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Volume 39, Supl. - dezembro 2019 39ª De 30 de setembro a 4 de outubro de 2019 Gestão da pesquisa aplicada à saúde

Anais - Hospital de Clínicas de Porto Alegre...EDITORIAL A pesquisa sempre exerceu um papel central no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, constituindo, juntamente com a assistência

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  • Volume 39, Supl. - dezembro 2019

    39ª

    De 30 de setembro a4 de outubro de 2019

    Gestão da pesquisaaplicada à saúde

  • Clinical and Biomedical Research Órgão de divulgação científica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre e

    da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Produzida com apoio da Fundação Médica do Rio

    Grande do Sul

    HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    Diretora-Presidente Profª. Nadine Clausell Diretor Médico Prof. Milton Berger Diretor Administrativo Jorge Bajerski Coordenador do Grupo de Pesquisa e Pós-Graduação Profª. Patrícia Ashton-Prolla Coordenador do Grupo de Ensino Prof. José Geraldo Lopes Ramos Coordenadora do Grupo de Enfermagem Profª. Ninon Girardon da Rosa

    UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL

    Reitor Prof. Rui Vicente Oppermann

    FACULDADE DE MEDICINA DA UFRGS

    Diretora

    Profª. Lucia Maria Kliemann

    ESCOLA DE ENFERMAGEM DA UFRGS

    Diretora Profª. Gisela Maria Schebella Souto de Moura

    Editores Anteriores Prof. Sérgio Menna Barreto – 1986 a 1992 Prof. Luiz Lavinsky – 1993 a 1996 Prof. Eduardo Pandolfi Passos – 1997 a 2003 Profª. Sandra Pinho Silveiro – 2004 a 2010 Prof. Francisco José Veríssimo Veronese – 2011 a 2012 Prof. Alexandre Prehn Zavascki - 2013 a 2015

    Editor Chefe Prof. Gilberto Friedman Editor Gerente Rafael Leal Zimmer

    Editores Associados Afonso Luís Barth (BR) Alexandre Prehn Zavascki (BR) Francisco José Veríssimo Veronese (BR)

    Comissão Editorial

    Adelino Leite-Moreira (PT) Andreia Biolo (BR) Bruno Peixoto (PT) Cleber Rosito Pinto Kruel (BR) Clécio Homrich da Silva (BR) Cristiane Bauermann Leitão (BR) Daisy Crispim Moreira (BR) Eduardo Pandolfi Passos (BR) Eliseu Alves Waldman (BR) Felipe Dal Pizzol (BR) Fernanda de Pinho Silveira (USA) Gabriela Correa Souza (BR) Joiza Lins Camargo (BR) José Angel Lorente (ES) Juliana Avila Duarte (BR) Letícia Schwertz Weinert (BR) Luciana Neves Nunes (BR) Luís Henrique Canani (BR) Marcelo Rodrigues Gonçalves (BR) Marcelo Zubaran Goldani (BR) Maria de Lourdes Veronese Rodrigues (BR) Marino Muxfeldt Bianchin (BR) Nicolas Nin Vaeza (UY) Nina Rodrigues Stein (BR) Pablo Nery (CA) Paulo Franco Taitson (BR) Rafael Roesler (BR) Renato Soibelmann Procianoy (BR) Ricardo Enrique Felberbaum (DE) Rodrigo Affonseca Bressan (BR) Sandra Cristina Pereira Costa Fuchs (BR) Tazio Vanni (BR) Thiago Celestino Chulan (BR) Ursula Matte (BR) Vivek Gupta (IN)

    Editoração Eletrônica Romilda Teofano Capa Luis Fernando Miguel

    Clinical & Biomedical Research – Volume 39(Supl) – dezembro de 2019 International Standard Serial Number (ISSN) Eletrônico:

    2357-9730 Registrada no Cartório do Registro Especial de Porto Alegre sob nº 195 no livro B, n. 2

    Indexada no LILACS, LATINDEX, REDIB

    http://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/

    http://seer.ufrgs.br/index.php/hcpa/

  • COMISSÃO ORGANIZADORA

    Patrícia Ashton-Prolla - Coordenadora geral

    Daniel Umpierre de Moraes - Coordenador adjunto

    Úrsula da Silveira Matte - Coordenadora adjunta

    Ana Paula Folletto

    Camila Barths

    Cristian Fidalgo Cabral

    Eliane Reisdorfer

    Elisa Kopplin Ferraretto

    Emily Ferreira Salles Pilar

    Guilherme Mendes Pereira

    Hugo Bock

    Joiza Lins Camargo

    José Roberto Goldim

    Marina Siebert

    Markus Berger Oliveira

    Michael Everton Andrades

    Patrícia Koehler dos Santos

    Paula Barros Terraciano

    Paulo Roberto Stefani Sanches

    Querlei Scremin

    Rafael Leal Zimmer

    Rosane Paixão Schlatter

    Taiane Alves Vieira

  • Comissão Científica

    ADRIANA MOKWA ZANINI ADRIANA SERDOTTE FREITAS CARDOSO ADRIANE RIBEIRO TEIXEIRA ADRIANE ROSA ADRIANI OLIVEIRA GALÃO AGNES NOGUEIRA GOSSENHEIMER AIMÉE SOUTO FERREIRA ALANA WITT HANSEN ALEXANDRE BACELAR ALEXANDRE SIMÕES DIAS ALZIRA MARIA BAPTISTA LEWGOY AMAURI DALLA CORTE ANA HELENA GARCIA PINHO ANA PAULA COUTINHO ANA PAULA VANZ ANDRÉ LUIS DA SILVA ANDRE PRATO SCHMIDT ANDRY FITERMAN COSTA ÂNGELA D´AVILA HARTHMANN ANGELA SITTA ANNELISE PEZZI ARTUR FRANCISCO SCHUMACHER SCHUH AUGUSTO SAVI BETÂNIA RODRIGUES DOS SANTOS BIANCA MARMONTEL DE SOUZA BRUNA DONIDA CAMILA CAROLINE BARTHS CARINE GHEM CARINE LAMPERT CARLOS ALEX MARTINS SOARES CAROLINA RODRIGUES COHEN CAROLINE BECK CAROLINE DARSKI CAROLINE LORENZONI ALMEIDA GHEZZI CHARLES FRANCISCO FERREIRA CÍNTIA EHLERS BOTTON

    CLAITON BAU CLARISSA GUTIERREZ CARVALHO CLÉVIA ROSSET CRISTIANA PALMA KUHL CRISTIANE MELERE CRISTINA DICKIE DE CASTILHOS CRISTINI KLEIN DAIANE SILVELLO FERREIRA DAISY CRISPIM MOREIRA DANIEL MENDES DA SILVA DANIELA CAMPAGNOL DANIELA PEREIRA LAUREANO DEISE PONZONI DENISE DIEDRICH DHIORDAN CARDOSO DA SILVA DIEGO RODRIGUES FALCI DOUGLAS DOS SANTOS SOARES DULCE AZEVEDO FERREIRA EDUARDA CORREA FREITAS EDUARDO CREMONESE FILIPPI CHIELA ELAINE APARECIDA FELIX SCHIRMER ELIANE LAVALL ELVIRA ALICIA APARICIO CORDERO EMILIAN REJANE MARCON EMILY FERREIRA SALLES PILAR ESTEBAN ALBERTO GONZALEZ FABÍOLA SATLER FELIPE VOGT CUREAU FELIPPE LEOPOLDO DEXHEIMER NETO FERNANDA DAPPER MACHADO FERNANDA DE PARIS FERNANDA DOS SANTOS DE OLIVEIRA

