v01-00 4/8 DT\940339PT.doc

PT

contas, a punição dos autores e a reparação para as vítimas1. Nesta linha, a Comissão das Nações Unidas sobre a Prevenção da Criminalidade e a Justiça Penal apresentou a resolução intitulada «Taking action against gender-related killing of women and girls»2, que aguarda aprovação pela Assembleia-Geral.

No quadro regional, realizaram-se importantes progressos relativos à tipificação do crime de femicídio / feminicídio em vários países: Costa Rica, Guatemala, México, Salvador, Chile, Nicarágua e Honduras. Na Colômbia e na Argentina, embora não se tenha tipificado o feminicídio como crime autónomo, a legislação em vigor foi alterada, integrando a circunstância da motivação de género como agravante da pena. Apesar de tudo, a impunidade que rodeia estes crimes continua a ser preocupante. É neste quadro que se insere a iniciativa da «ONU Mulheres» e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos de trabalhar a nível regional num modelo de protocolo para a investigação de assassinatos relacionados com o género, ou feminicídios, como mecanismo que visa contribuir para a eliminar a impunidade. O protocolo procura fornecer diretrizes e instrumentos para a investigação do crime, a salvaguarda das provas e o acesso das mulheres à justiça. Merece também destaque, na medida em que é uma evolução notável em matéria de luta contra a impunidade dos femicídios / feminicídios na região, a sentença do Tribunal Interamericano de Direitos Humanos no caso «campo algodonero», não apenas como precedente de jurisprudência, mas também pela pressão que exerce sobre as obrigações específicas dos Estados em matéria de investigação, sanção e reparação nestes casos3.

II. Violência contra as mulheres e feminicídio na América Latina

Na América Latina e nas Caraíbas, deve abordar-se a violência contra as mulheres como uma violência social em função do género, que tem como fundamento a desigualdade e a discriminação nas relações diferenciadas entre homens e mulheres, em termos de acesso à tomada de decisões e ao exercício do poder. Por esta ordem de ideias, transcende a esfera privada para a pública e tem um caráter estrutural que afeta a democracia, o Estado de direito e a convivência entre cidadãos.

A violência exercida contra as mulheres deve também ser abordada a partir de uma perspetiva de ser ou não um fenómeno constante na vida das mulheres. Para um número considerável de mulheres a violência é permanente, começa em criança e prolonga-se ao longo das suas vidas até chegar inclusive à sua morte, assassinadas por razões de género. Segundo um relatório recente intitulado «Violencia contra la mujer en América Latina y el Caribe: Un análisis comparativo de datos poblacionales de 12 países», realizado pela Organização Panamericana de Saúde / Organização Mundial de Saúde (OPS/OMS), em colaboração com os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), uma grande percentagem de mulheres da América Latina e das Caraíbas afirmam ter sido vítimas de violência sexual em algum momento da sua vida, perpetrada sobretudo por homens seus conhecidos. O estudo

1 Declaração de Laskshumi Puri, Diretora interina da «ONU Mulheres» e Secretária-Geral Adjunta, ver: http://www.unwomen.org/es/2013/05/un-women-calls-for-urgent-and-effective-action-against-femicide/2 «Taking action against gender-related killing of women and girls», 26 de abril de 2013. http://www.unwomen.org/wp-content/uploads/2013/05/resolution.pdf

3 Tribunal Interamericano de Direitos Humanos, Sentença de 16 de novembro de 2009 em: http://www.corteidh.or.cr/docs/casos/articulos/seriec_205_esp.pdf

7

Page 71: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940339PT.doc 5/8 AP101.342v01-00

PT

documenta igualmente que entre 41 e 82 % das mulheres que foram vítimas de abusos por parte dos seus companheiros sofreram feridas físicas, desde cortes e hematomas a fraturas de ossos, abortos involuntários e queimaduras1.

