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Ana Paula Gastão Orlandin PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO ORAL E DA LEITURA NA DIFICULDADE DE ORALIDADE Dissertação apresentada ao Curso de Pós Graduação da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo para obtenção do Título de Mestre em Saúde da Comunicação Humana. São Paulo 2015

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Ana Paula Gastão Orlandin

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO ORAL E

DA LEITURA NA DIFICULDADE DE ORALIDADE

Dissertação apresentada ao Curso de

Pós Graduação da Faculdade de

Ciências Médicas da Santa Casa de São

Paulo para obtenção do Título de Mestre

em Saúde da Comunicação Humana.

São Paulo

2015

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Ana Paula Gastão Orlandin

PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO DA COMPREENSÃO ORAL E

DA LEITURA NA DIFICULDADE DE ORALIDADE

Dissertação apresentada ao Curso de

Pós Graduação da Faculdade de

Ciências Médicas da Santa Casa de São

Paulo para obtenção do Título de Mestre

em Saúde da Comunicação Humana.

Área de Concentração: Saúde da

Comunicação Humana

Orientadora: Professora. Dra. Sandra

Cristina Fonseca Pires

São Paulo

2015

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FICHA CATALOGRÁFICA

Preparada pela Biblioteca Central da

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo

Orlandin, Ana Paula Gastão Protocolo de avaliação da compreensão oral e da leitura na dificuldade de oralidade./ Ana Paula Gastão Orlandin. São Paulo, 2015.

Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo – Curso de Pós-Graduação em Saúde da Comunicação Humana.

Área de Concentração: Saúde da Comunicação Humana Orientadora: Sandra Cristina Fonseca Pires 1. Auxiliares de comunicação para pessoas com deficiência 2.

Paralisia cerebral 3. Leitura 4. Transtornos da linguagem 5. Protocolos 6. Avaliação

BC-FCMSCSP/30-15

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DEDICATÓRIA

A Deus pelo seu amor, bondade e auxilio em cada momento da minha vida.

Obrigada Senhor por me ajudar com força e sabedoria nesse trabalho e sempre.

Sem Ti não há vida!

Aos meus amados pais, Jorge e Marlene, que com muita dedicação me apóiam sem

medir esforços. Sou grata simplesmente por serem meus exemplos de vida.

Ao meu querido esposo Carlos Vinicius, que com muito amor e paciência, está

sempre ao meu lado, me ajudando no que for possível, compreendendo os

momentos de ausência e se alegrando comigo nas conquistas. Te amo!

Ao meu bebezinho que ainda está em formação em meu ventre, mas já tem o meu

amor. Você me incentivou a concluir com dedicação esse trabalho. Já te amo meu

filho!

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“A linguagem humana é profunda como o mar, e as palavras dos sábios são como os

rios que nunca secam.”

Provérbios 18:4

“Para as pessoas a tecnologia torna as coisas mais fáceis. Para as pessoas com

deficiência, a tecnologia torna as coisas possíveis.”

Mary Pat Radabaugh

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora Prof.ª Dra. Sandra Cristina Fonseca Pires, por compartilhar seu

aprendizado, oferecer seu apoio e amizade, e por ser um exemplo de amor e

dedicação à profissão.

Às professoras Dra. Adriana Limongeli Gurgueira, Dra. Daniela Evaristo dos Santos

Galea, Dra. Noemi Takiuchi e Dra. Ana Luiza Gomes Pinto Navas, pelas

contribuições fornecidas na qualificação, auxiliando-nos a estruturar melhor o nosso

trabalho.

Aos participantes dessa pesquisa e suas respectivas famílias, pela colaboração na

realização desse trabalho, o tornando possível, e por se colocarem sempre à

disposição. Obrigada de coração queridos pacientes.

Às minhas amigas e companheiras de trabalho Josiane, Patrícia e Camila, por

compartilharem comigo seus conhecimentos, colaborando para um trabalho mais

completo, e pela amizade e companhia que deixam meus dias mais felizes.

Às minhas amigas Audrey, Ana Carolina e Fernanda, pela amizade duradoura tão

importante para a caminhada da vida.

Aos professores do Mestrado Profissional por todo carinho e aprendizado ao longo

desses anos, e por me ensinarem a compreender ainda mais o quanto é

imprescindível a Comunicação Humana.

Às minhas colegas do curso do Mestrado Profissional por participarem desse

aprendizado e conquista de forma prazerosa e colaborativa.

À minha irmã Kelly e sua família, pelo amor e incentivo na realização desse trabalho

e por fazerem parte da minha vida em todos os momentos.

À minha querida família, Gastão e Orlandin, por compreenderem os momentos de

ausência, pelo apoio e carinho, e por serem sempre meus incentivadores na jornada

profissional e acadêmica.

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Aos meus queridos amigos da igreja Comunidade Hebrom, em especial ao meu

pequeno grupo e meus amigos do Firmando Passos, que estiveram comigo em

oração para que tudo desse certo, além de todo apoio e carinho.

À Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo e à Irmandade da

Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, pela credibilidade, acolhimento e

preparação para uma bela carreira profissional.

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Abreviaturas

ECNE – Encefalopatia Crônica Não Evolutiva

CSA – Comunicação Suplementar e Alternativa

TCE – Traumatismo Crânio Encefálico

ASHA – American Speech-Language Hearing Association

AVE – Acidente Vascular Encefálico

CNE – Conselho Nacional de Educação

INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais

LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação

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Sumário

1. Introdução ............................................................................................................ 1

1.1. Revisão de Literatura ........................................................................................ 4

1.1.1. Encefalopatia Crônica Não Evolutiva (ECNE) ............................................... 5

1.1.2. Características e alterações clínicas na ECNE .............................................. 7

1.1.3. Linguagem ..................................................................................................... 7

1.1.3.1 Linguagem Oral ........................................................................................ 8

1.1.3.2 Linguagem Escrita/Leitura ........................................................................ 9

1.1.4. Comunicação Suplementar e/ou Alternativa ................................................ 12

2. Objetivo .............................................................................................................. 15

3. Material e Método .................................................................................................. 17

3.1. Tipo de estudo ................................................................................................ 18

3.2. Preceitos éticos .............................................................................................. 18

3.3. Casuística ....................................................................................................... 18

3.4. Material ........................................................................................................... 19

3.5. Procedimentos ................................................................................................ 20

3.6. Critério para análise dos resultados ............................................................... 21

4. Resultados ............................................................................................................ 22

4.1. Elaboração do PACOLDO .............................................................................. 23

4.2. Aplicação do PACOLDO ................................................................................. 31

4.2.1. Perfil dos participantes ................................................................................. 31

4.2.2. Resultados das Provas de Compreensão Oral (C) ...................................... 33

4.2.3. Resultados das Provas de Habilidade de Leitura (L) ................................... 35

4.2.4. Comparações entre os grupos ..................................................................... 39

5. Comentários conclusivos....................................................................................... 46

6. Anexos .................................................................................................................. 53

7. Referências Bibliográficas ..................................................................................... 62

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Fontes Consultadas .................................................................................................. 69

Resumo ..................................................................................................................... 71

Abstract ..................................................................................................................... 73

Listas e Apêndices .................................................................................................... 75

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1. Introdução

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A Encefalopatia Crônica Não Evolutiva (ECNE) é decorrente de uma lesão no

cérebro ainda em desenvolvimento, ocasionando implicações motoras e sensoriais.

(Shevell et al., 2001; Miller, 2002).

Dentre as alterações sensoriomotoras encontradas na ECNE, observam-se os

problemas de comunicação, que podem ser alterações de expressão oral e/ou

comprometimentos específicos de linguagem (Limongi, 1998).

Os distúrbios de linguagem não são característicos da patologia, porém podem

ser decorrentes da incapacidade funcional motora e a privação e/ou alteração

sensorial (Lamônica, 2004). Essas dificuldades podem ou não estar relacionadas com

déficits cognitivos, estando esses interligados mais com questões psicossociais, como

aceitação e estimulação dessa criança no meio social (Limongi, 1998).

A gravidade da expressão oral pode ser desde uma mínima alteração de

articulação até a ausência de fala (Tabaquin, 1996). Sendo que no ultimo caso, a

compreensão pode estar preservada. Uma limitação de resposta aos estímulos do

meio não necessariamente representa um déficit intelectual (Bobath e Bobath, 1989).

Prejuízos cognitivos e/ou de fala acarretam em comprometimento de outras

habilidades, como de leitura e escrita (Rocha, 2010; Zorzi, 2010). As dificuldades no

aprendizado de leitura e escrita também podem estar relacionadas ao processamento

fonológico e a fatores individuais (Santos e Navas, 2004).

Indivíduos com dificuldades na comunicação se beneficiam com o uso da

Comunicação Suplementar Alternativa (CSA) para o desenvolvimento cognitivo e de

linguagem, além da sua inclusão e sociabilização (Pires e Limongi, 2002; Rocha,

2010).

Segundo a American Speech-Language Hearing Association (ASHA), a CSA é

indicada para indivíduos com comprometimento na expressão oral, seja de forma

suplementar à fala ou alternativa. É suplementar quando o ocorrem poucas emissões

orais e/ou ininteligíveis; e é alternativa no caso de ausência total de fala. A CSA pode

ser permanente ou provisória. A escrita pode ser uma das opções de CSA, e o domínio

desta auxilia na escolha do melhor sistema de CSA a ser utilizado para cada indivíduo

(ASHA, 1991).

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A expressão escrita necessita do ato motor, e o indivíduo com ECNE poderá

ter essa dificuldade em demonstrar seu aprendizado. Ainda que o processo de

aprendizagem de leitura e escrita de um indivíduo com ECNE ocorra adequadamente,

se houver algum impedimento no ato motor (seja na fala ou na escrita), a

demonstração do aprendizado poderá ficar comprometida (Ferraz, 2007).

São poucos os estudos que descrevem as alterações de compreensão oral e

de leitura relacionadas à criança com ECNE. No entanto, não há protocolos e testes

que avaliam habilidades de compreensão oral e de leitura em indivíduos com

dificuldades neuromotoras, sobretudo naqueles com dificuldades de comunicação.

Sendo assim, este trabalho visou estruturar e aplicar um protocolo que

identifique as alterações de Compreensão Oral e de Leitura encontradas em

indivíduos com ECNE e que sejam usuários ou tem indicação de CSA.

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1.1. Revisão de Literatura

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O presente capítulo apresenta a fundamentação teórica da pesquisa. Foram

selecionados quatro tópicos: Encefalopatia Crônica Não Evolutiva (ECNE),

Características e Alterações clínicas da ECNE, Linguagem (Linguagem Oral e

Linguagem Escrita), e Comunicação Alternativa.

1.1.1. Encefalopatia Crônica Não Evolutiva (ECNE)

A Encefalopatia Crônica Não Evolutiva (ECNE) pode ser descrita como um

conjunto de desordens do desenvolvimento motor e de postura, decorrente de uma

lesão estática e não progressiva no cérebro ainda em desenvolvimento, ou seja,

desde o período fetal até o início da infância, ocasionando limitações nas atividades

(Shevell et al., 2001; Miller, 2002).

As implicações motoras podem estar acompanhadas por distúrbios sensoriais,

cognitivos, comunicativos, comportamentais e convulsões, sendo esses secundários

as alterações musculoesqueléticas (Bax et al., 2005; Moster et al., 2010).

A ECNE possui uma prevalência de 2 a 2,5% a cada 1.000 nascimentos e pode

ocorrer devido a fatores gestacionais, perinatais, neonatais ou pós natais. Em 90%

dos casos, ocorrem entre a gestação e o período neonatal, podendo ser: Maternos

pré natais (doenças crônicas, drogas, desnutrição grave, etc); Gestacionais (más

formações congênitas, hemorragias com ameaça de aborto, doenças circulatórias,

tóxicas, etc.); Perinatais (complicações obstétricas e mecânicas, prematuridade ou

pós maturidade, baixo peso, etc.); e Neonatais (eventos neurológicos, hiper

bilirrubinemia, meningites, etc.). E os 10% restantes são ocasionados por fatores Pós

natais, como síndromes epiléticas, desnutrição, Traumatismo Crânio Encefálico

(TCE), anoxia/hipóxia e outros (Baladi et al., 2007).

As classificações da ECNE variam de acordo com tipo clínico, distribuição

topográfica e tono muscular. Quanto ao tipo clínico, Baladi et al. (2007) descrevem os

subtipos em: Espástica ou Piramidal, Extrapiramidal ou Discinética, Atáxico, Misto ou

flácido.

