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SSN 0873-3317 | OITO EDIÇÕES ANUAIS | Nº 3 MARÇO 2018 | WWW.FUNDACAO-AIS.PT BOLETIM ÍNDIA NA ÍNDIA, HÁ 240 MILHÕES DE PESSOAS QUE NÃO EXISTEM. Não têm direitos, levam uma vida miserável. São invisíveis aos olhos da sociedade. São os “intocáveis”, os ‘dalits’. Estão na base do complexo sistema de castas. Sessenta por cento dos cristãos da Índia são ‘dalits’… AMAR OS INVISÍVEIS

AMAR OS INVISÍVEIS - fundacao-ais.pt · Ser ‘dalit’, na Índia, é sinónimo de fome, de lágrimas, de miséria. De violência. Existe ... que sofreram na pele a violência daqueles

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I SSN 0873-3317 | OITO EDIÇÕES ANUAIS | Nº 3 MARÇO 2018 | WWW.FUNDACAO-AIS.PT

BOLETIMÍNDIANA ÍNDIA, HÁ 240 MILHÕES DE PESSOAS QUE NÃO EXISTEM. Não têm direitos, levam uma vida miserável. São invisíveis aos olhos da sociedade. São os “intocáveis”, os ‘dalits’. Estão na base do complexo sistema de castas. Sessenta por cento dos cristãos da Índia são ‘dalits’…

AMAR OS INVISÍVEIS

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Queridos amigos,Nesta Quaresma os Cristãos na Índia pedem--nos ajuda! A crescente intolerância religiosa na Índia afecta milhões de cristãos. Os mais pobres de todos, particularmente os dalits e os povos tribais, descobrem o Cristianismo como uma religião que os liberta do seu iso-lamento na sociedade e os ajuda a crescer em dignidade como irmãos em Deus.

A experiência de um Deus misericordioso revela-lhes uma nova dimensão de vida. Contudo, para eles, abraçar o Cristianismo conduz, muitas vezes, a mais exclusão e perseguição. Para as mulheres a situação é ainda mais dramática porque são discri-minadas três vezes: primeiro por nasce-rem mulheres, segundo por serem ‘dalit’ e terceiro por serem cristãs! Neste boletim,

partilho consigo os impressionantes teste-munhos de fé de três mulheres ‘dalits’.

A única coisa que os Cristãos pobres da Ín-dia possuem é a fé, que lhes confere digni-dade e os fortalece, apesar de todo o sofri-mento e discriminação.

Que a sua fé inspire a nossa e que as nos-sas orações fortaleçam as deles. Desejo-vos uma Santa Quaresma na espe-rança de Cristo Ressuscitado,

P.S. Ao doar 0,5% do seu IRS estará tam-bém a ajudar a Fundação AIS, no seu trabalho junto dos Cristãos perseguidos e necessitados, não só na Índia mas em mais de 145 países. Obrigada!

Queridos amigos,Foi há sete anos que acedi ao pedido do Cardeal Piacenza de me pôr à disposição da AIS. Na altura, fi-lo exclusivamente por sen-tido de dever em relação à Igreja, mas sem entusiasmo, porque não conhecia a AIS e porque tinha planos completamente dife-rentes para depois da minha reforma.

Hoje, relembro estes anos com grande gra-tidão. Pude recorrer à minha experiência profissional na refundação ordenada pelo Papa Bento XVI. Pude, sobretudo, conhe-cer esta jóia entre as obras de caridade da Igreja. O Padre Werenfried via a nossa mis-são na construção de uma ponte de amor entre vós, os generosos benfeitores, e a

Igreja perseguida e sofredora.

De ambos os lados desta ponte, conheci pessoas extraordinárias, missionários mag-níficos e benfeitores generosíssimos. Nos secretariados nacionais e na sede em Köni-gstein, encontrei pessoas que mantêm viva esta ponte, com paixão e dedicação. A gran-de fecundidade desta Obra só se consegue explicar pela oração que as pessoas de am-bos os lados e na ponte do amor oferecem umas pelas outras. A bênção e protecção das mãos de Deus tornam-se palpáveis de dia para dia. Estes anos enriqueceram infi-nitamente a minha vida.

Obrigado! Obrigado! Obrigado!

