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Anais Da ANPEPP Lidio de Souza

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psicologia

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  • APOIO

  • OrganizadoresZeidi Araujo Trindade (UFES)Helerina Aparecida Novo (UFES)Ldio de Souza (UFES)Snia Regina Fiorim Enumo (UFES)

    Aracruz, ES 2004

    X SIMPSIO DE PESQUISAE INTERCMBIO CIENTFICO

    ANAIS

    ASSOCIAO NACIONAL DEPESQUISA E PS-GRADUAO EM PSICOLOGIA

  • Presidente: Lino de Macedo (USP)Vice-Presidente: Celso Pereira de S (UERJ)Secretria: Slvia Helena Koller (UFRGS)Tesoureiro: Cilio Ziviani (UGF)Secretria Executiva: Zeidi Araujo Trindade (UFES)

    COMISSO CIENTFICABader Burihan Sawaia (PUC-SP)Cilio Ziviani (UGF)Lino de Macedo (USP)Maria Margarida Pereira Rodrigues (UFES)Srgio Luna (PUC-SP)Slvia Helena Koller (UFRGS)Ulisses Ferreira Arajo (UNICAMP)

    COMISSES DE APOIO

    EDITORAOEdson Maltez Heringer 27 - 8113-1826 [email protected]

    ILUSTRAOFarbstudie Quadrate (1913): Vassily Kandinsky

    REVISOLdio de Souza

    Maria Cristina Smith Menandro Snia Regina Fiorim Enumo

    Zeidi Araujo Trindade

    COMISSO ORGANIZADORAZeidi Araujo Trindade (UFES)Helerina Aparecida Novo (UFES)Ldio de Souza (UFES)Snia Regina Fiorim Enumo (UFES)

    DIRETORIA DA ANPEPP (2002-2004)

    Kely Maria Pereira de PaulaLuciana BorgesMaria do Rosrio F. RodriguesMiriam Bccheri CortezMylena RibeiroRosimeire de Carvalho MartinsShnia Soraya Soares LouzadaSibelle Maria Martins de BarrosSirley Trugilho da SilvaVanessa Ramalho Manhes

    Alunos de GraduaoAline Lopes de SousaBeatriz Batista TescheCamila Carla MaiaCludia Teixeira ArantesDaiana StursaLiana Gama do ValeLuciana Maria Britto da CruzMargareth Pereira BergaminMariana BonomoMilena BertolloMnica A. da Silva Gomes ScrduaMyrian Santiago da SilvaPaola Vargas BarbosaRafaela Kirckhoff RolkeRoberta Scaramusa da SilvaTas Andrade Pimentel

    ProfessoresAgnaldo Garciangela Nobre de AndradeCludia Broetto RossettiElizeu Batista BorlotiHeloisa Moulin de AlencarLuziane Zacch AvellarMaria Cristina Smith MenandroMaria Margarida Pereira RodriguesPaulo Rogrio Meira MenandroSvio Silveira de QueirozRosana Suemi Tokumaru

    Alunos de Ps-GraduaoAdriano Roberto Afonso do NascimentoAlessandra Brunoro MottaAna Karina Fachini ArajoBruno Eduardo Silva PereiraClia Maria Rangel NascimentoCludia Patrocnio PedrozaDaniel Henrique Pereira EspndulaEduardo Silva Mirandarika da Silva FerroFlvia Almeida TuriniFlvia Gonalves da SilvaGilead Marchezi TavaresIngrid Faria Gianrdoli-NascimentoJos Vaz Magalhes Nto

    RESUMOS PUBLICADOS EM MAIO DE 2004 NO FORMATO ENVIADO PELOS AUTORES

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico 5

    APRESENTAO ......................................................................................................................................................... 7BEM-VINDOS AO X SIMPSIO DA ANPEPP ............................................................................................................ 9PROGRAMA ............................................................................................................................................................... 10

    A OCUPAO DO PSICLOGO: UM EXAME LUZ DASCATEGORIAS DA PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E DO TRABALHO ........................................................... 13Coordenao: Antonio Virgilio Bittencourt Bastos

    A PSICOLOGIA SCIO-HISTRICA E O CONTEXTO BRASILEIRO DE DESIGUALDADE SOCIAL ............... 20Coordenao: Bader Burihan Sawaia

    ANLISE COMPORTAMENTAL DE PROCESSOS SIMBLICOS ......................................................................... 25Coordenao: Deisy das Graas de Souza

    ARGUMENTAO E EXPLICAO:MODOS DE CONSTRUO/CONSTITUIO DO CONHECIMENTO ................................................................. 31Coordenao: Selma Leito e Luci Banks-Leite

    BRINQUEDO, APRENDIZAGEM E SADE............................................................................................................. 34Coordenao: Edda Bomtempo

    CASAL E FAMLIA: ESTUDOS PSICOSSOCIAIS E PSICOTERAPIA .................................................................... 37Coordenao: Terezinha Fres-Carneiro

    COMPORTAMENTO POLTICO ............................................................................................................................... 44Coordenao: Salvador A.M. Sandoval

    CONTEXTOS SOCIAIS DE DESENVOLVIMENTO: ASPECTOS EVOLUTIVOS E CULTURAIS ........................ 46Coordenao: Lvia Mathias Simo

    COTIDIANO E PRTICAS SOCIAIS ........................................................................................................................ 50Coordenao: Mary Jane Paris Spink

    CULTURA ORGANIZACIONAL E SADE NO TRABALHO .................................................................................. 54Coordenao: Alvaro Tamayo

    DESENVOLVIMENTO E EDUCAO NA PERSPECTIVA SOCIOCULTURAL .................................................... 58Coordenao: Angela Maria Ucha de Abreu Branco

    DESENVOLVIMENTO HUMANO EM SITUAO DE RISCO SOCIAL E PESSOAL ........................................... 63Coordenao: Slvia Helena Koller

    DISPOSITIVOS CLNICOS EM SADE MENTAL .................................................................................................. 69Coordenao: Ana Cristina Costa de Figueiredo

    FAMLIA E COMUNIDADE....................................................................................................................................... 72Coordenao: Rosa Maria Stefanini de MacedoHISTRIA DA PSICOLOGIA ..................................................................................................................................... 75Coordenao: Marina Massimi

    INTERAO PAIS-BEB-CRIANA ........................................................................................................................ 80Coordenao: Cesar Augusto Piccinini

    MEMRIA: MODELOS, PESQUISA BSICA E APLICAES .............................................................................. 84Coordenao: Maria Alice Mattos Pimenta Parente

    MODOS DE VIDA, SADE E TRABALHO .............................................................................................................. 87Coordenao: Lus Antonio dos Santos Baptista

    O ATENDIMENTO PSICOLGICO NAS CLNICAS-ESCOLA ............................................................................... 89Coordenao: Edwiges Ferreira de Mattos Silvares

    SUMRIO

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico6

    OS JOGOS E SUA IMPORTNCIA EM PSICOLOGIA E EDUCAO ................................................................... 94Coordenao: Lino de Macedo

    PESQUISA EM AVALIAO PSICOLGICA ........................................................................................................... 98Coordenao: Ricardo Primi

    PESQUISA EM PSICANLISE ................................................................................................................................ 107Coordenao: Waldir Beividas

    PESQUISA EM PSICOLOGIA PEDITRICA .......................................................................................................... 109Coordenao: Clia Maria Lana da Costa Zannon

    PS-GRADUAO EM PSICOLOGIA NO BRASIL HISTRIA, VERTENTES ATUAIS ECONTRIBUIES PARA A PRODUO E A DIVULGAO DO CONHECIMENTO ....................................... 113Coordenao: Oswaldo Hajime Yamamoto e Paulo Rogrio Meira MenandroPRTICAS PSICOLGICAS EM INSTITUIES: ATENO, DESCONSTRUO E INVENO ................. 113Coordenao: Henriette Tognetti Penha Morato

    PSICANLISE CONTEMPORNEA: CONVERGNCIAS E DIVERGNCIAS ................................................... 118Coordenao: Anna Carolina Lo Bianco

    PSICANLISE E ARTE ............................................................................................................................................ 120Coordenao: Mrcia Mello de Lima

    PSICOBIOLOGIA E NEUROCINCIAS & COMPORTAMENTO .......................................................................... 123Coordenao: Maria Teresa Arajo SilvaPSICOLOGIA & RELIGIO ..................................................................................................................................... 126Coordenao: Geraldo Jos de Paiva

    PSICOLOGIA AMBIENTAL ..................................................................................................................................... 128Coordenao: Jos de Queirz Pinheiro e Hartmut GntherPSICOLOGIA COMUNITRIA................................................................................................................................ 132Coordenao: Rosalina Carvalho da Silva

    PSICOLOGIA DA EDUCAO MATEMTICA .................................................................................................... 136Coordenao: Mrcia Regina Ferreira de Brito

    PSICOLOGIA DA SADE EM INSTITUIES E NA COMUNIDADE ................................................................. 139Coordenao: Ricardo Gorayeb

    PSICOLOGIA E MORALIDADE .............................................................................................................................. 143Coordenao: Maria Luiza Macedo de AraujoPSICOLOGIA ESCOLAR/EDUCACIONAL............................................................................................................. 148Coordenao: Albertina Mitjns MartnezPSICOLOGIA EVOLUCIONISTA ............................................................................................................................ 153Coordenao: Maria Emlia Yamamoto e Emma Otta

    PSICOPATOLOGIA E PSICANLISE ...................................................................................................................... 159Coordenao: Vera Lcia Silva Lopes Besset

    RELAES INTERPESSOAIS E COMPETNCIA SOCIAL .................................................................................. 162Coordenao: Almir Del Prette

    REPRESENTAES SOCIAIS ................................................................................................................................. 166Coordenao: Angela Maria Silva Arruda

    SUBJETIVIDADE, CONHECIMENTO E PRTICAS SOCIAIS ............................................................................. 169Coordenao: Andra Vieira Zanella

    SUBJETIVIDADE CONTEMPORNEA ................................................................................................................. 172Coordenao: Suely Rolnik

    PARTICIPANTES E AUTORES ................................................................................................................................ 176

    INSTITUIES PARTICIPANTES ........................................................................................................................... 190

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico 7

    APRESENTAO

    H 21 anos, no contexto da XXXV Reunio Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso daCincia (Belm, PA, julho de 1983), criou-se a Associao Nacional de Pesquisa e Ps-graduao emPsicologia (ANPEPP). Conforme resumimos no Quadro I, desde 1988 essa associao organizasimpsios para discutir a poltica, a formao e a pesquisa em ps-graduao em Psicologia no Brasil.

    Quadro ILocais, anos e nmero aproximado de participantes nos dez primeiros simpsios da ANPEPP

    SIMPSIO LOCAL ANOS NMERO DEPARTICIPANTES

    I Caruaru/PE 1988 48II Gramado/RS 1989 50III guas de So Pedro/SP 1990 125IV Braslia/DF 1992 116V Caxamb/MG 1994 140VI Terespolis/RJ 1996 180VII Gramado/RS 1998 292VIII Serra Negra/SP 2000 320IX guas de Lindia/SP 2002 354X Aracruz/ES 2004 504

    Como apresentado no Quadro I, o X Simpsio da ANPEPP ocorrer de 24 a 28 de maio de 2004,em Aracruz, ES. Seu tema principal Perspectivas e desafios da ps-graduao brasileira. Estesanais renem os dados sobre nossa programao bem como os resumos dos principais textos a seremdiscutidos nos grupos de trabalho.