O tipo clínico mais frequente, espástica ou piramidal, ocorre em até 70% dos

casos, devido uma lesão do motoneurônio superior no córtex ou nas vias que

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terminam na medula espinhal, ocasionando um comprometimento do sistema

Piramidal com a Hipertonia dos músculos. Os músculos ficam rígidos e tensos e os

reflexos tendinosos exacerbados. Apresenta características de hiperreflexia, fraqueza

muscular, clônus, padrões motores anormais e diminuição da destreza (Baladi et al.,

2007).

Extrapiramidal ou discinética ocorre devido a uma lesão nos núcleos da base.

Caracteriza-se pela presença de movimentos involuntários, sendo precedidos por

hipotonia axial importante. A fala caracteriza-se como disártrica. Os movimentos

anormais aumentam durante a movimentação voluntária, e com estímulos sensoriais

e emocionais. As hipercinesias podem ser divididas em: atetóide (movimentos

involuntários e com variação de tônus), coreico (movimentos rápidos presentes nas

raízes dos membros, às vezes interferindo na realização de um movimento voluntário),

e distônico (movimentos que levam a distúrbios na postura) (Baladi et al., 2007).

O tipo clínico atáxico acomete o cerebelo e suas vias. Inicialmente está

presente uma hipotonia, e posteriormente apresentam sinais cerebelares que

dificultam a movimentação voluntária e a marcha. A fala pode ser disártrica (Baladi et

al., 2007).

No tipo misto tem-se a combinação de duas formas. Para classificação coloca-

se o tipo que predomina em primeiro lugar e o componente será o tipo que ocorre em

menor grau, como por exemplo: espástico atetóide.

Por fim, o tipo flácido é a forma mais grave e menos frequente, com

comprometimento motor intenso, uma hipotonia severa e normalmente apresenta

cognitivo rebaixado (Baladi et al., 2007).

Schwartzman (1993) descreve a classificação por distribuição topográfica da

lesão em:

– Hemiplegia: acometimento de um lado do corpo (geralmente o lado superior é mais

comprometido que o inferior).

– Diplegia: acometimento principalmente dos membros inferiores.

– Tetraplegia: quando afetar todos os membros.

– Total: além dos quatro membros, o tronco também é acometido

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E Rotta (2002) e Gauzzi e Fonseca (2004) também classificam em níveis de

funcionalidade, podendo ser leve (quando o indivíduo consegue realizar atividades

independentemente), moderado (quando necessita de auxílio para realizar atividade)

ou grave (quando é totalmente dependente para a realização de atividades).

1.1.2. Características e alterações clínicas na ECNE

As manifestações clínicas da ECNE são muito variáveis de um indivíduo para

o outro, pois dependem da gravidade e extensão da lesão e da área neurológica

comprometida. A característica comum entre eles é o distúrbio motor.

Outros sintomas neurológicos podem ou não estar presentes, entre eles:

alteração cognitiva (62%), crises convulsivas (49%), transtorno de fala e distúrbios de

linguagem (56% a 80%), dificuldades visuais (40%), deficiência auditiva (10 a 16%),

problemas para alimentação e função respiratória, distúrbios do comportamento, entre

outros (Miller, 2002; Moraleda-Barreno et al., 2011; El-Tallawy et al., 2014).

Pueyo-Benito e Vendrell-Gómez (2002) realizaram uma revisão de estudos

neuropsicológicos com ênfase no desempenho geral cognitivo e desempenho

específico (linguagem, memória, atenção e funções visuo-espaciais) em crianças com

ECNE, e concluíram que a linguagem é uma das funções mais preservadas, que a

alteração de articulação pode afetar a inteligibilidade de fala, e que a memória

imediata esta relativamente bem preservada.

1.1.3. Linguagem

A respeito da linguagem, estudos têm apontado que indivíduos com ECNE

apresentam alguma alteração na linguagem, podendo estar relacionada à fonologia,

à sintaxe, à semântica e/ou à pragmática (Tabith, 1980; Sappington, 1989; Puyuelo-

Sanclemente, 2001; Lamônica, 2003; Lamônica, 2004; Ferreira et al., 2006).

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Posteriormente, os indivíduos com ECNE podem apresentar alterações no

desempenho da linguagem de leitura e escrita (Capellini SA, Ciasca SM, 2000;

Ferreira et al., 2006).

1.1.3.1 Linguagem Oral

Indivíduos com ECNE podem apresentar dificuldade para verbalizar nas mais

variadas possibilidades, podendo ser desde uma dificuldade na inteligibilidade de fala

até a ausência da mesma. Entretanto, a linguagem e a comunicação precisam ser

bem refletidas, pois a ausência e/ou a dificuldade na expressão verbal não devem

impedir o indivíduo de ser compreendido (Vasconcellos, 2013).

As etapas do desenvolvimento de linguagem em crianças com ECNE muitas

vezes ocorrem mais tardiamente se comparado ao desenvolvimento normal. Esse

atraso nem sempre pode ser explicado pelas alterações motoras, de audição,

intelectuais ou por problemas ambientais (Tabith, 1980).

Portanto, as dificuldades no desenvolvimento de linguagem podem ser

manifestadas em grau variado entre os indivíduos com ECNE, visto ser um grupo que

se caracteriza como heterogêneo. Tem-se assim, descrições variadas em estudos a

respeito das condições de desenvolvimento e comunicação de indivíduos com ECNE.

A diversidade do comprometimento motor geral da criança com ECNE pode afetar o

desenvolvimento da linguagem, sendo este um problema motor de expressão oral que

altera a fala isoladamente ou associado com problemas na aquisição de linguagem

(Puyuelo-Sanclemente, 2001).

Lamônica (2003) observou um desempenho inferior com relação aos aspectos

semânticos em crianças com ECNE, se comparado às crianças com desenvolvimento

normal, podendo caracterizar um atraso do desenvolvimento de linguagem.

Prejuízos no processo de aquisição e desenvolvimento de linguagem podem

dificultar a compreensão e o armazenamento dos conhecimentos, causando

implicações na compreensão das informações (Rauschecker, 1999). Porém, a

capacidade de produzir expressões verbais ou gestuais não está diretamente

relacionada com a compreensão dos indivíduos com ECNE, pois a gravidade da

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dificuldade motora e a idade não são fatores que predizem as habilidades de

compreensão (Pueyo et al., 2013).

Snowling et al. (2001) referem uma forte relação entre a linguagem e a

consciência fonológica e o posterior desenvolvimento de leitura e escrita ortográfica.

1.1.3.2 Linguagem Escrita/Leitura

A leitura é uma atividade complexa e que envolve muitos processos.

Inicialmente os problemas de leitura e escrita eram associados a dificuldades no

processamento visual. Porém, estudos a partir de 1970, mostraram que distúrbios de

processamentos fonológicos estavam mais relacionados com as alterações de leitura

e escrita (Capovilla et al., 2004a).

A aprendizagem da leitura pode ser explicada pelo modelo da Dupla Rota

(Coltheart, 1985), a qual é possível acontecer por meio da rota fonológica, onde a

palavra é construída pela correspondência fonema-grafema, ou por meio da rota

lexical, que envolve uma ligação direta entre a palavra escrita e a representação da

mesma, a partir do conhecimento lexical ortográfico do sujeito, ou seja, seu repertório

de palavras familiares e seus significados.

Para o desenvolvimento da linguagem escrita, Frith (1990) e Morton (1989)

expõem um modelo composto por três estágios durante a alfabetização: logográfico,

alfabético e ortográfico. No estágio logográfico, há o reconhecimento visual direto da

palavra escrita como um todo com base no contexto (forma e cor), sem atenção

precisa das letras que formam a palavra. As rotas, lexical e ortográfica, se encontram

no segundo e terceiro estágio, respectivamente.

Para Wanzek e Vaughn (2008) para a aprendizagem da leitura são

considerados cinco componentes importantes: a consciência fonológica, o

conhecimento dos fonemas/letras, vocabulário, fluência e compreensão, sendo este o

caminho para uma leitura fluente e para a compreensão de textos.

Em estudo de Capovilla et al. (2004a) foram observadas que as habilidades

que tiveram maior correlação com a leitura e a escrita foram: aritmética, memória

fonológica, vocabulário, consciência fonológica e seqüenciamento. A leitura teve

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maior relação com as habilidades de seqüenciamento. E a escrita, com a memória

fonológica. Com relação às habilidades de processamento visual ou motor, houve

correlação apenas com a escrita e a memória visual.

Para avaliar a competência da leitura é preciso considerar se o leitor apresenta

boa decodificação, com precisão no reconhecimento das palavras, e boa capacidade

de compreensão linguística (Capovilla et al., 2004a).

A fala exerce grande influência no processo de aquisição da escrita de uma

língua. É muito provável que ocorram alterações nesse processo, se há uma

dificuldade ou ausência de fala, como é possível observar nos indivíduos com ECNE

(Ferreira et al., 2006).

Na linguagem escrita, o indivíduo com ECNE pode não apresentar dificuldades

com relação à recepção dos símbolos gráficos. Mas como toda expressão necessita

do ato motor, a demonstração do aprendizado pode ficar comprometida (Hoffmann et

al., 2003).

Dorman (1987) examinou preditores de compreensão de leitura em análise

multivariada, em 31 indivíduos com ECNE, utilizando medidas de produção oral,

percepção da fala, percepção auditiva não-verbal, percepção visual-espacial e

inteligência verbal, correlacionando com o reconhecimento e compreensão de leitura.

Foi observada correlação significativa entre QI verbal e percepção auditiva com as

medidas de leitura.

Asbell et al. (2010) avaliaram os preditores de leitura em 41 crianças com

ECNE, com condição verbal, e 74 com desenvolvimento típico. Observaram que a

consciência fonológica, o vocabulário receptivo e o raciocínio geral são influência para

a compreensão de leitura em ambos os grupos. Os autores concluíram que crianças

com ECNE, que são capazes de se comunicar verbalmente, podem atingir um nível

de compreensão de leitura dentro da faixa normal para a sua idade, podendo apenas

apresentar um atraso no processamento fonológico.

Segundo Snow e Tabors (1996), o conhecimento do nome das letras, da

estrutura sonora da língua, e o vocabulário são pontos importantes para o sucesso na

leitura e escrita, e que muitas vezes são desenvolvidos antes da entrada na escola.

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A influência da estimulação e das expectativas familiares no desenvolvimento

de alfabetização, foram estudadas por Peeters et al. (2009), os quais observaram que

pais de crianças com ECNE, em especial as com alterações de fala, apresentam

pouco conhecimento sobre o desenvolvimento de linguagem da criança e as metas

atingíveis por elas, oferecendo menor estímulo e deixando esses indivíduos em

desvantagens para o desempenho de alfabetização.

Com relação à alfabetização, a partir da década de 70 existe o debate sobre a

inclusão das crianças com deficiência em escolas comuns (Mendes, 2006). A Lei de

Diretrizes e Bases da Educação (LDB), de 1996, afirma que o atendimento

educacional especializado gratuito às crianças com necessidades especiais deve

ocorrer, preferencialmente, na rede regular de ensino, ou seja, incluindo essas

crianças.

O Conselho Nacional de Educação (CNE) na Resolução nº2/2001 no seu art.

2º diz: “Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos, cabendo às escolas

organizar-se para o atendimento aos educandos com necessidades educacionais

especiais assegurando as condições necessárias para uma educação de qualidade

para todos.” (Resolução CNE/CEB nº2 de 08 de outubro de 2001 Art. 2º, p. 16).

A Educação Especial, modalidade da educação escolar, define um processo

educacional como uma proposta pedagógica que garanta recursos e serviços

educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar, complementar,

suplementar e, em alguns casos substituir os serviços educacionais comuns, de modo

a oferecer a educação escolar e promover o desenvolvimento das potencialidades dos

estudantes com necessidades educacionais especiais (Resolução CNE/CEB nº2 de

11 de setembro de 2001 Art. 3º, p. 69).

A partir de 2011, houve um aumento de matriculados da Educação Especial em

escolas públicas, cerca de 70%, segundo o resumo técnico do Censo Escolar do

Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), e o restante, quase

20% estão em instituições especiais de ensino. Porém, segundo especialistas em

Educação Especial, apesar do acréscimo do número de alunos com deficiência nas

redes regulares de ensino, os desafios para se atingir a inclusão são muitos – como,

por exemplo, o comprometimento do gestor da escola que recebe essa criança, a

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12

adaptação do local, dos materiais e das avaliações, além do preparo dos profissionais

(Bendinelli et al., 2012).

