Ana Beatriz Britto Machado · Minha Vó é uma peça Ana Beatriz Britto Machado Projeto “Nascem Poetas e Escritores” - 7º Ano - Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria

Ana Beatriz Britto Machado

Minha Vó é uma peça

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO

2018


Ana Beatriz Britto Machado

Projeto “Nascem Poetas e Escritores”

- 7º Ano -

Coordenação do Projeto: Prof.ª Esp. Ana Maria Brum

Diretora: Prof.ª Maria Luiza Tamiosso Machado Vice-Diretora: Prof.ª Roselaine Lehnhardt Lamberti

Coordenação Pedagógica: Prof.ª Lia Amaral Revisão do Texto: Prof.ª Márcia R. Sapper Biermann

Diagramação: Prof.ª Luciane Machado Fraga

ESCOLA DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA URI CAMPUS SANTIAGO

2018


Ana Beatriz Britto Machado Escola da URI

Dedicatória

Eu dedico este livro a uma pessoa muito especial

que me cuidou desde bebê e foi como uma mãe para mim,

a minha avó.

Minha avó é uma pessoa muito engraçada,

sentimental e muito prestativa. E por isso dedico este livro

a ela, pois ela é e sempre será minha maior inspiração.



Agradecimentos

Eu queria agradecer primeiramente a Deus por me

dar força todos os dias para escrever esta livro. Gostaria

de agradecer também a professora Márcia pela revisão do

livro e a professora Luciane Fraga por ajudar na

formatação.

Agradeço ainda a minha família, por estar sempre ao

meu lado me apoiando. E principalmente a professora

Ana Maria Brum, pois ela foi como uma avó para mim

durante todo ano e sempre.



Prefácio

Quem, eu? - Uma avó. Um neto. Uma lição de vida.

Este é o título do livro em que Fernando Aguzzoli faz uma

última homenagem a sua avó Nilva. Quando ela foi

diagnosticada com Alzheimer, ele trancou a faculdade,

largou o emprego e as festas com os amigos para se

dedicar em tempo quase integral para cuidar daquela que

fez o mesmo por ele quando criança. Era o momento de

retribuir o cuidado quase materno da avó, assumindo uma

espécie de papel de pai.

No decorrer da leitura dos escritos da Ana Beatriz

lembrei, de imediato, deste livro. Apesar da avó de Ana

estar bem de saúde, tenho absoluta certeza de que ela

agiria exatamente igual ao Fernando caso sua avó

precisasse.

O carinho com que ela conta as manias, o

vocabulário, as “esquisitices” da sua avó nos deixam

comovidos, enternecidos. É um reconhecimento, uma

gratidão àquela pessoa que esteve sempre ao lado de sua

família e principalmente da Ana. É muito bom ver esta

atitude vinda de um adolescente em tempos que

demonstração de amor em público é tido como um “mico”.

Estou convencida de que a leitura destas linhas de

amor fará você querer ver ou falar com seus avós, e se

não for possível fazê-lo, lembrará com carinho deles.



Por fim, Ana Beatriz ainda nos presenteia com

receitas e um vocabulário muito peculiar.

Uma ótima leitura.

Márcia Regina Sapper Biermann



Sumário

Capítulo 1: Uma Vó um pouco diferente ................. 8

Capítulo 2: Como tudo começou .......................... 10

Capítulo 3: Os tempos já eram outros... ............... 14

Capítulo 4: Como estamos agora... ...................... 17

Capítulo 5: Receitas da Vó ................................... 22

Capítulo 6: Palavras e ditados .............................. 28

Autobiografia ......................................................... 31


Ana Beatriz Britto Machado 8 Escola da URI

Capítulo 1:

Uma Vó um pouco diferente



Neste livro você irá saber muitas coisas sobre minha

avó, como dicas, conselhos,...pois ela é uma pessoa

muita extrovertida e engraçada, além de não ter vergonha

do que pensa e fala…

Ah! Ela também fala algumas coisas que ninguém

entende como, por exemplo, gírias que ela mesma inventa

com sua incrível criatividade.

A minha avó gosta de contar as histórias de sua

infância, como conheceu meu avô e as artes que meu pai

e seus irmãos faziam no campo.

Meus avós tiveram cinco filhos, duas meninas e três

meninos. Infelizmente uma das meninas morreu com

poucos meses de vida por conta de uma doença frequente

em muitos bebês daquela época.

