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Anais do III FAVE - Faculdade Univértix · Anais do III FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – Matipó – MG – 19 a 22 de outubro de 2010 ISSN – 2178-7301 APRESENTAÇÃO

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  • Anais do III FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – Matipó – MG – 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN – 2178-7301

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................06

    A PALAVRA DO DIRETOR...................................................................................................................07

    CORPO DOCENTE...............................................................................................................................09

    COMITÊ ORGANIZADOR.....................................................................................................................10

    COMITÊ CIENTÍFICO...........................................................................................................................11

    1 - GT 1 – CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA......................................................................................12

    1.1 ARTIGO..........................................................................................................................................14

    1.1.1 Panorama do custo de produção da cafeicultura de montanha na Zona da Mata Mineira, Minas

    Gerais – BRASIL ..................................................................................................................................15

    1.1.2 Sustentabilidade dos Sistemas Agroflorestais na Agricultura Familiar no córrego dos Eliotas

    Simonésia - MG.....................................................................................................................................22

    2- GT 2 - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS.......................................................................................................31

    2.1 ARTIGOS........................................................................................................................................33

    2.1.1- Conforto térmico e ambientação relacionada à arborização no bairro Boa Vista, em Matipó: um

    estudo desenvolvido pelo Programa Social...........................................................................................34

    2.2- RESUMOS.....................................................................................................................................43

    2.2.2- Anastomoses Interarteriais Coronarianas em Queixadas (Tayassu pecari Link,

    1795)......................................................................................................................................................44

    2.2.3 - Aspectos anatômicos da traqueia e brônquios principais no lobo marinho (Arctocephalus

    australis Zimmermann, 1783) ...............................................................................................................46

    2.2.4 - Caracterização anatômica das vias biliares do queixada (Tayassu pecari Link,

    1795)......................................................................................................................................................49

    2.2.5 - Influência do acetato de medroxiprogesterona sobre o ciclo estral e a histomorfometria uterina

    de camundongas...................................................................................................................................52

    2.2.6 - Padrão anatômico das artérias coronárias do queixada (tayassu pecari link,

    1795)......................................................................................................................................................55

    2.2.7 - Distribuição intraparenquimal dos ramos da veia porta hepática no queixada (tayassu pecari

    link, 1795) .............................................................................................................................................58

    3 - GT 4- CIÊNCIAS DA SAÚDE...........................................................................................................61

    3.1 ARTIGOS.........................................................................................................................................63

    3.1.1- Educação Continuada em Humanização: diminuindo as barreiras entre profissional e profissionais, cliente e profissionais nas clínicas médica, cirúrgica e pediátrica...............................................................................................................................................64

    3.1.2- Prevalência de sobrepeso e obesidade em crianças de uma escola da rede pública do

    município de Matipó-MG.......................................................................................................................74

    3.1.3 - Complicações frequentes pós-tratamento cirúrgico do câncer da mama em mulheres do

    município de Caratinga-MG ..................................................................................................................82

    3.1.4 - Incidência de diabetes e hipertensão entre as mulheres matipoenses e a influencia da bebida e

    do cigarro na manifestação dessas doenças........................................................................................92

  • Anais do III FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – Matipó – MG – 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN – 2178-7301

    3.1.5 - Multidisciplinar na utilização da nutrição parenteral em hospitais da região leste de Minas

    Gerais..................................................................................................................................................101

    3.1.6 - Projeto piloto - Análise do conhecimento sobre métodos contraceptivos de graduandos de

    Matipó-MG...........................................................................................................................................110

    3.1.7 - Automedicação referida por professores e acadêmicos da área de saúde da Faculdade Vértice

    – Matipó MG.......................................................................................................................................119

    3.1.8 - Obesidade em idade escolar: um estudo de caso do Programa Social...................................132

    3.2 - RESUMOS..................................................................................................................................144

    3.2.1 - Abortamento: uma análise da repercussão na vida e na saúde da mulher.............................145

    3.2.2 - Síndrome de Rett: um caso atípico diagnosticado em mulher de 62 anos..............................148

    3.2.3 - Estudo descritivo do consumo referido de psicofármacos em Ouro Preto-Minas Gerais

    (2006)..................................................................................................................................................151

    3.2.4 - Aspectos da utilização de plantas medicinais pela população da região central do município de

    Matipó, MG..........................................................................................................................................154

    3.2.5 - Distribuição dos portadores de diabetes mellitus no centro urbano de Matipó – MG..............157

    3.2.6 - Diabetes mellitus tipo 2 em idosos: o papel da educação nutricional no controle

    glicêmico..............................................................................................................................................160

    3.2.7 - Hipertensão arterial: uma breve análise no município de Matipó-MG......................................165

    4 - GT 5 - CIÊNCIAS AGRÁRIAS........................................................................................................168

    4.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................170

    4.1.1 - Realidade da pecuária leiteira no município de Matipó............................................................171

    4.1.2 - Efeito de arranjos plantio na produtividade do milho consorciado com Brachiaria

    Brizantha..............................................................................................................................................179

    4.1.3 - Efeito do parcelamento e modo de distribuição do adubo nitrogenado na produtividade do

    milho consorciado com Brachiaria Brizantha em diferentes arranjos de

    plantio..................................................................................................................................................187

    4.2 – RESUMOS.................................................................................................................................194

    4.2.1 - Análise de solo e impacto de sua utilização no custo de adubação de lavouras cafeeiras da

    Zona da Mata mineira..........................................................................................................................195

    4.2.2 - Ocorrência de artrópodos em cultivo de café no município de Matipó, Minas Gerais –

    Brasil....................................................................................................................................................199

    4.2.3 - Artropofauna do fragmento de mata com serrapilheira no município de Matipó, Minas Gerais –

    Brasil....................................................................................................................................................202

    5 - GT 6 - CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS...................................................................................205

    5.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................207

    5.1.1 - A importância de desenvolver habilidades de letramento digital nas matrizes

    educacionais........................................................................................................................................208

    5.1.2 - Letramento digital: conceitos, necessidade e cidadania..........................................................218

    5.1.3 - O papel dos estudos de impacto de vizinhança na construção da função social da

    cidade..................................................................................................................................................224

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    ISSN – 2178-7301

    5.1.4 - A responsabilidade dos fornecedores de produtos e serviços pelos riscos do desenvolvimento

    no direito brasileiro do consumidor: uma perspectiva tutelar constitucional........................................236

    6 - GT 17 - CIÊNCIAS HUMANAS......................................................................................................248

    6.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................251

    6.1.1 - As descobertas das diferenças................................................................................................252

    6.1.2 - O lugar da relação escola-família na educação de alunos de uma escola estadual da cidade de

    Manhuaçu - MG: a percepção de gestores, pais, professores e pedagogos......................................263

    6.1.3 - Competição ou Cooperação? a prática esportiva do tênis e do frescobol...............................274

    6.1.4 - Um diálogo preliminar entre a Educação Física que temos e a Educação Física que queremos:

    um estudo no município de Muriaé......................................................................................................280

    6.1.5 - A relação entre Pedagogia das competências e Educação Física numa visão crítica............288

    6.1.6 - Educação: nosso maior enigma...............................................................................................296

    6.1.7 - Filosofia da educação: uma perspectiva de um diálogo apenas interdisciplinar?....................303

    6.1.8 - Inclusão digital do professor: falamos do que?........................................................................314

    6.1.9 - Políticas públicas para o desenvolvimento do esporte: um estudo comparativo entre Brasil e

    Cuba....................................................................................................................................................321

    6.1.10 - O ensino da Matemática para alunos com necessidades educativas especiais de uma escola

    pública estadual de ensino especial de uma cidade do leste de Minas Gerais..................................328

    6.1.11 - Efetividade do ensino da Matemática através de estratégias lúdicas...................................337

    6.1.12 - O jogo como instrumento indispensável ao processo de ensino e aprendizagem da

    Matemática: alguns apontamentos......................................................................................................346

    6.1.13 - O ensino da Geometria e a teoria Van Hiele: algumas considerações..................................355

    6.1.14 - O ensino da Matemática: os desafios da aprendizagem dessa disciplina para alunos e

    professores..........................................................................................................................................364

    6.1.15 - Coerência do processo de avaliação de aprendizagem adotado por professor do 5o ano do

    ensino fundamental de uma escola pública estadual do município de Manhuaçu – MG....................373

    6.1.16 - O lugar do professor no processo de ensino aprendizagem: apontando alguns fatores.......383

    6.1.17 - Experiência de afetividade numa turma de educação infantil de uma escola pública municipal

    da cidade de Manhuaçu – MG.............................................................................................................392

    6.1.18 - Necessidade da educação ambiental com tribos indígenas que passam pelo processo de

    incorporação de elementos culturais dos não índios...........................................................................403

    6.1.19 - A percepção das "pessoas comuns" sobre o governo Collor - 1989 a 1992.........................411

    6.1.20 - Como os alunos são tratados pelos profissionais da escola? Um estudo realizado em escolas

    de um município do leste de Minas Gerais.........................................................................................420

    6.1.21 - A efetividade do PROERD na resistência às drogas e violência para alunos nas escolas da

    cidade de Tarumirim – MG..................................................................................................................430