1.1.4. Comunicação Suplementar e/ou Alternativa

Os indivíduos com ECNE que apresentam uma limitação na expressão oral

e/ou escrita podem apresentar compreensão da linguagem adequada ou um atraso

moderado (Geytenbeek et al., 2014). Dessa forma, é indicada a introdução precoce

de dispositivos de Comunicação Suplementar e/ou Alternativa (CSA).

A CSA se refere a toda forma de comunicação que apoia e/ou suplementa a

fala. A CSA é reconhecida pela ASHA desde 1991 como uma área da pesquisa e

prática clínica e educacional, que tem como propósito compensar (temporária ou

permanentemente) dificuldades de comunicação oral, sem restrição de idade ou

patologia.

Um sistema de CSA é o uso integrado de componentes que englobam

símbolos, recursos, estratégias e técnicas usadas por indivíduos com necessidade de

complementar a comunicação. Símbolo é utilizado no sentido linguístico, logo, podem

corresponder ao uso de objetos, fotografias, gestos, desenhos gráficos, escrita

(ASHA, 1991).

A escolha do sistema de CSA a ser utilizado por cada indivíduo depende de

diversos fatores, dentre eles cognitivo, memória, percepção visual, formas de

aprendizagem e outros, que devem ser levados em consideração para uma

comunicação mais eficiente (Gill, 1997).

A utilização de símbolos também tem sido usada para representar mensagens

e conceitos para indivíduos com dificuldades de leitura e/ou escrita (Gill, 1997).

O símbolo deve corresponder ao signo linguístico composto por seu significado

e significante. Nesta compreensão do símbolo, o mesmo é avaliado pela iconicidade,

ou seja, o quanto o símbolo é facilmente reconhecido. Essa iconicidade pode ser

transparente (relação visual direta com seu significado), opaco (seu significado não é

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visualmente claro) e translúcido (que está no meio termo, necessitando de mais

informações para seu reconhecimento) (Reichle et al., 1991).

A iconicidade não é estática, depende do grau cognitivo do indivíduo que fará

a leitura do símbolo. Isso faz com que um mesmo símbolo seja transparente para

uma pessoa e translúcida ou opaca para outra. Deve-se verificar a relevância do

símbolo de quem transmite e recebe a informação (Pires, 2005).

Um adequado sistema de CSA pode oferecer uma aquisição da competência

lingüística e um acesso à linguagem, tornando viável a comunicação com o outro de

forma mais funcional (Deliberato, 2013).

Estudos apresentam a eficácia do uso da comunicação alternativa para

aprimorar a comunicação de pessoas com necessidades especiais, em diversas

alterações como na ECNE, afasias por traumatismo crânio-encefálico (TCE) e

acidente vascular encefálico (AVE); e déficits sensoriais severos (Pires e Limongi,

2002; Santos, Marquezine, 2003; Miranda, Gomes, 2004; Chun, 2010).

Um dos sistemas utilizados para CSA é o PCS - Sistema Picture

Communication Symbols (Johnson, 1981), criado para indivíduos com

comprometimento na comunicação oral. É um sistema basicamente pictográfico e

translúcido, com figuras de reconhecimento fácil de seu significado, apresentando

uma classificação sintática organizada por cores, sendo: social, pessoas, verbos,

substantivos, descritivos e miscelânea. Essas categorias apresentam a finalidade de

ordenar as frases adequadamente. É composto por mais de 3000 figuras que

expressam uma grande variedade de palavras em condições de atividades de vida

diária.

Para sua utilização, deve-se considerar a acuidade e a percepção visual, além

de ser fundamental um trabalho multidisciplinar em conjunto da família (Pires, 2013).

O uso de CSA não inibe o desenvolvimento da fala ou o uso da expressão oral,

pois um sistema alternativo de comunicação diminui possíveis ansiedades no ato de

comunicar ao indicar um símbolo desejado, podendo vir ou não acompanhado da

emissão oral (Johnson, 1981).

O gerenciamento adequado dos recursos de CSA para uma pessoa com ECNE

colabora para uma maior participação desta no meio social em que está inserida, tanto

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no âmbito familiar, quanto educacional, profissional e de lazer, gerando um menor

impacto nas limitações que lhe são propostas pelas características e alterações

motoras da própria patologia (Brassialli, 2013).

Miranda e Gomes (2004) introduziram o uso da CSA em um indivíduo com

ECNE, sem comunicação oral, e observou que após dois anos de trabalho terapêutico

melhorou sua capacidade comunicativa, e seu desempenho escolar e social.

Com relação à alfabetização de crianças e adultos que utilizam a CSA,

pesquisas consideram que as habilidades cognitivas e as habilidades de leitura são

individuais (Sandberg et al., 2010).

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2. Objetivo

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Esse trabalhou teve os seguintes objetivos:

1. Estruturar um protocolo para avaliar a compreensão oral e de leitura de

indivíduos com ECNE;

2. Verificar o desempenho de compreensão oral e de leitura dos indivíduos com

ECNE;

3. Comparar o desempenho dos participantes com ECNE que têm condição

verbal com os com ECNE sem condição verbal, usuários de CSA, nas

habilidades de compreensão oral e de leitura.

4. Comparar o desempenho dos participantes que fazem terapia fonoaudiológica

com os que não fazem.

5. Verificar o desempenho intra-grupo e inter-grupo

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3. Material e Método

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3.1. Tipo de estudo

Este trabalho foi de caráter descritivo, exploratório, prospectivo e transversal.

3.2. Preceitos éticos

A fim de obedecer aos preceitos éticos a pesquisa foi submetida aos seguintes

procedimentos:

- aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da

Santa Casa de São Paulo (CEP – FCMSCSP) sob o nº 131.185 (Apêndice 1).

- entrega dos Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aos responsáveis

pelos participantes para posterior realização das avaliações (Anexo 1).

- entrega dos Termos de Assentimento aos participantes para posterior realização das

avaliações (Anexo 2).

3.3. Casuística

O protocolo elaborado neste estudo também foi aplicado para verificação inicial

de ajustes na estrutura ou conduta de aplicação do mesmo. Para tal, a amostra foi

composta por 12 participantes com ECNE, de ambos os gêneros, com idade entre 7;0

e 14;11 anos. Todos os participantes frequentam escola pública. Na etapa de seleção

e coleta de autorização, os participantes pertenciam à uma Instituição de Reabilitação

que proporcionava terapias e proposta de educação especial. No momento da coleta,

todos já haviam sido transferidos para escolas públicas, devido à proposta de inclusão

escolar (Decreto nº 3.956, de 8 de outubro de 2001).

Foram compostos dois grupos: Grupo Pesquisa (GP) formado por seis

participantes com ECNE, os quais têm indicação ou são usuários de CSA por não

apresentarem uma condição verbal eficiente; e o Grupo Controle (GC) caracterizado

por seis participantes com ECNE com condição verbal.

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Foram considerados como critérios de inclusão:

Ter diagnóstico de ECNE;

Compreender a faixa etária (7;0 e 14;11 anos);

Frequentar escola pública;

Para o GP ter indicação para uso de CSA ou ser usuário;

Foram critérios de exclusão:

Presença de restrições importantes do ponto de vista sensorial (seja do ponto de

vista visual e/ou auditiva), que demandariam adaptações específicas para a

execução das tarefas propostas neste estudo.

3.4. Material

Para a elaboração do protocolo foram formadas pranchas com figuras do

sistema Pictures Communication Symbols - PCS (Johnson, 1981), sistema criado para

indivíduos com comprometimento na comunicação oral.

A elaboração do protocolo foi composta por habilidades cognitivo-linguísticas

para avaliar a compreensão oral e de leitura, divididas em subtestes. Para análise da

Compreensão oral avaliou-se compreensão de palavras, de frases simples e de frases

complexas. Para análise das Habilidades de Leitura considerou-se reconhecimento

de letras, reconhecimento da palavra, leitura e correspondência palavra/figura,

compreensão de frases e compreensão de texto.

Para a criação do Protocolo de Avaliação da Compreensão Oral e de Leitura

na Dificuldade de Oralidade (PACOLDO) foram utilizados como embasamento alguns

testes e protocolos existentes que avaliam algumas das habilidades propostas. Tais

testes e protocolos têm restrições nas suas aplicações com indivíduos com alterações

neuromotoras e com condição verbal limitante, devido a características quanto

estrutura, apresentação visual, quantidade de estímulos. Além de viabilizar o

agrupamento de avaliação de algumas habilidades num mesmo protocolo, o

PACOLDO visou contemplar as adaptações necessárias para aplicação com a

população mencionada acima.

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Os testes ou protocolos utilizados como embasamento foram: Teste ABFW –

Vocabulário Expressivo (Befi-Lopes, 2004), Protocolo Montreal-Toulouse - Exame de

Afasia, Módulo Standard Inicial, Versão Alpha (Cabral et al., 1981), PROLEC - Provas

de avaliação dos processos de leitura (Capellini, 2010), TeCoLeSi - Teste de

Competência de Leitura Silenciosa (Capovilla et al., 1997).

A seguir é apresentada a estrutura das provas em tópicos:

C - Compreensão oral

C.1 - Palavras

C.2 - Frases simples

C.3 - Frases complexas

L - Habilidades de Leitura

L.1 - Reconhecimento de letras

L.2 - Reconhecimento da palavra igual/diferente

L.3 - Leitura e correspondência palavra / figura

L.4 - Compreensão de frases

L.5 - Compreensão de textos

Para a análise dos resultados as avaliações foram registradas por meio de uma

máquina fotográfica Canon.

3.5. Procedimentos

O procedimento apresentou duas etapas. A primeira corresponde à elaboração

do PACOLDO propriamente dita, e a segunda a aplicação do mesmo em crianças com

ECNE

O material do Protocolo de Avaliação da Compreensão Oral e de Leitura na

Dificuldade de Oralidade (PACOLDO) foi impresso em papel A4, plastificado, feito

acabamento necessário (p.ex., acréscimo de velcro e organização das fichas com

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palavras), e encadernado em duas partes, sendo a primeira relacionada à

Compreensão Oral (C), e a segunda as Habilidades de Leitura (L).

Após a autorização do projeto pela Comissão de Ética e Científica, os

participantes foram selecionados de acordo com os critérios de inclusão e exclusão.

Os participantes foram convocados para a avaliação do protocolo em um espaço

clínico, entretanto, aqueles com dificuldade de se deslocarem até o local, foi realizada

a avaliação em atendimento domiciliar. Em todos os casos foi mantido o cuidado na

organização do ambiente em termos de estímulos visuais e auditivos, considerando a

luminosidade do local, ausência de ruído, e outras possíveis interferências ambientais

que poderiam se diferenciar nos ambientes. O protocolo foi aplicado de forma

individual e pela própria pesquisadora.

A duração da aplicação das duas partes do Protocolo foi de aproximadamente

1hora e 30 minutos, respeitando a fadiga do participante, oferecendo lhe uma pausa

de 10 minutos entre uma parte e outra, caso o sujeito desejasse.

3.6. Critério para análise dos resultados

As provas foram registradas em vídeos e, a partir desses, os dados foram

transcritos e analisados em uma Folha de Resposta do PACOLDO (Anexo 3).

Os dados levantados foram analisados quantitativamente e qualitativamente. E

posteriormente discutidos de acordo com a literatura.

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4. Resultados

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A seguir será explicada a elaboração detalhada do Protocolo PACOLDO

seguida da sua aplicação.

4.1. Elaboração do PACOLDO

Os testes foram agrupados em duas partes, como descritas anteriormente:

Compreensão Oral (C) e Habilidades de Leitura (L).

I. Compreensão Oral (C)

Nessa parte, foram realizados testes designados para análise de compreensão

verbal, sendo capaz de observar a compreensão de palavras, frases simples e

complexas. Os testes da Parte C foram inspirados no Teste ABFW –Vocabulário

Expressivo (Befi-Lopes, 2004) e Protocolo Montreal-Toulouse - Exame de Afasia,

Módulo Standard Inicial, Versão Alpha (Cabral et al., 1981). Serão descritos a seguir:

C.1 – Palavras

Como a proposta deste material foi para aplicação em indivíduos com

comprometimento oral, optou-se para a realização de uma avaliação de vocabulário

receptivo reduzido.