Minha avó disse que os mais agitados eram o meu

pai e o Volnei, e por isso eles não se davam tão bem assim

…

Quando meus pais começaram a namorar, em

seguida minha mãe engravidou e dois meses antes de eu

nascer, meu avô veio a falecer em fevereiro, e assim eu

nasci em abril.

Minha mãe logo foi arrumar um emprego, meu pai já

tinha um trabalho, que era entregar jornais na casa das

pessoas.

Quando minha mãe ia trabalhar, minha avó ficava

cuidando de mim.



Capítulo 2:

Como tudo começou



Bom... Minha avó conheceu o meu avô em um clube

que se chama Clube 7 de setembro, onde havia um baile

de sábado de aleluia, assim o meu avô a convidou para

dançar.

Depois de anos de namoro, meu bisavô os aprovou

para que se casassem e, em poucos meses de casados,

minha avó já estava grávida.

Depois que os meses se passaram, nasceu uma

menina e escolheram o nome de Vera lúcia.

Logo em seguida minha avó já estava grávida

novamente. Desta vez era um menino e deram o nome de

Valtair. Os dois cresceram e eram muito arteiros. Em uma

noite, pulando em um colchão, minha madrinha se bateu

na quina de um móvel e quebrou o nariz. Por incrível que

pareça ela ficou bem mas tem o nariz meio tortinho.

Em seguida do nascimento do Valtair, minha avó

teve outra menina e colocou o nome de Vera Maria.

Infelizmente ela viveu muito pouco, e ainda hoje minha

avó sente muita saudade, ela me conta que a menina

tinha lindos olhos azuis e o cabelo muito loiro.

Então, depois de anos, minha avó teve outra criança,

que era um menino e deram o nome de Volnei. Era um

grude com meu avô, onde ele ia lá estava o menino atrás,

adorava mexer com bichos e sair pelo campo.

Quando minha avó já tinha quarenta e quatro anos,

ficou grávida de outra criança que novamente era um

menino e esse menino é o meu pai.



Ele era judiado toda hora pelo seu irmão, o Volnei,

às vezes o fazia de seu capacho.

Enquanto isso minha madrinha já tinha dois filhos, o

Alexandre e a Aline que são meus primos.

Quando os meus primos iam para casa da vó, já era

certo que aconteceria algo de errado, pois meu pai

inventava cada coisa e meu primo sempre era a cobaia

dele. Aline, como era mais nova, vivia atrás deles

querendo brincar também. O problema todo é que eles

não cuidavam direito dela, então a menina vivia

“perigosamente” junto deles. As pessoas até começaram

a dizer que ela tinha sete vidas pois quase “morreu” várias

vezes.

Certa vez, meu primo e meu pai estavam andando e

de repente viram um enxame de abelha e tiveram a

grande ideia de cutucar para irritar as abelhas, e assim

fizeram. Pegaram um pedaço de pau e bateram no

enxame de abelhas que estava no meio do campo longe

de tudo e todos. Eles saíram correndo, mas a pequena

Aline ficou para trás.

Um dia meu pai inventou um tipo de carrinho feito

com madeira e colocou o Alexandre para descer uma

ladeira de estrada de chão. O coitado quase que se matou

naquela descida.

Minha madrinha me disse também que levava o

Alexandre todo cheiroso e com roupas limpas, e ele

voltava todo sujo e fedendo a bosta de vaca. Ela conta



também que às vezes levava roupas que não cabiam mais

em meu primo para meu pai, mas não durava nem um dia

quase, pois rasgava e sujava a roupa em minutos.

Depois de alguns anos meu pai foi morar uma

temporada na casa de seu irmão, o Valtair, lá ele tinha que

tomar banho todos os dias, mas o coitado nem sabia

tomar um banho direito.

Assim quando saiu do banho, seu irmão viu aquilo e

ficou apavorado pois parecia que ele nem tinha

primeiramente entrado no banho, e então meu padrinho

fez ele tomar banho novamente.



Capítulo 3:

Os tempos já eram

outros...



Minha avó perdeu nove anos de sua vida pois

durante este tempo meu avô esteve muito doente, não

conseguia andar nem falar, então minha avó tinha que lhe

dar banho, comida...

Mas minha avó disse que ele sempre falava que

quando ficasse mais velho não queria sofrer para morrer

e depois de pouco tempo ele teve uma ameaça de

derrame que o deixou com várias sequelas.