    FERNANDA RODRIGUES FERNANDA SPERB LUDWIG FERNANDA VISIOLI FLÁVIA NATHIELY SILVEIRA FACHEL FLAVIO PECHANSKY FRANCIELE CABRAL PINHEIRO FRANCISCO JOSÉ VERÍSSIMO VERONESE GABRIELA CORREA SOUZA GABRIELLE DIAS SALTON GRACIELE SBRUZZI GUILHERME BALDO IANAE INDIARA WILKE INDARA CARMANIM IRACI LUCENA DA SILVA TORRES ISABEL CIRNE LIMA DE OLIVEIRA DURLI ISABEL CRISTINA DE MACEDO ISABEL CRISTINA ECHER JANETE VETTORAZZI JÉSSICA HELLEN POLETTO BONETTO JOIZA LINS CAMARGO JOSÉ GERALDO LOPES RAMOS JULIANA ROMBALDI BERNARDI JULIANE FERNANDES MONKS DA SILVA KAREN SPARRENBERGER KARINA COLONETTI KEILA MARIA MENDES CERESÉR KELLY FERNANDA GALVÃO CHIQUETO LAURA LEISMANN LAURA SILVEIRA AYRES LEILA BELTRAMI MOREIRA LEONY MORGANA GALLIANO LIANE UNCHALO MACHADO LICIANE FERNANDES MEDEIROS

  • Comissão Científica LILIANE TODESCHINI DE SOUZA LUANA FREESE LUCÉLIA SANTI LUCIANA BJORKLUND DE LIMA LUCIANO PASSAMANI DIOGO LUIZA ABRAHÃO FRANK MANOELA MARTINS MARCELO BASSO GAZZANA MARCIA KRAIDE FISCHER MARCIO FERNANDES CHEDID MARCIO WAGNER CAMATTA MARIA CARLOTA BORBA BRUM MARIA TERESA V SANSEVERINO MARIANA RODRIGUES BOTTON MARIANA VARGAS FURTADO MARIANE DOS SANTOS MARILUCE RIEGEL MARINA SIEBERT MARINA ZAMBRANO MARKUS BERGER MAURICIO PIMENTEL MAURÍCIO SCHÜLER NIN MICHAEL EVERTON ANDRADES MICHELLI CRISTINA SILVA DE ASSIS MILENI BERETTA MONICA V DE SOUZA MORGANA DUARTE DA SILVA NATÁLIA EMERIM LEMOS NAYRON MEDEIROS SOARES

    NÓRTON LUÍS OLIVEIRA ODIRLEI ANDRE MONTICIELO PATRICIA BADO PATRÍCIA GRUDZINSKI PATRÍCIA KOEHLER DOS SANTOS PATRICIA MARTINS BOCK PATRICIA MARTINS MOURA BARRIOS PATRICIA MILHORANSA PAULA ANDERLE PAULA BARROS TERRACIANO PAULO RICARDO MASIERO PAULO ROBERTO STEFANI SANCHES PRISCILA DALLÉ DA ROSA PRISCILA LAMB WINK RAFAEL BARBERENA MORAES RAFAEL HENCKE TRESBACH RAFAEL LOPES DA ROSA RAFAEL ZIMMER RAPHAEL MACHADO DE CASTILHOS RENAN RANGEL BONAMIGO RENATA ITALIANO DA NÓBREGA FIGUEIREDO RENATO BANDEIRA DE MELLO ROGÉRIA BEATRIZ MIZ ROSANE PAIXÃO SCHLATTER ROSELENA SILVESTRI SCHUH RÚBIA DENISE RUPPENTHAL RUY DE ALMEIDA BARCELLOS SANDRA BEATRIZ MORAIS DA SILVEIRA

    SANDRA HELENA MACHADO SHEILA TAMANINI DE ALMEIDA SILVIA CHWARTZMANN HALPERN SIMONE DE SOUZA FANTIN SIMONE HAUCK SORAIA POLONI STEFANIA GIOTTI CIOATO SUZANA VEIGA SCHONWALD TAIANA HAAG TAIANE ALVES VIEIRA TAIANE VIEIRA TAÍS SICA DA ROCHA TALINE BAVARESCO TASSIA TONON TATIANA HELENA RECH TEMIS MARIA FELIX THAIS ORTIZ HAMMES THAÍS RODRIGUES MOREIRA THIAGO GATTI PIANCA URSULA MATTE VÂNIA HIRAKATA VERA LORENTZ DE OLIVEIRA FREITAS VERA LUCIA BOSA VERIDIANA GOMES VIRGINIO VERONICA DA SILVA PAIVA VILMA CONSTANCIA FIORAVANTE DOS SANTOS VINICIUS VON DIEMEN VIVIAN RODRIGUES FERREIRA VIVIANE COSTA DE SOUZA BURIOL VIVIANE ROSNER DE ALMEIDA

  • EDITORIAL

    A pesquisa sempre exerceu um papel central no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, constituindo,

    juntamente com a assistência e o ensino, os três pilares que compõem a nossa missão. Somos reconhecidos como

    um centro de referência para produção e disseminação de conhecimentos em saúde no Brasil e no exterior.

    A Semana Científica do Hospital de Clínicas de Porto Alegre é o nosso maior evento científico. Ela

    ocorre ininterruptamente há 39 anos e é integralmente organizada pela Instituição, em um trabalho conjunto hoje

    liderado pelo Grupo de Pesquisa e Pós-graduação (GPPG) e pela Coordenadoria de Comunicação. Contribuem para

    a sustentabilidade do evento ao longo dos anos parcerias como a estabelecida com a Faculdade de Biblioteconomia e

    Comunicação da UFRGS, possibilitando a participação de alunos de relações públicas como recepcionistas do evento,

    e a com a nossa fundação de apoio, a Fundação Médica do Rio Grande do Sul, essencial para toda a logística da

    Semana.

    Apesar do cenário atual, extremamente desafiador para a pesquisa no país, com crescentes restrições

    de recursos e profundas incertezas, ameaçando a sustentabilidade do modelo de pesquisa que foi desenvolvido com

    sucesso ao longo de décadas, observamos que no HCPA a pesquisa segue crescendo. Este cenário nos desafia,

    diariamente, nos processos de gestão da pesquisa e na busca de soluções criativas e rápidas para manter um mínimo

    de sustentabilidade e garantir o cumprimento de nossa missão de gerar conhecimento e fornecer a base para a

    inovação em saúde.

    Na edição de 2019, o foco da Semana Científica foi na gestão da pesquisa em saúde. Discutimos em

    múltiplas sessões, entre outros temas, o cenário da produção científica em hospitais e os desafios da gestão em

    pesquisa no Brasil, a interação entre pesquisa clínica e inovação, a criação de valor na área, o acesso a novas

    tecnologias, empreendedorismo, impacto e avaliação da produção científica/acadêmica e o papel da pós-graduação

    no desenvolvimento do pesquisador.