As expressões de violência contra as mulheres são múltiplas e diversas: maus tratos e lesões pessoais, abuso, violação sexual e assédio, tortura física e psicológica, tráfico de mulheres e raparigas, prostituição forçada, escravidão sexual, gravidez forçada, esterilização forçada, infanticídio feminino, seleção pré-natal do sexo do feto masculino, mutilação genital, feminicídio / femicídio. Estas formas de violência acentuam-se ou variam de acordo com determinados contextos políticos, económicos, sociais, culturais ou religiosos

Na América Latina o poder da criminalidade organizada em certos territórios, os conflitos armados, a luta contra o terrorismo ou as ditaduras, tiveram ou têm impacto sobre as violências exercidas contra as mulheres e é necessário analisar mais aprofundadamente estes aspetos. Um exemplo, tristemente atual, é a Colômbia onde a violência contra as mulheres é utilizada como estratégia de guerra, instrumento de controlo territorial e das comunidades por parte dos intervenientes no conflito. Segundo a Relatora Especial das Nações Unidas sobre a Violência contra as Mulheres, as investigações efetuadas demonstram que 43 em cada 100 mulheres afetadas pelo conflito armado interno foram vítimas de diferentes formas de violência em função do género, direta ou indiretamente, como é o caso das mulheres vítimas de deslocações forçadas, violência sexual e recrutamento forçado ou da violência resultante das normas de controlo social impostas por grupos armados ilegais a populações ou a territórios sob seu controlo2.

Apesar das medidas legislativas, programas e planos de ação, a realidade da região demonstra, todos os dias, que a violência contra as mulheres não cessa e que, inclusivamente, algumas práticas – pese embora o nível de informação incompleto existente – têm tendência para aumentar. Assim, afigura-se indispensável efetuar uma análise aprofundada das dificuldades recorrentes e persistentes que impedem os quadros normativos e os planos de ação de se materializarem e produzirem uma evolução substancial no sentido de uma vida livre de violências para as mulheres3. Em resumo, é necessário reduzir o fosso entre as disposições normativas e o acesso eficaz à justiça. No contexto da região, o tráfico de mulheres e o feminicídio / femicídio merece uma atenção especial. Segundo a OIM, as organizações criminosas transnacionais e as redes internas envolvidas no tráfico encontraram na América Latina um cenário ideal para o seu desenvolvimento tendo em conta as escassas informações sobre a sua dinâmica e dimensão. 1 «Violencia Contra la Mujer en América Latina y el Caribe», janeiro de 2013. (OPS/OMS).http://www.paho.org/hq/index.php?option=com_content&view=article&id=8186%3Aintimate-partner-and-sexual-violence-against-women-is-widespread-in-12-latin-american-and-caribbean-countries&catid=740%3Anews-press-releases&Itemid=1926&lang=es

2 «Las mujeres frente a la violencia y la discriminación derivadas del conflicto armado en Colombia», ver:http://www.cidh.org/countryrep/colombiamujeres06sp/III.htm3 Segundo estudos realizados na América Latina e nas Caraíbas (CIDH, 2007a; CEPAL, 2007 e 2009), as dificuldades já não estão relacionadas com a existência de normas jurídicas nem com a criação ou a identificação das instituições competentes pela sua aplicação, mas com a aplicação eficaz das normas, a avaliação da eficácia dos procedimentos administrativos e judiciais e a coordenação e funcionamento das diferentes entidades públicas.

7

Page 72: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

72 / 74

AP101.342v01-00 6/8 DT\940339PT.doc

PT

O escasso conhecimento não apenas torna impercetível o tráfico enquanto problema de cidadania como o torna invisível a nível institucional, propiciando altos índices de impunidade já que aquilo não é visível não se pode perseguir nem castigar, porque simplesmente não existe1. A Colômbia é um dos países com maior número de mulheres e raparigas enviadas para a América Latina, Caraíbas, Europa Ocidental, Ásia, Médio Oriente e América do Norte, para fins de exploração sexual, segundo um relatório realizado em 2010 pela embaixada dos EUA na Colômbia2.

No que respeita ao feminicídio / femicídio é importante frisar que dos 12 países com a taxa de feminicídios mais elevada, cinco localizam-se na América Latina (Salvador, Guatemala, Honduras, Colômbia e Bolívia) e ultrapassam os seis assassinatos de mulheres por cada 100 000 habitantes do sexo feminino, segundo o relatório intitulado «Femicide: A global Problem», de 2012. Em Salvador, 12 mulheres ou raparigas são assassinadas em cada 100 000 habitantes do sexo feminino, na Guatemala 9,7 mulheres assassinadas por 100 000 habitantes do sexo feminino. A Ciudad Juárez (México) apresenta-se como a cidade com a taxa mais elevada: 19,1 mulheres assassinadas por 100 000 habitantes do sexo feminino. Honduras com 7 mulheres assassinadas por 100 000 habitantes femininas tem valores próximos da Colômbia e Bolívia, cujas taxas são de cerca de 6 assassinatos por 100 000 mulheres. Quanto aos países do Sul, a Argentina detém a taxa mais alta de feminicídios, com 286 casos registados em 20113.