Directora AIS PortugalCatarina Martins de BettencourtPresidente ACN InternacionalJohannes HeeremanRedacção e EdiçãoAna Vieira, Paulo Aido e Jürgen LiminskiFotografia© AIS, Ismael Martinez SanchezDesignJSDESIGNAssinatura anual: €5,00Periodicidade: 8 edições anuaisImpressão: Gráfica ArtipolERC: 119560 ISSN: 0873-3317Membro: Associação de Imprensa Inspiração CristãPropriedade: Fundação AISRua Prof. Orlando Ribeiro, 5-D, 1600-796 LisboaNIF: 505 152 304 | Tel: 217 544 [email protected]

Dinheiro achado no chão “O dinheiro que vos envio foi achado por meu filho (…). Ele sabe que eu contribuo, quando posso, com donativos para a AIS, sempre pedindo também as vossas orações.

São 30 € achados no chão de que ele bem precisava, pois a sua situação profissional é frágil. Corre o risco de se viciar no álcool, mas as palavras dele foram estas: “Dá o dinheiro a quem costumas ajudar”. Peço que (…) orem por ele, para que a Mãe de Deus lhe dê força para combater o gosto pela bebida alcoólica e como Ela é a Senhora da Paz que ele viva os seus dias sempre com a Paz de seu Diviníssimo Filho Jesus Cristo Rei Imortal.”

Benfeitora da Maia (Porto)

Johannes Freiherr HeeremanPresidente Executivo AIS Internacional

Catarina Martins de BettencourtDirectora da Fundação AIS Portugal

A vossa ajuda…

Obrigado!5 0 5 1 5 2 3 0 4

NA DECLARAÇÃO MODELO 3 – PREENCHA O QUADRO 11 – CAMPO 1101, COLOCANDO O NOSSO NIF 505 152 304.

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SofrimentoNa Índia, nos dias de hoje, cerca de 60% dos 29 milhões de cristãos são ‘dalits’. É uma realidade terrível, quase insuportável, cruel mesmo. Indigna. Os ‘dalits’, os intocáveis, são os mais pobres dos pobres de toda a sociedade. São insignificantes.

FéCompletamente marginalizados, apesar da Constituição proibir a discriminação, são um exemplo cruel do que a humanidade pode fazer quando se torna insensível. Quando fecha os olhos.

Ser ‘dalit’, na Índia, é sinónimo de fome, de lágrimas, de miséria. De violência. Existe pobreza material, mas a fé faz a diferença!

RessureiçãoPara a Igreja é um desafio. Cada ‘dalit’ que descobre Jesus descobre também a sua dignidade de pessoa humana. Descobre-se por completo, nasce de novo.

Na Índia, nos dias de hoje, ser cristão é também um risco. A sociedade indiana está a revelar sinais crescentes de intolerância. Os Cristãos são ameaçados por grupos hindus radicais e precisam da nossa ajuda.

OS CRISTÃOS NA ÍNDIA: POBRES, DISCRIMINADOS, PROSCRITOS

Eles são testados na fé. Nós somos testados no amor. Ajude-os a ser testemunhas da fé. E a sua fé também mudará.

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A segunda fase do massacre – não há ou-tra palavra para qualificar o que aconte-ceu – teve início a 23 de Agosto de 2008.

Só um ódio extremo permite explicar a tragédia que ocorreu nos dias seguin-tes: os radicais hindus mobilizaram centenas de pessoas e mataram 120 cristãos, destruíram 4.640 casas em mais de três centenas de aldeias. Além disso, pelo menos 250 igrejas ou capelas foram destruídas. A violência foi tal que mais de 50 mil pessoas ti-veram de fugir para salvar a própria vida. É difícil explicar violência tão de-sumana. Mas não se pode esquecer. Por isso, a 25 de Agosto, passou a celebrar--se o “Dia da Memória”.

“A MINHA SOBRINHA FOI VIOLADA”

D. John Barwa, Arcebispo de Cuttack--Bhubaneswar, esteve já em Portugal para explicar ao mundo como é dramá-tico o dia-a-dia dos Cristãos no seu país. D. Barwa sofreu profundamente nos dias de tumulto em Orissa.

