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DIREITO AMBIENTAL
- Fabiano Melo
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL NA
ESFERA INTERNACIONAL
1) Conferência mundial sobre meio ambiente humano –
aconteceu em 1972.
- O seu principal instrumento foi a Declaração de Estocolmo – 1972. Essa foi a primeira grande conferência sobre meio ambiente.
-Em 1972 a preocupação era com a poluição, havia um aumento gradativo da poluição, uma explosão demográfica etc. Também foi
trabalhado o esgotamento dos recursos naturais. A partir desta pauta
o mundo acabou se desenvolvendo em 02 grupos: a) Corrente preservacionista (países desenvolvidos): dizia
que o mundo já havia usado demais os recursos naturais
e era necessário dar um basta. b) Corrente desenvolvimentista (países em
desenvolvimento): essa corrente foi liderada pelo Brasil
– “que venha a poluição”. - Acabou prevalecendo a corrente desenvolvimentista.
- A Declaração de Estocolmo (soft law – carta de intenções, não vincula) é composta por 26 princípios e inova ao inserir o meio
ambiente no rol dos direitos humanos. Essa declaração acabou
influenciando a CF/88. A proteção ambiental na CF está no artigo 225. O artigo 225 coloca que todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado. MEIO AMBIENTE TAMBÉM É
RECONHECIDO COMO DIREITO FUNDAMENTAL
INTERNO
Obs. Declaração de Estocolmo – Princípio nº1 – determina o
meio ambiente como direito humano.
- Meio ambiente é um direito fundamental na nossa CF. - Artigo 225 da CF: “Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.”
2) Convenção sobre o comércio internacional das espécies de
fauna e flora em perigo de extinção.(CITES) – 1973 – visa proteção destas espécies
3) Convenção de Viena para proteção da camada de ozônio – 1985 – Protocolo de Montreal sobre substâncias que destroem a
camada de ozônio (acompanha a convenção de Viena – estabelece
metas de redução de poluição). Ex. renúncia ao CFC – gás das geladeiras – pela primeira vez os países começam a substituir
substâncias e influenciar na economia pela proteção ambiental.
Obs. Princípio da precaução – teria aparecido na convenção de
Viena – caso da incerteza científica, em situação de dúvida sobre
consequências das atividades deve-se ter muita precaução e evitar a atividade. Ex. não se sabe resultados do aquecimento global ou
sobre transgênicos.
4) Relatório Nosso Futuro Comum (1987): Relatório
Brundtland. - Quem presidiu os trabalhos desse relatório foi a ex-primeira ministra da Noruega Gro Brundtland. Esse relatório traz o conceito
clássico de desenvolvimento sustentável.
Desenvolvimento sustentável: é aquele que atende às necessidades
da presente geração sem comprometer as necessidades das gerações
futuras. Temos que usar os recursos naturais hoje, mas olhando para o futuro. Esse relatório influenciou decisivamente o legislador
constituinte quando da elaboração do artigo 225 da CF.
Obs. Presentes e futuras gerações - O art. 225 para a FGV traz o
princípio da solidariedade intergeracional – na esfera internacional
seria o princípio do desenvolvimento sustentável.
5) Convenção sobre o controle de movimentos transfronteiriços
de resíduos perigosos – Convenção da Basiléia – 1989
Trata de materiais poluentes como chumbo, pneus cádmio,
mercúrio, pilhas, baterias, visa impedir o transporte de certos produtos – ex. lixo hospitalar.
5) Conferência Mundial Sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento - ECO/92, Rio 92, Cúpula da Terra
- O momento máximo da proteção ambiental foi no ano de 1992.
Falava-se em meio ambiente e desenvolvimento e não apenas em meio ambiente humano.
- Os principais documentos foram:
I - Declaração do Rio (soft law) - Traz a sistematização
dos princípios do meio ambiente II - Agenda 21 (soft law) - É um documento
programático, um plano de ação para a construção de sociedades
sustentáveis em âmbito global, regional e local. - Essa convenção não é cogente, não é obrigatória. Trata-se apenas
de princípios que são formados.
- A Agenda 21 pensava em como estabelecer sociedades sustentáveis no século XXI. A Agenda 21 possui 40 capítulos. O
Brasil adota uma série de diretrizes da Agenda 21.
III - Convenção-quadro sobre mudanças do clima (hard law) - Impactos do aquecimento global será uma das maiores
discussões no direito ambiental brasileiro.
- Essa convenção foi assinada 02 meses antes da Rio/92
- A preocupação dessa convenção é com o aquecimento global
- COP (Conferência das partes). Na COP 03 foi aprovado o
Protocolo de Kyoto. Periodicamente há encontro dos países
para discutir mudanças do clima – estamos na COP 17
Obs. Gases antropogênicos – gerados pelo homem ex. indústria,
queimadas, CO2 das vacas – Protocolo de Kyoto estabelece meta de redução das emissões – 5,2% do ano de 1990. A COP do ano
passado suspendeu o período que seria de 2008 a 2012 foi prorrogado para 2017.
- Os países que devem reduzir a emissão do CO2 são os países do Anexo I, ou seja, os países desenvolvidos. Para reduzir a emissão
de CO2, deveria haver um ano como referência, e esse ano foi o de
1990, sendo que a redução deveria ocorrer entre 2008 e 2012. O Brasil não tem obrigações no que se refere ao protocolo de Kyoto,
mas ele fez a sua parte através da lei 12.187/09, no artigo 12 –
Brasil procura, mesmo sem obrigações pelo protocolo, reduzir as emissões de 36,1 a 38,9% das emissões projetadas.
IV - Convenção sobre diversidade biológica (hard law) - É o mais importante documento sobre a proteção da
biodiversidade ou diversidade biológica.
- Os objetivos dessa convenção são: a) conservação da diversidade biológica
b) uso sustentável dos recursos biológicos
c) distribuição justa e equitativa dos benefícios do uso dos recursos genéticos.
- A biodiversidade é a variedade de seres vivos que temos no
planeta. - O artigo 224, §1°, VII da CF trata da proteção da fauna e flora
- Política Nacional de Biodiversidade – Decreto Lei 4339/02
V - Declaração de Florestas (soft law) - Na época em
que surgiu ficou na base da declaração, não avançou porque
nenhum país quer abrir mão de suas florestas.
VII - Rio +10 – Cúpula mundial sobre
desenvolvimento sustentável: cúpula realizada na África do Sul na cidade de Johanesburgo, no ano de 2002.
Obs. Toda convenção tem uma declaração – soft law.
- A cúpula mundial teve 02 documentos:
a) Declaração política: não tem força obrigatória, é uma
declaração sobre desenvolvimento sustentável. b) Plano de implementação: possui 03 objetivos
1) erradicação da pobreza
2) mudança nos padrões de produção e consumo 3) proteção aos recursos naturais
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
1) Princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado como
um direito fundamental:
- Esse princípio é o princípio matriz do direito ambiental. É a partir dele que se irradia em nível constitucional e
infraconstitucional. Esse é o principal dos direitos fundamentais,
não tem como efetivar direitos civis, políticos, econômicos e sociais sem o meio ambiente ecologicamente equilibrado. O STJ diz que
sem um meio ambiente ecologicamente equilibrado não existe
vida. O dano ambiental é imprescritível, pelo simples
reconhecimento de que o bem tutelado é indeclinável para a
vida.
- Artigo 225 da CF – o constituinte associou o meio ambiente
ecologicamente equilibrado à sadia qualidade de vida.
- Fundamento axiológico maior do nosso texto constitucional é a
dignidade da pessoa humana. Quanto mais um direito fundamental
se aproxima da dignidade da pessoa humana mais essencial ele se torna. Sem o meio ambiente ecologicamente equilibrado é possível
falar em dignidade da pessoa humana?
- O meio ambiente ecologicamente equilibrado é o meio ambiente
não poluído, com higidez e salubridade.
Princípio da proibição do retrocesso ecológico: se tem as normas
que foram feitas pelo legislador constituinte, não pode o legislador infraconstitucional editar normas mais permissivas. Os direitos
fundamentais previstos na CF não podem ser flexibilizados por
normas infraconstitucionais. A dignidade da pessoa humana e o artigo 225 da CF são os pilares dessa argumentação – cláusula rebus
sic stantibus.
CLAUSULA DA PROGRESSIVIDADE - O estado é obrigado a
rever e a aprimorar a legislação existente de proteção ambiental –
melhor técnica para proteção ambiental. Dever de progressiva realização.
Pacto internacional dos direitos econômicos sociais e culturais – demandam prestação do estado – tem sido aclamado no direito
ambiental. (vedação de retrocesso e dever de progresso).
2) Princípio do desenvolvimento sustentável:
- Compatibilizar as atividades econômicas com a proteção ao
meio ambiente. É conjugar o artigo 170 com o artigo 225 da CF. O
artigo 170 é o artigo da ordem econômica. O artigo 170, no inciso
VI fala que a ordem econômica tem que contemplar entre outros valores a defesa do meio ambiente.
- Desenvolvimento durável = desenvolvimento sustentável - Desenvolvimento sustentável: é aquele economicamente factível,
ecologicamente adequado, socialmente justo e culturamente
equitativo, sem discriminações.
- se tiver conflito entre desenvolvimento econômico e meio
ambiente, não se pode falar que o meio ambiente sempre prevalecerá, será necessário haver uma compatibilização. A
atividade econômica não pode ser exercida em desarmonia com os
princípios destinados a tornar efetiva a proteção ao meio ambiente.
- A proteção ambiental deve constituir parte integrante do processo
de desenvolvimento, e não pode ser considerada isoladamente deste.
- Desenvolvimento sustentável está vinculado à discussão de
desenvolvimento econômico e proteção ao meio ambiente.
3) Princípio da solidariedade intergeracional e equidade no
acesso aos recursos naturais:
- Está previsto no caput do artigo 225 da CF: “o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”
- Presentes e futuras gerações princípio vinculado ao relatório nosso futuro comum está vinculado ao princípio do desenvolvimento
sustentável.
ATENÇÃO - O legislador constituinte consagrou um sujeito de
direito indeterminado, que ainda não nasceu, mas já é tutelado.
- Esse é um princípio de ética entre as gerações.
- Edis Milaré chama as gerações presentes de sincrônica (ao mesmo
tempo = presentes gerações) e diacrônica (futuras gerações).
- Esse princípio olha para o futuro. Exemplo: tudo que versa sobre
responsabilidade civil, dano ambiental olha para o futuro, para garantir os recursos naturais.
4) Princípio da função socioambiental da propriedade: A propriedade só se legitima quando atinge a sua função social e
atende à coletividade. A CF/88 publicizou o conceito de
propriedade. A reserva legal florestal, a APP está limitando a propriedade? – há um equivoco nessa informação. A função social
não limita o direito de propriedade; a função social é elemento
essencial interno da propriedade, um conteúdo do direito de
propriedade. Não há que se falar em limitação, mas sim no uso da
propriedade conforme o direito. A função social não é externa, é
elemento interno, integrante do conceito de propriedade.
- Função se opõe à autonomia de vontade, que é o princípio do
direito privado que tem por limite o ilícito. A função é o poder de agir que traduz em verdadeiro dever jurídico e que só se legitima
quando atinge a finalidade específica. Onde tem função não tem autonomia de vontade, não tem interesses próprios.
- Função social da propriedade garante o direito de propriedade. Mas se sou proprietário tenho que cumprir primeiro a finalidade, os
objetivos para então poder exercer plenamente os direitos de
propriedade.
- A reserva legal florestal é um percentual dentro de uma
propriedade rural.
- Função social rural – artigo 186, II da CF
- Função social urbana – artigo 182, §2° da CF. A função social da propriedade urbana é observada quando se cumpre o plano diretor.
O plano diretor é obrigatório para as cidades com mais de 20.000
habitantes. Nas cidades com menos de 20.000 habitantes, que não possui plano diretor obrigatoriamente uma lei de uso e ocupação do
solo resolve essa discussão.
- Toda propriedade tem uma função negativa e positiva. A função
negativa é a de não fazer (não poluir, não degradar, não desmatar,
não emitir ruídos na madrugada urbana). E a função positiva é a obrigação de fazer (recompor, fazer vedação acústica). Pela
obrigação propter rem, se adquirir uma propriedade devastada é
obrigado a recompor e reparar o dano ambiental.
Ação civil pública tem como objeto ação de fazer ou não fazer ou
dar dinheiro.
Obrigações podem ser de fazer – ex. recompor, registrar reserva
Obrigações de não fazer – não poluir
- Existem situações em que o STJ abre mão do nexo causal no
caso de reparação ambiental.
5) Princípio da PREVENÇÃO:
- Prevenção significa agir antecipadamente. O princípio da
prevenção trabalha com o RISCO CONHECIDO, na verdade tem dados, pesquisas e informações ambientais.
- O que justifica a aplicação do princípio da prevenção? a) Impossibilidade de retorno ao status quo – danos
ambientais são compensáveis, mas não reparáveis.
b) Eliminação de uma espécie da flora e fauna
- No direito ambiental prevenção e precaução possuem sentidos
distintos. Prevenção vem do verbo prevenir, que significa agir antecipadamente. A essência do direito ambiental é uma essência
preventiva. O princípio da prevenção é um princípio onde o risco é
conhecido, existem dados, pesquisas ou informações ambientais sobre o que vai acontecer. Exemplo: atividade mineraria. O
princípio da prevenção pode aparecer no licenciamento ambiental,
no EPIA/RIMA, poder de polícia ambiental.
- O poder de polícia ambiental é a mesma coisa que o poder de
polícia estudado no direito administrativo – poder eminentemente fiscalizatório. Está no artigo 78 do CTN.
- O licenciamento não é precaução, mas sim prevenção.
6) Princípio da PRECAUÇÃO:
Trabalha o dano desconhecido, o perigo em abstrato, com a
incerteza científica, uma vez que não há pesquisas concluídas. Há o
in dúbio pro ambiental, inversão do ônus da prova e prognose negativa.
- O possível dano é desconhecido, não se sabe o que pode ocorrer.
- Exemplos: organismos geneticamente modificados (alimentos transgênicos) não temos informações sobre os transgênicos para a
saúde humana.
- Princípio 15 da Declaração do Rio 1992:
In dúbio pro ambiente: na dúvida deve decidir pelo meio ambiente. Mas esse in dúbio pro ambiente não é absoluto, é apenas um
norteador. Deve-se aguardar a produção de estudos e pesquisas.
Inversão do ônus da Prova - A ação civil pública é proposta em
face do empreendedor para que ele demonstre que o seu
empreendimento não causará danos à saúde humana e ao meio ambiente. O INTERESSADO DEVE PROVAR QUE NÃO
CAUSARÁ DANOS AO MEIO AMBIENTE.
- Lei 11.105/05 essa lei estabelece normas sobre os organismos transgênicos e traz o princípio no art. 1º.
Prognose: é o conhecimento antecipado. Progonse é um exercício de probabilidade. A prognose negativa é uma antecipação de
negativa dos efeitos maléficos ao ambiente – se a prognose for
positiva – não se libera atividade.
Prognose – quando não há elementos de certeza, mas ainda assim o
juiz deve julgar – há temperos de equidade – exercício de probabilidade.
7) Princípio democrático: Se desdobra em princípio da informação, princípio da participação comunitária e princípio da
educação ambiental.
- Boa parte da doutrina brasileira estuda esses princípios de forma singular.
7.1. Princípio da informação ambiental: - A essência do estado democrático de direito é a formação,
educação e informação. O princípio da informação na verdade é um
direito do cidadão ser informado sobre projetos públicos ou privados que possam afetar a qualidade ambiental e a saúde
humana.
- Exemplo: transgênicos – as embalagens devem conter a
informação de que o alimento é transgênico. Lei 11.105/05, artigo
40 – esse artigo possui uma regulamentação que diz que acima de
1% a presença de OGM (organismo geneticamente modificado),
deve ser identificado no rótulo.
- O EIA-RIMA – toda obra, atividade ou empreendimento
causador de significativa degradação do meio ambiente tem que
ter o estudo prévio de impacto ambiental. Exemplo: usina de
Belo Monte, transposição do Rio São Francisco.
- SISNIMA: sistema nacional de informações sobre o meio
ambiente. O SISNIMA é um banco de dados com as informações ambientais de todos os órgãos ambientais no Brasil. Ele reúne os
dados dos órgãos do SISNAMA.