Para compreender a dimensão do feminicídio / femicídio enquanto expressão extrema da violação dos direitos das mulheres, é importante determinar o que significa uma conduta feminícida: «a vida da mulher é uma espécie de vida condicionada pelo cumprimento das expectativas do homem que a considera menos sujeito do que objeto, quase diríamos parte do seu património»4. A violência sexual, o excesso de violência, a mutilação ou a utilização dos corpos, que costumam caracterizar os assassinatos de mulheres motivados por questões de género, vêm reforçar a ideia de propriedade do agressor sobre a mulher.

Existe uma constante que é determinante na região em matéria de violência contra as mulheres e que é imperativo ultrapassar: a impunidade que a caracteriza. Segundo Marcela Suazo, Diretora Regional para América Latina de UNFPA. «1% ou menos das denúncias recebem sentenças ou são objeto de um procedimento judicial completo»5.Para este efeito, é importante destacar o que assinalou o Tribunal Interamericano de Direitos Humanos em relação ao dever por parte dos Estados de investigar as condutas criminosas que envolvam violência contra as mulheres:

1 Organização Internacional das Migrações (OIM), «Estudio exploratorio sobre Trata de personas con fines de explotación sexual en Argentina, Chile y Uruguay», dezembro de 2006. Ver: http://www.artemisanoticias.com.ar/images/FotosNotas/OIMTRATA.pdf

2 Relatório Regional sobre Direitos Humanos e Justiça entre os Géneros - 2011. Ver em: http://www.humanas.cl/wp-content/uploads/2011/12/Inf-Reg-2011-final.pdf

3 http://www.feminicidio.net/noticias-de-asesinatos-de-mujeres-en-espana-y-america-latina/datos-informes-y-cifras-de-feminicidios/4248-Feminicidio%20y%20violencia%20sexual%20en%20América%20Latina-%20barbarie%20ignorada%20por%20los%20Estados.html4 Intervenção da Senadora Sonia Escudero sobre o feminicídio, Eurolat, Cádis, novembro de 2012.5 http://www.laprensagrafica.com/-violencia-contra-mujer-es-problema-estructural-

7

Page 73: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

DT\940339PT.doc 7/8 AP101.342v01-00

PT

A impunidade dos crimes cometidos envia uma mensagem de tolerância em relação à violência contra as mulheres;

Assim se favorece a perpetuação e a aceitação social do fenómeno e a falta de confiança na administração da justiça;

A criação e a utilização de estereótipos tornam-se uma das causas e das consequências da violência em matéria de género contra as mulheres;

Os Estados, influenciados por uma cultura de discriminação, são responsáveis por não cumprirem o dever de não discriminação previsto na Convenção nos casos que envolvem a violência contra as mulheres e a impunidade1.

III. Conclusões e recomendações

Os Estados latino-americanos realizaram progressos em termos dos quadros normativos vinculativos, no âmbito regional e nacional. No entanto, é necessário e urgente efetuar uma avaliação sobre os obstáculos existentes na aplicação, os quais impedem que os progressos normativos se transformem em progressos reais para a vida das mulheres. Esta avaliação deve permitir, por seu lado, a conceção de uma estratégia comum dos países da região. Neste quadro, os parlamentos regionais associados ao movimento das mulheres e às organizações defensoras dos direitos das mulheres devem desempenhar um papel fundamental no impulso e na realização deste exercício.

Na conceção, aplicação, revisão e reformulação das políticas públicas, deve considerar-se ultrapassado o debate em torno da violência doméstica e adotar-se plenamente uma abordagem da violência em razão do género, com base no Direito internacional em matéria de direitos humanos. Assim e seguindo o que defende o Tribunal Interamericano, os Estados têm a obrigação de prestar contas pelo incumprimento do seu dever de não discriminação nos casos que envolvam violência contra as mulheres e impunidade.