    Como em edições anteriores, a Semana Cientifica do HCPA também promoveu a divulgação de

    trabalhos de pesquisa na área da saúde para diferentes instituições de Porto Alegre e região. Este ano, mais de 900

    temas livres foram selecionados para apresentação como e-pôsteres e comunicações orais. Mantendo os esforços de

    aproximar a pesquisa científica da comunidade, uma banca de três jornalistas escolheu o melhor trabalho do evento,

    após avaliação por especialistas.

    Apesar de todas as adversidades, esta foi também uma semana de comemorações. Celebramos os

    30 anos do Comitê de Ética em Pesquisa, pioneiro no Brasil, com atividades para discussão do passado, presente e

    futuro da ética em pesquisa. Recebemos também o evento comemorativo aos 35 anos do Serviço de Genética Médica

    do HCPA, com o lançamento de um número especial da Revista Genetics and Molecular Biology dedicado aos

    trabalhos da área. Por fim, tivemos a oportunidade de iniciar as comemorações dos 30 anos do GPPG, com uma

    retrospectiva de todas as conquistas do grupo ao longo das últimas décadas.

    A Semana Científica do HCPA é um momento rico em oportunidades para aprender e refletir sobre a

    pesquisa nos dias atuais e o seu papel transformador para a sociedade. O mérito do sucesso deste evento é da nossa

    comunidade de pesquisadores e do corpo discente, com a participação da comunidade externa, e o seu continuado

    crescimento reflete a relevância que historicamente a pesquisa conquistou no HCPA.

    Patrícia Ashton Prolla Coordenadora Geral

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.) ((Supl.)

    SUMÁRIO

    APRESENTAÇÃO ORAL ................................................................................................................ 9

    ePOSTERS

    ADMINISTRAÇÃO ....................................................................................................................... 22

    ANÁLISES CLÍNICAS .................................................................................................................. 38

    ATENÇÃO PRIMÁRIA Á SAÚDE .................................................................................................. 47

    BIOÉTICA .................................................................................................................................. 55

    BIOINFORMÁTICA .................................................................................................................... 57

    BIOLOGIA CELULAR e MOLECULAR ........................................................................................... 61

    CARDIOLOGIA ........................................................................................................................... 80

    CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ............................................................................................. 89

    CIRURGIA e ANESTESIOLOGIA ................................................................................................... 94

    DERMATOLOGIA .......................................................................................................................... 106

    EDUCAÇÃO EM SAÚDE ................................................................................................................. 108

    EDUCAÇÃO FÍSICA, FISIATRIA e FISIOTERAPIA ......................................................................... 118

    EMERGÊNCIA e INTENSIVISMO ................................................................................................... 134

    ENDOCRINOLOGIA ...................................................................................................................... 137

    ENFERMAGEM - Gestão em Saúde e Organização do Trabalho ........................................................... 153

    ENFERMAGEM - Políticas e Avaliação em Saúde ............................................................................... 163

    ENFERMAGEM - Práticas e Cuidado na Saúde do Adulto e do Idoso .................................................... 164

    ENFERMAGEM - Práticas e Cuidado na Saúde da Mulher, Criança e Adolescente ................................... 174

    ENFERMAGEM - Promoção em Saúde ............................................................................................. 180

    ENFERMAGEM - Tecnologia do Cuidado .......................................................................................... 185

    ENGENHARIA BIOMEDICA .......................................................................................................... 189

    EPIDEMIOLOGIA ......................................................................................................................... 191

    FARMÁCIA ................................................................................................................................. 197

    FONOAUDIOLOGIA ..................................................................................................................... 204

    GASTROENTEROLOGIA ................................................................................................................ 213

    GENÉTICA ................................................................................................................................... 223

    GINECOLOGIA e OBSTETRÍCIA ................................................................................................... 249

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.) ((Supl.)

    HEMATOLOGIA e HEMOTERAPIA ................................................................................................. 256

    INFECTOLOGIA ........................................................................................................................... 258

    NEFROLOGIA .............................................................................................................................. 261

    NEUROLOGIA ............................................................................................................................ 266

    NUTRIÇÃO e NUTROLOGIA .......................................................................................................... 277

    ODONTOLOGIA ........................................................................................................................... 303

    ONCOLOGIA ................................................................................................................................ 311

    ORTOPEDIA e TRAUMATOLOGIA ................................................................................................. 315

    PEDIATRIA e NEONATOLOGIA .................................................................................................... 316

    PNEUMOLOGIA ........................................................................................................................... 325

    PSICOLOGIA ............................................................................................................................... 327

    PSIQUIATRIA .............................................................................................................................. 336

    RADIOLOGIA e FÍSICA MÉDICA .................................................................................................. 355

    REUMATOLOGIA .......................................................................................................................... 357

    SERVIÇO SOCIAL ...................................................................................................................... 360

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    9

    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.)

    APRESENTAÇÃO ORAL

    ADMINISTRAÇÃO AO2316 Time de altas hospitalar: uma iniciativa do núcleo interno de regulação do HCPA para promover melhorar o uso dos leito de enfermaria

    Beatriz D. Schaan; Caroline Ziani Dalla Pozza; Dimitris Rucks V. Rados; Karine Molina; Mariana Rangel Ribeiro Falcetta; Simone M. Schenatto; Fernando Pivatto Júnior HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é hospital terciário de grande porte e que atende primariamente a demanda do Sistema Único de Saúde (SUS). Com capacidade instalada de 793 leitos, sendo 688 ofertados ao SUS com uma taxa de ocupação que ultrapassa os 95%. Há demandas concorrentes para o uso desses leitos e uma relação oferta/demanda desequilibrada. Como o Núcleo Interno de Regulação (NIR) gerencia essas diferentes demandas, criou-se a estratégia do Time de Altas Hospitalar (TAH) para otimizar o tempo de internação, horário da alta e giro do leito, sem aumentar taxas de reinternação. Objetivo: Descrever o modelo TAH de apoio às equipes assistenciais e seus resultados. O TAH visa diminuir o tempo de internação, aumentar o giro do leito e a taxa de altas antes das 12h, sem aumentar a taxa de reinternação precoce (7 dias). Metodologia: Trata-se de projeto de melhoria de qualidade, utilizando ciclos Plan-Do -Study-Act (PDSA), nos quais o conhecimento é adquirido testando-se as modificações e refletindo sobre os seus efeitos. O modelo inicial previa utilização de quadros Kanbans físicos instalados na cabeceira do leito do pacientes sendo monitorados pelo TAH. Neles a data prevista de alta e as demandas dos pacientes e equipes assistenciais ficavam visíveis e sinalizadas para solução por cada responsável. Resultados:O projeto piloto ocorreu em dezembro de 2018 em uma equipe de medicina interna (MEI). Em abril de 2019 todas as equipes de MEI já estavam sendo acompanhadas pelo TAH. Foi instituído encontro rápido, aos moldes de Huddle com duração máxima de 15 minutos para definição de data prevista para alta, identificação e resolução de demandas impeditivas. Após o piloto, também se trocou os quadros Kanbans físicos por grupos de Whatsapp com a mesma finalidade. Utilizando-se dados gerenciais do HCPA (IG), observa-se que a média de permanência destas equipes no período de janeiro-abril/2018 era de 9,7 dias e passou a 7,9 dias no mesmo período de 2019. A taxa de altas até as 12h passou de 17% para 28% e a taxa de reinternação em 7 dias manteve-se em estável (7,2% em 2018 e 6,7% em 2019). Conclusões e Perspectivas: O TAH foi capaz de trabalhar junto às equipes levando melhoria importante do uso do leito do HCPA. Expansão para equipes de especialidades clínicas, unidades dedicadas a pediatria estão sendo programadas. O novo módulo de gestão de demandas para altas online está em desenvolvimento no AGHUse com previsão de entrega até final de 2019. AO3062 Integração dos gestores de qualidade dos diferentes laboratórios como forma de unificar práticas em um hospital universitário