Para avaliar a compreensão de palavras, foram selecionadas seis categorias

semânticas: Móveis e Utensílios, Animais, Alimentos, Vestuário, Meios de transporte

e Cor. Foram escolhidos seis substantivos para cada categoria pertinentes ao

vocabulário comum, buscando palavras utilizadas em outros testes existentes de

vocabulário (ABFW, 2004). Porém, houve uma redução na quantidade de palavras a

serem verificadas devido à extensão do teste.

Desta forma, o teste foi composto por 6 pranchas, sendo uma para cada

categoria. Cada prancha contêm 6 figuras em fundo branco (Fig. 1). Na contra página

está descrita a ordem a seguir das palavras, sendo de maneira aleatória e diferente

em cada prancha, e o avaliado apontou a figura correspondente (por acesso direto ou

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varredura). Para cada acerto foi considerado um ponto, desta forma, a pontuação

máxima era de 36 pontos.

FIGURA 1 – Pranchas C.1 (Palavras)

C.2 - Frases Simples

Para avaliar a compreensão de Frases Simples foram formadas 3 pranchas,

sendo constituída cada uma por uma frase simples, ou seja, uma única oração na

frase, e por 4 figuras, sendo uma única correta e três distratoras (Fig. 2). O escolar

precisou mostrar a figura correspondente à frase lida pelo examinador em cada

prancha. A pontuação máxima era de 3 (três) pontos; um ponto por acerto.

C.3 - Frases Complexas

C.1 (Comando oral) C.1 (Comando oral)

C.1 (Comando oral)

C.1 (Comando oral)

C.1 (Comando oral) C.1 (Comando oral)

FIGURA 2 - Pranchas C.2 (Frases simples)

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Composto por 4 pranchas com 4 figuras cada, e em cada prancha foi falado ao

escolar uma frase complexa, ou seja, constituída por duas ou mais orações, e

solicitado que mostrasse a figura correspondente a frase. Semelhante ao item anterior

há uma única figura correta e três distratores, sendo contado um ponto por acerto.

Pontuação máxima era de 4 (quatro) pontos. As pranchas podem ser visualizadas a

seguir (Fig. 3).

II. Habilidade de Leitura (L)

Nessa parte, foram realizados testes destinados a analisar o conhecimento de

letras, palavras, frases e texto. Os testes que compuseram a parte L foram:

L.1 – Reconhecimento de Letras

FIGURA 3 - Pranchas C.3 (Frases Complexas)

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Composta por uma prancha de alfabeto, contendo todas as letras, com exceção

das letras K, X, Y e W, devido ao menor uso dessas letras em nossa língua e para

uma melhor exposição visual. As letras foram expostas aleatoriamente, sendo do tipo

de fôrma maiúscula (Fig. 4). Na contra página as letras ficam expostas na ordem que

o examinador deve ditar. A criança teve que apontar as letras ditadas por acesso direto

ou por varredura. Como foi considerado um ponto para cada acerto a pontuação

máxima era de 20 pontos.

L.2 - Reconhecimento da Palavra

Esse teste foi subdividido em duas partes: Diferenciação Igual/Diferente e

Identificação da Palavra Alvo.

- L.2.1 (Diferenciação Igual/Diferente): esse item teve o intuito de observar se o escolar

apresenta a percepção visual dos estímulos iguais e diferentes. Foi composto por

duas pranchas. A primeira prancha apresenta 8 pares de figuras, a ordem dada ao

escolar foi que mostrasse apenas os pares de figuras iguais. A segunda prancha é

constituída de 10 pares de palavras, sendo solicitada a mesma ordem. Nas duas

pranchas, os pares são iguais na metade dos casos, e a outra metade, apresenta

apenas um detalhe (no caso das figuras na primeira prancha) ou uma letra diferente

(na segunda prancha), sendo exigida grande atenção visual. Em ambas as pranchas

têm dois pares de exemplo. Pontuação máxima era de 18 pontos, sendo considerado

um ponto por acerto. As pranchas podem ser visualizadas na figura seguinte (Fig. 5).

FIGURA 4 - Prancha L.1 (Reconhecimento de Letras)

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- L.2.2 (Identificação da Palavra Alvo): nesse item foi apresentada uma prancha com

6 palavras e 6 pseudopalavras ou não-palavras, escritas aleatoriamente em letra de

fôrma maiúscula (Fig. 6). O participante precisou apontar a palavra dita pelo avaliador.

Pontuação máxima era de 12 pontos, sendo um ponto por acerto. As palavras e

pseudopalavras selecionadas são formadas por sílabas de diferentes complexidades,

sendo utilizadas quatro para cada uma das seguintes estruturas: CCV, VC e CVC,

semelhantes às usadas no PROLEC – Provas de Avaliação dos Processos de Leitura

(Capellini et al., 2010), porém em menor quantidade devido a possibilidade de fadiga

em indivíduos com alteração neuropsicomotor.

L.3 – Leitura e Correspondência Palavra/Figura

FIGURA 6 - Prancha L.2.2 (Identificação da Palavra Alvo)

FIGURA 5 - Pranchas L.2.1 (Diferenciação Igual/Diferente)

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Esse teste foi composto por 4 pranchas, sendo que em cada uma há 4 figuras

com um espaço abaixo das figuras para serem colocadas as palavras escritas

correspondentes. Na lateral da prancha foram dispostas 8 palavras móveis, escritas

com letra de fôrma maiúscula, sendo que 4 palavras se encaixam adequadamente, e

4 palavras apresentam erros dos tipos: trocas fonológicas, trocas visuais, trocas

ortográficas, e outros (erros que não se encaixaram nessas três categorias) (Fig. 7).

Esse item do Protocolo foi inspirado no Teste de Competência de Leitura Silenciosa -

TeCoLeSi (Capovilla et al., 1997). Pontuação máxima era de 16 pontos, sendo

contado um ponto por acerto.

L.4 – Compreensão de Frases

Essa parte teve como objetivo avaliar a leitura e a compreensão de frases.

Composto por 4 pranchas com 1 figura e 3 frases em cada prancha (Fig. 8). O escolar

foi orientado a apontar a frase correspondente à figura. As frases foram escritas em

letra de fôrma maiúscula, e apenas uma era correta. As frases foram dispostas em

voz ativa, voz passiva ou sem nenhuma conexão à figura, como na avalição de leitura

de frase do PROLEC – Provas de Avaliação dos Processos de Leitura (Capellini et al.,

2010),. Nas duas primeiras pranchas, a frase correta esteve na voz ativa, e nas outras

FIGURA 7 - Pranchas L.3 (Leitura e Correspondência Palavra/Figura)

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duas, na voz passiva. Para cada acerto foi considerado um ponto, obtendo pontuação

máxima de 4 (quatro) pontos.

L.5 – Compreensão de Textos

Este item do protocolo foi formado por quatro pequenos textos extraídos

aleatoriamente, seguindo os seguintes critérios para a escolha: estórias não

familiarizadas e/ou comuns, extensão do texto, e interesse do tema no universo

infanto-juvenil. Os textos selecionados foram dois do tipo expositivo e dois narrativos

(Fig. 9 - 12). Os textos foram dispostos em letras de fôrma maiúscula. Depois da leitura

de cada texto, foram realizadas duas pranchas com cinco questões, sendo duas de

verdadeiro x falso, no qual o escolar precisou apontar os símbolos: “verdadeiro”,

“falso” ou “não sei”, e três de perguntas literais, no qual foram expostos símbolos

relacionados ao texto. Os dois primeiros textos e as perguntas relacionadas aos

mesmos foram lidos pelo avaliador. E os outros dois textos foram lidos pelo escolar,

sendo que nos casos de ausência de oralidades a leitura poderia ser silenciosa. A

pontuação máxima para cada texto era de 5 (cinco) pontos.

FIGURA 8 - Pranchas L.4 (Compreensão de Frases)

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Foi realizado um Manual de Aplicação com Indicações e Objetivos do

PACOLDO, Introdução e Instruções básicas para aplicação do material (Anexo 4).

FIGURA 9 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto1)

FIGURA 10 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto2)

FIGURA 11 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto3)

FIGURA 12 – Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto4)

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A seguir, serão apresentados os resultados obtidos pelos participantes com

ECNE que foram avaliados com o uso do PACOLDO.

4.2. Aplicação do PACOLDO

A seguir apresentam-se os resultados obtidos com a aplicação do PACOLDO

em crianças com ECNE, entre 7;0 e 14;11 anos de idade, conforme casuística descrita

no capítulo Método deste trabalho. Para apresentação dos resultados, dividiu-se em:

perfil dos participantes, provas de compreensão oral, provas de habilidade de leitura

e comparação entre os grupos pesquisa e controle.

4.2.1. Perfil dos participantes

.

O PACOLDO foi aplicado em 12 participantes com ECNE, sendo seis usuários

de CSA compondo o Grupo Pesquisa (GP), e seis com condição verbal compondo o

Grupo Controle (GC). A seleção e divisão nos grupos foi de acordo com os critérios

de inclusão e exclusão descritos anteriormente no Método. Neste tópico foi realizada

análise do perfil da casuística obtida a partir da idade, gênero e escolaridade, aspectos

que não se caracterizavam como de seleção.

No Quadro 1, tem-se o perfil dos participantes com ECNE de ambos os grupos,

caracterizando-se quanto a gênero, idade e escolaridade. No GP a média da idade

dos participantes foi de 10,2 anos, todos do gênero masculino e com a escolaridade

de 1º ao 6º ano. No GC a média da idade dos participantes foi de 10,9 anos, dois do

gênero masculino e quatro do gênero feminino e com a escolaridade de 3º ao 6º ano.

GP GC

Sujeitos Gêner

o Idade

Escolaridad

e

Sujeito

s

Gêner

o Idade

Escolaridad

e

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P1 M 7a 1º ano C1 M 8,4a 3º ano

P2 M 7,2a 1º ano C2 F 10,1a 4º ano

P3 M 10,6a 3º ano C3 M 10,6a 4º ano

P4 M 11,5a 4º ano C4 F 10,8a 4º ano

P5 M 11,11

a

4º ano C5 F

11,11

a

4º ano

P6 M 14a 6º ano C6 F 11,7a 6º ano

QUADRO 1 - Perfil dos participantes com relação a gênero, idade e escolaridade

No Quadro 2, pode-se observar os participantes do estudo que fazem ou

fizeram terapia fonoaudiológica na área de linguagem, e o tempo de terapia ou

ausência da mesma. Nota-se que quatro participantes do GP realizam terapia

fonoaudiológica atualmente. E do GC apenas dois realizam terapia. Os demais

participantes já realizaram terapia há pelo menos um ano, porém 100% deles estão

sem fonoterapia por aproximadamente sete meses.

Participantes

Realiza fonoterapia

Quanto tempo faz?

Realizava fonoterapia

Quanto tempo fez?

Quanto tempo não faz?

P1 X 2 anos e 5

meses

P2 X 6 anos e 8

meses

P3 X 2 anos e 8

meses

P4 X 3 anos e 3

meses

P5 X 2 anos e 2

meses 7 meses

P6 X 3 anos e 3

meses 7 meses

C1 X 4 anos e 11

meses

C2 X 3 anos e 5

meses 7 meses

C3 X 3 anos e 4

meses 7 meses

C4 X 1 ano e 3

meses 7 meses

C5 X 3 anos e 9

meses

C6 X 3 anos e 2

meses 7 meses

QUADRO 2 – Perfil dos participantes com relação à terapia fonoaudiológica

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4.2.2. Resultados das Provas de Compreensão Oral (C)

A seguir serão descritos os resultados obtidos pelos participantes nas provas

da Parte de Compreensão Oral (C) de ambos os grupos. As máximas pontuações nos

testes são: C.1 - Palavras = 36 pontos, C.2 – Frases Simples = 3 pontos e C.3 – Frases

Complexas = 4 pontos.

O desempenho dos participantes com ECNE usuários de CSA, do GP, nessas

provas, pode ser observado na Tabela 1. Nota-se que apenas P4 teve 100% de

acertos nas provas de Compreensão Oral. E a prova de pior desempenho do GP foi a

prova C.3 – Frases Complexas, com a média do grupo com 35% de erro.

