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Ana Valentim Gapa-Profrutos 17 de Novembro de 2011

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Ana Valentim

Gapa-Profrutos

17 de Novembro de 2011

Resíduos sólidos urbanos O município de Ponta Delgada produz: 25.000 toneladas de

resíduos sólidos urbanos.

36% são materiais compostaveis

Apenas 6 % são enviados para compostagem

Aumento da deficiência de matéria orgânica nos solos devido a conduções agrícolas desajustadas e condições edafoclimáticas.

Necessidade de redução do volume de resíduos em aterros sanitários e correcta adubação dos solos.

Resíduos orgânicos

Compostagem Vermicompostagem

O que é a compostagem?

Optimização do ciclo da matéria orgânica, num processo aeróbio através da manipulação das condições ideais para a acção dos microorganismos na produção de adubo orgânico – Composto.

N

N Fe

Mg C

K

P Resíduos orgânicos Decompositores Matéria orgânica e

Nutrientes

Alimentos

Biomassa

O ciclo da matéria orgânica

Compostagem caseira

Podemos aproveitar os nossos resíduos orgânicos para produção de adubo orgânico para aplicar nas nossas plantas, hortas e cultivos agrícolas.

Pilhas de compostagem

Compostores

Condições necessárias para a compostagem:

Arejamento (Oxigénio)

Manutenção da humidade

Drenagem

Manutenção das temperaturas de compostagem.

A temperatura na compostagem

Desinfecção (morte de patogénicos)

Características dos Compostores:

Dimensão: >1m3 (1mx1mx1m);

Materiais para construir: madeira, plástico, etc.;

Facilidade de revolvimento;

Fundo poroso.

Compostores:

Pilhas: Dimensão:

Largura: 1,5 m a 2 m

Altura máxima 1,5 m

Comprimento: mínimo de 1,5 m, variável consoante os materiais disponíveis

Cobertura com tela para controlo da humidade

Fundo poroso.

Materiais a compostar:

Resíduos orgânicos

Resíduos castanhos Resíduos verdes Ricos em Azoto Ricos em Carbono

Utilização de estrumes de animais herbívoros. Os estrumes constituem um resíduo verde Rico em

azoto) utilizável em compostagem

Perigos da utilização de estrumes na compostagem:

Os estrumes podem conter elementos tóxicos e nocivos à saúde humana utilizados na criação dos animais (camas e medicamentos) não elimináveis por compostagem

Características dos materiais a compostar: Quantidades aproximadas de resíduos verdes e

resíduos castanhos (C/N inicial=30);

Dimensão mínima dos materiais : 2,5 cm;

Humidade >60%;

Variabilidade de resíduos orgânicos a utilizar;

Como dispor os materiais no compostor?

Materiais verdes

Materiais castanhos

Paus e galhos

Camadas alternadas com os dois tipos de materiais regando em cada camada.

Composto

Onde coloco o meu compostor? O compostor deverá estar abrigado de chuvas,

Abrigado de ventos fortes,

Protegido do sol no Verão,

Exposto à luz solar no Inverno,

Perto de uma fonte de água.

Ex.: Debaixo de uma árvore de folha caduca

Como dispor os materiais na pilha de compostagem?

Controlo de condições ambientais na pilha de compostagem:

Na pilha de compostagem o abrigo de chuvas, sol directo e ventos fortes poderá ser feito com a cobertura da pilha de compostagem com uma tela (ex.: geotextil).

Manutenção e revolvimento Manutenção da temperatura acima de 50ºC a 60ºC

durante 15 dias

Manutenção da humidade adequada (teste da esponja)

Revolvimentos: de 15 em 15 dias, ou quando os níveis de humidade estejam desajustados ou haja compactação.

Problemas na compostagem

Maturação do composto

O tempo de compostagem varia segundo as dimensões e proporções dos resíduos orgânicos , a frequência dos revolvimentos e a humidade. Em geral o processo de compostagem leva 6 meses.

O composto maturado deverá: Ter cor escura uniforme

Não possuir odores

Ter um pH neutro (7)

Ter textura semelhante a pó de café.

Não possuir variação de temperatura.

C/N=10

Como posso utilizar o meu composto? A utilização do composto deverá ser

adequada às necessidades de cada cultivo.

De forma geral recomenda-se a utilização de uma mistura de 30% de composto para 70% de terra como substrato dos cultivos.