- SISNAMA: sistema nacional do meio ambiente. O SISNAMA são
todos os órgãos e entes responsáveis pela proteção ambiental no
Brasil. Exemplo: IBAMA.
- Lei 10.650/03 é uma lei que possibilita o acesso às informações
ambientais dos bancos públicos do SISNAMA.
7.2. Princípio da participação comunitária:
a) Na esfera administrativa: a população quer participar da formulação das políticas públicas ambientais.
Exemplo: audiência pública, consulta pública, direito de
petição, participação em conselhos de meio ambiente. b) Na esfera legislativa: artigo 14 da CF - plebiscito,
referendo, iniciativa do projeto de lei.
c) Na esfera judicial: ação popular ambiental (legitimidade do cidadão), ACP, MS coletivo
Obs. consulta pública - alguns projetos ficam na internet disponível para que qualquer cidadão possa se manifestar. Consulta pública é
mais abrangente que audiência pública, costuma ocorrer no estudo
prévio de impacto ambiental.
Obs. no Uruguai houve plebiscito sobre concessão das águas.
Indivíduo participa respeitando normas de direito ambiental e
exigindo do poder público o cumprimento das normas de direito ambiental.
7.3. Princípio da educação ambiental: - Artigo 225, §1°, VI da CF:
- Lei 9795/00 Lei que regulamenta a educação ambiental.
- A educação ambiental faz com que o cidadão seja consciente.
8. Princípio do POLUIDOR PAGADOR - Artigo 4°, VII da Lei
6.938/81
Faceta preventiva - impedir a poluição
Faceta reparadora - responsabilidade objetiva por poluições
- Possui um aspecto preventivo e um aspecto reparador. É um
princípio econômico de proteção ambiental.
Internacionalização das externalidades negativas: internalização
= assimilar ao processo produtivo.
Externalidade negativa = fora do processo produtivo. O
empreendedor deve internalizar os custos de prevenção,
monitoramento e reparação dos impactos causados ao meio
ambiente. No processo produtivo pode ter resíduos, gases, e
efluentes – esses componentes são chamados de externalidades.
- O princípio do poluidor pagador diz que tem que pagar as
externalidades que não tem valor econômico. Não pode privatizar os lucros e socializar os prejuízos.
- Ainda que a atividade seja lícita, se ocorrer o dano ambiental, deve
haver mitigação e reparação.
- Artigo 14, §1° da Lei 6938/81 a responsabilidade civil pelo dano
ambiental é objetiva.
9) Princípio do usuário pagador: Artigo 4°, VII da Lei 6.938/81
- Os recursos naturais devem ser quantificados para evitar a hiper exploração. Exemplo: água tem valor econômico.
- Se não colocar preço nos recursos naturais pode haver o
chamado custo zero e incentivar o gasto excessivo.
- O solo é um recurso natural que é tributado. - ADI 3378 pontua o princípio do usuário pagador.
10) Princípio da ubiquidade da questão ambiental ou Princípio
da variável ambiental no processo decisório das políticas de
desenvolvimento:
- Ubiquidade é colocar o meio ambiente no epicentro dos direitos
humanos. Todas as decisões, projetos e políticas públicas devem
contemplar a questão ambiental. Antes de se avaliar economicamente deve ser avaliar ambientalmente.
11) Princípio do controle do poluidor pelo poder público:
- O poluidor deve ser controlado pelo poder público, através do
controle de produção de agrotóxicos, controle de técnicas de biossegurança e biotecnologia, energia nuclear – artigo 225, §1°, V
da CF.
- O licenciamento ambiental é uma forma de controle. O poder de polícia ambiental também é uma outra forma de controle pelo poder
público.
12) Princípio da Cooperação:
- Alguns doutrinadores chamam de princípio da cooperação entre os
povos. A declaração do Rio, no princípio 02 fala que os Estados tem o direito soberano de explorar seus próprios recursos mediante duas
próprias políticas de meio ambiente e desenvolvimento. – trata-se da
cooperação a nível internacional. - Lei 9.605/98, artigo 77
CONSTITUIÇÃO E MEIO AMBIENTE:
- Existe um conceito jurídico de meio ambiente? Sim, Lei 6938/81, artigo 3°, I
- Elementos do conceito de ambiente:
a) Elementos bióticos: é tudo aquilo que possui vida. Os
elementos são, a fauna, flora, etc. b) Elementos abióticos: afetam a vida de cada um de nós,
embora não possuem vida. Exemplos: ar, atmosfera,
águas, solo e etc.
- Biótopo: é o lugar físico, onde está fauna e a flora
- Biocenose: é o agrupamento dos seres vivos - Biota: é o conjunto de seres vivos em um determinado local.
- Classificação de meio ambiente – José Afonso da Silva: a) Meio ambiente natural: artigo 225 da CF – existe
independentemente da vontade do homem (elementos
bióticos e abióticos)
Patrimônio nacional (5 biomas) - Floresta amazônica, pantanal,
zona costeira, serra do mar, mata atlântica. Obs. cerrado, caatinga, pampas não estão entre os grandes biomas.
b) Meio ambiente cultural: artigo 216 da CF – patrimônio cultural brasileiro: bens materiais e imateriais.
c) Meio ambiente artificial: artigo 182 da CF – também é
chamado de meio ambiente construído. Existe uma ação antrópica. Exemplos: espaços abertos e espaços
fechados.
d) Meio ambiente do trabalho: artigo 200, VIII da CF – se preocupa com a saúde e segurança do trabalhador.
- Formas de proteção ao patrimônio cultural brasileiro: tombamento, registro (proteção do patrimônio cultural imaterial),
inventário (relação de bens materiais e imateriais), vigilância,
desapropriação e outras formas de preservação e acautelamento – artigo 216, §1° da CF. O registro é a forma de proteção do
patrimônio cultural imaterial (Decreto 3351/00).
Obs. acarajé é patrimônio cultural imaterial.
- O inventário pode ser material ou imaterial. Inventariam-se os
bens que guarnecem uma igreja ou museu.
- Vigilância é poder de polícia = fiscalização.
Artigo 225 da CF:
a) Norma matriz: caput do artigo 225 – direito ao MEIO
AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. b) Instrumentos de efetividade da norma matriz:: §1° do
artigo 225
c) Determinações particulares: §2° ao §6° do artigo 225
- Todos os brasileiros e os estrangeiros residentes no Brasil têm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. As futuras gerações também têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado.
Classificação de José Afonso da Silva:
- normas matrizes
- normas instrumentais - normas específicas
ÉTICA AMBIENTAL:
- Antropocentrismo X Biocentrismo:
- O antropocentrismo é o homem no centro de todas as relações. A
tutela se dá a partir do homem, ele está acima de qualquer outro
elemento. Não se reconhece valor intrínseco a biodiversidade aos outros seres vivos.
- Na leitura biocêntrica a atenção é voltada para todas as formas de vida. Se preocupa com a vida vegetal, animal, etc.
- O artigo 225 da CF deve ser considerado que a leitura desse artigo é antropocêntrica. Mas hoje o antropocentrismo passa por algumas
variações. Fala-se no antropocentrismo alargado.
- A locução “todos têm direito” cria um direito público subjetivo
oponível erga omnes.
Obs. rinha de galo foram declaradas inconstitucionais - feição
biocêntrica.
Ecocentrismo - Ecologia profunda - ecossistema no centro
Antropocentrismo mitigado -
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL:
- Repressivo:
a) Caráter penal (Lei 9605/98)
b) Administrativa (artigo 70 a 76 da Lei 9605/98 e Decreto 6514/08)
- Reparador: civil
- As áreas do §4° são os grandes biomas brasileiros com proteção
nacional. O fato de ser patrimônio nacional não mudou a titularidade dos imóveis inseridos nessas áreas. Cerrado, caatinga e
os pampas não são previstos como patrimônio nacional. Patrimônio
nacional é a relevância.
- A lei aprova a localização da usina nuclear, depois é necessário o
licenciamento ambiental.
Meio ambiente:
a) microbem: tutela o meio ambiente na parte física - floresta e rios
(fauna, flora).
b) macrobem: em sentido amplo, incorpóreo, indivisível, inalienável. MEIO AMBIENTE NÃO PODE SER APROPRIADO.
- A tutela do meio ambiente pode ser através do macrobem ou do microbem. O bem de uso comum do podo é um bem jurídico
autônomo de interesse público. Pode dizer que o meio ambiente é
patrimônio público? Sim, mas não no sentido de titularidade, porque o estado não é dono do meio ambiente, ele apenas é um gestor do
meio ambiente – artigo 2°, I da Lei da Política Nacional do Meio
Ambiente.
A natureza jurídica é difusa. - o poder público tem o dever de manter a incolumidade do meio ambiente (legislativo, judiciário,
executivo). Mas se já tiver poluído cabe recompor, regenerar.
- o § 1° do artigo 225 da CF traz as incumbências do poder público
Obs. a caça profissional é proibida no Brasil.
- §3° trata da tríplice responsabilidade: civil penal e administrativa
Art. 225, §1º, I
Processos ecológicos essenciais são aqueles que garantem o funcionamento dos ecossistemas e contribuem para a salubridade e
higidez do meio ambiente (Edis Milaré).
Processos ecológicos essenciais - aqueles governados, sustentados
ou intensamente afetados pelos ecossistemas, sendo indispensáveis
à produção de alimentos, à saúde e a outros aspectos da sobrevivência humana e do desenvolvimento sustentado.
Manejo ecológico das espécies - lidar com elas de maneira a conservá-las e se possível recuperá-las.
Art. 225, §1º, II
Patrimônio genético - composto por todos os seres que compõe o
planeta - biodiversidade
L. 11.105/05 - lei da biossegurança.
Art. 225, §1º, III - Espaços territoriais especialmente protegidos -
só podem ser suprimidos por lei. ADIN 3540 - leitura mais ampla
que áreas de reserva. Até a ADIN espaços especialmente protegidos eram somente as unidades de conservação, STF acrescentou
também as APP’s.
Espaços especialmente protegidos abrange:
a) Unidades de conservação (Lei 9985/00) b) Área de preservação permanente (APP – art. 2° e 3°
da Lei 4771/65)
c) Reserva legal florestal (artigo 16 do Código Florestal) d) Servidão ambiental (artigo 9°-A da Lei 6938/81)
e) Tombamento ambiental
- Espaços protegidos em sentido estrito = unidades de conservação.
- Espaços protegidos em sentido amplo = unidades de conservação,
área de preservação permanente, reserva florestal e servidão ambiental, tombamento ambiental e outras formas. L. 9985/00
Obs. Unidades de conservação - são criadas por ato do poder público, pode ser por decreto, mas só pode reduzi-la por lei
específica.
Obs. veda-se práticas que coloquem em risco a função ecológica e a
extinção das espécies:
- caça profissional - pesca clandestina com explosivos
- introdução de espécies exóticas ou alienígenas
Obs. §2º - atividade minerária deve recuperar área explorada.
Obs. §3º - fala das responsabilidades - penais, adm. e civis. TRIPLICE RESPONSABILIDADE EM MATERIA PENAL
Obs. §4º - grandes biomas - fato de ser patrimônio nacional não significa titularidade pública.
Obs. §5º - indisponibilidade das terras devolutas ou arrecadas pelo estado, necessárias à proteção do meio ambiente.
Obs. §6º - usina nuclear exige lei sobre a localização da indústria - não significa que dispensa os estudos e licenças ambientais.
COMPETÊNCIAS CONSTITUCIONAIS EM MATÉRIA
AMBIENTAL: art. 21 a 25 e 30
Competência legislativa - concorrente (U-E)
Competência administrativa - comum (U-E-M)
a) Competência administrativa: art. 225, §1º / art. 23
- Trata-se de uma competência comum entre União, Estados,
DF e Municípios. Está no artigo 23 da CF (ex. licenciamento,
fiscalização)
- A competência administrativa, também chamada de competência
material, está relacionada com a fiscalização, com o exercício do
poder de polícia.
- O artigo 23 é o artigo da fiscalização em matéria ambiental.
- O poder de polícia ambiental é o mesmo estudado no direito administrativo, que está em conformidade com o artigo 78 do CTN.
- Artigo 23, VI, VII e XI - Artigo 23, III e IV – são os incisos do meio ambiente cultural
- Artigo 23, parágrafo único: essas leis complementares ainda não
foram editadas
LC 140/2011 - regulamentou incisos III, VI e VII - do art. 23 -
Licenciamento ambiental.
- Se a competência é comum entre todos os entes federativos, não
poderia gerar uma dúplice atuação dos órgãos ambientais? Sim, é perfeitamente possível a atuação concomitante dos órgãos
ambientais. Se a competência administrativa, para fiscalizar e
exercer o poder de polícia é comum, significa que todos eles podem fiscalizar. VER LC 140
- Artigo 76 da Lei 9.605/98: “O pagamento de multa imposta pelos Estados, Municípios, Distrito Federal ou Territórios substitui a
multa federal na mesma hipótese de incidência.”
- Decreto 6514/08 – Decreto das Infrações Administrativas
Ambientais – artigo 12:
Obs. Se foi multado pelo órgão federal e estadual, se pagar a multa
do órgão estadual, substitui na mesma hipótese de incidência a multa federal. Não vale a assinatura de TAC com o órgão estadual.
Salvo, se o órgão ambiental federal participar.
AGORA PELA LC 140 - art. 17 - A FISCALIZAÇÃO CABERÁ
SOBREMANEIRA AO ÓRGÃO AMBIENTAL COMPETENTE
PARA O LENCIAMENTO. QUEM LICENCIA TEM PRIORIDADE NA FISCALIZAÇÃO.
- O Estado do Rio Grande do Sul tinha uma lei estadual dizendo que a fiscalização em sítios históricos deveria competir exclusivamente
aos municípios. Essa lei foi declarada inconstitucional, porque uma
lei estadual não pode restringir o exercício ou vincula-lo a um único ente. A competência é comum para todos os entes.
b) Competência legislativa - Artigo 24 da CF I, VI, VII, VIII
- Trata-se de uma competência concorrente. Cabe à União editar as
normas gerais. Os estados-membros e o DF devem editar as normas suplementares. - Os municípios não aparecem no artigo 24 da CF
Em sentido aberto pelo art. 30, II os municípios podem
suplementar a legislação federal e a estadual no que couber.
Obs. Competência legislativa plena: cabe aos estados enquanto não exercida a competência geral pela união.
- O papel da norma geral é a uniformização, padronização e coordenação da legislação em todo país.
- As normais gerais são as diretrizes, o padrão mínimo. Quando a União edita uma norma geral, ela edita para padronizar e
uniformizar a legislação. Norma geral não pode entrar em detalhes,
não pode entrar em minúcias.
- O Estados e o DF podem editar normas suplementares. As normas suplementais irão suplementar a norma geral, vão entrar em
detalhes. Quando a União não edita a norma geral, o Estado-
membro passa a ter competência legislativa plena para atender a suas peculiaridades.
- Artigo 24, §3° e 4° da CF: Pode acontecer da União não editar a norma geral. Neste caso o Estado passa a ter a competência
legislativa plena e editada a lei geral, a lei estadual terá a sua
eficácia suspensa naquilo que for contrária à lei federal.
CONFLITO DE NORMAS AMBIENTAIS:
ADPF - 234 - suspendeu artigo de lei paulista que impedia
transporte de amianto em SP, pois não era matéria ambiental, era
questão de tráfego. ADIN - 3937 - lei de SP proibia o amianto - mantiveram a lei
paulista em 2007 - fundamento a lei estadual é mais protetiva do
meio ambiente. IMPORTARIA A NORMA COM MAIOR PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE - seguindo OIT - pendente de
julgamento - entendimento cautelar ainda.
Amianto - Lei federal de 2.005 permitia o amianto e em 2.001 o
MT quis proibir o amianto.
- Uma lei estadual contraria uma lei federal. Quem deve prevalecer
nesse conflito? Trata-se de um condomínio legislativo. Todos
podem legislar sobre meio ambiente. E quando isso ocorre, inevitavelmente poderá ocorrer conflito entre leis federais e
estaduais e ainda entre leis municipais.
- Existem dois critérios para dirimir o conflito de normas
ambientais:
→1° Critério: critério da prevalência da lei federal – num confronto prevalece a norma federal. Exemplo: no estado do Paraná
tinha uma lei sobre rotulagem de alimentos transgênicos. Essa lei foi declarada inconstitucional, porque ela afrontava dispositivos da
lei federal. Tinha deixado de ser norma suplementar para adentrar
na discussão da norma geral. →2° Critério: critério da lei mais protetiva ao meio ambiente.