TABELA 1 - Desempenho do GP nas provas de Compreensão Oral

Pacientes GP C.1 (/36) C.2 (/3) C.3 (/4)

P1 32 3 3

P2 35 3 3

P3 30 2 2

P4 36 3 4

P5 29 1 0

P6 36 3 4

Média 33 2,5 2,6

C.1- Vocabulário receptivo, C.2- Frases simples, C.3- Frases complexas

Na Tabela 2 pode ser observado o desempenho dos participantes do GC nos

testes de Compreensão Oral. Observa-se que dois participantes obtiveram 100% de

acerto, C3 e C6. A prova com pior desempenho também foi a prova de Frases

Complexas, no qual a média do grupo foi de 25% de erro.

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34

TABELA 2 – Desempenho do GC nas provas de Compreensão Oral

Pacientes GC C.1 (/36) C.2 (/3) C.3 (/4)

C1 35 2 1

C2 36 3 3

C3 36 3 4

C4 36 3 3

C5 36 2 3

C6 36 3 4

Média 35,8 2,7 3

C.1- Vocabulário receptivo, C.2- Frases simples, C.3=-Frases complexas

Foram apresentados dois textos aos participantes de ambos os grupos, sendo

realizada a leitura pelo aplicador para avaliação da compreensão. Abaixo segue o

desempenho de compreensão do GP a partir da leitura desses textos 1 e 2 (Tab. 3).

Pode se observar que todos os participantes foram capazes de compreender os textos

lido pelo examinador, com exceção do P5 que teve apenas um acerto no Texto 1.

TABELA 3 - Desempenho do GP na Compreensão dos Textos 1 e 2

Provas P1 P2 P3 P4 P5 P6 Máximo

L.5 TEX1 2 2 4 3 1 5 5

L.5 TEX2 2 3 3 4 0 4 5

L.5 - Compreensão de Textos

Sobre o desempenho do GC na compreensão dos textos lidos pelo aplicador,

nota-se que todos os participantes conseguiram compreender os textos. Dois

participantes (C3 e C4) apresentaram 100% de acerto, e C6 apresentou dificuldade

apenas na compreensão do Texto 1 (Tab.4).

TABELA 4 - Desempenho do GC na Compreensão dos Textos 1 e 2

Provas C1 C2 C3 C4 C5 C6 Máximo

L.5 TEX1 2 2 5 5 4 0 5

L.5 TEX2 3 2 5 5 5 4 5

L.5 - Compreensão de Textos

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4.2.3. Resultados das Provas de Habilidade de Leitura (L)

Na Parte Habilidades de Leitura (L), o GP obteve os resultados apresentados

na Tabela 5, sendo acrescentado na última coluna o máximo de ponto possível em

cada teste. Nota-se que P4 e P6 obtiveram as melhores pontuações, e P5 a menor

pontuação. Foram excluídos os dados dos resultados obtidos na prova L.5 –

Compreensão de Textos (Textos 1 e 2) por não avaliarem a habilidade de

compreensão de leitura, pois esses textos foram lidos pela examinadora. Esses dados

foram expostos anteriormente nos resultados das provas de Compreensão Oral.

TABELA 5 - Pontuação do GP nas provas de Habilidade de Leitura

Provas P1 P2 P3 P4 P5 P6 Máximo

L.1 8 7 20 20 6 19 20 L.2.1 13 10 10 14 10 18 18 L.2.2 1 1 1 12 0 12 12 L.3 3 2 1 14 0 14 16 L.4 0 0 1 4 0 2 4

L.5 TEX3 0 0 0 3 0 3 5 L.5 TEX4 0 0 0 4 0 5 5

TOTAL 25 20 33 71 16 73 80 L.1 - Reconhecimento de Letras; L.2 - Reconhecimento da Palavra Igual/Diferente; L.3 - Leitura e

Correspondência Palavra / Figura; L.4 - Compreensão de Frases; L.5 - Compreensão de Textos

Na Tabela 6 observa-se o desempenho em porcentagem dos participantes do

GP nas provas de Habilidades de Leitura. As provas que o GP obteve maior

dificuldade foram L.4 – Compreensão de Frases e L.5 – Compreensão de Textos

(Texto 3 e 4 – os quais os participantes precisavam ler sozinhos o texto e as

perguntas).

TABELA 6 - Porcentagem de acerto do GP na Parte Habilidade de Leitura

Provas P1 P2 P3 P4 P5 P6

L.1 40% 35% 100% 100% 30% 95%

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L.2.1 72% 56% 56% 78% 56% 100%

L.2.2 8% 8% 8% 100% 0% 100%

L.3 19% 13% 6% 88% 0% 88%

L.4 0% 0% 25% 100% 0% 50%

L.5 TEX3 0% 0% 0% 60% 0% 60%

L.5 TEX4 0% 0% 0% 80% 0% 100% L.1 - Reconhecimento de Letras; L.2 - Reconhecimento da Palavra

Igual/Diferente; L.3 - Leitura e Correspondência Palavra / Figura; L.4 -

Compreensão de Frases; L.5 - Compreensão de Textos

Na Tabela 7 observam-se os resultados dos participantes do GC nos testes da

Parte L. Nota-se que nesse grupo os participantes obtiveram pontuações finais

similares, com exceção do C1, que teve um desempenho inferior. As melhores

pontuações foram de C2 e C6.

TABELA 7 - Pontuação do GC na Habilidade de Leitura

Provas C1 C2 C3 C4 C5 C6 Máximo

L.1 10 20 20 20 19 19 20 L.2.1 12 17 16 15 14 16 18 L.2.2 0 11 10 4 9 12 12 L.3 1 10 10 10 11 12 16 L.4 0 4 0 1 1 4 4

L.5 TEX3 0 2 0 0 0 4 5 L.5 TEX4 0 3 0 0 0 3 5

TOTAL 23 67 56 50 54 70 80 L.1 - Reconhecimento de Letras; L.2 - Reconhecimento da Palavra Igual/Diferente; L.3 - Leitura e

Correspondência Palavra / Figura; L.4 - Compreensão de Frases; L.5 - Compreensão de Textos

A Tabela 8 apresenta o desempenho dos participantes do GC em porcentagem

nas provas de Habilidades de Leitura. As provas que esse grupo obteve maior

dificuldade também foram L.4 – Compreensão de Frases e L.5 – Compreensão de

Textos (Texto 3 e 4), semelhante ao GP, com exceção dos participantes C2 e C6.

TABELA 8 - Porcentagem de acerto do GC na Parte Habilidade de Leitura

Provas C1 C2 C3 C4 C5 C6

L.1 50% 100% 100% 100% 95% 95%

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L.2.1 67% 94% 89% 83% 78% 89%

L.2.2 0% 92% 83% 33% 75% 100%

L.3 6% 63% 63% 63% 69% 75%

L.4 0% 100% 0% 25% 25% 100%

L.5 TEX3 0% 40% 0% 0% 0% 80%

L.5 TEX4 0% 60% 0% 0% 0% 60% L.1 - Reconhecimento de Letras; L.2 - Reconhecimento da Palavra

Igual/Diferente; L.3 - Leitura e Correspondência Palavra/Figura; L.4 -

Compreensão de Frases; L.5 - Compreensão de Textos

Abaixo segue a comparação do desempenho dos participantes na

compreensão dos Textos 1, 2, 3 e 4, sendo que nos dois primeiros (Tex1, Tex2) os

textos eram lidos e avaliou-se apenas a condição de compreensão, e nos textos

seguintes (Tex3, Tex4) avaliou-se a compreensão a partir da leitura realizada pelos

próprios participantes. Verifica-se que tanto no GP como no GC, o desempenho de

compreensão nos Textos 1 e 2 foi superior, o que nos mostra que nos Textos 3 e 4 o

desempenho baixo é atribuído à habilidade de leitura (Tab. 9 e Tab.10).

TABELA 9 – Resultado em porcentagem do GP na prova de Compreensão de Textos

Provas P1 P2 P3 P4 P5 P6

L.5 TEX1 40% 40% 80% 60% 20% 100%

L.5 TEX2 40% 60% 60% 80% 0% 80%

L.5 TEX3 0% 0% 0% 60% 0% 60%

L.5 TEX4 0% 0% 0% 80% 0% 100%

L.5 – Compreensão de Textos

TABELA 10 - Resultado em porcentagem do GC na prova de Compreensão de Textos

GC C1 C2 C3 C4 C5 C6

L.5 TEX1 40% 40% 100% 100% 80% 0%

L.5 TEX2 60% 40% 100% 100% 100% 80%

L.5 TEX3 0% 40% 0% 0% 0% 80%

L.5 TEX4 0% 60% 0% 0% 0% 60%

L.5 – Compreensão de Textos

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Todos dos participantes, tanto do GP quanto do GC, apresentaram algum erro

na prova L.3 – Leitura e Correspondência Palavra/Figura, sendo variado a quantidade

e o tipo de erro (trocas fonológicas, visuais, ortográficas e/ou outros).

Observa-se na Figura 13 que 100% dos participantes do GP apresentaram

erros do tipo Troca Fonológica; 83,3% do tipo Troca Visual, e 66,6% dos tipos Troca

Ortográfica e/ou Outros erros (erros que não se encaixaram nessas três categorias),

sendo este o que mais ocorreu nesse grupo.

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

P1 P2 P3 P4 P5 P6

Outros

Troca Ortográfica

Troca visual

Troca fonológica

FIGURA 13 - Tipos de erros do GP na prova L.3 – Leitura e Correspondência Palavra/Figura

Na Figura 14 tem os tipos de erros dos participantes do GC. Nota-se que 100%

apresentaram pelo menos um erro do tipo Troca Ortográfica, os demais tipos de erros:

Troca Fonológica, Troca Visual, e Outros ocorreram em 50% dos participantes.

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0

2

4

6

8

10

12

14

16

C1 C2 C3 C4 C5 C6

Outros

Troca Ortográfica

Troca visual

Troca fonológica

FIGURA 14 - Tipos de erros do GC na prova L.3 – Leitura e Correspondência Palavra/Figura

4.2.4. Comparações entre os grupos

Na Figura 15 observam-se as médias em porcentagem dos resultados obtidos

pelos participantes do GP e do GC nas provas da Parte C. Observa-se que nas três

provas (C.1- Vocabulário receptivo, C.2- Frases simples e C.3=-Frases complexas) as

médias de ambos os grupos foram similares.

FIGURA 15 – Média em porcentagem do GP e do GC na Compreensão Oral

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Na Figura 16 observa-se a média das porcentagens obtidas pelos grupos GP e

GC nas provas da Parte L - Habilidade de Leitura. O GC obteve melhores médias na

maioria dos testes, com exceção do Teste L.5 – Compreensão de Textos (Texto 3)

que os dois grupos tiveram a mesma média, e o L.5 (Texto 4) que o GP teve a média

superior.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

L.1 L.2.1 L.2.2 L.3 L.4 L.5 TEXTO1

L.5 TEXTO2

L.5 TEXTO3

L.5 TEXTO4

Média % GP

Média % GC

FIGURA 16 – Médias das porcentagens dos GP e GC nas provas de Leitura

Comparando as Partes de Compreensão Oral (C) e de Habilidade de Leitura

(L), observa-se que os participantes do GP tiverem melhor desempenho na Parte C.

Na Figura 17, nota-se que os participantes P4 e P6, que obtiveram os melhores

desempenhos na Parte L, também tiveram maiores pontuações na Parte C. O mesmo

ocorre inversamente, no qual P5 teve menor pontuação em ambas as Partes.

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FIGURA 17 – Porcentagem de acerto dos participantes do GP na Compreensão Oral e

Leitura

Nota que no GC, C6 teve desempenho maior nas Partes C e L, e C1 teve as

pontuações menores em ambas as Partes, se comparado com o grupo (Fig.18).

FIGURA 18 – Porcentagem de acerto dos participantes do GC na Compreensão Oral e

Leitura

Todos os participantes da pesquisa de ambos os grupos realizaram fonoterapia

em algum momento da vida, porém apenas seis participantes realizam terapia

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atualmente, sendo quatro do GP e dois do GC, como pode ser observado nas Fig. 19

e 20 em porcentagem.

67%

33%

FAZ FONOTERAPIA NÃO FAZ FONOTERAPIA

FIGURA 19 – Quantidade de participantes que realizam ou não fonoterapia no GP

33%

67%

FAZ FONOTERAPIA NÃO FAZ FONOTERAPIA

FIGURA 20 - Quantidade de participantes que realizam ou não fonoterapia no GC

Na Tabela 11, podemos observar as pontuações dos participantes do GP que

realizam ou não fonoterapia atualmente nas provas das Partes C e L. Pode-se notar

que os participantes que obtiveram maior pontuação em ambas as provas foram P4

que realiza terapia fonoaudiológica atualmente, e P6 que não realiza há sete meses.

