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ANAIS DA V JORNADA DE ANÁLISE DO COMPORTAMENTO DA UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA
ISBN: 978-85-7846-441-7
04 E 05 DE MAIO DE 2017 ANFITEATRO CYRO GROSSI – CCB – UEL
LONDRINA – PARANÁ – BRASIL
OBJETIVOS DO EVENTO
I. Apresentar as Linhas de Pesquisa e os Temas para Orientação de Pesquisas ofertados pelo Programa Mestrado em Análise do Comportamento da UEL;
II. Promover e divulgar os trabalhos desenvolvidos no Programa Mestrado em Análise do Comportamento da UEL;
III. Promover e divulgar a Análise do Comportamento para profissionais e estudantes interessados em fazer pós-graduação stricto-sensu na área;
IV. Avaliar as contribuições da Análise do Comportamento para a formação de docentes e pesquisadores em nível de mestrado;
V. Fomentar intercâmbio entre a Análise do Comportamento com outras áreas do conhecimento;
VI. Possibilitar a apresentação e divulgação de trabalhos científicos envolvendo a Análise do Comportamento em contextos de pesquisa e intervenção;
VII. Estimular o desenvolvimento e a divulgação de produção científica, tecnológica e cultural no campo da Análise do Comportamento.
COMISSÃO ORGANIZADORA
Coordenadores
Carlos Eduardo Costa
Camila Muchon de Melo
Anne Carolynne Bogo
Beatriz Miyuki Suzuki
Glisiane Zolim Canali
Comissão Científica
Deivid Regis dos Santos
Mariana Carolina Ferreira Batista
Allan Patrick de Souza Domingos
Alex Eduardo Gallo
Cassiana Stersa Versoza Carvalhal
Célio Roberto Estanislau
Edneia Perez Hayashi
Guilherme Bracarense Filgueiras
Josiane Cecília Luzia
Josy de Souza Moriyama
Lucilla Maria Moreira Camargo Simões
Maria Luiza Marinho Casanova
Nádia Kienen
Silvia Cristiane Murari
Renata Grossi
Maria Rita Zoéga Soares
Silvia Regina de Souza
Renata Grossi
Taimon Pires Maio
Verônica Bender Haydu
Wagner Rogério da Silva
Secretaria
Marcela de Oliveira Ortolan
Maria Clara Jaeger Godoy
Thiago Soares Campoli
Divulgação
André Luiz
Gabriel Paes de Barros Gonçalves
Finanças
Giuliana Inocente
Greicy de Assis Oliveira dos Anjos
Programação
Fabio Henrique Silva de Souza
Greicy de Assis Oliveira dos Anjos
Guilherme Alcântara Ramos
Marcos Cavalheiro de Oliveira
Maria Beatriz Carvalho Devides
Otávio Beltramello
Monitoria
Rafael Tresso Terrin
Giovana Maria Mourinho Ferreira
Fabiola da Silva Miranda
Mariana Precinotto Maschetti
Mariana Rodrigues Proença
Daiane Zanqueta
Heloisa da Silva Carmo
Graziela Lastória Bonatti
Géssica Pinto de Oliveira
Giovana Pagliari dos Santos
REALIZAÇÃO
Programa de Mestrado em Análise do Comportamento da Universidade Estadual de Londrina Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento
APOIO
PATROCINADORES
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PALESTRA
OUT OF CONTROL RESEARCH: DESCRIBING THE STRUCTURES OF FUNCTIONAL
RELATIONS WITH PEOPLE AND COMMUNITIES
Bernard Guerin (University of South Australia, Adelaide, Australia)
In this talk I will discuss what needs to be changed within behaviour analysis if it wishes to engage more in
social and community research while keeping its core principles. I will illustrate with research on ‘mental
health’ which uses participatory methods to map the way functional contingencies are structured in real life
and lead to what we call ‘mental health issues’. This will cover ‘mental health’ in Indigenous communities,
young metalheads, Somali, and people living in modernity who have their functional contingences
structured by capitalism, bureaucratic control, patriarchy, and the huge reliance on strangers with special
functional properties. This calls into question the distinction between ‘mental’ and ‘non-mental’ health, and
whether psychology should remain as a distinct discipline.
MESA REDONDA
ANÁLISE E PROGRAMAÇÃO DE CONDIÇÕES PARA O DESENVOLVIMENTO DE
COMPORTAMENTOS: CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS E SUA APLICAÇÃO EM DIFERENTES
CONTEXTOS.
Nádia Kienen, Glisiane Zolim Canali, Otávio Beltramello, Shimeny Michelato Yoshiy (Departamento de
Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Mestrado em Análise do Comportamento, Universidade
Estadual de Londrina, Londrina-PR, Brasil) – [email protected]
Muito conhecimento tem sido produzido sobre os processos de ensino e aprendizagem. Esses processos, na
perspectiva analítico-comportamental, são entendidos como comportamentos complexos que podem ser
aprendidos e aprimorados. De uma maneira geral, o processo de ensino refere-se ao planejamento e à
disposição de contingências para produzir modificações no comportamento do aprendiz. Por sua vez, pode-
se dizer que a aprendizagem ocorre quando há mudança nas interações que o aprendiz estabelece com o
meio (comportamentos). Uma das subáreas da Análise do Comportamento que investiga os processos de
ensino e aprendizagem nos mais variados contextos em que esses processos ocorrem é a Análise e
Programação de Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos. Essa subárea tem como seu objeto
de estudo e de intervenção o processo de programar condições para o desenvolvimento de comportamentos.
As investigações e experimentações realizadas por essa subárea resultaram na produção de tecnologias das
quais se derivou um método para a identificação elaboração, aplicação, avaliação e aperfeiçoamento do
processo de ensino de comportamentos e seus constituintes. Essa tecnologia (ou método) pode ser utilizada
(o), como exemplo, em procedimentos que visam identificar e/ou derivar classes de comportamentos de
diferentes tipos de fontes de informação, tais como a literatura. A presente proposta tem como objetivo
apresentar a subárea de Análise e Programação de Condições para o Desenvolvimento de Comportamentos,
ilustrando de que forma esta tecnologia pode ser aplicada, possibilitando que os comportamentos sejam
submetidos à avaliação experimental e/ou a construção de relações entre esses aspectos (sínteses
comportamentais), por meio de procedimentos de ensino. Para isso, serão apresentados três estudos que
estão sendo desenvolvidos por discentes do Programa de Mestrado em Análise do Comportamento, na
Universidade Estadual de Londrina. O primeiro é sobre a caracterização das classes de comportamentos
constituintes do fazer do psicólogo como acompanhante terapêutico no Brasil. O segundo tem como objetivo
caracterizar, a partir da literatura, as classes de comportamentos que compõem “dirigir defensivamente
em vias públicas”. O terceiro aborda uma interpretação analítico-comportamental sobre o gerenciamento de
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tempo e a elaboração de um material autoinstrucional para gerenciar as atividades de acordo com o tempo
disponível.
Palavras-chave: Tecnologia, de Ensino; Análise do Comportamento, Desenvolvimento de
Comportamentos; Programação de Ensino.
Apoio financeiro: Glisiane Zolim Canali recebe bolsa da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior - CAPES
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE TECNOLOGIA DE REALIDADE VIRTUAL COMO
RECURSO TERAPÊUTICO NO TRATAMENTO DE FOBIAS. Verônica Bender Haydu, Andressa dos
Santos, Bruna Zolin Canali, Camila Zedu Alliprandini Letícia Accorsi, Marcela Roberta Jacyntho Zacarin;
Marcos Cavalheiro de Oliveira, Silvia Aparecida Fornazari, Yhann Hafael Trad Perandré, Yuri Lelis
Rafael (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Programa de Mestrado em Análise
do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil), Elizeu Borloti
(Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento, Universidade Federal do Espírito Santo) –
São descritos aqui os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos pelo grupo de pesquisa formado por
professores do Programa de Pós-Graduação em Análise do Comportamento da UEL e do Programa de Pós-
Graduação em Psicologia da UFES, referente à linha de pesquisa “Realidade e ambientes virtuais:
aplicações clínicas, educacionais e empresariais”. Os transtornos de ansiedade têm recebido atenção de
pesquisadores da área da Psicologia e da Psiquiatria por serem prejudiciais em diferentes campos da vida e
gerarem mal estar significativo às pessoas que os apresentam. Dentre as diferentes técnicas utilizadas nos
tratamentos para esses transtornos, estão a exposição gradual aos estímulos temidos. Essa técnica passou,
nos últimos anos, a ser complementada pelo uso de recursos computacionais como a Realidade Virtual
(RV). Esse recurso é uma ferramenta eficaz para a exposição gradual, uma vez que garante controle dos
estímulos a serem enfrentados, monitoramento em tempo real e feedback imediato. Ainda, a RV se
caracteriza como um ambiente seguro, mas permite a exposição a situações de perigo. Os estudos da linha
de pesquisa descrita nessa apresentação tiveram início com uma parceria realizada com a empresa Oníra,
que desenvolveu dois simuladores de RV: um simulador de veículo automotivo para terapia de medo de
dirigir e um simulador (Virtua.Therapy) com quatro conjuntos de cenários, sendo um para terapia de medo
de falar em público, um para medo de ambiente fechados, um para medo de altura e um para ansiedade
social. Os estudos desenvolvidos com esses simuladores investigaram o efeito de procedimentos de
intervenção baseado em princípios da Análise do Comportamento com o uso da realidade virtual no
tratamento de fobia específicas e em casos de ansiedade social. Além disso, estão sendo conduzidos estudos
que avaliam a usabilidade do simulador e a precisão do Manual de Utilização-Simulador Virtua.Therapy,
bem como um estudo que avalia o efeito de diferentes tipos de audiência no cenário de medo de falar em
público. Até o presente momento foram concluídos quatro estudos com o Virtua.Therapy e um com o
simulador de veículo automotivo, que avaliaram procedimentos terapêuticos comportamentais com o uso
dessa tecnologia, tendo-se verificado redução da ansiedade sentida diante das situações temidas pelos
participantes, tanto no ambiente virtual quanto como o contexto natural. Os resultados permitem concluir
que os procedimentos de intervenção foram eficientes e eficazes. Esta apresentação dará oportunidade para a
discussão do quanto intervenções comportamentais podem ser combinadas e aprimoradas com o uso da
Realidade Virtual.
Palavras-chave: terapia de exposição à realidade virtual, simulador de realidade virtual, fobias
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Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro do Edital SENAI SESI de inovação 2012.
Verônica Bender Haydu recebeu bolsa produtividade em pesquisa de Fundação Araucária; Marcela Roberta
Jacyntho Zacarin recebeu bolsa de Iniciação Científica do CNPq e bolsa de mestrado da CAPES, Marcos
Cavalheiro de Oliveira recebe bolsa de mestrado da CAPES; Yuri Lelis Rafael recebe bolsa de Iniciação
Científica do CNPq, Letícia Accorsi recebe bolsa de Iniciação Científica da Fundação Araucária.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
USO DE JOGOS E GAMIFICACÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Beatriz Miyuki Suzuki, Maria Clara Jaeger Godoy, Silvia Regina de Souza (Departamento de Psicologia
Geral e Análise do Comportamento, Universidade estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Os índices da Prova Brasil de 2015 apresentam dados preocupantes. Ao chegar ao 9º ano do ensino
fundamental, poucos estudantes atingem um nível de aprendizado adequado em matemática (apenas 14%) e
português (30%). Esses dados parecem refletir o contexto educativo brasileiro, o qual muitas vezes carece de
estrutura física e condições adequadas de trabalho para professores. Soma-se a isso a prevalência de um
modelo de ensino tradicional, em que o aluno possui papel passivo na aprendizagem, e o uso frequente de
estratégias coercitivas, evidenciadas por broncas e avaliações que enfatizam a possibilidade de falhar e
reprovar. Dessa forma, o objetivo deste trabalho é discutir o uso de jogos e gamificação enquanto estratégias
alternativas no contexto da educação, a partir da perspectiva da Análise do Comportamento. Para tanto, serão
apresentados o conceito de ensino para a Análise do Comportamento e discussões de autores da área de
educação, Análise do Comportamento e Game design sobre o uso de jogos e gamificação no contexto
educacional. Finalmente, serão apresentados dois jogos desenvolvidos por membros do LADEJE
(laboratório de Avaliação e Desenvolvimento de Jogos educativos) para ensino de habilidades acadêmicas.
Um ambiente favorecedor da aprendizagem pressupõe a redução do uso de estratégias coercitivas, em prol
de um contexto reforçador no qual o aprendiz possui papel ativo: ele deve agir e ser reforçado. Para isso é
necessário planejar as contingências de ensino. Estratégias de gamificação e o uso de jogos educativos
possibilitam o planejamento de contingências dentro dessa proposta e podem apresentar um caráter
motivacional, funcionando como operação estabelecedora que favorece o engajamento dos aprendizes. São
estratégias vantajosas, uma vez que possibilitam que o aprendiz avance em seu próprio ritmo e seja
reforçado – naturalmente ou arbitrariamente – de forma contingente ao seu comportamento, recebendo
feedbacks específicos e constantes. Alguns jogos educativos foram desenvolvidos com embasamento
analítico-comportamental objetivando o estabelecimento ou manutenção dos mais variados repertórios,
inclusive o de repertórios acadêmicos. São exemplos os jogos “Korsan: um desafio pirata”, um dominó
digital voltado ao ensino de relações matemáticas do campo aditivo e o jogo de tabuleiro “Abrakedabra:
construindo palavras”, voltado ao ensino de leitura e escrita. Pesquisas conduzidas com esses jogos
mostraram sua eficácia para o ensino-aprendizagem de repertórios acadêmicos. O uso de gamificação e
jogos no contexto educativo pode ser um importante instrumento para o ensino de repertórios acadêmicos na
educação básica.
Palavras-chave: Análise do Comportamento, jogos educativos, gamificação.
