Amanhecer de Uma Nova Era - Divaldo Franco - Manoel Philomeno de Miranda

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    Amanhecer de uma nova era

    Com este ttulo promissor Amanhecer de uma nova era -, o nobre EspritoManoel Philomeno de Miranda, referindo-se transio planetria pela qual passa

    o nosso planeta, no s do ponto de vista geolgico, mas especialmente no que dizrespeito aos aspectos moral e espiritual, esclarece-nos que espritos evoludosprocedentes de outras dimenses descem s sombras da Terra atendendo ao apelode Jesus, a fim de contriburem em benefcio dos seus irmos da retaguarda, nogrande e decisivo momento em que podero ascender a outros planos para fruremas bnos da harmonia csmica.

    Este o momento decisivo de nossas vidas! Ouamos o que tem a dizer o nossoquerido amigo Manoel Philomeno de Miranda, e aprendamos a lidar com arealidade que nos aguarda no limiar dessa Nova Era, repleta de expectativas eesperanas.

    um dos mais conhecidos oradores e mdiuns da atualidade, fiel mensageiro dapalavra de Cristo pelas consoladoras e esperanosas lies da Doutrina Esprita.

    Com a orientao de Joanna de Angelis, sua mentora, tem psicografado mais de200 obras de vrios Espritos, muitas j traduzidas para outros idiomas, levando aluz do Evangelho a todos os continentes sedentos de paz e de amor. DivaldoFranco tem sido tambm o pregador da Paz, em contato com o povo simples ehumilde que vai ouvir a sua palavra nas praas pblicas, conclamando todos aocombate violncia, a partir da auto pacificao.

    H mais de 50 anos, em parceria com seu fiel amigo Nilson de Souza Pereira,fundou, no bairro de Pau da Lima, a Manso do Caminho, cujo trabalho de assis-tncia social a milhares de pessoas carentes da cidade do Salvador tem conquistadoa admirao e o respeito da Bahia, do Brasil e do mundo.

    Divaldo franco

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    Pelo Esprito Manoel Philomeno de MirandaAmanhecer de uma nova era

    Salvador 2a. Ed. - 2012 (2012) Centro Esprita Caminho da Redeno - Salvador (BA)2a Ed.-201215.000 exemplares (milheiros: de 31 a 45)Editorao eletrnica: Hayrla Silva Reviso: Prof Luciano de Castilho Urpia

    Capa: Hayrla Silva Coordenao editorial: Srgio SinottiProduo grfica:

    LIVRARIA ESPRITA ALVORADA EDITORA Salvador (BA) - Telefax: (71)3409-8312/13 E-mail: Homepage:www.mansaodocaminho.com.br

    Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP) _Catalogao naFonte: Biblioteca Joanna de ngelis_

    FRANCO, Divaldo (1927) F895 Amanhecer de uma nova era PeloEsprito Manoel Philomeno de Miranda [Psicografado por] Divaldo Pereira FrancoSalvador: Livraria Esprita Alvorada Editora, 2. Ed., 2012. 240 p.

    ISBN: 978-85-61879-69-3

    1. Espiritismo 2. Mediunidade I Ttulo.CDD: 133.90

    DIREITOS RESERVADOS: todos os direitos de reproduo, cpia,comunicao ao pblico e explorao econmica desta obra esto reservados parao Centro Esprita Caminho da Redeno, sendo proibida a sua reproduo parcialou total, por qualquer forma, meio ou processo, sem prvia e expressa autorizao,nos termos da Lei 9.610/98.

    Impresso no BrasilPresita en Brazilo

    Sumrio

    Apresentao1. Responsabilidades novas2. Programao de alto significado espiritual3. Planejamento de atividades espirituais4. Atividades abenoadas

    5. Procedimentos libertadores

    mailto:[email protected]://www.mansaodocaminho.com.br/http://www.mansaodocaminho.com.br/mailto:[email protected]
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    6. O socorro prossegue7. O amor nunca pe limites8. Aprofundando os conhecimentos9. O grande desafio

    10. O enfrentamento com a treva11. As atividades prosseguem luminosas12. As lutas recrudescem13. Atendimento coletivo14. Elucidaes preciosas e indispensveis15. Interveno oportuna16. Durante a grande transio planetria17. ltimas atividades18. Labores finais e despedidas

    Apresentao

    Desde pocas muito recuadas que os nobres Guias da Humanidade vminformando que a Terra um planeta portador de abenoadas provas e expiaespara os seus habitantes, no somente os espritos em processos de crescimentointelecto-moral, como tambm aqueles que se hajam comprometido negativamenteem relao s Divinas Leis que regem o Universo.

    Sob um aspecto, uma escola que faculta o desenvolvimento dos incomparveis

    tesouros que dormem no recesso do ser, auxiliando-o a libertar-se do primarismo edas sensaes mais grosseiras para alcanar as emoes santificantes e libertadorasque lhe esto destinadas, proporcionando-lhe o ensejo da unio com o pensamentodivino.

    Essa fase de aflies, porm, teria um limite no tempo e no espao, devendoceder lugar a um perodo de renovao e de esperana, de paz e de bem-estarduradouros, que anteciparia a era de plenitude e de harmonia.

    Dependendo do comportamento das prprias criaturas que o habitassem,chegaria o momento em que a dor e o desespero cederiam lugar a recursos

    diferentes, que facultariam a evoluo sem a presena das lgrimas ou doinfortnio que dilaceram os sentimentos e, s vezes, envilecem aqueles que seencontram despreparados para as suas lies valiosas.

    Durante os milhes de anos transcorridos desde quando vem sucedendo aevoluo antropolgica, sociolgica e psicolgica, facultando criatura humana oentendimento de inmeras leis csmicas que regem a vida epropiciam as con-quistas intelecto-morais, mais fcil se torna a aquisio do equilbrio, queproporciona o despertar para a sua realidade espiritual, assim buscando maisamplos e formosos horizontes na intrmina direo do amor.

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    Acossada pelos padecimentos contnuos ao longo dos milnios, outra alternativano encontra, seno a da autoiluminao, como o caminho seguro para a mudanada faixa evolutiva pela qual vem transitando.

    As revelaes do mundo espiritual tm sido incessantes, jamais deixando a

    conscincia humana sem o conhecimento da sua perenidade, inicialmente, nopretrito j distante, envoltas em mistrio, em razo do estgio em que se encon-trava, para, nestes gloriosos dias de intercmbio lcido e fcil com os espritosnobres descobrir os mais preciosos comportamentos que ensejam a conquistainterior do reino dos cus.

    Nunca tem havido ausncia de diretrizes harmonizadoras para o ser humanoque, mergulhado no escafandro celular, facilmente equivoca-se ou teme, desanimaou foge do dever, de modo a facultar-lhe a indispensvel condio queproporciona a liberdade real, estimulando-o ao voo em direo imortalidadetriunfante.

    No atual estgio do processo psicolgico, como decorrncia da incomparvelcontribuio do Espiritismo, que desmitificou a morte e desvelou a realidade almda nuvem material, compreende melhor quais so a finalidade existencial, os seuscondicionamentos e ocorrncias, as suas imposies e necessidades, ampliando-selhe as possibilidades para o autoencontro, a autoconscincia, a lgica existencial...

    A mediunidade disciplinada e orientada para o bem, vem facultando que osdenominados mistrios percam as suas intrincadas indumentrias para, desvestidosdo mgico e do sobrenatural, transformar-se em disciplinas modeladoras docarter, capazes de propiciar o intercmbio entre as duas esferas vibratriasa da

    matria e a espiritual

    com naturalidade e elevao.Simultaneamente, permite que esse ser humano sempre carente de ajuda passeao nvel de cooperador, socorrendo e auxiliando os espritos em ignorncia da suarealidade, de forma que seja diminuda a expressiva massa dos infelizes queenxameiam no alm-tmulo, em doentia parceria com os deambulantes carnais...

    Desaparecem, graas a esse conhecimento, muitos enigmas e gravames quesempre tm dificultado a marcha do progresso individual e coletivo, em razo dostormentos das obsesses afligentes que ainda constituem terrvel pandemiaperturbadora.

    Desvelada a imortalidade que a todos aguarda, muda-se o objetivo psicolgicoexistencial do ser humano que permuta o ter pelo ser, o transitrio pelopermanente, o aparente pelo real.

    J no satisfazem as iluses anestesiantes, os prazeres exaustivos, as honrariasenganosas, os destaques comunitrios vazios de contedos plenificadores.

    Automaticamente transferem-se as aspiraes do hoje para o sempre, domomento tormentoso do desejo para o tranquilo fruir da paz, do dolo que oferececoisas, mas que se transforma em culpa inclemente, empurrando suas vtimas paratranstornos diversos...

    A existncia fsica, seja em quais condies se apresente, oferece um norte, um

    motivo profundo para ser experincia da com alegria e definio emocional.

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    Vive-se, na Terra, a fase em que ocorre a grande transio planetria sob todosos aspectos considerados.

    O ser humano exausto bate s portas dos Cus suplicando apoio e a Divindadeconcede-lhe as bnos do trabalho e da iluminao, a fim de libertar-se da

    opresso que se tem permitido.As ameaas de extino da vida cedem lugar para que ocorra o desaparecimentodo mal, dos instrumentos ferintes e danosos, ensejando novas atitudes e diferentesrecursos para a sublimao.

    De outra dimenso espritos nobres descem s sombras terrestres atendendo aoapelo de Jesus, a fim de contriburem em benefcio dos seus irmos da retaguarda,no grande e decisivo momento em que podero ascender com o amado planeta-me, a fim de serem frudas as bnos da harmonia csmica a todos os seushabitantes.

    Desafios, mudanas bruscas de comportamento, algumas encarniadas lutas do

    passado dominador contra o futuro promissor assinalam este perodo.Nada obstante, a dlcida presena do Sublime Galileu mimetiza todos aqueles

    que O busquem e tentem vinculao com o Seu amor inefvel, ensejando alegria deviver e bem--estar em qualquer situao em que se encontrem.

    Diluem-se as sombras da ignorncia, embora persistam alguns desmandos dovandalismo de breve durao.

    A vitria do bem e do amor torna-se incontestvel, e, em triunfo instala-se oamanhecer de uma nova era.

    Este livro foi escrito com o corao, retratando algumas atividades espirituais

    em auxlio aos trabalhadores do bem, momentaneamente agredidos pelas foras daperversidade espiritual, sob o suave-doce comando do Santo de Assis, o mulo deJesus que, no seu tempo, implantou na Terra em sombras o perodo da ternura eda fraternidade, embora tudo conspirasse de maneira oposta.

    Confiamos que estas pginas possam contribuir de alguma forma para oencorajamento dos lutadores, para a definio de alguns indiferentes, para apreparao dos dias porvindouros e gentil convite alegria e paz.

    Dubai, Emirados rabes, dia 14 de fevereiro de 2012.Manoel Philomeno de Miranda

    1 Responsabilidades novas

    Em nossa comunidade espiritual, como certamente em todas as outras, otrabalho bno incessante que nos motiva ao desenvolvimento dos valoresmorais adormecidos, convidando-nos ao crescimento interior para a conquista daplenitude.