A sua própria sobrinha, a Irmã Meena Barwa, estava em Kandhamal quando a multidão enfurecida a arrastou aos gritos “matem os cristãos”, “matem os cristãos”… Depois, rasgaram-lhe as rou-pas e violaram-na, ali, em plena rua.

Desde então, a Irmã Meena Barwa ajuda os Cristãos, especialmente os ‘dalits’, que continuam a ser espezinhados e ignora-dos por uma sociedade que se recusa a olhar para eles como seres humanos.

A IMPORTÂNCIA DO PERDÃO

D. John Barwa, quando esteve em Portugal deu um testemunho elo-quente da importância do perdão. E do sofrimento. Ao recordar o ataque de que foi vítima a própria sobrinha (na foto abaixo), disse que “o sofri-mento nunca é em vão, especial-mente quando se sofre por causa da fé, por causa de Deus”. E acrescen-tou, sublinhando como a sua sobri-nha, perdoando aos agressores e persistindo no trabalho da Igreja de promoção dos ‘dalits’, está a ajudar a apagar os traços de ódio da socie-dade indiana.

A Ir. Meena está a ensinar o poder do perdão que é sempre caminho funda-mental para o amor.

ORISSA Foi há 10 anos!

Os Cristãos de Orissa foram sujeitos a uma verdadeira limpeza étnica por grupos

extremistas hindus. Para todos os que sofreram na pele a violência

daqueles dias, foi ontem.

Nesta Quaresma, vamos ajudar a missão da Ir. Meena Barwa e milhares de religiosas e catequistas, na promoção dos ‘dalits’?

A Fundação AIS prometeu apoiar 1.500 agentes pastorais, com o valor de 90.000€ ao longo de três anos.

Os números falam por si. Entre o final de 2007 e o princípio de 2008, 9 cristãos foram assassinados, 105 igrejas destruídas, 730 casas queimadas. Apesar da dimensão brutal desses ataques, o pior estava ainda para acontecer…

Esta menina cristã foi atirada para a sua casa a arder. Conseguiu sobreviver, mas

com queimaduras no corpo todo.

COM 25€ É POSSÍVEL APOIAR UM CATEQUISTAS NA SUA MISSÃO

Milhões de cristãos são afec-tados pela crescente intole-rância religiosa que ocorre na Índia. Os esforços da Igreja para formar espiritualmente os catequistas que ensinam e servem os seus companhei-ros cristãos é uma prioridade cada vez maior.

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Se a Igreja não estivesse lá para ajudar, muitas crianças não te-riam oportunidade de ir à escola, muitas pessoas doentes não rece-beriam tratamentos e a população não teria como fugir da pobreza desesperada…

Ganha 50 rupias por dia. Pouco mais do que 60 cêntimos. O marido faz bis-cates. Diz que vive esquecida num can-to do mundo.

Ser ‘dalit’ é como ter lepra. Os outros afastam-se. Tudo o que Asha toca fica impuro. Por isso, ela e todos os ‘dali-ts’ são considerados como intocáveis. Sujam. Todos os dias, Asha defronta--se com dilemas insuportáveis: nasceu intocável, tal como os seus filhos, tal como os seus pais, tal como os pais dos seus pais. Para eles sobra apenas o que a sociedade rejeita. A base da alimen-tação desta família é o arroz. Tudo o resto é quase um luxo. Asha sabe que dificilmente os seus filhos poderão algum dia libertar-se desta situação miserável. No entanto, tem esperança. Melhor: tem fé!

“Nossa Senhora é minha Mãe e Ela indica-me o caminho.”

“Aos domingos vou à igreja com eles. Em casa rezo a Maria, a nossa Mãe. Peço a Maria que proteja os meus filhos e nos livre de todo o mal.” Asha é tão humil-de que nem se atreve a pedir muito. Pedir é já uma ousadia para quem nunca teve nada.

Todos os dias, Asha tem um dilema para resolver: “Ganho 50 rupias por dia. Com esse dinheiro, devo comprar sal e arroz para a minha família, ou mandar os meus filhos para a escola?”

O dilema de Asha é um desafio para nós, nesta Quaresma. Se os seus filhos não estudarem, vão ser seguramente tão pobres como ela é agora. “Vivemos neste canto do mundo, esquecidos por todos. Há tantos pobres neste lugar. Por favor, ajudem-nos.”