    Nos simpsios da ANPEPP, em geral, apresentam-se conferncias, mesas redondas, assemblias egrupos de trabalho. Nos primeiros simpsios tinha-se como nfase a apresentao e a discusso doestado da arte dos temas escolhidos. Alm disso, todos participavam das mesmas atividades. Nosltimos simpsios, com o aumento do nmero de participantes e dos grupos de trabalhos, adotou-se ocritrio de se realizar reunies simultneas destes grupos, compartilhando-se os resultados gerais porintermdio de painis. Esses grupos so uma atividade muito importante de nosso simpsio. H gruposmuito antigos e outros novos. H grupos reformulados. Seus participantes, professores e alunospertencentes a diversos programas de ps-graduao e estados brasileiros concentram-se em torno deum tema de pesquisa ou reflexo. Alm disso, comprometem-se em manter essa interao, de diversosmodos, nos dois anos que separam um simpsio do outro. Graas a isso, projetos, publicaes,intercmbios institucionais, eventos cientficos, entre outras iniciativas, so realizados no contexto eem nome destes grupos.

    Uma Comisso Cientfica analisou as propostas de grupos de trabalho (GT). Para isso, foi feitauma reunio nos dias 5 e 6 de dezembro de 2003, em So Paulo, com a participao de Bader BurihamSawaia (PUC-SP), Clio Ziviani (UGF), Lino de Macedo (IPUSP), Maria Margarida Pereira Rodrigues(UFES), Srgio Luna (PUC-SP), Silvia Helena Koller (UFRGS) e Ulisses Ferreira Arajo (UNICAMP).

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico8

    As propostas aprovadas dos GT, a produo conjunta dos grupos e as snteses e encaminhamentos doSimpsio sero disponibilizados oportunamente na homepage da ANPEPP.

    No presente simpsio, teremos aproximadamente 500 participantes, sendo 441 professores e 63alunos da ps-graduao. O programa em sua parte geral constar de uma palestra de abertura, no dia24 de maio, sobre Perspectivas e desafios ps-graduao, de uma palestra, dia 25 de maio, sobreIntercmbio em pesquisa e a ps-graduao na Amrica Latina e de uma mesa-redonda sobreMemrias: a implantao da Ps-Graduao em Psicologia no Brasil. Nos dias 25 e 26 de maioteremos as reunies dos GT. No dia 27 de maio teremos quatro fruns de discusso: 1. PublicaesCientficas e Produtividade em Psicologia, 2. Polticas Cientficas, 3. tica Profissional, e, 4. RelaoGraduao / Ps- Graduao. Alm disso, no final deste dia haver um painel apresentando as principaisdiscusses e concluses dos GT. No dia 28 de maio, pela manh, ser apresentada uma sntese dasdiscusses, decises ou encaminhamentos propostos nos fruns de discusso. Lembremo-nos queesta atividade, pelo menos da forma proposta, uma novidade nos simpsios da ANPEPP e resulta deuma reivindicao dos participantes no simpsio anterior.

    Nos simpsios da ANPEPP o costume era que todos os seus participantes recebessem um auxlio.No presente simpsio isso s ser possvel para as pessoas que faro parte das atividades comuns(conferencistas, participantes da mesa-redonda, debatedores, coordenadores dos fruns e membrosda diretoria). Diversos fatores contriburam para a impossibilidade deste financiamento para todos osparticipantes. Primeiro, pelo aumento significativo no nmero de inscritos. Segundo, pelo fato de osprogramas de ps-graduao disporem atualmente de verba que pode ser utilizada para esse fim.Terceiro, pelo aumento dos custos de infra-estrutura e de organizao. Quarto, pelo fato de termosrecebido ajuda financeira apenas da CAPES e da FAPESP.

    Organizar um simpsio com essa complexidade uma tarefa imensa. Professores e alunos(graduao e ps-graduao) do Curso de Psicologia da Universidade Federal do Esprito Santo (UFES)fizeram o melhor para a sua realizao. Meu muito obrigado a todos eles e, em especial, nossasecretria executiva, Zeidi Araujo Trindade, e aos colegas, membros da comisso local, HelerinaAparecida Novo, Ldio de Souza e Sonia Regina Fiorim Enumo.

    Participar da diretoria anterior e da atual, agora como Presidente, foi uma alegria para mim. Meuscolegas de diretoria - Celso Pereira de S, Silvia Helena Koller, Cilio Ziviani e Zeidi Araujo Trindade- foram s cuidado e dedicao. Muito obrigado a todos eles. Agradeo tambm Ana Karina FachiniArajo e Flvia Gonalves da Silva, alunas do curso de ps-graduao em Psicologia da PUC SoPaulo, por terem compartilhado e facilitado meu trabalho como presidente.

    Segundo o Dicionrio Eletrnico Houaiss, simpsio refere-se, de um modo geral, a uma reuniode colegas, que bebem, conversam ou festejam juntos. Significa, em especfico, uma reunio ouconferncia para discusso de algum assunto ou, ento, um encontro no qual diversos oradoresdebatem determinado tema perante um auditrio. Que o nosso simpsio seja, na prtica, umaconfirmao destes significados.

    Muito obrigado a todos.

    Aracruz, 24 de maio de 2004.

    Lino de Macedo

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico 9

    De Caruaru, Pernambuco, a Aracruz, Esprito Santo, chegamos ao X Simpsio da ANPEPP. Os 16anos que marcam a histria dos Simpsios Nacionais da Associao de Pesquisa e Ps-Graduaoem Psicologia ANPEPP, possibilitam um acmulo de experincias e reflexes sobre a ps-gradua-o em Psicologia no Brasil, particularmente no que se refere a sua grande expanso, refletida nonmero expressivo de mais de 500 participantes docentes, pesquisadores e alunos de ps-gradua-o aqui presentes em 2004.

    Nesta perspectiva, o X Simpsio abre espao para a memria dos grandes desafios que os primei-ros programas de Ps-Graduao em Psicologia no pas tiveram que enfrentar para sua implantao,para as dificuldades e perspectivas que se colocam na atualidade e para a valorizao dos laos comnossos parceiros e interlocutores, nas instituies de pesquisa e ps-graduao dos diversos pases daAmrica Latina.

    O espao dos quatro Fruns de Discusso propostos para este Simpsio tica Profissional, Pol-ticas Cientficas, Publicaes Cientficas e Produtividade em Psicologia, e Relao Graduao/Ps-Graduao oportunizam o debate de idias to necessrio ao efetivo exerccio da participao dospesquisadores na construo de propostas coletivas de ao para a rea da Psicologia. fundamental,nesse sentido, que estejamos abertos construo (e re-construo) permanente desses espaos dedebate, paralelamente s atividades voltadas mais diretamente para a produo cientfica.

    Alm disso, a ampliao do nmero de Grupos de Trabalho, bem como dos seus componentes,congregando, num mesmo evento, a rica diversidade de linhas de pesquisa que compe hoje o quadroda pesquisa e ps-graduao em Psicologia no Brasil, bem como a crescente e extremamente bem-vinda participao de alunos de ps-graduao, j nos coloca a necessidade de debatermos o formatodos prximos Simpsios, buscando analisar possveis alternativas que melhor respondam s necessi-dades e aos objetivos gerais propostos pela entidade. Sugerimos que este debate seja desencadeadopela nova diretoria, a ser eleita em agosto prximo, convocando a participao de todos os programade ps-graduao filiados ANPEPP.

    A Comisso Organizadora teve o privilgio de contar com a colaborao de um grupo consider-vel de professores e alunos de graduao e ps-graduao em Psicologia, da Universidade Federal doEsprito Santo, que no mediu esforos para que o Simpsio atingisse seus objetivos. Agradecemos atodos, sem exceo, pelo empenho e dedicao demonstrados nas atividades de planejamento e peladisponibilidade para as atividades de apoio durante a realizao do Simpsio.

    Gostaramos de saudar calorosamente e desejar uma boa estadia no Esprito Santo a todos osparticipantes do X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico da ANPEPP.

    Bons encontros!!!!

    Zeidi Araujo TrindadeHelerina Aparecida Novo

    Ldio de SouzaSnia Regina Fiorim Enumo

    BEM-VINDOS AO X SIMPSIO DA ANPEPP!!!

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico10

    24/05 SEGUNDA-FEIRA08h00 - 15h00 Recepo15h00 Reunio do Conselho de Representantes.17h30 Sesso de Abertura - Diretoria da ANPEPP18h00 Recital com o violonista Maurcio de Oliveira (violonista capixaba premiado

    internacionalmente)18h40 Perspectivas e desafios da ps-graduao em psicologia

    Representante da Diretoria da CAPESComentador: Jairo Eduardo Borges Andrade (UnB)

    21h30 Confraternizao

    25/05 TERA-FEIRA09h30 - 11h30 Intercmbio em pesquisa e ps-graduao na Amrica Latina

    Conferencista: Maritza Monteiro (Universidad Central de Venezuela)Comentadores: Cesar Ades (USP) e Jorge Castell Sarriera (PUC/RS)

    14h00 - 16h00 Reunio dos Grupos de Trabalho16h00 - 16h30 Caf16h30 - 19h00 Reunio dos Grupos de Trabalho20h30 Lanamento de livros

    Espao para a divulgao de Programas de Ps-GraduaoProgramao musical

    26/05 QUARTA-FEIRAManh Atividade livre

    A proposio de um perodo livre tem como objetivo permitir que participantese/ou grupos adequem o tempo de acordo com suas necessidades. Alguns grupospodem, por exemplo, utiliz-lo para aumentar o tempo de reunies ou para apreparao dos painis. Pode ser utilizado tambm para reunies de associaescientficas ou para quaisquer outras atividades de interesse.

    14h00-16h00 Reunio dos Grupos de Trabalho16h00-16h30 Caf16h30-18h00 Reunio dos Grupos de Trabalho18h30-20h30 Memrias: a implantao da Ps-Graduao em Psicologia no Brasil

    Coordenao: Carolina Martuscelli Bori (USP)PUC-Rio (1966) Terezinha Fres-CarneiroUSP Experimental (1970) Ana Maria Almeida CarvalhoPUC-SP Social (1972) Maria do Carmo GuedesUGF (incio 1973, trmino 2004) Clio Ziviani

    21h30 Programao musical

    PROGRAMA

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico 11

    27/05 QUINTA-FEIRA09h00 - 12h00 Fruns de discusso

    tica Profissional Coordenao: Cludio Hutz (UFRGS) e Ricardo Primi (USF/SP)Polticas Cientficas Coordenao: Maria Lcia Seidl Moura (UERJ) e Paulo Rogrio Meira

    Menandro (UFES)Publicaes Cientficas e Produtividade em Psicologia Coordenao: Anna Carolina Lo Bianco (UFRJ), Cleonice Bosa (UFRGS) e

    Oswaldo Yamamoto (UFRN)Relao Graduao/Ps-Graduao Coordenao: ngela Maria de Oliveira Almeida (UnB) e Antnio Virglio

    Bastos (UFBA)

    14h00 - 15h30 Fruns de discusso15h30 - 16h00 Caf16h00 - 18h00 Fruns de discusso18h30 - 19h30 Colocao dos Painis dos GT20h30 Coquetel e exposio dos painis

    Programao musical.