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    Acostumados s tarefas do cotidiano, acompanhamos os programas de apoio ede estmulo ao progresso do querido orbe, assim como o dos seus habitantes,especialmente neste perodo em que se operam as grandes revoluesprenunciadoras da transio moral por que passa.

    Invariavelmente, s noites, terminadas as tarefas que nos competem,comparecemos s reunies de estudos, s conferncias e discusses sobre odesenvolvimento intelecto-moral, adquirindo conhecimentos para serem aplicadosnas experincias evolutivas que nos dizem respeito, ou nos entregamos meditaoconcernente vida e a todas as fantsticas concesses da Divindade.

    Desse modo, vez que outra, somos convidados a participar de laboresespecficos, particularmente quando alguns deles so direcionados aos irmos quehabitam o planeta terrestre, o que muito nos honra e estimula ao prosseguimentodas aes renovadoras.

    Numa dessas ocasies em que os cus bordavam-se de arquiplagos estelares,

    dando-nos uma pequena dimenso da glria csmica, encontrava-me no jardim doanfiteatro central da colnia, reflexionando a respeito da misericrdia do PaiCriador, e observando os transeuntes igualmente fascinados com a maravilha daNatureza, quando dedicado servidor do Departamento de comunicaes veio tercomigo.

    Apresentava-se jubiloso, traindo as emoes que o visitavam naquele momento.Sempre gentil, tornara-se excelente servidor que se notabilizava pela fidelidade aodever, sendo-me amigo afeioado. Enquanto estivera no corpo fsico vivenciara agrandeza da revelao esprita, havendo deixado, durante a sua trajetria, pegadas

    luminosas de amor e de caridade, na condio de mdium eficiente e orientadorsbio.Ao lado de outros seareiros da Doutrina Esprita, na primeira metade do sculo

    passado realizara um ministrio digno que prossegue at estes dias, dele recebendocarinhosa assistncia espiritual.

    Possuidor de crditos inestimveis, sempre me enriquecia nas conversaes quemantnhamos, quando possvel, elucidando-me algumas questes que aguardavamesclarecimentos.

    Naquela oportunidade, trazia-me um convite do generoso mentor da rea decomunicaes para participar de uma equipe que deveria permanecer no mundofsico por um expressivo perodo, contribuindo com os guias espirituais em favorde todos aqueles que se encontram afeioados ao bem e que trabalham peloprogresso da Humanidade.

    O querido Hildebrando explicou-me que o rude adversrio do Cristianismo, quese mantinha em regio infeliz, formando equipes de perseguidores aos novoscristos, os espritas, preparava-se para uma investida perversa contra venerandainstituio do Espiritismo, em tentativa de desforo por haver sido desvelado, nafarsa a que se submetera.(*)

    De imediato recordei-me do fato de que participara com os nobres amigos do

    trabalho medinico, e senti-me espicaado na curiosidade, interrogando:

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    - Trata-se de alguma invaso de consequncias perversas para os obreiros deJesus?

    - Sem dvidarespondeu-me, de maneira grave -. Como o amigo Miranda noignora, o mal encontra-se enraizado no cerne do ser que o adota, como natural

    consequncia da prepotncia e da soberba mantidas por demorado perodo. Notendo como descarregar as energias mrbidas naqueles que cr serem seusinimigos, permanece com a ideia fixa no desforo at quando a oportunidade se lheapresenta.

    (*) Veja-se o Captulo 20, O enfrentamento com a treva, do nosso livro Transio planetria,da LEAL. Nota do autor espiritual.

    Ademais, outros misteres esto programados, alm do atendimento aoatormentado rabino do passado e aos seus comparsas.

    E adindo mais algumas informaes, prosseguiu: - Os companheirosreencarnados olvidam, no poucas vezes, que os dois mundos, o fsico e oespiritual, interpenetram-se, no havendo fronteiras definidoras, o que permite umintercmbio constante entre os seus habitantes. Anestesiados na matria, emboraadvertidos quanto necessidade da vigilncia, facilmente deixam-se empolgar poratitudes agressivas e pelos mtodos de comportamento mundano totalmentediverso daquele que deveriam vivenciar, assim facultando a vinculao psquicacom os mais infelizes, cedendo passo sua interferncia em conbios lamentveis,obsessivos...

    timos tericos e observadores do que se passa volta, quando se trata dequestes que lhes ferem diretamente os interesses, deixam-se arrastar peloressentimento, pela ira que se transforma em clera e os intoxica, tornando-se defcil manejo por aqueles aos quais deveriam oferecer resistncia pelas aesdignificadoras.

    O orgulho, esse filho esprio do egosmo, o grande adversrio dos sereshumanos, que se consideram especiais, sempre credores de respeito e deconsiderao, embora no os ofeream na mesma medida queles que tomamcomo perseguidores. Insensatos e imaturos, criam situaes de difcil soluo,apenas pela maneira de tratar as questes que deveriam ser solucionadas peloentendimento fraterno e pela amizade real.

    Portadores de uma sensibilidade mrbida, guardam ressentimentos e deblateraminsensatamente quando contrariados, abrindo campos vibratrios interferncia dementes espirituais viciadas, perturbadoras e zombeteiras, que se lhes vinculam,assumindo posturas infelizes em relao ao seu prximo a quem deveriam amar ecompreender, desse modo, comprometendo o trabalho do grupo no qual seencontram. No poucas instituies nobres, portadoras de objetivos elevados naconstruo do mundo melhor, esfacelam-se em razo desse comrcio inditoso comos espritos ociosos e vingativos, pondo a perder todo o esforo conjunto dos

    abnegados mentores e dos dedicados missionrios de quem se utilizam... Enquanto

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    no haja uma conscincia responsvel no trabalhador do Evangelho, que supere oegosmo e a necessidade de projeo da imagem, a batalha gigantesca prosseguir...

    Aps uma ligeira pausa, acrescentou:-Amanh, s20h, teremos uma reunio no Departamento de Comunicaes,

    para o estudo e detalhes da operao que estar sob as bnos do apstolo deAssis, convocado ao socorro por venerando esprito dedicado a Jesus no planofsico.

    Despedindo-se, deixou-me o perfume da sua bondade e o magnetismo da suasuperioridade espiritual.

    As palavras que me houvera dito encontraram imediata ressonncia no imo, porhaver, muitas vezes, constatado a sua legitimidade no trato com as questes dasobsesses e das perseguies espirituais.

    Embora a conquista dos conhecimentos da Doutrina Esprita, das artimanhas ehabilidades dos espritos infelizes e de baixa moral, sem dvida, mas com alta

    capacidade de discernimento e de ao persecutria, facilmente alguns adeptosmais frgeis no aplicam a teoria excelente na conduta, sendo presas simples dosseus inimigos desencarnados, assim como daqueles que se consideram adversriosde Jesus e comprazem-se em criar embaraos e complicaes na seara onde seencontram laborando.

    Comeam o trabalho com grande entusiasmo, programando a transformao doplaneta terrestre, a mudana da sua psicosfera, e vo, medida que o tempo trans-corre e a rotina se lhes instala no comportamento, diminuindo a exaltao, dando-se conta das dificuldades, especialmente no relacionamento com o prximo, sendo

    incapazes de realizar a prpria indispensvel renovao para melhor.Meditassem mais nas preciosas lies do Mestre Jesus, sempre convidando-nos vigilncia e orao, assim como nas orientaes seguras de Allan Kardec,exaradas na Codificao, bem como nos contedos das comunicaes medinicas,considerando-as no somente belas, mas sobretudo portadoras de ensinamentosgraves, merecedores da mais alta considerao, e certamente resistiriam com mais

    vigor s situaes perturbadoras.O processo evolutivo, como natural, d-se por meio de desafios e de

    dificuldades, resultado dos comportamentos anteriores a que todos se permitiram.Assumindo atitudes ridculas de vingana e de desconfiana em relao aos seus

    irmos de crena e amigos de atividades doutrinrias, transformam-se em pedras detropeo para todos, depois de envenenar-se com as doentias reflexes e fixaesmentais que se permitem, quando desapontados ou insatisfeitos.

    sempre de bom alvitre, como recomendam os espritos nobres, tomar-se parasi mesmo os conselhos que vertem do Alto, em vez de os transferir para o seuprximo. No essa, porm, a conduta geral, e os descalabros ameaam a floraoda grandiosa seara do Mestre, conforme aconteceu anteriormente, quando oImprio Romano passou governana dos Seus servidores. Csar tornou-se maisatraente do que Deus, pelos favores imediatos de que se podia fruir, deixando o

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    holocausto por amor em plano secundrio e permitindo a adulterao dos ensina-mentos pulcros e austeros que receberam daqueles que os precederam no martrio.

    Dessa forma, o Cristianismo nascente experienciou a decadncia das suaspropostas e a adulterao dos seus ensinamentos, permitindo-se vencer pela

    idolatria e pelos rituais pagos do passado, embora com denominaes diferentes.O Espiritismo, por sua vez, vem sendo sacudido por tormentas internas nomovimento, gerando dissenses, filhas diletas da presuno, chegando-se ao pontode contestar as bases da Codificao, ou apresentando-se falsas tcnicas travestidasde cientficas, de experincias pessoais, de informaes medinicas noconfirmadas pela universalidade do ensino.

    Novos missionrios surgem de um para outro momento, a si mesmos atribuindorealizaes superiores e mergulhando em tormentosas obsesses por fascinao,assim como se apresentam novidades estapafrdias que levam o bom nome dadoutrina ao ridculo, pela maneira como so expostas as teses infelizes, nascidas na

    vaidade daqueles que so mdiuns ou no.Realmente, um momento muito delicado, porque em todas as esferas da

    atividade terrestre d-se igual confuso, misturando-se os interessados napreservao do desequilbrio que atinge altos ndices de criminalidade e de

    violncia, de horror e estupefao...Torna-se imprescindvel o retorno s fontes evanglicas e s origens do

    movimento doutrinrio totalmente destitudos de autoridades, de especialistas, dedetentores de ttulos universitrios e arrogncia intelectual, volvendo-se simplicidade e ao servio eminentemente cristo.

    medida que reflexionava, permanecia emocionado ante o espetculo dasconstelaes lucilantes a distncias incomensurveis, exaltando a grandeza doamor.

    Ouvia as nsias da Natureza em espetculo majestoso, convidando anlise dasua causalidade e da sua finalidade, impondo, naturalmente, o respeito e a

    venerao ao Pai todo Amor e Misericrdia.Contemplando o planeta terrestre mergulhado nas sombras da noite, podia

    tambm perceber as luzes que assinalam os ncleos de ao de benemerncia emfavor das demais criaturas humanas, como verdadeiros crios votivos de gratidoao Criador.

    Naquela noite memorvel, repassamos pela tela mental as cenas que antesvivenciramos quando nos encontrvamos na jornada anterior, a servio do Senhorcom os demais companheiros, trabalhando pela autoiluminao e pela construodo amor entre os irmos da retaguarda fsica.