Compostos semi-maturados poderão ser utilizados como correctivos.

Vantagens da utilização de composto

O composto melhora a estrutura do solo e actua como adubo/ correctivo.

O composto tem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença, no solo e nas plantas.

Sustentabilidade do uso e melhoramento da fertilidade do solo.

Retenção de água nos solos.

Redução no uso de herbicidas e pesticidas.

Redução da contaminação e poluição atmosférica.

Vermicompostagem

O que é a vermicompostagem?

Processo de compostagem com utilização de minhocas (anelídeos) para produção de adubo orgânico.

São gerados dois produtos: vermicomposto e minhocas.

As minhocas A minhoca mais utilizada em vermicompostagem é a

minhoca vermelha da california (Eisenia fetida).

Minhoca vermelha da california Colonização rápida(gera cerca de 1500 crias por ano). É possível

iniciar um compostor com um nº reduzido de minhocas e depois esperar que estas colonizem toda a estrutura. . Grande longevidade – cerca de 16 anos. . Resiste a elevados teores de humidade. . É muito tolerante a variações de temperatura. . Ingere diariamente o seu peso em comida e transforma em composto 60% do que ingere, produzindo um adubo orgânico muito rico em flora bacteriana – cerca de 2000 milhares de bactérias vivas e activas, por cada grama de húmus produzido.

Acção das minhocas no solo As minhocas na sua digestão misturam a matéria orgânica

com os microrganismos. Estes microorganismos são libertados para o solo com os restos metabólicos da alimentação da minhoca (matéria orgânica não digerida e nutrientes).

A movimentação das minhocas no solo cria galerias que facilitam o arejamento e por isso a degradação da matéria orgânica.

Aumento da degradação da matéria orgânica.

Condições necessárias para o desenvolvimento das minhocas:

Temperatura: 15 a 20 ºC (limites 4-30 ºC)

Humidade :80-90% (limites 60-90%)

Oxigénio

pH: entre 5 e 9

Produção de vermicomposto

Pequena escala (vermicompostores)

Larga escala (pilhas)

Vermicompostor Semelhante ao compostor, no entanto com

adaptações para optimização do desenvolvimento das minhocas.

Deverá possuir as seguintes características:

Altura máxima do substrato: 25 a 40 cm

Fundo poroso

Arejamento

Protecção da luz solar

Protecção contra ressecação ou chuvas

Protecção contra predadores

Exemplos de vermicompostores

Exemplos de vermicompostores

Onde coloco o vermicompostor?

O vermicompostor deverá ser colocado num local fresco, protegido de luz solar e de chuva.

No decorrer normal do processo de vermicompostagem não são libertados odores, por isso poderá ser guardado, por exemplo, num canto da cozinha.

Pilhas de vermicompostagem Altura máxima: 40 cm (poderá haver necessidade de

revolvimento)

Largura e comprimento variáveis segundo as quantidades de resíduos a degradar.

Cobertura com telas para controlo das condições de humidade e ataque de predadores.

Necessidade de utilização de materiais pré-compostados para desinfecção e evitar a morte das minhocas causada pelo aumento da temperatura.

Exemplos de sistemas de vermicompostagem de larga escala

Construção da cama de vermicompostagem:

1ª camada: materiais castanhos ou jornal sem cores húmido;

2ª camada: terra de jardim;

3ª camada: minhocas (100 gr por cada 2 a 3 kg de resíduos);

Restantes camadas: resíduos verdes e castanhos em camadas alternadas (ultima camada deverá ser de resíduos castanhos);

Rectificação da humidade

Manutenção Revolvimentos e regas periódicos.

Revolvimentos quando há compactação ou valores de humidade desajustados.

Regas sempre que a cama de vermicompostagem não apresente a humidade adequada.

Problemas na vermicompostagem:

Problema Causa possível Solução

Minhocas acumulam-se nas camadas superiores do

minhocário; cama muito húmida Excesso de água

Renove a cama; junte mais tiras de jornal secas e não

adicione comida com muita água, como o melão

Minhocas acumulam-se no fundo do minhocário;

cama muito seca (ou seja, se não escorrerem gotas

de água ao espremer um punhado de matéria

orgânica do canteiro)

Falta de água Borrife a cama com água

Odores desagradáveis Cama pouco arejada

Adição de comida em excesso

Interrompa a adição de comida e Revolva bem a cama Se tiver cebolas e bróculos, retire-os, pois estes não cheiram bem quando decompostos