    6.1.22 - Os fatores que interferem no processo de ensino aprendizagem: um estudo em escola

    pública da cidade de Tarumirim – MG.................................................................................................439

    6.1.23 - Os desafios e as perspectivas dos alunos que saem da zona rural para estudar na

    cidade.................................................................................................................................................447

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    ISSN – 2178-7301

    6.1.24 - Os desafios do processo de inclusão em uma escola pública estadual da cidade de

    Manhuaçu: um estudo de caso de um adolescente que apresenta Síndrome de Down....................458

    6.1.25 - O judeu voador: as raízes históricas do superman - de 1932 a 1940....................................469

    6.1.26 - Relação entre posse de bola e vitórias no Futsal de Alto nível: um estudo de caso da Copa do

    Mundo de Futsal de 2008....................................................................................................................479

    6.1.27 - O perfil dos trabalhadores do café na cidade de Matipó-MG: um estudo desenvolvido pelo

    Programa Social..................................................................................................................................488

    6.2 - RESUMOS..................................................................................................................................500

    6.2.1- O futebol como conteúdo hegemônico nas aulas de Educação Física Escolar........................501

    6.2.2 - A percepção dos moradores de Santo Antônio do Manhuaçu acerca dos impactos causados

    pela implantação da PCH areia branca: diferentes contextos socioeconômicos................................504

    7 - GT 8 – LINGUISTICA, LETRAS E ARTES.....................................................................................508

    7.1 - ARTIGOS....................................................................................................................................510

    7.1.1 - Topônimos comerciais: uma análise da nomenclatura comercial de Matipó...........................511

    7.1.2 - Qual é a pior tortura? uma análise da obra “o queijo e os vermes”, de Carlo Ginsburg..........520

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    APRESENTAÇÃO

    É com grande satisfação que, entre os dias 19 e 22 de outubro de 2010, a Faculdade Vértice, através da comissão organizadora do III FAVE (Fórum Acadêmico) realiza um evento que irá associar ciência, cultura, negócios e integração social.

    O III FAVE: ciência, cultura, negócios e integração social tem como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e professores da Faculdade Vértice e de outras Instituições; (2) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de graduação da Faculdade Vértice; (3) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.

    E não é por acaso que o III FAVE trás, esse ano, a temática em questão. Quando tratamos de ciência nos referimos as quase 30 palestras e mini-cursos com profissionais de renome de várias instituições de ensino superior de Minas Gerais e os mais de 70 trabalhos científicos (artigo e resumos) recebidos pelo comitê científico do evento e disponíveis neste anais. Ao incluirmos a cultura versamos sobre as manifestações artísticas que Matipó tem de melhor, que foram apresentadas no evento, principalmente pelos alunos e professores das escolas. A parte de negócios será representada com as diversas empresas de Matipó e região que estiveram presentes como colaboradoras mostrando as suas marcas. E, por fim, a integração social, já que o III FAVE é um evento aberto à comunidade e que conta com a sua participação. Isso se deve ao fato de a Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade.

    O “III FAVE é um evento que associou, num mesmo grupo, acadêmicos e professores de todos os cursos de graduação, incluindo, portanto, Administração, Agronomia, Ciências Contábeis, Enfermagem, Educação Física, Farmácia e Medicina Veterinária e o seu mais novo curso, Engenharia Civil. Além disso, no evento estiveram presentes professores e acadêmicos de outras Instituições.

    Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Faculdade Vértice, com seus quase três anos de existência, almejou, com o III FAVE, marcar o início de sua história de produção cientifica, já que entendemos que a pesquisa é interface do ensino. Esta Instituição tem a expectativa de obter resultados que cumpram a especificidade do evento: romper com a concepção de que o processo de produção científica é privilégio de grandes intelectuais. É a oportunidade de apontar novos caminhos, de compreender que, na Modernidade Tardia, a formação acadêmico-profissional de qualidade exige pesquisa. E pesquisar envolve trabalhar de maneira co-participativa, socializar o conhecimento, enfrentar críticas, criticar, ouvir e se fazer ouvido, respeitar e fazer-se respeitado. Essa tarefa, portanto, envolve respeito e humildade de professores especialistas, mestres, doutores e, sem dúvida, acadêmicos, independente do nível, como produtores de pesquisa.

    Assim, além de todos os objetivos, com o III FAVE esperamos contribuir para a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.

    Profa. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenadora do III FAVE

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    A PALAVRA DO DIRETOR

    A Faculdade Vértice, sabe como é difícil trilhar um caminho de conquistas e vitórias. Ingressar numa faculdade implica em novos desafios, especialmente para quem deseja crescer. Em 2008 iniciamos nossas atividades, com o principal objetivo de oferecer, o que há de melhor em qualidade de ensino superior. A motivação e dedicação de nossos colaboradores são ingredientes fundamentais para o sucesso de nossa faculdade, que, com pouco mais de 2 anos de funcionamento, consolida o funcionamento de 8 cursos de graduação presencial, todos autorizados pelo MEC. Uma das características marcantes desse sucesso foi o direcionamento dos cursos para os verdadeiros anseios da sociedade regional. Cursos como Medicina Veterinária, Agronomia, Engenharia Civil se tornaram diferenciais da instituição. Além disso, toda a comunidade tem acesso aos tradicionais cursos de Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Educação Física e Farmácia. A implantação desses novos cursos, no interior de Minas Gerais, ampliou as opções para todos os alunos concluintes do segundo grau, que agora podem estudar perto de suas casas, com um custo acessível. Os principais diferenciais da Vértice estão relacionados a filosofia educacional rigorosa baseada na ética e na educação como um todo, que poderá ser comprovada nas ações de implementação dos cursos e de sua equipe. No momento a faculdade investe na implantação de 2 campos experimentais para o curso de Agronomia com 48 hectares, onde pesquisas e aulas práticas serão intensificadas. O projeto de um moderno Hospital Escola para Medicina Veterinária está sendo concluído, será implantado numa área de 8 hectares, com mais de 1.200 m2 da mais alta tecnologia, consultórios, salas de exames complementares, cirurgia para pequenos e grandes animais, possibilidade de internação e tratamento de alta qualidade para toda a região. As obras começam em 2011 e o início dos atendimentos está previsto para 2012. Alçar novos vôos, sempre mais altos, parece a marca registrada da família Gardingo, mantenedora dessa instituição, que anuncia para 2011 novos investimentos e muitas novidades, dentre elas a criação de Cursos Técnicos profissionalizantes. A idéia é qualificar a mão-de-obra regional e oportunizar vagas no mercado de trabalho com as parcerias já fechadas com dezenas de empresas da região. Cursos de 800 a 1200 horas de duração em média, profissionalizantes serão oferecidos a partir de 2011, para alunos do ensino médio, que poderão qualificar-se rapidamente para o mercado e ocupar as vagas ociosas. “Com o primeiro emprego, a possibilidade de continuar estudando e fazer um curso superior fica mais próxima”, acreditam os dirigentes da instituição. Pesquisas recentes revelam que até 70% das vagas oferecidas no Sudeste deixam de ser preenchidas pela falta de qualificação da mão-de-obra. Além disso, a Faculdade Vértice, brevemente passará a adotar a marca Univertix, fruto do início, do que chamamos de Fase 2 de implantação do projeto. Essa referida fase 2, faz parte do que seria o mais audacioso de todos os projetos da instituição até agora, sua ampliação e a abertura de novas sedes em outras cidades do Estado e do Brasil. Nossa faculdade nasceu com grandes ambições e almeja projetar o nome de sua cidade e região no âmbito nacional, provando que é possível oferecer ensino de qualidade com preços acessíveis e competir em todo o território nacional.

    Prof. D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes

    Diretor Acadêmico

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    ISSN – 2178-7301

    SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.