    Melissa Prade Hemesath; Ana Cássia Caberlon Hartmann; Luciana Scotti; Rogéria Beatriz Miz; Maira Graeff Burin; Aline Morais da Rosa; Liane Marise Rohsig; Melissa Helena Angeli; Simone Marcia dos Santos Machado; Raquel Weber HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre A gestão de qualidade de um laboratório envolve, dentre outras coisas, atender a legislações vigentes, recomendações da Vigilância Sanitária e outros padrões das entidades certificadoras da qualidade. Neste sentido, cada laboratório tem profissional dedicado ao controle de processos e que gerencia as boas práticas que devem ser aplicadas. Este profissional acompanha alterações na legislação, técnicas de análise e implementa a organização das rotinas escritas (POPs), revisando-as periodicamente. Além disto, este colaborador deve garantir que outros profissionais da equipe conheçam a rotina da área, estabelecendo treinamentos e acompanhamentos dos mesmos. Através do trabalho de um grupo de auditores internos de qualidade, observou-se que os diferentes laboratórios do hospital adotavam práticas diferentes para processos semelhantes, bem como foi percebido que estes locais tinham POPs distintos para processos que deveriam ser iguais, o que estimulou o Programa de Qualidade institucional a promover uma atividade de integração dos laboratórios, considerando como oportunidade de melhoria. Assim, buscou-se compor um grupo de trabalho com os gestores da qualidade de cada laboratório do hospital, com o objetivo de integrar práticas, avaliar processos e procedimentos dos diferentes locais, e definir rotinas comuns construídas em reuniões semanais, e posteriormente disseminadas. Em reuniões semanais, as rotinas são revisadas e, quando se faz necessário, são convidados os responsáveis pelas áreas de interface com o laboratório, tal como equipe de Engenharia Clínica, Climatização, Suprimentos e Patrimônio. O primeiro POP padronizado foi o de Uso e Gestão de Pipetas Automáticas. A construção desta rotina envolveu seis reuniões, incluindo a equipe de Engenharia Clínica, responsável pela revisão e calibração das pipetas. A próxima rotina em discussão é sobre gestão e controles das câmaras de refrigeração, prática comum aos laboratórios. Entende-se que a composição do grupo de trabalho agregou os profissionais, propiciando a integração e a troca das boas práticas de qualidade entre os laboratórios, e entre estes com as áreas inter-relacionadas. O caminho para a padronização das rotinas também oportunizou uma uniformização das ações das áreas de interface, que puderam ter uma visão macro dos processos de trabalho e do valor de suas intervenções, estabelecendo relações convergentes.

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    10

    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.)

    BIOINFORMÁTICA AO2715 Uma análise bioinformática de HAND2 na embriopatia da talidomida

    Bruna Duarte Rengel; Laiana Brun; Thayne Woycinck Kowalski; Lucas Rosa Fraga; Fernanda Sales Luiz Vianna UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Introdução: A talidomida é um dos teratógenos mais potentes já conhecidos, porém seus mecanismos de teratogênese ainda não foram completamente elucidados. O seu conjunto de malformações é conhecido como embriopatia da talidomida (TE) e pode afetar os membros e o coração. HAND2 é um fator de transcrição importante durante o desenvolvimento cardíaco. Além disso, um estudo observou que a talidomida impede a usual interação de HAND2 com o fator de transcrição TBX5. Objetivo: Este estudo tem como objetivo realizar uma análise bioinformática de HAND2 nas malformações cardíacas e de membros características da TE. Métodos: A varredura do gene HAND2 para variantes foi realizada utilizando o pacote biomaRt (R v3.3.3). Para a construção das redes de biologia de sistemas foi primeiramente realizada uma pesquisa no banco de dados Human Phenotype Ontology (HPO). Foi construída uma rede com os alvos de HAND2 e TBX5 no STRING v11.0, selecionando apenas “evidências experimentais” e confiança mínima de 0,4, e exportadas para o Cytoscape v3.7.1 para análises estatísticas de redes. Também se realizou análise de enriquecimento por ontologia gênica no pacote clusterProfiler (R v3.4.4). Resultados: Na varredura de HAND2 foi possível observar poucas variantes, sendo as de maior frequência na região do éxon 2/3’UTR. No HPO foram identificados 475 genes envolvidos nas malformações cardíacas e 255 nas malformações de membros de TE. Observou-se que a rede de HAND2 interagiu com a rede de TBX5 por meio de GATA4 e ARID1A. Quando comparadas as redes de HAND2 e TBX5 com a rede HPO cardíaco foram observadas 17 proteínas em comum (incluindo GATA4), já na comparação com a rede HPO membros foram observados somente três proteínas em comum, sendo que duas (KMT2A e CHD4) também foram observadas na comparação com a rede HPO cardíaco. A análise de ontologias gênicas foi realizada para a rede entre HAND2 e TBX5 e mostrou enriquecimento das vias de “remodelação da cromatina” e “modificação de histonas”, além das vias de “formação do ventrículo cardíaco” e “morfogênese do ventrículo cardíaco”. Conclusão: As proteínas que interagiram com HAND2 e TBX5 estão envolvidas em processos de embriogênese e regulação da transcrição. A proteína GATA4 parece estar presente na interação entre HAND2 e TBX5 com as proteínas envolvidas nas malformações cardíacas da TE. Contudo, mais estudos são necessários para concluir se a interação entre HAND2 e TBX5 é importante nas malformações cardíacas da TE.

