28
AMINOGLICOSIDEOS MARIA GRACIELA LUONGO DE MATOS INTERNATO Clínica Médica 2012 - HSPE

Aminoglicosideos

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aminoglicosideos

AMINOGLICOSIDEOS

MARIA GRACIELA LUONGO DE MATOS

INTERNATO Clínica Médica 2012 - HSPE

Page 2: Aminoglicosideos

O descobrimento desta nova classe de antibióticos iniciaram-se em 1939, no Departamento de Microbiologia da Unidade de Agricultura Experimental da Universidade

Rutgers, de New Jersey, nos Estados Unidos.

HISTÓRICO

Page 3: Aminoglicosideos

Em 1943, após examinar vários actinomicetos de solo, Waksman et al. isolaram uma cepa de Streptomyces griseus, que produzia uma substância que inibia o crescimento do bacilo da tuberculose e de diversos microorganismos Gram-positivos e Gram-negativos.

HISTÓRICO

Page 4: Aminoglicosideos

A Estreptomicina foi o primeiro aminoglicosídeo obtido a partir do

fungo Streptomyces griseus em 1944.

HISTÓRICO

Page 5: Aminoglicosideos

O nome aminoglicosídeo se deve ao fato da molécula ser constituída por dois ou mais

aminoaçúcares unidos por ligação glicosídica à hexose ou aminociclitol, que habitualmente está em

posição central.

O nome da substância tem relação com a sua origem. Aqueles que terminam com mycin são

derivados direta ou indiretamente de Streptomyces e aqueles que terminam com micin são derivados

direta ou indiretamente de Micromonosporona.

ORIGEM

Page 6: Aminoglicosideos

As principais drogas utilizadas atualmente em nosso meio, além da Estreptomicina, são:

Gentamicina, Tobramicina, Netilmicina, Paramomicina,Amicacina (semi-sintético),

Espectinomicina (único da classe que não tem estrutura aminoglicosídica, mas possui uma molécula aminociclitol presente nos outros componentes da classe).

CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO

Page 7: Aminoglicosideos

ORIGEM E ANO DA DESCOBERTA

Revista Brasileira de Cirurgia Carvdiovascular - Vol. 21 – Número 4, 2006

Page 8: Aminoglicosideos

CARACTERISTICAS GERAIS

São substâncias solúveis em água, estáveis em pH 6 a 8, e com estrutura polar de cátions, o que

impede sua absorção via oral.

Exerce então sua ação, principalmente em meio aeróbico, e pH alcalino.

Portanto, em coleções purulentas sua concentração é ruim.

Page 9: Aminoglicosideos

MECANISMO DE AÇÃO

Ligam-se à fração 30S dos ribossomos inibindo a síntese protéica ou produzindo proteínas defeituosas.

Para atuar, o aminoglicosídeo deve primeiramente ligar-se à superfície da célula bacteriana e posteriormente

deve ser transportado através da parede por um processo dependente de energia oxidativa.

Page 10: Aminoglicosideos

MECANISMO DE RESISTÊNCIA

Os genes que conferem resistência podem estar associados a plasmídeos conjugativos e não

conjugativos e em transposons (elemento genético móvel), e parecem ser constitutivos, não sendo

induzidos pela presença do antimicrobiano.

O desenvolvimento da resistência durante o tratamento é raro.

Existem três mecanismos:

1) alteração dos sítios de ligação no ribossomo;

2) alteração na permeabilidade;

3) modificação enzimática da droga.

Page 11: Aminoglicosideos

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS

Pouco absorvíveis por via oral, esta via é utilizada sómente para a descontaminação da flora intestinal

(Neomicina).

Níveis séricos máximos: 60 a 90 minutos, por via IM, e em infusões intravenosas por 30 minutos.

Atividade bactericida está relacionada ao seu pico sérico, quanto maior a concentração da droga mais rápida e maior o efeito bactericida, mostrando ainda

importante atividade bacteriostática residual, principalmente quando do uso concomitante com

antimicrobianos ß-lactâmicos.

Page 12: Aminoglicosideos

PROPRIEDADES FARMACOLÓGICAS

Distribuem-se bem no líquido extracelular, porém a concentração intracelular é pequena, por necessitarem

de transporte ativo para sua absorção.

Exceção são as células tubulares renais proximais onde fazem com que a urina atinja concentrações

25 a 100 vezes a sérica.

A penetração nas secreções pulmonares alcança 20% da concentração sérica, também é baixa a penetração em liquor, exceto em recém-nascidos. São eliminados

quase que inalterados por filtração glomerular.

Page 13: Aminoglicosideos

INDICAÇÕES CLÍNICAS

• Septicemias,• Infecções do trato urinário, • Endocardites, • Infecções respiratórias, • Infecções intra-abdominais, • Meningites em recém-nascidos, • Infecções oculares, • Osteomielites e • Infecções de articulações.

Page 14: Aminoglicosideos

INDICAÇÕES CLÍNICAS

Grande atividade contra bacilos e cocos gram-negativos aeróbios, entre eles: Klebsiella spp., Serratia spp., Enterobacter spp., Citrobacter spp., Haemophilus spp., Acinetobacter spp. e cepas de Pseudomonas aeruginosa.

Apresentam também atividade contra bactérias gram-positivas, entre elas: Staphylococcus aureus, S. epidermidis, Listeria monocytogenes, Enterococcus faecalis e Nocardia asteroides, além de serem ativas contra micobactérias.