    2 Programao de alto significado espiritual

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    Dominado por indefinvel gratido, busquei o repousonecessrio para o atendimento dos futuros compromissos a queera chamado.

    O dia transcorreu sob expectativa jovial e abenoada. As horas passavamsuavemente embaladas pela agradvel curiosidade em torno da temtica e do labora que seramos convocados.

    Quando a noite desceu sem prembulos, um doce perfume de azaleia em florbalsamizava a Natureza carreado pelos ventos brandos.

    Cintilavam as estrelas no zimbrio escuro confraternizando com o vu denoivado de Selene, permitindo que pudssemos vislumbrar o planeta querido pelasluzes que fulgiam a distncia, representando os santurios de amor nele instalados.

    Encaminhamo-nos, hora aprazada, na direo do Centro de Comunicaesonde o dedicado irmo Hildebrando nos aguardava com o encanto da sua

    personalidade gentil.O recinto para o encontro era encantador. De reduzida proporo, era decorado

    com festes laterais, destacando-se o palco ornado de rosas delicadas em arranjobem-elaborado sobre a mesa diretora.

    ramos, aproximadamente, cem convidados, que logo repletamos o auditrioacolhedor.

    A conversao em meio-tom de voz dava notcia do prazer dos reencontros,facultando-nos ligeiras notas em torno das atividades a que nos vinculvamos,enriquecidas pela alegria do trabalho de autoiluminao.

    Nesse nterim, adentraram-se no recinto o diretor Aurlio, responsvel peloCentro de Comunicaes, que fora, na Terra, um devotado trabalhador na rea daengenharia eltrica, havendo deixado um patrimnio valioso em favor dasociedade, que acompanhava nobre e veneranda entidade que irradiava mparsimpatia. O semblante aureolado por um sorriso encantador, sem qualquer rudo,exteriorizava significativo magnetismo que a todos nos impregnou de imediataafabilidade.

    Podamos perceber-lhe a grandeza moral, embora a discrio e a simplicidadecom que se movimentava.

    Mais alguns conselheiros do mesmo setor formavam o squito fraterno que

    conduziu o visitante ao lugar de destaque mesa diretora.O silncio fez-se natural, enquanto penetrante harmonia vibrava no recinto

    inundado de suave claridade.Aroma delicado espraiava-se agradvel e, aps a prece emotiva proferida pelo

    nosso irmo diretor, teve incio a solenidade.Depois de algumas palavras convencionais, o respeitvel benfeitor elucidou-nos,

    sem retrica bombstica nem elogios habituais dispensveis, como ocorre na Terra: Temos a imensa alegria de apresentar-vos o irmo Evandro, que nos traz

    oportuno convite revestido de certa gravidade.

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    Nosso benvolo amigo elegeu a nossa comunidade para a execuo de umcomplexo programa de socorro a uma instituio respeitvel dedicada a Jesus, sobo patrocnio do Cantor de Deus, que se encontra sob forte ameaa das Trevas...

    Sem mais delongas, ouamo-lo.

    Dirigindo-se tribuna, o amorvel amigo saudou-nos com voz musical emnome de Jesus, explicando-nos:- No ignorais o momento delicado que vivem os nossos irmos terrestres,

    particularmente os servidores do Mestre nas hostes do Espiritismocontemporneo.

    Depois da longa noite de perseguies que sofreram os seus pioneiros eapstolos, assim como dos significativos testemunhos, o movimento expande-sedeforma surpreendente, oferecendo, no Brasil, em especial, a concretizao dapromessa do amorvel Mestre a respeito de o Consolador.

    Inmeros fatores vm contribuindo para que a mensagem kardequiana encontre

    aceitao nos diversos veculos de divulgao da grande mdia, desfrutando derespeito e de considerao. E um momento muito significativo, porquanto algumasautoridades da cultura cientfica de vrias reas do pensamento aderem convicoem torno da existncia de Deus e da imortalidade do esprito. Declaraesrespeitosas so divulgadas, sofrendo o bombardeio do atesmo sem conseguirintimidar aqueles que se encorajam definio das suas crenas. Algunsaquinhoados com o prmio Nobel, por exemplo, afirmam acreditar na Causalidadeinteligente do Universo e na realidade da vida de ultratumba...

    Depois de haverem penetrado nos arcanos das micropartculas, assim como do

    macrocosmo, concluram pela no existncia de qualquer explicao racional, queno seja a do Criador...Concomitantemente, porm, a onda de desrespeito vida, aos princpios ticos

    e morais, a avassaladora vulgaridade dos costumes em crescente desenvolvimento,apoiam-se na violncia e uma vaga de loucura varre o orbe, ameaando--Ihe aestrutura moral e espiritual.

    As aberraes multiplicam-se e os dolos da alucinao e do despautrioarrebanham as multides hipnotizadas que se entregam s mais estranhas eassustadoras condutas.

    Compreensivelmente, hordas de entidades primitivas misturam-se com osequivocados e estabelecem-se os terrveis e assustadores processos de obsesso queproduzem considerveis prejuzos sociolgicos, psicolgicos e morais sociedadeaturdida, que perdeu o conceito sobre os valores espirituais j no mais aceitos...

    Nesse momento, o mensageiro do amor silenciou, facultando-nos absorver assuas consideraes, de imediato prosseguindo:

    - O destempero da cultura alarmante, enquanto o culto do prazer sob todos osaspectos considerados, ultrapassa tudo quanto sucedeu nesse gnero at omomento nos diferentes perodos da Histria.

    Pais intercambiam licenas morais com os parceiros dos filhos, os lares, na sua

    grande maioria, converteram-se em bordis e o desrespeito ao santurio familiar

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    alcana elevados ndices de cinismo e degradao que derrapam na criminalidadede vrio porte.

    Autoridades insanas entregam-se corrupo, enquanto os cidados estorcegamna misria de todo tipo, sem esperana nem alegria de viver, fugindo pelas

    armadilhas da depresso, do suicdio, das drogas ilcitas...Sem qualquer sentido masoquista, lamentvel a situao moral dos viandantescarnais, com as excees naturais, que alcanaram, pela tecnologia, os astros,embora com os ps nos charcos das paixes mais vis.

    neste momento que a mensagem de Jesus, desvelada pelos imortais,apresenta-se com carter teraputico e libertador.

    Eis aqui o grande paradoxo: medida que os profanos fascinam-se pela doutrinailuminativa, no poucos trabalhadores do Evangelho restaurado resvalam para oscomportamentos infelizes, demonstrando a prpria fragilidade moral e a no realabsoro dos sublimes ensinamentos do Senhor.

    As defeces sucedem-se de contnuo e as quedas pessoais alarmam os nefitosque se esto aproximando com expectativas inumerveis, aguardando apoio eorientao, especialmente por meio do vigor do exemplo pessoal.

    Os desencarnados que exploram os torvos no intercmbio doentio, desfrutamdos espaos mentais desses desavisados, para impedir que se cumpram as sublimespromessas de Jesus.

    Quando no podem alcanar os missionrios do bem na atividade divulgativa evivencial da verdade, tomam os distrados e presunosos, os soberbos eautossuficientes, para os transformar em pedra de tropeo, formando grupos que

    se combatem mutuamente, criando cismas e derivativos falsamente cientficos, queatendem a sua vaidade e perturbam a boa marcha da saudvel divulgao da frenovada.

    Infelizmente, as diversas correntes, filhas da perturbao e do orgulho,esgrimem o dio e a calnia, transformando o campo de trabalho edificante emstio de combate destrutivo.

    Novamente silenciou e pudemos perceber-lhe a emoo na voz e no prantoprestes a escorrer da comporta dos olhos. Prosseguindo, exps:Todos nos rejubilamos com o crescimento e a aceitao do Espiritismo pelas

    massas. Nada obstante, um perigo natural ameaa a lavoura do Bem. Trata-se demuitos daqueles que lhe aderem aos postulados, por no se encontrarem emcondies emocionais de assumir as responsabilidades que lhes so conferidaspelas circunstncias e pessoas desprovidas de bom senso, facultam que surjamproblemas de comportamento e dificuldades que poderiam ser evitados. E naturalque muitos dos aderentes mensagem sintam entusiasmo e entreguem-se comardor sua divulgao e vivncia das novas propostas libertadoras, no entanto,como compreensvel, advm os enfrentamentos, os desafios que se mesclam comas problemticas pessoais e logo esmaece o jbilo e surgem as observaesnegativas a respeito do prximo, surgindo contrariedades quando no so aceitas

    algumas das suas sugestes ou diretrizes, no poucas vezes inspiradas pelos

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    inimigos desencarnados do ideal, e aparecem os partidos na grei, as dissensesinfelizes, as deseres...

    Pior ainda, quando ocorrem pensamentos a que atribuem alta magnitude e surgea tentao de corrigir o pensamento exposto na Codificao Esprita, de alter-lo,

    de adapt-lo aos tempos modernos, de criar correntes que se comprazem com ofrvolo, o social ou pretensamente afirmam ser um passo adiante, numa falsaconquista de complementao...

    Esse perigo j se manifesta e cresce como escalracho que se fixa nas razes daplanta boa, e que, ao ser arrancado, extirpa-a do solo tambm...

    Torna-se urgente que providncias sejam tomadas, a fim de que no ocorra omesmo que sucedeu ao Cristianismo nascente quando subiu ao trono imperial deRoma expulsando Jesus de sua companhia, ou como aconteceu com Lutero e suadoutrina, quando outros que se fizeram reformadores passaram a adaptar ao seumodo de entender o Evangelho de amor que deveriam seguir sem excessos de

    formalismos ou de complicaes teolgicas, disfarando a prpria vaidade eacreditando-se fundadores de religies...

    Esse combate de largo tempo, remontando aos primrdios do pensamento,muito bem-exarado na rebeldia de Lcifer contra Deus, conforme o mito bblico.

    Sucede que as paixes inferiores em predomnio no esprito durante o seudesenvolvimento intelectual e moral, no cedem s sublimes conquistas do amorsem grandes embates e sacrifcios.

    Neste momento, instalando-se as anomalias morais do prazer exorbitante, ointercmbio doentio entre as falanges do mal e as criaturas humanas distradas

    predomina em contnuas vitrias...Houve uma nova pausa nas reflexes, de modo que pudssemos perceber agravidade do programa, a seguir, enunciando:

    - Certamente, a transio planetria opera-se inexoravelmente, mas poderiacaracterizar-se por menos contributo de dores conforme vem ocorrendo poropo humana. Os missionrios do amor e do conhecimento que vm envergandoa indumentria carnal, e aqueloutros que logo mais os seguiro necessitam deencontrar joeirado o terreno humano, a fim de ser acelerada a realizao sublime...

    De certo modo, todos conhecemos esse labor sacrificial e estamos relativamenteacostumados faina da pacincia e do trabalho.