    João Batista Gardingo

    Diretor Presidente

    Sebastião Gardingo

    Diretor Executivo

    FACULDADE VÉRTICE – UNIVERTIX

    Prof. D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes

    Diretor Acadêmico

    M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari

    Coordenadora do curso de Farmácia

    D.Sc. Irlane Bastos Costa

    Coordenadora do curso de Agronomia

    M.Sc. Karen Estefan Dutra

    Coordenadora do curso de Administração e Ciências Contábeis

    Prof. Esp. Márcio Lopes de Oliveira

    Coordenador do curso de Educação Física

    Prof. D.Sc. Gilberto Machado Valente

    Coordenador do curso de Medicina Veterinária

    Esp. Vandeir de Oliveira Guerra

    Gerente Financeiro

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    CORPO DOCENTE

    Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Andréia Almeida Mendes M.Sc. Bruna Waddington de Freitas Esp. Carlos Eduardo Toledo Esp. Celso Abreu de Araújo M.Sc. Cínthia Mara de O. L. Schuengue Esp. Clésio Gomes de Jesus Esp. Cristina Maria Lobato Pires Esp. Daniel Vieira Ferreira Esp. Daniela Gomes Rosado Esp. Deisy Mendes Silva Esp. Edimaldo Garcia Júnior Esp. Elder Machado Dutra Esp. Emanuelle Ferreira de Souza Esp. Érica Estanislau Muniz M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari Esp. Gabriela Chaves Mendes Justino D.Sc. Gilberto Machado Valente M.Sc. Guanayr Jabour Amorim Esp. Hermínio Medeiros Oliveira D.Sc. Irlane Bastos Costa Esp. Ivonaldo Aristeu Gardingo Esp. Janine Lopes de Carvalho Grad. João Luís do Espírito Santo Júnior Esp. José Célio Klen M.Sc. Karen Estefan Dutra M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes D.Sc. Manuella Carvalho Costa M.Sc. Marcelo Silva dos Santos M.Sc. Márcia Ferreira da Silva Esp. Márcio Lopes de Oliveira Esp. Margareth Knupp Toledo de Carvalho M.Sc. Maria Aparecida Salles Franco Grad. Maria Aparecida Schroder Dutra Esp. Neiler Soares Vieira de Oliveira M.Sc. Orismário Lúcio Rodrigues M.Sc. Patrícia Luísa Mendes de Araújo Esp. Patrícia Sad M.Sc. Renata Aparecida Fontes Esp. Renata de Abreu e Silva Esp. Rita de Cássia F. P. Lazaroni Esp. Rodrigo Júlio dos Santos D.Sc. Rogério Oliva Carvalho Esp. Tadeu Hipólito da Silva Esp. Valéria de Mello Esp. Valter Mageste de Ornelas M.Sc. Vitória Emanuela da Silva Alves

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    COMITÊ ORGANIZADOR

    Coordenação M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Coordenação Setorial Esp. Ana Lígia de Souza Pereira Esp. Daniel Vieira Ferreira Esp. Patrícia Sad M.Sc. Karen Estefan Dutra D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes M.Sc. Patrícia Luísa Mendes de Araújo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Esp. Rita de Cássia Ferreira Pedrosa Lazaroni Financeiro Esp. Vandeir de Oliveira Guerra Estagiários de apoio Francis Leônidas Mara Rúbia Torres Barreto Nathália de Oliveira Pereira Otávia Stoupa Costa Vera Villares Nogueira Estagiários da secretaria do evento Ariádyni Montes Gardingo Leandro Moreira Pedroso Vanessa Queiroz Teixeira

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    COMITÊ CIENTÍFICO

    Coordenação M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento Comitê técnico-científico Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Patrícia Luísa Mendes de Araújo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Comitê científico Esp. Ana Lígia de Souza Pereira M.Sc. Andréia Almeida Mendes M.Sc. Cínthia Mara de O. L. Schuengue Esp. Daniela Gomes Rosado Esp. Érica Estanislau Muniz M.Sc. Fernanda Cristina Ferrari Esp. Gabriela Chaves Mendes Justino D.Sc. Gilberto Machado Valente D.Sc. Irlane Bastos Costa M.Sc. Karen Estefan Dutra M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento M.Sc. Marcelo Silva dos Santos M.Sc. Márcia Ferreira da Silva Esp. Márcio Lopes de Oliveira M.Sc. Maria Aparecida Salles Franco M.Sc. Patrícia Luísa Mendes de Araújo M.Sc. Renata Aparecida Fontes Revisão de Língua Portuguesa Andréia Almeida Mendes Design e Desenvolvimento D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes

    Estagiárias de apoio Nathália de Oliveira Pereira Vera Villares Nogueira

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    GT 1

    CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

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    ISSN – 2178-7301

    GT1 – CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

    Nº Tipo de

    Apresentação TRABALHO

    1 Comunicação

    Oral – A Panorama do custo de produção da cafeicultura de montanha na Zona da Mata Mineira, Minas Gerais – BRASIL

    2 Comunicação

    Oral– A Sustentabilidade dos sistemas agroflorestais na agricultura familiar no Córrego dos Eliotas Simonésia – MG

    A - ARTIGOS

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    ISSN – 2178-7301

    ARTIGOS

  • Anais do III FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – Matipó – MG – 19 a 22 de outubro de 2010

    ISSN – 2178-7301

    PANORAMA DO CUSTO DE PRODUÇÃO DA CAFEICULTURA DE MONTANHA

    NA ZONA DA MATA MINEIRA, MINAS GERAIS-BRASIL

    Vinícius Sigilião Silveira Silva, Alekson Vieira Amorim e Mirelle Rodrigues

    Dornelas - graduandos em Agronomia. Vitória Emanuella da Silva Alves - graduada em Agronomia, Mestre em Fitotecnia.

    Professora da Faculdade Vértice. Patrícia Sad - graduada em Ciências Econômicas, mestranda em Meio Ambiente e

    Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice. Faculdade Vértice

    [email protected]

    RESUMO A região da Zona da Mata que produz café de montanha necessita lançar mão de tecnologias que permitam aos produtores se manterem estáveis no mercado que cada dia fica mais competitivo. Devido ao relevo montanhoso, fica oneroso o custeio de produção. Assim, a pesquisa exploratória permitiu verificar um panorama do custo de produção da cafeicultura onde o uso de iniciativas tecnológicas usadas de forma inteligente e prática permitem ao homem um melhor gerenciamento de suas atividades profissionais e o que precisa investir em qualidade para adicionar valor ao seu produto, podendo para tanto justificar um custo mais elevado de produção. PALAVRAS-CHAVE: Café de montanha; Tecnologia; Custo de produção; Produtividade. 1. Introdução

    O café foi o principal produto das exportações brasileiras durante mais de um

    século, até a crise de 1929/30, quando o país percebeu a necessidade de

    diversificar sua pauta de exportação. Atualmente, em 2010, O Brasil se destaca

    como produtor e exportador de café numa fase de preços internacionais

    relativamente favoráveis (VIEIRA e HAFERS, 2010). Minas Gerais é o maior

    produtor de café do Brasil, com 46,8% de toda a produção do grão do país

    (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ – ABIC, 2005).

    A microrregião de Manhuaçu tem como principal atividade econômica a

    produção de café, estando entre os maiores produtores do estado de Minas Gerais.

    Por estes dados, percebe-se a importância do café para a economia nacional,

    estadual e regional. Todavia existem entraves aos produtores da Zona da Mata

    mineira, pois não tem obtido o retorno adequado, o que pode ser decorrente da

    estrutura de comercialização muito competitiva, mas também pode advir da falta de

    controle de custos de produção.

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    ISSN – 2178-7301

    A busca da qualidade é fundamental para que esta atividade seja

    satisfatoriamente rentável, visto que o preço do produto desde meados dos anos 90

    não tem sido o esperado pelos produtores, destacando a busca da produção

    sustentável de café, a qual já é apresentada pelo Consórcio Brasileiro de Pesquisa e

    Desenvolvimento do Café (CASTRO JUNIOR, 2005).

    A região da Zona da Mata, a qual produz o café das montanhas, necessita

    urgentemente lançar mão de novas tecnologias que permitam aos produtores se

    manterem estáveis no mercado que a cada dia fica mais competitivo. Não há mais

    como se manter neste ramo de negócio sem produzir café de qualidade e de

    maneira organizada, mantendo controle orçamentário, de custos de produção e

    planejamento de compras, tudo isso com o mínimo possível de desperdício,

    procurando retornar para o próprio processo produtivo os resíduos da produção,

    para que as constantes oscilações e quedas de preço do produto sejam superadas

    por meio da obtenção de uma alta produtividade, compensando também a falta de

    políticas favoráveis a esse setor de atividade como as existentes no passado.

    A cultura cafeeira, por se tratar de ciclo perene, com produção bianual,

    grande diversidade de situações e de sistemas produtivos e com razoáveis níveis de

    investimentos na implantação, condução e pós-colheita, requer maior rigor na

    análise e interpretação dos resultados de custos (COSTA et al., 2001).

    Teixeira et al. (2000) recomendam que sejam incorporados na análise de custos de

    produção de café aqueles investimentos decorrentes das estruturas internas à

    propriedade cafeeira, como terreiros, tulhas, armazéns, descascador, lavadores,

    secadores, máquinas de benefício, energia elétrica, tratores e implementos, uma vez

    que se constituem em investimentos de médio e longo prazos.

    A inexistência de metodologia para calcular os custos reais, capaz de

    abranger vários biomas com diversificadas condições climáticas, hídricas,

    vegetativas, de solo e relevo, tem limitado avaliações e/ou comparações entre

    alternativas tecnológicas, com influência negativa no processo decisório, na

    propriedade. Entretanto, isto não pode ser visto como fator paralisante: o produtor

    deve buscar alternativas para ter o controle dos custos de sua produção. Uma opção

    viável é a utilização de softwares de custo e gestão agrícola.

    A crescente popularização da informática, e o surgimento de novas tecnologias na

    fabricação de componentes eletrônicos vêm possibilitando o acesso a um público

    cada vez maior dos recursos de um sistema de informação. Dessa forma os

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    programas de cálculos de custo de produção são bem utilizados nas finanças do

    café, garantindo maior precisão: assim as novas tecnologias passam a trazer

    benefícios diretos à atividade agrícola (CASTRO JUNIOR, 2005).