Afigura-se essencial, para o desenvolvimento efetivo da regulamentação, das políticas públicas e da justiça nos casos de violência contra as mulheres e de feminicídios, realizar progressos no conhecimento real da dimensão do problema na região, das suas diversas expressões e graus de impunidade; nesta medida, é fundamental melhorar as atuais informações incompletas e avançar na conceção de um sistema estatístico regional normalizado e de indicadores que permitam medir tipos e níveis de violência contra as mulheres, que proporcione informações completas e suficientemente desagregadas em cada país e permita o seu acompanhamento e avaliação anual.

Assegurar, por parte dos Estados, a formação em matéria de violência em razão do género, a todos os níveis sociais e institucionais, assegurar que os curricula escolares abordem as questões da desigualdade, da igualdade entre os géneros, da violência contra as mulheres e as novas expressões de masculinidade, de forma a abrir um novo caminho da mudança cultural face à violência contra as mulheres.

1 CIDH, Relatório sobre segurança dos cidadãos e direitos humanos. http://www.cidh.org/countryrep/seguridad/seguridadiv.sp.htm

7

Page 74: AM · 2020-03-29 · *** AM *** EUAL_SOCIAL PT PT ASSEMBLEIA PARLAMENTAR EURO-LATINO-AMERICANA Comissão dos Assuntos Sociais, da Juventude e da Criança, dos Intercâmbios Humanos,

74 / 74

AP101.342v01-00 8/8 DT\940339PT.doc

PT

No que respeita ao feminicídio / femicídio, em particular, é necessário: instar os países membros da CELAC a coordenar os esforços tendo em vista a aprovação pela Assembleia Geral das Nações Unidas da Resolução «Taking action against gender-related killing of women and girls»; Realizar progressos quanto à adoção de um modelo de protocolo regional para a investigação dos assassinatos relacionados com o género ou feminicídios, sobre o qual a «ONU Mulheres» e o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos se têm debruçado. De igual modo, é necessário exortar os países da região a terem em conta os parâmetros sobre as obrigações específicas dos Estados em matéria de investigação, sanções e reparação, definidos na sentença do Tribunal Interamericano sobre Campo Algodonero.

A luta contra a impunidade das condutas puníveis por razões de género e dos feminicídios / femicídios, é uma tarefa prioritária, não apenas para tornar eficaz o direito à justiça e à reparação, mas também porque contribui para alterar a mensagem de tolerância social em relação à violência contra as mulheres que predomina nas sociedades da região. Exige-se, assim, melhorar o acesso físico, económico e cultural das vítimas aos sistemas de administração da justiça; promover a formação dos agentes judiciais para ultrapassar práticas discriminatórias; reforçar a investigação e o sancionamento destes em caso de negligência, abandono ou incumprimento das suas funções ou em caso de condutas discriminatórias, reforçar o apoio ao acompanhamento das vítimas, assegurando-lhes a devida assistência jurídica; finalmente, fomentar o apoio, o fortalecimento e a proteção das organizações que trabalham em prol da defesa dos direitos das mulheres e da justiça em matéria de géneros.

É necessário estimular, incentivar e acompanhar os processos de apuramento da verdade, de justiça e reparação instaurados em matéria de violações em massa dos direitos das mulheres e de feminicídios em determinados contextos como as esterilizações forçadas no Peru, o conflito armado interno na Colômbia, ou os feminicídios / femicídios no México, Guatemala, Salvador e Honduras.

É importante iniciar o diálogo sobre questões de género definido pela CELAC - União Europeia na anterior cimeira, em Santiago do Chile, colocando como prioridade na sua agenda a luta conjunta através da elaboração de um plano birregional de ação visando a erradicação da violência contra as mulheres, o qual seja dotado do orçamento necessário e aberto à participação das organizações da sociedade civil e instituições que lideram e lutam contra a violência em razão do género na Europa e na América Latina.

A Eurolat é um quadro privilegiado para incentivar e alimentar com conteúdos e propostas este diálogo birregional através dos trabalhos já realizados sobre esta matéria pelo PARLATINO, PARLANDINO e Parlamento Europeu, entre outros, e do reforço do espaço de encontro com as organizações da sociedade civil para com estas aprofundar e legitimar os conteúdos e as propostas a trazer a este quadro de diálogo birregional.

7