Apoio financeiro: Beatriz Miyuki Suzuki e Maria Clara Jaeger Godoy receberam bolsa da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES
Modalidade de apresentação: Pesquisa
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PAINÉIS
UM DIÁLOGO ENTRE A ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E A PSICOLOGIA
EVOLUCIONISTA SOBRE A INFLUÊNCIA DA FILOGÊNESE NO SURGIMENTO DO
COMPORTAMENTO RELIGIOSO André Luiz (Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil), Josiane de Fatima Farias Knaut
(Universidade Positivo, Curitiba – PR, Brasil) – [email protected]
A ocorrência do comportamento religioso é comum em toda a história da humanidade e apresenta vasta
pluralidade topográfica. As discussões acerca do comportamento religioso sob a ótica da Análise do
Comportamento ocorrem, em grande parte, nos níveis ontogenético e cultural abrangendo questões como o
manejo clínico dos aspectos religiosos e a função da religião na cultura. As análises realizadas nesses dois
níveis promovem maior entendimento sobre os aspectos que influenciam no ensino e manutenção deste
comportamento, porém pouco ajudam no entendimento sobre as variáveis envolvidas no surgimento do
comportamento religioso. A Psicologia Evolucionista, por outro lado, apresenta diversas pesquisas sobre as
bases evolutivas envolvidas no surgimento de crenças religiosas. Uma de suas principais hipóteses sugere
que o comportamento religioso teria surgido como um produto da interação de determinadas estruturas
neurais associadas a outros tipos de funções comportamentais que não a própria religião, como por exemplo,
o Dispositivo Hiperativo de Detecção de Agentes (DHDA). O DHDA é um aparato fisiológico que permite
identificar agentes no ambiente. Em um ambiente de savana, por exemplo, se um indivíduo escuta algum
barulho seria mais adaptativo que ele imaginasse que existe algum agente (animal humano ou não humano)
perigoso no ambiente e fugisse, mesmo sem tê-lo visto, do que passar pela probabilidade de realmente
encontrá-lo. Para a Psicologia Evolucionista, este aparato promoveu o surgimento de uma tendência
animista que, futuramente, influenciou o surgimento de crenças religiosas. Este estudo teve como objetivo
propor um modelo explicativo sobre influência da filogênese no surgimento do comportamento religioso sob
a ótica da Análise do Comportamento, por meio de um diálogo entre a hipótese da Psicologia Evolucionista
e os princípios do Behaviorismo Radical. Identificou-se que a filogênese está intimamente ligada ao
processo de aprendizagem do comportamento religioso, devido a espécie humana ter desenvolvido um
aparato fisiológico que permite exercer atribuições animistas sobre o ambiente e emitir respostas assertivas
que são reforçadas por aumentar a probabilidade de sobrevivência da espécie. Propõe-se, portanto, que o
comportamento religioso surgiu por meio da associação de outras funções comportamentais (como sistemas
de alerta) ligadas a sobrevivência da espécie e não pela própria religiosidade e desenvolveu-se devido a uma
capacidade biológica da espécie do comportamento ser reforçado.
Palavras-chave: Comportamento Religioso, Filogênese, Crenças
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
´
O PROCESSO DE INSIGHT NA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO
Márcio Luiz de Araújo Ruiz¹, Acauã Galdino Vieira Silva¹, Hans Werner Alves¹, Camila Muchon de Melo¹.
(Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – e-mail: [email protected]
O presente trabalho faz parte de uma análise teórico-conceitual que tem por objetivo apresentar a visão
behaviorista radical para o conceito clássico de insight, de modo a percorrer o histórico de estudos sobre o
tema no âmbito da Análise do Comportamento, das bases epistemológicas do comportamento criativo e da
resolução de problemas e assim analisar o desenvolvimento do conhecimento sobre o insight, principalmente
em estudos de orientação behaviorista radical. O Itinerário do presente trabalho concentrou-se em: evolução
do comportamento, estudo do insight na Análise do Comportamento, resolução de problemas e insight e
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pesquisas sobre criatividade e insight em Análise do Comportamento. O conceito de insight está
intimamente ligado ao de comportamento criativo e, assim como todo comportamento, é fruto de uma
história filogenética e de aprendizagem operante. Realizou-se, aqui, um apanhado teórico-conceitual
contemplando essa temática, buscou-se reunir pesquisas realizadas por diversos estudiosos, a fim de
esclarecer alguns pontos sobre o insight. Para isso, caracterizou-se o comportamento criativo, tal como seu
surgimento, de que maneira ocorre, as possibilidades de ensiná-lo, entre outros. Interpretar
comportamentalmente ou traduzir em contingências de reforço fenômenos de outras áreas de estudo, não
necessariamente significa que o analista do comportamento deve manter a conceituação original da outra
área, mas que ele necessita buscar por uma definição que permita previsão e controle, e que seja passível de
observação. Após leitura e compilação dos conhecimentos adquiridos foi possível esclarecer aspectos sobre
o insight e a criatividade, porém, faz-se necessário continuar os estudos nessa área para maior compreensão
do tema.
Palavras-chave: insight, Análise do Comportamento, comportamento criativo, criatividade, Behaviorismo.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica
AQUISIÇÃO DE NOVOS OPERANTES VERBAIS: FORMAÇÃO DE NOVOS TATOS EM
CRIANÇAS DO DESENVOLVIMENTO TÍPICO E ATÍPICO
Fernanda Mafort, Marcos Roberto Garcia. (Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Londrina – PR,
Brasil) – [email protected]
A relação verbal é um fenômeno humano estudado por Skinner em forma de operantes, que enfatiza as
variáveis de controle, o que torna a manipulação deste comportamento viável. Este trabalho tem o objetivo
manipular variáveis do operante tato e verificar o efeito em crianças com desenvolvimento típico e atípico.
A pesquisa foi realizada com 4 crianças (2 meninas com desenvolvimento típico e 2 meninos com
desenvolvimento atípico), com idade de 8 anos, apresentando características de desenvolvimento típico e
com diagnóstico de autismo. As crianças foram submetidas a treinos e testes de equivalências e formação de
anagramas. Os estímulos foram divididos em três conjuntos: Conjunto A - palavras ditadas, Conjunto B –
figuras e Conjunto C – palavras monossilábicas. As atividades com as crianças foram divididas em 6 etapas:
Nomeação e treino de matching-to-sample de identidade; Treino AB e AC; Teste CD – Nomeação; Teste
CB e Anagrama. O anagrama era composto por cartões de sílabas. Foram no total seis imagens, das quais
três foram usadas no treino e três eram figuras novas. Para formar a palavra da figura nova, os participantes
utilizaram as silabas das figuras já treinadas. Como resultado, as crianças típicas, nos treinos AB e AC, nos
testes e na nomeação dos estímulos, alcançaram 100% de acertos. Na última fase - anagrama, as crianças
formaram, diante dos novos estímulos, novas palavras. As crianças com desenvolvimento atípico passaram
pelas mesmas etapas e obtiveram resultados semelhantes ao dos participantes típicos. Em todos os treinos
alcançaram 100% de acertos e nos testes de nomeação, responderam de acordo com cada imagem, porém os
dois participantes apresentavam comportamentos distratores, “questionavam” ao realizarem o teste e um dos
participantes se distraia com o mouse (olhando o objeto) durante o treino, por cerca de 20 segundos.
Pesquisas na área com autistas apresentam resultados diferentes da presente pesquisa. Uma variável
importante foi que os participantes diagnosticados com autismo, estavam em tratamento e eram verbais. Esta
variável passa a ser importante para discussões na área de autismo e para a área de equivalência de
estímulos.
Palavras-chave: Novos tatos; Desenvolvimento atípico; Comportamento Verbal.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Fundação Araucária
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Modalidade de apresentação: Pesquisa
ACOMPANHAMENTO TERAPÊUTICO: AVANÇOS E PROBLEMÁTICAS NAS DEFINIÇÕES
DESTE FAZER.
Otávio Beltramello, Nádia Kienen (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Mestrado em Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Embora o fazer acompanhamento terapêutico tenha sua importância reconhecida na Psicologia e na Análise
do Comportamento, não há consenso quanto às classes de comportamentos constituintes desse fazer e que
tem sido utilizadas para defini-lo. É uma intervenção que tem sido definida como um fazer subordinado ao
de um psicólogo clínico e/ou de uma equipe, com execução de procedimentos indicados por esses
profissionais, sendo também um "importante elo" entre a família, o cliente e demais pessoas envolvidas.
Esse tipo de definição apresenta limitações à medida que faz referência apenas ao tipo de relação a ser
estabelecida entre o acompanhante terapêutico e o psicólogo, sem fazer referência aos comportamentos
constituintes desse fazer. Este estudo teórico-conceitual objetivou caracterizar de forma crítica diferentes
contribuições da Psicologia e da Análise do Comportamento para a definição do Acompanhamento
Terapêutico, problematizando características que têm sido utilizadas em suas definições no Brasil. A
literatura utilizada para o estudo foi composta de textos principais que caracterizam o Acompanhamento
Terapêutico em sua relação com a Psicologia e com a Análise do Comportamento e de textos auxiliares,
selecionados por adequação em relação ao objetivo da análise. A partir da análise da literatura, verificou-se
que o Acompanhamento Terapêutico tem sido definido por meio do uso de metáforas e como um serviço
necessariamente subordinado ao trabalho do psicólogo clínico, apesar de contribuições da Modificação de
Comportamento, da Terapia Comportamental e da Análise Aplicada do Comportamento. Defende-se que a
Análise do Comportamento e a Programação de Ensino possuem recursos para contribuir com uma definição
mais precisa do fazer Acompanhamento Terapêutico na Psicologia, por meio da caracterização e
sistematização das classes de comportamentos definidoras desse fazer a partir de seus diferentes graus de
complexidade. Por fim, destaca-se que as funções e objetivos que especificam o fazer de qualquer
profissional, inclusive do acompanhamente terapêutico, se referem a comportamentos constituintes desse
fazer, tais como comportamentos relacionados à intervenção, observação e comunicação, e que portanto,
fazeres como o acompanhamento terapêutico, deve(ria)m ser definidos por meio da identificação das
interações entre aquilo que o profissional faz e o ambiente no qual realiza esse fazer.
Palavras-chave: Acompanhamento Terapêutico, formação do Psicólogo, Programação de Ensino
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica
GERENCIAMENTO DE TEMPO:UMA INTERPRETAÇÃO ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL.
Shimeny Michelato Yoshiy, Nádia Kienen (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Mestrado em Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
Muitos estudantes universitários ingressam no ensino superior sem ter desenvolvido comportamentos
necessários para lidar com as exigências do meio acadêmico, apresentando dificuldades em organizar suas
atividades curriculares e vida pessoal. O gerenciamento de tempo no ensino superior pode contribuir para
uma melhor organização das demandas acadêmicas e pessoais no contexto universitário. O objetivo deste
estudo foi interpretar o fenômeno de gerenciamento de tempo a partir de recursos conceituais da Análise do
Comportamento por meio de uma revisão bibliográfica. Em bases de dados científicas, foram selecionados
10 artigos sobre o fenômeno de gerenciamento de tempo no contexto universitário. A partir da leitura dos
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artigos, quatro critérios foram elaborados para selecionar informações: definição de gerenciamento de
tempo; estratégias de gerenciamento de tempo; dificuldades no gerenciamento de tempo; e consequências do
gerenciamento de tempo. Com base nas informações selecionadas as categorias “Conceitos complexos da
análise do comportamento” e “Comportamentos ou componentes de comportamentos de gerenciamento de
tempo” foram elaboradas. A primeira foi organizada em quatro subcategorias: a) Autocontrole, b)
Autoconhecimento, c) Tomada de decisão d) Resolução de problemas. A segunda foi organizada em cinco
subcategorias: a) Aplicação de técnicas ou recursos, b) Planejamento, c) Produtividade e Saúde, d)
Desempenho Acadêmico e) Organização. Avaliou-se a relevância do autocontrole no processo de gerir as
atividades ao longo do tempo, uma vez que aspectos relativos a esse comportamento complexo, como evitar
a procrastinação acadêmica e emitir respostas autocontroladas, foram identificados na maioria dos artigos
analisados. O autocontrole parece abranger processos comportamentais de autoconhecimento, tomada de
decisão e resolução de problemas, visto que para avaliar as consequências conflitantes de determinadas
ações é necessário conhecer a si próprio para decidir como resolver situações problemáticas. Os resultados
demonstram que é possível interpretar o fenômeno do gerenciamento de tempo numa perspectiva analítico-
comportamental a partir das informações identificadas nos artigos por meio de conceitos complexos da
Análise do Comportamento e do conceito de comportamento.
Palavras-chave: Análise do Comportamento, gerenciamento de tempo, ensino superior.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
A PSICOTERAPIA E A PSICOEDUCAÇÃO NO DESENVOLVIMENTO DA VARIABILIDADE
COMPORTAMENTAL: UM ESTUDO DE CASO CLÍNICO Fernanda Torres Sahão, Renata Grossi (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
A prática clínica analítico-comportamental se baseia no conhecimento das ciências do comportamento e na
filosofia behaviorista radical, sendo essencial o seu estudo e conhecimento para essa atuação. O terapeuta
deve considerar todo comportamento relatado pelo cliente como sendo respostas mantidas pelas
contingências e analisar funcionalmente os comportamentos para, assim, delinear uma intervenção. O
presente trabalho descreve um atendimento realizado em 2016, durante o Estágio Curricular Supervisionado
em Psicologia Clínica. A queixa inicial apresentada pelo cliente era a de “se sentir muito pressionado e se
afundar nos problemas” (sic) com as ex mulheres e seus filhos, com a atual namorada, problemas financeiros
e estar bebendo diariamente, percebendo o comprometimento das relações sociais e no trabalho. Sua fala era
rápida e confusa, relatou também sentir sensações corporais aversivas, como peito carregado, fisgadas no
peito, mal-estar e comportamentos agressivos. A partir da avaliação inicial do caso, foi proposto que os
atendimentos tivessem foco tanto psicoterapêutico quanto psicoeducativo. Para isso, foram realizadas duas
sessões semanais, totalizando 33 sessões, com duração de uma hora cada, realizadas na Clínica Escola de
Psicologia da UEL. O objetivo dos atendimentos foi dar condições para o cliente entender a sua relação com
a bebida, a organizar os seus problemas e aumentar a variabilidade comportamental. Os temas abordados ao
longo das sessões foram: alcoolismo, uso de medicação e ansiedade; as estratégias psicoterapêuticas tiveram
foco no desenvolvimento de repertórios de autoconhecimento, autocontrole, resolução de problemas, tomada
de decisão e desenvolvimento de habilidades sociais. Os recursos utilizados foram textos psicoeducativos,
estratégias e recursos terapêuticos (porta-retrato, gosto/não gosto, atividade sobre valores e metas). Através
da análise funcional, utilizou-se os princípios de modelação, modelagem, reforçamento diferencial,
reforçamento descritivo e social, bloqueio de esquiva, levando o cliente a adquirir alguns repertórios de
resolução de problemas e tomada de decisões. Através dos relatos do cliente, identificou-se que as situações
naturais vivenciadas por ele foram reforçando esses comportamentos, fazendo com que o próprio cliente
descrevesse relações de contingência e suas melhoras. Constatou-se que, mesmo com as interrupções no
atendimento em função de contingências diferentes, os comportamentos adequados se mantiveram e não
houve perdas. Deste modo, quando o atendimento era retomado, prosseguia-se de onde havia sido parado,
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sem que o andamento do processo terapêutico fosse prejudicado. Pode-se concluir que o cliente foi
beneficiado pelo processo terapêutico, visto que houve aquisição e manutenção de repertórios para a
melhoria de qualidade de vida do cliente, resultando em sua alta.