    BIOLOGIA CELULAR E MOLECULAR AO2155 Zika virus infection of human mesenchymal stem cells results in severe disturbance in the ubiquitin-proteasome pathway

    Rafael Lopes da Rosa; Lucélia Santi; Markus Berger; Walter Orlando Beys-da-Silva; Jorge Almeida Guimarães UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Introduction: The Zika virus (ZIKV) is a mosquito-borne flavivirus that causes neurodiseases, such as microcephaly and Guillain-Barré syndrome in infected individuals. The current molecular understanding of the deleterious effects and its extensions promoted by ZIKV infection remains unclear. Moreover, ZIKV has been implicated in other neurodegenerative and developmental outcomes. In order to get new insights related with mechanisms implicated in ZIKV infection and pathogenesis, we further analyzed a proteome dataset of human Mesenchymal Stem Cells (hMSC) that related ZIKV infection to brain diseases. Methods: hMSC differential proteome of ZIKV infection was analyzed applying a system biology approach. The list of identified proteins were submitted to Centiscape 2.2 application in Cytoscape software to calculate the degree related with the predicted regulatory relevance of each node of system. Results and discussion: Our results indicate that ZIKV induces a potential reprogramming of the metabolic machinery in nucleotide metabolism, changes in the energy production via glycolysis and other metabolic pathways, and potentially inhibits autophagy, neurogenesis, and immune response by downregulation of signaling pathways. In addition, proteins previously described in several brain pathologies, such as Alzheimer’s disease, autism spectrum disorder, amyotrophic lateral sclerosis, and Parkinson’s disease, were found with altered expression due to ZIKV infection in hMSC. In addition, we detected that proteins causing the greatest molecular perturbation in the system are directly related with the ubiquitin-proteasome pathway according to Network Degree Centrality analysis. Among these proteins, are UBA52, UBC and PPS27, recognized as important in neural formation, thus demonstrating that ubiquitin-related proteins may have an important role in ZIKV infection effects, including those related with clinical outcomes. Conclusion: Our system biology approach points out to a major disturbance of ubiquitin-proteasome pathway as effect of ZIKV infection in hMSC. AO2253 Guaraná (Paullinia Cupana): um possível ativador terapêutico de células estromais mesenquimais (MSCS)

    Dienifer Hermann Sirena; Eduardo Filippi Chiela; Alexandre Kleber Silveira; Ana Beatriz Titoni; Michele Aramburu Serafini; Ana Carolina Henzel Raymundo; Anelise Bergmann Araujo; José Claudio Moreira Fonseca; Ana Helena da Rosa Paz UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Introdução: O guaraná é muito utilizado por suas propriedades estimulantes e medicinais. Dentre seus efeitos destacam-se as propriedades antioxidantes, cicatriciais e de potencialização das atividades metabólicas celulares. Estudos pré-clínicos demonstram que as MSCs contêm potencial terapêutico devido sua capacidade de diferenciação, imunomodulação e migração para tecidos lesionados. Estudos demonstram que MSC aumentam sua capacidade trófica e reparadora quando ativadas, com citocinas por exemplo. Objetivos: avaliar os efeitos do extrato de guaraná e da cafeína sobre a morfologia, viabilidade, potencial antioxidante, proliferação, ciclo celular e autofagia de MSCs humanas. Métodos: após o isolamento e caracterização das MSCs de placenta (CAE: 26563613.1.0000.5327), realizou-se o tratamento das mesmas, nos seguintes grupos: G10, G100 e G1000 com 10, 100 e 1000ug de extrato de guaraná por mL de meio; e C 0,4, C4 e C40 com 0,4, 4 e 40ug de cafeína por mL de meio. O grupo controle recebeu apenas meio de cultivo padrão. Após 24 de cultivo, as células foram fixadas e tiveram o citoesqueleto marcado por rodamina-faloidina. O software Image J foi utilizado para avaliar a área e a polaridade celular. A viabilidade foi analisada por MTT, o potencial

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

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    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.)

    antioxidante por concentração de tióis reduzidos totais e a proliferação por ensaio de dobro populacional durante 7 dias. O ciclo celular e autofagia foram avaliados por citometria de fluxo com iodeto de propídio e laranja de acridina. Resultados: MSCs do grupo G1000 apresentaram maiores índices de polaridade celular (p

  • 39ª SEMANA CIENTÍFICA DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE

    12

    Clin Biomed Res 2019; 39 (Supl.)

    CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS AO2682 Características sociodemográficas, de saúde e situação laboral de usuários com transtornos por uso de substâncias

    Juliana Felix da Silva; Silvia Chwartzmann Halpern; Vinicius Serafini Roglio; Vanessa Loss Volpatto; Flavio Pechansky; Lisia von Diemen; Felix Henrique Paim Kessler HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: Os prejuízos causados pelo Transtorno por Uso de Substâncias (TUS) afetam diversas áreas na vida dos usuários, sendo importante destacar sua repercussão no âmbito laboral. O papel do trabalho como determinante social de saúde é basilar e dadas as suas condições, tanto pode fortalecer estes sujeitos, quanto torná-los ainda mais vulneráveis. Objetivo: Analisar a relação entre as variáveis sociodemográficas de saúde e questões legais com a situação laboral de usuários internados por TUS. Método: Foi utilizada uma amostra de 725 homens, internados em uma unidade especializada para TUS de Porto Alegre, dos quais 434 exerciam atividade laboral e 291 não. O instrumento empregado foi o Addiction Severity Index, 6th version (ASI-6), para avaliar as dimensões: sociodemográfica (idade, raça, escolaridade, estado conjugal, histórico de situação de rua, presença de dependentes, situação de emprego, renda e histórico criminal/legal), uso de álcool e outras drogas (substância de preferência, tempo de uso e nº de internações), saúde física (doenças crônicas, incapacidade física e dias de internação clínica) e psiquiátrica (problemas psiquiátricos e histórico de internação psiquiátrica). Para relacionar as variáveis entre os grupos, foram aplicados os testes estatísticos Qui-quadrado e Mann-Whitney. Resultados: Os resultados mostram que a média de idade (42±13 vs 40±11; p=0,014), proporção de renda insuficiente para subsistência (35,8% vs 55,3%; p

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    Extended Care in High-Risk Surgical Patients (EXCARE) in the form of coordinated multiprofessional actions dedicated to high-risk non-cardiac surgical patients with the aim of improving the postoperative outcomes. Objective: To determine the relationship between high-sensitive fourth-generation cardiac troponin (hs-TnT) measurement in the first 2 days after noncardiac surgery and 30-day mortality in high-risk surgical patients. To implement a protocol to specialized cardiology care triggered by hs-TnT. Methods: Prospective cohort including 430 high-risk surgical patients (stratified using the SAMPE Risk Model) in which hs-cTnT levels are being analyzed as a biomarker of cardiovascular complications and trigger to specialized care. Patients’ hs-cTnT levels were measured preoperatively and in 24 and 48 hours after surgery. Results: The preliminary analysis included 151 patients from January to June 2019, with overall high adherence to protocol by health professionals. 60% of the patiens presented elevated hs-cTnT levels preoperatively. On postoperative day 1, delta hs-cTnT were less than 5 in 66%, between 5 and 39.9 in 22% and higher than 40 in 11% of the patients. On postoperative day 2, delta hs-cTnT were less than 5 in 85%, between 5 and 39.9 in 11% and higher than 40 in 3,3% of the patients. Meanwhile, the high prevalence of MINS among high-risk patients led to definition of new triggers to specialized cardiology care (>60ng/L and delta of 40ng/L). This is the first study that evaluates hs-TnT as a biomarker for cardiovascular complications, 30-day mortality and trigger to specialized care in our population. AO2173 Estresse emocional no pré-operatório: mensuração e aplicabilidade da escala B-MEPS (Brief Measure of Emotional Preoperative Stress) e sua relação com dor aguda pós-operatória