    28/05 SEXTA-FEIRA09h00 - 11h00 Snteses e encaminhamentos dos Fruns de Discusso11h00 - 11h40 Sesso de EncerramentoA partir das 14h00 - Retorno

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico 13

    A OCUPAO DO PSICLOGO:UM EXAME LUZ DAS CATEGORIASDA PSICOLOGIA ORGANIZACIONALE DO TRABALHOCoordenao: ANTONIO VIRGILIO BITTENCOURT BASTOS

    Antonio Virgilio Bittencourt Bastos (UFBA)Elizabeth Joan Barham (UFSCar)Francisco Jos B. de Albuquerque (UFPB)Gardnia da Silva Abbad (UnB)Jairo Eduardo Borges-Andrade (UnB)Jos Carlos Zanelli (UFSC)Ktia Barbosa Macdo (UCG)Livia de Oliveira Borges (UFRN)Maria da Graa Corra Jacques (UFRGS)Maria do Carmo Fernandes Martins (UFU)Mirlene Maria Matias Siqueira (UMESP)Narbal Silva (UFSC)Roberto Heloani (UNICAMP)Sigmar Malvezzi (USP e FGV-SP)Snia Maria Guedes Gondim (UFBA)

    R001 A ocupao do psiclogo: um exame luz das cate-gorias da Psicologia Organizacional e do TrabalhoAntonio Virgilio Bittencourt Bastos (Universidade Federal daBahia)

    A Psicologia Organizacional e do Trabalho, no Brasil, vemacumulando um rico conjunto de estudos sobre variadosfenmenos que caracterizam o mundo do trabalho, nestemomento particular de importantes transies em suasmltiplas dimenses. Dispersos em programas de ps-graduao, pesquisadores elegeram diferentes objetos,distintas estratgias metodolgicas e construram vriosinstrumentos para coleta de dados sobre importantescaractersticas de processos individuais, grupais,organizacionais e ocupacionais. Ao longo desta prtica,foram estudados os mais diversos grupos ocupacionais einmeros contextos organizacionais, constituindo um corpoembrionrio de categorias de anlise sobre o trabalhador eas organizaes brasileiras. A proposta deste GT volta-separa, num trabalho coletivo de pesquisa, utilizar diferentescategorias tericas geradas na rea para o exame daocupao do psiclogo brasileiro, de forma caracterizar astransformaes que marcam a profisso. Assim, o projeto aser construdo e realizado pelos pesquisadores que integrameste GT busca: a) atualizar, em um estudo de mbitonacional, o conhecimento sobre a dinmica e rumos daprofisso do psiclogo no Brasil; e b) aplicar, para acompreenso da dinmica da profisso do psiclogo, ascategorias e mtodos de estudo que vm sendo utilizadospela Psicologia Organizacional e do Trabalho nos programasde ps-graduao nacionais. Estruturado como um amplolevantamento, o projeto consiste de um mdulo bsico, aser aplicado a toda a amostra, caracterizando a inseroprofissional, reas de atuao, atividades, vnculoempregatcio e condies de trabalho, numa rplica dapesquisa original do CFP. A esse mdulo sero agregadas

    em sub-amostras, tambm de abrangncia nacional, anlisede aspectos especficos da profisso que so objeto depesquisa dos integrantes do grupo, a saber: aprendizagemno trabalho e dinmica da carreira; comprometimento coma profisso, organizao de trabalho e entidadesrepresentativas da categoria; significado do trabalho;relaes entre famlia e trabalho; valores ticos e deresponsabilidade social na profisso; transio da escolapara a profisso; estratgias de qualificao e requalificaops insero profissional; cooperao e trabalho em gruposprofissionais; dinmicas de conflito e poder nas equipesmultiprofissionais; suporte social e bem estar no trabalho;sade mental no trabalho; terceirizao e novos campos naprofisso; desemprego, emprego e novas formas de relaesde trabalho na profisso. Com o desenvolvimento do projetode pesquisa, espera-se consolidar vnculos entrepesquisadores da rea no Brasil, o que resultar na produode um livro explorando os resultados obtidos que deverassegurar avanos para esta rea de conhecimento e campode atuao no Brasil.

    R002 Mltiplos comprometimentos no trabalho e esco-lha da profisso entre psiclogos brasileirosAntonio Virgilio Bittencourt Bastos (Universidade Federal daBahia)

    As profundas alteraes no mundo do trabalho, entreinmeros outros elementos, caracterizam-se por mudanasna estrutura de emprego, novas relaes entre trabalhadorese organizaes, redefinio de perfis ocupacionais e dospapis esperados de entidades representativas detrabalhadores. A forma como profissionais estruturam seusmltiplos comprometimentos no trabalho revela-seimportante para o entendimento de como so construdas egerenciadas as suas trajetrias ocupacionais ou carreiras,neste contexto em acelerada transformao. A diversidadeque marca o campo de atuao profissional do psiclogo em termos de reas de atuao e de vnculos empregatcios potencializa escolhas ao longo da carreira que podem sermelhor compreendidas quando relacionadas aos seuspadres de comprometimento no trabalho. Por outro lado,as caractersticas do processo de escolha da profissoparecem ser um elo crucial para explicar diferentes nveisde comprometimento. Neste segmento do projeto depesquisa busca-se analisar como os psiclogos brasileirosorganizam seus mltiplos comprometimentos no trabalho,tomando-se como focos, a sua profisso, sua organizaoempregadora (no caso de possuir vnculo empregatcio) esuas entidades representativas da categoria. De forma maisespecfica, objetiva-se, adicionalmente, analisar a associaoentre nveis de comprometimento com a profisso e com asua rea de atuao, considerando-se as caractersticas doseu processo de escolha vocacional. Em uma amostra depsiclogos inscritos no Conselho Federal de Psicologia, dembito nacional, ainda por ser delineada, pretende-se aplicarverses adaptadas dos seguintes instrumentos, j validadospara o contexto nacional em pesquisas anteriores:comprometimento com a profisso e com as suas reas deatuao (escala proposta por Blau,1985), comprometimentoorganizacional (verso reduzida de nove itens da OCQproposta por Porter et al, 1977); comprometimento com

  • X Simpsio de Pesquisa e Intercmbio Cientfico14

    entidade da categoria (escala adaptada a partir da medidade comprometimento com o sindicato proposta por. Gordonet al.,1980). Finalmente, para a avaliao da escolha daprofisso e das reas de atuao ser utilizada uma escalaconstruda e validada por Bastos, 1998. Os dados seroanalisados atravs de procedimentos e rotinas do SPSS(Statistical Package for Social Sciences, verso 11.0).Inicialmente sero avaliadas as estruturas fatoriais dasescalas utilizadas, assim como estabelecidos os seus nveisde confiabilidade. Aps anlises descritivas, sero utilizadasanlises de cluster para identificar mltiplos padres decomprometimento no trabalho. As associaes entrecomprometimentos, escolha da profisso e demais variveisda pesquisa, sero efetuadas, quando pertinentes, anlisesde varincia (ANOVA) e testes de associao entre 2 paratestar a significncia das variveis (crosstabs), usando-se odiferenas observadas.

    R003 Anlise da relao trabalho-famlia entre psiclo-gos brasileirosElizabeth Joan Barham (Universidade Federal de So Carlos)

    Vrios estudos mostram que as duas esferas maisimportantes na formao da identidade do adulto, hoje,incluem a famlia e o trabalho profissional. No entanto, aspesquisas tambm indicam que existem muitasdificuldades para manter um vnculo profissional comhorrio fixo, em tempo integral, e participarsatisfatoriamente da vida familiar, sobretudo quando asdemandas familiares so intensas. Assim, profissionaiscom um certo grau de controle sobre suas horas e horriosde trabalho tm experimentado diferentes maneiras de lidarcom estes dois envolvimentos, para reduzir os conflitos eestresse causados por esta combinao deresponsabilidades. Nesse sentido, a maneira como ospsiclogos lidam com esta questo especialmenteinteressante. Alm de muitos possurem um certo grau decontrole sobre suas rotinas de trabalho remunerado, a suaformao profissional proporciona-lhes um maiorconhecimento terico de estratgias de enfrentamento deestresse e manuteno do bem-estar pessoal e daimportncia do apego familiar e dos vnculos emocionaispara o bom desenvolvimento de crianas, bem como paraa qualidade de vida de familiares idosos. Dessa forma,alm de obter informaes atualizadas sobre a carreira dopsiclogo, o estudo tambm pode ajudar na discussosobre a flexibilizao de rotinas de trabalho paraprofissionais de outras categorias, alm de colaborar naidentificao de problemas que s podem ser resolvidoscom base num esforo coletivo. Para estudar a questo deconciliao de trabalho e famlia junto a uma amostrarepresentativa de psiclogos brasileiros (por regio do pase tipo de atuao profissional), ser necessrio obter dadossobre: (a) as demandas que enfrentam no trabalho (escalatipo Likert sobre a importncia do papel profissional; horasde trabalho por semana e horrios em que trabalha; e escalade satisfao no trabalho), (b) as demandas familiares(estado civil, corresidncia com filhos ou outros familiaresdependentes; escala tipo Likert sobre a importncia dopapel familiar; horas que dedica a tarefas familiares porsemana), (c) seu bem-estar (escalas tipo Likert dos

    conflitos entre trabalho e famlia, estresse e qualidade devida), (d) recursos usados para ajudar com o desempenhode tarefas profissionais e familiares (checklist) e (e)dificuldades encontradas para melhor combinar estesenvolvimentos. Os dados quantitativos sero analisadosestatisticamente segundo medidas descritivas ecomparativas e ser realizada uma anlise de contedocom os dados qualitativos. Desta forma, ser possveldescrever as maneiras como psiclogos constroem arelao entre trabalho e famlia, em diferentes contextosprofissionais e em diferentes fases da vida.

    R004 Cooperao e trabalho em grupos profissionaisFrancisco Jos Batista de Albuquerque (Universidade Federalda Paraba)

    O ltimo quartil do sculo passado acompanhou oesgaramento entre a formao universitria e a prticaprofissional. At ento havia uma ntida correspondnciaentre a prtica profissional e a formao tcnica recebida.A maioria das profisses se enquadrava em marcosdelimitados e os comportamentos esperados eramconhecidos e portanto mais facilmente instrumentalizadosna vida acadmica e profissional. Na psicologia pelo seuobjeto de trabalho e de estudo estar diretamente vinculadoao desempenho humano, sempre houve uma maior margempara uma certa incerteza e portanto criatividade no mbitoprofissional. O Ministrio da Educao reconheceu este fatoquando atravs de suas diretrizes curriculares estabeleceu apossibilidade de ampla margem de oferta de disciplinas,acabando com a rigidez de um currculo mnimo que eramacro porque na prtica abrangia quase todas aspossibilidades de oferta. Tudo isto gera uma maior incertezaquanto ao delineamento profissional, de sorte que hoje ademanda se d mais por um vis pluralista e dinmico quedeve ser atualizado de acordo com as necessidadessituacionais. Isto muito bom por um lado pois permitemaior flexibilidade e atuao diversificada, porm, por outraparte, dificulta a identidade profissional e a formao degrupos de trabalhos cooperativos. Considerando que umacaracterstica humana a categorizao social que servepara facilitar a apreenso e a construo da realidade, estadeformidade de atuao pode gerar dificuldade na formaode grupos cooperativos dentro da prpria categoriaprofissional, verificando-se uma relao cooperativa maisdeterminada pela situao ocupacional que pela formaoou identidade profissional. Inserido no projeto global dapesquisa, o presente mdulo busca apreender as diversasinter-relaes profissionais, explorando as relaes decooperao estabelecidas pelo psiclogo com psiclogos ecom outros profissionais das reas afins. Estas relaes serocaracterizadas em termos de freqncia, intensidade,objetivos associados s interaes, possveis dificuldadesimplicadas nas relaes e impactos destas interaes para aprtica profissional. Sero construdos, no instrumento geralda investigao, itens abertos e fechados explorando taisquestes. Em uma sub amostra especfica, a compreensoda dinmica de interaes em grupos e equipes de trabalhopoder ser aprofundada, utilizando-se instrumentoscomplementares a serem construdos. Os dados seroanalisados quantitativa e qualitativamente, em funo da

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    sua natureza. Os resultados podero permitir umacaracterizao de como o psiclogo se associa e participade grupos como condio para o seu exerccio profissional.