Palavras-chave: psicoterapia analítico-comportamental, análise funcional, psicoeducação
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência
CAPACITAÇÃO EM COMUNICAÇÃO PARA OS INTEGRANTES DO SERVIÇO DE
ACONSELHAMENTO GENÉTICO DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA Gabriela Sabino, Julio Cezar Fernandes de Matos, Eneida Santiago, Renata Grossi (Departamento de
Psicologia Social e Institucional, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
O comunicar-se é um comportamento essencial na manutenção de ambientes coletivos, mediante relação
falante-ouvinte, e a deficiência desse comportamento e/ou a ausência de um ambiente favorável à
comunicação entre os membros pode implicar em sérios problemas relacionados ao bom desenvolvimento
dos trabalhos nas organizações. O objetivo deste trabalho foi descrever a experiência da aplicação de uma
capacitação em comunicação para os colaboradores do Serviço de Aconselhamento Genético (SAG-UEL).
Este foi elaborado a partir da realização de entrevistas com cinco colaboradores e de duas observações das
reuniões do serviço, com o propósito de compreender o funcionamento e as etapas do programa e o processo
de comunicação entre as frentes do serviço. Teve, também, como base o fluxograma que resume as
informações, os elementos e a sequência operacional do trabalho. A capacitação teve duração de 4h, sendo
composta por: explanação teórica; palestra; dinâmicas prático-vivenciais; discussões sobre a temática; e um
questionário de satisfação quanto ao trabalho realizado, pelos colaboradores, no SAG. O público alvo
consistiu em 15 colaboradores do SAG, sendo estes: 3 docentes, 1 técnico e 11 alunos dos cursos de
psicologia, biologia, medicina e farmácia. Participaram do treinamento uma aluna de Biologia, cinco alunos
de Psicologia e duas professoras de Psicologia. Os resultados levantados através do questionário de
satisfação demonstraram que os colaboradores do programa têm repertório para notar dificuldades
relacionadas às suas atividades de trabalho no serviço, como a falta de integração dos processos e a
procrastinação, porém não relacionam tais dificuldades ao processo de comunicação entre os membros.
Esses relatam que tais dificuldades são ações isoladas. Outros resultados alcançados com este trabalho foram
as reflexões promovidas durante a capacitação sobre os aspectos referentes ao: sofrimento existente no
processo de trabalho, aos elementos de satisfação no trabalho, a organização das atividades, aos processos de
comunicação, a qualidade desses processos, a distância existente entre setores e, por fim, as proposições de
rearranjos dos elementos que favoreçam modificações das lacunas entre os setores e o processo de
comunicação. Ademais, a ausência de metade dos colaboradores convidados para a capacitação foi
considerada parte dos resultados, uma vez que indicou a possibilidade de comportamentos de esquiva entre
os integrantes do programa. Este trabalho contribuiu para a aproximação entre as diversas frentes do serviço
demonstrando que a qualidade do serviço e a organização do trabalho dependem da relação efetiva entre os
ouvintes e os falantes dessa comunidade verbal.
Palavras-chave: serviço de aconselhamento genético, comportamento verbal, relações de trabalho
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da PROEX. Gabriela Sabino recebeu bolsa
da PROEX.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
ANÁLISE DOS PROCESSOS DE MODELAGEM E ESQUEMAS DE REFORÇAMENTO EM UM
JOGO ELETRÔNICO
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Lilian Cerri Mazza 1; Maiara Medeiros Brum 2; David Marconi Polônio2 (1Formada em Psicologia pela FSP
– Avaré/SP; 2Mestres docentes da Faculdade de Psicologia– FSP – Avaré/SP e-mail:
O interesse em jogos eletrônicos tem crescido, tanto por crianças quanto por adultos, principalmente os que
nasceram juntamente e adiante da comercialização dos primeiros jogos digitais. Todo jogo eletrônico é
desenvolvido em torno de um mesmo elemento principal: o jogador. Mesmo com novas tecnologias e jogos
cada vez mais avançados, a constante para desenvolver um jogo permanece sendo os padrões de
comportamentos dos usuários diante das diferentes situações presentes nos jogos. Esse trabalho hipotetizou
que esquemas de reforçamento e reforço diferencial por modelagem, são uma forma de viabilizar a
aprendizagem da atividade de jogar e contribuem para a aderência aos jogos de Role Playing Games (RPGs)
eletrônicos. O objetivo do trabalho foi a verificação da presença e da forma de tais esquemas de reforço e
processos de modelagem em um RPG eletrônico. Utilizou-se como método, além de uma coleta e seleção de
artigos online usados para referencial teórico, o próprio gameplay do jogo Dark Souls III (2016), foi
empregado (jogado) para fazer uma descrição dos padrões de controle encontrados, que, em seguida foram
disponibilizadas numa tabela e pareadas com seus esquemas correspondentes. Diante dos padrões
encontrados, foi possível concluir que, o jogo altera e mantem os comportamentos dos jogadores através dos
esquemas de reforço, modelagem e do reforço diferencial durante todo o jogo, fazendo o uso também de
instruções, facilitando a aprendizagem. A presença desses programas de reforço, colaboram para a adesão de
usuários ao jogo Dark Souls III (2016), não sendo possível generalizar todos esses dados para outros RPGs,
pois, cada jogo tem suas próprias características, entretanto, os padrões equivalentes presentes em outros
RPGs provavelmente contribuem para o sucesso dos mesmos. Muitos dos esquemas de reforçamento
descritos são mantidos por reforço negativo, envolvem perda de reforçadores e sua evitação pode ser
constatada como uma das principais fontes de controle presentes no jogo, porém, esses estímulos também
alteram o comportamento do jogador iniciante para que ele refine seus desvios (esquiva) e seus ataques, que
são reforçados pelos acertos (reforçamento positivo), ou seja, o iniciante passa a ser um “bom jogador” de
Dark Souls III.
Palavras-chave: Esquemas de reforçamento; Modelagem; Análise de jogo.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
APOIO PSICOLÓGICO E ANÁLISE DO COMPORTAMENTO: COMPROMETIMENTO
GENÉTICO, UM ESTUDO DE CASO cr
Marina Rocha Zani, Guilherme Gomes dos Santos, Renata Grossi (Departamento de Psicologia Geral e
Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
O apoio psicológico é um dos serviços oferecidos aos usuários do Serviço de Aconselhamento Genético
(SAG-UEL). É um processo de apoio e desenvolvimento de repertórios para lidar com a problemática que,
na maioria das vezes, envolve comprometimento genético. Neste processo é utilizado um modelo
psicoeducativo baseado em princípios analíticos comportamentais. Este trabalho apresenta um estudo de
caso de um casal atendido pelo SAG. O casal buscou o serviço, pois foram identificadas más formações na
filha que esperavam, havendo suspeita de alteração genética. O casal fez o exame de cariótipo, que não
apresentou anormalidades, no entanto o histórico de residência do casal no Japão em uma zona de risco de
acidente com usina nuclear se mostrou relevante para a identificação de possíveis alterações genéticas em
futuras gestações. Segundo o geneticista, especializado em citogenética humana, a radiação pode produzir
alterações no organismo em nível de DNA. Considerando este diagnóstico, foi oferecido apoio psicológico.
O casal aceitou, porém a esposa disse que era o marido quem precisava de apoio, dizendo que haviam
problemas de comunicação entre eles. O foco foi dar suporte ao casal e desenvolver comportamentos de
interação para que pudessem conversar sobre a atual gestação e sobre a possibilidade de terem outro filho. O
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trabalho se iniciou com o esposo (nove sessões) e foram identificados déficits de Habilidades Sociais
Assertivas relacionados com esquiva de conflitos. Com base na análise funcional discutiu-se que por um
lado ele podia evitar conflitos, mas por outro também deixava de realizar atividades importantes para ele.
Diversas estratégias foram utilizadas durante os atendimentos: role play, técnicas de oratória, descrição de
sentimentos, exercícios de expressão com a esposa e no curso de graduação. Durante o processo terapêutico
a filha nasceu, mas faleceu após dois dias. Após este acontecimento, a esposa pediu atendimento porque se
encontrava depressiva, não se adaptava ao Brasil e ao seu cotidiano em Londrina. As sessões (nove) foram
realizadas no intuito de permitir a compreensão de sua relação com sua família e discutir sobre a morte da
filha. A intervenção buscou focar em sentimentos e em atividades realizadas na cidade. O principal resultado
do processo foi que a cliente descrevesse sentimentos e identificasse falhas na comunicação com o marido.
O apoio psicológico mostrou-se como uma ferramenta importante para o desenvolvimento de uma relação
mais comunicativa do casal, assim como um suporte de análise e reflexão para novas escolhas, como a
adoção de um filho.
Palavras-chave: Serviço de Aconselhamento Genético; Análise do Comportamento, Apoio Psicológico
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência
Levantamento de variáveis para produção de tecnologias organizacionais no Serviço de
Aconselhamento Genético. Guilherme Gomes dos Santos, Aurora Aparecida Fernandes Gonçalves, Eneida
Silveira Santiago, Renata Grossi (Nome do Departamento, Nome da Universidade, Cidade – UF, País) –
Realizar gestão de pessoas é realizar gestão de comportamentos sejam eles ações, sentimentos ou emoções,
comportamentos no sentido de interação, compondo tudo aquilo que a pessoa produz no seu meio e que o
seu meio lhe produz. Gestão de contexto se dá numa situação específica ou num sistema maior, como
acontece no Serviço de Aconselhamento Genético da Universidade Estadual de Londrina (SAG-UEL), que
possui um trabalho multidisciplinar, sendo composto por profissionais e estudantes. A coordenação relatava
como dificuldade que, os colaboradores aguardavam regras do que e como realizar as atividades da rotina do
SAG, levando a repetições e supervisão direta por parte da coordenação, aumentando o custo de resposta de
todos, tornando a situação aversiva e contraproducente. O objetivo do trabalho foi identificar variáveis
relacionadas ao comportamento dos colaboradores e produzir tecnologias organizacionais visando aumentar
a frequência de comportamentos de autonomia (compreensão e realização das atividades sem o intermédio
da coordenação). O levantamento das variáveis foi realizado por meio de: Entrevista semiestruturada com os
colaboradores; Análise de documentos organizacionais (descrição de cargos, organização do serviço e
descrição de atividades); Observação da rotina organizacional, disponibilidade de informações para os
colaboradores e análise da correspondência entre o trabalho prescrito (documentos) e o realizado. As
principais variáveis intervenientes observadas foram: as informações sobre descrição de cargos, missão,
visão, valores não estavam acessíveis; contato geral sobre o que fazer somente no treinamento inicial, exceto
os entrevistadores, que recebiam um treinamento específico; a distribuição das atividades eram realizadas
pela disponibilidade de cada um, que oscilava, levando os colaboradores a transitarem por todas as
atividades, sem se envolverem formalmente; a descrição de cargos existente estava desatualizada. A
identificação dessas variáveis favoreceu a criação de tecnologias para mudar a condição existente, que
foram: construção, com o grupo, do organograma explicitando a organização do serviço de forma mais
visual; atualização e reorganização da descrição de cargos e responsabilidades, levando em consideração a
dinamicidade e flexibilidade do serviço e sistematização de processos de recrutamento, seleção e
treinamento dos colaboradores de modo a passar as tarefas e regras do funcionamento do SAG, tornando os
atendimentos mais efetivos e a realização das atividades naturalmente reforçadoras dos comportamentos de
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autonomia dos colaboradores. A implantação destas tecnologias promoveu mudança no discurso dos
colaboradores, de que estava mais claro o que fazer. Não houve tempo hábil para observar as mudanças dos
comportamentos sinalizados pela coordenação, mas estavam otimistas com os resultados apresentados.
Palavras-chave: Gestão de Comportamentos, tecnologias organizacionais, comportamentos de autonomia.
Apoio financeiro: Trabalho com apoio financeiro da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior do Paraná - SETI (processo 051/2017). Guilherme Gomes dos Santos bolsista da Secretaria de
Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), programa Universidade Sem Fronteiras
(USF).
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
DESENVOLVIMENTO DO JOGO “QUEBRA-CABEÇA DOS SENTIMENTOS” PARA
NOMEAÇÃO E EXPRESSÃO DE SENTIMENTOS EM CRIANÇAS.