    Para a região da Zona da Mata mineira a utilização de software básico desenvolvido

    para as necessidades da região e com uma boa escalabilidade permitiria atender às

    necessidades e características do processo produtivo de café, visando obter uma

    padronização deste processo e a inclusão digital dos administradores de

    propriedades.

    Como outra alternativa, Costa et al. (2001) sugeriram que para o

    levantamento de coleta de dados nas propriedades cafeeiras deve ser estabelecido

    um conjunto de formulários padronizados e específicos para cada fase do ciclo da

    cultura, como forma de orientar o processo de uniformização da metodologia para

    obtenção dos custos de produção da cafeicultura brasileira.

    Todas as novas iniciativas tecnológicas usadas de forma inteligente e prática

    permitem ao homem um melhor gerenciamento de suas atividades profissionais.

    Neste paradigma, este trabalho objetivou verificar as alternativas para ter o controle

    dos custos da produção na região da Zona da Mata em Minas Gerais, utilizando

    para isso informações obtidas em meios de comunicação tais como, Internet e

    periódicos especializados, com o intuito de levantar um panorama no processo

    produtivo do café e a competitividade do setor.

    Justifica-se este estudo pela importância que assume o café na economia da

    região e pela necessidade de profissionalizar o controle dos custos de produção

    desse produto para tornar-se mais competitivo.

    2. Metodologia

    A pesquisa possuiu um caráter exploratório e foi realizada no período de

    agosto à setembro de 2010 que objetivou proporcionar ao pesquisador uma maior

    familiaridade com o problema em estudo.

    Este trabalho teve como meta tornar um problema complexo mais explícito ou

    mesmo construir hipóteses mais adequadas. A base desta pesquisa de meta-análise

    foi utilizar manuscritos extraídos em periódicos, livros e artigos acessíveis pela

    internet relacionados aos custos de produção da cafeicultura de montanha em Minas

    Gerais.

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    3. Resultados e discussão

    Nossa preocupação foi em fornecer aos futuros pesquisadores e profissionais

    da área de economia rural um quadro de referência que ofereça suporte às dúvidas

    mais elementares sobre pesquisa de custo de produção na região da Zona da Mata

    em Minas Gerais. Ao mesmo tempo, as referências bibliográficas servem como

    ligações para aprofundamentos maiores.

    A cafeicultura chegou ao estado de Minas Gerais por meio da Zona da Mata,

    pela fronteira com o Rio de Janeiro, devido ao deslocamento da cultura do Vale do

    Paraíba, que por muito tempo foi a principal região produtora de café do estado do

    Rio de Janeiro e, mais tarde, foi se interiorizando pelo estado (CRUZ, 2002).

    Na Zona da Mata mineira, a cultura cafeeira encontrou condições adequadas

    ao desenvolvimento, dada a existência de fatores de produção ociosos: terra, mão-

    de-obra e capital. Devido ao relevo montanhoso da região, fica muito difícil para os

    produtores a utilização de máquinas, por isso, a maior parte do trabalho dispensado

    à lavoura cafeeira é realizado manualmente, desde o preparo da terra para o plantio

    até a colheita (CASTRO JUNIOR, 2005).

    Para tanto, nas regiões de montanha o principal impacto na cafeicultura é a

    perda de competitividade do produtor tradicional, que tem uso intensivo da mão de

    obra com elevado encarecimento deste serviço e severa legislação trabalhista cada

    vez mais exigente.

    As informações fitotécnicas e socioeconômicas indicam, ainda, que no Sul de

    Minas Gerais os sistemas de produção são mais heterogêneos, com predomínio de

    pequenos produtores, parte significativa deles em áreas de montanha, porém

    responsáveis pelo volume de produção inferior ao produzido pelos médios e grandes

    produtores. As diferenças de utilização de tecnologia nessa região também são

    significativas.

    Bessa Junior e Martins (1992) concluíram que sistemas de produção de café

    mais tecnificados e com maior produtividade tiveram maior capacidade de resistir às

    eventuais crises de preços, comparativos àqueles em que prevaleciam padrões mais

    tradicionais e com baixa utilização de insumos. A Tabela 1 traz os dados referentes

    aos custos de produção da safra 2008/2009 comparando os municípios de Guaxupé

    e Manhuaçu, ambos em Minas Gerais, sendo que Manhuaçu utiliza métodos mais

    tradicionais. Observa-se que Manhuaçu teve o custo total de produção mais elevado

    e menor produtividade que Guaxupé.

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    Tabela 1- Custos de produção Safra 2008/2009

    Fonte: CONAB/MAPA, in VEGRO, 2009.

    Segundo Bliska et al. (2009) os fatores de custo de produção do café arábica

    (Coffea arabica) são subdivididos por atividades do sistema de produção (total gasto

    com insumos e com operações em cada atividade), o que permite ao produtor

    visualizar os pontos de seu sistema de produção que merecem maior atenção ou até

    mesmo uma reestruturação. As atividades consideradas foram: nutrição,

    fitossanidade, controle do mato, colheita, preparo, beneficiamento e outros custos.

    Esse último item inclui podas (recepa, esqueletamento, decote, condução, limpeza),

    transporte (produtos, insumos, terreiro, mão de obra), irrigação, arruação,

    conservação de carreadores, análise de solo, utensílios (custeio e colheita).

    Em pesquisa, utilizando questionário estruturado, realizada por Castro Junior

    (2005) ao analisar o processo produtivo de café para microrregião de Manhuaçu

    mostrou que 70% do total dos entrevistados não estavam satisfeitos com a situação

    vivida pelo produtor, devido, em sua maioria, pela falta de incentivo oferecido pelo

    governo federal e principalmente pelo baixo valor de mercado da saca do produto.

    Motivos que se apresentam como causa para o baixo investimento ou até mesmo o

    não investimento em tecnologia para melhoria do processo. Fato este verificado

    porque 57% dos entrevistados exerciam outra atividade paralela à produção. Alguns

    produtores não encaram esta atividade com uma visão empresarial, o que fez com

    que o negócio não tivesse prioridade e passasse a ter um caráter amador. Contudo,

    80% dos entrevistados não pensavam em abandonar a atividade. Constatou assim,

    que para cada produtor existiu sua maneira particular de controlar seu negócio e a

    utilização de sistemas específicos para a produção acontece normalmente em

    grandes propriedades, onde um funcionário é contratado especialmente para exercer

    esta função (CASTRO JUNIOR, 2005).

    4. Considerações finais

    Município Sc/ha Custo Total

    Guaxupé/ MG 25 246,10

    Manhuaçu/MG 24 259,88

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    A concepção da pesquisa constituiu uma estrutura para a realização do

    panorama de custo de produção para a região da Zona da Mata mineira, exigindo

    total responsabilidade e seriedade dos profissionais que a dirigem.

    O panorama do cafeicultor o coloca, simultaneamente, em dois mercados

    distintos: um, de seu produto, ofertante de café; outro, do adquirente dos insumos,

    demandando fatores de produção. Sabe-se que o preço do café varia de acordo

    com a safra e é determinado pelo mercado consumidor e fornecedor internacional,

    tanto é que o mesmo é uma das commodities agrícolas comercializadas em Bolsas

    de Valores e Mercado Futuro. Como os preços dos insumos agrícolas variam

    refletindo a cotação diária do dólar e sobre isso, o produtor não tem nenhuma

    margem de manobra, resta muito pouco a fazer.

    Se não dá para mexer nos elevados custos de produção nem no preço final, o

    cafeicultor de montanha precisa investir em qualidade para adicionar valor ao seu

    produto, conseguindo dessa forma aumentar os preços, e até mesmo justificar um

    custo tão elevado de produção.

    Vegro (2009) recomenda atenção ao manejo agronômico com seleção

    genética de cultivares realizando a renovação de 5% a.a para obter maior

    resistência, produtividade e qualidade, adotando a localização do terreiro (nunca na

    baixada) e técnicas de cultivo adequadas tais como: gessagem/calagem, desbrotas,

    podas, manejo do mato, arborização. Ressalta ainda a importância da análise de

    solo e foliar o que permite uma otimização da aplicação de fertilizantes e a

    necessidade dos cuidados com os recursos ambientais utilizando madeira de

    reflorestamento e de cafezais erradicados, irrigação, uso de combustíveis

    alternativos em detrimento dos combustíveis fósseis e aproveitamento de resíduos

    em sistemas de agricultura e pecuária. Finalizando, Vegro (2009), sugere o

    planejamento da lavoura e treinamento de funcionários assim como investimento em

    equipamentos e terreiros: todas essas alternativas visando melhorias na

    produtividade.

    Vale ressaltar que a responsabilidade social do produtor tanto para com seus

    funcionários quanto para com a comunidade em que está inserido pode parecer a

    primeira vista uma forma de onerar sua produção, mas a um olhar minucioso, nota-

    se que é um investimento do qual ele terá retorno no longo prazo.

    Cartilhas de gestão financeira também recomendam cuidado com o crédito:

    utilizá-lo com o propósito a que foi concedido e não acumular prestações. Dessa

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    forma, há possibilidade de melhorar a gestão do negócio. O rígido controle dos

    custos de produção não é garantia de retorno do investimento, entretanto é um

    instrumento de gestão indispensável ao produtor que tem uma visão global do seu

    empreendimento e aspira por melhorias contínuas.