    Carolina Lourenzon Schiavo; Luciana Cadore Stefani; Anelise Schiffino Wolmeister; Wolnei Caumo; Stela Maris De Jezus Castro; Andressa Souza; Otávio Ritter Silveira Martins; Gabriela Schneider Galvão; Kahio Cesar Kuntz Nazario; Rafael Poli Caetani HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introducao: A cirurgia representa uma experiência cujo impacto se estende além do trans e pós-operatório imediato. O conjunto de vulnerabilidades (fisica, psicologica e social) presentes nesse período, pode ser denominado de estresse perioperatório. A relação entre o estresse emocional e seu impacto em desfechos no perioperatório representa um vasto campo a ser explorado. A Escala B-MEPS foi desenvolvida com objetivo de identificar e mensurar o estresse no contexto perioperatório. Objetivos: Refinar a escala B-MEPS, identificando os parâmetros discriminativos de cada item. Estabelecer pontos de corte para intensidade do estresse. Realizar a validação concorrente da B-MEPS com o Questionario de Sensibilização Central. Avaliar a associação dos níveis de estresse com a intensidade de dor aguda no pós-operatório. Métodos: 1016 pacientes entre 18 e 70 anos submetidos a cirurgias de médio a grande porte no HCPA participaram do refinamento da escala e 153 da sua validação prospectiva com o Inventário de Sensibilização Central e com níveis de dor pós-operatória. O Modelo de Crédito Parcial Generalizado da Teoria da Resposta ao Item e o Modelo de Classes Latentes foram usados respectivamente para reduzir a escala e para criar os pontos de corte e possibilitar a análise de subgrupos de pacientes conforme o nível de estresse e dor pós-operatória. Resultados: Foram excluídos 3 itens do questionário B-MEPS (itens pouco discriminativos para o estresse), aumentando a consistência interna e confiabilidade do instrumento (alpha de Cronbach 0,79). A partir da nova versão da escala, composta por 12 itens, pontos de corte foram identificados categorizando os pacientes de acordo a intensidade do estresse: baixo, intermediario ou alto estresse. Essa categorização possibilitou a construção de um aplicativo eletrônico para cálculo de estresse pré-operatório. Foi encontrada associação linear entre a Escala B-MEPS e o Questionário de Sensibilização Central (correlação de Pearson = 0,53, p 0,050). Em pacientes com DM1, a frequência do genótipo C/C foi maior no grupo controle comparado ao grupo caso (61,6% vs. 49,2%, p= 0,018). Após ajuste para idade e triglicerídeos, essa associação se manteve nos modelos dominante [OR 0,226 (IC 95% 0,064-0,796), p= 0,021] e aditivo [OR 0,184 (IC 95% 0,049-0,691), p= 0,012]. Em relação aos pacientes com DM2, a frequência do genótipo C/C foi similar entre os grupos (casos: 57,6%; controles: 56,4%; p= 0,495). Este polimorfismo permaneceu não associado com RD em pacientes com DM2 após ajuste para covariáveis (p > 0,050). Conclusão: Nossos dados sugerem a associação do

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    polimorfismo rs2442598 no gene ANGPT-2 com proteção para RD em pacientes com DM1. Essa associação não foi replicada em pacientes com DM2. AO2915 Variabilidade biológica dos níveis de albumina glicada em pacientes transplantados renais sem diabetes

    Ana Laura Pimentel; Priscila Aparecida Correa Freitas; Joíza Lins Camargo HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: Albumina glicada (AG) tem sido avaliada como um teste alternativo para o diagnóstico e o monitoramento de diabetes na população em geral e em indivíduos com doença renal crônica. Diferentemente do teste hemoglobina glicada, os valores de AG não sofrem interferência em casos de anemia grave, hemodiálise e uso de eritropoetina. Por estas razões, acreditamos que AG poderia ser utilizada como um teste alternativo em pacientes após o transplante renal. Medicamentos imunossupressores, como tacrolimus e ciclosporina, são os principais fatores de risco para alterações no metabolismo da glicose após o transplante. Até o momento, não há estudos que avaliem o comportamento do teste AG nesta população. Objetivos: Neste estudo avaliamos a variação biológica dos níveis de AG em indivíduos transplantados renais sem diabetes durante o primeiro ano pós-transplante. Métodos: 87 pacientes (45 homens e 42 mulheres, idade média 43,8 ± 12,8 anos) que realizaram transplante renal no Hospital de Clinicas de Porto Alegre entre março de 2012 e junho de 2015 foram incluídos. Cada paciente coletou uma amostra de sangue a cada quatro meses durante o primeiro ano após o transplante. Os níveis de AG foram dosados em soro por método enzimático (GlycoGap®, Diazyme Laboratories, Poway, CA). Indivíduos que apresentaram possível fator interferente do teste AG foram excluídos. As fórmulas sugeridas por Fraser e Harris foram utilizadas para a estimativa da variação biológica. Os coeficientes de variação intra e interindividual (CVI e CVG), o índice de individualidade (II) e a diferença crítica (DC) foram calculados para AG. Resultados: O coeficiente de variação analítica (CVA) foi 3,5%. Os CVI e CVG foram 5,2% e 11,3%, respectivamente. A DC para AG foi 14,5% e o valor do II foi 0,41. Os valores médios de AG foram mais altos em homens quando comparados às mulheres (15,0 ± 1,9% e 14,5 ± 1,4%; p=0,013). Os níveis médios de AG permaneceram aparentemente constantes em indivíduos sem diabetes durante todo o período do estudo. Conclusões: AG após o transplante renal apresentou valor de CVI mais alto e valor de CVG semelhante ao descrito na literatura para a população em geral. Em termos práticos, e com base no valor de DC, variações nos níveis de AG só deverão ser consideradas verdadeiras se estas diferenças forem maiores do que ±14,5% entre dois resultados consecutivos em indivíduos durante o primeiro ano após o transplante renal.

    ENFERMAGEM - GESTÃO EM SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO AO3034 Desenvolvimento de aplicativo móvel para o dimensionamento de pessoal de enfermagem

    Rodrigo de Farias Giglio; Graciele Fernanda da Costa Linch; Taís Maria Nauderer; Luciano da Costa Blomberg; Marcelo Götz; Adriana Aparecida Paz UFCSPA - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre Introdução: A assistência ao paciente em unidades hospitalares requer uma atenção ininterrupta e exige um quadro de pessoal de enfermagem adequado quanti-qualitativamente, para que se possa garantir segurança técnica e a qualidade assistencial. Neste contexto, tem-se observado um crescimento no uso de aplicativos móveis para o auxílio nos processos de trabalho, ensino e tomada de decisão dos enfermeiros. Evidencia-se, neste cenário, um nicho para o desenvolvimento de uma aplicação móvel ao ensino do dimensionamento de pessoal de enfermagem com a finalidade de desenvolver o raciocínio crítico para a tomada de decisão in loco, proporcionando melhorias no processo de trabalho em saúde. Objetivo: apresentar o desenvolvimento de um aplicativo móvel para o dimensionamento do pessoal de enfermagem. Método: trata-se de um estudo de pesquisa aplicada com o desenvolvimento tecnológico de um aplicativo móvel para obter o dimensionamento de pessoal em enfermagem. Esse aplicativo tem a finalidade de embasar o processo decisório de (re)alocação de profissionais em unidade de internação hospitalar adulta, no âmbito do ensino da gestão de enfermagem. Resultados: foi desenvolvido essencialmente para dispositivos Android, contendo o banco de dados e serviços web para acesso do professor. Apresenta as funcionalidades de cadastramento de unidades, classificação dos pacientes presentes em uma unidade e realização do cálculo de dimensionamento de pessoal de acordo com a classificação destes pacientes, além de um controle de acesso com login e senha. Os usuários têm acessos diferentes - “Professor” e “Aluno” - no intuito de proporcionar uma experiência de ensino qualificada e eficiente. Considerações: Embora o dimensionamento de pessoal de enfermagem seja descrito como positivo na literatura científica, não foram encontrados estudos relatando o uso de aplicativos móveis que auxiliam neste contexto. Cabe destacar que as tecnologias educacionais digitais têm sido cada vez mais inseridas no ensino de enfermagem, e o uso do aplicativo na beira do leito pode contribuir para orientar a avaliação do aluno quanto a complexidade assistencial. Entende-se que esse recurso tecnológico pode facilitar a organização e aprendizagem do aluno no processo de trabalho do enfermeiro.