Porém, vale ressaltar, que ambos participantes realizaram fonoterapia há mais de 3

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anos. O participante P5, que teve menor pontuação, não realiza terapia há

aproximadamente sete meses. Esse dado também pode ser visualizado na Fig. 21.

TABELA 11– Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GP

Fonoterapia atual Paciente GP Provas

TOTAL C L

Sim

P1 38 29 67

P2 41 25 66

P3 34 40 74

P4 43 81 124

Não P5 30 17 47

P6 43 82 125

67 6674

124

47

125

0

20

40

60

80

100

120

140

P1 P2 P3 P4 P5 P6

COM TERAPIA

SEM TERAPIA

FIGURA 21 – Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GP

Na Tabela 12, observamos as pontuações nas provas de Compreensão Oral e

de Leitura dos participantes do GC que realizam ou não fonoterapia atualmente. Nota-

se que C1 teve a menor pontuação referente ao grupo e o mesmo realiza terapia

fonoaudiológica há quatro anos e onze meses. E os demais participantes do grupo

obtiveram pontuações semelhantes, sendo que C6, que teve maior pontuação, não

realiza fonoterapia há sete meses, porém fez aproximadamente três anos de terapia.

Esse dado também pode ser visualizado na Figura 22.

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TABELA 12 - Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GC

Fonoterapia atual Paciente GC Provas

TOTAL C L

Sim C1 38 28 66

C5 41 63 104

Não

C2 42 71 113

C3 43 66 109

C4 42 60 102

C6 43 74 117

FIGURA 22 – Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GC

Na Figura 23, observamos a pontuação total em porcentagem obtida pelos

participantes dos grupos dessa pesquisa no Protocolo PACOLDO. É possível notar

que o GC obteve resultados mais homogêneos, apresentando uma variação de

porcentagem de acerto de 74% a 85%, com exceção do C1, que obteve 48% de acerto

nas partes de Compreensão Oral e de Leitura. Com relação ao GP, quatro

participantes (P1, P2, P3 e P5) apresentaram porcentagens de acerto inferior a 54%,

porém os participantes do GP com os melhores desempenhos foram (P4 e P6) com

91% de acerto em todo o Protocolo.

66

104113 109

102

117

0

20

40

60

80

100

120

140

C1 C5 C2 C3 C4 C6

COM TERAPIA

SEM TERAPIA

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FIGURA 23 – Pontuação total dos GP e GC no Protocolo PACOLDO

49% 48%

54%

91%

34%

91%

48%

82%80%

74%76%

85%

0

20

40

60

80

100

120

140

P1 P2 P3 P4 P5 P6 C1 C2 C3 C4 C5 C6

GP

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5. Comentários conclusivos

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A criação do Protocolo PACOLDO ocorreu sob a perspectiva de facilitar e

possibilitar uma avaliação da compreensão oral de palavras e frases, simples e

complexas, e uma avaliação das habilidades de leitura, desde o conhecimento de

letras, de leitura de palavras, de frases e de textos, até a compreensão dos mesmos.

O material foi estruturado e elaborado para indivíduos na faixa etária a partir de

sete anos de idade, com pouca ou sem condição verbal, que impossibilite uma

adequada compreensão de suas respostas orais. Desta maneira o material do

PACOLDO foi elaborado com símbolos gráficos, utilizados na CSA, adequada

apresentação visual, sendo impresso em folhas A4, com símbolos de tamanhos

médios. Houve a escolha de símbolos mais transparentes, sendo uma quantidade

reduzida dos estímulos visuais, tendo atenção ao volume do material como um todo.

O material foi plastificado para manter sua preservação.

Frente à falta de protocolos de avaliação de compreensão oral e de leitura

adaptados para indivíduos com dificuldades neuromotoras, sobretudo naqueles com

dificuldades de expressão oral, confirmamos a importância do PACOLDO para se

avaliar as habilidades propostas e observar as possíveis alterações de compreensão

oral e de leitura, para assim possibilitar uma intervenção adequada nesses indivíduos.

Foram selecionados os indivíduos com ECNE para a aplicação do PACOLDO

nesse estudo devido suas possíveis limitações físicas, alterações neuropsicomotoras

e dificuldades na expressão oral, já que não há testes e protocolos existentes que

avaliam as habilidades sugeridas pelo PACOLDO em indivíduos com essas

limitações.

Na prova de Compreensão Oral foi possível avaliar a compreensão de palavras,

de frases simples e de frases complexas. Apesar de serem selecionados vocábulos

simples para a faixa etária compreendida, deve ser considerar as possíveis alterações

cognitivas presentes na população em questão. A intenção foi observar a

compreensão de comandos orais e o reconhecimento visual dos símbolos expostos.

Foi necessário adaptar, para alguns dos participantes da amostra, um plano inclinado

para melhor visualização do material, não apenas nessa prova, mas nas demais do

Protocolo.

O PACOLDO avalia a compreensão oral devido à importância de se ter uma

adequada compreensão da língua oral para a obtenção de aprendizado e

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conhecimento, sendo este fundamental para o desempenho de leitura e da

compreensão da mesma. A fim de compreender o que se lê, um indivíduo deve ser

capaz de identificar as palavras contidas no texto, permitindo o reconhecimento dos

significados incorporados no texto.

Os participantes do GP e do GC nas provas de Compreensão Oral

apresentaram desempenhos semelhantes, se considerar a média dos grupos, porém

um dos participantes do GP (P5) teve desempenho inferior a 33% nas habilidades de

Compreensão de Frases Simples e 0% na de Frases Complexas. Em ambos os

grupos, os participantes obtiveram pontuação de acerto superior a 80% na prova de

Compreensão de Palavras. Porém, se comparar os dois grupos nota-se desempenho

maior na média do GC. Esse dado também foi observado em estudo de Geytenbeek

et al. (2014), no qual encontraram que, crianças com ECNE e sem condição verbal,

apresentaram nenhum ou um atraso moderado na compreensão oral, se comparado

com crianças com desenvolvimento típico.

A Prova de Habilidade de Leitura teve como intuito verificar o conhecimento de

letras, a capacidade de reconhecer visualmente símbolos e palavras semelhantes das

que apresentam diferenças (como trocas ou inversões de letras no caso de palavras),

a leitura de palavras e pseudopalavras, a leitura e a compreensão de palavras, frases

e textos. Como são diversas habilidades sendo avaliadas, houve o cuidado com a

fadiga dos participantes da pesquisa, oferecendo pausas quando necessário ou

solicitado pelos mesmos. As respostas foram consideradas por expressão oral

(participantes com condição verbal), apontamentos por acesso direto ou por varredura

em casos de limitações motoras.

Na prova de Reconhecimento de Letras, foi observado que no GP três

participantes apresentaram pontuação inferior à 40% de acerto, e no GC, apenas um

participante apresentou 50% de acerto. E os demais participantes, de ambos os

grupos, tiveram pontuação acima de 95%. Sendo possível notar quais participantes

dominavam esse conhecimento. Apesar de serem muitos estímulos visuais, sendo 20

letras em uma prancha, foi possível obter as respostas de todos os participantes,

mesmo dos sem condição verbal, sendo por acesso direto e/ou por varredura.

A prova de Diferenciação Igual/Diferente foi dividida em duas pranchas, uma

para identificar símbolos iguais e a outra, palavras iguais. Foi observado no GP um

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desempenho mínimo dos participantes superior a 50% e máximo de 100%, e no GC

de 67% a 89%. Nessa prova, foi notada leve dificuldade dos participantes de ambos

os grupos na identificação dos símbolos diferentes, necessitando possivelmente de

uma modificação do material, colocando símbolos com diferenças mais notáveis ou

aumentar o tamanho dos símbolos apresentados, diminuindo os estímulos por

prancha. Essa questão pode ser explicada pelas dificuldades frequentes de acuidade

visual, seja periférica ou central, encontradas nessa população avaliada, lembrando

que apenas os indivíduos com restrições importantes do ponto de vista visual foram

excluídos da amostra.

Para avaliar o Reconhecimento da Palavra, na prova de Identificação da

Palavra Alvo, foram selecionadas palavras e pseudopalavras com diferentes

complexidades, seguindo as estruturas de sílabas como proposto no PROLEC –

Provas de Avaliação dos Processos de Leitura (Capellini et al., 2010), porém de forma

reduzida devido a maior fadiga de indivíduos com alteração neuropsicomotor. Foi

observado nessa prova, Identificação da Palavra Alvo, que, quatro participantes do

GP obtiveram porcentagem de acerto inferior a 7%, e os outros dois participantes,

100% de acerto. No GC, quatro participantes apresentaram pontuações superiores a

75% de acerto e apenas dois participantes, abaixo de 33%. Nota-se que a dificuldade

em identificar palavras foi mais presente no GP e a maior quantidade de erros de

ambos os grupos foi de pseudopalavras, na estrutura silábica CCV, corroborando com

os achados de Capellini et al. (2010), em pesquisa realizada com crianças com

desenvolvimento típico. Esse dado nos mostra a importância de estimular e trabalhar

com os indivíduos com ECNE, pois a compreensão e o desenvolvimento cognitivo

podem estar preservados (Bobath e Bobath, 1989), e o processo de aprendizado da

leitura e da escrita podem ser semelhantes ao do desenvolvimento típico ou

apresentarem apenas um atraso, como visualizado em estudo de Asbell et al. (2010)

o qual concluíram que crianças com ECNE podem atingir um nível de compreensão

de leitura dentro da faixa esperada para a sua idade, apresentando possivelmente um

atraso no processamento fonológico.

Ainda para avaliar a compreensão da leitura de palavras, foi criada e aplicada

uma prova de Leitura e Correspondência Palavra/Figura, no qual o participante

precisou fazer essa correspondência. Pode-se notar se o participante apresenta a

habilidade da leitura da palavra e se apresentava erros dos tipos: trocas fonológicas,

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trocas visuais, trocas ortográficas, e/ou outros (erros que não se encaixam nessas três

categorias). Esse item do Protocolo foi inspirado no Teste de Competência de Leitura

Silenciosa - TeCoLeSi (Capovilla et al., 1997).

Todos os participantes apresentaram algum tipo de erro, sendo variado a

quantidade e o tipo de erro, na prova de Leitura e Correspondência Palavra/Figura.

No GP, houve pelo menos um erro do tipo Troca Fonológica em 100% dos casos.

Também ocorreram erros do tipo Troca Visual (83,3%), Troca Ortográfica e/ou Outros

(66,6% cada), porém em questão de quantidade o que mais ocorreu nesse grupo,

foram erros classificados como Outros. Podendo ser justificado por falta de domínio

da leitura, sendo selecionadas as palavras de forma aleatória. Todos os participantes

do GC apresentaram pelo menos um erro do tipo Troca Ortográfica, os demais tipos

de erros foram: Troca Fonológica, Troca Visual, e outros, que ocorreram em 50% dos

participantes (cada). Porém, o participante com o pior desempenho (C1), foi o que

obteve mais erros do tipo Outros, possivelmente pela mesma justificativa citada para

o GP. Em estudo de Capovilla et al. (2006) foi encontrado que estudantes da 1ª a 3ª

série em ensino regular, com desenvolvimento típico, apresentaram maiores erros

ortográficos, sendo semelhante com os participantes do GC, porém a escolaridade

não interferiu no tipo de erro.

O PACOLDO avalia a leitura e a compreensão de frases, e teve como

parâmetro para sua estrutura neste aspecto o PROLEC – Provas de Avaliação dos

Processos de Leitura (Capellini et al., 2010). Na sua aplicação na casuística descrita,

verificou-se desempenho baixo nesta habilidade, sendo observado que apenas um

indivíduo teve boa pontuação. Segundo Capellini et al. (2010), na prova de Estruturas

Gramaticais – PROLEC, também encontrou porcentagens de erros elevados em

crianças com desenvolvimento típico, de 2º a 5º ano, especialmente com orações

passivas, semelhante ao encontrado nessa pesquisa, no qual ambos os grupos

obtiveram mais erros em frases na voz passiva.