Minhocas começam a comer os excrementos (que lhes são tóxicos)

Pouca comida

Cama precisa de ser mudada Adicione comida Mude de cama

Excesso de resíduos no canteiro ou presença de moscas

Adição de comida em excesso Interrompa a adição de comida e revolva o material

Cheiro a bafio Alimentos difíceis de compostar, como carne, peixe,

lacticínios e gorduras Não ponha esses alimentos no canteiro

Aparecimento de moscas Decomposição lenta

Ambiente ácido (excesso citrinos)

Não use alimentos podres

Dê comida suficiente, variada e cortada aos pedaços

Enterre os alimentos na "cama das minhocas"

Retire a comida em decomposição

Coloque uma taça com vinagre e uma gota de

detergente da louça perto do compostor

Não exagere nos citrinos

Exponha o canteiro ao ar sem luz directa durante

algumas horas

Tire as minhocas e faça nova cama

Maturação do vermicomposto Dependendo da regularidade de revolvimentos e

adição de materiais frescos e quantidade de minhocas no vermicompostor, o vermicomposto está pronto em 3 a 6 meses.

O vermicomposto maturado deverá:

Ter cor escura uniforme

Não possuir odores

Ter um pH neutro (7)

Ter textura semelhante a pó de café.

Separação do vermicomposto das minhocas: Método da migração – arrastar o conteudo do

vermicompostor para um dos lados da caixa e colocar na parte vazia novo substrato para as minhocas. As minhocas em 1 a 2 semanas migram para a zona com alimento.

Método de separação manual – espalha-se o conteúdo do vermicompostor em cima de um plástico/folha de jornal. Colhem-se as minhocas até que a maior parte destas tenha sido separada do composto e adicionam-se à caixa de minhocas, já com a nova cama.

Que utilizações posso dar ao meu vermicomposto? O vermicomposto poderá ser utilizado como um

adubo de fundo ou espalhado pelo superfície do solo junto à planta.

Pode utilizar-se chá de vermicomposto, sendo utilizado como adubo liquido.

O chá de vermicomposto produz-se por fazer uma infusão (fazendo uma boneca) de 1 parte de vermicomposto por 10 de água durante 9 dias.

Vantagens na utilização de vermicomposto: Os excrementos de minhoca aumentam

3 a 11 vezes os teores de fósforo assimilável, de potássio e magnésio de troca.

5 a 10 vezes o teor em nitratos

30% o cálcio

60% o desenvolvimento de bactérias, protozoários e outros microrganismos (degradação mais rápida da matéria orgânica e aumento da fixação de Azoto).

Vantagens na utilização de vermicomposto Melhora a estrutura do solo e actua como adubo.

O vermicomposto constitui um adubo de libertação lenta possibilitando a disponibilização dos nutrientes mais sincronizada com as necessidades das plantas.

Possuem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença, no solo e nas plantas.

sustentabilidade do uso e melhoramento da fertilidade do solo

Retenção de água nos solos.

Redução no uso de herbicidas e pesticidas.

E que posso fazer com as minhocas? As minhocas produzidas na vermicompostagem

poderão ser igualmente utilizadas na alimentação de animais (frescas ou em forma de farinha), possuindo grande teor de proteínas.

Podem ser utilizadas como isco para a pesca.

Em alguns países são utilizadas para alimentação humana dada a sua riqueza em proteínas.

Vantagens da utilização destes adubos orgânicos (composto e vermicomposto) Aproveitamento dos próprios resíduos para produção de

adubo: Redução de custos de transporte, tratamento de resíduos e de

compra de adubos.

Adubos adequados à produção biológica, sendo uma solução sustentável (rentabilidade dos solos)

Possuem fungicidas naturais e organismos benéficos que ajudam a eliminar organismos causadores de doença, no solo e nas plantas diminuindo a necessidade de aplicação pesticidas e fungicidas;

Diminuição da problemática do volume de resíduos nos aterros sanitários e de empobrecimento dos solos.

Contactos:

Ana Valentim: [email protected]

Gapa: [email protected]

Telefone: 296.098.572

Bibliografia recomendada: http://www.hortadaformiga.com

http://www.futuramb.com

http://www.minhobox.com.br/

Batista, J. G. F., Batista, E.R.B., (2007). Compostagem: Utilização de compostos em Horticultura. Universidade dos Açores. Angra do Heroísmo