- ADI 3937: ela vai em convergência com o segundo critério. A
norma que protege mais o meio ambiente deve prevalecer, segundo a doutrina. Mas essa argumentação chegou ao STF e essa norma
também versa sobre o amianto. São Paulo tem uma lei de 2007 que
proibiu o amianto. Alguns Estados-membros entraram com ADI alegando que a lei paulista é uma lei inconstitucional, sob o
argumento da inconstitucionalidade de uma lei do Estado de Mato
Grosso, que alguns anos antes, o STF já tinha declarado inconstitucional. O STF em sede de medida cautelar, manteve a lei a
paulista.
- Os municípios tem competência legislativa? Sim, artigo 30, II da
CF: “Compete aos Municípios: II – suplementar a legislação
federal e a estadual no que couber.” – Se for pedido a competência legislativa em sentido amplo, deve incluir os municípios no rol dos
entes competentes para legislar em matéria ambiental. Mas se falar
em competência legislativa concorrente e usar o artigo 24, o município deve ser afastado.
- Artigo 30, VIII: “Compete aos Municípios: VIII – promover, no
que couber, adequado ordenamento territorial, mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da ocupação do
solo urbano;”
RESPONSABILIDADE CIVIL EM MATÉRIA AMBIENTAL - Artigo 225, §3° da CF e artigo 14, §1° da Lei 6938/81:
Só há responsabilidade quanto há dano ambiental.
a) Dano ambiental:
- Há a tríplice responsabilidade prevista no artigo 225, §3° (civil,
administrativa e penal). O fundamento constitucional da tríplice
identidade está prevista no artigo 225, §3° da CF
- Mas há um fundamento anterior ao texto de 1988, que é a lei
6.938/81, que é a lei da política nacional do meio ambiente. O
artigo 14, §1° traz a responsabilidade em matéria ambiental,
que é objetiva. A responsabilidade é objetiva desde a Lei
6938/81. - Só existe responsabilidade civil, quando se tem dano ambiental.
No nosso sistema jurídico não há definição técnica para dano
ambiental. Mas há alguns indicadores que auxiliam na indicação do que é o dano ambiental.
- Artigo 6938/81, artigo 3°, II: “degradação da qualidade ambiental, a alteração adversa das características do meio
ambiente;”
- A degradação da qualidade ambiental também pode ser causada
por eventos naturais, como por eventos antrópicos. Exemplos:
vulcão na Islândia. - A poluição é sempre causada por atividade humana.
- Biota: conjuntos de seres vivos em determinado local (fauna e
flora).
- O poluidor é pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, responsável direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
Conceito de dano ambiental: 1) Dano ambiental deve ser compreendido como toda lesão
causada por ação humana (culposa ou não) ao meio
ambiente, diretamente, como macrobem de interesse da coletividade, em uma concepção totalizante, e
indiretamente, a terceiros, tendo em vista interesses
próprios e individualizáveis e que refletem no macrobem. – José Rubens Morato Leite
2) Dano ambiental é a lesão aos recursos ambientais,
com consequente degradação (alteração adversa) do
equilíbrio ecológico e da qualidade de vida. – Édis
Milaré.
Dano ambiental - direto - atinge o meio ambiente amplamente
considerado Dano ambiental - indireto - atinge as pessoas
Obs. o meio ambiente abrange também o meio ambiente artificial, o cultural e o do trabalho.
- Nem todos os danos ambientais afetam diretamente o homem.
Obs. a degradação ambiental é conceito amplo - considera-se tanto
atividades antrópicas quanto naturais - ex. vulcão, tsunami - art. 3º, III, L.6938.
Classificação do dano ambiental:
- dano ambiental lato senso (em sentido amplo): envolve todo o
macrobem, todo o meio ambiente. - dano ambiental individual (reflexo - perspectiva da vítima do
dano): basicamente são danos pessoais, patrimoniais ou
econômicos, contra um terceiro ou particular. Exemplos: são danos que causam lesão à saúde e a integridade física das pessoas. Danos a
seus bens (móveis ou imóveis). Danos ao exercício de uma
atividade econômica. Fábrica que joga material tóxico no rio e prejudica a plantação de um agricultor que usa a água para irrigar a
sua plantação. – trata-se de um dano ambiental reflexo.
- dano patrimonial: trata da perda ou deterioração dos bens da
vítima. O dano patrimonial é o dano material, é o dano físico.
- dano extrapatrimonial (dano moral ambiental): também é conhecido como dano moral ambiental. Além dos prejuízos de
ordem patrimonial, o dano extrapatrimonial implica na diminuição
da qualidade de vida da população. Exemplo: em Florianópolis há uma praça com uma árvore que é o símbolo da cidade. Além do
prejuízo com o corte da árvore (dano patrimonial) ainda irá atentar
contra os valores extrapatrimonais.
- A doutrina é quase unânime em reconhecer a existência do dano extrapatrimonial, inclusive coletivo. Porém, o STJ até o presente
momento tem refutado a possibilidade do dano patrimonial coletivo
em matéria ambiental - já tendo sido reconhecido em matéria consumerista.
Reparação do dano ambiental:
- Fundamentalmente, ocorre de duas formas:
a) Reparação/restauração “in natura” (in specie): se for meio ambiente natural, será reparação. Mas se for um
bem cultural, será restauração. A reparação do dano
integral é sempre integral. A reparação ou restauração deve ocorrer onde tiver sido o dano ambiental.
b) Indenização pecuniária: é a reparação em dinheiro
Obs. Reparação:
- In Natura
- Indenização econômica
- Qual é o objeto da ação civil pública? Artigo 3° da Lei 7347/85:
“A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o
cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.” – o STJ
entendeu que a conjunção “ou” deve ser interpretada no sentido de
adição. O MP pode ajuizar uma ação civil pública pedindo a
reparação (obrigação de fazer e não fazer), e também solicitar a
indenização em dinheiro/pecuniária.
Obs. O dano ambiental é imprescritível. - O crime ambiental e a
infração administrativa são prescritíveis. Quanto mais relevante é o
bem tutelado, maior é o prazo da prescrição. Sem o bem ambiental não podemos falar que há vida, portanto esta é a razão da
imprescritibilidade. A imprescritibilidade é da ação da reparação de
danos ambientais. Não pode ser confundida com crime ambiental ou com a infração administrativa ambiental.
- Poluidor direito: é o causador da poluição
- Poluidor indireto: não é o causador do dano ambiental, mas
contribuiu para a ocorrência do dano ambiental. Exemplo: BNDES financia uma atividade que acaba por resultar uma poluição.
Obs. Artigo 12 da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente: O poluidor indireto também pode no polo passivo - financiadoras
devem condicionar o financiamento ao licenciamento ambiental.
- Princípio da precaução autoriza a inversão do ônus da prova.
ATENÇÃO - Logística reversa - NOVA LEI DO LIXO - L. 12.305 - art. 33 - alguns poluidores devem manter atividade de
logística reversa sob pena de responsabilidade ambiental.
Agrotóxico Pilhas
Pneus
Óleos Lâmpadas fluorescente
Produtos eletrônicos e componentes
STJ - o litisconsórcio entre responsáveis diretos e indiretos é
facultativa.
TEORIAS DO RISCO Teoria da responsabilidade objetiva - Adotamos a teoria da
responsabilidade objetiva (artigo 14, §1°). Quais são as
consequências da responsabilidade objetiva? 1) Prescindibilidade da culpa para o dever de indenizar;
(não se discute culpa)
2) Irrelevância da ilicitude da atividade 3) Irrelevância do caso fortuito, da força maior e da
cláusula de não indenizar:
Obs. Teoria da Responsabilidade Administrativa (HLM):
Risco administrativo - (causalidade adequada) - responsabilidade
objetiva pelas ações e subjetivas para as omissões
Risco integral - não há excludentes de ilicitude
Cláusula de não indenizar: uma empresa compra outra e faz um
contrato falando que a empresa anterior fica responsável pelos danos ambientais que ela provocou durante a sua gestão. Essa
cláusula não é válida para o órgão ambiental. Pouco importa quem
foi o poluidor. A cláusula de não indenizar só vale entre as partes.
Teoria do risco criado:
1) Busca a identificação da causa adequada; 2) Emprega a teoria da causalidade adequada
3) Admite excludentes: fato externo, imprevisível e
irresistível
Teoria do risco integral:
1) A existência da atividade é equiparada à causa do dano; 2) Emprega a teoria da equivalência das condições;
3) Não admite-se excludentes
- A teoria do risco criado é muito próxima da teoria do risco
administrativo. É preciso identificar qual foi a causa do dano
ambiental, o que gerou o dano ambiental. Ela admite excludentes. Tem doutrinador que diz que as excludentes seriam o caso fortuito
ou a força maior e outros dizem que seria o fato externo,
imprevisível e irresistível.
- A teoria do risco integral é aquela em que a existência da atividade
é equiparada à causa do dano. Ela emprega a teoria da equivalência das condições e não admite-se excludentes. Exemplo: em um rio
tem a empresa 1, 2, 3, 4 e 5. Todas elas lançam material no rio. Se
adotar a teoria do risco criado, a empresa responsável pela poluição seria a empresa 1. Na teoria do risco integral, se o MP entrar
somente contra a empresa 04, essa irá alegar que deve haver um
litisconsórcio obrigatório. Mas na verdade o litisconsórcio é facultativo, pode responsabilizar qualquer uma das empresas.
- A existência da atividade é equiparada à causa do dano. Exemplo:
Fabiano precisa montar uma fábrica próximo ao mar. Ele irá
assumir integralmente os riscos por tudo que for decorrente desta atividade. Se a fábrica não existisse naquele local não teria ocorrido
o dano ambiental.
*A teoria majoritária hoje é a teoria do risco integral.
ATENÇÃO - POSSIBILIDADE DE HAVER A RESPONSABILIZAÇÃO SEM O NEXO CAUSAL -
OBRIGAÇÃO PROPTER REM.
Obs. Inversão do ônus da prova - ex. MP contra empresa que
possivelmente gere risco ou danos ao meio ambiente. art. 6º, VIII
CDC e princípio ambiental da precaução.
Responsabilidade do Estado por danos ambientais:
- A responsabilidade é objetiva com fulcro no artigo 37, §6° da
CF
- Artigo 3°, IV da Lei 6938/81. O poluidor pode ser uma pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado.
- O dano ambiental oriundo da omissão do estado no poder de polícia gera responsabilidade subjetiva.
- No STF e STJ é pacífico o entendimento de que a responsabilidade
do estado por omissão no exercício do poder de polícia é subjetiva. Mas há um julgado novo do STJ, dizendo que a responsabilidade
seria objetiva.
- A responsabilidade das pessoas jurídicas de direito público e
privado é objetiva.
- Responsabilidade do estado por omissão no poder de polícia ambiental: existem 02 correntes sobre o assunto. Uma corrente diz
que a responsabilidade do Estado seria subjetiva (deve provar culpa
ou dolo do Estado), uma segunda corrente diz que a responsabilidade é objetiva, mesmo nos casos em que se tem
omissão do poder público. Outra corrente diz que a responsabilidade
do Estado seria objetiva.
- Em dezembro de 2010 o min. Benjamin do STJ (RESp. 1071741/SP), abriu a divergência da responsabilidade do estado por
omissão, ao dizer que essa responsabilidade é objetiva. No
momento da Execução, esta seria subsidiária, indireta, ou seja, primeiro executa o particular, a pessoa física ou jurídica responsável
pelo dano. Mas na impossibilidade de acionar o devedor principal, o
Estado deve ser acionado. *Essa discussão foi suscitada na prova do MP/SP e o examinador considerou como correta a alternativa que
dizia que a responsabilidade do Estado seria subjetiva.
- Artigo 20 da Lei de Biossegurança: “Sem prejuízo da aplicação
das penas previstas nesta Lei, os responsáveis pelos danos ao meio
ambiente e a terceiros responderão, solidariamente, por sua indenização ou reparação integral, independentemente da
existência de culpa.”
- Artigo 14 da Lei 7802/89: - na lei de agrotóxicos parece claro que a responsabilidade é subjetiva, deve ser comprovada a culpa.
- Artigo 21, XXIII, c da CF:
LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE –
LEI 6.938/81:
1) SISNAMA: Sistema nacional do meio ambiente
- Órgão superior: Conselho de governo
- Órgão consultivo e deliberativo: CONAMA
- Órgão central: Ministério do Meio Ambiente - Órgão executor: IBAMA
- Órgãos seccionais: órgãos ambientais estaduais
- Órgão local: órgão ambiental municipal
- O SISNAMA é o conjunto de órgãos e entes responsáveis pela
efetivação da política nacional do meio ambiente. O SISNAMA não possui personalidade jurídica.
- O Conselho de Governo é formado pelos ministros de estado e
pelos secretários que tem status de ministro. O Conselho de
Governo é um órgão de assessoramento da presidência da república. - Nas questões ambientais, o papel do Conselho de Governo é
assessorar o presidente da república na formulação da política
nacional e nas diretrizes para o meio ambiente e recursos naturais.
- CONAMA: possui 02 funções:
a) Consultiva: do Conselho de Governo. Quem assessora, estuda e propõe medidas ao Conselho de Governo.
b) Deliberativa: delibera, no seu âmbito de competência,
sobre normas e padrões compatíveis para o meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Obs. Atos praticados pelo CONAMA: a) Resolução - edita normas e padrões compatíveis com
meio ambiente equilibrado - ex. estudo prévio de
impacto ambiental. ex. resolução 1/86 - Resolução do EIA-RIMA (MUITO IMPORTANTE) - ex. Resolução 9
de 1987 das Audiências públicas - ex. Resolução 237-97
Licenciamento ambiental ordinário. b) Recomendação: quando o CONAMA quer orientar
outros órgãos ambientais ou outros entes da
administração pública, ele edita uma recomendação. Nela ele fala sobre a implementação de determinadas
políticas.
c) Proposição: quando quer encaminhar uma discussão para o conselho de governo, ou para as comissões do
senado federal ou da câmara dos deputados, ele
encaminha uma proposição. d) Moção: manifestação aberta, livre sobre qualquer
assunto ambiental - tudo que não se enquadrar nos atos
anteriores é considerado uma moção. A moção serve para manifestações sobre qualquer natureza que verse
sobre questões ambientais.
e) Decisão: é quando do CONAMA decide sobre as infrações administrativas. Ex. câmara especial recursal -
decide sobre multas e autuações, embargos, infrações
administrativas - decide processo administrativo
ambiental.
- Atualmente existem 108 conselheiros no CONAMA. Mas esse
número é flexível. Os conselheiros são representantes do governo
federal, dos governos estaduais, dos governos municipais, das entidades da sociedade civil, da sociedade civil e finalmente do
setor empresarial.
Estrutura do CONAMA:
1) Plenário: (órgãos federais - Estados - Municípios -
Entidades da sociedade civil - Setor empresarial)
2) Comitê de Integração de Políticas Ambientais (CIPAM - comitê de interagração de políticas
ambientais): é a secretaria executiva do CONAMA 3) Câmaras técnicas: são câmaras temáticas - relatam
assuntos de sua competência ao plenário
4) Grupos de trabalho: 5) Câmara especial recursal: é a última instância na esfera
administrativa para julgar as multas e outras penalidades
aplicadas pelos fiscais do IBAMA. Suas decisões tem caráter terminativo. Multa aplicada por órgãos estaduais
ou municipais nunca serão julgadas pelo CONAMA
Obs. Decreto 6.514/08 - infrações administrativas ambientais -
prevê a câmara especial recursal - multas estaduais ou municipais
irão aos conselhos estaduais ou conselho municipal de meio ambiente.
Obs. cadastro nacional de entidade ambientalistas - poderão concorrer ao plenário.
Obs. antes do assunto virar resolução diretamente no plenário deve passar por câmaras técnicas - 11 diferentes - assuntos internacionais,
biodiversidade, câmaras jurídicas.
Competências do CONAMA – artigo 8°:
Resolução 237/97 - licenciamento ordinário
Licenciamento ambiental do petróleo - (advogado da Petrobrás -
resolução específica)
- Artigo 8°: “Compete ao CONAMA: I - estabelecer, mediante
proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluídoras, a ser concedido
pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; II - determinar,
quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis conseqüências ambientais de projetos públicos ou
privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais,
bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos
relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa
degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional. V - determinar, mediante representação do
IBAMA, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo
Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito; VI - estabelecer,
privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações,
mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - estabelecer
normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos
recursos ambientais, principalmente os hídricos. Parágrafo único.