    Ao Santo de Assis foi feita urgente solicitao de socorro, por antigos discpulosseus na mbria dos dias passados, que se reencarnaram com o objetivo de ergueruma instituio terrestre moderna dedicada caridade, sem fugir simplicidade doseu amoroso corao. Profundamente sensibilizado, ele fez-se benfeitor do projetoe intercedeu junto a Jesus, suplicando-Lhe as bnos, em favor da sua realizao.

    Lentamente, os obreiros foram renascendo no corpo fsico, reencontrando-seuns com os outros, reconstruindo a famlia espiritual da qual provinham, e surgiuum amanhecer de esperanas para os sofredores do mundo fsico. A obra ma-terializou-se sob as luzes de o Consolador, tornando-se uma referncia de

    dedicao a Jesus em ambos os planos da vida.

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    Amigos devotados que permaneceram em nossa rea de ao passaram ainspir-los, a proteg-los, a enviar cooperadores abnegados para os auxiliar. medida que crescia, a sociedade passou a enfrentar dificuldades superlativas queforam vencidas com altivez crist e vem beneficiando milhares de espritos.

    Ncleo de trabalho para obreiros de nossa esfera, adquiriu o selo da mansidodo Mestre que tem conhecimento do seu significado espiritual.Multides so beneficiadas pelas aes meritrias, pelas instrues doutrinrias,

    pelos servios evanglicos realizados. Obsidiados recuperam-se das perseguies eaderem ao trabalho de amor, depressivos entregam-se laborterapia e a ignorncia esclarecida mediante as luzes da educao.

    Compreensivelmente, vem despertando grande simpatia, enquanto que,tambm, vem inspirando as animosidades dos cimes doentios, das competiesdesenfreadas da vaidade, das crticas contumazes e amargas, bem como deperseguies francas e desvairadas. No entanto, resiste como a embarcao segura

    bem-conduzida na tempestade, graas aos nautas que a comandam com amor esimplicidade...

    Includa no mapa das instituies nobres que iro contribuir em favor da grandetransio planetria, conforme j vem sucedendo, chamou a ateno dostradicionais inimigos do Senhor Jesus, que agora se voltaram com deciso paraderrub-la.

    Porque os seus membros unem-se na f e no trabalho, vm acompanhando-os,aguardando qualquer falha que surja, a fim de penetrarem na fortaleza em que seconstitui, minando-a interiormente.

    E o que agora vem sucedendo lentamente. A presuno e a rudeza de um dosseus membros, ambicioso e infantil, insensato e agressivo, passaram a impor-se,gerando inquietao e tornando-se a brecha moral para a invaso do Senhor dasombra, entidade infeliz que, desde o fim do sculo XV, tornou-se adversrio de

    Jesus (.1)Pessoalmente passou a comandar a mente do companheiro invigilante e

    notamos a gravidade do momento. Os bons trabalhadores do-se conta do perigoe esto buscando inspirao para providncias imediatas antes que sejam causadosdanos irreversveis e, em orao, tm apelado para o Pobrezinho de Deus, queassume o comando geral da instituio, havendo-nos convocado para a delicadatarefa de remoo do obstculo com socorro ao desvairado, j que "o Pai nodeseja a morte do inquo, mas sim, a da iniquidade"...

    Uma programao est elaborada, incluindo-vos a todos que ireis a diferentessociedades espritas auxiliar os abnegados servidores do Messias nazareno,enquanto que ns outro e pequeno grupo iremos, inicialmente, atender nau emquase soobro e outras tarefas posteriores...

    Mais tarde, aps esta reunio, o nosso irmo Hildebrando enunciar os nomesdos nossos companheiros e sero formadas as demais equipes que seguiroconosco Terra para o trabalho de amor e de proteo aos queridos servidores

    fiis verdade.

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    Que o Senhor nos abenoe o empreendimento fraternal e nos ajude a servirconforme Ele o fez em relao a todos ns. Paz sempre em nossas vidas com

    Jesus!

    (1) Vide os captulos 19 e 20 (O enfrentamento com a treva), do nosso livro Transioplanetria, LEAL. (Nota do autor espiritual.)

    Quando retornou mesa, harmonias siderais invadiram o recinto e delicadasptalas de luz caram sobre ns, desaparecendo em contato com o nosso corpo,penetrando-o com balsmica energia.

    Emocionados e absortos na contemplao de cenas que se apresentavam numgrande painel acima do palco, estvamos todos profundamente comovidos.

    Tratava-se de um espetculo no circo de Roma, nos primrdios da f crist,quando os mrtires eram atirados arena para o holocausto.

    Sensibilizados, no podamos dominar as lgrimas e a imensa gratido a essesheris do amor e da santificao que se imolaram em favor da divulgao doEvangelho de Jesus, naquele spero perodo.

    As lutas continuavam muito mais amenas e estvamos sendo convidados entrega ao inolvidvel Rabi.

    A ns todos no havia outra alternativa, exceto seguir-lhes o exemplo.

    3 Planejamento de Atividades espirituais

    A seguir, o amigo Hildebrando leu uma lista de nomes para a formao dasrespectivas equipes que se deveriam reunir, logo depois, em outras salas doedifcio, a fim de serem discutidos os planos de atividades a serem desenvolvidas eos lugares onde deveriam ser executadas.

    Surpreendido e sinceramente agradecido ao Senhor Jesus, fomos citado econvidado a apresentar-nos no local prprio, com mais outros quatro amigos, queforam espiritistas na Terra, e conhecidos nossos, que nos permitiram participar dassuas experincias caritativas, algumas das quais narramos em obras anteriores.

    Com imensa alegria pude abraar o venerando Jos Petitinga, trabalhadorincansvel do Evangelho que, bondoso e gentil, demonstrou muito jbilo pelonosso reencontro. Igualmente reencontramos o missionrio sacramentanoEurpedes Barsanulfo, cuja harmonia interior cativante nos mimetizava deequilbrio e de paz, evocando, no breve momento, realizaes que desenvolvemosjuntos em poca no muito distante. Tambm, emocionadamente, estava em nossopequeno grupo, o nobre servidor do Mestre nazareno, o ex-hanseniano JesusGonalves, cuja experincia evolutiva decorrente das conquistas ao longo dasreencarnaes, concedera-lhe a nobreza moral de que desfrutava. Sob acoordenao do apstolo Dr. Bezerra de Menezes, que supervisionaria o labor,

    tnhamos o grupo organizado, dirigindo-nos para a sala que nos fora reservada.

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    Ao chegar, o honorvel mentor, utilizando-se da tcnica de projeo de imagensnuma tela de imaculada brancura que se encontrava presa parede do fundo dasala, explicou-nos:

    - As cenas que veremos esto sendo enviadas diretamente da Instituio

    Esprita, que um dos mveis da nossa prxima visita e atividade no planetaquerido.De imediato, silenciou, a fim de que pudssemos observar a movimentao

    espiritual da Casa dedicada divulgao e vivncia do Espiritismo.Tratava-se de uma noite de exposio da Codificao esprita e, naquele

    momento, o orador estava terminando a tarefa doutrinria. Podemos observar quese encontrava inspirado pelo Mentor da Casa, enquanto a assistncia expressivados ouvintes recebia conveniente socorro bioenergtico.

    As cmeras que nos transmitiam as imagens focalizavam as pessoas atentas,exatamente no momento em que estava sendo proferida a prece de encerramento

    dos trabalhos.A uno que a todos dominava produzia uma vibrao de alta potncia que era

    correspondida por verdadeira chuva de fascculos de luz que caam sobre todos,penetrando-os, enquanto alguns espritos benfeitores assistiam os seus afetos,envolvendo-os em ondas sucessivas de harmonia balsmica.

    Uma jovem, em lamentvel processo depressivo, que se mantivera imersa naprpria angstia, enquanto era vampirizada por um adversrio perverso einclemente, ao aspirar a psicosfera ambiente que se fazia muito sutil, pareceudespertar do torpor que a martirizava, e deixou-se dominar pelas lgrimas, sem

    qualquer desespero, qual se fora uma catarse das emoes infelizes que experimen-tava. Pela memria passaram-lhe as cenas da infncia, alguns sofrimentos com aorfandade materna e os maus tratos da segunda esposa do genitor, que lhedesencadearia o tormento psicolgico mais tarde, conforme ocorreu, tambmdecorrente da injuno obsessiva do perseguidor desencarnado, e, nesse evocar daslembranas, recordou-se da mezinha com quem convivera somente at os quatroanos...

    Naquele instante, a genitora, radiosa, acercou-se-lhe e beijou-a ternamente,balbuciando palavras de nimo e de encorajamento que ela captava como estmulosabenoados.

    Um dos espritos encarregados dos passes na sala de largas propores e que seencontrava a postos, passou a aplicar-lhe a terapia prpria, conseguindo deslind-lados fluidos do inimigo irado que se sentiu vencido nos propsitos de lev-la aosuicdio. Com essa idia havia sido ela conduzida ao Centro esprita por umafamiliar devotada, dando-se, ento, conta do que lhe iria suceder, e ao contato dasenergias saturadas de vigor e de paz, foi lentamente diminuindo o pranto eescutando a voz intracraniana da abnegada mezinha, que agora encontrariaressonncia para ajud-la no processo de libertao do transtorno que seapresentava sob os dois aspectos: o psicolgico e o obsessivo...

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    Quando as luzes aumentaram o nvel de claridade, j que o salo ficarasuavemente iluminado para a etapa final da reunio, a amiga surpreendeu-se com oaspecto da paciente, que lhe murmurou timidamente: *

    - No sei o que se passou h pouco. Somente posso constatar que estou

    invadida por um bem-estar que havia desaparecido de mim nos meses ltimos.Tive a sensao de rever minha me e de ouvi-la emocionada, encorajando-me.Uma estranha ocorrncia me tomou, como se eu houvesse sido desatrelada de algoconstringente que me esmagava o trax e detinha meu pensamento na idia fixa dosuicdio... Pude orar, o que no fazia h muito tempo.

    Ato contnuo segurou a mo da prima, num gesto de gratido, quase sorrindo,enquanto a acompanhante emocionada lhe retrucou:

    Amanhecer de uma nova era- Jesus ouviu-nos as rogativas e voc est sendo abenoada pela oportunidade

    do refazimento.

    Aps um pequena pausa, concluiu:Isto, porm, no representa a cura, e sim, a primeira vitria no processo de

    recuperao. Os medicamentos iro auxiliando-a no reequilbrio dasneurocomunicaes, graas s substncias responsveis pela alegria e pelo bem-estar, enquanto a teraputica esprita afastar algum adversrio desencarnado quese compraz com o seu estado depressivo e, certamente, planeja arrebat-la docorpo, para prosseguir no infeliz processo vingador... Essa batalha voc a vencercom o esforo prprio e as bnos dos Cus. No abandone o recurso benficoagora ao seu alcance, mas permanea vigilante, porque o esprito que foi afastado

    tentar voltar, e o far com mais fora e revolta.A jovem abraou a familiar, e pediu-lhe: Ajude-me na minha fraqueza e no me deixe sucumbir. Agora eu sinto o

    poder de Jesus em minha vida... Necessito vencer esse mal que me toma e viver, afim de poder ser til a mim mesma e Humanidade.