Enquanto isso eles tinham um vizinho que era meio

idoso e que tinha um grupo de orações, mas o Volnei (meu

padrinho) ficava escutando as músicas do Moderning

Talking, uma dupla de homens que cantavam músicas

bem agitadas, e para piorar ele escutava aquilo em último

volume e minha avó ficava gritando pra ele baixar o

volume, e ele sempre falava:

- Eu não tô nem aí pra esse velho benzedeiro...

É, ninguém disse que seria fácil cuidar quatro

crianças…

Na festa de formatura do Volnei, lá estava a dupla de

cantores de novo, mas desta vez todos começaram a

dançar e cantar. Foi uma festa muito legal, todos muito



animados e eu me diverti à beça com os meus pais e

primos.

Minha avó também se divertiu muito com as músicas

e danças, e claro sem deixar de lado, e principalmente, os

doces. Ela adora uma doçura e toda vez que vai ao

mercado compra dois sacos de balas para comer depois

do almoço.

Outra coisa que todos da casa acham muito

engraçado é quando ela vai no mercado com outra

pessoa. Então perguntam se ela quer comprar tal produto

e ela sempre diz: - Tenho um novinho que nem abri ainda.



Capítulo 4:

Como estamos agora...



Como estamos agora? Principalmente bem... Minha

avó, por incrível que pareça e apesar de tudo o que ela

passou na vida está com cara de mulher de sessenta e

poucos, porém sua idade real já é setenta e cinco anos.

Meu pai, minha mãe e eu moramos com ela, e ainda

fazia parte da “família”, uma caturrita mas infelizmente ela

veio a falecer, ainda não sabemos o motivo, mas acho que

ela morreu de velha porque a coitada já tinha dezenove

anos.

Nós temos um cachorro que se chama pingo e é

muito engraçadinho, mas de tanto minha avó dar bolo e

bolacha para o cachorro, o coitado ficou obeso.

Depois veio a Zaboline, minha gata. Ela, bem dizer,

cresceu comigo pois quando veio morar conosco eu tinha

mais ou menos dois anos e ela também, ela é uma siamês

e só o que sabe fazer é dormir. Um outro detalhe da

Zaboline e que ela é muito empática e adora dormir com

a gente, mas só no inverno, pois no verão ela dorme fora

de casa.

Nós tivemos também outra gata, a Shakira, e demos

esse nome a ela pois o meu pai adora a cantora Shakira.

Eu, infelizmente, nunca pude tirar nem sequer uma foto

dela, pois quando eu chegava perto com o telefone ela

pensava que era comida.

O tempo passou e ela começou a ficar meio

depressiva, então não tivemos outra opção senão dá-la a



uma senhora que queria muito a gata e poderia dar mais

atenção a ela do que nós.

Antigamente minha mãe e minha avó tinham um

monte de galinhas mas depois foram morrendo todos por

velhice.

Com tudo isso, só ficamos com o pingo e a Zaboline,

que são nossos xodós.

Minha avó vive dizendo que é para dar o cachorro,

pois ela não quer mais, mas sabemos que na hora ela não

deixaria que levassem o pingo, ela não viveria sem ele,

como ele não vive sem ela. Sabem como eu tenho tanta

certeza? Tem vezes que a vó faz bolo só para o cachorro.

Acreditam? E quando eu era mais nova, dormia com ela,

então se por acaso ela levantava da cama, o cachorro

começava a latir.

Mas esquecendo essa história de animais, estamos

muito bem. Sempre estamos unidos, uma bela família se

divertindo e contando histórias engraçadas da infância

deles.

A Vera lúcia tem dois filhos, o Alexandre e a Aline. O

Valtair é o que mais tem filhos, três e todos homens, o

Eduardo, o Jônatas e o Gabriel. O Volnei tem apenas um

filho que é o Vitor e meu pai tem também apenas uma que

sou eu...

Quando fazem festas de família os meus primos

ficam me incomodando, como por exemplo:



desarrumando meu cabelo e me perguntando do

namorado.

Também outro coitado que incomodam é o Gabriel.

Ficam fazendo cócegas nele, só que quando param de

fazer isso começa a doer, e como sempre ele começa a

fazer drama e corre falar para sua mãe. Para ele é ruim,

mas pra mim é muito engraçado.