    R005 Estratgias de qualificao e requalificaops-insero profissionalGardnia da Silva Abbad (Universidade de Braslia)

    As grandes mudanas que caracterizam o mundo do trabalhona atualidade vm obrigando os trabalhadores a lutaremincessantemente contra a obsolescncia profissional. Ospsiclogos, como quaisquer outros profissionais, para serembem sucedidos, necessitam de utilizar estratgias paraenfrentar o desafio da aprendizagem contnua de novascapacidades, habilidades e atitudes (CHAs), exigidas peloseu trabalho tambm cada vez mais complexo. H poucasinformaes sobre estratgias utilizadas por psiclogosbrasileiros para enfrentar esse desafio. Esta pesquisa objetivadescrever as estratgias comportamentais utilizadas porpsiclogos na busca de qualificao e/ou re-qualificaops-insero profissional, bem como levantar as restriessituacionais e contextuais que inibem suas iniciativas decapacitao constante. Uma amostra de psiclogos inscritosem todos os Conselhos Regionais responder a trsquestionrios (eletrnicos ou impressos). Um deles serconstrudo a partir de anlise documental e entrevistas comprofissionais que participaram das discusses ocorridas emmbito nacional sobre as Diretrizes Curriculares para oscursos de Psicologia e definiram um perfil geral decompetncias desejveis ao profissional dessa rea. Oinstrumento de perfil de competncias do psiclogobrasileiro, aps validao por juzes, ser aplicado em umaamostra piloto para validao estatstica. Esse questionrioavaliar o grau de domnio e a percepo dos psiclogossobre a importncia das referidas competncias profissionaispara o exerccio da profisso de psiclogo na atualidade eo grau com que as instituies de ensino superior osapoiaram, em nvel de graduao, para que adquirissem asreferidas competncias. O segundo questionrio coletardados sobre as estratgias de qualificao e re-qualificaoprofissional. Uma parte desse instrumento ser umaadaptao daquele utilizado pelo Conselho Federal dePsicologia em levantamento realizado na dcada de 80,do sculo passado. Sero acrescentadas questes relativasa restries situacionais e contextuais qualificao e re-qualificao e s estratgias comportamentais deenfrentamento e superao dessas dificuldades, percebidaspelos pesquisados. Esta pesquisa pretende comparar osresultados com os obtidos no levantamento da dcada de80, bem como analisar a validade estatstica e aconsistncia interna dos instrumentos. Alm dessasvariveis, sero coletadas informaes demogrficas eprofissionais dos participantes, as quais sero pareadascom as respostas dos mesmos aos questionrios. Os dadosobtidos sero submetidos a anlises exploratrias,descritivas (mdias, desvios padres, freqncias) einferenciais (teste T de diferenas entre mdias, Qui-Quadrado, Correlaes de Pearson e de Spearman. Almdessas, sero realizadas anlises de Regresso Mltipla(stepwise e padro), Anlises dos Componentes Principaise Fatorial e de consistncia interna.

    R006 Aprendizagem no trabalho e dinmica da carreiraJairo Eduardo Borges-Andrade (Universidade de Braslia)

    As mudanas contemporneas nos formatos das organizaes,nos modelos gerenciais e nos postos de trabalho tmproduzido novas exigncias para a grande maioria dasocupaes. Como resultado, profundas transformaes sonelas observadas. A profisso do psiclogo, exercida de formaautnoma ou sob algum tipo de vnculo com organizaes,est igualmente em transformao. O profissional necessitaidentificar, processar e reter informaes, ou adquirircapacidades, que possibilitem melhorar seu desempenho edesenvolver sua carreira. Alm disso, a prpria diversidade,caracterstica marcante da Psicologia enquanto campo deatuao, exige aprendizagem contnua. No de estranhar,portanto, a existncia de uma intensa e prspera oferta deoportunidades, aps a graduao, visando a qualificao ere-qualificao aps a insero no mercado de trabalho.Contudo, tais formas de induo da aprendizagem no podemser consideradas como as nicas maneiras pelas quais oocupante de um posto de trabalho consegue se manteratualizado ou atender quelas transformaes. O foco deanlise deste segmento do projeto de pesquisa ser naaprendizagem no induzida no trabalho. Sero estudadas asestratgias cognitivas e comportamentais que os psiclogosutilizam para aprender no trabalho, sua motivao paraaprender e os ambientes nos quais essa aprendizagemcontinuamente ocorre. Tais fenmenos, alm disso, seroassociados a indicadores da dinmica da carreira nestaprofisso. Uma amostra nacional de psiclogos, inscritos emtodos os Conselhos Regionais, responder voluntariamentequatro questionrios. Dois deles j esto validados no contextonacional: uma escala de mensurao de estratgias deaprendizagem no trabalho e outra de percepo de suporte aprendizagem contnua. Uma terceira escala, que medemotivao para aprender no trabalho, est em fase devalidao. O quarto instrumento, que coletar indicadoresrelativos dinmica da carreira do psiclogo, ser adaptadodaquele utilizado pelo Conselho Federal de Psicologia, emlevantamento extensivo realizado na dcada de 80 do sculoXX. A inteno, neste quarto caso, ser a de utilizar uminstrumento que, alm de possibilitar a associao dessesindicadores com os fenmenos mencionados, gere dados quepossam ser comparados queles obtidos h quase vinte anos.As estruturas fatoriais desses trs primeiros instrumentos demedida sero verificadas, bem como sua confiabilidade. Osdados obtidos sero analisados com o uso de tcnicasestatsticas pertinentes, considerando-se os nveis demensurao das variveis e os objetivos da pesquisa, de modoque seja possvel descrever os fenmenos estudados (ex.:freqncias, percentuais, mdias e desvios padro) eestabelecer associaes entre eles (ex.: correlaes, ANOVAs,Qui-quadrados).

    R007 Caractersticas fundamentais da ocupao dopsiclogo brasileiroJos Carlos Zanelli (Universidade Federal de Santa Catarina)

    H cerca de duas dcadas, sob o patrocnio e coordenaodo Conselho Federal de Psicologia, um grupo amplo depesquisadores brasileiros, vinculados a oito Conselhos

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    Regionais que existiam na poca, realizaram uma pesquisaque resultou, pela primeira e nica vez, em extensacaracterizao da ocupao do psiclogo no territrionacional. Tinha como objetivo principal subsidiar discussessobre o currculo dos cursos de Psicologia brasileiros. Osresultados da pesquisa foram analisados e interpretados porprofissionais expressivos no estudo dos fenmenos em foco.A pesquisa foi divulgada por meio de um livro (Quem opsiclogo brasileiro? So Paulo. EDICON, 1988). Asinterlocues e os trabalhos que se beneficiaram dapublicao, vistos em retrospectiva, certamente justificamo esforo empreendido naquela ocasio. Contudo, levandoem conta as rpidas e intensas mudanas ocorridas nosltimos anos, no Pas e no mundo, hora de atualizar taisconhecimentos. Uma comparao com o produto da referidapesquisa do Conselho Federal de Psicologia permitiraprofundar a compreenso da dinmica e rumos atuais daprofisso. A pesquisa completa que ser realizada pelo GTprecisa contar com a caracterizao de aspectosfundamentais da ocupao do psiclogo no Brasil, comobase sobre a qual os diversos segmentos da proposta centralsero desenvolvidos. Entre tais aspectos, sero investigadasvariveis relativas s caractersticas demogrficas, atividadesmais freqentes, atividades emergentes, uso do tempo nasatividades de trabalho, tempo reservado para o lazer, temporeservado para a famlia, condies de realizao dotrabalho, natureza do vnculo e regime de trabalho,caractersticas da formao profissional, valores ticos,estratgias de aprendizagem, emprego e desemprego,cooperao, carreira e outras categorias (a seremconsolidadas no perodo de trabalho do GT no Simpsioou posteriormente). A amostra de profissionais participantesda pesquisa poder ser proporcional estratificada, distribudaaleatoriamente entre a totalidade dos inscritos nos atuaisConselhos Regionais de Psicologia. Como base para ainterpretao, ser realizada anlise descritiva dos dados,em seus aspectos qualitativos e quantitativos, comcruzamentos entre variveis.

    R008 Terceirizao e atividades emergentes na profissoKtia Barbosa Macdo (Universidade Catlica de Gois)

    Em decorrncia das mudanas no cenrio poltico eeconmico mundial, o mercado de trabalho vem passandopor um processo de transformao. Em todos os camposde atuao, novas formas de contratos e relaes de trabalhosurgem visando a adaptao e sobrevivncia do trabalhador.Assim, o nmero de postos de trabalho diminui, a oferta deprofissionais aumenta e as condies de trabalho no soas mesmas, o que leva profissionais a buscar formasalternativas de atuao. O presente mdulo integra o projetode pesquisa do GT e enfocar a atuao do psiclogo ematividades de terceirizao e empreendedorismo naprofisso, buscando identificar a fora de um possvelmovimento da categoria em direo a essas duas formas deinsero no mundo do trabalho. Assim, neste mdulo, serabordada a atuao de psiclogos em consultorias e ONGsenfocando de modo macro o escopo de atuao einterveno deste profissional, bem como caractersticasdestas novas formas de vnculos profissionais. Os dadossero levantados em amostras de mbito nacional, que

    permitiro analisar e discutir a atuao do profissional depsicologia num mercado de trabalho mais exigente quanto formao e qualificao profissional e mais excludentequanto oferta de vagas. Ao instrumento bsico utilizadona pesquisa, sero agregadas questes abertas e fechadasvoltadas para a coleta de informaes sobre, campos deatuao, empregos anteriores e tipos de vnculosprofissionais anteriores e atuais. Ser includa, tambm, umaavaliao, feita pelo psiclogo, da sua condio comotrabalhador terceirizado e como empreendedor.Adicionalmente, quanto s atividades como terceirizado ecomo empreendedor, sero levantadas informaes sobre arelao percebida entre formao profissional edesenvolvimento de competncias que assegurassem o xitoprofissional nestas duas condies de trabalho. Os critriosdefinitivos para montagem da amostra, categorias doinstrumento para coleta, e tcnicas para anlise, serodefinidos durante a reunio do GT, e possibilitaro acomparao dos seus resultados com os da pesquisarealizada CFP na dcada de 1980.