    REFERÊNCIAS

    ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE CAFÉ – ABIC. Minas produz metade do café do Brasil, [online] Set. 2005 Disponível [capturado em 20 Out. 2005].

    BESSA JUNIOR, Alfredo de A.; MARTIN, Nelson B. Custos e rentabilidade na cultura do café. Informações Econômicas, São Paulo, v.22 n.º 7, p.30-35, jul.1992.

    BLISKA, F. M. M. et al. Dinâmica fitotécnica e socioeconômica da cafeicultura brasileira. Informações Econômicas, São Paulo, v. 39, n. 1, p. 15-18, jan. 2009. CASTRO JUNIOR, Dirceu Lacerda de. Adoção de Tecnologia da Informação no processo produtivo do café de montanha. Monografia (Sistemas de Informação). Faculdade de Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas (FADILESTE), 2005. COSTA, E. B.; GARCIA, R. D. C.; TEIXEIRA, S. M. Custo de produção da cafeicultura de montanha do Espírito Santo em diversos sistemas de produção. In: Anais do SIMPÓSIO DE PESQUISAS DOS CAFÉS DO BRASIL, 2, Vitória (ES), Vitória: EMBRAPA, 2001.

    CRUZ, Carlos Henrique. A comunicação em Manhuaçu: um diagnóstico sobre o processo de produção em jornalismo, relações públicas e publicidade. Monografia (Jornalismo) Caratinga, Faculdades Integradas de Caratinga (FIC), 2002.

    TEIXEIRA, S.M, et, al. Fatores de Competitividade na Cafeicultura, em propriedades selecionadas, no Brasil: 2000. l Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil. 1, 2000, Poços de Caldas-MG. Resumos Expandidos, Brasília. Ed. Embrapa Café e MINASPLAN. V. 1, p.340-342, 2000.

    VEGRO, Celso Luis Rodrigues. Ambiente de Negócios, crise financeira e cafeicultura. In XIII Simpósio sobre cafeicultura de Montanha. Manhuaçu/ MG, março de 2009. VIEIRA, Marcelo e HAFERS, Luiz Suplicy. Café: o fim de um ciclo. Disponível em: http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=60161. Acesso em: 03.set.2010

    http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=60161

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    SUSTENTABILIDADE DOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS NA AGRICULTURA

    FAMILIAR NO CÓRREGO DOS ELIOTAS SIMONÉSIA - MG.

    Maria Aparecida Salles Franco – Graduada em Zootecnia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade; Professora da Faculdade Vértice.

    Luiz Cláudio Ribeiro Rodrigues – Geólogo, PhD [email protected]

    RESUMO

    Este trabalho analisou a sustentabilidade de cinco agricultores familiares que produzem em Sistemas Agroflorestais (SAFs) no entorno da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Sossego, localizada no município de Simonésia, MG. Como parâmetro analisou-se a sustentabilidade de outros quatro agricultores familiares em sistema convencional. Foram utilizados três questionários: o primeiro, de caráter qualitativo, o primeiro buscou informações sobre aspectos socioeconômicos e culturais das famílias dos nove agricultores envolvidos nesta pesquisa; o segundo avaliou o grau de percepção dos cinco agricultores agrofloresteiros e de alguns dos membros destas famílias com relação a aspectos ambientais e sociais. Por ultimo o terceiro, de caráter quantitativo, buscou avaliar a sustentabilidade da produção dentro dos sistemas agroflorestal e convencional, levantando-se a produção em kg ou litros, os valores de vendas e os custos de produção em reais - este último obtido pela soma dos insumos adquiridos e gastos com mão-de-obra. Conclui-se que o sistema agroflorestal contribui com a conservação ambiental, os agrofloresteiros são auto-sustentáveis em boa parte dos itens da cesta básica e produzem parte de suas necessidades energéticas. Os resultados mostram que o sistema agroflorestal estudado apresenta renda bruta e renda líquida inferior ao do sistema convencional.

    PALAVRAS-CHAVE: Agrofloresta; sustentabilidade; agricultura familiar.

    1. Introdução

    Segundo MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário), atualmente, um dos

    grandes desafios da agricultura brasileira é a sustentabilidade econômica, ambiental

    e social das pequenas propriedades agrícolas. Estas mantêm uma maioria da

    população tradicional que é responsável por grande parte da produção agrícola do

    país.

    Baseado nessa premissa este trabalho analisou a sustentabilidade

    econômica, ambiental e social de algumas famílias de agricultores que utilizam

    sistemas agroflorestais. Essas famílias residem no entorno da reserva Particular do

    mailto:[email protected]

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    Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Sossego, no Córrego dos Eliotas, localizado no

    município de Simonésia, MG.

    Existe um projeto de criação de um corredor ecológico entre esta reserva e a

    RPPN Feliciano Abdala, localizada entre os municípios de Caratinga e Ipanema. O

    espaço traçado pelo projeto do Corredor se localiza em uma região com alto índice

    de agricultura familiar.

    As leis ambientais enfim saem do papel e passam a cumprir sua função de

    defesa ambiental. Neste contexto aumenta-se a tendência do êxodo rural que é

    vivida entre a população jovem do campo por falta de possibilidade de trabalho e

    renda no seio familiar.

    Nesse espaço ocupado por agricultores familiares é necessário que haja

    sustentabilidade econômica para se usufruir de um espaço social em harmonia com

    o ambiente.

    O objetivo geral do trabalho foi analisar a sustentabilidade do sistema

    agroflorestal e compará-la a agricultura convencional, ambas realizadas por

    agricultores familiares. Registramos que este trabalho constitui-se em um recorte da

    dissertação de mestrado, apresentada ao Programa de Pós-graduação em Meio

    Ambiente e Sustentabilidade, do Centro Universitário de Caratinga - UNEC, com o

    mesmo título do referido artigo.

    Este trabalho justifica-se pela necessidade de analisar o grau de

    sustentabilidade dos agricultores familiares, principalmente aqueles que se

    encontram no entorno da RPPN Mata do Sossego que vem trabalhando em

    sistemas agroflorestais, onde o principal componente desse sistema é o café.

    Comparou-se esse sistema com o sistema de produção convencional (uso de

    fertilizantes químicos e defensivos em sistemas de monocultura a pleno sol) copiado

    do agronegócio por agricultores familiares.

    Os resultados da pesquisa podem indicar essa prática pouco usual

    (agroflorestas) como relevante no processo de preservação ambiental, recuperação

    de áreas degradadas e na manutenção da sustentabilidade familiar, ou mostrar

    problemas de sustentabilidade das famílias envolvidas que inviabilizem este modelo

    de produção, a partir daí, apontar soluções.

    2. Histórico

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    Um programa desenvolvido pela Fundação Biodiversitas em outubro de 1997

    visou à conscientização e sensibilização dos agricultores buscando a parceria

    destes na manutenção do fragmento de Mata Atlântica RPPN Mata do Sossego,

    além de disseminar técnicas de agroecologia, ajudar na organização do grupo e,

    principalmente, possibilitar a troca de saberes agroecológicos entre os agricultores.

    Assim, esse grupo de agricultores desenvolve, há cinco anos, uma

    experiência de introdução de espécies da flora nativa, cana e frutas nas entrelinhas

    de cafezais já estabelecidos, convertendo-os em sistemas agroflorestais.

    A sustentabilidade - dentro do contexto da agricultura familiar que desenvolve

    práticas agroecológicas - é uma informação importante para o processo de

    motivação e multiplicação deste modelo de produção dentro da categoria de

    produtores que ocupam áreas agrícolas no entorno das UCs (Unidades de

    Conservação) e no caminho dos fragmentos que formarão os corredores. Também é

    importante para os que necessitam atender a legislação ambiental averbando

    reservas legais e recuperando APPs.

    3. Revisão bibliográfica e referencial teórico

    Sustentabilidade

    Segundo o Ministério de Desenvolvimento Agrário (2006) O conceito

    “sustentável”, que pode ser aplicado para desenvolvimento e mais especificamente

    para agricultura, aceita uma vasta gama de definições, que se ajusta a diferentes

    interesses e filosofias, não apresentando um consenso. Há uma discussão mundial,

    a respeito deste assunto, entre o setor industrial economicamente dominante da

    sociedade e o movimento ambientalista”.

    “O crescimento e a intensificação dos ciclos de mercadorias negociadas no

    mercado internacional (commodities) têm contribuído pouco para a diversificação

    das localidades rurais”. (CONDRAF/MDA, 2006).

    Commodities na realidade local é o café - principal produto da região e entre os

    agricultores familiares estudados.

    A maioria das pesquisas científicas da agricultura moderna, baseadas no paradigma dominante, tem buscado maximizar a produção, ao invés de otimizá-la, solucionando problemas de produção mais imediatos sem entender sua resiliência e com isso buscar a sustentabilidade dos sistemas agrícolas (e.g., Gliessman, 1990).