Para avaliar a Compreensão de Textos, o Protocolo PACOLDO tem como

objetivo conferir a compreensão do participante quando o texto era lido por outra

pessoa, e a compreensão da sua leitura do texto, propriamente dita, sendo dois textos

para cada análise. Foram elaboradas perguntas sobre os Textos, e as respostas

poderiam ser por meio de símbolos na falta da condição verbal. Com relação aos

resultados, foi observado que no GP, apenas dois conseguiram ler e compreender os

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Textos (P4 e P6), igualmente no GC (C2 e C6), sendo que esses participantes

freqüentam o 4º e o 6º ano, respectivamente. Os Textos com maiores acertos foram

os do tipo narrativo. A média do grupo com maior acerto foi do GC.

A criança, mesmo antes de ser alfabetizada, compreende textos bastante

complexos, e também é capaz de produzi-los oralmente. Porém, a mesma criança

recém-alfabetizada pode apresentar dificuldade em compreender textos lidos por ela

mesma por falta de competências, seja por uma dificuldade de leitura ou de fluência.

Mas isso não implica em uma dificuldade de compreensão. Por isso, Oliveira (2005),

refere a necessidade em avaliar as habilidades de compreensão e de leitura com o

cuidado em observar se o indivíduo não compreendeu o texto por não saber ler ou por

não conseguir compreender.

Isso mostra a importância de aplicar das duas formas, como realizado no

PACOLDO, na prova de compreensão de textos, para garantir a compreensão do que

interferiu no desempenho da prova, observando qual habilidade se encontra

prejudicada.

Não houve relação evidente com relação ao desempenho dos participantes nas

provas avaliadas do PACOLDO e a questão da terapia fonoaudiológica, seja a

quantidade de tempo ou se a realizava no momento da avaliação. Os participantes

que não estavam em terapia fonoaudiológica haviam interrompido o processo

terapêutico no máximo há 7 meses, o que sugere que não seja um tempo suficiente

para identificar prejuízos evidentes a ponto de interferir nas respostas. Acredita-se que

ainda haja influência da intervenção direta e indireta com família e equipe realizadas

anteriormente durante o processo terapêutico.

Houve uma maior diversidade de idade e de escolaridade dos participantes do

GP, porém não foram observadas diferenças importantes conforme o aumento da

idade ou da escolaridade com relação aos resultados do Protocolo PACOLDO nesse

grupo. No GC, a diversidade foi menor, e foi observado que C1, o participante de

menor idade e escolaridade apresentou os piores desempenhos em todas as provas,

exceto na prova de Compreensão de Texto – Texto 1. Vale salientar que o Ensino

Fundamental apresenta um sistema educacional que não reprova o aluno, sendo

reformulada essa prática, a partir de 2014, para possível reprovação nos 3º, 6º e 9º

anos (Revista profissão mestre, 2013). Porém, os participantes dessa pesquisa não

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sofreram essa reformulação e em muitos casos, vemos a aprovação mesmo em meio

a dificuldade na alfabetização e outros aprendizados. Desta forma, temos

participantes da pesquisa com maior idade e maior escolaridade, mas com grandes

dificuldades nas habilidades de leitura.

Na pontuação total do Protocolo PACOLDO, nos testes de Compreensão Oral

e de Habilidades de Leitura, os participantes com ECNE com condição oral (GC),

obtiveram uma média superior se comparado com os participantes com ECNE não

falantes usuários de CSA (GP). Porém, os dois participantes que obtiveram os

melhores desempenhos foram do GP (P4 e P6).

Os indivíduos que fazem uso de CSA para se comunicar, especialmente

aqueles com bom desempenho de compreensão oral e cognitivo, fazem uso da escrita

e da leitura como uma estratégia para ampliação de sua comunicação e vocabulário,

se aperfeiçoando nas habilidades de leitura e escrita, muitas vezes até mais do que

os indivíduos que apresentam condição verbal eficiente.

Consideramos que o Protocolo elaborado para avaliar a compreensão oral e de

leitura de indivíduos com dificuldades de oralidade (PACOLDO) permite observar as

respostas dos participantes da pesquisa, por acesso direto ou por varredura, no caso

da ausência da condição verbal, de forma satisfatória.

Há necessidade da continuidade da pesquisa para a normatização do

Protocolo, aplicando-o em uma maior quantidade de sujeitos, preferencialmente em

indivíduos com desenvolvimento típico, e posteriormente em outras patologias que

apresentam dificuldades na oralidade.

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6. Anexos

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Anexo 1 – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

Protocolo de avaliação da compreensão oral e da leitura na dificuldade da oralidade

A Encefalopatia Crônica não Evolutiva (ECNE) pode acarretar alterações sensoriomotoras, afetando diretamente a fala e outras dificuldade de comunicação, tendo como benefício o uso da Comunicação Suplementar Alternativa (CSA). As dificuldades no aprendizado de leitura e escrita também podem estar comprometidas, porém há uma necessidade da elaboração de protocolo de leitura e escrita para pessoas sem oralidade. Esse trabalho tem como objetivo elaborar um protocolo de avaliação da compreensão oral e de leitura de indivíduos com Encefalopatia Crônica não Progressiva.

Em hipótese alguma, o (a) participante será identificado e as imagens obtidas serão utilizadas apenas para análise deste estudo. O responsável fica livre para, em qualquer momento, retirar o seu consentimento e deixar de participar do estudo. Em caso de desistência, a criança não será prejudicada. A não participação de seu filho (a) nesse estudo, não o (a) comprometerá no atendimento ou tratamento realizado nessa Instituição. Para os participantes, não haverá também nenhum tipo de benefício direto, pois trata- se de um estudo experimental.

Esta pesquisa será desenvolvida pela aluna Ana Paula Gastão Orlandin sob orientação da Profª. Dra. Sandra Cristina Fonseca Pires. As mesmas poderão ser encontradas no curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, situada à Rua Dr. Cesário Motta Júnior, 61, 8º andar, Vila Buarque/ SP, telefone (11) 3367-7785 (Profª. Dra. Sandra Pires).

Desde já agradecemos a colaboração, colocando-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos no que se refere aos procedimentos, resultados ou assuntos relacionados.

Eu, ____________________________________ RG _________________, declaro ter

sido informado(a) verbalmente e por escrito da pesquisa intitulada “Protocolo de Avaliação da

Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade da Oralidade”, e autorizo meu filho(a)

________________________________ a participar do estudo. Serão garantidos o anonimato

e a integridade física de meu filho(a). Tenho conhecimento dos testes que serão realizados,

assim como os procedimentos de realização e as filmagens que ocorrerão durante os testes.

São Paulo, ___ de ___________________ de ______.

________________________________

Assinatura do responsável

__________________________ __________________________

Assinatura da Pesquisadora Assinatura da orientadora

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Anexo 2 –Termo de Assentimento

Protocolo de avaliação da compreensão oral e da leitura na dificuldade da oralidade

Termo de Assentimento

Eu ________________________________________aceito participar da pesquisa “Protocolo de Avali

ação da Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade da Oralidade”. Declaro que a pesquisadora An

a Paula Gastão Orlandin me explicou que ela mostrará uma série de folhas com desenhos e palavras

e me fará perguntas para res

Assinatura da criança/adolescente:_________________________________________

ponder mostrando a figura certa na própria folha. Ana Paula me explicou também que serei filmado(a

) enquanto ela estiver me mostrando essas folhas e me fazendo as perguntas. Compreendi que não s

ou obrigado(a) a participar da pesquisa, eu decido se quero participar ou não. A pesquisadora me exp

licou ainda que o meu nome não aparecerá na pesquisa. Dessa forma, concordo livremente em partici

par do estudo, sabendo que posso desistir a qualquer momento, se assim desejar.

Assinatura dos pais/responsáveis:__________________________________________

Ass. Pesquisador:_______________________________________________________

Dia/mês/ano:__________________________________________________________

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Anexo 3 – Folha de resposta do PACOLDO

Protocolo de Avaliação da Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade de Oralidade (FOLHA DE RESPOSTA)

Nome: _________________________________________ Data de aplicação: ___/___/______

D.N.: ___/___/___ Idade: ___________ H.D.: ______________________________________

Escolaridade (ano e nome da escola):______________________________________________

I - Compreensão Oral (C)

C.1 – Palavras (Vocabulário) – Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

Móveis e Utensílios

Animais Alimentos Vestuário Meios de

Transportes Cores

COLHER VACA OVO CAMISA BICICLETA VERMELHO

CADEIRA PATO QUEIJO CHAPÉU NAVIO AZUL

SOFÁ CACHORRO CENOURA TÊNIS AVIÃO MARROM

FACA SAPO BANANA BONÉ TREM VERDE

CAMA CAVALO SALADA VESTIDO CAMINHÃO AMARELO

PRATO GATO UVA CALÇA CARRO PRETO

TOTAL

C.2 - Frases simples – coloque 1 (um ponto) para cada acerto

A menina come O cachorro dorme O carro amarelo

TOTAL

C.3 - Frases complexas - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

O homem e o gato seguem o ônibus O homem gordo senta na cadeira e o homem magro fica de pé

A menina lê o livro e o menino brinca O menino de vermelho segue o menino de amarelo

TOTAL

II - Habilidade de Leitura (L)

L.1 – Reconhecimento de Letras - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

A E B T L U V D M O

R C I F J P G N Z S

TOTAL

/3

/4

/20

/36

1 / 4

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L.2 - Reconhecimento da palavra

L.2.1 (Diferenciação igual/diferente) - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

FIGURAS PALAVRAS

Laço (igual) Pato (diferente) Amigo (igual) Pomba (igual)

Cadeira de roda

(diferente) Fila (igual) Coma (diferente) Cachorro (diferente)

Planeta (diferente) Índio (igual) Gato (igual) Família (diferente)

Bandeira (igual) Sentar (diferente) Palhaço (diferente) Pastel (igual)

Vaca (diferente) Coisa (igual)

TOTAL

L.2.2 (Identificação da palavra alvo) - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

PALAVRAS PSEDOPALVRAS

Chuva Prato Erta Crita

Arte Paz Toste Vorle

Irmão Porta Chola Ostiga

TOTAL

L.3 – Leitura e correspondência palavra/figura

Coloque 1 (um ponto) para cada acerto. No caso de erro, especificar por qual palavra foi trocada.

PRANCHA 1 PRANCHA 2 PRANCHA 3 PRANCHA 4

Bule __________ Carro _________ Cabide __________ Futebol __________

Táxi __________ Bolo __________ Cadeira _________ Homem _________

Computador ________________

Vaca _________

Xícara ___________

Folha ___________

Casa __________ Família _______ Cinquenta ________ Cola ____________

TOTAL

Quantidades e tipos de erros: trocas fonológicas trocas visuais

trocas ortográficas outros

/18

/12

/16

2 / 4

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L.4 – Compreensão de Frases

Coloque 1 (um ponto) para cada acerto.

A polícia está perseguindo o carro (1ª frase) – voz ativa

A mulher está observando o homem nadando (3ª frase) – voz ativa

O menino está sendo achado pela menina (2ª frase) – voz passiva

A bola esta sendo jogada pelo menino (1ª frase) – voz passiva

TOTAL

L.5 – Compreensão de Textos

Texto 1: A BATATA - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

1 – A batata foi inventada por um alemão. (Falso)

2 - A batata contêm amido. (Verdadeiro)

3 - O rei joão xvi ajudou na campanha da batata? (Sim)

4 - Onde a batata foi usada a primeira vez? (Jantar)

5- Qual a profissão de quem inventou a batata? (Médico)

TOTAL

Texto 2: O VELHO BURRINHO - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

1 – A viagem que os homens tinham que fazer era longa. (Verdadeiro)

2 - O burro mais jovem levou a carga mais pesada. (Falso)

3 - O que tinha no balaio maior? (Comida)

4 - Quem levou a melhor no final da viagem? (Burro velho)

5 - Como ficou o balaio do velho burro ao longo da viagem? (vazio)

TOTAL

/5

/5

/5

3 / 4

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Texto 3: A BICICLETA - Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

1 – A bicicleta foi inventada por um chinês. (Falso)

2 – A bicicleta tinha um nome estranho: Celerífero. (Verdadeiro)

3 – Quantas rodas tinha a bicicleta? (Duas)

4 – Era possível andar com a bicicleta? (Não)

5 – A bicicleta era feita de __________? (Madeira)

TOTAL

Texto 4: O CÃO E A CARNE- Coloque 1 (um ponto) para cada acerto

1 – Havia um cão atravessando o rio. (Verdadeiro)

2 – O cão viu a sombra da carne, que era muito menor. (Falso)

3 – Que animal tem na história? (Cachorro)

4 – O que o cão estava levando? (Carne)

5 – O cão conseguiu comer a carne? (Não)

TOTAL

TOTAL FINAL (Soma de todas as pontuações)

Observações:__________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

Conclusões e Conduta Fonoaudiológica: ____________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

_____________________________________________________________________________________

__________________________

Assinatura e carimbo

/133

/5

4 / 4

/5

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Anexo 4 – Manual de Aplicação

Protocolo de Avaliação da Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade de Oralidade

MANUAL DE APLICAÇÃO

INDICAÇÕES E OBJETIVOS

O PACOLDO – Protocolo de Avaliação da Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade de

Oralidade é indicado para escolares a partir de 7;0 anos de idade, com dificuldade na capaci

dade de expressão verbal. Visa avaliar o usuário de Comunicação Suplementar Alternativa (

CSA) e auxiliar no processo de indicação de CSA.