O Secretário do Meio Ambiente é, sem prejuízo de suas funções, o Presidente do Conama.”
Órgão central – Ministério do Meio Ambiente: (artigo 6°, III da Lei 6.938/81: “III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente
da Presidência da República, com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas para o
meio ambiente;”)
Autarquias federais ligadas ao MMA (ANA - IBAMA - ICMBIO
- JARDIM BOTÂNICO)
- Há um regulamento para a Lei 6.938/81, que é o Decreto 99.274/90.
Ligados ao MMA temos: a) IBAMA: Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis. Ele cuida do exercício
do poder de polícia ambiental. Os recursos não renováveis são tratados pelo Ministério de Minas e
Energia. O Decreto 99.274 inseriu como órgão executor,
ao lado do IBAMA, o Instituto Chico Mendes. LICENCIAMENTO AMBIENTAL NO AMBITO
FEDERAL.
b) Instituto Chico Mendes (ICMBIO) – Lei 11.516/07: é uma autarquia federal que cuida das unidades de
conservação criadas no âmbito federal.
c) ANA (Lei 9.984/00): Agência Nacional de Águas – é responsável pela outorgar de recursos hídricos. Trata-se
de uma agência reguladora (autarquia de natureza
especial)
d) Jardim Botânico do Rio de Janeiro - criado em 1808
Decreto 99.274/90 - regulamenta a política nacional do meio ambiente.
Obs. O instituto Chico Mendes também é um dos executores do SISNAMA
ÓRGÃOS SECCIONAIS: são os órgãos ambientais estaduais e do DF - Fundamentais na proteção do meio ambiente.
1) Licenciamento ambiental; 2) Exercício do poder de polícia ambiental:
3) Proteção florestal, com responsabilidade pela
autorização de intervenções ou supressões em área de preservação permanente ou ainda, as questões
pertinentes à reserva legal florestal; - corte de vegetação em APP - município pode autorizar também.
4) Outorga de uso dos recursos hídricos - se rios de âmbito
estadual, se federal - cabe outorga da ANA
- Artigo 2° da Lei 6938/81: “A Política Nacional do Meio Ambiente
tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no País,
condições ao desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da
segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana, atendidos os seguintes princípios:” – este é o objetivo geral da
política nacional do meio ambiente.
Órgão local - dentro de competências vai exercer poder de
polícia, licenciamento etc.
Requisitos da LC 140 e resolução 237 (para que o órgão possa
conceder o licenciamento tanto estadual como, como municipal e
federal): a) Conselho de meio ambiente - com caráter deliberativo
- com participação da sociedade
b) Órgão ambiental capacitado com profissionais qualificados
INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO
AMBIENTE:
- Artigo 9° da Lei 6938/81:
a) Estabelecimento de Padrões de qualidade
ambiental: no âmbito federal quem estabelece esses padrões são o
CONAMA, através das suas resoluções. Temos padrões de
qualidade das águas, do solo, do ar, etc.
b) Zoneamento ambiental: hoje é chamado de
zoneamento ecológico econômico. Está no decreto 4.287/02. É o
ordenamento físico-territorial numa concentração geográfica, que
deve levar em conta, a vocação própria de cada área.
O ZEE prevê a divisão por zonas, devem contemplar os seguintes
aspectos: a) diagnóstico dos recurso naturais
b) diagnostico da sócio economia
c) o marco jurídico-institucional
Zoneamento - uso e ocupação do solo, pode ser feito pelo governo
federal PPA - (quando pega dois ou mais estados) - e o Estado pode fazer o zoneamento dentro do estado - divisão de áreas por suas
vocações - municípios também. Áreas de preservação, área
residencial, industrial, áreas mistas.
- Diretrizes gerais do zoneamento ambiental:
a) busca da sustentabilidade ecológica b) ampla participação democrática
c) valorização do conhecimento científico multidisciplinar
c) Avaliação de impactos ambientais: (AIA) gênero - são
todos os estudos ambientais que temos para avaliar uma obra, uma
atividade ou um empreendimento. Exemplos: EIA/RIMA, RAP (Relatório ambiental preliminar), RVA (Relatório de viabilidade
ambiental). Estes dois últimos são estudos simplificados. EIA-
RIMA - para obra que cause significativa degradação ambiental.
AIA - avaliação de impacto ambiental
- EIA-RIMA - significativa degradação - RVA - simplificado - ínfima degradação
- RAP - simplificado - ínfima degradação
Obs. Lei de concessão florestal: lei 11.284/06 - Avaliação
ambiental estratégica: é quando tem que avaliar planos, programas
e políticas governamentais. Avalia planos, programas e políticas governamentais. Exemplos: PAC.
AAE - avaliação ambiental estratégica - planos
- programas - politicas governamentais
Obs. AIA FAZ AVALIAÇAO INDIVIDUAL, JÁ A AAE FAZ AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGIA DE VÁRIOS
EMPREENDIMENTOS SIMULTANEAMENTE.
d) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras;
e) os incentivos à produção e instalação de
equipamentos e a criação ou absorção de tecnologia, voltados
para a melhoria da qualidade ambiental – esse artigo foge um pouco das regras de comando e controle. Aqui há incentivo à
produção e instalação de equipamentos voltados para a melhoria da
qualidade ambiental.
- Instrumentos:
1) ISO 14.001: sistemas de gestão ambiental (ABNT) 2) P + L: produção mais limpa. Estratégia ambiental
preventiva e integrada, que envolve processos, produtos
e serviços de maneira a reduzir os impactos de curto a longo prazo para o ser humano e para o meio ambiente.
Em aspectos fundamentais, o objetivo é fazer com que as
empresas adotem medidas preventivas
3) Rotulagem ambiental: são as certificações ambientais
4) Cluster: também chamado de conglomerados
ambientais.
f) a criação de espaços territoriais especialmente protegidos pelo
Poder Público federal, estadual e municipal, tais como áreas de
proteção ambiental, de relevante interesse ecológico e reservas
extrativistas; - Lei 9.985/00 – sistema nacional de unidades de
conservação
g) o sistema nacional de informações sobre o meio ambiente –
artigo 11, II do Decreto 99.274/90 – SISNIMA. O SISNIMA visa
reunir as informações de todos os órgãos ambientais (municipais,
federais e estaduais).
h) Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de
Defesa Ambiental: é obrigatório, sob pena de multa, para pessoas
físicas e jurídicas que se dediquem à consultoria técnica sobre
problemas ambientais e ecológicos. É igualmente obrigatório à indústria e ao comércio de equipamentos, aparelhos e instrumentos
destinados ao controle de atividades efetiva ou potencialmente
poluidoras. Esse cadastro funciona como um senso ambiental. Embora seja um cadastro público, não significa nenhum tipo de
certificação, nenhum juízo de valor do consultor técnico. O fato de
estar inscrito no cadastro técnico federal não significa que é um bom profissional.
- Esse cadastro deve ser renovado a cada dois anos e é isento de taxas ou cobrança. O CADASTRO É OBRIGATÓRIO AOS
AGENTES AMBIENTAIS
i) as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não
cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental – decreto 6514/08
j) a instituição do Relatório de Qualidade do Meio Ambiente, a
ser divulgado anualmente pelo Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e Recursos Naturais Renováveis – IBAMA – esse
relatório até hoje não foi divulgado. O mais próximo foi o
GeoBrasil em 2002, na época da Rio + 10. Estado de SP tem seu relatório.
k) a garantia da prestação de informações relativas ao Meio
Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando
inexistentes. Direito público subjetivo que a informação seja
prestada. Trata do princípio da informação ambiental. Há a garantia da informação e se não há informação, o poder público deve
produzi-las.
l) Cadastro técnico federal de atividades potencialmente
poluidoras ou utilizadoras de recursos ambientais. artigo 17, II da Lei 6938/81. Nesse cadastro pretende verificar todas as empresas
e empreendimentos que utilizam recursos ambientais no Brasil.
Trata-se de um mapeamento. A inscrição neste cadastro é obrigatória, sob pena de multa. Esse cadastro tem uma taxa
vinculada a ele, que é a taxa de controle e fiscalização ambiental
(artigo 17-B da Lei 638/81). Essa taxa tem como fato gerador o
exercício do poder de polícia ambiental. O IBAMA vai fiscalizar
essas empresas e empreendimentos que causam degradação
ambiental e realizar o mapeamento. O fato da empresa estar neste cadastro não desonera ela de pedir as licenças ambientais.
- art. 17-B, TCFA (taxa de controle e fiscalização ambiental - federal e nos estados também estão começando a cobrar)
l) instrumentos econômicos, como concessão florestal, servidão
ambiental, seguro ambiental e outros - lei de gestão de florestas
públicas.
SFB - serviço florestal brasileiro - órgão do ministério do meio ambiente -
CTN-BIO - comissão técnica nacional de biossegurança não integra o IBAMA - ministério de ciência e tecnologia - cuida dos
transgênicos.
Ex. concessão onerosa florestal - de parte de floresta para
exploração sustentável - produtos e serviços florestais. Folha,
madeiras, atividades de ecoturismo etc.
Obs. só pode participar da concessão PJ - MODALIDADE
LICITATÓRIA NECESSARIAMENTE CONCORRENCIA.
Concessão é delegação onerosa com fim de realizar o manejo
sustentável.
Concessões de Floresta Pública
- No Brasil desde 2006 com a Lei 11.284 existe a possibilidade de
explorar florestas publicas através do instituto da concessão
florestal.
- Exemplo de serviço florestal: hotel de ecoturismo.
- A concessão florestal é regida pelas regras do direito
administrativo. É regida através da modalidade licitatória de
concorrência. É uma delegação onerosa feita pelo poder pública
para praticar o manejo florestal sustentável. Manejo florestal é
uma intervenção no meio ambiente de forma sustentável.
- O manejo florestal é aproveitar a floresta para recursos
econômicos.
Seguro ambiental: Ainda não está regulamentado no nosso
ordenamento jurídico. Mas seria um banco ou instituição financeira assegurando uma obra, empreendimento ou atividade.
Servidão ambiental - art. 9º-A - L.6938/81 - quando o proprietário renuncia em caráter permanente a exploração de recursos.
Obs. a servidão ambiental não se confunde nem com APP nem
com reserva legal.
Obs. no mínimo a servidão florestal deve ser igual à reserva
legal - pode ser mais.
Obs. não incide ITR nessas áreas de preservação. Objetos - a) Faz a compensação entre uma e outra propriedade. b) por estar
protegendo ele pode fazer jus a recursos do governo.
Obs. obra, atividade ou empreendimento se causar significativa
degradação ambiental - EIA/RIMA - (feito pelo empreendedor
encaminha ao órgão) - órgão ambiental licenciador - edital para audiência pública. LICENÇA PREVIA - LICENÇA DE
INSTALAÇÃO - LICENÇA DE FUNCIONAMENTO. Estudo com
previsão constitucional.
Licenciamento ambiental e estudo prévio de impacto ambiental
(EIA-RIMA): resolução 237 e lei 6938
- Trata-se de um dos temas mais cobrados em prova. - Obra, atividade ou empreendimento:
Causa significativa degradação ambiental – é necessário fazer o EPIA/RIMA (artigo 225, §1°, IV da
CF e Resolução n° 01/86 do CONAMA). O EPIA/RIMA
é enviado para o órgão ambiental. - Após é realizada uma audiência pública e depois volta
para o órgão ambiental.
- Exemplo de significativa degradação: Usina de Belo Monte, transposição do Rio São Francisco, Rodoanel em
São Paulo.
Causa poluição ou degradação ambiental (mas não de
forma significativa) – é necessário o licenciamento
ambiental ordinário (Resolução 237/97 CONAMA).
LICENCIAMENTO - Quem se submete obrigatoriamente ao
licenciamento ambiental - obras e atividade potencialmente
poluidora ou sob qualquer forma possa causar degradação ambiental (art. 10 L.6938).
Busca-se três licenças ambientais:
a) licença prévia;
b) licença de instalação; c) licença de operação;
ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL:
- EPIA/RIMA ou EIA/RIMA - A terminologia EIA/RIMA é a expressão da Resolução 01/86 do
CONAMA. Esse estudo é sempre prévio.
- O EPIA/EIA é um documento técnico
- O RIMA reflete as conclusões do EIA.
- Existe o RIMA como documento independente? Não, só haverá RIMA se antes for confeccionado o estudo de impacto ambiental.
- Artigo 225, §1°, IV: “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa
degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental,
a que se dará publicidade.”
- O órgão licenciador não pode abrir mão do EIA/RIMA. As leis
estaduais que dispensaram o EIA/RIMA em algumas situações foram declaradas inconstitucionais.
ATENÇÃO - O EIA/RIMA é inexigível quando a obra ou atividade não causar significativa degradação ambiental.
- Não existe a lei em sentido formal conforme dispõe o inciso IV do artigo 225 da CF. O que existe é uma resolução do CONAMA. Teve
uma prova em que o considerou como essa lei que trata o inciso IV
como a lei de Política Nacional do Meio Ambiente, mas essa é uma posição isolada.
- O EIA é uma manifestação do princípio da prevenção. O princípio da prevenção é quando se está trabalhando com risco
certo, risco conhecido. É aquele em que temos dados, pesquisas e
informações ambientais. O principio da precaução é o risco desconhecido, é a dúvida, a incerteza, etc. Fabiano entende que o
EIA/RIMA abarca em algumas situações os princípios da precaução
e prevenção. Mas a essência do direito ambiental é a prevenção, que é agir antecipadamente. O EIA/RIMA é uma regra de bom senso, já
que é necessário fazer a avaliação sob o aspecto ambiental. Nem
todas as situações envolve o princípio da precaução, mas todas envolvem o princípio da prevenção.
Obs. Condicionantes do estudo prévio de impacto ambiental:
a) Prevenção dos danos ambientais
b) Transparência administrativa: o EIA/RIMA é um estudo público. Só pode ser resguardado o sigilo
industrial, desde que solicitado e demonstrado pelo
empreendedor. O órgão ambiental licenciador deve deferir esse pedido.
c) Consulta aos interessados: se dá através da audiência
pública. Na audiência pública será ouvido os interessados, aqueles que serão afetados pelo
empreendimento.
d) Motivação das decisões ambientais: toda decisão ambiental deve ser motivada, sob pena de caracterizar
improbidade administrativa.
IMPACTO AMBIENTAL: Resolução 01/86, artigo 1°:
- O impacto que interessa é o impacto causado por atividades
humanas.
- O artigo 2° da Resolução traz um rol de atividades que são presumidas como causadoras de significativa degradação ambiental.
O rol do artigo 2° é exemplificativo.
- Se a atividade se enquadrar numa das hipóteses do artigo 2° é
obrigatório a confecção do EIA/RIMA? Não há uniformidade na
doutrina. A maioria diz que se enquadrar, deve ser feito o EIA/RIMA. Édis Milaré diz que essa presunção é relativa e
fundamenta essa posição numa decisão do TRF 3° Região.
Requisitos do EIA:
a) de conteúdo (diretrizes gerais)
b) técnicos c) formais
- Termo de referência é o documento que órgão ambiental entrega para o empreendedor contendo os documentos que devem ser
providenciados. No mínimo, o termo de referência deve constar os
requisitos do EIA.
- Os requisitos são o mínimo, o que deve estar presente em todo
EIA. O órgão ambiental pode estabelecer outros no termo de
referência. E a razão de ser no termo de referência é de que se não
for requerido no termo, ocorre a preclusão administrativa.
a) Requisitos de conteúdo ou diretrizes gerais:
1) Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de
localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não
execução do projeto. - Normalmente o empresário empreendedor já tem uma noção de
onde ele vai desenvolver o seu empreendimento ou atividade. - Deve requerer uma certidão no município no que se refere ao uso e
ocupação do solo urbano.
- Deve ser contemplada todas as alternativas tecnológicas. - Devem ser cotados outros locais além daquele pretendido pelo
empreendedor
Hipótese zero: “confrontando-as com a hipótese de não-execução
do projeto”. Ocorre quando o impacto é muito grande e o retorno
econômico não é tão significativo.
2) Identificar e avaliar sistematicamente os impactos
ambientais gerados nas fases de implantação e operação da
atividade.