Muitos deles fazem um grande es-forço para ir à igreja…mas vão com alegria! Eles sentem-se mais fortes quando fazem parte de uma comuni-dade, mas têm de andar quilómetros para chegar à igreja mais próxima.

Para uma família que vive da terra, um salário de 50 rupias, como o de Asha, por um dia de trabalho, é um enorme esforço para pagar o transporte. Por isso, construir uma igreja ou uma capela mais perto da sua aldeia é uma graça que não tem preço!

A Fundação AIS pretende construir uma capela em Kudra, no valor de 36.315€, que apoiará também a educação das crianças e jovens.

COM 100€ É POSSÍVEL COMPRAR TIJOLOS PARA A NOVA CAPELA

SOFRIMENTO AS MÃOS VAZIAS DE ASHA

Asha é mulher, cristã e ‘dalit’.

Tem quatro filhos. Vive num

casebre, sem telhado, a que

chama casa, mesmo ao lado da

linha do comboio. Trabalha no

campo, horas a fio.

Obrigado!

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“O Evangelho diz que Jesus morreu por nós na cruz. Sinto-me também preparada para isso. Ofereço a Deus os meus sacrifí-cios e as minhas dificuldades.”

Bita era apenas uma mulher ‘dalit’ que vivia numa casa extremamente rude, com o marido e um filho ainda criança. Tinha uma vida amaldiçoada como todos os ‘dalits’ que carregam o fardo dos excluídos, dos ignorados, dos que são como invisíveis aos olhos da sociedade.

Um dia, porém, aconteceu algo de pro-fundamente estranho e invulgar ali, naquela aldeia. Bita conta a história. “Enquanto trabalhava nos campos, um catequista aproximou-se de mim e deu--me uma Bíblia.”

Duas coisas improváveis aconteceram naquele dia, naquele momento. A ousa-dia do catequista e a coragem de Bita.

O catequista arriscou muito. Podia ter sido denunciado pelo seu gesto. Bita aceitou a Bíblia e levou-a para casa. Começou a ler. Abriu a Bíblia ao acaso e nunca mais parou.

“Senti-me confortada ao ler a palavra do Senhor”, explica ela à Fundação AIS. Aos poucos, foi aproximando-se mais e mais da Igreja. Aos poucos, a história de Bita correu também de boca em boca.

A conversão daquela ‘dalit’ não deixou ninguém indiferente. “As pessoas diziam para eu deixar a Igreja. Mas eu não deixa-rei a minha fé”, explica-nos. A cada dia que passa, ela sente que há um ambiente cada vez mais hostil. Os antigos vizinhos olham--na agora como se fosse uma estranha.

Bita é exemplo das enormes dificul-dades que os Cristãos atravessam nos dias de hoje na Índia.

“Sou pobre e às vezes peço comida e roupa para os meus filhos. Estou so-zinha e rejeitada neste mundo. Mas, no meu íntimo, sei que o Senhor está sempre comigo.” Bita sente-se só e rejeitada na sua aldeia. Ape-sar disso, a sua fé em Jesus cresce de dia para dia. Ela pede-nos aju-da nesta Quaresma.

FÉA CORAGEM DE BITA

Ali, no norte da Índia, onde vive com os seus filhos (foto em baixo) e marido, Bita sabe bem o que é a

hostilidade dos outros. Apesar disso, nunca renunciou à sua fé em Jesus. Que é, diz, o seu

maior tesouro.

“A minha fé tornou-se muito forte. Mesmo se quiserem matar-me, não abandonarei Jesus.”

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A Igreja, ao olhar para cada ‘dalit’ como pessoa, está a fazer uma verdadeira revolução.

Todos são iguais perante Deus. Todos são irmãos. Não há castas no amor.

A fé pode fazer a diferença na vida dos ‘dalits’, apesar da sua pobreza material.

Faz uma diferença significativa na forma como as pessoas lidam com as dificuldades e lutas da vida diária. Eles são oprimidos e as condições em que vivem são tão abjectas que ficam doentes tanto no corpo como na alma. A assistência pastoral e a dedicação da Igreja cura as pessoas.

A sociedade indiana está dividida num complexo sistema de castas que sem-pre ignorou os ‘dalits’. A igreja tem feito, com o apoio da Fundação AIS, uma verdadeira revolução. Adoptou os ‘dalits’ e abraçou-os.