    R009 Significado do trabalho na profisso de psiclogoLivia de Oliveira Borges (Universidade Federal do Rio Grandedo Norte)

    Temos abordado o significado do trabalho como umacognio subjetiva, scio-histrica e dinmica, caracterizadopor mltiplas facetas que se articulam de diversificadasmaneiras. subjetiva, apresentando uma variaoindividual, a qual reflete a histria pessoal de cada um erepresenta a forma em que o indivduo interpreta e d sentidoao seu trabalho. social, porque alm de apresentar aspectoscompartilhados por um conjunto de indivduos, reflete ascondies histricas da sociedade, na qual esto inseridos. dinmica, no sentido de que um construto inacabado,em permanente processo de construo. Dessa forma, suacaracterizao variar conforme sua natureza scio-histrica. E em decorrncia de seu carter multifacetado, jreferido, temos considerado em pesquisas anteriores asseguintes facetas: (1) atributos valorativos, que so aquelascaractersticas atribudas pelos indivduos ao trabalho como intuito de definir como ele deve ser; (2) atributosdescritivos, que so as caractersticas atribudas ao trabalhopara descrev-lo tal como ele na realidade; (3) hierarquiados atributos, que consiste na ordem de prioridade segundoa qual cada indivduo organiza os atributos valorativos edescritivos; e (4) centralidade do trabalho, que indica aimportncia atribuda pelo indivduo ao trabalho,comparando-o a outras esferas de vida (lazer, famlia,religio e comunidade). Com esta compreenso,desenvolvemos anteriormente um instrumento estruturadoespecfico e validamos com profissionais de sade,bancrios e trabalhadores de uma distribuidora de petrleo.Entendemos que estamos preparados agora para exploraros significados atribudos ao trabalho pelos prpriospsiclogos. Propomos, ento, desenvolver pesquisa decampo com a amostra da populao atual de psiclogo,aplicando as escalas de significado do trabalho do IMST(Inventrio da Motivao e Significado do Trabalho),juntamente com uma ficha sociodemogrfica e outrasescalas que fazem parte do projeto de pesquisa mais amplo

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    do nosso GT. Para processar a anlise dos dados,registraremos as respostas dos participantes em banco dedados e desenvolveremos anlises estatsticas a partir domesmo: estimao dos escores fatoriais, anlise dedistribuio de freqncia, anlise de regresso para explorara associao entre o significado do trabalho, caractersticassociodemogrficas dos participantes e escores de outrasescalas do projeto mais amplo. Outras anlises podero serplanejadas, proporo que o desenvolvimento do projetoavance. Os resultados das anlises estatsticas subsidiaro,por sua vez, nossa reflexo sobre o significado do trabalhopara os psiclogos a luz do referencial terico disponvel.

    R010 Sade mental no trabalho do psiclogoMaria da Graa Corra Jacques (Universidade Federal do RioGrande do Sul)

    Nas ltimas dcadas do sculo XX se assiste uma crescenteateno sade/doena mental dos trabalhadores visto oaumento significativo no nmero de registros nas estatsticasdos servios de sade quanto a distrbios mentais e decomportamento na populao trabalhadora. Diversosestudos e pesquisas tm sido realizados com base emreferenciais tericos e metodolgicos distintos em vrioscampos disciplinares, destacando-se as teorias sobre estresseno trabalho visto o nmero de investigaes realizadas sobreessa temtica. H uma certa unanimidade entre os autoresde que o estresse se constitui em um quadro psicopatolgicoquando se cronifica. Entre os tipos de respostas a estressoresemocionais e interpessoais crnicos no trabalho se encontrao que foi denominado de Sndrome de Burn-out ouSndrome de Esgotamento Profissional (Freudenberger,1975; Maslasch & Jackson, 1981). Tal sndrome prevalente entre trabalhadores na rea da sade (Jardim &Glina, 2000), rea em que se inscreve a grande maioria dospsiclogos. O ltimo estudo em mbito nacional sobre adinmica e rumos da profisso de psiclogo no Brasil datade cerca de 20 anos; portanto, mister se faz a atualizaodessas referncias. Prope-se identificar os ndices de Burn-out entre os psiclogos brasileiros, visando estabeleceralguns vnculos entre sade/doena mental e exerccioprofissional. Opta-se por uma metodologia quantitativa vistoo nmero da amostra, delimitado pelo estudo geral. Prope-se a aplicao da escala de medio de Burn-out (MaslaschBurnout Inventory MBI), adaptada ao contexto brasileiropelo Laboratrio de Psicologia do Trabalho UNB (1998).A partir dos resultados, pretende-se elaborar umaclassificao especfica para a sndrome em estudo entrepsiclogos brasileiros e o cruzamento de variveis entreesses ndices e os dados demogrficos e ocupacionais dessacategoria.

    R011 Dinmicas de conflito e poder nas equipes multi-profissionaisMaria do Carmo Fernandes Martins (Universidade Federal deUberlndia)

    As caractersticas do trabalho no mundo globalizado estoem constante mudana para acompanhar o frentico ritmodas transformaes. Cargos ou funes com atividadesclaramente delimitadas tm ficado cada vez menos comuns.

    O trabalho evolui em termos de diversidade de atividades ede insero, tornado-se cada vez mais heterogneo e delimites mais fluidos. Isto exige dos profissionais, posturaflexvel para atuar em equipes multidisciplinares cujastarefas esto, cada dia mais, sob a responsabilidade do grupotodo. Assim , tambm para os psiclogos. Os limites entreas atividades dos diferentes profissionais que compemessas equipes so pouco definidos. Nessas condies, oaparecimento de conflitos e de disputas de poder quaseinevitvel. Parte fundamental da cultura organizacional, quefacilita determinados tipos de disputas e inibe outros, omodo como o poder flui nas organizaes onde essesprofissionais atuam. Por isso, a identificao daconfigurao de poder mais caracterstica, das bases e dosjogos polticos utilizados nas disputas, importante paracaracterizar as dinmicas de conflito e de poder vivenciadaspelos psiclogos. O estudo desses temas auxiliar oconhecimento dos fenmenos e poder contribuir para amelhoria das condies de trabalho desses profissionais.Por isso, o objetivo deste estudo caracterizar asconfiguraes de poder existentes nas organizaes e nasequipes de trabalho das quais fazem parte os psiclogos edescrever a dinmica dos conflitos existentes, identificandoas bases de poder e os jogos polticos mais utilizados e,secundariamente, identificar as relaes existentes entreformao acadmica, nvel hierrquico do cargo ocupadona organizao ou na equipe, caractersticas scio-demogrficas e bases e jogos de poder utilizados. A amostraser composta de profissionais psiclogos de todo o Brasilque sero contatados com o apoio dos Conselhos Regionaisde Psicologia e dos componentes deste GT. Dada aparticipao voluntria, no possvel prever, nestemomento, o tamanho da amostra. Pretende-se garantir quedela participem profissionais psiclogos que atuem em todoo territrio nacional. Os dados sero coletados com o auxliode escalas vlidas e fidedignas para avaliar configuraes,jogos e bases de poder e de questionrios a ser construdospara coletar informaes sobre composio das equipes edados scio-demogrficos. Os dados coletados serosubmetidos a anlises estatsticas descritivas e inferenciais,a anlises documentais e a anlises qualitativas das questesabertas dos questionrios.

    R012 Suporte social e bem-estar no trabalhoMirlene Maria Matias Siqueira (Universidade Metodista deSo Paulo)

    Suporte social e bem-estar sero interligados neste estudocom vistas a investigar padres de vida saudvel que osprofissionais de psicologia conseguem empreender,independentemente de suas reas de atuao em psicologia,dos formatos institucionais e organizacionais em que atuame das transformaes que o processo mundial de mudanasaceleradas consegue imputar ao seu estilo de vida. Os temascentrais escolhidos assentam-se em uma perspectiva dapsicologia positiva, a qual enfatiza os aspectos quepromovem, fortalecem e protegem uma vida saudvel.Suporte social vem ganhando espao nas investigaes nosltimos trinta anos, revelando-se um tema que permiteampliar o foco de compreenso da vida saudvel, na medidaem que abarca diversas relaes e redes sociais positivas

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    como as que se articulam no seio da famlia, nas interaesde amizade, nas ligaes amorosas, na vida em comunidadeou no ambiente de trabalho. Sua clssica definio divulgadanos anos setenta compreende a existncia ou a possibilidadepercebida de que dentro de redes sociais estabelecidas peloindivduo existem pessoas em que se pode confiar, que sepreocupam com ele, que o valorizam e gostam dele. Bem-estar, por seu turno, um campo de pesquisa psicolgicaorganizado na atualidade em duas tradies de pesquisa:bem-estar subjetivo (BES) e bem-estar psicolgico (BEP).Enquanto para a concepo BES os pesquisadores adotamuma viso de prazer e felicidade e o dimensionam em trscomponentes satisfao geral com a vida, presena deafetos positivos e ausncia de afetos negativos, o conceitode BEP assenta-se em uma viso do desenvolvimentohumano, dimensionado em seis fatores de potencialidades auto-aceitao, relaes interpessoais, autonomia, domniodo ambiente, propsito de vida e crescimento pessoal. Acoleta de dados ser feita atravs da aplicao, a umaamostra nacional de psiclogos, da Escala de Satisfaocom o Suporte Social (15 itens, 4 fatores), e duas escalassobre BES, sendo uma a Escala de Satisfao Geral com aVida (31 itens, unifatorial) e a Escala nimo Positivo eNegativo (14 itens, 2 fatores), todas validadas para a lnguaportuguesa e com ndices adequados de preciso. Serofeitas anlises descritivas para identificar nveis de suportesocial e bem-estar psicolgico e anlises multivariadas parainvestigar interdependncia entre os escores observados dosdois conceitos psicolgicos colocados sob investigao.Anlises sero realizadas tambm para avaliar diferenasentre grupos de psiclogos considerando-se, dentre outrosaspectos, a regio geogrfica de moradia, a natureza dotrabalho e reas de atuao em psicologia.

    R013 Valores ticos e de responsabilidade social na pro-fisso do psiclogoNarbal Silva (Universidade Federal de Santa Catarina)

    No atual contexto de mudanas nas instncias poltica,econmica, social e cultural do Pas, a preocupao comvalores considerados ticos e de responsabilidade socialtornou-se relevante para nortear as aes do psiclogo, sejaqual for o seu campo de atuao profissional. O apego atais valores, enquanto fonte de orientao de condutasconsideradas desejveis no plano das relaes profissionaisimplica na importncia conferida pelos psiclogos adeterminados conceitos, idias ou concepes que devemservir como guias de orientao para suas aes nas relaesde trabalho. A incorporao de valores considerados ticospressupe a aprendizagem e a escolha de conceitosespecficos vistos como moralmente aceitveis numdeterminado agrupamento social. No plano do exerccioprofissional, tais valores, orientariam o psiclogo na adoode comportamentos desejveis no exerccio da sua profisso.Exemplos de alguns valores percebidos como ticos noexerccio profissional da Psicologia podem ser apontados:respeito, integridade, confiana, credibilidade, justia, entreoutros. J a identificao de valores pertinentes s aes deresponsabilidade social implica na compreenso darelevncia das prticas profissionais do psiclogo nos nveisindividual, grupal, organizacional e social comunitrio,

    considerando-se as repercusses de tais prticas em termosde benefcios proporcionados e qualidade de vida nestesnveis de atuao. Nessa instncia especfica de valores,interessa investigar como o psiclogo percebe e avalia arelevncia social do trabalho que realiza. Portanto, afinalidade principal nesta etapa do projeto de pesquisa(valores ticos e de responsabilidade social), a de descrevere interpretar os valores tidos como ticos e deresponsabilidade social, expressos e representados na prticaprofissional do psiclogo no Brasil. Para alcanar talpropsito dever ser definida uma amostra proporcionalestratificada e aleatria dos psiclogos atualmente inscritosnos Conselhos Regionais de Psicologia do Pas. Os dadosdevero ser obtidos a partir de instrumento de coleta dotipo questionrio, que poder conter questes fechadas eabertas. Os dados sero descritos em seus aspectosquantitativos e qualitativos, com a possibilidade decruzamento entre variveis. Depois de sistematizados, osdados sero discutidos e interpretados com base na literaturaque trata do assunto.