    ENFERMAGEM - POLÍTICAS E AVALIAÇÃO EM SAÚDE AO2601 Pesquisa de satisfação dos usuários atendidos em áreas ambulatoriais de um hospital escola

    Rafaela Garbini Casarin; Rafaela Nunes Martins; Pâmela de Oliveira Rodrigues; Angélica Konrath; Greta Sasso; Daniela dos Santos Marona Borba; Giovani Souza Silveira; Luciane dos Reis Francisco; Lisiane Manganelli Girardi Paskulin HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: As pesquisas de satisfação fazem parte de estratégias desenvolvidas para a participação e a defesa dos direitos dos usuários dos serviços de saúde. A avaliação destes serviços dependerá do contato e das percepções dos usuários frente às relações interpessoais e estratégias de cuidado estabelecidas, bem como a outros fatores que interferem na satisfação (facilidade de acesso, conforto, limpeza). Objetivo: Identificar a satisfação dos usuários com atendimento em áreas ambulatoriais do Hospital de Clinicas de

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    Porto Alegre (HCPA). Método: Estudo descritivo que utilizou os questionários respondidos pelo usuário/acompanhante de forma espontânea, após o atendimento nas áreas ambulatoriais do HCPA, entre janeiro e dezembro de 2018. Analisaram-se as respostas divididas em cinco graus: ótimo, bom, regular, ruim e péssimo. Os dados de 4889 questionários analisados foram extraídos do Sistema de Informações Gerenciais IG-HCPA e analisados em frequência absoluta e relativa. Aprovado CEP-HCPA, sob o nº 16-0288. Resultados: Os dados foram estratificados em dois grupos, considerando como corte a taxa de satisfação no grau ótimo de 60%. Evidenciou-se que as categorias com satisfação > 60% foram: Educação e Cortesia (72%) Informações e Orientações (67%), Localização e identificação (61%), Atendimento na Consulta (72%), Atendimento Geral (68%). As categorias com satisfação

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    AO2762 Obesidade induzida por dieta hipercalórica é influenciada por estresse crônico e pode ser modulada por estimulação elétrica por corrente contínua (ETCC) em ratos wistar

    Dirson João Stein; Joice Soares de Freitas; Carla de Oliveira; Isabel Cristina de Macedo; Iraci Lucena da Silva Torres UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Introdução: Estresse crônico e doenças metabólicas estão intricadamente associados, tendo papel central na elevação da prevalência da obesidade em humanos nas últimas décadas. A obesidade é uma epidemia considerada um problema de saúde pública global e, associada a outras comorbidades, tem aumentado as taxas de mortalidade na sociedade moderna, principalmente pela falta de prevenção e de opções adequadas de tratamento. Objetivo: Investigar os efeitos da estimulação elétrica por corrente contínua (ETCC) sobre a obesidade induzida por dieta hipercalórica (DH) em ratos Wistar expostos ou não ao estresse crônico. Métodos: 80 animais adultos (60 dias) foram randomicamente alocados nos grupos: dieta padrão+ETCC sham, dieta padrão+ETCC, dieta padrão+ETCC sham+estresse, dieta padrão+ETCC+estresse, DH+ETCC sham, DH+ETCC, DH+ETCC sham+estresse, DH+ETCC+estresse. A DH foi ofertada por 8 semanas enquanto o estresse por contenção era aplicado (1 h/d, 5 d/sem). O tratamento com ETCC ocorreu após 40 dias de dieta e estresse e teve a duração de 8 dias (uma sessão diária, 20 min, 0,5 mA). Antes e após o tratamento com ETCC, o comportamento de todos os animais foi avaliado no labirinto em cruz elevado e no campo aberto. Adicionalmente, os animais foram avaliados pelo teste de consumo de alimento palatável sob as condições alimentado e jejum. O consumo calórico, ganho de peso corporal, peso das adrenais e do tecido adiposo foram mensurados. Níveis de BDNF, NPY, IL-10, IL-1β e TNF-α centrais foram avaliados ao final do protocolo experimental. Os dados foram analisados por ANOVA de uma e duas vias/Tukey e por GEE (média ± EPM, p

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    NUTRIÇÃO E NUTROLOGIA AO2596 Efeitos da dieta hiperproteica com baixo índice glicêmico sobre massa muscular e gordura corporal de mulheres pós-menopáusicas: ensaio clínico randomizado

    Andressa Yavorivski; Thaís Rasia da Silva; Andrea Carla Bauer; Suzana Lago; Poli Mara Spritzer UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul Introdução: Mudanças na composição corporal de mulheres estão relacionadas tanto à idade, quanto ao status menopáusico. Maior massa muscular e menor gordura corporal vêm sendo associados a um menor risco de mortalidade, sugerindo papel importante da composição corporal. Objetivo: Comparar os efeitos da dieta de baixo índice glicêmico hiperproteica versus normoproteica sobre massa muscular e gordura corporal em mulheres na pós-menopausa. Métodos: Ensaio clínico randomizado incluindo 27 mulheres com idade acima de 65 anos (70,8±3,6 anos, 26,1±3,5 kg/m2), sob intervenção de dieta de baixo índice glicêmico normoproteica (NP, 0,8 g de proteína/Kg de peso) ou hiperproteica (HP, 1,6 g de proteína/Kg de peso) durante 6 meses. A adesão à dieta foi avaliada através do biomarcador de ingestão proteica (excreção de nitrogênio em urina de 24h) no basal, aos 3 e 6 meses de seguimento. A atividade física habitual foi avaliada através do pedômetro. Desfecho primário: mudança no SMI (massa magra de braços e pernas/IMC), avaliado por DXA. Desfechos secundários: % gordura corporal, avaliado por DXA e gordura visceral, estimado por bioimpedância. Resultados: 26 participantes (13 grupo HP e 13 grupo NP) completaram o protocolo do estudo. O grupo HP obteve maior ingestão proteica aos 3 meses (1,43±0,11 vs. 1,16 ±0,07 g/kg HP e NP respectivamente) e aos 6 meses (1,38±0,09 vs. 1,12±0,06 g/kg, HP e NP respectivamente). Ambos aumentaram o SMI ao final da intervenção quando comparado aos valores basais (HP: 0,020 IC95% 0,001 a 0,039 e NP: 0,017 IC95% -0,002 a 0,036, P tempo

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    retrospectivo e um prospectivo transversal. Foram coletados retrospectivamente dados clinicopatológicos e de sobrevida dos pacientes entre 2012 e 2018. Prospectivamente, foram coletados dados clinicopatológicos e amostras tumorais (T) e saudáveis (N) de fígados pareadas dos pacientes com MHC que realizaram hepatectomia. Nestes, expressão gênica de OGG1, POLB, PARP1, XRCC1, RAD51, BRCA1 e Ku80 foi avaliada por qRT-PCR, apresentadas como Fold Change (FC) Log2(T)/(N). Realizou-se análises uni e multivariada considerando p

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    jogo 3 do Nintendo. Não houve diferenças (p>0,05) entre os VG no número de passos e no grau de esforço/satisfação. Conclusões: O uso de jogos específicos de VG foi capaz elevar a resposta cardiorrespiratória a níveis similares ao LA, demonstrando que os VG podem ser uma alternativa para o treinamento de indivíduos saudáveis e com FC.