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    Paralelamente ao modelo acima citado, observa-se o surgimento de uma

    nova proposta de desenvolvimento rural com enfoque nas diferentes dimensões da

    sustentabilidade (econômica, social, política, cultural, ambiental e territorial). MDA

    (2006)

    No desenvolvimento sustentável, busca-se compatibilizar o crescimento

    econômico com a proteção ambiental, diminuindo gradativamente os impactos sobre

    a qualidade do ar, da água, do solo, dos recursos naturais e da biodiversidade.

    Segundo Altieri, 1983, a agrofloresta é a forma sustentável de produção que mais se

    aproxima de um ambiente natural, onde ocorre ciclagem de nutrientes, maior

    controle de pragas e doenças e menor dependência de insumos externos. A

    agrofloresta também contribui com a manutenção do solo e da água no sistema.

    Agrofloresta

    O conceito de Sistemas Agroflorestais (SAFs) mais conhecido ou divulgado

    foi definido pelo Centro Mundial de Agroflorestas (ICRAF) como sendo

    “combinações do elemento arbóreo com herbáceas e/ou animais organizados no

    espaço e/ou no tempo” (Lundgren1982).

    Agricultura Familiar

    Segundo Coelho (2005) “a maioria dos dados referentes à produção de café

    englobam a agricultura familiar e a patronal como uma coisa única. Outros dividem

    estas categorias de agricultores pelo tamanho de suas propriedades”. Nenhuma das

    duas formas caracteriza a agricultura familiar com exatidão.

    Guanzirolli e Cardim (2000), tendo como base os dados do Censo Agropecuário de

    1995/1996 (IBGE, 1996) apresentam a agricultura familiar e a sua contribuição

    dentro da agricultura nacional, como sendo:

    Aqueles em que os trabalhos realizados pelos familiares são a base de sua produção. Estariam incluídos nesta categoria aqueles que utilizam mão-de-obra contratada esporádica ou permanente desde que estes não ultrapassem a força de mão-de-obra familiar. Dentro dos critérios de classificação estabelecidos, considerando-se todo o país, temos 76,9% dos estabelecimentos familiares que utilizavam apenas mão de obra familiar.

    4. Metodologia

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    A metodologia adotada foi pesquisa participante, de caráter qualitativo e

    quantitativo, utilizando como ferramentas questionários estruturados e DRP

    (Diagnóstico Rápido Participativo). Buscou-se analisar a sustentabilidade ambiental,

    social e principalmente econômica dos produtores de agroflorestas, comparando-a à

    sustentabilidade de um grupo de agricultores familiares que produzem de forma

    convencional.

    Durante a pesquisa descobriu-se que não havia nenhum documento escrito

    que comprovasse as despesas e os lucros - não é feito nenhum tipo de anotação

    pelos produtores. Como circula muito pouco dinheiro entre eles e nunca utilizam

    qualquer forma de crédito, guardam na memória seus gastos e seus lucros

    provenientes da produção agrícola ou de outra forma de trabalho. Portanto, sem os

    registros, a pesquisa fiou-se no relato dos produtores entrevistados.

    A renda bruta estimada nos dois sistemas engloba o valor bruto da produção

    vendida e a produção consumida na unidade produtiva. Obtida através da fórmula,

    segundo Faro (1979):

    RBT = ∑ Pi Qi, em que:

    RBT = renda bruta total, medida em reais (R$) por unidade produtiva familiar.

    Pi = preço do produto i medido em reais (R$)

    Qi = Quantidade do produto i.

    Os preços utilizados nos cálculos da renda bruta estimada dos sistemas

    produtivos foram aqueles recebidos por cada família por unidade do produto

    comercializado ou o seu valor na CEASA Caratinga, com preços de abril de 2007,

    para os consumidos na propriedade.

    A renda líquida foi obtida a partir da diferença entre a renda bruta e o custo de

    produção em cada uma das unidades produtivas.

    Por fim, foram feitas comparações entre a renda bruta, o custo de produção e a

    renda líquida dos agricultores familiares agrofloresteiros e convencionais.

    4. Resultados e Discussão

    A fragmentação das terras através da divisão por herança - fato ocorrido entre

    o grupo pesquisado - faz com que cada vez mais as glebas diminuam tornando-se

    inviáveis ao objetivo de uma produção meramente comercial.

    Esta situação contribuiu com o êxodo rural vivido na região e no Brasil em geral, nas

    três últimas décadas do século XX (INDI, 2007; IBGE, 2000).

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    Dos cinco agrofloresteiros estudados, quatro são irmãos, e suas glebas são o

    resultado do que chamamos reforma agrária por “herança”. Terras antes maiores e

    isoladas pela situação topográfica, e que passaram por divisões e redistribuição das

    terras nas três últimas gerações, sustentam famílias numerosas que sempre viveram

    do cultivo. Esse grupo mantém muito da tradição da cultura caipira, talvez devido ao

    isolamento em que viveu por muito tempo, resultado da sua distante localização e as

    dificuldades de acesso aos centros urbanos próximos (Santa Bárbara do Leste,

    Simonésia, Manhuaçu). Segundo relatos dos mais velhos, até pouco tempo não

    havia estrada de rodagem. O Córrego dos Eliotas era riscado de trilhas, por onde

    eram transportadas as produções agrícolas nas tropas de muares. Viajava-se a pé

    ou no lombo de animais.

    O grupo guarda várias tradições culturais como o uso do melado e da rapadura para

    adoçar café e preparar os doces caseiros (Figuras 1 e 2)

    Figura 1 e 2 - Moagem da cana para o preparo da rapadura; Divisão da calda em tijolos de rapadura.

    A utilização de utensílios simples principalmente pelas mulheres, como

    gamelas, “porongos” (também chamados cabaças) e peneiras são percebidos no dia

    a dia do grupo.

    A realização dos trabalhos na lavoura com acordo de mutirão, a troca de

    serviços, e a ajuda aos enfermos da família, fazem parte dos acordos entre os

    membros do grupo. Fazem parcerias também na compra de suínos, que são

    abatidos e distribuídos entre os membros da família.

    O sexo feminino com idade acima de 18 anos, tem o maior grau de

    escolaridade neste grupo de 23 pessoas. Apenas quatro adolescentes do sexo

    feminino, têm o segundo grau completo.

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    Demonstraram estar conscientes em relação às questões ambientais,

    especialmente quanto à importância de preservação da água na sua quantidade e

    qualidade, e quanto à importância da biodiversidade para uma vida saudável,

    mantendo a qualidade dos sistemas agrícolas, a beleza, a saúde e a harmonia da

    biosfera.

    Os agricultores familiares que trabalham em sistemas agroflorestais

    produzem em média 68% do que consomem enquanto os agricultores familiares em

    sistema convencional produzem em média 50% do que consomem. Os produtos da

    cesta básica comprados variam de 5 a 9 nas agroflorestas e de 9 a 15 no sistema

    convencional.

    Figura 3 - Comparação da sustentabilidade da produção cafeeira dos agricultores

    familiares em sistema agroflorestal e convencional.

    Comparativo entre Custos e Rendas no Sistema

    Agroflorestal e no Convencional

    0

    2000

    4000

    6000

    8000

    10000

    12000

    Custo Produção Renda bruta Renda líquida

    grofloresteiros Convencionais

    Segundo os resultados deste trabalho (figura 3) a produção do café - único

    produto comercializado por todos e a base econômica dos produtores estudados -

    teve renda bruta e renda líquida no sistema agroflorestal inferior ao do sistema

    convencional. Na agrofloresta a renda líquida é menor que o custo de produção,

    enquanto no sistema convencional a renda líquida é mais que o dobro do custo de

    produção. Este resultado é explicado pela diminuição da produção do café principal

    produto comercializado e mais valorizado.

    Sendo assim é necessário agregar valor ao café produzido em sistema

    agroflorestal pelos serviços ambientais e sociais que ele gera. Além de causar

    menor impacto no ambiente, ele aumenta a biodiversidade no local, retém mais água

    no sistema, como também evita a erosão e consequentemente o assoreamento de

    cursos d‟água.

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    Mesmo tendo sido demonstrado através da pesquisa que os produtores

    agrofloresteiros são menos dependente de insumos externos, mais sustentáveis nos

    itens de subsistência, ficou clara a sua dificuldade econômica.

    Uma demanda apontada pelos agricultores entrevistados é a necessidade de

    diversificação de atividades no espaço rural, como forma de manter os seus

    descendentes morando e trabalhando na comunidade. Possuidores de pequenas

    glebas, os mesmos declaram não ter como ampliar o nem obter produção suficiente

    que permita adquirir mais terras para aumentar o espaço de produção, restando

    apenas duas opções: divisão dos bens com a nova família formada ou saída dos

    filhos para o espaço urbano.

    Recursos provenientes de certificações e projetos de carbono social1, através do

    resgate efetuado pela agrofloresta, poderiam agregar valor a produção do café e

    outros produtos como melado, rapadura e açúcar mascavo, já produzidos na

    comunidade. Pequenas fabricações de mariolas, bananadas, banana-passa

    poderiam fortalecer a produção de banana instalada no sistema, que tem também a

    função de disponibilizar matéria orgânica, nutrientes e umidade ao solo.