    R014 Emprego, desemprego e novas formas de relaesde trabalho dos psiclogos brasileirosRoberto Heloani (Universidade Estadual de Campinas)

    Na atualidade, o mundo passa por grandes e rpidasmudanas. As organizaes nacionais, pressionadas peloprocesso de globalizao, substituem cada vez mais ohomem pela mquina. Dessa forma, novas tecnologias soimplementadas pelas organizaes, obrigando otrabalhador a adaptar-se rapidamente a ela, impondo-lheum novo perfil profissional. Esse processo faz com quetrabalhadores menos qualificados, que executam tarefasrepetitivas e rotineiras, sem exigncia de muitosconhecimentos, possam vir a perder seus empregos. Nessanova lgica econmica, onde os salrios sofrem cada vezmais redues e a educao emerge como a principalferramenta de atualizao, o trabalho torna-se cada vezmais precrio e seletivo. O Estado vem, por meio de umaideologia neoliberal, retirar e diminuir benefcios e direitosdo trabalhador, alterando a relao capital-trabalho;surgem, ento, novas relaes, como o contrato de trabalhopor tempo determinado, que geram, desse modo, osubemprego e o trabalho informal, outra ameaa aotrabalhador, que antes tinha resguardados alguns direitoshistoricamente conquistados. o ressurgimento, pode-sedizer, de modos de explorao dos trabalhadores, similaresaos do passado, nos tempos da escravido. Com a diferenade que hoje so as novas tecnologias que instituem essanotvel servido do trabalhador. Destarte, essasmetamorfoses significativas na conjuntura do trabalhoacabaram gerando complexos fenmenos sociais, polticose econmicos que desembocaram em um fenmenodeveras preocupante: a diminuio dos postos de trabalho.O que constitui um dos ngulos de uma problemticamaior: a precarizao das condies e das relaeslaborais. Por sua gravidade, toda essa dinmica implicouna implementao de medidas paliativas, como o incentivoa programas de qualificao profissional, em um esforo,freqentemente insuficiente, para garantir a sobrevivnciade um grande contingente de desempregados. Esse aspecto

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    contrasta com seu contrrio: em um mundo em que odesemprego provoca angstia em milhares de pessoas,outras sofrem pelo stress causado pelo excesso de trabalho.Fator este que, parece-nos, resvala na questo da identidadecomo processo de mudana, que nos faz questionar nossoestar sendo no mundo, inclusive no mundo das relaesde trabalho, profundamente conectado ao desenvolvimentopessoal, auto-estima e ao sentimento de ser til para acoletividade. Com base em tais elaboraes conceituais, propsito deste segmento de pesquisa do GTPOT/ANPEPP/2004 analisar o emprego, o desemprego e asnovas formas de relaes de trabalho dos psiclogosbrasileiros.

    R015 A pesquisa sobre identidade e carreira profissio-nal um desafio para a psicologia organizacionalSigmar Malvezzi (Universidade de So Paulo e FundaoGetlio Vargas)

    A Psicologia Organizacional tem sido desafiada em suasbases, desde que o foco no desempenho foi questionadocomo seu objeto prioritrio, nos anos 60, com o debate sobrea heteronomia do trabalhador. A emergncia de novosobjetos como a qualidade de vida no trabalho e a sade dotrabalhador, no somente colocaram outros referenciais nocenrio do estudo do trabalho, como expuseram de modoconstante e crescente a complexidade desse capo deinvestigao. Essa evoluo pode ser facilmente constatadana popularizao de mtodos alternativos de investigaocomo a histria de vida e os estudo de caso, bem como nainvestigao de objetos, como o conhecimento tcito, queno partilham da organizao racional do mundo (comoapregoa a tradio epistemolgica positivista). Agregandomais complexidade a essas questes, aparece, recentemente,a intensificao do estudo da identidade e da carreiraprofissional. O desafio dos estudos sobre carreira emergiumais claramente, quando o modelo de carreira tradicional(ascenso previsvel e linear na remunerao, nacomplexidade das tarefas e na responsabilidade) comeoua ser substitudo pelo modelo de carreira sem fronteiras(mobilidade irregular, imprevisvel e desprovida de sinaisseguros de progresso). Tal como na psicologia evolutiva, oestudo de carreira tem que explicar comportamentos quemudam, tentando identificar as constantes que regem essasmudanas a partir de padres e critrios que se apresentamlbeis como lquidos (Bauman, 2000). Essa labilidade darealidade organizacional foi estudada por Cooper (1998)levando-o a concluir uma proposta estranha: que se substitua,na lngua inglesa a palavra conhecimento (understanding),pela palavra conhecimento compartilhado (interstanding)como uma forma mais apropriada para a compreenso darealidade atual. Nessa linha evoluem os estudos sobrecarreira e identidade profissional. Tem sido difcil acomparao entre carreiras e a investigao do conceito demobilidade. Nesses estudos, tem sido um desafio olevantamento de hipteses que permitam enquadrarcategorias de fenmenos que tm sido tradicionalmentealinhados como pertencentes ao mesmo conjunto. Esse ocaso observado em recente pesquisa emprica (ainda noconcluda). difcil estudar a influncia da rede (capitalsocial) na mobilidade profissional das pessoas porque

    aparentemente, em cada caso, a rede funciona de uma certamaneira. Em vista de problemas como esse, a PsicologiaOrganizacional tem sido chamada a rever suas basesepistemolgicas e a diversidade de suas metodologias.

    R016 A formao em psicologia e o ingresso no mercadode trabalho: os psiclogos esto preparados para aatuao profissional?Snia Maria Guedes Gondim (Universidade Federal da Bahia)

    A educao geral e a profissional estreitaram seus laos apartir da multiplicidade de mudanas, que instituiu novasrelaes internacionais nos planos econmico, social,cultural, poltico, tecnolgico e dos sistemas de produo.O ensino passou a estar no centro das discusses sobrereestruturao produtiva e mercado de trabalho, tornandoquase impossvel ignorar a confluncia entre organizaeseducacionais, empresas e comunidade. No Brasil, aimportncia crescente da educao para garantir odesenvolvimento sustentvel estimulou o movimento decriao de novas instituies formadoras de nvel superior.Tais organizaes educacionais ingressaram em umacompetio para atrair o pblico que almeja o terceiro grauna esperana de obter melhores oportunidades de trabalho.No caso da Psicologia, a nfase na formao clnica,historicamente predominante, cede espao para outras reas,tais como, social-comunitria, sade-hospitalar eorganizacional-trabalho. Embora muitas destas novasinstituies de ensino no tenham lanado no mercadogrande nmero de profissionais, percebe-se que as novasdemandas repercutem tanto nas instituies formadorastradicionais, que esto redefinindo seu processo deformao, quanto naqueles que atuam no mercado, quebuscam formao complementar, como uma alternativa parase ajustar s novas demandas de trabalho. O objetivoprincipal do presente mdulo do projeto de pesquisa o deanalisar a relao entre a formao profissional do psiclogobrasileiro e sua insero no mercado de trabalho. Para tal,sero elaboradas algumas questes fechadas e abertas aserem incorporadas no instrumento padro da pesquisanacional, cuja amostra ser selecionada a partir de cadastrodo Conselho Federal de Psicologia. No que tange formao, as questes sero elaboradas a partir dos seguintestpicos: dados da instituio formadora, nfase curricular,ano de concluso, formao terica e prtica da instituiode ensino, formao complementar (extra-universidade) esuas relaes com as demandas profissionais atuais dopsiclogo. No que se refere insero no mercado detrabalho, as questes sero formuladas com base nosseguintes aspectos: ano do primeiro vnculo profissional (ouprimeiro emprego), rea de atuao, habilidades cognitivas,atitudinais-comportamentais, interpessoais e tcnicasdemandadas na atividade profissional e, por ltimo,principais dificuldades vivenciadas na atuao profissional.As questes abertas sero analisadas luz das tcnicastemtica e estrutural de anlise de contedo qualitativa, eas questes fechadas sero analisadas por meio deprocedimentos do SPSS (Statistical Package for SocialSciences, verso 11.0), para fins de anlises descritivas etestes de associao entre variveis (crosstabs), com usodo 2 para testar a significncia das diferenas encontradas.

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    A PSICOLOGIA SCIO-HISTRICAE O CONTEXTO BRASILEIRO DEDESIGUALDADE SOCIALCoordenao: BADER BURIHAN SAWAIA

    Ana Mercs Bahia Bock (PUC-SP)Bader Burihan Sawaia (PUC-SP)Claudia Leme Ferreira Davis (PUC-SP e FCC)Deise Mancebo (UERJ)Helerina Aparecida Novo (UFES)Ktia Maheirie (UFSC)Maria de Ftima F. Martins Cato (UFPB)Maria Regina Namura (UNITAU)Marilene Proena Rebello de Souza (USP)Marisa Lopes da Rocha (UERJ)Srgio Ozella (PUC-SP)Slvia Tatiana Maurer Lane (PUC-SP)Snia Margarida Gomes Sousa (UCG)Sueli Terezinha Ferreira Martins (UNESP-Botucatu)Vanda Maria Junqueira Aguiar (PUC-SP)

    Alunos de ps-graduaoBranca Maria de Meneses (PUC-SP)Elizabeth Ma. Andrade Arago (UFES)Juliana de Castro Chaves (PUC-SP)Maria Dionsia do Amaral Dias (PUC-SP)

    R017 Desafios metodolgicos da Psicologia Scio-HistricaAna Mercs Bahia Bock (Pontifcia Universidade Catlica deSo Paulo)

    O desafio metodolgico, na perspectiva scio-histrico, a busca da compreenso da gnese do fenmenopsicolgico, na sua relao essencial com as condies devida. A esse desafio se soma a finalidade transformadoradas cincias de base marxista. No se busca descriodetalhada do fenmeno, mas sim as relaes que constituemo fenmeno e seu movimento contraditrio. Essas relaesno esto na aparncia, o que exige, como metodologia, opensamento categorial. Categorias de pensamento e anlisedevem indicar as relaes essenciais. Criadas a partir daviso da gnese/ do processo de constituio do fenmenopsicolgico, surgem as categorias: atividade e conscincia,correspondendo aos dois processos essenciais: ao dohomem sobre o mundo e seu pensamento simblico. Opsicolgico surge assim, como relao indissocivel entreas aes e o pensamento. Com estas duas categorias se pode,a partir do emprico chegar ao concreto, emprico pensado;concreto como sntese e como resultado. Com estaspontuaes se pretende debater a execuo do trabalho deinvestigao em Psicologia. O que se busca? A produohistrica da significao, seja como significado social, sejacomo sentido pessoal. Pesquisando-se o significado/ sentidopessoal qual a contribuio transformadora da Psicologiascio-histrica? Aqui agrega-se, como uma questometodolgica: o compromisso social da Psicologia, comocincia. Nessa pequena reflexo metodolgica se pretenderetomar questes importantes que so referenciadas na

    pesquisa positivista e necessitam ser revistas na perspectivadialtica: o emprico, a pesquisa quantitativa, generalizaescomo finalidade, tcnicas de coleta de dados, organizaoe sistematizao dos dados.