    Retribuindo-lhe o afeto espontneo, a esclarecida companheira anuiu de boamente, arrematando:

    - Tudo que estiver ao meu alcance dedico-o a voc, mas a parte mais difcil epersistente a que lhe diz respeito, em razo dos seus compromissos para com a

    vida...Mos dadas, afastaram-se da sala, espiritualmente amparadas pela genitora da

    paciente.Percebi que todos que acompanhvamos a ocorrncia estvamos com os olhos

    marejados de lgrimas.Observvamos os frequentadores de sada.Duas senhoras conversavam animadas... Uma delas, assim que alcanou o ptio

    externo da entrada, referiu: No h dvida sobre a beleza da mensagem que o nosso irmo nos

    apresentou. Achei-a, entretanto, muito longa, um tanto cansativa e confesso que

    no pude acompanhar o seu raciocnio, mesmo porque observava o

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    comportamento de dona fulana que teve a coragem de vir reunio quasedespenteada... Voc no acha que ela deve estar com algum problema, porquantoultimamente anda desarrumada, quieta?...

    E enquanto se permitia a maledicncia, atraiu antigo comparsa desencarnado

    que a explorava psiquicamente e que ficara retido nas barreiras de entrada do salodoutrinrio. ..A outra, serena e gentil, respondeu-lhe: Penso diferente de voc. No posso entender como uma palestra rica de

    otimismo e de diretrizes formosas para a nossa felicidade em um perodo de 45minutos apenas possa parecer-nos cansativa e tediosa. Lamento no haver sidomais demorada, porquanto estava aplicando os ensinamentos em minha conduta edescobrindo determinadas falhas emocionais, que procurarei corrigir a partir deagora...

    Quanto a D. fulana, estou informada de que o seu esposo desencarnou de

    maneira trgica em um cruel acidente, h menos de um ms e que ela secomportou com a nobreza de uma verdadeira esprita, embora encontrando-sedespedaada interiormente, mas digna e encorajada a prosseguir.

    Amanhecer de uma nova era natural, portanto, que se encontre triste, e no a vejo to desarrumada como

    voc aponta. uma questo de ptica... Vejo-a em reflexo profunda quanto aosreais valores da existncia, as suas surpresas e a maneira de as enfrentar, superandoos cuidados superficiais que tanto merecem nossa ateno...

    Sentindo-se desencorajada na insensatez, mas pertinaz na crtica, arrematou:

    - Ocorre que voc tem sempre uma desculpa para tudo. Esse o seu mal, poisque sinto que voc esprita demais para o meu gosto.A amiga, que no desejava discusso, sorriu e encerrou o dilogo infeliz.Outras observaes facultaram-nos entender como a mensagem do bem

    encontra guarida nos ouvintes de acordo com os seus interesses e compromissosmorais.

    Nesse momento, o expositor comeou a atender a imensa fila de pessoas aflitasque vieram reunio a fim de solicitar-lhe diretrizes e auxlio, conforto e amparoespiritual.

    Bondosamente e com jovialidade, inspirado pelo seu mentor espiritual,permaneceu s ordens de cada um, enquanto a sala se esvaziava.

    O trnsito de desencarnados tornou-se mais expressivo, porquanto, logo depois,haveria reunio especial para atender as suas necessidades variadas. Entidadesgenerosas apontavam os lugares que deveriam ser ocupados, en quanto uma suavemelodia que ecoava no ar envolvia os recm-chegados...

    Nesse momento, a transmisso foi suspensa e o venervel mentor explicou-nos:- A instituio que estivemos vendo em plena atividade servir-nos- de sede para

    a ao durante os prximos trinta dias, que esperamos sejam suficientes para oatendimento aos compromissos que nos dizem respeito.

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    Neste grave perodo de transio planetria para mundo de regenerao, aperta-se o cerco do sofrimento s criaturas humanas e os espritos resistentes no malpercebem que no podero continuar nas faanhas infelizes a que se entregam. Emconsequncia, enfurecidos e revoltados, agridem com maior ferocidade aqueles que

    se lhes emaranham nos ardis, como se esperassem driblar os planos divinos.Todo o planeta est envolto por dificuldades crescentes, decorrncia natural daincria e do egosmo da prpria criatura humana ao longo dos milnios.

    Antes, tinha-se a impresso de que o poder das armas solucionaria qualquerdificuldade entre as naes, mas agora, as graves problemticas so internas emtodos os pases, resultando nos desconcertos inumerveis que vm produzindoprejuzos inesperados nos povos que, infelizmente, ainda no despertaram para a

    verdadeira fraternidade.A fome dizima multides na frica sofredora, em guerras tribais sem-fim, assim

    como em quase todos os pases, as revolues internas sacodem aqueles vitimados

    pelas ditaduras impiedosas, as religies fanticas estremecem, as finanasinternacionais sofrem o impacto da incompetncia de muitos administradores e asenfermidades de etiologia variada despedaam corpos, mentes e coraesconfrangidos.

    No sermo proftico, narrado pelo evangelista Marcos, no captulo XIII,quando Jesus se refere aos grandes fenmenos referentes ao fim dos temposmorais desditosos, declara que se no fosse pelos eleitos que (o Pai) escolheu, asdores seriam muito mais terrveis.

    Esses Seus eleitos so todos aqueles que se permitiram por Ele eleger em razo

    da sua conduta e da sua dedicao e respeito s soberanas leis.Nesse painel de desafios e padecimentos, a Ptria do Evangelho experimentaigualmente os efeitos danosos das desigualdades sociais, das minorias sofridas eabandonadas, da indiferena dos poderosos, da corrupo absurda e da indbitautilizao dos recursos pblicos, que deveriam ser aplicados a benefcio do povonecessitado...

    Medidas paternalistas e eleitoreiras so tomadas, sem que as causas da misriasejam removidas pela educao das novas geraes, cada vez mais abandonadas naformao do carter e no respeito aos direitos humanos, mediante leis justas edevidamente cumpridas...

    O abenoado reduto domstico perdeu o rumo e a aluci-nao tomou conta dequase todos os segmentos sociais.

    Claro est que no nos compete censurar os infelizes administradores, mas simlament-los, tendo em vista que eles volvero ao proscnio terrestre para recolheros calhaus e pedrouos que deixaram aguardando-os, vestidos de dor e merecendocompaixo, ou qui, iro expungir a culpa em dimenso inferior Terra quedesonraram e agrediram com a sua indiferena e crueldade...

    Como sempre, os instrumentos de que nos utilizaremos nas atividadesdesenhadas pelos nossos mentores, sero sempre aqueles que se encontram no

    Evangelho de Jesus: o amor, a bondade, a compaixo, a esperana, a caridade...

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    No fomos eleitos para o reproche, a reclamao nem o revide, e sim, para acompreenso e o sentimento de solidariedade em qualquer circunstncia econdio.

    Muitas armadilhas nos esperam, situaes complexas e embaraosas estaro

    nossa frente, no entanto, em todos os momentos o Senhor estar amparando-nos einspirando-nos a melhor diretriz.Em nossa programao seremos convocados a momentos muito difceis, no

    entanto, confiando em Deus, no tombaremos na tentao de resolver todas asdificuldades, compreendendo que as leis se cumprem conforme foram desencade-adas por cada um.

    Nas atividades de socorro desobsessivo, deixemo-nos compadecer pelossofredores, sem olvidar, no entanto, os mais infelizes, que so aqueles quepermanecem dominados pelo dio prolongado, sem qualquer momento de paz,havendo-se tornado sicrios. Na condio de terapeutas espirituais junto aos

    nossos irmos igualmente desencarnados, a compaixo em relao sua desditadeve ser uma normativa que nos impedir de sintonizar na faixa da sua ira e da suacrueldade. Embora usando de energia em relao aos espritos odientos, Jesus delesse compadecia sempre.

    Desse modo, uma das pautas essenciais da nossa excurso o socorro instituio ameaada e o atendimento aos novos viajores da indumentria carnal,que se apresentam originados de outra dimenso para as grandes mudanas que se

    vm operando e que se faro mais rpidas e volumosas...Orando e deixando-nos embalar pela cano das bem-aventuranas,

    conseguiremos desincumbir-nos a contento do compromisso que nos est sendoconfiado.Nesse momento, pausou e, generoso, solicitou ao irmo Eurpedes que

    proferisse uma prece de gratido a Jesus, o que foi realizado com inolvidvelemoo, assinalando o dia seguinte para que rumssemos, ao entardecer, na direoda me generosa, nossa Terra querida.

    4 Atividades abenoadas

    Quando a nossa equipe acercou-se da nobre instituio terrena, a Naturezamurmurava o ngelus, levando-me s recordaes do solo natal que me servir debero na ltima reencarnao. Era um buclico recanto do interior do Estado daBahia, pequeno burgo habitado por pessoas simples e fraternas, que cultivavam acrena religiosa vigente com respeito e elevao espiritual. Aquela era sempre umahora de recolhimento, quando se evocava a Me Santssima de Jesus.

    As recordaes tomaram-me todo o ser e o sentimento de gratido enriqueceu-me de foras para a dedicao exclusiva ao servio do Senhor.

    Naquele momento de rica primavera terrestre o Sol dourava as nuvens alvas

    espraiadas pelo zimbrio celeste, apresentando um espetculo de rara beleza no

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    cambiante das cores que formavam e modificavam o leque de luz sobre os montesdistantes.

    O tumulto da civilizao moderna ensurdecia, porm, acostumadas scircunstncias do cotidiano as criaturas movimentavam-se automaticamente

    buscando os veculos para o retorno aos lares.Aproximamo-nos do reduto espiritual que nos hospedaria durante os laboresprogramados e suas portas abenoadas estavam abertas de par em par para oacesso de todos quantos o desejassem.

    Laboratrio de auxlio, tambm santurio de amor, recebia expressivo nmerode visitantes de ambos os planos da vida, que para l dirigiam-se em busca deorientao e paz para as aflies que lhes minavam as resistncias morais eorgnicas, sendo atendidos por servidores dedicados e conscientes da suaresponsabilidade.

    Os trabalhadores vigilantes ao nmero crescente de necessitados que a toda hora

    buscavam ajuda, haviam concertado que a instituio estaria aberta desde as pri-meiras horas do dia at as avanadas da noite, como um ambulatrio espiritual,considerando-se que o sofrimento no tem hora para manifestar-se, sendonecessrio que o socorro se encontre acessvel quando ocorrer a dor...