As nossas orações são os seus alicer-ces. O nosso apoio será as suas pare-des. O nosso amor será o seu telhado.

A Fundação AIS prometeu impri-mir 50.000 Novos Testamentos, na língua Odiya, para distribuir por 6 dioceses em Orissa.

A maioria vive em grande pobreza. Mui-tas aldeias e vilas encontram-se na sel-va, isoladas do resto do mundo durante a estação das monções.

A maioria das pessoas esforça-se por alimentar a sua família. Têm uma existência miserável como trabalha-dores que recebem ao dia e estão in-teiramente à mercê dos seus patrões e empregadores.

A Bíblia dá orientação e motivação para superar a dureza da vida. A Boa Nova do Evangelho liberta-os de se sentirem inú-teis e marginalizados. Ler o Evangelho cura o seu coração.

“LER O EVANGELHO

CURA O CORAÇÃO”

Bita

Obrigado!

COM CERCA DE 50€ É POSSÍVEL ENVIAR 50 EXEMPLARES DO NOVO TESTAMENTO

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Swetha aparenta ter 30 anos. Não conseguiu dizer-nos a sua idade pois os ‘dalits’ raramente têm documen-tos. Toda a sua vida tem sido um ver-dadeiro inferno. Mesmo quando casou. Mesmo quando nasceram as suas três filhas. Até aí ela teve pouca sorte, pois o seu marido desejava ter filhos homens.

O casamento tornou-se um calvário e os gestos de carinho que tinha so-nhado transformaram-se em violên-cia. Swetha perdeu a conta às vezes em que, encostada a um canto da casa, em lágrimas, lamentou, provavelmen-te, ter nascido.

“Um dia, quando me preparava para ir à Igreja, o meu marido chegou a casa e bateu-me várias vezes com uma barra de ferro! Senti que Jesus estava comi-go, que me protegeu do mal, pois não fiquei magoada. Isto encheu-me de imensa alegria.”

O marido bateu-lhe, pois proibira Swetha de ir à igreja. Antes disso, já lhe tinha rasgado a Bíblia como se, com esse gesto, desse uma respos-ta às pessoas da aldeia que murmu-ravam pelo facto de ela ir sozinha à igreja, aos domingos, em vez de estar a trabalhar, como lhe competia, para o marido e as filhas. Desde esse momen-to, passou a rezar todos os dias pelo marido, implorando a ajuda de Deus.

“Ele não sabia o que significava ser ma-rido e eu não sabia o que significava ser esposa. Não sabíamos o que era o amor.” Swetha conseguiu falar com o pároco e explicou tudo o que se tinha passado.

E, mais uma vez, algo de inesperado aconteceu. O marido aceitou ir com ela à igreja e concordou em fazer um pe-queno curso para casais.

“Aí aprendemos que o casamento é uma relação sagrada entre três partes: marido, mulher e Deus!”

E tudo mudou. Em casa de Swetha não só não há mais nenhuma Bíblia rasgada, como ela já não vai sozinha à Missa aos Domingos…

RESSURREIÇÃODESCOBRIR O AMOR

Swetha representa milhões de

mulheres indianas. Em toda a sua

vida só conheceu pobreza, exclusão

e violência. Mesmo em casa. O único

momento em que não amaldiçoava

ter nascido era quando ia à Missa,

aos domingos. Mas até nisso o seu

marido quis pôr um ponto final. Mal

sabia ele que era a sua vida que

estava prestes a mudar…

A FÉ MUDOU A SUA VIDA. APESAR DA DISCRIMINAÇÃO, ELA DÁ TESTEMUNHO DO AMOR DE CRISTO.

Swetha representa milhões de mulheres indianas. Elas estão sós, sofrem a violência da pobreza e a violência da sociedade. Vamos ajudá-las?

Nestas Comunidades rezam juntos, mas também partilham as suas lutas diárias e como as ultrapassar, orientados por religiosas, catequistas ou padres.

A Fundação AIS apoia as chamadas Pequenas Comunidades Cristãs. Actualmente, existem cerca de 85.000 na Índia.

Obrigado!