    R018 Para no esquecer do irredutvel humano: a subje-tividade como idia tico-reguladora da reflexopsicossocial da excluso/incluso socialBader Burihan Sawaia (Pontifcia Universidade Catlica deSo Paulo)

    Refletir sobre a subjetividade, no s como determinadapelo contexto sociocultural, mas tambm como potncia decriao. Em outras palavras, abordar a subjetividade comoidia tico-reguladora da anlise do processo de excluso/incluso, o que significa introduzir a ontologia do ser datransformao e da resistncia na anlise da desigualdadesocial para superar ortodoxias e reducionismos tericos tantoeconomicistas-estruturalistas quanto psicologizantes.Afirmar que a subjetividade determinada socialmente, masno reflexo ou espelho do real, no novidade paranenhum de ns, mas uma tese que precisa ser reafirmadapara (re) avivar uma outra (essa sim, uma idia abandonadapela Cincias Humanas) a de que a subjetividade e asociedade contm uma ontologia, o que significa que aproblemtica do sujeito lhes inerente. O combate(necessrio) s explicaes psicologizantes e naturalizantes,eliminou das anlises da relao homem /sociedade tudoaquilo que tem importncia na definio da pessoa comopotncia vital e de criao. Justamente,o irredutvelhumano, qualidade que possibilita a transformao social,por meio dos coletivos que as singularidades configuram.Coletivos constitudos de, o homens vivos queexperimentam a vida de forma singular e que pemfinalidades histria (embora nem sempre as realize comoprevia), ultrapassando as determinaes sociais.Taisreflexes sero feitas a partir de uma pesquisa que realizeisobre moradores de rua, intitulada: O Sofrimento tico-poltico como indicador da excluso /incluso: um estudoda experincia subjetiva de moradores de rua na cidade deSo Paulo.

    R019 Desenvolvimento cognitivo, mediao social e tec-nologia educacional: novas modalidades de apren-der, ensinar e avaliar no ensino regularClaudia Leme Ferreira Davis (Pontifcia Universidade Catlicade So Paulo e Fundao Carlos Chagas) Colaboradores: CesarNunes (OORT Tecnologia e Escola do Futuro USP/SP); MarinaNunes (Fundao Carlos Chagas e Colgio Santa Cruz).

    O objetivo desse trabalho foi o de mostrar como as novastecnologias em educao podem ser utilizadas parapromover a cognio e a metacognio de modo maisinstigante e motivador, seja no que concerne ao processode ensino-aprendizagem, seja no que diz respeito avaliao educacional. Do ponto de vista social, arelevncia da investigao est em tentar tornar os alunosaprendizes mais conscientes e reflexivos, concorrendo paradiminuir as desigualdades educacionais presentes no pas.Para tanto, com base nos pressupostos da teoria scio-histrica e, notadamente, no impacto da mediao social

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    no desenvolvimento cognitivo, foi desenvolvido umsoftware educacional voltado para alunos da 8 srie doEnsino Fundamental. O mtodo empregado consistiu em:a) identificar situaes problema na rea de Matemtica,que permitissem o emprego de mais de uma estratgiacognitiva, ou seja, aquelas nas quais pelo menos doisheursticos pudessem ser empregados; b) levantar ospadres de erro passveis de serem cometidos pelo pblico-alvo em cada uma das atividades propostas; e, c) fornecer,em funo da natureza dos erros identificados, feedbacksque promovessem, paulatinamente, a construo daresposta esperada e a conscincia de como se chegou aela. Os resultados alcanados mostram-se promissores paraa oferta de um processo de ensino-aprendizagem-avaliaomais em consonncia com as demandas e possibilidadesda contemporaneidade, permitindo que se ensine, aprenda-se e/ou avalie-se no apenas contedos curriculares, mas,tambm, outras dimenses cognitivas.

    R020 Trabalho docente: poltica e subjetividadeDeise Mancebo (Universidade do Estado do Rio de Janeiro)

    O Trabalho prope a problematizar os principais aspectose dificuldade terico-metodolgicas que se apresentam nombito da pesquisa Trabalho docente: polticas esubjetividade (1990-2000). A pesquisa concebida nainterface da psicologia e das cincias sociais- procuraarticular discusses sobre o processo de globalizao emcurso; desenvolve-se na necessria anlise deste campotemtico com as novas ordenaes polticas, econmicas esociais por que passa o mundo; para aprofundar um dosaspectos destas modificaes: a produo de novassubjetividades no campo especfico do trabalho docente.Entende-se que o espao universitrio compe-se de umcomplexo campo de foras, como lugar privilegiado deproduo de conhecimento, espao de aglutinao eformao de diversos profissionais e da construo deregimes de verdade que, em conjunto, constituem-se empilares de sustentao de muitas sociedadescontemporneas. Aposta-se, assim, na possibilidade daanlise do trabalho, nesse campo especfico, poder traduzirexpresses mais gerais da complexidade dessa temtica. Osprocedimentos metodolgicos objeto de problematizaoneste trabalho incluem: uma reviso da bibliografia maisrecente sobre trabalho, educao superior e produo desubjetividade na contemporaneidade e a realizao depesquisa de campo, incluindo:1) uma anlise sistemtica edetalhada das situaes de trabalho e sade dos docentes;2) a realizao de entrevistas individuais semi-dirigidas e3) a anlise coletiva do trabalho, conforme fundamentaodas anlises ergonmicas de linguagem francesa. (CNPq;FAPERJ; CAPES; UERJ).

    R021 Juventude, violncia e processos de emancipaoHelerina Aparecida Novo (Universidade Federal do EspritoSanto)

    Estamos observando que a forte sensao de inseguranapblica nas grandes cidades vem alimentando as velhasidias e prticas de criminalizao dos movimentos sociaise dos setores sociais menos favorecidos economicamente.

    As demandas por um sistema penal mais rgido, por umprocesso educativo mais disciplinar, por mais controlesobre a vida dos jovens permeiam at os maisprogressistas discursos das chamadas polticas deincluso dos sujeitos em situao de risco. Mais umavez, sob outras vestimentas, encontramos o velho mito darelao pobreza e violncia estabelecendo parmetros quedefinem os modos exemplares de viver, pensar, sentir,impondo as margens alm das quais esto colocados opotencial perigoso, portanto, aquilo e aquele que se devetemer o horror. De que forma a Psicologia Social,enquanto campo de conhecimento e transformao socialconstri seu espao de ao comprometido com odesmonte de armadilhas desta lgica do capital? Nesteterritrio da contemporaneidade, as possibilidades deconstruo dos espaos de vida dos jovens encontram-sebarradas pelos processos de invisibilizao,emudecimento, estigmatizao e aprisionamento das suasmltiplas e diversas configuraes de sujeito. Estajuventude ameaada e aprisionada em imagens romnticas,espelhos de bem ou mal, busca seu reconhecimento nosdiversos arranjos que o imprio da fugacidade permite.No espao desta reunio do GT, estarei abordando de umlado, o papel dos meios de comunicao enquanto agentesprivilegiados de formao de opinio e (re)produo destesmecanismos de controle dos corpos e mentes atravs domedo, ressentimento e impotncia. De outro, estareidiscutindo os resultados de uma pesquisa realizada emRecife, com artistas (msicos, danarinos, atores) quedesenvolvem atividades artsticas com jovens pobres, nagrande maioria provenientes das mesmas comunidadesonde estes artistas vivem. O objetivo da pesquisa buscarcompreender o papel da arte no processo de educaoemancipatria destes jovens, bem como as concepesdestes artistas do seu prprio lugar enquanto educadores,considerando justamente o contexto de relaes que marcao lugar do jovem (principalmente os pobres) no territrioda violncia atual.

    R022 Processos de criao em contextos de desigualdadesocialKtia Maheirie (Universidade Federal de Santa Catarina)

    Ao concebermos o sujeito como sendo constitudo econstituinte do contexto social no qual est inserido,podemos passar a compreender o modo como seprocessam as atividades criadoras nos sujeitos em processode excluso/incluso social, entendendo-as de formahistrica e culturalmente construdas, e envolvendo umalinguagem reflexiva e afetiva, ao mesmo tempo.Entendemos como reflexiva toda atividade humana queobjetiva uma racionalidade e, como afetiva as objetivaesque contemplam as emoes e os sentimentos. Portanto,nos processos de criao, os sujeitos, em contextos dedesigualdade social, unificam dialeticamente aaprendizagem de conhecimentos j subjetivados, numapostura afetiva, a qual implica sempre em relaes depercepo, imaginao, sentimentos e emoes. Nestadireo, ele desconstri os elementos da realidadepercebida at ento, transformando os objetos percebidospor meio da imaginao a qual, dialeticamente, se objetiva

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    como negao das imposies do contexto real. Esteprocesso, prprio do domnio da afetividade humana,dialetiza as antteses ordem-caos, determinismo-liberdadee reflexo-emoo, objetivando-as em produtos da criao.Assim, conhecimento, ao e afetividade passam a serelementos de um mesmo movimento, os quais seprocessam a partir do determinismo presente na leitura daobjetividade, de uma maneira que , necessariamente,reflexivo-afetiva. Neste movimento, o sujeito realiza umanegao do passado (suas experincias concretas), emfuno de um porvir (suas projees futuras), seconstituindo, assim, numa articulao temporal. Ao mesmotempo, realiza uma negao dos limites vivenciados emsua situao em funo de novas possibilidades de atuao.Os sujeitos, inseridos em processos de excluso social, aoatuarem criativamente em seu cotidiano, inscrevem suasubjetividade na objetividade do contexto, transformandoa materialidade para si e para os outros, numa objetividadesubjetivada, como negao dialtica do determinismo deum contexto, seja transformando ou mesmoreproduzindo, j que nele deixa, necessariamente, amarca da subjetividade. Nesta perspectiva, ao objetivar, osujeito denuncia uma situao, aponta limitaes e indicapossibilidades a seus iguais. De qualquer forma necessrio destacar que o que envolve este processo comoum todo deve ser compreendido sempre como um produtohistrico-social, portanto completamente inserido notempo/espao no qual se d, a partir das condiesobjetivas do contexto. Criar objetivar uma subjetividadesingular, que se acha inserida num determinado contexto,mas o produto da criao de qualquer sujeito deve sercompreendido como uma totalizao em curso, contendotoda a humanidade na interioridade do seu ser.