Outra coisa que eles fazem é conversar sobre jogos

ou faculdade, duas coisas que eu não faço a mínima ideia

de como entender, pois eu não sou boa em nenhum jogo,

e muito menos entendo de faculdade, uma vez que falta

muito tempo para eu pisar numa.

Já os maiores conversam sobre as artes que faziam

na infância. Meu padrinho disse que batia no meu pai e

fazia ele de tonto. Uma vez que o pai pediu se podia ir até

a cidade passear com ele. Meu padrinho foi falar com o vô

e ele disse que deixava, mas acredita que meu padrinho

disse para meu pai que ele não tinha deixado ir junto com

ele para cidade?

Depois que meu avô chegou da cidade perguntou

porque meu pai não tinha ido com ele, então meu pai

explicou que foi o Volnei que disse que não era para ele ir

pois o pai (meu avô) não tinha deixado ele ir junto.

Ainda bem que quando soube da história, deu uma

tunda de laço que o deixou novo. Bem feito!!



É, minha avó pode até ser uma peça, mas isso não

se compara ao que ela fez por todos nós, ela me cuidou e

continua me cuidando.

Ela cuidou e amou seus filhos, e assim continua

amando seus filhos e os cuidando...

Tanto ela fez por mim que não dá para falar tudo,

senão eu terei que fazer outro livro, e por isso dediquei

este livro só para ela e por ela, e assim continuará sendo

o resto da minha vida, pois se ela pôde me cuidar e me

amar durante todo esse tempo, por que eu não posso

cuidá-la e amá-la o resto da minha vida inteira...



Capítulo 5:

Receitas da Vó



Pudim

Ingredientes:

1 lata de leite condensado

1 lata de leite (medida da lata de leite condensado)

3 ovos inteiros

CALDA:

1 xícara (chá) de açúcar

2 xícaras de água

Modo de preparo:

Primeiro, bata bem os ovos no liquidificador

Acrescente o leite condensado e o leite, e bata

novamente

CALDA:

Derreta o açúcar na panela até ficar moreno,

acrescente a água e deixe engrossar

Coloque em uma forma redonda e despeje a massa

do pudim por cima



Asse em forno médio por 45 minutos, com a

assadeira redonda dentro de uma maior com água

Espete um garfo para ver se está bem assado

Deixe esfriar e desenforme.



Bolo frito

Ingredientes:

500 ml de água quente

6 copos de polvilho doce

1/2 copo de óleo

3 ovos

Modo de preparo:

Em uma vasilha coloque o polvilho doce, os ovos,

óleo e a água quente. Em seguida coloque em uma panela

e frite porções de 3 a 4 minutos.



Cuca Ingredientes:

4 xícaras de farinha de trigo.

2 xícaras de açúcar

1 xícara de leite

4 ovos

2 colheres de sopa de manteiga ou margarina

2 colheres de sopa de fermento em pó

FAROFA:

1 xícara de açúcar

1/2 xícara de farinha de trigo

1 ou 2 colheres de margarina ou manteiga

Canela em pó

Modo de preparo:

Bater os ovos com o açúcar, misturar os outros

ingredientes até formar uma massa homogênea

Untar uma forma com margarina, colocar a massa,

salpicar a farofa e levar ao forno pré-aquecido para assar

por aproximadamente 40 minutos.



Para a farofa basta colocar tudo em uma tigelona e

ir amassando.



Capítulo 6:

Palavras e ditados



Palavras...

Queixoso - que ou aquele que se queixa.

Desgostoso - que sente ou revela desgosto;

aborrecido; triste, infeliz.

Xiru - que ou quem é caboclo ou índio.

Cataplasma - sentido figurado, pessoa que é frágil

ou débil.

Retovada - pessoa que não obedece ordem, se

rebela.



Ditados...

1 - Quem guarda o que não presta, tem o que

precisa.

2 - Quem desdenha quer comprar.

3 - Quando se vê a barba do vizinho

esquentando, se bota a nossa de molho.

4 - O seguro morreu de velho.

5 - O preguiçoso trabalha dobrado.

6 - Quem não quer ser lobo não lhe vista a pele.



Autobiografia

Olá! Eu me chamo Ana Beatriz e tenho 12 anos de

idade. As coisas que eu mais gosto de fazer são: ler livros,

conversar com as amigas, assistir séries e estudar.

Também sou louca por gatos, coelhos, hamsters e

caturritas. Adoro histórias em quadrinhos, os livros de

Rachel Renée Russell e agora adoro escrever livros...



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