Obs. Fases do licenciamento ambiental: a) prévia: é a localização, onde será a obra, atividade ou
empreendimento
b) instalação ou implementação: é a implementação do empreendimento
c) operação: compreende o funcionamento
3) Definir os limites da área geográfica a ser direta ou
indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de
influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia
hidrográfica.
- A área de influência do projeto é a região que será afetada.
- Na bacia hidrográfica tem um rio principal com vários afluentes.
No direito ambiental o afluente é chamado de tributário e os afluentes dos afluentes são chamados de sub-tributário.
- Microbacia: pega um dos sub-afluentes e chama de microbacia.
4) Considerar os planos e programas governamentais,
proposto e em implementação na área de influência do projeto,
e sua compatibilidade.
b) Requisitos técnicos:
1) Diagnostico ambiental da área de influência do
projeto, com completa descrição dos recursos ambientais e suas interações tal como existam, considerando:
a) o meio físico;
b) o meio biológico e os ecossistemas naturais; c) o meio socioeconômico.
2) Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através da identificação, previsão da magnitude e
interpretação dos prováveis impactos relevantes. Avalia os impactos
ambientais positivos e negativos. 3) Definição das medidas mitigadoras dos impactos
negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de
tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. - Visa mitigar os impactos ambientais negativos.
4) Elaboração do programa de acompanhamento e
monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados.
c) Requisitos formais: (Equipe técnica multidisciplinar e RIMA)
1) RIMA: artigo 9°, parágrafo único da Resolução
01/86. O RIMA é as conclusões do EIA.
2) Equipe técnica multidisciplinar: quem elabora o
EIA
Obs. Quem banca todos os custos é o empreendedor, inclusive os
custos da equipe multidisciplinar.
- O artigo 7° da Resolução 01/86 está revogado. - A responsabilidade penal da equipe técnica multidisciplinar está
na lei 9605/98, artigo 69-A.
- Decreto 6.514/08, artigo 82: responsabilidade administrativa da equipe multidisciplinar.
Fase de comentários: ocorre após a entrega do EIA-RIMA. Deve
ser feito por escrito. O MP ou qualquer outra entidade poderá
comentar por escrito o EIA RIMA . Audiência pública: o órgão ambiental publica um edital em órgão
oficial e jornal de grande circulação, para que em 45 dias os
interessados realizem a audiência pública. A audiência pública pode ser requerida pelos seguintes legitimados: próprio órgão ambiental
licenciador, Ministério Público, entidade da sociedade civil, 50 ou
mais cidadãos.
- A audiência pública é requisito formal essencial. Uma vez
solicitada a audiência pública, ela deve ser realizada. Ela é requisito formal essencial e se não for feita, gera a nulidade da licença
eventualmente concedida.
- A audiência só acontece se um dos interessados requerer e
obra for de significativa degradação ambiental. DEVE SER
REQUERIDA PELOS LEGITIMADOS NO PRAZO DE 45 DIAS. - A audiência pública deve ser realizada em local de fácil acesso
para a população.
- A audiência pública não é mecanismo de convencimento. Quando termina a audiência publica lavra-se uma ata sucinta e recolhe-se
todas as informações da população.
- O EIA/RIMA aprovado garante a licença prévia do
empreendimento. Significa dizer que o projeto é viável.
EPIA: quando o órgão ambiental está no momento da decisão, o
órgão ambiental pode ser favorável ou desfavorável. Se o EPIA for
favorável ao empreendimento, o órgão licenciador pode decidir
contrariamente ao EPIA. O EPIA vai balizar a decisão, mas o
órgão ambiental pode decidir contrário a um EPIA favorável. Na doutrina alguns autores dizem que se o EPIA é favorável o órgão
ambiental tem que conceder a licença prévia, se fosse assim, não
precisaria de órgão ambiental, bastaria a decisão da equipe. PREVALECE QUE SE O EIA FOR FAVORÁVEL O ÓRGÃO
AMBIENTAL PODE DECIDIR EM SENTIDO CONTRÁRIO
POR SUA DISCRICIONARIEDADE SUI GENERIS.
- Quando o EPIA é desfavorável o órgão ambiental pode liberar o
empreendimento ou a obra? Sim. Ainda que o EPIA seja
desfavorável, pode o órgão ambiental aprovar e conceder a
licença prévia.
ÓRGÃO AMBIENTAL NÃO ESTÁ VINCULADO ÀS
CONCLUSÕES DO EPIA/RIMA
LICENCIAMENTO AMBIENTAL: LC 140/11
O licenciamento dos empreendimentos cuja localização compreenda
concomitantemente áreas das faixas terrestre e marítima da zona
costeira será da união exclusivamente nos casos previstos em tipologia estabelecida por ato do poder executivo, a partir da
proposição da comissão tripartite nacional.
Obs. quando área for instituída pela união quem licencia é o órgão
que cria - SALVO SE FOR A APA
Obs. comissão tripartite união, estado e município estabelecerão
novas formas de licenciamento ambiental - com participação do
membro do CONAMA - haverá comissão tripartite federal e
estadual. No DF será comissão bipartite - mas deve haver ato do
poder executivo.
Licenciamento dos estados:
1 - atividades e empreendimentos poluidores ou
degradadores, ressalvado o disposto para a união e os municípios
2 - em unidades de conservação instituídas pelo estado exceto a APA
Licenciamento nos municípios
1 - que causem ou possam causar impacto ambiental de
âmbito local, conforme tipologia definida pelo respectivo
cxonse3lhos de meio ambiente 2 - unidade de conservação instituídas pelo município
exceto a APA
ATENÇÃO - Conceito de Licenciamento ambiental: É o
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental
competente licencia a localização, instalação, ampliação e a
operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de
recursos ambientais, considerados efetiva ou potencialmente
poluidoras ou aquelas que sob qualquer forma, possam causar
degradação ambiental.
- O licenciamento ambiental é um dos instrumentos da política nacional do meio ambiente. É através do licenciamento que irá
compatibilizar as atividades econômicas com a proteção do meio
ambiente.
Obs. A Resolução 237/97 do CONAMA, no Anexo I tem um rol
de atividades que devem se submeter obrigatoriamente ao
licenciamento ambiental.
Natureza jurídica da licença ambiental: alguns dizem que a licença ambiental é uma autorização, outros dizem que a licença
ambiental é uma licença administrativa e um terceiro grupo diz que
a licença ambiental possui características próprias.
- Defendem que a licença ambiental é uma licença administrativa: TCU, Paulo Afonso Leme Machado – o TCU diz que há uma
discricionariedade na licença ambiental. Mas o professor acha que
há um pouco de exagero, porque implica numa série de consequências. A autorização pode ser revogada a qualquer
momento, tem características de discricionariedade. As licenças
ambientais não são precárias, elas possuem prazo e podem ter
prazo de até 10 anos.
Licença administrativa e Licença ambiental: licença administrativa é um ato vinculado, aquele que preenche os
requisitos terá direito ao exercício do direito. Mas nem toda obra
será licenciada. Ainda que cumpra todos os requisitos é possível
que o órgão ambiental no caso concreto não conceda a licença.
A licença administrativa tem caráter definitivo e a licença ambiental
possui prazo determinado.
- Boa parte da doutrina desenvolve uma teoria dizendo que a licença
ambiental possui contornos próprios. O órgão ambiental possui uma discricionariedade sui generis. Toda atuação do órgão ambiental se
vincula ao cumprimento da Constituição e da Política Nacional do
Meio Ambiente. Mas no momento da decisão o órgão ambiental possui uma discricionariedade sui generis. Uma licença ambiental
pode ser anulada e cassada.
Licenças ambientais:
a) Licença prévia:
b) Licença de instalação: c) Licença de operação:
a) Licença prévia:
- É a mais importante.
- Ela é concedida na fase preliminar. - Aprova a localização do projeto; atesta a viabilidade ambiental do
projeto
- A licença prévia traz uma série de condicionantes para obter a licença de instalação.
b) Licença de instalação:
- É a edificação, é a materialização do projeto.
- A licença de instalação é somente para edificar.
c) Licença de operação: É a licença de funcionamento.
- Essas licenças ambientais possuem prazo? Sim.
- Prazo máximo da licença prévia: não superior a 05 anos.
- Prazo máximo da licença de instalação: não superior a 06 anos. - Licença de operação:
a) Prazo mínimo: 04 anos
b) Prazo máximo: 10 anos
- Quando o prazo está expirando pode pedir a renovação do prazo
da licença. O prazo para pedir a renovação da licença de operação é com antecedência mínima de 120 dias antes de expirar a licença de
operação. Nesses 120 dias o órgão ambiental tem que apreciar a
renovação. Mas se o órgão ambiental não apreciar a renovação a licença é prorrogada automaticamente até que o órgão ambiental
avalie o pedido de renovação.
- O prazo para o órgão ambiental analisar as licenças é de 06
meses. Mas se tiver o estudo prévio do impacto ambiental ou
audiência pública, o prazo será de 01 ano.
Competências para o licenciamento ambiental: A competência será do IBAMA quando: (ver LC 140)
a) A obra causar impacto nacional ou regional b) Unidades de conservação da União
c) Empreendimentos militares
d) Atividades nucleares e) Área indígena
f) Plataforma continental
g) Mar territorial h) Zona econômica exclusiva
- Impacto nacional: é aquele que atinge o Brasil e países limítrofes.
Exemplo: ITAIPU Binacional
- Impacto regional: é a obra localizada em 02 ou mais Estados da federação. Exemplo: transposição do Rio São Francisco.
- Além da questão da localização ainda existem os impactos
ambientais diretos. Exemplo: a obra está totalmente em Foz do Iguaçu, mas todos os impactos ambientais são sentidos na Cidade
Del Este.
- Instituto Chico Mendes: embora o licenciamento possa ser
conduzido pelo IBAMA, nada obsta que o licenciamento possa ser
conduzido por outro órgão. - Empreendimento militar: base Alcântara no Maranhão. Quem
licencia é o IBAMA, mas as forças armadas são consultadas.
- Se for atividade nuclear é o IBAMA que conduz, mas temos uma autarquia própria que participa de tudo, que é a CNEN. A CNEN é
uma autarquia federal. COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA
NUCLEAR - Plataforma continental: quem licencia o Pré-Sal é o órgão
ambiental federal.
- Além das competências que estão vinculadas a Resolução 237/97
também há outras competências que competem ao órgão federal,
artigo 19, §1° da Lei 4771/65 (Código Florestal). O §1° trata das competências do IBAMA.
- Competência do órgão estadual: a) atividades que pegue dois ou mais municípios
b) unidades de conservação estadual
c) áreas de florestas do art. 2° da Lei 4771/65 d) delegados através de convênio/instituição administrativo
- Artigo 20 da Resolução 237/97: - Artigo 10 da Resolução 237/97:
- O prazo para o empreendedor prestar os esclarecimentos é de 04 meses. Se ele não observar esse prazo máximo de 04 meses, em
comum acordo esse prazo poderá ser alterado. Se não tiver
observância do prazo gera o arquivamento do procedimento.
- Só tem audiência pública quando a obra causar significativa
devastação ambiental. - O órgão ambiental tem 06 meses para analisar uma licença. Se ele
não analisar em 06 meses ocorrerá a competência supletiva do
IBAMA.
Retirada de uma licença ambiental:
- A retirada deve ocorrer sempre através de uma decisão motivada.
Pode haver:
a) retirada temporária – neste caso ocorre uma suspensão da licença;
b) retirada definitiva – pode ocorrer a anulação, cassação
ou ainda a revogação de uma licença ambiental;
- Quando o grau de irregularidade é baixo basta suspender. Mas
pode haver a retirada definitiva, que consiste em anulação cassação ou revogação da licença ambiental.
- Anulação sempre versa sobre uma ilegalidade na expedição da
licença.
- Cassação: também é uma ilegalidade. Ocorrerá a cassação quando
não se cumpre os termos da licença. Aqui a ilegalidade não é na origem e sim no curso da licença.
- Revogação: a licença é revogada quando há graves riscos para o
meio ambiente e para a saúde humana. - Artigo 19 Resolução 237/97:
Obs. o licenciamento é feito em único nível federativo, por um único ente da federação - houver os demais, parecer é opinativo e
não vinculante. Quem autoriza supressão de áreas será o órgão
concedente da licença.
Responsabilidade - Estudos ambientais
a) EPIA/EIA - significativa degradação ambiental
b) Estudos simplificados - não tem significativa degradação
Realizados por equipe contratada pelo empreendedor.
Responsabilidade penal - art. 69-A - crime por irregular estudo - a
pena é aumentada se causa dano significativos. L. 9.605
Responsabilidade administrativa - Dec. 6514 - art. 82 - multa de mil e quinhentos a um milhão.
SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO
(SNUC):
Base legal: Lei 9.985/00 - regulamenta o art.. 225, §1º I, II e IV CF
Unidade de conservação - Conceito: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com
características naturais relevantes, legalmente instituído pelo poder
público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se aplicam garantias
adequadas de proteção.
SNUC possui:
a) órgão consultivo e deliberativo que é o CONAMA
b) órgão central é o Ministério do Meio Ambiente c) órgãos executores: ICMBIO (unidades de conservação
na esfera federal), IBAMA, órgãos estaduais e
municipais competentes
Obs. Antes de 2000 haviam unidades isoladas e depois foram
sistematizadas para proteção.
Grupos de unidades de proteção integral:
a) estação ecológica b) reserva biológica
c) parque nacional
d) monumento natural e) refúgio de vida silvestre
Unidades de uso sustentável:
a) área de proteção ambiental
b) área de relevante interesse ecológico c) floresta nacional
d) reserva extrativista
e) reserva de fauna f) reserva de desenvolvimento sustentável
g) reserva particular do patrimônio natural
- Unidades de proteção integral tem por objetivo preservar a
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto dos seus recursos
naturais, salvo casos expressos em lei. Uso indireto não tem colheita, não tem dano. L.9985, art. 2º IX e X - via de regra posse e
domínio são públicos - tem algumas exceções.
- Unidades de uso sustentável: o objetivo básico é compatibilizar a
conservação da natureza com o uso sustentável de parcela dos seus
recursos naturais. Em regra pode ter atividade econômica.
TEORIA GERAL DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:
- A criação de uma unidade de conservação se dá através de ato do
poder público: pode ser um decreto ou uma lei. O ato do poder
público é precedido de estudos técnicos e consulta pública.
Obs. Toda unidade precisa de estudos técnicos e consulta pública?
Na criação da estação ecológica e da reserva biológica, é necessário somente os estudos técnicos - DISPENSA A CONSULTA
POPULAR. Mas para aumentar ou transformar depende estudo
prévio ou consulta pública.
Obs. DESAFETAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO -
Como desafeta uma unidade de conservação? Se criou por decreto, só pode desafetar uma unidade de conservação por lei específica.
PARA AMPLIAR TAMBÉM DEPENDE DO MESMO ATO - ex.
decreto ou lei. Demanda tanto o estudo técnico com a lei ou ato. Art. 225, §1º - exige lei específica para desafetação.
Obs. - Posso transformar uma unidade de uso sustentável em uma
unidade de proteção integral? Sim, pelo mesmo diploma legal.
Precedidos de estudos técnicos e consulta popular.
- Se for transformar uma unidade de uso sustentável em unidade de
proteção integral tem que ter estudos técnicos e consulta pública.
- Artigo 22-A da Lei 9985/00: “O Poder Público poderá,
ressalvadas as atividades agropecuárias e outras atividades econômicas em andamento e obras públicas licenciadas, na forma
da lei, decretar limitações administrativas provisórias ao exercício
de atividades e empreendimentos efetiva ou potencialmente causadores de degradação ambiental, para a realização de estudos
com vistas na criação de Unidade de Conservação, quando, a
critério do órgão ambiental competente, houver risco de dano grave aos recursos naturais ali existentes. § 1o Sem prejuízo da restrição
e observada a ressalva constante do caput, na área submetida a
limitações administrativas, não serão permitidas atividades que importem em exploração a corte raso da floresta e demais formas
de vegetação nativa. § 2o A destinação final da área submetida ao
disposto neste artigo será definida no prazo de 7 (sete) meses, improrrogáveis, findo o qual fica extinta a limitação
administrativa.”
GESTÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO:
- A gestão se dá através de um documento técnico chamado de PLANO DE MANEJO. Plano de manejo vai disciplinar o
zoneamento em uma unidade de conservação. Vai tratar do
mapeamento da unidade de conservação, o que pode e o que não pode.