    R023 Reflexes tericas metodolgicas sobre a teoria dasrepresentaes sociais luz da perspectiva psico-scio-histricaMaria de Ftima F. Martins Cato (Universidade Federal daParaba)

    A anlise dos fundamentos conceituais da teoria dasrepresentaes sociais que trazemos para reflexo, partedo pressuposto que a construo de uma abordagemterica/metodolgica envolve uma concepo desociedade, de Individuo e de conhecimento que se colocampara alm de uma viso instrumental de mtodo. Entende-se assim, que a abordagem do real para conhec-lo revelauma compreenso do que essa realidade e o homem nainter-relao com ela. Vislumbra-se que a questo doterico/metodolgico indissocivel de uma abordagemontolgica e epistemolgica. Reflete-se que ospressupostos que embasam um conhecimento soproduzidos historicamente, expressando questespresentes na vida concretas dos homens. SegundoMoscovici o metassistema, ou seja, a sociedade por nsentendida como uma produo histrica dos coletivos, constituda por regulaes sociais que controlam, verificame dirigem os processos cognitivos. Discute-se sobre aconstruo de um conhecimento por meio dasrepresentaes sociais, o que requer que esseconhecimento seja construdo de forma compartilhada por

    um grupo de pertena, colocando-se simultaneamente entreo individual e o social, ultrapassando a dicotomiaindivduo/sociedade. Este estudo tem como objetivorefletir sobre os fundamentostericos/metodolgicos, quenorteiam a prtica profissional desta pesquisadora, acercada teoria das representaes sociais luz da perspectivapsico-scio-histrica. Visa elucidao das questes dasociedade, da histria e do sprocessos psquicos naelaborao de representaes sociais, indaga-se assimsobre, Quais os fenmenos de investigao, Quais asconcepes de indivduo e sociedade e quais osprocedimentos metodolgicos de pesquisa e intervenoque permeiam os objetos de estudo desta pesquisadoraem representaes sociais? Observa-se que a identificaodo fenmeno neste campo de investigao reflete ainterrelao entre pensamento social e prticas sociais.Reflete-se sobre os pressupostos que embasam umconhecimento e sua produo histrica, expressandoquestes presentes na vida concretas dos indivduos e aproposio abrangente das representaes sociais nosentido de apreender as relaes entre processos sociais eprocessos cognitivos aos quais as referidas indagaes sesubordinam.As representaes sociais organizam-se comoum saber do real que se estrutura nas relaes do homemcom este mesmo real, extrapolando categorias puramentelgicas e enquanto formas de conhecimento, so estruturascognitivo-afetivas que precisam ser entendidas a partir docontexto que as engendram e de sua funcionalidade nasinteraes sociais do cotidiano. necessrio, ainda, quese questione sobre quais so as prticas correntes no grupoque se deseja investigar e, se estas envolvem o fenmenoa ser pesquisado a partir do qual delimitado o objetosocial de estudo,elaborado os procedimentos de coleta eanlise dos dados e os procedimentos de interveno.

    R024 O sentido do sentido em Vygotsky: uma aproxi-mao com a esttica e a ontologia do ser social deLukcsMaria Regina Namura (Universidade de Taubat)

    O caminho trilhado para compreender a categoria sentidoadotou o procedimento explicitado pelo prprio autor: aanlise do subtexto. Neste trabalho, o enunciadovygotskiano de que todo discurso tem um subtexto,apreendeu a rede de pressupostos que perpassam ocontexto histrico-literrio e cientfico da pocaencontrando na arte e na esttica a raiz da categoria sentidode Vygotsky. incomensurvel a contribuio dasvertentes que priorizam a mediao semitica do sentido,mas a anlise gentica revelou que a esttica imprescindvel na configurao do sentido, destacandotambm o carter ontolgico e o mtodo que foi sendoconstrudo na anlise da tragdia de Hamlet e na Psicologiada Arte. Sustentado na tradio aristotlica da tragdia,na reedio da tragdia do Renascimento em Shakespearee no simbolismo russo, Vygotsky chega concepopsicolgica da atividade artstica e ao sentido como aexpresso reveladora da atividade superior do homem: acriao da arte e da vida. O sentido concebido como asoma de todos os fatos psicolgicos na ltima obra doautor, na psicologia da arte a sntese psicolgica. Essa

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    distino sinaliza os pressupostos marxistas. O sentido nose reduz semntica das palavras, pode se separar, sepreservar, ultrapassar e at existir sem palavras, uma daspassagens fundamentais para reforar a noo de afetivo-volitivo do subtexto atrelado experincia e aos modosde ser e de existir do homem. A arte/esttica comparece,no pensamento vygotskiniano, como mtodo e umadimenso constitutiva do sujeito e da subjetividade; pode-se falar de uma epistemologia ontolgica que se torna umdiferencial em relao s aproximaes culturalistas,interacionistas, construtivistas e historicistas do sentido.Essa constelao esttico-ontolgica d impulso superao das cises clssicas da psicologia, pois o sentidono se esgota na palavra e a dimenso semntica da palavrano esgota a configurao do sentido. A esttica seapresenta, no como ornamento, mas cria formas em quese experimenta o sentido profundo da vida. A unidade deanlise a palavra significativa ou a palavra com sentido consubstancia o sujeito da/na prxis social, o fruidor ecriador da arte e da vida, diferentemente do processo deatribuio de sentido e do mapeamento dos significados esentidos como produtos da subjetividade. A proposioda categoria sentido focalizando as emoes, as afecese a experincia do sujeito, isto , enquanto potencializadordas transformaes no s no plano da linguagem e daaprendizagem cultural, mas pelas experincias criativas eemancipadoras, pelos laos afetivos significativos, eformas de agir em face dos processos de incluso/exclusosocial, conforme discusso do Nexin Ncleo de Estudosda dialtica incluso/excluso fica enriquecida com oaporte da dade esttico-ontolgica. O recorte esttico-ontolgico do sentido, que resgata o homem da vida reale a humanidade nas condies de existncia, foi possvelpela leitura de Marx e Lukcs que trabalham a questo dosentido como uma questo ontolgica e no sepistemolgica, e esto fundamentados na prxis social.Desse modo, a anlise do sentido voltada mais para umaontologia do que para uma epistemologia, assegura asdeterminaes sociais e objetivas da constituio do sujeitono enfrentamento da realidade, e o sentido no desliza paraconstrues semiologizadas ou das filosofias lgico-lingusticas. Em funo disso pode-se reivindicar umdeslocamento da anlise do discurso para a anlise dosentido. A Anlise do Sentido, como ferramenta terico-metodolgica, busca a constituio do sujeito noenfrentamento da realidade, e no a construo do discursoonde se insere ou se encontra o sujeito. O sentido emanadas reais condies de ser e existir do indivduo na dialticados processos de incluso/excluso social, das formas deproduo e reproduo do homem, da vida, da sociedade,motivo pelo qual a tragdia paradigmtica.

    R025 Etnografia e sua importncia para a compreensodos processos escolaresMarilene Proena Rebello de Souza (Universidade de SoPaulo)

    Este trabalho tem como objetivo discutir a importnciada perspectiva etnogrfica enquanto abordagemqualititativa para a compreenso dos complexos processosque ocorrem no cotidiano escolar. Sua importncia se d,

    fundamentalmente por permitir que o pesquisadorpermanea de forma prolongada em campo, tenha comotarefa documentar o no documentado e desenvolvaestratgias para conhecer os processos estudados naperspectiva dos valores e significados atribudos por seusprotagonistas. Cada um desses princpios est ancoradoem um referencial terico que permita a compreenso dofenmeno estudado por meio de um processo contnuo deanlise dos vnculos sociais desenvolvidos entrepesquisador e participante, bem como do contexto poltico,social, histrico e cultural em que determinadas aes sodesenvolvidas. Nesse sentido, nenhuma anlise neutra,assim como nenhum registro passvel de neutralidade,cabendo ao pesquisador explicitar da forma mais clarapossvel as condies em que tais abservaes oudepoimentos foram obtidos e a partir de que perspectivaterica so analisados. Desde 1997, venho desenvolvendoatividades de pesquisa no Programa de Psgraduao emPsicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano,utilizando esta perspectiva com base nos trabalhosrealizados por pesquisadores mexicanos, cujas principaisreferncias encontram-se nas produes de Elsie Rockwell,Ruth Mercado e Justa Ezpeleta. Os trabalhos de pesquisaque tenho orientado (Mestrado, Iniciao Cientfica) naperspectiva etnogrfica versam sobre a escola pblicapaulista e centram-se em conhecer como educadorescompreendem determinados aspectos presentes na escolaa partir da vigncia de polticas pblicas baseadas no quese denomina inovao educacional, tais como: classede acelerao, progresso continuada, professorcoordenador pedaggico, incluso da pessoa comdeficincia e projeto poltico pedaggico. Considero queos grandes desafios presentes na pesquisa etnogrfica emPsicologia Educacional/Escolar encontram-se basicamentena delimitao do objeto de estudo, de forma a no perdera relao entre particularidade e totalidade; noestabelecimento de vnculos que propiciem a relaosujeito-sujeito; na grande quantidade de dados presentesno processo de anlise, exigindo um trabalho rigoroso edetalhado de compreenso do universo pesquisado; naclareza do relato de pesquisa produzido, fruto de vriasetapas intermedirias de descrio e anlise da temticaestudada. A possibilidade de aprofundamento da temticaestudada a partir de seus protagonistas tem permitidocompreender aspectos dos bastidores escolares e daspolticas pblicas vigentes, indicando caminhos pelos quaisa pesquisa poderia contribuir para a melhoria da educaoescolar brasileira.

    R026 Pesquisa-interveno e os desafios tericos-meto-dolgicos das prticas institucionaisMarisa Lopes da Rocha (Universidade do Estado do Rio deJaneiro)

    Este trabalho tem por objetivo discutir os pressupostos dapesquisa-interveno que vem viabilizando a construode espaos de problematizao coletiva junto s prticasde formao e potencializando a produo de um novopensar/fazer educao. A pesquisa-interveno em nossaexperincia faculta um duplo e simultneo projeto: porum lado, redimensiona a formao acadmica dos

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    profissionais de psicologia, apontando para a perspectivascio-histrico-poltica; por outro, constri novas basespara as aes dos psiclogos nas instituies, contribuindopara a organizao de equipes que queiram assumir odesafio de colocar em anlise suas implicaes com asprticas produzidas, entendendo as situaes cotidianascomo acontecimentos sociais complexos, determinadospor uma heterogeneidade de fatores e de relaes.

    R027 Pesquisar ou construir conhecimento: o ensino dapesquisa na abordagem scio-histricaSergio Ozella (Pontifcia Universidade Catlica de So Paulo)

    Este artigo pretende no uma proposta nova ou originaldentro do que se produziu na psicologia scio-histrica ato momento mas sim uma tentativa, a sim original, tentaruma integrao entre o pensamento de Vigotski e asreflexes de Gonzlez Rey sobre a questo do mtodo naconstruo do conhecimento em psicologia. Ele demonstraum esforo de articulao entre os dois autores neste aspecto,na medida em que, enquanto Vigotski prope um novomtodo, Gonzlez Rey discute (e avana) a questo daepistemologia, mais do que da metodologia. Apresentamosos principios propostos por Vigotski na proposta de umanova metodologia para uma psicologia cientfica e,comparativamente, os articulamos com a proposta deGonzlez Rey de princpios bsicos e fundamentais para seentender a epistemologia qualitativa como superao (nooposio) de uma epistemologia quantitativa na produodo conhecimento na psicologia scio-histric