COM 300€ APOIAMOS UMA COMUNIDADE

Pediram-nos ajuda no valor de 12.000€ para apoiar as comunidades em Buxar.8

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NÃO OS PODEMOS ABANDONAR AGORA! O testemunho do sacerdote, da religiosa e do catequista é um farol de esperança para quem depende do apoio social e espiritual da Igreja.

Em resultado do trabalho da Igreja na Índia, milhões de “dalits”, passaram a ter consciência de que são também filhos de Deus!

NESTA QUARESMA, PODEM CONTAR COM A SUA AJUDA?

Para os ‘dalits’, que são marcados como proscritos e que durante séculos su-portaram discriminação e humilhação no dia-a-dia, a mensagem do Cristianis-mo traz a salvação. É um alívio inacreditável tomarem conhecimento de que há um Deus que sofreu, tal como eles, e que acolhe especialmente os mais pobres da sua comunidade como irmãos e irmãs em Cristo.

O QUE ESTÁ EM RISCO:SE NÃO AJUDARMOS HOJE, A IGREJA NA ÍNDIA TERÁ MENOS CAPA-CIDADE DE APOIAR E DE CHEGAR AOS CRISTÃOS ‘DALIT’!

• Os Cristãos serão alvo de mais violência e injustiça• A sociedade indiana irá fechar-se mais, ignorando os valores cristãos como a

paz, o perdão, a caridade e o diálogo• Os Cristãos sentir-se-ão abandonados e a promessa da comunhão dos Cristãos

de todo o mundo será quebrada

“É nossa responsabilidade como Igre-ja demonstrar ainda mais preocu-pação por estas pessoas e contribuir cada dia para o seu crescimento espi-ritual e, ao mesmo tempo, para o seu desenvolvimento humano global,” afirma a Irmã Suja.

Mas a Boa Nova do Evangelho permite que os ‘dalits’ apreciem e compreendam que também eles têm dignidade humana e são convidados a ser membros de uma comunidade de amor.

A IGREJA NA ÍNDIA É DOS POBRES E

PARA OS POBRES!

Obrigado! 9

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P. Martin Maria BartaAssistente Espiritual

Queridos amigos,“Nós esperávamos que fosse Ele o que viria redimir Israel” (Lc 24,21). Este foi o desiludido balanço pas-cal dos discípulos de Emaús. Dois homens cabisbaixos, a caminho dum futuro sem sentido nem ob-jectivo. Perderam toda e qualquer esperança. Só ao partir do pão reconhecem o Ressuscitado, rece-bendo ao mesmo tempo o grande dom divino da esperança. É verdade que “ainda não” alcançaram a salvação final, mas vêem claramen-te o futuro. Estão cheios de esperança, possuem a segura e firme âncora da alma que chega até ao Céu.

O poeta francês Charles Péguy descreve a segunda virtude teologal como uma me-nina que, despercebida, dá os seus passi-nhos junto das irmãs mais velhas – a fé e a caridade – sendo, no entanto, ela quem arrasta tudo consigo. tadora de África. Ao mesmo tempo, este continente, apesar dos seus desertos imensos, é abençoa-do com terra de cultivo fértil e com um

clima que permite colheitas ao longo do ano inteiro. Além disso, possui imensos recursos naturais e abundantes riquezas religiosas e culturais. Com tudo isto, Áfri-ca poderia ser um verdadeiro paraíso na terra. Os Africanos têm alegria de viver.

“A fé só vê o que é. Mas a esperança vê o que será. A caridade volta-se só para o que é. Mas a esperança vê o que será. A esperança não se percebe por si só. A fé é simples e não acreditar seria impos-sível; amar é simples, e não amar seria impossível. Mas conseguir ter esperan-ça, isso é que é difícil.”

Muitos cristãos sobrevivem à tortura, à prisão e ao sofrimento, graças apenas à esperança. Ela não é uma fuga da reali-dade, nem uma consolação com o além, mas uma força sobrenatural que está impassivelmente voltada para a bem-a-venturança e a salvação do mundo.

A esperança cristã dá ao “aqui e ago-ra” o verdadeiro sentido e a orientação certa. A liberdade, a razão, o progresso, tudo isso pouco pode alterar a miséria deste mundo. Mas nós podemos conse-guir muito se a esperança na salvação permanecer viva em nós, através da Ressurreição de Jesus.