    Recebidos carinhosamente pelo dirigente espiritual que nos aguardava comjovialidade, apresentou-se, esclarecendo que se encontrava comprometido com ogrupo de trabalhadores locais, desde os recuados dias de Assis, na alvorada do seuSanto Ministrio, quando se comprometera negativamente na direo de ummonastrio que, embora os propsitos de reviver Jesus, a ignorncia medieval e a

    presuno humana empurraram para a pompa e o desvirtuamento do pensamentoe atitudes do Cantor de Deus...Depois de alguns renascimentos dolorosos, carregando a cruz do remorso e

    sorvendo o fel da amargura pelo fracasso, todos estavam reencontrando Jesus naseara esprita, trabalhada na imortalidade do esprito e no propsito darevivescncia do Seu Evangelho libertador.

    Hermano, como esclareceu ser o seu prprio nome, esse j era um convite mais ldima fraternidade a que se dedicava com alegria e gratido a Deus.

    Convidou-nos a adentrar-nos pelo salo de conferncias que tivramos aoportunidade de conhecer por meio da projeo em nossa colnia e dirigimo-nos aum recinto localizado ao lado da sala reservada ao concurso medinico, que seencontrava adrede equipada, aguardando-nos.

    Informado anteriormente a respeito do programa que deveramos executar,havia-se prontificado com os demais benfeitores da sociedade a contribuir

    valiosamente para o xito do empreendimento.Desse modo, haviam sido tomadas providncias compatveis com os servios

    que seriam realizados, de modo que tudo estivesse em ordem no momentoprprio.

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    Cuidadosamente assepsiada, sem a presena de vibries mentais e outrasconstrues ideoplsticas morbficas, muito comuns em ambientes coletivos,aquele era um espao reservado aos atendimentos de alto e grave significado.

    Dr. Bezerra, aps agradecer a generosidade do novo amigo e seus cuidados,

    pediu licena para elucidar-nos que dispnhamos de duas horas para orecolhimento ou para movimentao pelo edifcio, tomando conhecimento dosseus servios fraternais, desde que, s 20 horas, deveramos estar juntos, pois que,nesse momento, teriam incio os trabalhos de socorro espiritual aos desafortunadosdo alm-tmulo. Simultaneamente ao ministrio medinico, no salo de entradaoperar-se-ia a terapia de assistncia aos enfermos do corpo e da alma, mediante oestudo de um texto de O Evangelho segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, e aaplicao de passes coletivos nos assistentes.

    Preferimos, pessoalmente, permanecer na saleta em que nos encontrvamos,preparando-me para os eventos de alta relevncia para os quais no me encontrava

    nas condies exigveis.Aquelas duas horas foram aplicadas nas recordaes dos labores da ltima

    existncia e no jbilo de constatar como os benfeitores espirituais trabalham semque as criaturas humanas tenham conhecimento. Distantes de qualquer sentimentode receber gratido operam ininterruptamente pelo bem do prximo e peloprogresso moral da sociedade.

    Quando for melhor entendido esse concurso espiritual, no intercmbioconsciente das energias dos habitantes dos dois planos, muitos males seroevitados pelos viandantes da argamassa celular.

    Evocamos, ento, a utilidade do controle mental e das reflexes em torno dasideias edificantes, evitando o cultivo do pessimismo, da queixa, da reclamao, domau-humor. Por esse comportamento elevado, o esprito encarnado liberta-se docasulo da infelicidade em que se encarcera, desenvolvendo a habilidade de voarpsiquicamente no rumo das regies felizes que a todos nos aguardamoportunamente.

    No me dei conta da rapidez com que se sucederam os minutos, quando todosestavam de volta e nos predispusemos ao incio do labor.

    O nobre benfeitor convidou-nos a uma orao em forma de rogativa a Jesus emfavor do programa a ser desenvolvido, facultando-nos condies prprias para odesempenho do que viria ocorrer depois.

    Com excelente disposio interior, no momento em que se preparava o auxlioiluminativo pela palavra aos necessitados, Dr. Bezerra convidou-nos a adentrar-nosna ampla sala para um atendimento especial.

    A lio da noite abordava o tema do perdo como condio primacial para aconquista da sade e da paz.

    O expositor recordou o Mestre abenoando os inimigos e socorrendo-os commisericrdia, num apelo aos presentes para que se libertassem do morbo da mgoae das vibraes perniciosas desse doentio ressentimento...

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    Chamou-nos a ateno uma jovem portadora de grande beleza fsica, queexsudava energia escura de natureza pestfera defluente do pensamentoatormentado e dos vcios a que se entregava.

    O mdico dos pobres aproximou-se lhe conosco e pediu-nos que a

    observssemos mais cuidadosamente.Com todo respeito procuramos penetrar nas suas paisagens mentais,objetivando melhor ajud-la, e acompanhamos as suas sofridas reflexes domomento.

    Pudemos perceber que se tratava de uma jovem acompanhante de cavalheirossolitrios, que vivia do hediondo comrcio do sexo sem responsabilidade.Simultaneamente, dependia de um explorador profissional que a exauria e a quemse entregava em busca de carinho na terrvel solido que sofria...

    Naquele ambiente de paz que a atrara, quando passara de automvel, rumandoao local de trabalho, sentiu-se sensibilizada pelo nome que se encontrava porta

    do edifcio e que sempre a intrigava: Sociedade Esprita Amor e Caridade.Antes no lhe dera maior ateno, no entanto, nesse dia, em razo da angstia

    que a visitava, resolveu conhecer a instituio e procurar informaes que, pelainspirao divina, culminaram em motiv-la a ficar, a fim de ouvir os comentriosda noite e, posteriormente, poder conseguir orientao espiritual.

    Relaxando das tenses contnuas, comeou a evocar o passado, que sempreevitava, por considerar que as recordaes somente lhe traziam sofrimento.

    Desse modo, lembrou-se da genitora que a iniciara na existncia ftil, desde aprimeira infncia, transferindo os conflitos e aspiraes para a sua ingenuidade,

    preparando-a para os desfiles da iluso.Bonequinha humana, era apresentada como modelo infantil em toda parte, maistarde em perversos programas de televiso que disputam glrias e prmios, fama edinheiro, tornando-se conhecida e disputada pelas revistas de maledicncia e desexo atormentado.

    Aos 16 anos, j havia aprendido a arte da dissimulao e as mais apuradastcnicas de explorao, amealhando com a ajuda materna, sempre hbil eambiciosa, valores que as promoviam na sociedade, mas que no lhes har-monizavam os sentimentos sempre expostos nem lhes preenchiam o vazioexistencial.

    Desencarnando, a pobre genitora, ela ficara a ss, j que era tambm rf de paivivo, presa s fantasias mundanas sem o amadurecimento psicolgico para aconquista de uma existncia feliz.

    Compreendendo que o luxo e o exibicionismo no lhe concediam a plenitude,passou a cultivar grande ressentimento contra a genitora que a empurrara para asexperincias destrutivas e ornadas de ouro...

    Invejava as moas simples e trabalhadoras, estudiosas e esforadas queambicionavam a construo de um mundo melhor, por intermdio da famliaamorosa, enquanto tambm era invejada por imensa legio de meninas sonhadoras,

    que ignoravam o preo vil da fama e da corrupo moral.

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    Naquele momento, encontrava-se num terrvel dilema, e ali estava em busca desocorro.

    Fazia pouco, descobrira encontrar-se em gestao, em face das alteraesorgnicas e da confirmao posterior mediante exame especializado.

    Chegara a sentir alguma alegria ante o pensamento da presena de um filhinhonos braos enriquecendo suas horas de solido. No entanto, ao comunicar aoproxeneta que a explorava, fora rudemente rejeitada e acusada com crueldade:

    - Como atribuir-me a paternidade desse ser rilhara ele entre dentes cerradosconsiderando os seus relacionamentos mltiplos?

    Tomada de surpresa, explicou-lhe que sempre tomava cuidados preventivos gravidez com todos os companheiros, mas com ele sempre se entregava de corpo ealma, sem qualquer reserva, porque o amava...

    Cnico e cruel, ele revidara:- Voc chama nosso relacionamento de amor? Voc sabe que no amo a

    ningum. Eu sou um profissional, no sinto nada especialmente com quem querque seja. certo que convivemos, que passamos alguns perodos alegres juntos,mas isso no significa qualquer compromisso de minha parte.

    Ela sentiu-se excruciada, sem poder, sequer, chorar... Logo, porm, elepropusera:

    - Como se trata de algo recente, que ir perturbar seriamente o nosso negcio, oideal expeli-lo, mediante o uso de medicamento eficaz e seguro. Se o fizer, tertodo o meu apoio. Em caso contrrio...

    E retirou-se espumando de ira.

    Ficara perplexa! Sabia-o explorador de mulheres, mas pensava que talvez comela houvesse algo mais...Em face do choque experimentado, passou a sentir uma grande repulsa pela

    ideia da maternidade, de prosseguir com a gestao.Fora quele lugar, na expectativa de receber ajuda sobrenatural, conforme se lhe

    apresentava a questo da imortalidade e do Espiritismo...Ouvia as consideraes do expositor com o pensamento no ato abortivo.O que nos surpreendeu foi a palavra do mentor, explicando-nos que o esprito

    em projeto de reencarnao era a prpria genitora de volta.Ao despertar, no alm-tmulo, fora tomada de angstia ao acompanhar a filha

    pelos sombrios corredores da autodestruio moral, dando-se conta da suaresponsabilidade, sentindo-se detestada. O arrependimento e a culpa tornaram-se-lhe cruis padecimentos ntimos, que a imantavam jovem, vendo-a exposta eabandonada... Ao mesmo tempo, deparara-se com ignominioso inimigodesencarnado que se vinculava moa, roubando-lhe as energias vitais que aconsumiam, levando-a, muitas vezes, estafa, exausto, perda de sentidoexistencial.

    Agora, diante da recusa do explorador que se negava paternidade, pde captaras vibraes da genitora ansiosa pelo perdo e pela oportunidade reparadora,

    anuindo emocionalmente sugesto criminosa do aborto...

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    Tratava-se de uma trama infeliz e muito complexa.Como, porm, ningum se encontra a ss, ao abandono, o seu guia espiritual

    que se esforava por melhor ajud-la, no momento em que passava pelo edifcio denome conhecido, inspirou-a a saltar e buscar socorro, o que a fez mudar o curso

    das atividades naquela noite.Nosso mentor aplicou-lhe passes dispersivos nos chacras coronrio e cerebral, afim de deslindar o algoz desencarnado que nela se fixava com ferocidade, emseguida adormeceu-o com induo hipntica, solicitando aos amigos Petitinga eEurpedes que o conduzissem sala medinica, o que foi realizado imediatamentecom misericrdia e compreenso.

    A seguir, props a Jesus Gonalves permanecer ao seu lado, assistindo-a eacompanhando-a posteriormente ao atendimento fraterno, enquanto, ns outro,com ele dirigimo-nos atividade desobsessiva.

    5 Procedimentos Libertadores

    Apalestra encerrava-se, e chegara o momento dos passes coletivos, quando osbenfeitores desencarnados aplicavam as energias salutares nos necessitados.

    Ao som de suave melodia pelo servio de autofalantes, os mdiuns habilitadospostaram-se pelos corredores do salo entre as filas de poltronas e enquanto sefaziam emitidas vibraes verbais e mentais pelo expositor, com voz tranquila e

    bem-modulada, eram carreadas as energias benficas em favor de todos aquelesque se predispunham a deixar-se penetrar.