    5. Considerações finais

    A sustentabilidade dos SAFs da área de estudo apresentou-se pequena

    considerando-se apenas os resultados econômicos. No entanto, faz-se necessário

    considerar os retornos ambientais e sociais, a variedade dos itens da cesta básica

    das famílias, a saúde dos produtores e a satisfação destes por se sentirem aliados

    na manutenção do ambiente saudável.

    Com tudo isso, estes produtores não se sentem seguros economicamente e

    demonstram incerteza de que seus filhos, no futuro, sigam esta forma alternativa de

    produção, tendo em vista o baixo retorno econômico dos sistemas agroflorestais e o

    forte apelo consumista presente na sociedade atual.

    REFERÊNCIAS

    1 Segundo Rezende 2002, é um conjunto de atividades socialmente benéficas que reduzam, ao mesmo tempo, as emissões de carbono na atmosfera. Objetivam a absorção e redução do carbono; desenvolvendo ações que viabilizem e melhorem as condições de vida das comunidades envolvidas nos projetos de redução de emissões.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Carbonohttp://pt.wikipedia.org/wiki/Vidahttp://pt.wikipedia.org/wiki/Comunidade

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    ALTIERI, M. A. Agroecologia: as bases científicas da agricultura alternativa. Rio de janeiro: AS-PTA, 1989. BIODIVERSITAS, “Mapeamento e caracterização dos remanescentes de mata Atlântica no eixo Simonésia – Caratinga, Minas gerais” 2003/2004 www.biodiversitas.org.br/sossego > acesso em 13 de outubro de 2006. COMBE, J. Técnicas agroflorestais em países tropicais: potenciais e limitações. Agroforestry Systems, v. 1, p. 13-27, 1982. FARO, C. Elementos de engenharia econômica. São Paulo, ATLAS, 1979. GUANZIROLLI, C.E., CARDIM, S.E. DE C.S (Coord.) Novo retrato da agricultura familiar: o Brasil Redescoberto. Brasília: INCRA/FAO, 2000. Disponível em: http://www.incra.gov.br/sade/doc/AfriFam.htm. Acesso em 12 abril 2007. LUNDGREN, B. Introduction. Agroforestry, Systems, V.1, p.3-6, 1982. MDA/CONDRAF, Documento-base pós Plenária Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável. Brasília, DF. 2006. REZENDE, D. , MERLIM S., SARMENTO A. , Carbono Social: agregando valores ao desenvolvimento sustentável. Petrópolis, 2002 SANTOS, M.J.C.dos, Avaliação econômica de quatro modelos Agroflorestais em áreas degradas por pastagens na região Amazônia Ocidental. Dissertação de mestrado Escola Superior Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2000.

    http://www.biodiversitas.org.br/sossegohttp://www.incra.gov.br/sade/doc/AfriFam.htm

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    GT 2

    CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

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    GT2 – CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    Nº Tipo de

    Apresentação TRABALHO

    1 Pôster - A Conforto térmico e ambientação relacionada à arborização no bairro Boa Vista, em Matipó: um estudo desenvolvido pelo Programa Social

    2 Pôster - R Anastomoses Interarteriais Coronarianas em Queixadas (Tayassu pecari Link, 1795)

    3 Pôster - R Aspectos anatômicos da traqueia e brônquios principais no lobo marinho (Arctocephalus australis Zimmermann, 1783)

    4 Pôster - R Caracterização anatômica das vias biliares do queixada (Tayassu pecari Link, 1795)

    5 Pôster - R Influência do acetato de medroxiprogesterona sobre o ciclo estral e a histomorfometria uterina de camundongas

    6 Pôster - R Padrão anatômico das artérias coronárias do queixada (tayassu pecari link, 1795)

    7 Pôster - R distribuição intraparenquimal dos ramos da veia porta hepática no queixada (tayassu pecari link, 1795)

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    ARTIGOS

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    CONFORTO TÉRMICO E AMBIENTAÇÃO RELACIONADOS À ARBORIZAÇÃO NO BAIRRO BOA VISTA: UM ESTUDO DESENVOLVIDO PELO PROGRAMA

    SOCIAL

    Patrícia Luísa de Araújo Mendes – graduada em Ciências Biológicas, Mestre em Botânica. Professora da Faculdade Vértice.

    Érica Estanislau Muniz – graduada em Física, especialista em Ensino de Física. Professora da Faculdade Vértice.

    Kelly Aparecida do Nascimento – graduada em Educação Física e Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade Vértice.

    e-mail: [email protected] link: www.faculdadevertice.com.br/programasocial

    RESUMO

    Esta pesquisa, em fase diagnóstica apresenta o monitoramento das temperaturas do interior das residências da rua projetada no bairro Boa Vista, na cidade de Matipó/MG, devido a falta de planejamento da arborização e do tipo de cobertura das residências. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar o índice de área verde e sua influência sobre a população e avaliar ainda as condições de sol e sombra a que os moradores estão expostos, considerando o conforto térmico. Os instrumentos de coleta de dados foram o termômetro de bulbo seco e o globo negro. O experimento revelou níveis de conforto térmico alarmantes em relação à época do ano. Tendo em vista os resultados, a equipe pretende continuar os trabalhos realizando o plantio de mudas de árvores e acompanhamento da saúde das famílias, o que poderá contribuir em longo prazo para amenizar a situação constatada. PALAVRAS-CHAVE: Arborização; Qualidade de vida; Conforto térmico.

    1. Introdução

    A vegetação possui grande influência sobre o clima de uma cidade. A

    existência de áreas verdes e a arborização de ruas, dentro de uma cidade, trazem

    enormes benefícios para a saúde humana, atuando principalmente no controle do

    clima, proporcionando à população condições de bem-estar. A existência de árvores

    no contexto urbano ameniza temperaturas elevadas, aumenta a umidade relativa do

    ar, reduz a velocidade dos ventos, controla a poluição, auxilia na conservação da

    água e na redução da erosão e na economia de energia (GOMES e AMORIM,

    2003).

    De acordo com Bueno (1998), o aumento da temperatura dos centros

    urbanos em relação às áreas rurais adjacentes tem sido apontado como efeito que

    evidencia as alterações climáticas pelo ambiente construído. A grande diferença de

    centros urbanos para áreas rurais pode ser relacionada pela ausência ou escassez

    mailto:[email protected]://www.faculdadevertice.com.br/

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    de vegetação nas áreas urbanas e pelos materiais de construção que são usados

    em casas que são construídas sem planejamento urbano, amplificando o efeito de

    aumento de temperatura provocado pela incidência de radiação solar.

    Bryson e Ross (1972), realizando estudos comparativos sobre o clima de

    cidades vizinhas e das áreas rurais próximas, encontraram resultados de diminuição

    de até 8% da umidade relativa do ar no verão e de 2% no inverno, aumento de até

    5% de radiação ultravioleta no verão e aumento de até 1ºC na temperatura média

    anual no verão. Estudos mais recentes comprovam o trabalho pioneiro desses dois

    pesquisadores e mostram a relevância da preservação de áreas verdes no entorno e

    dentro das cidades e de um planejamento público da arborização urbana

    direcionado a proporcionar um conforto ambiental aos habitantes e criando um

    mesoclima agradável nas áreas onde há implantação de vegetação.

    A temperatura do ar e a umidade relativa são fatores que agem na sensação

    do conforto do organismo. As condições climáticas das moradias são condicionantes

    importantes para determinar o conforto das pessoas que ali vivem e o

    comportamento diferenciado de acordo com o microclima de cada residência,

    relacionado ao tipo de construção (alvenaria ou telha de amianto) (DOURADO,

    2000).

    O aumento das áreas urbanas de uma cidade, sem um prévio planejamento

    de arborização, ou mesmo a retirada da cobertura vegetal para a ocupação urbana

    têm gerado, para os habitantes, graves problemas relacionados com o aumento de

    temperatura, causando danos para a saúde física e mental. Algumas das

    consequências do aumento da pressão térmica são: desconforto, cansaço

    excessivo, mal estar, pressão baixa, desânimo, incômodo causado pelo suor da

    pele, dor de cabeça, esgotamento, diminuição da atividade alimentícia devido ao

    suprimento insuficiente do sangue e possíveis deficiências de sal devido às perdas

    através do suor, além do stress (DOURADO, 2000).

    Considerando-se as afirmações anteriores, emergiu o Projeto Ambientação do

    Programa Social da Faculdade Vértice. Tal projeto encontra-se em fase piloto e foi

    proposto pela preocupação do aumento de temperatura nas ruas do Bairro Boa

    Vista, devido a fatores como planejamento inadequado das moradias, o não

    aproveitamento dos recursos naturais, a ausência de áreas verdes dentro dos limites

    do bairro e à ausência de uma arborização urbana das ruas.

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    Trabalhos de levantamento da arborização em áreas urbanas ou, até mesmo,

    sua implantação tornam-se, portanto, necessários para uma melhoria na qualidade

    de vida dos moradores.

    Nesse sentido, o objetivo deste estudo foi determinar o índice de área verde e

    sua influência sobre a população e avaliar as condições de sol e sombra a que os

    moradores estão expostos, considerando o conforto térmico.