Stélios Sant’Anna Sdoukos, Sebastiana de Abreu Viana Marques (Centro Universitário Filadélfia, Londrina
– PR, Brasil) – [email protected]
A aprendizagem da nomeação de sentimentos é um processo promovido pela comunidade sócio-verbal a
partir do arranjo de contingências que permitam a modelagem de um repertório verbal que descreva eventos
privados, sendo que estratégias terapêuticas podem ser desenvolvidas para facilitar tal aquisição. Analistas
do comportamento que tratam clinicamente de crianças necessitam modelar o repertório discriminativo de
seus clientes infantis, referente a nomeação e expressão de sentimentos, a fim de identificar o efeito
encoberto das contingências, desenvolver outros comportamentos clinicamente relevantes e melhorar
dificuldades comportamentais de crianças. O uso de jogos terapêuticos com tal finalidade constitui um
recurso útil na clínica infantil, por viabilizar o ensino desse repertório. O objetivo desta pesquisa foi
desenvolver um jogo terapêutico para ser utilizado em contexto clínico com crianças entre 7 a 12 anos de
idade. O jogo visa auxiliar crianças com dificuldades de nomeação, reconhecimento e expressão de
sentimentos. O jogo Quebra-cabeça dos sentimentos é composto por duas categorias principais (sentimentos
positivos e negativos, com dez sentimentos cada), sendo que cada categoria é composta por quatro baralhos:
de Nomeação (contendo no anverso a expressão “Me chamo...”, e no verso o nome do sentimento), de
Definição (contendo no anverso a expressão “Como é...”, e no verso uma definição do sentimento), de
Situação (contendo no anverso a expressão “Quando aconteço...”, e no verso a descrição de um contexto
evocativo) e de Expressão (contendo no anverso a expressão “O que dizer...”, e no verso um modelo
adequado de expressão verbal). Os sentimentos positivos selecionados foram: alegria, amor, bom humor,
coragem, dó, felicidade, gratidão, respeito, saudade e tolerância. Os sentimentos negativos selecionados
foram: ansiedade, ciúme, culpa, egoísmo, frustração, inveja, medo, raiva, timidez e tristeza. O jogo é
iniciado com a seleção de uma carta do baralho de Nomeação, e em seguida a criança precisa relacionar
sequencialmente a carta correta do baralho de Definição, de Situação e de Expressão. Para verificar se as
cartas selecionadas estão corretas, basta conferir o anverso delas e comparar se o mesmo símbolo gráfico é
compatível em todas. Recompensa-se a criança com moedas fictícias de acordo com a quantidade de cartas
corretas. Se não acertar nenhuma sequência, ganha-se uma moeda pela carta de Nomeação. Devem ser
trabalhados e discutidos qualitativamente com a criança qualquer número de sentimentos selecionados,
sendo indicado trabalhar poucos sentimentos por sessão, ou apenas um, como forma de introdução a um
tema a ser desenvolvido na sessão.
Palavras-chave: nomeação de sentimentos, expressividade emocional, jogo
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
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CONCEPÇÕES DE MASCULINIDADE PARA ALUNOS(AS) DE PSICOLOGIA. Bruna da Silva
Rovida, Giovanna Scalabrini Antunes, Carolina Laurenti, Carlos Eduardo Lopes (Laboratório de Filosofia e
Metodologia da Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá – PR,
Brasil) – [email protected]
Ao longo da história, diferentes formas de se comportar predominaram entre os homens. Dentre essas,
algumas foram reforçadas e mantidas em práticas culturais, configurando um padrão de comportamento
denominado masculinidade hegemônica. Tal conceito designa um modelo a ser seguido, calcado em
características como ser heterossexual, forte, corajoso e viril. O avanço das lutas feministas, no entanto,
possibilitou que muitos homens questionassem esse modelo, passando então a existir a possibilidade de uma
nova masculinidade, próxima aos comportamentos considerados femininos. Se, por um lado, essa
masculinidade contemplou outras formas de se comportar, por outro, não deixou de ser um modelo
prescritivo de como o homem deveria ser, dando margem para a discriminação dos que nele não se
ajustavam. Desse modo, a literatura masculinista não subscreve a noção de uma essência masculina, mas que
há diferentes formas de se comportar como homem. Tal entendimento vai ao encontro da visão pluralista de
ser humano do comportamentalismo radical, que considera o homem como produto de três histórias:
filogenética, ontológica e cultural. Com base nesses aspectos, esta pesquisa, de natureza empírico-
exploratória, buscou investigar os modos de masculinidade para acadêmicos/as do curso de psicologia de
uma universidade do interior do Paraná. Participaram do estudo 250 alunos(as) do primeiro ao quinto ano do
curso, que responderam a um questionário concordando ou discordando de 34 afirmativas que diziam
respeito a comportamentos do homem. As respostas foram predominantemente consistentes com afirmativas
que descreviam comportamentos destoantes do modelo de masculinidade hegemônica (94,34%); já 5,66%
das respostas foram congruentes com esse padrão. Embora grande parte das respostas sejam coerentes com
novas formas de masculinidades, dentre os 5,66% que vão ao encontro da masculinidade hegemônica, foram
encontradas respostas que se aproximam da noção de identidade entre sexo e gênero, algo que tem sido
questionado tanto pela literatura feminista quanto pelos estudos sobre masculinidades. Os limites do
instrumento adotado, bem como alguns episódios que aconteceram no contexto de sua aplicação, não
descartam a possibilidade de as respostas ao questionário terem buscado se ajustar ao “politicamente
correto”, conformando-se àquilo que é socialmente esperado de um estudante de psicologia. Destaca-se,
assim, a necessidade de a psicologia problematizar as questões de gênero e os seus impactos na formação e
atuação do(a) psicólogo(a), uma vez que ainda se encontram ressonâncias do pensamento essencialista e
adaptacionista em teorias e práticas psicológicas, inviabilizando o respeito pela diferença entre os diversos
gêneros e as diferentes formas de se comportar como homem.
Palavras-chave: gênero, masculinidades, comportamentalismo radical.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
BASES DA ENTREVISTA NO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO E O PROCESSO
DE DEVOLUTIVA DE RESULTADOS.
Thais Conceição da Silva, Barbaraht Crhystina Sueyassu, Gabriela Sabino, Gabriela de Campos Aguiar,
Mariana Alves Venceslau, Renata Grossi, Wagner José Paiva (Departamento de Psicologia Geral e Análise
do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) e-mail:
O Serviço de Aconselhamento Genético (SAG) da Universidade Estadual de Londrina é constituído por uma
equipe multiprofissional composto por médico, psicólogo, biólogo e outros profissionais da área da saúde
cujo objetivo é atender pessoas encaminhadas com suspeita de alteração genética, realizando o exame de
cariótipo e informando sobre os resultados. O objetivo deste trabalho foi apresentar os processos envolvidos
nas entrevistas como fonte de coleta e análise de dados para o processo de devolutiva de resultados. Para
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tanto as informações coletadas tem como base as seguintes etapas do roteiro de entrevista: 1) Roteiro de
Bioética; 2) Dados de Identificação; 3) Encaminhamentos e Dados de Diagnóstico; 4) Histórico Médico; e
5) Ambiente e Interações Familiares. Os pacientes atendidos pelo serviço localizam-se na região de
Londrina, pertencentes a 17ª Regional de Saúde, de ambos os sexos e de diferentes faixas etárias. É
realizado um processo de análise funcional durante a reunião de equipe composta pelos colaboradores e de
forma multiprofissional. Com base nas análises funcionais os resultados são adaptados para: a) dar
assistência ao geneticista quanto à linguagem, visto que o maior fluxo de pacientes atendidos pelo SAG
possui baixa renda e pouca escolaridade; b) fornecer uma base à equipe garantindo a transmissão de
conteúdos e articulando-os com as compreensões dos pacientes; c) analisar o acolhimento; d) Levantar as
possibilidades de encaminhamentos; e) Avaliar as necessidades de apoio psicológico; e f) Analisar as
necessidades dos exames de cariótipo dos familiares. Esses resultados compõem o processo de devolutiva
cuja função é repassar os resultados dos exames e elucidar as dúvidas e questionamentos provenientes desse
processo ao paciente e aos familiares. Assim, considera-se que os dados levantados pela ferramenta de
análise funcional ampliam as discussões dos conteúdos de análise junto à equipe multiprofissional
aumentando, dessa forma, a probabilidade da compreensão dos resultados pelos pacientes e seus familiares.
Deste modo, essas informações que promovem o conhecimento sobre as alterações genéticas dão auxílio no
processo de tomada de decisão, ou seja, analisar e compreender de forma clara e segura as variáveis acerca
da problemática genética, o que pode proporcionar, assim, maior adesão a tratamentos e a construção de
uma rede de apoio.
Palavras-chave: serviço de aconselhamento genético, entrevista, devolutiva.
Apoio financeiro: Trabalho com apoio financeiro da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior do Paraná - SETI (processo 051/2017). Thais Conceição da Silva bolsista da Secretaria de Estado
da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), programa Universidade Sem Fronteiras (USF).
Modalidade de apresentação: Relato de experiência.
CAPACITAÇÃO AOS CONSELHEIROS TUTELARES QUE PRESTAM ATENDIMENTO ÀS
FAMÍLIAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA. Bárbara Vicente Bonfim, Alex Eduardo Gallo (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) –
[email protected] A identificação da ocorrência de violência contra crianças e adolescentes constitui-se objeto de interesse de
profissionais de diversas áreas, uma vez que envolve as temáticas de proteção à criança e ao adolescente, a
punição do agressor e as repercussões sociais, físicas e psicológicas dos envolvidos. A violência
intrafamiliar é subdividida em quatro modalidades: violência física, psicológica, sexual e negligência. Os
índices dessas agressões praticadas contra crianças e adolescentes vêm aumentando de forma expressiva a
cada dia. Os conselhos tutelares são órgãos que atendem esta população específica, visando o combate e a
prevenção dos tipos de violência citados, contribuindo com intervenções a fim de evitar maiores danos a
essas vítimas e suas famílias. Para isso ocorrer de maneira efetiva é de grande importância que tais
profissionais identifiquem os fatores de risco e os fatores de proteção envolvidos. Diante disso, no presente
estudo pretendeu-se avaliar a eficácia de um programa de capacitação de Conselheiros Tutelares que visou
aprimorar repertórios comportamentais para identificação dos fatores de risco e de proteção para crianças e
adolescentes vítimas de violência. A pesquisa foi realizada nas repartições do Conselho Tutelar de um
Município do norte do estado do Paraná que consistiu em três etapas: Elaboração e viabilização do curso,
entrevista inicial e a capacitação dos conselheiros tutelares que incluiu a realização da entrevista final com
os mesmos. Quatro profissionais participaram da intervenção que foi composta por quatro encontros com
três horas de duração cada. Os encontros incluíram as seguintes atividades: exposições orais sobre os fatores
de risco, fatores de proteção e os tipos de violência; apresentação de vídeos, reportagens e filmes
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relacionados às temáticas; aplicação de questionários durante os encontros; discussões em grupo; sugestões
de leitura, vídeos e filmes pertinentes aos temas e espaço para dúvidas, comentários e discussões de casos
que foram trazidos pelos participantes. Os dados dos questionários de cada participante foram apresentados
por meio de porcentagem de respostas corretas e foram analisados através de comparações do mesmo
participante e também com o grupo em momentos distintos (pré e pós-teste). Dessa forma, pode-se observar
que a capacitação foi efetiva, pois se verificou um aumento no repertório de respostas referentes aos
conceitos de violência doméstica, fatores de proteção e de risco ao desenvolvimento infantil.
Palavras-chave: violação de direitos fundamentais, fatores de risco, fatores de proteção, intervenção,
crianças e adolescentes.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência
COMPORTAMENTOS ANTISSOCIAIS EM UMA AMOSTRA DE JOGADORES DE FUTEBOL
SUB-15 E SUB-17.
Giovana Veloso Munhoz da Rocha, Elisiane Martins dos Santos Gotosch, Gisele de Lima Abanca,
Guilherme Felipe Miller, Lincolm Manoel do Nascimento Abreu, Thiago Ziemer Pereira (Universidade
Tuiuti do Paraná, Curitiba – PR, Brasil) – [email protected]
Este trabalho pretendeu avaliar comportamentos antissociais em jogadores de futebol sub-15 e sub-17 e
sugerir ações que venham beneficiar os atletas e os profissionais envolvidos. Participaram deste estudo 23
adolescentes, do sexo masculino, com idades entre 14 e 17 anos pertencentes a um clube de futebol
profissional. Para coleta de dados, foram utilizados três instrumentos: um roteiro de entrevista, o Inventário
de Autoavaliação para Jovens Youth Self-Report (YSR) e uma observação através de filmagem de jogo,
onde foram registrados os comportamentos apresentados dos atletas. Os dados foram analisados
estatisticamente e apresentaram uma baixa prevalência de problemas de comportamentos antissociais; na
ordem de entre 4 a 14 %, para os comportamentos e síndromes a seguir: problemas de desafio/opositor,
problemas de somáticos, problemas de agressividade, transtorno de humor e problemas internalizantes e
externalizantes. Tendo alguns participantes, que dentro dessa faixa apresentaram uma incidência maior na
classificação limítrofe ou clínica. O resultado assim obtido pode ser de alguma relevância para os
profissionais desse esporte, que acompanham diariamente esses atletas. Pois essas síndromes e
comportamentos podem influenciar negativamente o desempenho do atleta fora e dentro de campo; onde a
observação e um trabalho especializado em psicologia são de fundamental importância; para que no futuro o
grupo e a agremiação não sejam prejudicados. O perfil obtido nesse estudo foi de uma amostra pequena;
portanto não se pode afirmar que esse seja o perfil dessa população. Portanto, para que se possa afirmar de
uma forma estatisticamente mais precisa, seriam necessários estudos com mais instrumentos, com amostras
maiores que avaliassem de forma sociodemográfica essa população.
Palavras-chave: Comportamento Antissocial, Adolescentes, Atletas.
Apoio financeiro: Financiado pelos próprios pesquisadores.
Modalidade de apresentação: Pesquisa de levantamento e descritiva.
CONTINGÊNCIAS RELACIONADAS À IMPLANTAÇÃO DA LEI DA INCLUSÃO ESCOLAR.
Yuri Lelis Rafael, Giovana Pellegrina Alves, Mariana Cristina Pereira Nunes, Solange Mezzaroba
(Departamento de Psicologia Social e Institucional, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR,
Brasil) – [email protected]
Uma lei é uma descrição de contingência que tem como objetivo controlar o comportamento de um grupo de
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pessoas ou de uma agência governamental. Para ter efetividade no controle do comportamento, é preferível
que a lei descreva a contingência completa, constando o antecedente, o comportamento e a consequência.