- Se não tiver o plano de manejo, ela será uma unidade de conservação de papel. Exemplo: quero plantar transgênico próximo
de uma unidade de conservação, pode plantar? Quem responde essa
pergunta é o plano de manejo.
Obs. O prazo do plano de manejo é de 05 anos.
Conteúdo do plano de manejo:
a) área da unidade de conservação:
b) zona de amortecimento c) corredores ecológicos (apenas se necessários)
d) medidas de integração à vida econômica e social das
comunidades vizinhas
- Todo plano de manejo deve ter esse conteúdo.
- Artigo 24 da Lei 9985/00: “O subsolo e o espaço aéreo, sempre
que influírem na estabilidade do ecossistema, integram os limites
das unidades de conservação.”
- Zona de amortecimento é um contorno em volta da unidade de
conservação. A zona de amortecimento é para evitar que determinadas atividades sejam realizadas em torno da unidade de
conservação. Ela estabelece limitações administrativas para as
atividades efetivas ou potencialmente poluidoras.
- Todas as unidades de conservação devem possuir zona de
amortecimento? Existem 02 espécies de unidade de conservação
que não precisam ter zona de amortecimento: APA (área de
proteção ambiental) e reserva particular do patrimônio natural.
Obs. Zona de amortecimento X Zona de transição
(circundantes) (Dec. 99.274/90, art. 27 – regulamenta a política
nacional do meio ambiente: “Nas áreas circundantes das Unidades de Conservação, num raio de dez quilômetros, qualquer atividade
que possa afetar a biota ficará subordinada às normas editadas
pelo Conama.”): a zona de transição é num raio de 10 km, qualquer atividade que afetar a biota.
ZONA DE AMORTECIMENTO É DECIDIDA CASO A CASO NÃO HÁ PREDEFINIÇÃO como na zoa de transição.
- Os corredores ecológicos ligam duas unidades de conservação, nem sempre ele é obrigatório. Só existe quando necessário.
- Normalmente quem elabora o plano de manejo é o órgão gestor, o
Instituto Chico Mendes. Quando se tratar de reserva extrativista e
reserva de desenvolvimento sustentável, o plano de manejo é aprovado através de uma resolução do Conselho da Unidade
respectiva. Essas duas unidades, são criadas para as populações
tradicionais e elas participam do processo de votação do plano de manejo.
- As unidades de conservação podem possuir conselhos consultivos, com exceção da reserva extrativista e da reserva de
desenvolvimento sustentável.
Plantio de OGN - É possível o plantio de organismos
geneticamente modificados em uma unidade de conservação? Não,
com exceção da área de proteção ambiental e das zonas de amortecimento das unidades, desde que o plano de manejo assim
disponha.
- Artigo 27, §4° da Lei 9985/00: “O Plano de Manejo poderá
dispor sobre as atividades de liberação planejada e cultivo de
organismos geneticamente modificados nas Áreas de Proteção Ambiental e nas zonas de amortecimento das demais categorias de
unidade de conservação, observadas as informações contidas na
decisão técnica da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança - CTNBio sobre: I - o registro de ocorrência de ancestrais diretos e
parentes silvestres; II - as características de reprodução, dispersão
e sobrevivência do organismo geneticamente modificado; III - o isolamento reprodutivo do organismo geneticamente modificado em
relação aos seus ancestrais diretos e parentes silvestres; e IV -
situações de risco do organismo geneticamente modificado à biodiversidade.
Art. 28. São proibidas, nas unidades de conservação, quaisquer
alterações, atividades ou modalidades de utilização em desacordo
com os seus objetivos, o seu Plano de Manejo e seus regulamentos. Parágrafo único. Até que seja elaborado o Plano de Manejo, todas
as atividades e obras desenvolvidas nas unidades de de proteção integral devem se limitar àquelas destinadas a garantir a
integridade dos recursos que a unidade objetiva proteger,
assegurando-se às populações tradicionais porventura residentes na área as condições e os meios necessários para a satisfação de
suas necessidades materiais, sociais e culturais.”
Obs. tudo que envolve biossegurança está ligado à CTN-BIO.
- Não é necessário ter o EIA/RIMA para organismos ou alimentos geneticamente modificados (STJ).
- Artigo 57-A da Lei 9985/00: “O Poder Executivo estabelecerá os limites para o plantio de organismos geneticamente modificados
nas áreas que circundam as unidades de conservação até que seja
fixada sua zona de amortecimento e aprovado o seu respectivo Plano de Manejo. Parágrafo único. O disposto no caput deste
artigo não se aplica às Áreas de Proteção Ambiental e Reservas de
Particulares do Patrimônio Nacional.”
- As áreas de proteção ambiental e as reservas particulares do
patrimônio natural não possuem zona de amortecimento.
- Se tiver aprovação do plano de manejo, deve aplicar o artigo 27,
§4°. Se não tiver, deve ser aplicado o artigo 57-A, que é
regulamentado pelo Decreto 5950/06. Ele se aplica quando tem o plantio de organismos geneticamente modificados quando ainda não
tiver sido aprovado o plano de manejo.
Obs. CONSELHOS CONSULTIVOS E DELIBERATIVOS - as
unidades de conservação devem ter conselho consultivo, mas duas unidades especificas tem conselhos deliberativos - RESERVA
ESTRATIVISTA E RESERVA DE DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL. Pois possuem populações tradicionais que participam de todas discussões inerentes a unidade de conservação.
RESERVAS CRIADAS PARA POPULAÇOES TRADICIONAIS.
Obs. quando se tratar de reservas extrativistas e de sustentável o
plano de manejo é aprovado pelos conselhos e não mais pelo instituto chico mendes - conselho tem força. nas demais são
portarias pelo instituto chico mendes.
POPULAÇOES TRADICIONAIS E RESERVAS
Reserva de desenvolvimento sustentável
Reserva extrativista
Ambas são de domínio público mas a posse esta vinculada às comunidades.
L. 9985/00 - art. 20 A posse e o uso serão regulados por contrato de concessão de direito real de uso. Decreto 4340/2002 - contrato deve
estar de acordo com o plano de manejo.
Art. 3º L.11428/06 - Lei do bioma mata atlântica - população
tradicional - população em estreita relação com o ambiente
dependendo de seus recursos para reprodução sociocultural por meio de atividades de baixo impacto ambiental.
População em Floresta nacional é de possie e domínio publico
sendo que as área devem ser desapropriadas. População tradicional pode permanecer la desde que compatível com os objetivos da
unidade - de acordo com plano de manejo.
Obs. em estação ecológica ou reserva biológica ou parque não
podem ter população tradicional, a posse e o domínio são públicos.
A população tradicional que existiam devem ser reassentadas e indenizadas de benfeitorias.
Algumas unidades como estação ou reserva biológica - precisam de autorização para entrar. APA e reserva particular do patrimônio não
precisam de autorização.
Mosaico de unidades de conservação:
- Artigo 26 da Lei 9985/00: “Quando existir um conjunto de unidades de conservação de categorias diferentes ou não, próximas,
justapostas ou sobrepostas, e outras áreas protegidas públicas ou privadas, constituindo um mosaico, a gestão do conjunto deverá ser
feita de forma integrada e participativa, considerando-se os seus
distintos objetivos de conservação, de forma a compatibilizar a presença da biodiversidade, a valorização da sociodiversidade e o
desenvolvimento sustentável no contexto regional. Parágrafo único.
O regulamento desta Lei disporá sobre a forma de gestão integrada do conjunto das unidades.”
- O mozaico são áreas de conservação próximas onde a gestão é integrada e participativa.
- É possível ter áreas indígenas e unidades de conservação? As
terras ocupadas pelos índios são bens da União. É possível ter áreas indígenas em unidades de conservação. O que não pode é uma vez
configurada a demarcação de terra indígena vir depois a unidade de
conservação. Exemplo: raposa serra do sol.
Visitação pública em unidade de conservação:
- Em algumas unidades de conservação a visitação é permitida. Já em outras, demanda a autorização do órgão gestor ou o pagamento
de uma taxa de visitação.
Pesquisa científica:
- Artigo 32 da Lei 9985/00: “Os órgãos executores articular-se-ão com a comunidade científica com o propósito de incentivar o
desenvolvimento de pesquisas sobre a fauna, a flora e a ecologia
das unidades de conservação e sobre formas de uso sustentável dos recursos naturais, valorizando-se o conhecimento das populações
tradicionais. § 1o As pesquisas científicas nas unidades de
conservação não podem colocar em risco a sobrevivência das espécies integrantes dos ecossistemas protegidos. § 2o A realização
de pesquisas científicas nas unidades de conservação, exceto Área
de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, depende de aprovação prévia e está sujeita à fiscalização
do órgão responsável por sua administração. § 3o Os órgãos
competentes podem transferir para as instituições de pesquisa nacionais, mediante acordo, a atribuição de aprovar a realização
de pesquisas científicas e de credenciar pesquisadores para trabalharem nas unidades de conservação.”
- Para fazer pesquisa precisa de prévia autorização do órgão responsável pela administração da unidade de conservação. Mas
quando se tratar de área de proteção ambiental e reserva particular
do patrimônio natural, não precisa de autorização.
- Em unidade de conservação pode ter a participação de gestores
particulares (OSCIP)? Sim, artigo 30 da Lei 9985/00: “As unidades de conservação podem ser geridas por organizações da sociedade
civil de interesse público com objetivos afins aos da unidade,
mediante instrumento a ser firmado com o órgão responsável por sua gestão.” – firma-se um termo de parceria entre o gestor e a
OSCIP.
Obs. É possível ter exploração comercial em unidade de
conservação? Sim, mas deve ser observado o artigo 33 da Lei
9985/00: “A exploração comercial de produtos, subprodutos ou serviços obtidos ou desenvolvidos a partir dos recursos naturais,
biológicos, cênicos ou culturais ou da exploração da imagem de
unidade de conservação, exceto Área de Proteção Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio Natural, dependerá de prévia
autorização e sujeitará o explorador a pagamento, conforme
disposto em regulamento.”
- As unidades de conservação podem receber doações de pessoas
físicas ou jurídicas. Inclusive de entidade internacional ou país.
Obs. utilização das áreas não precisam ser pagos quando tiver fins
educativos, pesquisas etc.
- Destinação de recursos financeiros em uma unidade de
conservação: Implementação, manutenção e gestão da própria unidade de conservação.
- Artigo 35 da Lei 9985/00: “Os recursos obtidos pelas unidades de conservação do Grupo de Proteção Integral mediante a cobrança
de taxa de visitação e outras rendas decorrentes de arrecadação, serviços e atividades da própria unidade serão aplicados de acordo
com os seguintes critérios: I - até cinqüenta por cento, e não menos
que vinte e cinco por cento, na implementação, manutenção e gestão da própria unidade; II - até cinqüenta por cento, e não
menos que vinte e cinco por cento, na regularização fundiária das
unidades de conservação do Grupo; III - até cinqüenta por cento, e não menos que quinze por cento, na implementação, manutenção e
gestão de outras unidades de conservação do Grupo de Proteção
Integral.”
Obs. quando é doação vai para a unidade, mas quando é renda da
exploração da unidade do grupo de proteção integral deve ser observado o limite do artigo, vinculação de receitas de unidade de
proteção integral.
- Artigo 36 da Lei 9985/00: “Nos casos de licenciamento ambiental
de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim
considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o
empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de
unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. § 1o O
montante de recursos a ser destinado pelo empreendedor para esta
finalidade não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais
previstos para a implantação do empreendimento, sendo o
percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador, de acordo com
o grau de impacto ambiental causado pelo empreendimento. § 2o Ao órgão ambiental licenciador compete definir as unidades de
conservação a serem beneficiadas, considerando as propostas
apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de
conservação. § 3o Quando o empreendimento afetar unidade de
conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser
concedido mediante autorização do órgão responsável por sua
administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da
compensação definida neste artigo.”
- Se não tiver significativo impacto ambiental não precisa destinar
recursos financeiros. - ADI 3378: a compensação ambiental é constitucional, ela não
viola princípios. A compensação ambiental tem caráter retributiva.
POPULAÇÕES TRADICIONAIS:
- Se encontram na reserva extrativista e reserva sustentável. - Numa floresta nacional, onde tiver populações tradicionais e a
manutenção dessas populações não for incompatível, essas
populações podem ficar na unidade de conservação.
- As reservas nacionais são unidades de domínio público,
pertencem ao poder público. O vínculo estabelecido com a população está regido pelo artigo 23: “A posse e o uso das áreas
ocupadas pelas populações tradicionais nas Reservas Extrativistas
e Reservas de Desenvolvimento Sustentável serão regulados por contrato, conforme se dispuser no regulamento desta Lei. § 1o As
populações de que trata este artigo obrigam-se a participar da
preservação, recuperação, defesa e manutenção da unidade de conservação. § 2o O uso dos recursos naturais pelas populações de
que trata este artigo obedecerá às seguintes normas: I - proibição
do uso de espécies localmente ameaçadas de extinção ou de práticas que danifiquem os seus habitats; II - proibição de práticas
ou atividades que impeçam a regeneração natural dos
ecossistemas; III - demais normas estabelecidas na legislação, no Plano de Manejo da unidade de conservação e no contrato de
concessão de direito real de uso.”
- Artigo 42 da Lei 9985/00: “As populações tradicionais residentes
em unidades de conservação nas quais sua permanência não seja
permitida serão indenizadas ou compensadas pelas benfeitorias existentes e devidamente realocadas pelo Poder Público, em local e
condições acordados entre as partes. § 1o O Poder Público, por
meio do órgão competente, priorizará o reassentamento das populações tradicionais a serem realocadas. § 2o Até que seja
possível efetuar o reassentamento de que trata este artigo, serão estabelecidas normas e ações específicas destinadas a
compatibilizar a presença das populações tradicionais residentes
com os objetivos da unidade, sem prejuízo dos modos de vida, das fontes de subsistência e dos locais de moradia destas populações,
assegurando-se a sua participação na elaboração das referidas
normas e ações. § 3o Na hipótese prevista no § 2o, as normas regulando o prazo de permanência e suas condições serão
estabelecidas em regulamento.”
- As áreas privadas nas reservas fundiárias devem ser
desapropriadas.
- Artigo 45 da Lei 9985/00: “Excluem-se das indenizações
referentes à regularização fundiária das unidades de conservação,
derivadas ou não de desapropriação: I - (VETADO) II - (VETADO) III - as espécies arbóreas declaradas imunes de corte pelo Poder
Público;(ex. Ipê amarelo) IV - expectativas de ganhos e lucro
cessante; V - o resultado de cálculo efetuado mediante a operação de juros compostos; VI - as áreas que não tenham prova de domínio
inequívoco e anterior à criação da unidade.”
*Olhar quadro sobre as espécies de unidades de conservação no
material de apoio.
Compensação ambiental - art. 16 - quando efetiva ou
potencialmente causadora de degradação ambienta, empreendedor
deve promover a compensação, em regra é unidade de conservação de proteção integral. Se o impacto atinge zona de amortecimento ou
unidade sustentável também receberá indenização. O órgão
ambiental pode dizer que ao invés de alocar o dinheiro, é possível criar nova unidade de conservação.
ADIN3378 - STF - compensação é constitucional - §1º, art. 36 - VEDAÇÃO DE PERCENTUAL ABAIXO DE 0.5 POR CENTO
FOI DECLARADO INCONSTITUCIONAL - O VALOR SERÁ
DEVIDO CASO A CASO.
A compensação ambiental não impede a responsabilidade por
efetivo dano posterior ocorrido, a compensação fica dentro do
procedimento do licenciamento. A COMPENSAÇÃO BUSCA
MINIMIZAR EVENTUAIS IMPACTOS.
Obs. para efeito legal as unidades de proteção integral são áreas
rurais. E as zonas de amortecimento definidas formalmente não podem ser transformadas em área urbana.
Obs. art. 46 - qualquer estrutura em áreas de conservação é
possível, mas exige estudo prévio. QUEM USAR ÁGUA DA
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DEVE CONTRIBUIR PARA
UNIDADE, e também geração de energia elétrica.
Reserva da biosfera - (programa da ONU - MAB - homem e a
biosfera e L. 9.985/00) - modelo internacional de gestão
integrada de áreas de proteção ambiental. ex. cinturão verde de
SP - reserva da biosfera em torno de SP - mata atlântica,
pantanal, caatinga. Podem abranger unidades de conservação,
zona de amortecimento. Constituição:
- área núcleo - proteção integral
- zonas de amortecimento
- zona de transição - com ocupação e manejo sustentável.