    Seguindo sala medinica, verificamos que os trabalhos estavam em plenodesenvolvimento. Duas entidades muito sofredoras, mediante a psicofoniaatormentada, expressavam as suas angstias, o desespero que as acompanhavaalm da morte fsica, carinhosamente atendidas por meio da psicoterapia da palavraesclarecedora do dialogador, enquanto, simultaneamente, recebiam o contributo

    vibratrio do mentor da reunio.Os dois mdiuns disciplinados externavam os padecimentos dos comunicantes

    sem alarde nem qualquer nota de escndalo, permitindo que o socorro lheschegasse de maneira eficaz.Podemos observar que, enquanto os psicoterapeutas de desencarnados, com o

    pensamento fixado em Jesus, dirigiam a palavra fraternal de recepo,exteriorizavam em ondas contnuas vibraes em tonalidade azul-prateado quealcanavam os comunicantes, balsamizando lhes as feridas morais. No poderiamexplicar a sensao de reconforto momentneo que os tomava, porque, fixados naslembranas perturbadoras e nos efeitos das aes nefastas da existncia passada,retidas no perspirito, rebolcavam nos tormentos, expondo-os sem a necessrialucidez para escutar as orientaes.

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    Nesse caso, com pacincia significativa, cada dialogador resolveu utilizar-se dabioenergia, que o libertava da pesada carga de aflies, no que era auxiliado peloscooperadores espirituais, facultando que fossem diminudas as angstias dos

    visitantes, para posterior atendimento verbal.

    Deslocados dos mdiuns, muito melhor do que antes se encontravam, entraramem torpor hipntico e foram colocados em maas especialmente distribudas norecinto, para remoo posterior para a colnia espiritual de apoio.

    O benfeitor Hermano dirigia a reunio, constituda por vinte companheirosencarnados, entre os quais trs mdiuns psicofnicos e dois psicogrficos, trsdialoga-dores, dois passistas e cooperadores mentais que contribuam com partedos fluidos necessrios ao xito do cometimento.

    Antes da reunio, Dr. Bezerra solicitara ao mentor dos trabalhos a devidapermisso para o atendimento ao inimigo espiritual da jovem atormentada que seencontrava na sala contnua dos passes.

    Desse modo, trazido comunicao, foi utilizada a mdium Celestina, viva egenitora de dois filhos que educara com as claridades do Espiritismo e que faziamparte da sociedade como auxiliares, havendo granjeado respeito e afeto dosmentores, em razo da sua dedicao mpar ao trabalho do bem, assim como educao da mediunidade de que era portadora.

    Aproximando o vingador inclemente do perspirito da mdium, logo se deu aimantao com a sensitiva que estremeceu levemente, e notamos que algumas dasglndulas endcrinas, especialmente a epfise, apresentou peculiar luminosidadeque se estendeu pituitria, tireoide, descendo ao centro gensico, antes

    passando pelo plexo cardaco, num sistema circulatrio especial.Automaticamente, a mdium comeou a falar, externando o enfado e o desgostode ali encontrar-se.

    Tratava-se da comunicao do indigitado espiritual.Inicialmente, ele desejou prejudicar a mdium, exteriorizando ondas de raiva

    carregadas de vibraes destrutivas, que poderiam afetar-lhe o sistema endocrnicoe mesmo o sistema nervoso simptico, sem conseguir o objetivo, em razo dasdefesas naturais de que a senhora era portadora...

    Logo depois, tentou deslindar-se do m perispirtico, responsvel pela suafixao mdium, culminando por enfrentar o dilogo em tom agressivo,interrogando: O que se pretende de mim? Quem se atreve a deter-me na minha

    programtica de vingana? O que est ocorrendo?Fortemente inspirado por Dr. Bezerra de Menezes, Marcelo, um experiente

    doutrinador, respondeu com bondade e lucidez:Pretendemos um contato com o amigo, a fim de estudarmos o seu problema

    e as razes do seu sofrimento, agora transformado em rude perseguio a quemcertamente o prejudicou... No desejamos impedi-lo de prosseguir no seupropsito, mas somente buscamos entender por que voc se esquece da prpria

    felicidade, mantendo-se na atitude rebelde do dio que infelicita, e, por fim,

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    explicar-lhe que, at este momento, o amigo agia conforme lhe parecia melhor. Apartir de agora, porm, alteram-se as possibilidades de agresso, sendo vocconvidado mudana de comportamento em seu prprio benefcio.

    E enquanto o esprito blasonava, usando palavras quase desconexas, Marcelo

    prosseguiu:Talvez voc ignore, embora haja morrido o seu corpo fsico, que existem leis

    universais de amor, das quais ningum consegue fugir, vicejando no mundoespiritual onde se encontra. Nada acontece por capricho de quem quer que seja...

    As soberanas leis funcionam por automatismo e tambm pela interferncia dopensamento daqueles que se lhes direcionam a mente suplicando ajuda emisericrdia. o que est acontecendo em relao a voc e jovem que lheexperimenta os acleos da perversidade.Voc se refere vbora destruidora de vidas?! Conhece, por acaso, a dissoluta

    e cruel, mascarada de angelitude? Insensvel e interesseira, uma destruidora de

    lares e de vidas. Provoca paixes, explora as suas vtimas e entrega-se a um infamecomparsa que a devora... O amigo no se deve referir dessa maneira quela que sua vtima,

    porquanto, na condio em que se encontra, a sua energia muito contribui para oseu comportamento enfermio.E natural que assim acontea, porque igualmente me comprazo na sua forma

    desregrada de viver, participando de todos os seus conbios sexuais que mefacultam a vampirizaro das suas energias que me nutrem.Considera essa conduta como correta? Desde que lhe censura a maneira de

    viver, como se pode aproveitar da sua insensatez para fruir benefcios que nadamais so que desvarios e vapores morbosos que igualmente mais o degradam? Seria melhor que no se envolvesse conosco rugiu, exasperado - quase

    espumando de raiva.O semblante da mdium apresentava-se congestionado numa transfigurao

    perfeita, refletindo a fcies do comunicante.Agitando-a, desgostoso, o enfermo espiritual estridulou:Nosso relacionamento perde-se na ampulheta do tempo, quando a miservel,

    hoje vulgar, traiu-me, j assinalada pela infmia que lhe peculiar. ramos casadose pais afetuosos, pelo menos era o que eu pensava, quando da invaso de Portugalpelas tropas francesas em 1808 pelo norte do pas... Aps instalar-se parte da tropainvasora em nossa cidade, a tresloucada apaixonou-se por um soldado sedutor ecom escndalo de alta repercusso, abandonou o lar, deixando-nos, o que resultouna morte de um dos nossos filhos, vitimado por enfermidade cruel que lhe vinhadevorando o corpo juvenil...

    Sem nenhum pudor, transferiu-se do nosso burgo para outro, entregando-se aobandido que a seduziu com facilidade.

    Vitimado pela vergonha e pelo horror, mergulhei no abismo do dio e deixei-meconsumir por estranha tristeza que me levou morte, abrindo espao para que

    logo morresse tambm o nosso segundo filho...

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    Quando descobri que no havia morte, procurei-a com desesperado sentimentode vingana, no mais encontrando--a, por longo tempo, seno quando, h pouco,fui atrado ao seu estado atual e entendi que ela havia voltado... Nosso filhinhomorto prematuro era, agora, a sua genitora, que a entregou ao prprio destino e

    no sei por onde anda o nosso outro rebento...Choro convulsivo complementou as suas ltimas palavras, logo, porm,prosseguindo:Grvida, sem o desejar, seria esse o caminho da sua reabilitao ante o crime

    cometido para com o abandonado, ajudando-o a recompor-se ante a falncia nacondio de genitora, que irei tentar impedir de consumar-se, a fim de traz-la de

    volta para c, onde a justiciarei, auxiliado por outras suas vtimas que tambm aesperam...

    Se existem lei e justia, este o meu estatuto de compensao, no desejando,seno, promover o equilbrio entre os seus dbitos e os males que a muitos

    continua fazendo.Na pausa que se fez natural, Marcelo, fortemente inspirado pelo benfeitor,

    elucidou:As divinas leis no so aplicadas em cobranas indbitas, mas sim em forma

    de mecanismos de reabilitao e de reequilbrio.Sem dvida, a insnia por ela perpetrada muito grave, mas no lhe cabe o

    direito de fazer justia porque o seu um critrio caprichoso e cheio de rancor,empurrando-o para a vingana insana. Deus no necessita do nosso apoio a fim defazer que as leis de amor sejam respeitadas e aqueles que se comprometem

    recebam o necessrio corretivo. Para tanto, existem as enfermidades depuradoras,as circunstncias do destino, os fenmenos-problemas da afetividade e dorelacionamento, os acidentes, as anomalias orgnicas e mentais, enfim, uma infi-nidade de mtodos eficazes para a recuperao. Enquanto que ao ser aplicada asevcia pela vingana, aquele que a perpetra cai no abismo dos crimes hediondos,por desconhecer a justa medida para a correo do equivocado. No lhe cabe,portanto, o direito de desforo, por mais se justifique na condio de vtima...Mas eu odeio-a e hei de vingar-me... Em verdade, o que o atormenta no o dio, e sim a sua ignorncia a

    respeito das divinas leis, porquanto, medida que mantm o veneno dessesentimento, mais se embriaga de luxria e de perturbao, vinculando-se lhe epassando quase a viver em funo dos disparates morais que ela se permite.Encontra-se voc na situao do explorador dominado pelo desejo do gozoignbil, passando a depender do comportamento doentio da sua vtima.

    J chegado o momento de mudar o foco da sua aspirao para o encontro coma felicidade. Afinal, todo esse perodo passado fez-se caracterizar pelo seusofrimento que pareceu no ter fim... Raia o momento da sua libertao das amar-ras constritoras das paixes inditosas.

    Nesse momento, o venervel benfeitor aplicou energias no esprito

    atormentado, enquanto o dialogador imps-lhe:

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    Recue no tempo e constatar que existem culpas na sua economia espiritualevolutiva, que justificaram os referidos padecimentos, que voc poderia haveraproveitado como resgate, caso houvesse seguido as diretrizes da sua religio dapoca: perdo e misericrdia para com a infeliz, conforme Jesus aplicou em relao

    mulher adltera, narrada no Evangelho.Porque a induo psicoteraputica prosseguisse, o comunicante comeou acontorcer-se mais nos fluidos da mdium e, contemplando cenas de terrvelcontedo, comeou a pedir socorro, sucumbindo ante os arquivos dosacontecimentos inditosos que lhe assinalavam uma das mais recentes existnciastransatas... No pode ser comigo o que se passa, o que estou vendo! exclamou,

    aterrorizado.- Exatamente, meu irmo, refere-se a voc o que ora enxerga, proveniente dos

    arquivos da sua memria ancestral. O que voc praticou de cruel tornou-se-lhe

    sementeira de desdita que lhe cumpria resgatar. O orgulho machista, porm, otemperamento rebelde e o egosmo doentio no lhe permitiram assimilar a dor quese lhe acercou, deixando o filhinho desencarnar por indiferena. Voc reclama damulher que fugiu do santurio domstico, acusando-a de responsvel pela mortedas duas crianas, sendo que voc, afogando-se, na mgoa, tambm olvidou-se deoferecer aos jovenzinhos solitrios e infelizes o apoio de que eles necessitavam, nomomento em que se tornavam rfos de me viva... Ningum pode erguer a clavada justia contra os outros, porque igualmente encontra-se incurso em terrveiscompromissos, que so sempre os geradores das situaes deplorveis que

    acontecem.Observe bem a insnia de que foi portador, a prepotncia perversa que lheassinalou a existncia e esquea-se da postura de vtima, considerando que outros,por sua vez, experimentaram lhe a impiedade, tornando-se-lhe vitimados pela suaindiferena e crueldade.