Atualmente, a garantia de direitos a portadores de deficiência têm sido alvo de prescrições legais. A inclusão
escolar é um dos temas emergentes nas políticas de educação. Em 2015 foi sancionada a lei 13.146/2015 -
Estatuto da Pessoa com Deficiência - tem como propósito assegurar e promover, em condições de
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua
inclusão social e cidadania. Dada a importância da inclusão escolar observa-se a necessidade de se avaliar
como a lei está sendo implementada na prática. O presente trabalho teve como objetivo verificar como foi a
execução desta lei nas escolas estaduais da cidade de Londrina e avaliar quais as possíveis contingências que
dificultam esse processo. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com três funcionárias do Núcleo
Regional de Educação de Londrina PR e com um professor da rede estadual, as entrevistas foram transcritas
e analisadas de forma qualitativa. Na análise das entrevistas foi observado um desconhecimento da lei por
parte dos entrevistados, além de uma inadequação entre a realidade da educação especial e os pontos
previstos na lei. Ao final da análise foi possível presumir que uma das causas da dificuldade de adequação à
lei foi a maneira incompleta que as contingências estão descritas nos artigos da lei. No texto estão previstos
somente os comportamentos planejados, sem descrever os antecedentes (maneiras pelas quais a lei deve ser
implementada) nem as consequências (punições caso ocorra descumprimento da lei). Dessa forma, nenhum
dos artigos oferece uma descrição objetiva de como proceder de modo a cumprir essas obrigações legais,
deixando a cargo dos gestores e educadores interpretar a lei, dificultando um cumprimento integral da
inclusão prevista legalmente.
Palavras-chave: Inclusão Escolar, Metacontingência, Lei.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
ESTUDO SOBRE COMPORTAMENTO DE RESISTÊNCIA À MUDANÇA EM MULHERES
VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA: RELATO DE UM CASO ATENDIDO PELO NÚCLEO
MARIA DA PENHA.
Luisa Medina Fermino Carlos (Núcleo Maria da Penha, Londrina-PR, Brasil), Letícia Martins de Souza
(Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, Brasil) Lucilla Maria Moreira Camargo Simões
(Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina-PR, Brasil) - [email protected].
A violência contra mulheres é um fenômeno que vem ganhando visibilidade nas últimas décadas, entretanto
apenas em 2006 foi aprovada a Lei Maria da Penha, nº. 11.340/06. Esta tem como objetivo combater a
violência familiar e doméstica contra a mulher, a qual se “configura qualquer ação ou omissão baseada no
gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”.
Vítimas de violência doméstica podem ter a percepção sobre a violência a partir da lógica patriarcal, tendo
como crença a naturalidade da violência do homem contra a mulher. O atendimento psicológico proporciona
a desmistificação de tal crença, auxiliando mulheres a entender que esta foi culturalmente elaborada e
compreender que essa situação pode ser mudada. No acesso a assistência psicológica e jurídica destaca-se o
Núcleo Maria da Penha (NUMAPE), como membro da rede de apoio às mulheres em situação de violência
doméstica na cidade de Londrina/PR. No âmbito psicológico, o NUMAPE presta atendimentos a fim de
fornecer suporte emocional e resgate de uma melhor qualidade de vida para a cliente. O presente trabalho
aborda um relato de caso de um atendimento realizado pela equipe de psicologia do Núcleo, com o objetivo
de investigar quais variáveis mantiveram o comportamento de resistência à mudança da cliente, aprofundar
conhecimento teórico sobre tal situação clínica e apresentar possíveis estratégias de intervenção. A cliente
atendida se relacionou durante nove anos com seu ex-marido, e sofreu violência nos últimos anos do
casamento. Desde maio de 2016 a cliente realiza acompanhamento psicológico, e percebeu-se que, em
decorrência de sua história de vida, e principalmente das vivências de violência durante o casamento, a
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mesma desenvolveu um quadro depressivo após a separação. Com alguns meses de atendimento, notou-se
que, o que impede um maior progresso e desenvolvimento pessoal da cliente, é seu comportamento de
resistência à mudança, pois ela não permite se expor a novas contingências e experienciar sua vida sem a
presença do ex-companheiro. Para melhor compreender a resistência à mudança fez-se necessário analisar o
comportamento governado por regras, tendo em vista que uma das consequências deste é a restrição da
variação comportamental. O processo terapêutico tem sido conduzido de forma a criar um ambiente
favorável para ampliação do repertório de enfrentamento e de exposição a novos reforçadores,
oportunizando o desenvolvimento de comportamentos mais adequados socialmente, além de treinar
discriminações de encobertos e planejar a generalização para ambientes extra terapia.
Palavras-chave: Violência contra a Mulher; Comportamento de Resistência à Mudança; Análise do
Comportamento
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
EXPLICAÇÃO CAUSAL, COMPORTAMENTO E ATIVIDADE Christian Silva dos Reis, Carolina Laurenti, Carlos Eduardo Lopes (Laboratório de Filosofia e Metodologia
da Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Paraná-PR, Brasil) –
Uma acepção tradicional da noção de atividade remonta à ideia de causa ou início: ativo seria tudo aquilo
que produz ou causa algo. Nessa perspectiva, haveria uma relação estreita entre explicação causal e
atividade, na qual o evento a ser explicado seria o efeito passivo de uma causa ou evento ativo. Skinner
criticou a explicação causal do comportamento, de acordo com a qual o comportamento seria expressão,
efeito ou sintoma de uma causa mental ou fisiológica e, com isso, afastou da explicação do comportamento a
noção de agência subsidiária da lógica da atividade, tal como é exemplificado em sua crítica à ideia de
agente iniciador. A crítica skinneriana, no entanto, deu ensejo para que o comportamentalismo radical fosse
considerado como uma filosofia que subscreve uma concepção de indivíduo passivo, por supostamente
ignorar a faceta ativa do ser humano. Uma vez que o comportamentalismo radical se propõe a estudar os
fenômenos psicológicos em termos de comportamento, o objetivo da pesquisa foi verificar a existência de
uma acepção de atividade na própria definição de comportamento. Para tanto, foi desenvolvida uma
pesquisa de natureza conceitual, que se pautou no método de interpretação conceitual de texto, para
identificar os usos de Skinner do termo comportamento. As acepções de comportamento investigadas foram:
relação, instância ou ação, classe, repertório, probabilidade e self. Por um lado, a análise indicou traços de
atividade nas diferentes noções de comportamento, especialmente quando Skinner discute que o
comportamento modifica o ambiente e, nos casos de repertórios comportamentais mais complexos (e.g.
autocontrole), o próprio comportamento do indivíduo. Por outro lado, foi possível identificar acepções de
passividade, uma vez que o comportamento também é entendido como produto do ambiente natural e social.
Na medida em que afirmar que o comportamento seria, ao mesmo tempo, ativo e passivo incorreria em
flagrante contradição, constatou-se que o pensamento causal, calcado no binarismo ativo versus passivo, não
parece ser suficiente para esclarecer a perspectiva relacional presente no modelo de explicação do
comportamento na filosofia comportamentalista radical. As relações de interdependência funcional entre as
ações do indivíduo e o ambiente não são bem esclarecidas por modelos lineares de causa e efeito.
Palavras-chave: atividade, comportamento operante, self.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação Científica – PIBIC/CNPq/Fundação Araucária/UEM (processo 2061/2015). Christian Silva dos
Reis recebeu bolsa da Fundação Araucária.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
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IMPLICAÇÕES DE UMA ÉTICA PRAGMATISTA PARA A CLÍNICA ANALÍTICO-
COMPORTAMENTAL. Mariana Carolina Batista Ferreira, Stefanny Louise Dorner, Lucas Bezerra Radis, Camila Muchon de Melo
(Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Mestrado em Análise do Comportamento,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, Brasil) – [email protected]
Ao longo de sua obra, Skinner discute a aplicação da tecnologia comportamental para resolução de
problemas humanos. Dentre as tecnologias abordadas pelo autor, situa-se a psicoterapia. Este estudo consiste
em uma reflexão teórico-conceitual que objetivou analisar a influência do Pragmatismo sobre o sistema ético
skinneriano e identificar como esse sistema pode subsidiar o estabelecimento de objetivos terapêuticos na
clínica analítico-comportamental. O itinerário percorrido abordou as convergências entre o Behaviorismo
Radical e o Pragmatismo, os pressupostos da ética behaviorista radical e, por fim, as relações entre a
filosofia moral skinneriana e a psicoterapia. Como resultados encontrou-se que os principais compromissos
filosóficos que fundamentam o Behaviorismo Radical e que se alinham aos pressupostos do Pragmatismo
são: visão instrumental do conhecimento, caráter funcional das descrições da realidade, concepção de
verdade relativista, consideração do saber como comportamento do indivíduo e ênfase nas consequências
práticas do conhecimento. O Pragmatismo, enquanto uma concepção de verdade, a partir dos princípios de
efetividade e utilidade, subsidia um dos pontos elementares da obra de Skinner: sua defesa por um
planejamento cultural em prol da sobrevivência das culturas, que, em última análise, refere-se à
sobrevivência da humanidade. Essa premissa emerge como valor basilar em seus escritos, implicando em
um sistema ético e um compromisso social. Como fim último, um design cultural deve estabelecer o
equilíbrio entre o bem do indivíduo e o bem das culturas. A psicoterapia, enquanto uma tecnologia
comportamental, se orientada pelos fundamentos de uma ética skinneriana pode e deve promover a
convergência entre o bem estar pessoal e bem das culturas. Tal confluência parece ser possível ao se
desenvolver princípios altruístas, cooperativos, de respeito à diversidade e de responsabilidade social. No
sistema moral de Skinner, o terapeuta admite seu papel de agente político e assume dois compromissos
interdependentes: a promoção de qualidade de vida do cliente e o arranjo de contingências para que o
indivíduo discrimine seu papel social e se engaje em ações voltadas para o bem estar dos outros do futuro. A
relação terapêutica revela-se, assim, como ponto central para o estabelecimento desses objetivos clínicos.
Portanto, conclui-se que o terapeuta deve estabelecer princípios norteadores consistentes e apresentar os
valores da ética behaviorista radical ao cliente. Ao discutir a psicoterapia e suas implicações para a
consecução do valor fundamental, este estudo não teve a pretensão de esgotar o assunto em questão, mas
abrir caminhos para novas discussões que estabeleçam claramente objetivos éticos para o processo
terapêutico.
Palavras-chave: Ética, Behaviorismo Radical, Pragmatismo, psicoterapia analítico-comportamental.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
INTERVENÇÃO ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL EM GRUPO: MODELANDO
REPERTÓRIO ALTERNATIVO EM CRIANÇAS COM QUEIXAS DE DIFICULDADES
INTERPESSOAIS. Edmarcia Manfredin Vila, Natalia Ramos Bim, Thais Conceição Silva (Departamento de Psicologia Geral e
Análise do comportamento, Universidade Estadual de Londrina-UEL, PR, Brasil) –
Grande parte das queixas infantis para psicoterapia refere-se a comportamentos ditos inadequados
socialmente, trazendo consequências aversivas para as crianças e para os outros com os quais interagem.
Como forma de intervenção a estas queixas, foi proposto um Programa de Grupo Infantil, embasado na
24
perspectiva Analítico-Comportamental e nos procedimentos do Treinamento de Habilidades Sociais (THS),
com crianças de 10 a 13 anos, com déficits no repertório de habilidades sociais, com o objetivo de modelar
comportamentos alternativos as queixas iniciais. Os participantes estavam inscritos na lista de espera na
Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina, as quais, após uma triagem com a família para
levantamento das queixas, foram convidadas a participar dessa modalidade de intervenção. Concomitante ao
grupo infantil é desenvolvido o grupo de intervenção com as respectivas mães para o desenvolvimento de
habilidades sociais educativas parentais, compatíveis com uma educação positiva. O programa de
intervenção infantil é conduzido por uma terapeuta e uma co-terapeuta e será composto por doze sessões em
grupo, com aproximadamente duas horas de duração, sendo oito sessões espaçadas semanalmente, duas
sessões com intervalo quinzenal, uma após 21 dias e a última após um mês. No presente momento o grupo
infantil encontra-se na sexta sessão. Inicialmente o grupo foi composto por dez crianças, porém três
desistiram, mantendo-se sete crianças (três do sexo masculino e quatro do sexo feminino). A programação
das sessões foi elaborada com base no programa “Habilidades Sociais na Infância”, com o intuito de
promover a modelagem de comportamentos alternativos às dificuldades comportamentais individuais e
grupais, com vistas para a aprendizagem de habilidades sociais de empatia, de comunicação, de civilidade e
de expressão de sentimentos, sempre priorizando a funcionalidade do comportamento no contexto de
intervenção, no ambiente familiar e nos demais contextos de interação. Cada sessão é elaborada por meio de
vivências, atividades, lúdicas, jogos, técnicas comportamentais e tarefas de casa. Observaram-se algumas
mudanças comportamentais no grupo, como por exemplo, aumento da expressividade emocional, aumento
de respeito mútuo e coesão grupal, de comportamentos de empatia, de comportamentos de civilidade, relatos
verbais de exemplos de problemas interpessoais com os pais (diminuição de fuga-esquiva) e aumento de
ajuda mútua. Espera-se que essas mudanças comportamentais sejam generalizadas para o ambiente natural,
sejam valorizadas pelas mães que aprenderão habilidades parentais positivas no decorrer do programa e que
outros comportamentos alternativos sejam aprendidos, contribuindo para que as crianças maximizem
reforçadores positivos e minimizem o acesso a eventos aversivos.
Palavras-chave: Habilidades Sociais Infantis, Análise Funcional, Intervenção em Grupo.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
MANUAL DO USUÁRIO COMO INSTRUMENTO DO SERVIÇO DE ACONSELHAMENTO
GENÉTICO.