LEI DO BIOMA MATA ATLÂNTICA: Lei 11.428/06
Objetivo geral da Lei 11.428/06: desenvolvimento sustentável; e
por objetivos específicos a salvaguarda da biodiversidade, da saúde
humana, dos valores paisagísticos, estéticos e turísticos, do regime hídrico e da estabilidade social.
- Essa lei basicamente pega todas as florestas, árvores e vegetações do bioma mata atlântica.
Bioma mata atlântica:
- Vegetação primária: é aquela intocada, que não teve a
intervenção humana, uma intervenção antrópica. - Vegetação secundária: já teve uma intervenção antrópica, uma
intervenção humana. Significa que o homem já desmatou ou já
degradou a vegetação. Ela será classificada de acordo com o estágio de regeneração.
Quem define o que é vegetação primária e secundária é o CONAMA
Pode estar em estágio avançado de regeneração
Pode estar em estágio médio de regeneração
Pode estar em estágio inicial
- Formações vegetais: artigo 2° da Lei 11.428/06: “Para os efeitos
desta Lei, consideram-se integrantes do Bioma Mata Atlântica as seguintes formações florestais nativas e ecossistemas associados,
com as respectivas delimitações estabelecidas em mapa do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, conforme regulamento: Floresta Ombrófila Densa; Floresta Ombrófila Mista,
também denominada de Mata de Araucárias; Floresta Ombrófila
Aberta; Floresta Estacional Semidecidual; e Floresta Estacional Decidual, bem como os manguezais, as vegetações de restingas,
campos de altitude, brejos interioranos e encraves florestais do
Nordeste. Parágrafo único. Somente os remanescentes de vegetação nativa no estágio primário e nos estágios secundário inicial, médio
e avançado de regeneração na área de abrangência definida no
caput deste artigo terão seu uso e conservação regulados por esta Lei.”
Regras de corte e supressão:
Área rural:
a) Vegetação primária: - casos de utilidade pública
- casos de pesquisa científica
- casos de práticas preservacionistas
b) Vegetação secundária:
- estágio avançado: seguem as mesmas regras da letra
“a”
- estágio médio: utilidade pública, pesquisas científicas, práticas preservacionistas, interesse social, pequeno produtor e
populações tradicionais. Exceto área de proteção ambiental - APA
- estágio inicial: nos estados em que a vegetação primária ou secundária remanescente for inferior a 5%, o corte em estágio
inicial submete-se às mesmas regras do corte em estágio médio de
regeneração.
- A vegetação primária e secundária não perde a sua classificação
nos casos de incêndio, desmatamento ou qualquer outro tipo de intervenção.
Casos de utilidade pública:
a) Atividades de segurança nacional e proteção sanitária;
b) As obras essenciais de infraestrutura de interesse nacional destinadas aos serviços públicos de transporte,
saneamento e energia, declaradas pelo poder público
federal ou dos estados.
Casos de interesse social:
a) As atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa (ex. espécies invasoras)
b) As atividades de manejo agro florestal sustentável
praticadas na pequena propriedade ou posse rural familiar, desde que não descaracterizam a cobertura
florestal e a função ambiental da área.
c) Demais obras, planos e atividades definidas em resolução do CONAMA.
- A pequena propriedade pode ter corte médio. O pequeno produtor rural não pode ter gleba superior a 50 hectares e a renda
bruta proveniente das atividades agrícolas e pecuárias deve ser de
no mínimo 80%.
Os estados com menos de 5% da área original de mata atlântica, submetem-se ao regime jurídico aplicável à vegetação secundária
em estágio médio de regeneração. NÃO HÁ REGRA PARA
ESTÁGIO INICIAL, salvo se abaixo do mínimo.
Art. 5º - o desmate ou queimada não flexibilizam as regras de
proteção das reservas.
Área urbana:
- Tratando-se de vegetação primária, é vedado.
- Vegetação secundária: a) Estágio avançado
- períodos urbanos aprovados antes (26/12/06): 50% no
mínimo - depois: vedado.
b) Estágio médio de regeneração:
- antes: 30% no mínimo - depois: 50% no mínimo
Vedações ao corte e supressão no bioma mata atlântica: -
vegetação primário ou nos estágios avançado e médio do
secundário.
Hipóteses:
1) No que se refere à vegetação:
a) abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou
estadual, assim declaradas pela União ou pelos Estados;
b) exercer a função de proteção de mananciais ou de prevenção e controle de erosão;
c) formar corredores entre remanescentes de vegetação
primária ou secundária em estágio avançado de regeneração;
d) proteger o entorno das unidades de conservação; ou e) possuir excepcional valor paisagístico reconhecido
pelos órgãos competentes do SISNAMA.
2) O proprietário ou posseiro não cumprir a legislação
ambiental, em especial o Código Florestal.
ATENÇÃO - art. 12, 14 e 17 - ARTIGOS DE REFERENCIA -
REGRAS DE INTERVENÇÃO
Art. 12 - Quando houver corte e supressão no bioma mata atlântica,
esse deve ocorrer em áreas já afetadas, preferencialmente. Essa regra vale para a área rural e urbana.
Compensação ambiental – artigo 17 (não confundir com outra
modalidade de compensação ambiental a ser realizada por
empresário de empreendimento causador de significa degradação)
- Quem autoriza o corte e a supressão é o órgão ambiental, em
regra. Quando poderá ser o órgão ambiental municipal? Quando for vegetação secundária em estágio médio de regeneração. O
município deve ter conselho de meio ambiente com caráter
deliberativo e plano diretor. Deve também haver uma anuência prévia do órgão estadual. Essa anuência técnica é um parecer
prévio.
- É possível atividade minerária no bioma mata atlântica? Artigo 32
da Lei 11.428/06.
- Artigo 35 da Lei 11.428/06
- Toda propriedade precisa da reserva legal florestal. Outra propriedade deveria ter a reserva legal florestal, mas não possui. O
que á compensação ambiental? Na segunda propriedade não terá a
reserva legal, então transfere a reserva legal da propriedade II para a propriedade I. Isso só pode ser feito desde que na mesma micro
bacia e se não for possível na mesma microbacia que seja na mesma
bacia.
- Reserva legal e servidão ambiental em uma mesma
propriedade. A servidão ambiental é renunciar ao uso dos recursos
ambientais na minha propriedade. A ausência de reserva legal em
uma propriedade pode ser compensada com servidão ambiental em outra propriedade.
- Cota florestal: a parte que vai exceder pode pegar um título dessa
parte e gerar uma cota florestal, que pode ser negociado numa bolsa.
Obs. atividade minerária em vegetação primária de mata atlântica é
vedada.
LEI COMPLEMENTAR 140/11:
- Esta lei regulamenta o artigo 23, incisos III, VI e VII da CF. A lei vai pontuar fundamentalmente quais são as ações administrativas
dos entes federativos.
- Licenciamento ambiental: o conceito de licenciamento ambiental é aquele já trabalhado em aula.
- Licenciamento ambiental:
Atuação supletiva
Atuação subsidiária - O artigo 10 da Lei 6938/81 também teve sua redação modificada.
- A atuação supletiva é quando o ente federativo não possui um
órgão ambiental capacitado ou conselho de meio ambiente. - Quando o órgão ambiental é moroso, também pode haver atuação
supletiva.
- Atuação subsidiária (artigo 16 da LC 140/11): pode solicitar apoio técnico, administrativa e financeiro de outro órgão.
- Competências para o licenciamento ambiental: saiu do âmbito da
Resolução 237 e passou a ser tratada em lei complementar. O licenciamento ambiental possui regras próprias para a União,
Estados, DF, municípios e em APA’s (área de proteção ambiental).
- Licenciamento da União:
Localizadas ou desenvolvidas no Brasil ou em país
limítrofe
Localizadas no mar territorial, na plataforma continental
e na zona econômica exclusiva
Em terras indígenas
Em unidades de conservação instituída pela União,
exceto APA
Dois ou mais estados
Área militar
Atividades nucleares
Tipologia estabelecida por ato do poder executivo, a partir de proposição “comissão tripartite nacional”
- É a União que licencia as unidades de conservação de sua competência, com exceção da APA.
- A comissão tripartite nacional é uma inovação da LC 140/11.
Novas tipologias podem surgir a partir da comissão tripartite nacional. Também vai haver a comissão tripartite estadual. Também
haverá a comissão bipartite (representantes da União e do DF).
- Licenciamento em APA’s:
União:
- Brasil em país limítrofe - mar territorial, zona econômica exclusiva e na
plataforma continental
- dois ou mais estados - militar
- tipologia definida em ato do poder executivo, a partir
de proposição comissão tripartite - Ainda que a APA tenha sido instituída por outro ente federativo,
se ela for localizada em país ou estado limítrofe, a competência para
o licenciamento é da União. - Na comissão tripartite nacional deve se ouvir o representante do
CONAMA.
- A competência para o licenciamento de APA dos municípios é para o âmbito local.
- Exercício do poder de polícia no licenciamento ambiental: quem
licencia é quem exerce o poder de polícia. - Artigo 4° da Lei Complementar 140/11:
- A autorização para corte e supressão será feita na mesma instância.
Se o licenciamento ambiental for feito no âmbito da União, a
autorização para corte e supressão deve ser dada pela União.
- Artigo 7° da Lei Complementar 140/11:
- Artigo 8° da Lei Complementar 140/11:
- Artigo 8° da Lei Complementar 140/11:
Obs. Principais alterações trazidas pela Lei 12.651 - Novo
Código Florestal
a) lei do bioma mata atlântica - art. 35 L.11.428/06 - proteção do
bioma mata atlântica - o que exceder ao limite legal pode ser
utilizado com CRA - cota de reserva ambiental
b) art. 36 - L. 9985 - Lei do SNU}C - compensação ambiental
nas unidades de produção - ADIN 3378/08 - obra com
significativa degradação ambiental o empreendedor deve
compensar em dinheiro os impactos - ex. usina de belo monte -
se afeta unidade de conservação esta também será beneficiada,
ou zona de amortecimento.
Se não afetar unidade - dinheiro vai para unidade de
conservação integral
Se afetar - mesmo que não seja de proteção integral receberá o
dinheiro
c) art. 41 L. 12.651/2012 - proprietários de zona de
amortecimento de área integral podem receber apoio técnico e
financeiro.
d) art. 60 - ART. 60 ALTERAÇÃO NA SUSPENSÃO
PROCESSUAL do art. 38, 39 e 48 (smj) - corte de árvores em
APP - pode ser assinado TERMO DE REGULARIZAÇÃO
AMBIENTAL - suspensão da prescrição.
CONCESSÕES DE FLORESTA PÚBLICA
- No Brasil desde 2006 com a Lei 11.284 existe a possibilidade de
explorar florestas publicas através do instituto da concessão florestal. Exemplo de serviço florestal: hotel de ecoturismo.
- A concessão florestal é regida pelas regras do direito administrativo. É regida através da modalidade licitatória de
concorrência. É uma delegação onerosa feita pelo poder pública
para praticar o manejo florestal sustentável. Manejo florestal é uma intervenção no meio ambiente de forma sustentável.
- O manejo florestal é aproveitar a floresta para recursos
econômicos.
CONCEITO DE FLORESTA PÚBLICA - pertence a adm.
direta ou indireta - floresta natural ou plantada localizada nos
diversos biomas brasileiro pertencentes a união, estados,
municípios, DF ou entes da adm. indireta.
Floresta pública (GENERO) X Floresta nacional (ESPECIE) -
Floresta pública é gênero de floresta pública - floresta nacional,
estadual, municipal são unidades de conservação dos entes.
ART.15, l. 9985/2000.
Floresta nacional ambiental X Patrimônio nacional ambiental
Utilização de bens ou produtos florestais - madeira
Exploração - serviços e produtos
Concessão florestal - delegação onerosa, feita pelo poder concedente do direito de praticar manejo florestal sustentável para
exploração de produtos e serviços numa unidade de manejo,
mediante licitação, à PJ, em consórcio ou não, que atenda às exigências do respectivo edital e demonstre capacidade para seu
desempenho, por sua conta e risco, e por prazo determinado.
Órgão gestor - serviço florestal brasileiro - órgão sem
personalidade jurídica.
Poder concedente - ministério do meio ambiente
Toda concessão é onerosa, não tem gratuidade.
Modalidade de licitação para concessão - concorrência
Objeto - produtos e serviços - praticando o manejo florestal
sustentável - visa manter benefícios econômicos, naturais e sociais.
Manejo - intervenção humana
FORMAS DE GESTÃO DE FLORESTA
1 - GESTAO DIRETA - Criação de florestas (nacional,
estadual, municipal) - atividade subsidiaria por meio de
contrato convênio e parcerias com atividade privada - limitado
a 120 meses.
2 - Destinação de florestas públicas às comunidades locais
a) Criação de reservas extrativistas e reservas de
desenvolvimento sustentável
Mantem pessoas em reserva extrativistas e sustentável.
b) Concessão de uso - (assentamento florestal - de
desenvolvimento sustentável - área extrativistas e ouros termos
do art. 189 de do programa ambiental de reforma agrária.
c) Outros termos - regularização fundiária de interesse social
Obs. L. 11.977/09 - minha casa minha vida - regularização
fundiária de interesse social - art. 46
3 - Concessão florestal
Será autorizada em ato do poder concedente e formalizada
através de contrato administrativo, aplicando subsidiariamente
a 8.666/93
PAOF - plano anual de outorga florestal - proposto pelo órgão
gestor - serviço florestal brasileiro - não pode abrir concessão
florestal se não estiver inserida no PAOF
- Áreas de florestas pertencentes à união requer manifestação prévia da secretaria de patrimônio da união do Ministério do planejamento
Floresta em faixa de fronteira - 150 km deve ter manifestação
do conselho de defesa nacional.
Antes do poder concedente publicar o edital é necessário a
realização de audiência pública - serviço florestal brasileiro e
pode ter outras consultas. Ex. os pré-editais ficam submetidos à
apreciação.
OBJETOS VEDADOS - Art. 16 §1º - o que não pode ser
incluído no objeto - é vedada a outorga na concessão florestal -
titularidade imobiliária ou preferencia em aquisição. Terras
acima de 2.500 deve ter autorização do congresso. Uso hídrico
mais que insignificante. Recursos pesqueiros.
Obs. Outorga de direito de uso de recursos hídrico - autorização
administrativa - quando afeta a quantidade e a qualidade do
corpo de água.
Natureza jurídica - Outorga - autorização adm. - L. 9.984/2000 -
lei da agencia nacional de águas.
Obs. crédito de carbono não pode a não ser que seja área
recuperada.
Manejo florestal sustentável - administração da floresta para obtenção de benefícios econômicos, ambientais e sociais,
respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto
do manejo.
Licença prévia (pedida pelo órgão gestor - SFB - serviço floresta brasileiro) O RAP (relatório ambiental preliminar) é apresentado
pelo órgão gestor ao órgão ambiental competente.
Se a gestão implicar significativa agressão - EIA/RIMA.
RAP - não significa degradação EIA/RIMA - significativa degradação
Pode o órgão ambiental apresentar os dois - para lotes diferentes - se no mesmo estado.
Se a concessão for em floresta nacional (unidade de conservação - já tem aprovado o plano de manejo) o plano de manejo substiui a
licença prévia. SE JÁ TEM PLANO DE MANEJO NÃO PRECISA
DE LICENÇA PRÉVIA.
Órgão gestor consegue a licença prévia - elabora-se o plano de
manejo sustentável - previsão no PAOF - (previsão da concessão no plano anual de outorga de floresta) - concessão florestal -
LICENÇA DE OPERAÇÃO
Habilitação para concessão
- Ausência de débitos e inscrição na DA relativos a infração ambiental nos órgãos integrantes do SISNAMA
- Decisões condenatórias com trânsito em julgado em ações penais
relativas a crimes contra ao meio ambiente ou a ordem tributária ou crimes previdenciários. Salvo reabilitação do art. 93 do CP
- Somente pode ser habilitadas empresas ou PJ constituída sob as leis brasileiras e que tenham sede ou adm. no Brasil.
Critérios da melhor proposta: No julgamento da licitação a melhor proposta será considerada em razão da combinação dos
seguintes critérios:
1 - maior preço ofertado como pagamento ao poder concedente pela
outorga de concessão florestal 2 - a melhor técnica considerando:
a) menor impacto ambiental
b) maiores benefícios sociais diretos c) maior eficiência
d) maior agregação de valor ao produto ou serviço florestal na
região da concessão
Para cada unidade contratada haverá um único contrato e um único
consorciado - ainda que a fiscalização tenha sido feita subsiste a obrigação.