O Papa Emérito Bento XVI refere em Spes Salvi três espaços essenciais para

a aprendizagem da esperança. O pri-meiro é a oração.

Pois a oração, na sua forma original de súplica, não é nada mais senão a expressão de quem tem esperança. O segundo espaço é toda a obra séria e recta do homem. É a coragem de seguir-mos em frente todos os dias, mesmo que aparentemente continuemos sem sucesso, fracassemos ou pareçamos im-potentes perante a preponderância dos poderes malignos. O terceiro espaço é a compaixão e o suportar do sofrimento. Claro que temos que tentar minorar o sofrimento, mas só Deus o pode vencer definitivamente. Depende da medida da nossa esperança, o quanto nos uni-mos a Ele no sofrimento, o aceitamos e oferecemos como sacrifício, para assim acabar no mundo com o mal e com a culpa, as fontes do sofrimento.

Queridos amigos, somos todos chama-dos a ser testemunhas da esperança. Através da nossa oração, das nossas boas obras e da nossa compaixão, que-remos ser uma fonte de esperança pas-cal para aqueles que são atingidos pela dor e pelo sofrimento.

Abençoa-vos, grato, o vosso

“A esperança cristã dá ao ‘aqui e agora’ o verdadeiro sentido e a orientação certa!”

“A nossa esperança não é simplesmen-te um optimismo; é outra coisa, é mais! É como se os crentes fossem pessoas com um “pedaço de céu” a mais em cima da cabeça..., acompanhados por uma presença que algunsnem conse-guem intuir.”

Audiência Geral, 4 de Outubro de 2017

Obrigado!

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Compilação de artigos da Fundação AIS publicados ao longo dos últimos anos no jornal “Voz da Verdade”, o semanário ofi-cial do Patriarcado de Lisboa. “A Cruz Escondida” leva-nos ao encontro de 70 rostos, de 70 histórias de homens, mulheres e crianças que representam, em tantos lugares do mundo, o drama dos Cristãos perseguidos, da Igreja que sofre. “A Cruz Escondida” retrata as lágrimas e o sofrimento, mas também a alegria e a esperança destes Cristãos.

Com fotografias impressionantes da Igreja perseguidaÉ por eles, é por causa deles que existe a Fundação AIS.

Autor: Paulo Aido 152 páginasFormato A4

Este livro, ilustrado com gravuras, apresenta uma reflexão do Papa Francisco sobre o significado e a importância da Quaresma e da Páscoa, a partir das suas homilias e meditações. 168 páginas

Autor: Papa Francisco

Via Sacra escrita por D. Samir Nassar, especialmente para os benfeitores da Fundação AIS, com meditações e imagens que revelam o calvário dos nossos irmãos sírios. Com eles, rezemos pela Paz na Síria e em todo o Médio Oriente!

«Obrigado pela vossa proximidade espiritual que nos ajuda a suportar melhor o Caminho da Cruz.»40 páginas

Via Sacra com orações e meditações, percor-rendo o caminho da cruz até à ressurreição, em oração pelos Cristãos perseguidos.Autor: Joaquín Alliende-Luco

40 páginas

Formato: 10,5 x 15 cmEnvelope não incluído

Promoção válida para 30 ou mais postais

A CRUZ ESCONDIDA70 ANOS, 70 ROSTOS, 70 HISTÓRIAS

CAMINHO-MORTE-RESSURREIÇÃO O BOM PASTOR

O BOM PASTOR

O ESPÍRITO DA QUARESMA E DA PÁSCOA

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Esta obra trata o dom da compaixão, através de reflexões sobre as vidas de homens e mulheres que escolheram livremente seguir Jesus até às últimas consequências e que deixaram marcas indeléveis de compaixão. Foram vidas que tocaram e continuam a tocar a vida de muitos.

“Conforme Ele próprio disse, se vivermos a compaixão, faremos, também nós, milagres. Sim, milagres. Talvez não visíveis de imediato. Talvez não entendidos como tal. Mas eu creio firmemente que, quando nos aproxi-mamos de um ser humano em sofrimento para, desinteressadamente, o acolher e confortar, dão-se sempre milagres.”

Uma leitura para a Quaresma, tempo para converter e purificar o coração.

Autora: Maria Teresa Maia Gonzalez86 páginas

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