A aplicação do protocolo tem o intuito de analisar a compreensão oral, simples e complexas,

e avaliar as seguintes habilidades de leitura: conhecimento de letras, leitura de palavras, de f

rases e de textos, e a sua compreensão.

MATERIAL

O protocolo PACOLDO contém:

• Dissertação de Mestrado: descrição dos procedimentos utilizados na construção do I

nstrumento: Fundamentação Teórica, Etapas de Construção do Instrumento, Aplicação

e Resultados encontrados.

• Pranchas de Aplicação: dividida em duas partes: Parte C (Compreensão Oral) e Part

e L (Habilidades de Leitura), contendo o material da avaliação com as descrições dos p

rocedimentos gerais de aplicação.

• Folhas de respostas: folhas específicas para anotação dos acertos e erros, tipos de e

rros, pontuações da avaliação, as anotações necessárias.

INTRODUÇÃO

A aplicação do PACOLDO ocorreu inicialmente com indivíduos com Encefalopatia Crônica N

ão Evolutiva (ECNE), devido a suas possíveis limitações física, alterações neuropsicomotora

s e principalmente pelas suas dificuldades na expressão verbal.

A ECNE é decorrente de uma lesão no cérebro ainda em desenvolvimento, ocasionando imp

licações sensoriomotoras (Shevell et al., 2001; Miller, 2002). Essas alterações podem afetar

a fala e outras dificuldades de comunicação, tendo como benefício o uso da CSA (Limongi, 1

998, Pires e Limongi, 2002).

As dificuldades no aprendizado de leitura e escrita podem estar comprometidas, podendo se

r decorrentes de prejuízos de fala e/ou cognitivos (Zorzi, 2010; Rocha, 2010), a questões do

processamento fonológico e a fatores individuais (Santos e Navas, 2004).

1 / 2

Orla

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AP

G.

Pro

tocolo

de a

valia

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Casa d

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; 2015.

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A expressão escrita necessita do ato motor, e o indivíduo com ECNE poderá ter essa dificuld

ade em demonstrar seu aprendizado. Assim como para expressar oralmente o que compree

ndeu de uma palavra, frase e/ou texto lido.

No campo fonoaudiológico, poucas são as publicações que descrevem as alterações de com

preensão oral e de leitura, quando relacionadas ao diagnóstico da ECNE, sobretudo em indiv

íduos com dificuldade na comunicação e expressão oral.

Sendo assim, observou-se a necessidade em estruturar e aplicar um protocolo que identifiqu

e as alterações de Compreensão oral e de Leitura encontradas em indivíduos com ECNE e q

ue sejam usuários ou tem indicação de CSA.

O material do PACOLDO foi estruturado com o cuidado na apresentação visual. O mesmo fo

i impresso em folhas A4, plastificadas, e utilizou-se símbolos gráficos de CSA, sendo selecio

nados símbolos mais transparentes e de tamanho médio, para possibilitar as respostas de in

divíduos sem condição verbal. Procurou-se apresentar uma quantidade de estímulos visuais

reduzida, com atenção ao volume do material como um todo.

INSTRUÇÕES DE APLICAÇÃO

O Protocolo foi dividido em duas Partes para facilitar a aplicação, como exposto a seguir:

Parte C - Compreensão oral

C.1 - Palavras

C.2 - Frases simples

C.3 - Frases complexas

Parte L - Habilidades de Leitura

L.1 - Reconhecimento de letras

L.2 - Reconhecimento da palavra Igual /Diferente

L.3 - Leitura e correspondência Palavra / Figura

L.4 - Compreensão de frases

L.5 - Compreensão de textos

O material de ambas as partes vem com as explicações sobre as ordens a serem dadas ao a

valiado na contra página anterior. Dessa maneira, é indicado deixar o material levemente incl

inado para que o avaliado veja melhor o material da avaliação e o avaliador veja as ordens a

seguir.

Permitir as respostas por acesso direto, caso o avaliado consiga de uma forma eficiente e cla

ra apontar sua resposta, ou por varredura. Respeitar o tempo de resposta de cada indivíduo.

O tempo de aplicação pode ser de 60 a 90 minutos, dependendo de cada indivíduo e seu nív

el de fadiga (se necessário, aplicar as partes em dias alternados).

Anotar na Folha de Resposta as pontuações efetuadas pelo avaliado, sendo um ponto para c

ada acerto.

2 / 2

Orla

ndin

AP

G.

Pro

tocolo

de a

valia

ção d

a c

om

pre

ensão o

ral

e d

a l

eitura

na d

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Saúde d

a C

om

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ão P

aulo

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iência

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Casa d

e S

ão P

aulo

; 2015.

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7. Referências Bibliográficas

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Fontes Consultadas

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Resumo

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Orlandin APG, Pires SCF. Protocolo de avaliação da compreensão oral e da leitura na

dificuldade de oralidade [Dissertação de Mestrado Profissional em Saúde da

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Introdução: A Encefalopatia Crônica não Evolutiva (ECNE) pode acarretar alterações

sensoriomotoras, afetando diretamente a fala e outras dificuldades de comunicação,

tendo como benefício o uso da Comunicação Suplementar Alternativa (CSA). As

dificuldades no aprendizado de leitura e escrita também podem estar comprometidas,

porém há dificuldade em analisar a compreensão oral e de leitura em pessoas sem

oralidade. Objetivo: elaborar um protocolo de avaliação da compreensão oral e da

leitura de indivíduos com ECNE; Verificar e comparar o desempenho de compreensão

oral e de leitura dos indivíduos com ECNE falantes e não falantes usuários de CSA.

Comparar o desempenho dos participantes que fazem fonoterapia com os que não

fazem. Método: Participaram 12 crianças com ECNE, de ambos os gêneros, com

idade entre 7;0 e 14;11 anos. A elaboração do Protocolo de Avaliação da

Compreensão Oral e da Leitura na Dificuldade de Oralidade (PACOLDO) abrangeu

os seguintes aspectos: Compreensão oral – C (palavras, frases simples e complexas)

e Habilidades de Leitura - L (conhecimento do alfabeto e do fonema, reconhecimento

da palavra igual/diferente, leitura silenciosa da palavra, compreensão de frases e

compreensão de textos). Foram confeccionadas pranchas com símbolos pictográficos

do sistema Pictures Communication Symbols (Johnson, 1981). Resultados: os

participantes foram divididos em: Grupo Pesquisa (GP) com seis usuários de CSA e

Grupo Controle (GC) com seis falantes. No GP a média da idade foi de 10,2 anos e

no GC de 10,9 anos. Observou-se que nos testes de Compreensão oral a média do

GC foi maior do que do GP. E na Compreensão de Leitura pode-se observar que o

GC obteve melhores médias na maioria dos testes, com exceção do item de

compreensão de leitura de Texto. Os maiores erros observados no GP foram as trocas

fonológicas e no GC foram as trocas ortográficas. Conclusão: O Protocolo foi

elaborado e foi possível avaliar habilidades de compreensão oral e de leitura em

indivíduos com ECNE falantes e não falantes. Observaram-se melhores

desempenhos nos falantes. Não houve relação evidente no desempenho de

participantes que faziam fonoterapia atualmente, pois todos já haviam feito terapia em

algum período, estando sem intervenção em média 7 meses.

Descritores: Paralisia Cerebral, Comunicação Alternativa, Fonoaudiologia, Avaliação

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Abstract

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74

Orlandin APG, Pires SCF. Assessment protocol listening comprehension and reading

the difficulty of oral [Professional Master's Dissertation on Health Human

Communication]. São Paulo: Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São

Paulo; 2015.

Introduction: Chronic Encephalopathy no Evolutionary (ECNE) can cause

sensorimotor changes, directly affecting speech and other communication difficulties

and the benefit the use of Supplemental Alternative Communication (AAC). The

difficulties in reading and writing learning may also be compromised, but it is difficult to

analyze the listening and reading in people without orality. Objective: To develop an

evaluation protocol of listening and reading subjects with ECNE; Check and compare

the performance of oral and reading comprehension of individuals with ECNE speakers

and non-speakers CSA users. Compare the performance of participants who are

speech therapy with those who do not. Method: 12 children with ECNE, of both

genders, aged 7, 0 and 14, 11 years. The format of the Listening Assessment Protocol

and reading in Difficulty Orality (PACOLDO) covered the following: Listening - C

(words, simple and complex sentences) and Reading Skills - L (alphabet knowledge

and phoneme, word recognition equal / different, silent reading of the word,

understanding phrases and text comprehension). Boards were made with pictographic

symbols Pictures Communication Symbols system (Johnson, 1981). Results: The

participants were divided into Group Research (GP) with six members of CSA and

Control Group (CG) with six speakers. GP in the mean age was 10.2 years and 10.9

years in the GC. It was observed that the Listening tests the average of the control

group was higher than the GP. And in reading comprehension can be seen that the

GC had a better average in most tests, except for the item of understanding text read.

The biggest mistakes observed in the GP were the phonological changes and CG were

spelling changes. Conclusion: With the elaborate protocol was possible to assess

listening and reading skills in individuals with ECNE speakers and non-speakers.

There were better performances in the speakers. There was no apparent relationship

in the performance of participants who were currently speech therapy, because

everyone had been in therapy at some time, with no intervention on average 7 months.

Keywords: Cerebral Palsy, Alternative Communication, Speech, Evaluation

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Listas e Apêndices

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FIGURA 1 – Pranchas C.1 (Palavras) 24

FIGURA 2 - Pranchas C.2 (Frases simples) .............................................................. 24

FIGURA 3 - Pranchas C.3 (Frases Complexas) ........................................................ 25

FIGURA 4 - Prancha L.1 (Reconhecimento de Letras) ............................................. 26

FIGURA 5 - Pranchas L.2.1 (Diferenciação Igual/Diferente) ..................................... 27

FIGURA 6 - Prancha L.2.2 (Identificação da Palavra Alvo) ....................................... 27

FIGURA 7 - Pranchas L.3 (Leitura e Correspondência Palavra/Figura) .................... 28

FIGURA 8 - Pranchas L.4 (Compreensão de Frases) ............................................... 29

FIGURA 9 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto1) ................................. 30

FIGURA 10 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto2) ............................... 30

FIGURA 11 - Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto3) ............................... 30

FIGURA 12 – Pranchas L.5 (Compreensão de Textos - Texto4) .............................. 30

FIGURA 13 - Tipos de erros do GP na prova L.3 – Leitura e Correspondência

Palavra/Figura ........................................................................................................... 38

FIGURA 14 - Tipos de erros do GC na prova L.3 – Leitura e Correspondência

Palavra/Figura ........................................................................................................... 39

FIGURA 15 – Média em porcentagem do GP e do GC na Compreensão Oral ......... 39

FIGURA 16 – Médias das porcentagens dos GP e GC nas provas de Leitura ......... 40

FIGURA 17 – Porcentagem de acerto dos participantes do GP na Compreensão Oral

e Leitura .................................................................................................................... 41

FIGURA 18 – Porcentagem de acerto dos participantes do GC na Compreensão Oral

e Leitura .................................................................................................................... 41

FIGURA 19 – Quantidade de participantes que realizam ou não fonoterapia no GP 42

FIGURA 20 - Quantidade de participantes que realizam ou não fonoterapia no GC 42

FIGURA 21 – Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GP ............... 43

FIGURA 22 – Relação entre fonoterapia e pontuações nas provas do GC .............. 44

FIGURA 23 – Pontuação total dos GP e GC no Protocolo PACOLDO ..................... 45

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Apêndice 1 – Aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Ciências

Médicas da Santa Casa de São Paulo

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