É vedada a subconcessão
O plano de manejo florestal sustentável (PMFS) - deve apresentar
uma área de reserva absoluta - no mínimo de 5% da área total. Serve de comparativo - monitoramento.
Deve ser evitada a concentração econômica - no máximo podem
ser outorgados dois contratos individualmente ou não - no
máximo dois contratos. Individualmente ou consórcio.
Cada concessionário terá um limite percentual máximo na área
da concessão florestal.
Extinção do concessão:
1 - esgotamento do prazo contratuais
2 - rescisão
3 - anulação
4 - falência ou extinção do concessionário e falecimento e
incapacidade do titular no caso de empresa individual
5 - desistência e devolução por ocasião do concessionário do
objeto da concessão
DESISTÊNCIA - é o ato formal, irrevogável e irretratável pelo
quão o concessionário manifesta seu desinteresse pela
continuidade da concessão
Auditoria florestal - sem prejuízo do poder de polícia, será
exercida por autoridade da sociedade civil com qualificação
especial.
NOVO CÓDIGO FLORESTAL
Conceito de APP - área protegida, coberta ou não por vegetação
nativa, com a função ambiental de preservar os recursos
hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a
biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger
o solo e assegurar o bem estar das populações humanas.
2 - margens ciliares
3 - nascentes e olhos d’água
4 - veredas
5 - manguezais
APP´s legais - por força de lei - art. 4º - DEFINIDA PELA
SIMPLES LOCALIZAÇÃO DO IMÓVEL
APP´s administrativas - por ato do poder público - art. 6º - ATO
DO PODER - ex. lei declarando área de proteção permanente
Largura do curso d’água
10 metros 30 metros
10-50 metros 50 metros
50-200 metros 100 metros
200-600 200
mais de 600 500 metros
Faixa marginal - será contado desde a borda da calha do leito
regular
Nas áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em faixa com
largura mínima de:
a) 100 metros em zonas rurais, exceto para o corpo d’agua com
até 20 alqueires de supercilie, cuja faixa marginal será de 50 m
b) 30 metros em zonas urbanas.
Encostas
Superior a 45º - encostas acima de 45% de declive - APP
Entre 25 a 45º - ÁREA DE USO RESTRITO - MANEJO
SUSTENTÁVEL
§2º - reservatórios de até um hectare 10 m
Plano diretor e lei de uso e ocupação do solo regularão as APPS
em áreas urbanas respeitando os limites.
Sítio RAMSAR - convenção do Irã sobre áreas húmidas. Ex.
pantanal.
APP incide tanto em áreas privadas e públicas, pessoas físicas
ou jurídicas.
É obrigatória a recomposição pela PF ou PJ da APP - a
obrigação tem natureza real - transfere-se com a posse ou
domínio.
Autorizam intervenção em APP - Utilidade pública, interesse
social, baixo impacto ambiental.
Obs. mata atlântica tem lei específica.
No caso de supressão não autorizada realizada após 22/07/08 é
vedada a concessão de novas autorizações para supressão de
APP degradadas. QUEM SUPRIMIU ANTES DESSA DATA
NÃO SOFRE A LIMITAÇÃO.
A supressão de vegetação nativa protetora de nascentas, dunas e
restingas somente poderá ser autorizada nos casos de utilidade
pública.
Intervenção de mangues e restingas podem ser autorizados em
áreas comprometidas. Para urbanização e para obras
habitacionais. É POSSIVEL A REGULARIZAÇÃO
FUNDIÁRIA
RESERVA LEGAL - TODO IMOVEL RURAL DEVE
MANTER ÁREA TER RELSERVA FLORESTAL
Localizado na Amazônia legal
80% se áreas de florestas
35% se cerrados
20% em campos gerais
Reserva legal nas demais regiões:
20% - regra geral
CAR - cadastro agrário rural - QUALQUER INTERVENÇÃO
EM RESERVA LEGAL SE O IMÓVEL ESTIVER INSCRITO
NO CAR. - TODA propriedade rural deve estar inscrita no
CAR.
Dispensa de Reserva legal?
1 - Os empreendimentos de abastecimento público de água e
tratamento de esgoto.
2 - As áreas adquiridas ou desapropriadas por detentor de
concessão permissão ou autorização para exploração de
potencial de energia hidráulica, as quais funcionem
empreendimentos de geração de energia elétrica, subestações ou
sejam instaladas linhas de transmissão e de distribuição de
energia elétrica.
3 - áreas adquiridas ou desapropriadas com o objetivo de
implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.
Hipótese de redução da reserva legal em florestas da amazonia
legal
1 - O Poder público poderá reduzir a reserva legal até 50%,
para fins de recomposição, quando o município tiver mais de
50% da área ocupada por unidades de conservação de domínio
público e por terras indígenas homologadas.
2 - O poder público estadual, ouvido o conselho estadual de
meio ambiente, poderá reduzir a reserva legal para até 50%
quando o estado tiver zoneamento ecológico econômico
aprovado e mais de 65% do seu território ocupado por unidades
de conservação de domínio público, devidamente regularizadas,
e por terras indígenas homologadas.
Outras hipóteses de redução e ampliação da reserva legal
Quando indicado pelo zoneamento ecológico-econômico (ZEE
estadual) realizado segundo metodologia unificada o poder
público FEDERAL, poderá:
1 - reduzir, exclusivamente para fins de regularização, mediante
recomposição ou compensação da reserva legal de imóveis com
área rural consolidada, situados em florestas da Amazônia legal,
para até 50% da propriedade, excluídas as áreas prioritárias
para conservação da biodiversidade e dos recursos hídricos.
Desde que aprovado ZEE.
Obs. ZEE será regido por norma federal - tendo os estados até 5
anos para aprovação de seu ZEE, 5 anos do novo Código Florestal.
Art.9º, da lei de politica do meio ambiente de 81 - Decreto 4297/2002
2 - ampliar as áreas de reserva legal em até 50% dos
percentuais legais, para cumprimento das metas nacionais de
proteção à biodiversidade e da redução de emissão de gases de
efeito estufa.
12187/09 art. 12 - lei de política nacional - índices de redução de
36,1 a 38,9 das projeções de poluição para 2020
E possível aumento das reservas legais em todo o país em 50%
dos índices:
ex. 20% + (50% de 20% = 10%) - limite poderá chegar me
campos gerais a 30%
Pequeno produtor fiscal - quem tem até 4 produtor rural
Obs. se houver fracionamento do imóvel não muda a reserva
legal, deve-se manter a área protegida desde antes.
Se o imóvel abranger mais de uma área haverá o fracionamento
dos índices correspondentes - 80 - 35 e 20
Como se define a localização da reserva legal?
1 - O plano de bacia hidrográfica
2 - O ZEE
3 - A formação de corredores ecológicos com outra reserva legal, com área de preservação permanente, com unidade de conservação
ou com outra área legalmente protegida.
4 - As áreas de maior importância para conservação da biodiversidade.
5 - as áreas de maior fragilidade ambiental.
Quem é o órgão responsável pela reserva ambiental?
Órgão ambiental estadual integrante do SISNAMA ou instituição
por ele habilitada.
SO SE DEFINE A RESERVA LEGAL A PARTIR DE INSCRITO
NO CAR.
Antigamente a reserva legal era averbada a margem da matrícula no
cartório de registro de imóveis - é dispensado - é feito no CAR - e o órgão ambiental autoriza. Se não tem reserva, se inscreve, o órgão
define e cumpre a obrigação que é ter a reserva legal.
Uma vez protocolizada documentação para análise do órgão
ambiental não pode mais ter multado por infração administrativa, ou restrições a direito por qualquer órgão do SISNAMA. Ex.
benefícios agrícolas.
Obs. art. 15 possibilidade de computo da APP como reserva legal.
Contabilizar dentro dos 20% - o regime de proteção da APP se
mantém.
Obs. art. 16 possibilidade de reserva legal em forma de condomínio
desde que mantidos índices de cada uma. Ex. antes de dividir uma fazenda faz-se o calculo da área e estabelece uma comunhão ao
invés de fazer várias pequenas - ÁREAS DE CHÁCARAS.
Reserva legal vegetação nativa. Dever ser mantida pelo proprietário
ou possuidor. Ou PJ de direito público ou privado deve manter
reserva legal com vegetação nativa.
PEQUENA PROPRIEDADE ATÉ 4 MÓDULOS
RURAIS DE EXPLORAÇÃO FAMILIAR.
Obs. é obrigatória a suspensão de todas as atividades irregulares
após de 22/07/08, antes tem regra de transição. 22 de julho - quem está antes tem alguns benefícios.
Art. 18 §2º na posse a área de reserva legal é assegurada por termo de compromisso do possuidor com o órgão do SISNAMA com
força de título executivo extrajudicial.
Art. 19 - antigamente a inserção em perímetro urbano não
autorizava supressão de reserva legal. Agora a inserção do imóvel
rural em perímetro urbano permite quando do parcelamento do solo a supressão da área. LEI MUNICIPAL QUE AMPLIA A ÁREA
DO MUNICIPIO NÃO DESCARACTERIZA OBRIGAÇÃO
PELA ÁREA, MAS TAO-SOMENTE COM O PARCELAMENTO
- QUANDO DO LOTEAMENTO. Pode ser que deixe de ser
reserva e vire área verde urbana.
Direito de preferência o poder público municipal aprova lei no máximo por 5 anos - sendo que toda alienação onerosa deve ser
primeiro ofertado ao poder público municipal.
IMOVEIS COM ATÉ 4 MODULOS FISCAIS DEVEM
CONSERVAR O QUE TINHAM DE RESERVA NA DATA DE 22/07/2012
IMOVEIS COM MAIS DE 4 MODULOS: Alternativas 1 - Recompor a reserva natural - proprietário tem até 20 anos para
recompor o percentual faltante - a cada dois ano deve recompor
1/10 da área total para complementação. 2 - Permitir a regeneração natural - fecha o local e deixa a
natureza desenvolver - só é possível onde for aconselhável
3 - Compensar a reserva legal - QUANDO UMA
PROPRIEDADE NÃO TEM RESERVA LEGAL PODE SER
QUE SEJA CONSIDERADA EM ÁREA EXCENDENTE DE
OUTRA PROPRIEDADE - normalmente por servidão ou
arrendamento.
Requisitos:
- Mesma extensão
- Deve estar no mesmo bioma
- Se for fora do estado deve estar localizada como área
prioritária pela união ou pelos estados.
Corredores
Bacias fragilizadas
Grandes áreas protegidas
Ecossistemas ameaçados
Obs. a compensação deve estar inscrita no CAR.
Cota ambiental - pode ser retirada a tudo que exceder ao
percentual legal - PODENDO SER NEGOCIADO NA BOLSA
DE VALORES - TÍTULO NOMINATIVO
Servidão ambiental - PERCENTUAL MÍNIMO É O DA
RESERVA AMBIENTAL - OU SEJA - 20%
Obs. nem a reserva legal nem a APP em área rural ou a
servidão ambiental pagam ITR. E pessoa pode tirar cota para
negociar.
1 - Aquisição de cotas
2 - Arrendamento
3 - Doação a poder público de área localizada no interior de
unidade de conservação ainda não regularizada.
4 - Áreas do mesmo proprietário
Obs. RECOMPOSIÇÃO - preferencialmente com plantas
nativas, permitindo até 50% de árvores exóticas.
Art. 29 CAR será criado no âmbito do SISNIMA. TODOS OS
IMÓVEIS DEVEM ESTAR INSERIDOS NO CAR.
Reserva particular permanente e APP - não pode haver
sobreposição das áreas.
Criada a unidade de conservação mas não ocorreu a
desapropriação.
Cota será emitida pelo órgão ambiental estadual do SISNAMA se
inscrito no CAR.
A reserva legal não precisa mas a cota de reserva ambiental
deve estar registrada na matrícula do imóvel.
CADA COTA TERÁ I HECTARE (art. 46) - art. 47 - quando
da comercialização de cotas devem ser registradas nos órgãos
em 30 dias. Podem ser transferidas onerosa ou gratuitamente.
PROGRAMA DE REGULARIZAÇÃO AMBIENTAL
A união, estados e DF têm um ano prorrogável por um ano da
data da lei para implantar plano de regularização ambiental.
QUEM ESTA EM SITUAÇÃO IRREGULAR OU COMETEU
ANTES DE 22/07/08 - assina termo de compromisso - não
podendo ser multado por infrações anteriores ao prazo e será
suspenso.
Decreto 6514/08 - art. 142 - serviços de melhoria, preservação e
recuperação da qualidade do meio ambiente:
Benefício da multa - converte a multa nessas hipóteses:
a) execução de obras ou danos decorrentes da infração
b) atividade de recuperação de áreas degradadas
c)
d) manutenção de espaço público para meio ambiente
Se antes de 22/07/08 Assinado o termo há a suspensão da
punibilidade: art. 38 39 e 48 - crimes em áreas de preservação
permanentes APP. E SE CUMPRIR O TERMO DE
COMPROMISSO HÁ A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE. A
prescrição fica interrompida.
Servidão ambiental - não se confunde com APP ou reserva
legal- MINIMO DE 15 ANOS.
RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL -
ART. 70 A 76 DA LEI 9605/98 e DECRETO 6514/08.
Responsabilidade administrativa é diferente da
responsabilidade civil. Ex. pessoa é multada por ilícito
administrativo a multa não pode ser transferida.
Regra geral objetiva - salvo art. 72 - atividades praticadas com
culpa ou dolo - alguns dizem em princípio da culpabilidade.
Fiscalização - fiscais dos órgãos do SISNAMA e os agentes da
capitania dos portos da marinha.
Processo administrativo:
20 dias para defesa contados da ciência do auto de infração
30 dias para fechar o julgamento - do momento da lavratura do
auto de infração
20 dias para recorrer
5 dias para pagamento
Art. 11 D 6514 - REINCIDENCIA - ocorre no prazo de 5 anos
entre uma e outra - contados da lavratura do auto anterior -
implica aplicação da multa em 3X se a mesma infração, ou 2X
se infração distinta.
Prazo prescricional da pretensão punitiva na esfera adm.
- 5 anos do cometimento. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE 3
ANOS.
QUANDO O FATO TAMBÉM CONSTITUIR CRIME A
INFRAÇÃO SERA REGIDA PELA PRESCRIÇAO DA LEI
PENAL.
A PRESCRIÇÃO DA PUNIÇÃO ADMINISTRATIVA NÃO
ILIDE A OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS
CAUSADOS.
Art. 22 - INTERROMPE-SE A PRESCRIÇÃO:
- recebimento do auto de infração ou cientificação da infração
- ato inequívoco de apuração
- decisão condenatória
Obs. O Código Florestal não é somente sobre florestas, também
trata de outros tipos de vegetação.
- APP hoje podem ser: a) Por força de lei (artigo 2°)
b) Por ato do poder público (artigo 3°)
- A APP é a área coberta ou não por vegetação nativa.
- Matas ciliares – APP’s em águas correntes:
- Área consolidada:
- zona rural com até 20 hectares de superfície – 50 metros
- zona rural com mais de 20 hectares de superfície – 100 metros - zona urbana – 30 metros
- Reservatório artificial: - em área urbana consolidada: 30 metros
- zona rural – 100 metros
- Resoluções do CONAMA: 302 e 303
- É possível suprimir APP? Sim, em 02 situações: 1) Em casos de utilidade pública
2) De interesse social
- Resolução 369/06 que traz todo o rol de atividades de utilidade
pública e interesse social, além dos casos previstos em lei.
- Quem autoriza o corte a supressão em APP em regra é o órgão
ambiental estadual. O município pode autorizar o corte e a
supressão em APP urbana? Sim, desde que ele tenha conselho de meio ambiente com caráter deliberativo e plano diretor. Também
deve haver uma anuência prévia do órgão ambiental estadual,
mediante parecer técnico. - As pessoas podem entrar em APP? Os animais podem entrar? Sim,
para obter água. Desde que não comprometa a vegetação nativa a
longo prazo. - Somente se admite a intervenção ou supressão em nascentes,
dunas ou mangues em caso de utilidade pública. - APP’s administrativas: artigo 3° do Código Florestal
- As APP’s administrativas estão em desuso.
Questão da multa e da supressão de mata atlântica em áreas urbanas