    Com este estudo, pretendemos contribuir para que as autoridades percebam

    a necessidade desse tipo de iniciativa para a qualidade de vida das populações,

    notadamente àquelas em situação de vulnerabilidade social. Além disso, um projeto

    dessa natureza contribui para o aumento da biodiversidade animal e vegetal,

    situação essa muito relevante para o atual momento histórico da crise

    socioambiental.

    2. Metodologia

    Para o desenvolvimento do experimento das medições de temperatura foram

    utilizados os termômetros de bulbo seco (TBS), o termômetro de bulbo úmido (TBU)

    e o globo negro (TGn). O globo negro é uma esfera de cobre com diâmetro de 150

    mm, aproximadamente, pintada exteriormente de preto fosco, em que foi inserido um

    termômetro que permite avaliar, além da temperatura do ar, o índice térmico

    ambiental. É pintado de preto para ser um meio absorvedor onde a radiação é um

    componente significativo do ambiente térmico, exercendo influência acentuada no

    processo de transferência de calor ser humano-ambiente. Os dados colhidos através

    desses instrumentos foram utilizados para avaliar o conforto térmico proporcionado

    pelas coberturas das residências. O Índice de Temperatura do Globo Negro (ITGU)

    foi calculado de acordo com Buffington et al. (1981), baseado na temperatura do

    ambiente dos dias observados. O ITGU possibilitou o cálculo da umidade relativa e

    das temperaturas em locais sombreados e a pleno sol.

    As medições de temperatura e umidade relativa foram feitas dentro e fora das

    casas e em áreas de sol e sombra fora das moradias.

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    Como parâmetro, apresenta-se a Tabela 1:

    Tabela 1- Referência para o Índice da Temperatura do Globo Negro.

    Índice da Temperatura do Globo Negro

    Sensação proporcionada às pessoas

    De 70 a 72 Ideal, sensação agradável

    73 a 76 Sensação suportável com calor

    76 a 82 A vida produtiva fica dificultada

    Maior que 86 O ambiente é propício para a desidratação, diminuição da pressão arterial e indisposição para tarefas básicas do dia-a-dia.

    O experimento foi realizado no mês de novembro de 2009, em oito casas,

    sendo 4 de cobertura de telha de amianto e 4 de alvenaria. As casas localizam-se na

    Rua projetada no Bairro Boa Vista, Matipó- MG. O clima da região de Matipó é do

    tipo tropical úmido com índices pluviométricos bem acentuados no verão.

    As variáveis analisadas foram delineadas por análise estatística pelo

    programa Bioestat 5.0, (Ayres et al., 2007) comparando os índices de conforto

    térmico.

    3. Achados da pesquisa

    3.1 Caracterização

    3.1.1 Matipó

    A cidade de Matipó possui uma área de 277 km2 e população estimada em

    17.017 habitantes e está localizada na bacia do Rio Doce. Possui altitudes máxima e

    mínima de 989 e 660 metros, respectivamente (IBGE, 2009).

    Matipó limita-se com os municípios de Abre Campo, Caputira, Manhuaçu,

    São João do Manhuaçu, Santa Margarida e Pedra Bonita, e está em uma região de

    relevo cuja topografia possui 20% de áreas planas, 35% de áreas onduladas e 45%

    de áreas montanhosas. A posição da sede do município é latitude 20º17‟00 e

    longitude WGr 42º20‟30. A principal via de acesso até a cidade é através da BR 262,

    distante apenas 4 km, pela rodovia Ozires Linhares Fraga. A distância do município

    à capital do estado é de aproximadamente 175 km em linha reta e 250 km pela BR

    262.

    Matipó é uma cidade essencialmente agrícola, sendo o café seu principal

    produto, participando também de sua economia a pecuária e o comércio, porém com

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    menor sustentabilidade. É uma região com cerca de 600.000 hectares (PROGRAMA

    SOCIAL, 2009).

    A comunidade do Bairro Boa Vista é constituída por 03 (três) grandes

    aglomerados denominados: Bairro Boa Vista, Bairro Boa Esperança e Loteamento

    do Celinho – nesse último, funciona a APAE (Associação dos Pais e Amigos dos

    Excepcionais de Matipó). A comunidade do bairro Boa Vista – Matipó/MG concentra

    uma parcela expressiva da população desse município – estima-se que população

    residente nesta área corresponda à 1/3 do total de todo o município. De acordo com

    os dados da E. E. do Bairro Boa Vista e do Posto de Saúde local, 2/3 dessa

    população é constituída por crianças, adolescentes e jovens com idade inferior a 25

    anos.

    Esse bairro está localizado numa área afastada da região central da cidade;

    os morros são íngremes e existe acesso sim para ônibus. O bairro possui duas

    escolas públicas – uma municipal e outra estadual, que oferecem, a primeira,

    apenas ensino fundamental e, a segunda, ensino fundamental e médio, além da

    modalidade de Educação de Jovens e adultos (EJA). Na região do Bairro Boa Vista

    situa-se o asilo municipal e a maior creche da cidade. O bairro conta com um Posto

    de Saúde e uma quadra poliesportiva coberta, mas é recorrente a presença de

    crianças que brincam pelas ruas. Existe um pequeno comércio local, composto por

    bares e mercearias que suprem as necessidades imediatas dos moradores.

    3.1.2 O Programa social

    O “Programa social e multidisciplinar: educação, saúde, meio ambiente,

    planejamento financeiro doméstico e geração de renda” constitui-se em uma

    proposta da Faculdade Vértice em parceria com a Samarco Mineradora S.A.,

    iniciada no ano de 2009.

    Esse Programa tem como objetivo contribuir para a promoção da qualidade

    de vida dos moradores do Bairro Boa Vista, em Matipó, Minas Gerais. Sua essência

    está pautada no envolvimento e na participação da população em todas as

    propostas que pretende desenvolver, já que acreditamos que a participação é um

    aspecto indispensável ao sucesso de projetos que visam ao desenvolvimento de

    comunidade; nesse caso, a integração da Comunidade com a Instituição de Ensino

    Superior.

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    A equipe que atua no Programa é formada por acadêmicos dos diversos

    cursos de graduação e pelo corpo docente da Faculdade Vértice. O Programa vem

    realizando ações, atividades e projetos no Bairro Boa Vista. Os projetos do

    Programa Social incluem: projeto de capoeira; projeto de dança, escolinha de

    futebol; visita programada; projeto Hip-hop, projeto de administração financeira e

    doméstica e qualidade de vida da Família. O Programa realiza também pesquisas e,

    nesse caso, podemos citar o estudo antropométrico, o perfil colheitadores de café e

    o estudo de ambientação.

    A partir do Programa Social, a Faculdade Vértice tornou-se muito mais

    conhecida e reconhecida no Município e região. Diante de tudo que vimos e ouvimos

    durante o período que a Faculdade Vértice esteve mais perto da comunidade

    através do Programa Social, temos o orgulho e segurança em afirmar que fomos

    que ultrapassamos os rituais de inserção, portanto estamos hoje totalmente

    integrados à Sociedade matipoense.

    É por isso que acreditamos que essa parceria de tamanha magnitude entre a

    Vértice e a Samarco está viabilizando um profícuo engajamento no que se refere ao

    cumprimento das responsabilidades sociais de ambas as empresas junto à

    sociedade, além de contribuir para o fortalecimento das atividades de pesquisa e

    extensão que, por sua vez, almejam a promoção do desenvolvimento humano.

    3.2 Resultados e discussão

    Estudos realizados pela Equipe do Projeto mostraram que a ausência de

    árvores ou a escassez delas podem estar relacionadas às mudanças no mesoclima

    do bairro, refletindo uma redução da umidade relativa do ar e, também, um aumento

    da temperatura dentro das moradias, um dos agravantes mais preocupantes.

    O conforto térmico é condicionado a diversos fatores como radiação solar,

    temperatura, umidade relativa e movimentação de ar. A vegetação presente no

    entorno das casas poderia contribuir para o controle de temperatura do ambiente, da

    umidade do ar e da radiação solar por fazer uma interceptação da radiação direta e

    difusa, como também da radiação refletida pelo solo ou construções próximas. O

    sombreamento proporcionado por uma árvore depende da densidade de folhagem

    ao longo de seu ciclo anual e seu porte.

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    Um fator que deve ser levado em consideração é a presença de muros,

    superfícies de pedra, asfalto e concreto, que absorvem e armazenam muito mais

    calor que a vegetação e a terra. A Rua Projetada foi asfaltada há menos de um ano

    e as árvores localizadas nela foram arrancadas em função das mudanças ocorridas

    e não houve reposição. Isso será proporcionado pelo aumento da área verde

    presente no entorno das casas avaliadas (arborização urbana), aumentando-se,

    portanto, o sombreamento nas casas. A escolha do local de implantação das mudas

    foi determinada pela equipe de professores do Projeto Ambientação, juntamente

    com os estagiários do Programa Social.

    A umidade do ar, um dos parâmetros avaliados, contribui para a perda de

    calor por evaporação, sendo importantes as condições ambientais no entorno do

    indivíduo para favorecer essa perda quando o calor