    Concentrado profundamente, Marcelo percebia os quadros evocados pelamemria ancestral do comunicante sob a ao da fora regressiva imposta peloabenoado Dr. Bezerra.

    Transcorridos alguns minutos, demonstrando exausto, o inditoso perguntou:- E agora, o que me suceder?

    O amor de Deus no tem dimenso

    respondeu-lhe o psicoterapeuta

    espiritual -. Voc ser encaminhado a uma comunidade espiritual na condio deenfermo, onde receber conveniente tratamento, renovando-se e adaptando-se anovo comportamento, deixando a nossa irm inditosa prosseguir conformeestabelece a Lei de Causa e Efeito...

    Agora, repouse e durma em paz, a fim de despertar noutra dimenso e emcondio diferente desta que vem vivenciando h quase duzentos anos...

    Aplicando energias calmantes na mdium, que alcanavam o esprito, vimo-loadormecer profundamente, sendo desligado e conduzido em maca ao lugar prprio

    para posterior remoo.

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    Dona Celestina recobrou a lucidez aureolada por vibraes de harmonia,desfrutando de excelente equilbrio psquico e emocional.

    O benfeitor exultante com a primeira fase da atividade socorrista, convidou-nosa seguir sala onde, naquele momento, a jovem buscava o expositor para perdir-

    lhe orientao.Havia um expressivo nmero de pacientes que esperavam com tranquilidade asua vez, sendo chamados em ordem, no momento prprio, por um cooperadorque se utilizava de uma lista adrede elaborada.

    A visitante sentia-se emocionalmente dominada por um estranho bem-estar queno experimentava desde h muito tempo. No sabia que se havia libertado daconstrio doentia do perseguidor, nem mesmo podia identificar o fenmenoobsessivo de que era vtima.

    Logo sentou-se, para ser atendida, passou a respirar a psicosfera que seexteriorizava do trabalhador de Jesus, que a recebeu com visvel simpatia, muito

    diferente de como era aceita onde se apresentava.Deixando-a falar, ela exps o seu drama, especialmente o desejo de abortar o ser

    em formao, sem explicar, naturalmente, a conduta que se permitia.Comovendo-se durante a narrativa, com um sentimento de autocompaixo, por

    primeira vez, nos ltimos tempos, foi dominada por leve tremor, qual se fora umaadolescente sem experincias, que realmente o era na rea do bem e da verdadeirafraternidade.

    Ouvida carinhosamente pelo amigo atendente, este explicou-lhe a gravidade docrime do aborto, solicitando--lhe que pensasse demoradamente antes de qualquer

    deciso. O fato de o pai no desejar assumir a responsabilidade no tinha a menorimportncia, porque o seu amor poderia preencher a lacuna deixada por aquelaausncia.

    medida que lhe explicava sobre o milagre da vida, da imortalidade e dareencarnao, exteriorizava compaixo e fraternidade que a envolviam em dlcidaharmonia.

    Simultaneamente, nosso benfeitor aplicou-lhe energias especiais e, ao terminar oatendimento, a jovem prometeu retornar instituio.

    Saiu emocionada, e, ao tomar o automvel resolveu retornar ao apartamento,evitando seguir ao trabalho, de imediato comunicando a impossibilidade deatendimento ao cliente em pauta, sob a justificativa de mal-estar sbito.

    Acompanhando-lhe a deciso feliz, o nobre mentor explicou-nos que, logo mais,ela seria trazida de volta instituio em desdobramento parcial pelo sono...

    6 O socorro Prossegue

    Demo-nos conta, nesse instante, de que todos aqueles acontecimentos no eramresultado de um simples acaso, mas da assistncia de um esprito nobre que a

    amava.

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    Curiosamente, ele apresentou-se-nos, explicando que se tratava do antigosoldado francs que a desencaminhara, por ocasio da conquista da Ibria pelastropas napolenicas.

    Reconheceu, mais tarde, quando a velhice lhe concedeu compreenso profunda

    em torno da existncia, os males que lhe houvera feito, porquanto, aps us-la porum bom perodo, ao retornar ptria, abandonou-a, sem a menor compaixo,fascinado, agora, pelo regresso ao lar, onde viria a construir a famlia. A sualembrana, porm, fixou-se-lhe na mente e na emoo pelo restante da existnciafsica.

    Envelhecido e dominado pela culpa, procurou remediar o mal que fizera pelobem que poderia fazer, sendo que, no Alm operou-se a sua transformao radical,pois que a encontrou em situao penosa, em regio de infelicidade, de onde no aconseguiu resgatar.

    Ambos retornaram Terra nesse perodo em situao diferente e ele conseguiu

    conhecer o Espiritismo aps a desencarnao de Allan Kardec, o que ocorreu nacidade de Tours, onde renascera novamente na Frana, s margens dos rios Loire eCher, onde conviveu com o apstolo Lon Denis, havendo participado deinmeras reunies com o emrito escritor nascido na aldeia de Foug, nas

    vizinhanas de Toul e desencarnado naquela cidade de Honor de Balzac...Significativamente transformado, retornando Ptria espiritual no comeo do

    sculo XX, procurou reabilitar--se dos atos indignos anteriormente praticados coma conscincia desperta para o bem, insculpindo o dever de reerguer aquela a quemexcruciara e se tornara responsvel pela desdita da prpria famlia.

    Chamara-se, durante a ltima existncia, Philippe, mantendo-se discreto etentando, sob todos os meios possveis, auxiliar a antiga vtima, procurando det-lana rampa do erro e dos compromissos infelizes...

    Participava da equipe que trabalhava na Sociedade Esprita Amor e Caridade, e,tomando conhecimento das atividades que seriam desenvolvidas no perodo emque ali nos encontraramos, solicitou a ajuda e a orientao do nosso mentor, o queculminou nos socorros que vinham sendo aplicados em favor da enfermaespiritual.

    Simptico e consciente das prprias responsabilidades, Philippe passou aparticipar da nossa equipe, no que concernia assistncia jovem Martina...

    Reflexionando, em silncio, procuramos entender os divinos desgnios quesempre encontram recursos valiosos para a soluo de todas as problemticasgeradas pela ignorncia e pela imprevidncia humanas.

    No me havia ocorrido antes a ideia de quem estaria sendo responsvel pelosmecanismos socorristas da jovem equivocada que, de um para outro momento,resolvera por adentrar-se na instituio por cuja porta passara indiferente vrias

    vezes antes.Ajustava-se, agora, a complexidade da ao a um programa cuidadosamente

    elaborado, que tinha por meta a libertao.

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    Retornando sala medinica, acompanhamos outras comunicaes espirituaisatormentadas, sempre aprendendo as tcnicas da compaixo e da misericrdia queali eram aplicadas, em detrimento dos debates inteis, recheados de palavraspomposas e vazias que no atendiam aos dramas e aos apelos dos sofredores.

    A terapia esprita oferecida aos desencarnados em desespero difere de tudoquanto se aplica aos enfermos encarnados. A situao de ambos muito diversa,pois que todos os seus padecimentos esto impressos no perspirito que registra asaes e os seus efeitos, necessitando de vibraes generosas de amor e de caridadepara serem diludas mediante novas fixaes emocionais. As palavras,naturalmente, auxiliam no despertamento das aflies, no entanto, com maiseficincia quando carregadas de compaixo e de entendimento fraternal, semreprimendas nem imposies pretensiosas de quem deseja doutrinar, convencer,modificar... O trabalho de socorro e no de domnio das mentes e dossentimentos dos enfermos espirituais.

    Quando, porm, se apresentam espritos discutidores e recalcitrantes, nesse caso,ademais do sentimento de piedade em relao sua ignorncia, devem-se evitar asdiscusses infrutferas que prejudicam a execuo do trabalho, roubando o tempoda ao caritativa para os debates vazios da vaidade humana. Impedir-se, pois,essas tentativas de convencimento, encerrando a comunicao e deixando que osespritos superiores encarreguem-se de os atender, aps o choque anmicoresultante da comunicao, que uma das finalidades bsicas do recurso tera-putico.

    Nesse choque anmico, o esprito transfere ao mdium pesada carga de fluidos

    deletrios que o dominam e infelicitam, enquanto se renovam por aquelesexteriorizados pelo sensitivo, beneficiando-se de imediato. E porque o mdiumpode eliminar essas energias enfermias com facilidade, por meio da sudorese e deoutros mecanismos orgnicos, em face da sua condio de paz e de equilbrioemocional, o simples fato de ocorrer uma incorporao, mesmo que sem osesclarecimentos que, s vezes, tornam-se necessrios, seno indispensveis, o

    visitante desencarnado j consegue assimilar significativa quota de energia saudvel.No confronto com obsessores perversos e conscientes dos males que executam,

    ainda a, o objetivo socorr-los sem os censurar nem criar conflitos maisprofundos nos desditosos perseguidores.

    Jesus sempre o Modelo em todas as situaes. Atendendo aos obsessos,compadecia-se dos seus perseguidores, e, ao expuls-los dos pacientes, contavacom a ajuda dos Seus cooperadores espirituais que se encarregavam de esclarec-los. Sua poca e nas circunstncias em que se apresentavam as obsesses, o atocurativo teria que ser imediato e sem delongas, de modo a demonstrar quelagerao inculta em torno dos quesitos espirituais o poder de que Ele se encontravainvestido, diferindo, portanto, dos providenciais mecanismos utilizveis naatualidade, nos santurios medinicos edificados pelo Espiritismo.

    O formoso trabalho de iluminao encaminhou-se para a etapa final, quando

    haviam sido atendidos diversos casos de obsesso e de ignorncia espiritual.

  • 8/10/2019 Amanhecer de Uma Nova Era - Divaldo Franco - Manoel Philomeno de Miranda

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    Chegada a fase terminal, o nobre Hermano proferiu a prece de encerramento,utilizando-se da inspirao que transmitiu ao Marcelo, na condio de dirigente dostrabalhos, e, ainda na penumbra da sala, os membros sorveram pequena dose degua fluidificada, afastando-se para outro