Jéssica Cristina Eurich, Guilherme Gomes dos Santos, Henrique Mantovani Petrus, Marina Rocha Zani,
Renata Grossi, Rosane Fonseca de Freitas Martins (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina-PR, Brasil) – [email protected]
O Serviço de Aconselhamento Genético (SAG) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) é gratuito e
caracteriza-se pela realização do exame do cariótipo e pelo aconselhamento da população encaminhada. A
equipe do serviço é multidisciplinar, sendo composta por biólogos, geneticistas, médicos, psicólogos, entre
outros profissionais. Utilizam diversas técnicas e instrumentos para coletar informações e para aconselhar. O
Manual do Usuário (MU) é um dos instrumentos utilizados na devolutiva do resultado para explicar
aos pacientes sobre o SAG, as alterações e constituição genética, bem como outras variáveis que podem
comprometer o desenvolvimento do organismo. O presente trabalho teve como objetivo apresentar as
variáveis envolvidas na reelaboração do MU e as mudanças realizadas. Essa reelaboração teve como
parceria os colaboradores do curso de Design Gráfico (UEL), cujo objetivo é facilitar a
compreensão sobre alterações genéticas e seus comprometimentos aos usuários. Algumas variáveis sobre os
usuários foram levantadas através do roteiro utilizado na entrevista, assim como nas observações dos
colaboradores: parte dos usuários apresentava escolaridade até o fundamental II; Identificou-se expressões
faciais de angustia; notou-se dificuldades na recepção e aceitação dos resultados; demonstraram-
se desatentos, não se recordando do que era explicado minutos antes. Foi levado em consideração o fato de
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que para uma comunicação ser efetiva, tomando como base o conceito de comportamento verbal, é preciso
que o ouvinte e o falante tenham um repertório comum de compreensão das palavras e jargões utilizados na
conversa. Ao revisar o material, notou-se que além de ser extenso, este
apresentava uma linguagem muito técnica, tanto na explicação do serviço, como das Síndromes. A fim de
suprir estes problemas, a linguagem do manual foi adaptada, e algumas informações foram colocadas de
maneira lúdica com ilustrações, principalmente nos locais onde as informações técnicas não poderiam ser
alteradas como, por exemplo, os dados sobre genética. Espera-se que os estímulos acrescentados ou
modificados no MU controlem os comportamentos dos usuários reduzindo as respostas emocionais no
momento da devolutiva e tenha um maior controle sobre a atenção e compreensão das
informações. Acredita-se, assim, que os usuários poderão tomar decisões acerca da problemática de maneira
mais consciente e segura.
Palavras-chave: manual do usuário, serviço de aconselhamento genético, comunicação
Modalidade de apresentação: relato de experiência.
O CONCEITO DE “EU” NA OBRA DE SKINNER.
Mariana Rodrigues Proença, Deivid Regis dos Santos, Matheus Rodrigues de Carvalho Elias, Camila
Muchon de Melo (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual
de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
Os eventos subjetivos têm sido um dos principais temas de investigação da Psicologia. Dentre os fenômenos
que compõem essa temática encontra-se o conceito de Eu (ou self). Na literatura tradicional tal conceito
aparece como sinônimo de personalidade e identidade. Debruçar-se sobre esse conceito e estudá-lo pode ser
relevante, uma vez que autores têm recorrido a ele para dialogar com diferentes perspectivas psicológicas,
com leitores de outras áreas do conhecimento ou até mesmo para dialogar com outros analistas do
comportamento. Além disso, diversos profissionais têm partido da conceituação do Eu para tomar algumas
decisões quanto às intervenções a serem realizadas. Diante disso, o presente trabalho tem por objetivo
apresentar uma análise histórico-conceitual sobre o conceito do Eu em parte da obra de B. F. Skinner. Para
tal, será apresentado como o autor abordou esse conceito em suas obras, qual o papel do comportamento
verbal e do terceiro nível de seleção pelas consequências para a construção do conceito e por fim, quais as
implicações para a atuação do analista do comportamento ao abordar o assunto. Ao longo desta análise
refuta-se a concepção de um Eu iniciador e expõe-se que o EU seria resultado de diferentes processos como
a auto-observação, o comportamento verbal e de outras contingências sociais. A partir dos pressupostos
discutidos apresenta-se, também, implicações práticas para a atuação do analista do comportamento ou para
aqueles que possam se beneficiar dessa ciência. Reflexões sobre esse conceito mostrou-se importante, uma
vez que, têm implicações diretas na atuação de profissionais da Psicologia ao revelar que o Eu não é
imutável, mas sim o resultado de contingências passíveis de mudança.
Palavras-chave: Conceito de Eu; Análise do Comportamento; Subjetividade.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
REDE SOCIAL COMO FERRAMENTA DE DISSEMINAÇÃO DE INFORMAÇÕES DO SERVIÇO
DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO.
Gabriela de Campos Aguiar, Gabriela Sabino, Jéssica Cristina Eurich, Renata Grossi, Yuri Lelis Rafel
(Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina,
Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
26
Apesar de ser direito de todo cidadão brasileiro os acessos aos serviços de aconselhamento genético, no
Brasil, são escassos e se concentram na região sudeste, praticamente inexistem em regiões como norte e
nordeste, o que torna necessária a criação de recursos que deem essa acessibilidade e visibilidade à
informação. O Serviço de Aconselhamento Genético (SAG) da Universidade Estadual de Londrina (UEL)
tem por objetivo realizar exames de cariótipo de pacientes encaminhados com suspeita de síndrome ou
alteração genética, fornecendo as informações e esclarecimentos ao paciente/família. O presente trabalho
teve como objetivo indicar as variáveis que levaram a elaboração da página virtual em uma rede social e
apresentar as atividades realizadas. As variáveis relacionadas aos pacientes/famílias consideradas neste
trabalho, foram: grau de escolaridade, renda, cidade, aquelas relacionadas ao diagnóstico, prognósticos e a
acessibilidade tanto ao serviço como à informação sobre as síndromes e alterações genéticas. As postagens
eram semanais, com temas sugeridos pelos membros da equipe, favorecendo a variabilidade dos assuntos.
Os tópicos englobavam: relato de experiência; apresentação de instituições de apoio; textos sobre síndromes
genéticas e vídeos que explicavam algumas características relevantes. Para a seleção das postagens alguns
critérios eram seguidos: idoneidade da fonte; linguagem acessível e objetiva e que estivessem dentro do
tema. Ao longo desse um ano online, a página do SAG contou com 431 seguidores e um alcance médio de
100 pessoas por postagem. Houve seguidores que pediram informações sobre o serviço, porém as buscas
espontâneas através da página ainda não resultaram em atendimentos. Apesar de ainda estar restrito, o
alcance das postagens tem aumentado, demonstrando que a página do SAG está atendendo a finalidade para
qual foi criada, contribuindo como condição para comportamentos de tomada de decisão, podendo aumentar
a probabilidade de buscar o serviço e informações quanto a um diagnóstico ou encaminhamento. A criação e
desenvolvimento dessa página demonstrou a importância de zelar pela informação acessível ao público alvo,
ou seja, utilizando temas e sentenças que façam parte do repertório verbal desse. Foi possível aumentar a
probabilidade de engajamento do público com os temas abordados na página com comentários,
compartilhamentos e mensagens privadas aumentando o alcance do papel social que é objetivo do projeto.
Palavras-chave: Aconselhamento Genético, Informação, Psicologia da Saúde
Apoio financeiro:O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Pró-Reitoria de Extensão – PROEX.
Gabriela de Campos Aguiar recebe bolsa da Pró-Reitoria de Extensão - PROEX pela participação no
Projeto/Programa de Extensão Serviço de Aconselhamento Genético – UEL.
Modalidade de apresentação: Relato de experiência.
REFORMULAÇÃO DE UM INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS PARA ABORTOS
REPETITIVOS.
Mariana Alves Venceslau, Bruno Henrique de Souza Guerra, Guilherme Gomes do Santos, Yuri Lelis
Rafael, Thais Conceição da Silva, Renata Grossi (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina- PR, Brasil) –
O Serviço de Aconselhamento Genético é um processo de acolhimento, informação e encaminhamento das
demandas relacionadas a possíveis alterações genéticas. Esse processo é feito por diferentes etapas, desde a
coleta do material até a devolutiva do resultado. Um dos caminhos de acesso ao serviço é denominado como
Busca Espontânea. Ocorre quando um usuário não passa pelas etapas de encaminhamento, agendamento,
entrevista e coleta, sendo agendado geralmente no mesmo dia da etapa da devolutiva. Em decorrência das
diferenças entre as demandas dos encaminhamentos para o exame do cariótipo e para buscas espontâneas
surgiu a necessidade da reformulação do instrumento de coleta de dados para contemplar as particularidades
27
dessa última. O Roteiro de Entrevista Inicial a ser reformulada é estruturado por cinco núcleos temáticos,
sendo: roteiro de bioética; dados deidentificação; encaminhamento e dados diagnósticos; histórico médico;
ambiente einterações familiares. O presente trabalho tem como objetivo apresentar as variáveis envolvidas
nas reformulações do instrumento de coleta dados de busca espontânea. Este processo se deu pelos relatos
das equipes de busca espontânea sobre a recorrência das características nos casos acompanhados. As
variáveis identificadas foram: casais co-sanguíneos, infertilidade, má formação fetal, alterações genéticas
com partos natimortos e principalmente abortos repetitivos. Analisando o instrumento utilizado identificou-
se que as variáveis relacionadas aos abortos não eram aprofundadas. Considerando essa característica, na
reformulação do instrumento, foram inseridas questões a respeito do número de abortos, meses de gestação,
parto do natimorto e sentimentos relacionado ao aborto. Espera-se que esse novo roteiro sirva como
condição para os comportamentos do entrevistador de recolher mais informações pertinentes para os casos
de busca espontânea e ofereça um encaminhamento mais adequado aos usuários.
Palavras-chave: busca espontânea, abortos repetitivos, serviço de aconselhamento genético.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
UM PANORAMA DA EPIGENÉTICA NA LITERATURA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL.
Ana Flávia Boer Gomes, Carolina Laurenti, Carlos Eduardo Lopes (Laboratório de Filosofia e Metodologia
da Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá-PR, Brasil) –
A epigenética é uma área da biologia cujas discussões teóricas e dados de pesquisa empírica têm mostrado a
possibilidade de integração entre variáveis orgânicas e ambientais no estudo do desenvolvimento de
organismos humanos e não-humanos. Tendo em vista esses aspectos, a epigenética pode ser considerada um
ramo de pesquisa bastante promissor à aproximação da análise do comportamento com a biologia. Se os
conflitos entre esses campos usualmente residiam nas chances de um reducionismo ou determinismo
biológicos, em prejuízo à autonomia epistêmica da análise do comportamento, os estudos em epigenética
têm requerido justamente a participação de processos comportamentais no esclarecimento do próprio
fenômeno biológico. Considerando a proficuidade dessa interface, o objetivo desta pesquisa foi investigar o
impacto da epigenética na literatura analítico-comportamental. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de
natureza bibliográfica que selecionou materiais disponíveis online nos portais de busca Scielo, BVS,
SpringerLink e Wiley Online Library, por meio das palavras-chave “Epigenética” AND “Análise do
Comportamento” e “Epigenética” AND “Comportamento Operante”, assim como suas traduções para a
língua inglesa. As fontes selecionadas para as análises deveriam conter discussões analítico-
comportamentais que citassem “epigenética”. Foram encontrados dez materiais bibliográficos publicados
entre 1988 e 2016. O conteúdo dessas fontes foi sistematizado na forma de tabelas, que especificaram
informações como referências, natureza da fonte, trechos que citaram epigenética e comentários acerca das
publicações. Dessa amostra, 90% diz respeito a material de natureza teórica, e apenas 10% a conteúdo de
natureza empírica. A característica desses materiais ilustra que a discussão entre epigenética e análise do
comportamento é ainda incipiente, já que ainda não está instruindo investigações empíricas. O conteúdo das
fontes foi também analisado quanto aos usos que faziam do termo epigenética. Foram identificados e
discutidos quatro usos; epigenética como: mecanismos de ação, desenvolvimento, sistema de herança e
evolução e paradigma. Os usos mostraram-se, em geral, consistentes entre si. No entanto, foram verificadas
algumas divergências principalmente em relação à teoria epigenética do desenvolvimento e quanto aos seus
sistemas de herança e evolução. As análises mostraram que o atual impacto da epigenética na literatura
analítico-comportamental é ainda fraco, porém as discussões, mesmo que incipientes, acerca da epigenética
na análise do comportamento indicam caminhos promissores, não só para o aprimoramento do corpus
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teórico dessa ciência, mas também para a produção de pesquisas empíricas voltadas às inter-relações entre
ambiente, organismo e comportamento.
Palavras-chave: epigenética, análise do comportamento, interdisciplinaridade.
Modalidade de apresentação: Pesquisa – Programa de Iniciação Científica.
UTILITARISMO EM WALDEN II
Bruno Sterza Baggio, Érico Bruno Viana Campos (Pós-Graduação em Psicologia do Desenvolvimento e
Aprendizagem, UNESP – Universidade Estadual Paulista "Júlio Mesquita Filho", Bauru – SP, Brasil) –
Walden II é a ficção literária publicada 1948 por B. F. Skinner que retrata uma comunidade que teria
superado problemas sociais e a insatisfação com o modo de vida estadunidense com a ajuda da recém
consolidada engenharia comportamental. O livro é um dos trabalhos marcantes de Skinner por ser um dos
primeiros textos onde é firmado um compromisso da Análise do Comportamento na construção da sociedade
em uma perspectiva otimista. A presente pesquisa é parte de um trabalho maior de dissertação de mestrado.
Aqui o objetivo é um estabelecer correlações entre a obra Walden II com princípios da filosofia moral de
Jeremy Bentham, o que é convergente com posições de comentadores da Análise do Comportamento. Tem-
se que Walden II é um dos textos em que melhor se observa uma aproximação do behaviorismo radical com
o utilitarismo inglês proposto por Bentham. O utilitarismo é uma doutrina filosófica orientada pela crença na
racionalização das relações éticas em sociedade que possibilitaria o aumento da felicidade compartilhada.
Como instrumento para esse fim, leis geram recompensas e punições produzindo consequências de forma
proporcionar o acréscimo de satisfação para a maioria. O utilitarismo se afasta da consideração intrínseca da
natureza metafísica do homem para centrar nas consequências das ações individuais na coletividade. A
definição de homem naturalmente sensível à dor e prazer, que adapta sua conduta como forma de adquirir o
maior montante de felicidade possível, viabiliza a imposição de consequências para cada indivíduo, com
objetivo final do bem comum. A interpretação presente é de que a sociedade Walden II possui características
que a aproximam da proposta de Bentham. Em especial a concepção de indivíduo naturalmente sensível às
consequências do ambiente que modifica sua conduta conforme as recompensas ou punições que recebem.
Para ambos os autores, uma ação não é definida como moral ou adequada dado valores inerentes ao homem,
mas pelo impacto em outras pessoas. Ainda, o objetivo último de prover felicidade e harmonia para todos os
membros do grupo e também do papel ativo das leis como instrumentos para modificação da conduta são
observados em Walden II e presentes na filosofia utilitarista. Ainda que haja diferenças insuperáveis entre os
pressupostos do behaviorismo radical com o utilitarismo, no texto de 1948 de Skinner preceitos
originalmente proposto por Benhtam encontram guarida e evidenciam o percurso da tradição filosófica do
autor.