Page 15: Aminoglicosideos

INDICAÇÕES CLÍNICAS

Ação sistêmica (Gentamicina, Tobramicina, Amicacina e Netilmicina): infecções urinárias, biliares, pulmonares e peritonites.

Neomicina, Soframicina e Aminosidina: sómente tópicos (pele, mucosa e luz intestinal)

Aminosidina alternativa para leishmaniose cutaneo mucosa e calazar.

Espectinomicina é usada na gonorréia como alternativa.

Page 16: Aminoglicosideos

PRINCIPAIS AMINOGLICOSIDEOS

ESTREPTOMICINA

Boa atividade contra Mycobacterium tuberculosis e M. bovis.

Usada em esquemas alternativos contra tuberculose, quando há resistência a isoniazida e/ou rifampicina ou quando a terapia parenteral é necessária.

Page 17: Aminoglicosideos

PRINCIPAIS AMINOGLICOSIDEOS

GENTAMICINA(Garamicina®, Gentamicina®)

Utilizada no tratamento de infecções por bacilos gram-negativos, com ação contra P. aeruginosa ou S. marcescens.

Também usada em esquemas combinados com ß-lactâmicos para infecções mais graves por enterococos

Page 18: Aminoglicosideos

PRINCIPAIS AMINOGLICOSIDEOS

AMICACINA(Amicacina®, Amikin®, Novamin®, Bactomicin®)

Maior espectro de ação do grupo e é usada em:

* Infecções por bacilos gram-negativos resistentes a gentamicina e na terapia empírica de infecções relacionadas à assistência à saúde.

* Útil na terapia das micobacterioses, em casos específicos de infecções por Mycobacterium tuberculosis ou no tratamento de infecções pelo M. fortuitum e M. avium.

Page 19: Aminoglicosideos
Page 20: Aminoglicosideos

REGIME EM DOSE ÚNICA

• ITU, sepse por gram negativos, neutropenia febril, tuberculose e infecções de pele e tecido subcutâneo.

• RN e crianças.

• Endocardite não estabelecida (mínimo 2 doses)

VANTAGENSMenor chance de surgir resistênciaMenor nefrotoxicidadeFacilidade terapêuticaMelhor adesão ao tratamentoMais econômico.

Page 21: Aminoglicosideos

INTERAÇÕES

Sinergismo com ß-lactâmicos e glicopeptídeos

Administração deve ser separada dos ß-lactâmicos: inativação química.

Aumento de nefrotoxicidade com glicopeptídeos: Clindamicina,

Anfotericina B.

Page 22: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

NEFROTOXICIDADETodos são potencialmente nefrotóxicos.

Manifestação Clínica: Poliúria, glicosúria, proteinúria, microglobulinúria, excreção aumentada de sódio e diminuição da osmolaridade urinária. Após 7 a 10 dias de tratamento como uma insuficiência renal aguda do tipo não oligúrica, por necrose tubular aguda.  Aumento de creatinina 5 a 10%. Reduz a filtração flomerular em 5 a 25%.

Há reversibilidade da função renal com a interrupção do tratamento.

Page 23: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

NEFROTOXICIDADE

Fatores de risco incluem: uso concomitante de outras drogas nefrotóxicas, idade avançada, doença hepática subjacente, uso prévio de aminoglicosídeos e estados

hipovolêmicos.

O emprego de doses menores, repetidas em intervalos mais curtos tem MAIOR nefrotoxicidade.

Page 24: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

OTOTOXICIDADEÉ relativamente incomum, porém importante por sua irreversibilidade, podendo ocorrer mesmo após a interrupção da droga.

É relacionada com: dose, tempo > ou = 10 dias, idosos, uso concomitante ou prévio de drogas ototóxicas, desidratação, desnutrição e insuficiência renal.

Lesão do 8º par craniano: alteração da função vestibular e/ou auditiva.

Neomicina e framicetina limita o uso sistêmico.

Page 25: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

OTOTOXICIDADEGentamicina, Tobramicina, Netilmicilina e Estreptomicina: alterações do equilíbrio.

Amicacina: alteração da audição

Geralmente são irreversíveis.

Especialmente alto com uso tópico no ouvido, principamente quando há perfuração da membrana timpânica: lesões destrutivas do sáculo e cóclea.

Page 26: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

PARALISIA NEUROMUSCULAR

Complicação rara, vista em situações especiais como:

• absorção de altas doses intra-peritoneais ou de infusões rápidas do medicamento.

• Os mais susceptíveis são pacientes que: Usaram curarizantes, Pacientes com miastenia gravis, hipocalcemia, hiperfosfatemia, botulismo, nos quais os aminoglicosídeos não devem ser utilizados. O tratamento é feito com administração de gluconato de cálcio .

Page 27: Aminoglicosideos

EFEITOS COLATERAIS

PARALISIA NEUROMUSCULAR

Lembrar do risco de paciente usando aminoglicosídeo e submetido a anestesia,

podendo ter:

Depressão respiratória por paralisia flácida da musculatura na recuperação pós-anestésica.

Page 28: Aminoglicosideos

BIBLIOGRAFIAAntimicrobianos – Bases Teóricas e Uso Clínico – disponível em: http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/aminoglicosideos.htm

Tavares, W. ; Antibióticos e Quimioterápicos para o Clínico; 2006