Palavras-chave: Skinner, Burrhus Frederic, 1904-1990. Bentham, Jeremy, 1748-1832. Cultura.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
ELABORAÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA
PRÁTICA CULTURAL DE DESTINAÇÃO CORRETA DE MATERIAIS DA CONSTRUÇÃO
CIVIL
Letícia Martins de Souza, Barbahat Crhystina Sueyassu, Camila Muchon de Melo, Daiane Zanqueta, Luisa
de Aguiar Letrari (Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, Universidade Estadual
de Londrina, Londrina - PR, Brasil) – [email protected]
O material desperdiçado da construção civil equivale a 200 milhões de toneladas anuais de concreto, pedras
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e recursos minerais. Tal dado oferece suporte à produção e à utilização desses materiais como agregado
reciclado do ponto de vista técnico e econômico. O Brasil, por exemplo, desperdiça 8 bilhões de reais por
ano porque não recicla seus produtos, sendo a reciclagem de materiais da construção civil grande parcela
desse número. Assim, com a reciclagem desse material é possível produzir pavimentos rodoviários,
estruturas de concreto armado e a fabricação de elementos pré-moldados para a indústria da construção civil.
Para o Behaviorismo Radical, comportamento é explicado como fruto de processos de variação e seleção
nos níveis filogenético, ontogenético e cultural. Em sua obra, Skinner (1981) define prática cultural como
processos em que as consequências agem sobre o comportamento de pessoas em grupo, e não apenas sobre o
comportamento de um único indivíduo. O presente trabalho buscou verificar o nível de informação dos
indivíduos sobre a destinação de resíduos da construção civil e a partir disso teve o objetivo de elaborar um
material didático que ensine comportamentos adequados para o desenvolvimento de uma prática cultural de
destinação correta desses materiais. Foi elaborado um questionário sobre reciclagem de diversos materiais e
o uso adequado de caçambas da construção civil. O questionário foi aplicado em dois bairros da cidade de
Londrina com 70 pessoas. Os resultados demonstraram que os participantes apresentam maior conhecimento
sobre quais materiais podem ser reciclados quando esses são materiais domésticos do que quando são
materiais da construção civil. Materiais como papel, papelão, vidro e plástico obtiveram o maior número de
respostas, todos acima de 75%. Gesso, concreto, metais e cerâmicas apareceram com menor frequência,
representando cerca de 30%. Sobre o uso das caçambas mais de 40% dos entrevistados responderam que a
caçamba serve para “depositar lixo”, metade definiu como local para “lixo da construção civil”, enquanto
uma pequena parcela (7.10%) afirmou que a caçamba pode receber “qualquer tipo de lixo”. A partir desses
resultados foi elaborada uma cartilha, em que comportamentos adequados foram descritos e ilustrados, para
a criação e manutenção da prática cultural de reciclagem. Ela apresenta quais materiais podem ser
destinados em uma caçamba da construção civil e quais não podem. Para isso, contém estímulos
possivelmente discriminativos de certo e errado e apresenta as consequências dos comportamentos
adequados e inadequados de descarte dos materiais da construção civil.
Palavras-chave: reciclagem da construção civil, prática cultural, análise aplicada do comportamento.
Apoio financeiro: Este estudo contou com o apoio da Retorno Soluções Ambientais.
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
CONTINGÊNCIAS ENVOLVIDAS NA CONSTRUÇÃO DE TÉCNOLOGIA PARA O TRABALHO
MULTIPROFISSIONAL: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Gabriela Sabino, Eduardo Yudi Huss, Eneida Santiago, Daiana de Almeida Silva, Renata Grossi, Tânia
Longo Mazzuco, Wagner José Martins Paiva (Departamento de Psicologia Social e Institucional,
Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O trabalho multidisciplinar em contextos de saúde é fundamental no auxílio e promoção de melhores
condições para interação do paciente com seu ambiente, considerando que o direcionamento adequado
reflete na qualidade do diagnóstico e tratamento. As contingências envolvidas nesse trabalho
multidisciplinar são complexas e muitas vezes os profissionais têm apenas partes de informações da vida do
paciente. Ademais, pela ausência de alguns estímulos discriminativos, o profissional pode não se comportar
de forma tão eficiente para melhora do paciente. O presente trabalho objetivou apresentar as variáveis
envolvidas na construção de um protocolo de tratamento multidisciplinar, para o atendimento de pacientes
com Síndrome de Turner (ST). Este trabalho foi realizado no Serviço de Aconselhamento Genético da
Universidade Estadual de Londrina (SAG-UEL) em parceria com o Ambulatório de Especialidades do
Hospital Universitário de Londrina (AEHU). As áreas profissionais selecionadas foram aquelas que as
pacientes mais recebiam atendimento (Medicina, Serviço Social e Psicologia). A participação da Psicologia
se dava pela contribuição do conhecimento sobre comportamento humano e o apoio psicológico em relação
à alteração genética. As etapas de construção do Protocolo Inicial (PI) foram: a produção da parte médica,
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seguida da psicológica e, por fim, a parte de serviços sociais, com a participação e revisão de docentes das
três áreas de atuação. As variáveis envolvidas na primeira parte foram levantadas com base em um modelo
de triagem seguido pelos alunos de medicina, identificando informações relevantes aos médicos sobre as
condições orgânicas e físicas da ST. Mesclou-se itens discursivos, de auto-relato e no estilo check-list, além
de um campo destinado ao médico anotar os exames solicitados e seus encaminhamentos para os próximos
atendimentos. Para a psicologia as variáveis relacionaram-se às questões do protocolo médico e os
desdobramentos destas condições em futuros comportamentos tais como: discriminações depreciativas da
auto imagem, cuidados com o corpo, transtornos alimentares entre outros. A parte de Serviço Social foi
produzida com o auxílio de uma profissional do departamento de Serviço Social da UEL, com o objetivo de
verificar variáveis como a renda familiar, vínculos sociais e familiares e se usufruíam de serviços oferecidos
pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelo Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Acredita-se que
com este instrumento os profissionais possam ter acesso a estímulos discriminativos que evoquem
comportamentos mais eficientes no tratamento das pacientes com ST.
Palavras-chave: Psicologia e Saúde, Equipe Multiprofissional, Síndrome de Turner
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
APOIO PSICOEDUCATIVO E PSICOTERÁPICO DAS PESSOAS E FAMILIARES COM
ALTERAÇÃO GENÉTICA E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ATRAVÉS DO
PROGRAMA UNIVERSIDADE SEM FRONTEIRAS Bruno Henrique de Souza Guerra, Ana Cristina Paes Leme Giffoni Cilião Torres, Eneida Silveira Santiago,
Guilherme Gomes dos Santos, Renata Grossi, Wagner José Martins Paiva (Serviço de Aconselhamento
Genético (SAG), Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
A prevalência de doenças genéticas atinge cerca de 3% a 10% da população em geral e muitos afetados têm
problemas de saúde crônicos e deficiências, com necessidade de tratamento médico, reabilitação e educação
especial e/ou inclusiva. Frente à realidade crítica vigente na condição de saúde das pessoas e famílias com
alteração genética, a psicoeducação tem sido uma ferramenta de intervenção eficiente seja em grupo ou
individual. Com base nos direcionamentos dos trabalhos e ferramentas já utilizadas na ciência
comportamental, é possível desenvolver estratégias para o aprimoramento e aplicação de atendimentos
especializados, sistematizados e interdisciplinares, para a população carente com base na atenção integral e
humanizada. Este trabalho tem por objetivo apresentar um projeto de atendimento psicoterapêutico e
psicoeducativo às pessoas com alterações genéticas e doenças crônicas vinculado ao departamento de
Psicologia Geral e Análise do Comportamento (UEL) através do Programa Universidade Sem Fronteiras. A
população alvo das ações deste trabalho serão as pessoas e familiares encaminhadas pelo Serviço de
Aconselhamento Genético da UEL, Ambulatório do Hospital Universitário e das Clínicas, incluindo a
conscientização da comunidade. O processo de seleção do público alvo se dará através de: 1) entrevistas
estruturadas e semiestruturadas; 2) resultados do exame de cariótipo com bandeamento G; 3) inventário de
adesão a tratamentos relacionados aos comprometimentos causados pela condição genética; 4) aplicação e
avaliação do inventário de qualidade de vida (WHOQOL-bref). O processo acontecerá através da
disponibilidade de horário dos participantes com a possibilidade de livre escolha entre os atendimentos
individuais (1h cada sessão) e em grupos (1h:30 cada sessão) divididos em 12 encontros. Serão utilizadas
estratégias psicoeducativas e psicoterapêuticas com base no referencial analítico comportamental. Espera-se
com essa proposta: a) proporcionar melhorias na condição psicossocial dessa população; b)
encaminhamentos médicos, sociais e educacionais de acordo com a demanda de cada portador e família; c)
conscientizar a comunidade sobre as alterações cromossômicas e seus impactos psicossociais; d)
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proporcionar desenvolvimento de repertório de adesão, de tomada de decisão e resolução de problema; além
de contribuição científica, tecnológica e de inovação, como: e) criação de uma tecnologia social que
contribua com a melhoria das condições de vida das pessoas, desenvolvendo e aplicando um programa
psicoeducativo. Assim, este projeto através do programa universidade sem fronteiras visa contribuir para a
construção de uma rede de apoio psicoeducativa para população com alterações genéticas e seus familiares
através da ampliação dos serviços do aconselhamento genético da UEL.
Palavras-chave: serviço de aconselhamento genético, psicoeducação, tecnologia social.
Apoio financeiro: Trabalho com apoio financeiro da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior do Paraná - SETI (processo 051/2017). Bruno Henrique de Souza Guerra bolsista da Secretaria de
Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (SETI), programa Universidade Sem Fronteiras
(USF).
Modalidade de apresentação: Relato de experiência.
PSIQUIATRIA E PSICOLOGIA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL: INTERCONSULTA NO
AMBULATÓRIO DE PSIQUIATRIA INFANTIL.
Natalia Ramos Bim, Aline Gabriela da Silva, Amanda Lotterman de Lima, Brenda Castro, Jaqueline
Alvernaz, Letícia Martins, Sílvia Aparecida Fornazari, (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
De acordo com a literatura da área, a interconsulta psicológica tem como objetivos auxiliar profissionais de
outras áreas no diagnóstico e tratamento de pacientes com problemas psiquiátricos ou psicossociais e
intermediar a relação entre os envolvidos na situação, facilitando a comunicação, a cooperação e a
elaboração de conflitos. No Ambulatório de Psiquiatria Infantil do Hospital das Clínicas da Universidade
Estadual de Londrina, a interconsulta psiquiátrica é a prática utilizada para a realização das consultas. Os
usuários do serviço são atendidos por residentes em psiquiatria, que levantam as informações e queixas
sobre o cliente e as levam para discussão com o professor responsável pelo ambulatório e equipe formada
por profissionais das seguintes áreas: psiquiatria, pediatria e psicologia. Após a discussão e definição da
condução do tratamento, o residente volta ao consultório para indicar a medicação e procedimentos para o
caso em questão. Dessa maneira, o projeto de extensão “Psicologia Clínica e Comportamental para Pais com
Filhos em Tratamento Psiquiátrico”, tem como um de seus objetivos aprimorar o processo de aprendizagem
dos graduandos em Psicologia e residentes em Psiquiatria, por meio das discussões e supervisões dos casos
atendidos, o que acontece também por meio do instrumento da interconsulta. Assim, os estudantes de
Psicologia acompanham os atendimentos realizados pelos residentes, incluindo a discussão interdisciplinar,
e dos encaminhamentos realizados pelos residentes. Os resultados vêm demonstrando que a prática da
interconsulta tem contribuído de modo significativo na formação dos estudantes, tanto para a aprendizagem
dos estudantes da residência em psiquiatria acerca dos aspectos psicológicos dos atendimentos, quanto dos
estudantes da graduação em Psicologia acerca dos aspectos psiquiátricos dos atendimentos. Enquanto
resultados em longo prazo, espera-se contribuir para a melhoria na qualidade de vida das famílias a partir
dos atendimentos oferecidos.
Palavras-chave: Psiquiatria, Psicologia, Análise do Comportamento.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da PROEX-UEL (cadastro 01945). Natalia
Ramos Bim e Aline Gabriela da Silva recebem bolsa da PROINEXPROINEX.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
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O ENSINO PERSONALIZADO DE INSTRUÇÃO DE 2000 A 2016: UMA BREVE COMPARAÇÃO
ENTRE ESTUDOS.
Thais Yazawa, Jair Lopes Junior (Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências, Bauru-SP) –
A educação é um dos pilares para o desenvolvimento social e econômico de toda sociedade. Os
pesquisadores estão sempre à procura do método mais eficaz para tornar mais rápido e dinâmico o processo
de aprendizagem. O sistema desenvolvido por Fred Keller (1968) distancia-se do ensino tradicional. Foi
desenvolvido na década de 80, o sistema se mantém até hoje sendo utilizado. De acordo com Keller, o PSI
tem cinco características essenciais; estudar em seu próprio ritmo, dominar a unidade para avançar nos
estudos, o uso de palestras motivacionais, a palavra escrita como forma de comunicação entre professor e
aluno e o uso de inspetores (alunos que já dominaram a unidade). Para identificar o quanto se tem estudado
o PSI nos últimos 16 anos, foi realizada uma pesquisa sistemática nos portais de pesquisa da CAPES
(www.periodicos.capes.gov.br): Com as palavras-chave “Personalized System of Instruction”, foram
encontrados 19 artigos. Os objetivos são diversos, como: Analisar a eficácia do feedback, eficácia do CAPSI
(PSI informatizado), comparações entre o ensino tradicional e o PSI , analisar a acurácia do inspetor em um
curso PSI e aplicado em Educação Física. Os autores concluíram que os alunos expostos ao método Keller
aprendem tanto quanto ou mais que os alunos do método tradicional. Tais informações sobre o PSI podem
ser importantes por corroborar o que a literatura afirma desde a década de 70, com a revisão sistemática de
Kulik, Kulik e Cohen (1979). De acordo com os autores, o método apresentou superioridade quando
comparado ao método tradicional, porém, por diversos motivos, poucos educadores usam o PSI. Por causa
do ritmo individual, o PSI tende a exibir grandes números de desistências, falhas e procrastinação (Burkist et
al, 1991 apud Saville, Zinn e Elliot, 2005). As limitações do PSI como método de ensino são: aumento
possibilidade de procrastinação dos alunos; custo de treinamento de inspetores, elaboração de material,
palestras, e outros materiais de apoio; dificuldade de implementação devido à cultura educacional de aulas
expositivas do método tradicional. Porém o panorama vem se modificando, com o advento dos cursos EAD,
possibilitando novas aplicações do método de Keller.
Palavras-chave: Keller Plan, PSI, Ensino Personalizado
Modalidade de apresentação: Pesquisa
RESOLUÇÃO DE PROBLEMA: ANÁLISE DA INTRAVERBALIZAÇÃO DE DICAS
RELEVANTES DA REGRA APRESENTADA
Rafaela dos Santos Vieira, Marcos Roberto Garcia (Departamento de Psicologia, Pontifícia Universidade
Católica do Paraná (PUCPR), Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
O comportamento de estudar teria que ser ensinado, mas poucos são as escolas que conseguem desenvolver
esse repertório. No entanto, é um comportamento que pode ser ensinado e com isso promover ao estudante
maior autonomia em sua vida acadêmica. Para o analista do comportamento, o estudar envolve três
habilidades relevantes para atingir tal objetivo: autocontrole, tomada de decisão e resolução de problema.
Como definição o comportamento de resolução de problema refere-se à produção de dicas (manipulação de
variáveis) que aumenta a probabilidade de um comportamento inespecífico ocorrer, diante de consequências
já conhecidas em uma situação problema. Este trabalho objetivou identificar se as estimulações
suplementares (intraverbalização de dicas) interferem na eficácia da resolução de problemas. Foi realizado,
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até o presente momento, com 3 crianças (C1, C2 e C3), de idade entre 8 e a 10 anos, sendo que a criança C1
pertence ao Grupo1, a C2 ao Grupo 2 e a C3 ao Grupo 3. Para cada grupo foi utilizada uma regra diferente:
com a criança do Grupo 1 foi apresentada uma regra sem estimulação suplementar (sem dicas e modelagem
do intraverbal). O grupo 2 recebeu regras contendo estímulos suplementares específica (dicas sobre a
sequência que teria que mover os veículos). O grupo 3, grupo experimental, recebeu regras com estimulação
suplementar (dicas), e também a modelagem para a seleção dessas dicas (intraverbalização). Como situação
experimental foi utilizado o jogo “Hora do Rush” ® caracterizado por um jogo de estratégia que tem como
objetivo retirar o carro vermelho (carro do jogador) para fora de um congestionamento. Os resultados
obtidos mostraram que o Grupo 1 diminuiu o número de tentativas ao jogar sucessivamente (na linha de
base fez 31 tentativas e na fase de teste fez 21 tentativas), já o participante do grupo 2, após ter recebido
dicas (estimulação suplementar), diminuiu o números de tentativas para solucionar o problema (linha de
base 39 tentativas e na fase de teste 31 tentativas). No entanto, o grupo experimental, o 3, após passar pelo
processo de estimulação suplementar, diminuiu o número de tentativas e o tempo (linha de base 38
tentativas em 66 min. e na fase de teste 18 tentativas em 18 minutos). Pode-se concluir que estimulações
suplementares (dicas) e modelagem dessas dicas (intraverbal), aumentam a eficácia da resolução de
problema, tornando o participante eficiente e rápido. O projeto não foi finalizado e ainda será feito com mais
duas crianças de cada grupo.
Palavras-chave: Comportamento de estudo, resolução de problema, estimulações suplementares.
Modalidade de apresentação: Pesquisa
UM ESTUDO EXPLORATÓRIO DAS CONTINGÊNCIAS ENVOLVIDAS NO
COMPORTAMENTO DE ESTUDAR DOS/AS ALUNOS/AS DE GRADUAÇÃO.
Felipe Boldo Martins, Carolina Laurenti, Carlos Eduardo Lopes (Laboratório de Filosofia e Metodologia da
Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Estadual de Maringá, Maringá – PR, Brasil) –
Uma prática efetiva de estudo é ainda um desafio na atualidade. Essa dificuldade também se verifica e se
agrava no âmbito da graduação. Considerando esses aspectos, esta pesquisa, de natureza empírico-
exploratória, teve como objetivo investigar as contingências envolvidas no comportamento de estudar de
alunos/as de graduação. Participaram do estudo 189 acadêmicos/as, maiores de idade, dos cursos de
Filosofia, Letras e Secretariado Executivo Trilíngue de uma universidade do interior do Paraná. As
informações foram obtidas por meio de questionários enviados aos/às alunos/as por e-mail, contendo
perguntas baseadas no conceito de contingência tríplice, que especificaram dados sobre a frequência e
topografia da ação de estudar, suas consequências, e a situação antecedente à ação. Os dados, analisados de
forma quantitativa e qualitativa, mostraram que, apesar dos participantes apresentarem um comportamento
de estudar frequente, pois estudam cinco dias por semana (21,7%), ainda não se observa um hábito de
estudo, já que 70,1% não possuem dias e/ou horários fixos para estudar. Sobre a topografia, a maioria dos
participantes estuda sozinho (89,8%), evitando possíveis distrações de um estudo em grupo. Entretanto, a
cada dez vezes que estudam, os participantes acabam usando tecnologias como o computador (28,8%)
podendo interferir no controle discriminativo do comportamento de estudar. Por outro lado, 42,4% dos
participantes leem tudo o que é exigido nas disciplinas do curso, incluindo leituras complementares. Em
relação às consequências do estudar, há um bom aproveitamento do estudo, visto que 48,6% dos
participantes consideram falar com clareza sobre o conteúdo lembrando-se dele futuramente. Contudo,
46,3% dos participantes, após estudar, buscam fazer atividades aleatórias, podendo gerar reforçamentos
acidentais. No tocante ao antecedente da ação de estudar, os participantes usam locais adequados, como
escrivaninha no quarto (32,8%), e outros não possuem lugar específico para estudar (23,7%). Um lugar
adequado é importante para evitar estímulos distratores da atividade. Estudar, ainda, parece não ter se
generalizado para outras situações além do contexto acadêmico, pois 57,6% dos estudantes não estudam nas
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férias. Além disso, 42,4% só estudam sob controle de situações avaliativas. Observou-se também que 57,1%
mostram-se insatisfeitos com suas práticas de estudo, e 32,2% dos participantes alegaram que precisam ser
mais disciplinados. Consta que a maioria do/as acadêmicos/as (80,4%) tem interesse em participar de um
projeto que os ajude a aprender a estudar. Em vista desses resultados, destaca-se a importância de se voltar
para o planejamento de contingências que auxiliem os alunos de graduação a desenvolver um repertório de
estudo mais efetivo.
Palavras-chave: Comportamento de estudar, análise do comportamento, graduação.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da Universidade Estadual de Maringá
(processo 2592/2016).
Modalidade de apresentação: Pesquisa.
PSICOTERAPIA ANALÍTICO COMPORTAMENTAL PARA FAMÍLIAS COM CRIANÇAS EM
ATENDIMENTO PSIQUIÁTRICO.
Isabela Cristina dos Reis Almeida, Natalia Ramos Bim, Thainã Eloá, Thais Silva, Virginia Simonato Santos,
Sebastião Júnior dos Santos, Sílvia Aparecida Fornazari (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina – PR, Brasil) – [email protected]
A Clínica Psicológica da Universidade Estadual de Londrina (UEL), possui uma série de projetos que
complementam o atendimento à comunidade. Neste contexto, o projeto intitulado “Psicologia Clínica
Comportamental para Pais com Filhos em Atendimento Psiquiátrico”, corresponde a um desses projetos e
tem por objetivo: 1) oferecer atendimento psicológico aos pais, cujos filhos (crianças e adolescentes) estão
em tratamento psicológico na Clínica Psicológica da UEL e em tratamento psiquiátrico no Ambulatório de
Psiquiatria do Ambulatório de Especialidades do Hospital Universitário (AEHU); 2) aprimorar o processo
de aprendizagem de graduandos em psicologia e residentes de psiquiatria por meio de discussões
interdisciplinares e supervisões dos casos atendidos. Os atendimentos visam informar e orientar os
responsáveis quanto as práticas parentais que podem favorecer a melhora emocional e comportamental de
seus filhos, assim como atender às demandas trazidas pelos mesmos. Os atendimentos psicológicos,
realizados na Clínica Psicológica da UEL, são iniciados após os atendimentos psiquiátricos no Ambulatório
de Psiquiatria do AEHU. A discussão dos atendimentos acontece em interconsultas, onde a seleção dos
casos para psicoterapia é realizada. Atualmente são atendidas oito famílias com queixas que incluem:
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), Transtorno Opositor Desafiador (TOD),
Autismo, Transtorno de Pânico, Transtornos Alimentares e Transtorno de Ansiedade. Espera-se que ao final
dos atendimentos, a família tenha tido acesso a informações importantes do ponto de vista do
desenvolvimento infantil e de práticas parentais que podem tanto contribuir para a manutenção e
agravamento dos problemas infantis, quanto para sua melhora e superação.
Palavras-chave: Psicoterapia Analítico Comportamental Infantil, Psiquiatria Infantil, Psicoterapia de
Famílias.
Apoio financeiro: O trabalho foi realizado com apoio financeiro da PROEX-UEL (cadastro 01945). Natalia
Ramos Bim e Aline Gabriela da Silva recebem bolsa da PROINEXPROINEX.
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.
A APLICAÇÃO DO PARADIGMA EVOLUCIONISTA PARA O ESTUDO COMPORTAMENTAL
DA CULTURA. Allan Patrick de Souza Domingos, Camila Mucho de Melo (Departamento de Psicologia Geral e Análise do
Comportamento, Mestrado em Análise do Comportamento, Universidade Estadual de Londrina, Londrina-
PR, Brasil) – [email protected]
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Com base no paralelo entre a teoria da seleção natural e a teoria da seleção pelas consequências realizado
por Skinner para o estudo do comportamento, o paradigma evolucionista foi analisado enquanto base para
um estudo comportamental da cultura. Foi realizada uma análise conceitual-estrutural de textos de Darwin e
Skinner em que foram identificadas: as teses tradicionais, críticas e alternativas dos textos elegidos como
bibliografia fundamental. Também foi elaborado uma conceituação dos objetos de estudos abordados,
cultura e espécie. Além disso, textos auxiliares foram utilizados para contribuir nessa análise, dentre eles,
‘Biologia, Ciência Única’ de Mayr que guiou a análise das teses por meio da categorização do paradigma
evolucionista em 5 teorias menores: teoria da evolução, do gradualismo, da descendência comum, da
multiplicação das espécies e da seleção natural. O produto desta análise apresenta como cada uma dessas
teorias menores podem ser aplicadas ao estudo da cultura. Concluiu-se que o evolucionismo se apresenta
como escolha lógica para embasamento de um estudo da cultura como uma ciência natural, por sua
afinidade prévia com o Behaviorismo Radical, sendo que a formação das culturas assim como as espécies
são fenômenos que podem ser investigados em populações pelas hipóteses levantadas na análise. As 5
teorias menores se apresentaram passíveis de aplicação para uma análise da cultura, sendo que: a teoria da
evolução e do gradualismo enquanto transformação constante e gradual das práticas culturais, a
descendência comum enquanto uma ancestralidade das práticas e a multiplicação das espécies enquanto
possíveis modelos para explicar o surgimento de novas culturas. Especificamente sobre a teoria da seleção
natural, o princípio da seleção é aplicado tanto no conceito de metacontingência quanto no conceito de
contingências sociais. Por fim, sugere-se mais estudos sobre um conceito de cultura e uma aproximação
entre as áreas do Behaviorismo Radical e a Filosofia da Biologia.
Palavras-chave: análise comportamental da cultura, darwinismo, antropologia comportamental.
Modalidade de apresentação: Reflexão Teórico-Filosófica.
AVALIAÇÃO NEUROPSICOPEDAGÓGICA – UM RELATO DE EXPERIÊNCIA.
Keity Kauane Bonjorno, Jonathan Carvalho, Bruna de O. da Silva, Luana Nayara Perassolli, Giuliana C.
Temple, Juliane Goldoni Borges (Faculdade Pitágoras de Londrina, Londrina– PR, Brasil) –
A importância dada aos problemas relacionados à aprendizagem tem aumentado significativamente na
atualidade. Em vista disso, o objetivo deste trabalho foi o de investigar a presença de Transtornos de
aprendizagem que pudessem interferir no processo de aquisição e manutenção de informações de uma forma
acentuada. Essa investigação se deu por meio de uma Avaliação Neuropsicopedagógica em crianças e
adolescentes com queixa de dificuldade de aprendizagem. O roteiro de avaliação foi estruturado com base na
investigação do desempenho escolar nas partes de leitura, escrita e aritmética, e também das funções
cognitivas e práxicas dos clientes avaliados. Houve durante o trabalho de avaliação, um estudo das
habilidades do terapeuta necessárias para atendimento infantil e de adolescentes, e sobre a importância de
uma entrevista de anamnese estruturada e objetiva para que fossem coletados dados relevantes dentro do
processo de investigação. Participaram do projeto 19 alunos que atenderam crianças e adolescentes entre 6 e
15 anos. Dentro os casos que passaram pelos estagiários, apenas um demonstrou um possível Transtorno de
Aprendizagem, de acordo com os sintomas apresentados e os resultados do material que foi aplicado. Pôde-
se então conduzir o trabalho para uma discussão acerca dos diagnósticos errados e possíveis fatores
ambientais que podem causar uma dificuldade de aprendizagem. Diante disto, podemos compreender que
existem diversas variáveis que podem influenciar a trajetória escolar de crianças e adolescentes, que acabam
fazendo com que sejam diagnosticadas erroneamente com algum tipo de transtorno, enquanto na verdade as
dificuldades estão advindas de problemas de ordem emocional, baixa autoestima e outros fatores ambientais,
externos ao biológico.
Palavras-chave: avaliação, neuropsicologia, psicopedagogia
Modalidade de apresentação: Relato de Experiência.