    PNEUMOLOGIA AO2712 Impacto do uso de azitromicina contínua profilática nas exacerbações da doença pulmonar obstrutiva crônica

    Bruno Baron Spolidoro; Pedro Olivo Neto; Gabriela Marcolin; Danilo Berton; Marli Maria Knorst HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é a terceira principal causa de morte segundo a Organização Mundial da Saúde. As exacerbações durante o curso de DPOC estão associadas com uma diminuição da qualidade de vida, aumento das hospitalizações, declínio da função pulmonar e maiores taxas de mortalidade. O uso de azitromicina profilática é uma opção terapêutica e tem sido associada com redução da frequência de exacerbações na DPOC. Objetivo: O objetivo deste estudo é avaliar o impacto do uso de azitromicina sobre as exacerbações em portadores de DPOC. Métodos: Coorte retrospectiva. Foram incluídos no estudo 32 pacientes com mais de 40 anos de idade com diagnóstico de DPOC, definido como: história de tabagismo com índice tabágico de pelo menos 10 maços-ano, relação volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade vital forçada (VEF1/CVF)

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    na qual 20 tentativas são realizadas para cada ato consumado. O transtorno com maior associação com o suicídio é a Depressão Maior (DM), nesse sentido, a identificação de características que possam indicar pacientes em alto risco é uma tarefa importante. Objetivo: Identificar as principais diferenças na rede de sintomas de indivíduos com depressão que tentaram e não tentaram suicídio. Métodos: Foram entrevistados 597 pacientes diagnosticados com depressão antes da primeira consulta no ambulatório do programa de transtornos do humor (PROTHUM) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). Os indivíduos foram avaliados por meio dos seguintes instrumentos: Beck Depression Inventory (BDI), Hamilton Depression Rating Scale (HDRS), and the Core Assessment of Psychomotor Change (CORE). A idade média foi de 50,3 (±11,0) anos, 84% eram mulheres e 41% tentaram suicídio durante a vida. Para a análise, os indivíduos foram divididos em dois grupos: grupo sem tentativa de suicídio (TS0) e grupo com tentativa de suicídio (TS1). Em seguida, foram construídas redes de interação entre o sintomas, considerando os itens dos instrumentos de maneira dicotomizada (0 para níveis mais leves e 1 para os outros níveis). Para isso, foi utilizado o software R 3.5, os pacotes IsingFit 0.3 para criação das redes e NetworkComparisonTest 2.0 para encontrar as diferenças significativas entre as redes (p ≤ 0.05, 100 permutações). Além disso, o pacote qgraph 1.6 foi utilizado para calcular a centralidade (betweenness). Resultados: O item mais central na rede TS1 foi BDI8 (culpa), enquanto que na rede TS0 foi HAM13 (sintomas somáticos em geral). Análises preliminares indicam diferença significativa em 3 interações das redes do grupo tentativa de suicídio e não-tentativa. A interação de HAM4 (insônia inicial) com BDI16 (insônia) esteve presente somente na rede do grupo TS1. Enquanto que a interação de BDIQ4 (prazer) com BDI17 (cansaço) e a interação de CORE9 (agitação facial) com BDI19 (perda de peso) existiram apenas na rede do grupo TS0. Conclusões: A rede de sintomas de pacientes que tentam suicídio é diferente, principalmente nas interações em itens das escalas relacionados à insônia, prazer, cansaço, agitação facial e perda de peso. AO2884 Desenvolvimento de Webmaps sobre populações em risco: geoprocessamento como estratégia de prevenção do suicídio

    Alan Cristian Rodrigues Jorge; José Augusto da Silva Filho HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre O suicídio já superou a soma de todas as mortes decorrentes de acidentes por transportes, conflitos civis, guerras e homicídios no mundo.1 No Brasil, do ano de 2002 até 2012, enquanto a população cresceu 11,1%, o suicídio acendeu 33,6%.² Com estas informações, surgiu a proposta disruptiva de criar WebMaps sobre populações em risco de suicídio. OBJETIVO: desenvolver WebMaps sobre o risco de suicídio em uma metrópole a partir da enfermagem psiquiátrica, da epidemiologia do suicídio e das tecnologias de geoprocessamento. METODOLOGIA: foi realizado em uma internação psiquiátrica de um hospital geral. Seu delineamento foi quantitativo transversal com dados retrospectivos. A amostra foi composta pelos pacientes que internaram de 01/01/2002 à 31/12/2016. Foram excluídos pacientes não residentes em Porto Alegre. As informações foram obtidas a partir dos prontuários do hospital e do registro de óbitos do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Foram analisados com o software SPSS e georreferenciados pelo software QGIS, criando assim os WebMaps. O trabalho foi submetido pela Plataforma Brasil ao Comitê de Ética em Pesquisa do hospital sendo aprovado (parecer: 66892617.8.0000.5327). RESULTADOS: Foram encontradas 3.164 internações de pacientes domiciliados em Porto Alegre, sem contar suas reinternações. Ocorreram 493 óbitos, sendo 27 por suicídio. Inicialmente foi identificada à distribuição espacial da amostra que apresentou risco de suicídio (levando-se em conta o diagnóstico de enfermagem Risco de Suicídio) com a população total de internados. Geraram-se 4 diferentes mapas: Gerências Distritais, Sexo, Acessibilidade aos Serviços (deslocamento) e Renda. Foram criados outros mapas comparando os óbitos por suicídio dentro da amostra populacional, algo extremamente importante no contexto da geo-epidemiologia. Também foram gerados três Heatmaps (ou mapas de calor): (1) pacientes internados na unidade de internação psiquiatrica do HCPA, (2) com a amostra dos pacientes com risco de suicidio e (3) casos de suicídio. CONCLUSÕES: Os WebMaps, construídos a partir de modernos instrumentos de geoprocessamento e alimentados com dados clínicos, populacionais e algorítimos específicos da geo-epidemiologia do risco de suicídio, podem predizer estratégias de gestão ao detectar regiões e populações com maior vulnerabilidade ao suicídio. A potência do produto está no conceito inovador de web-tecnologia da geo-epidemiologia.

    REUMATOLOGIA AO2260 Extrato da fasciola hepatica altera as propriedades de viabilidade, adesão, migração e invasão de fibroblastos sinoviais de pacientes com artrite reumatóide

    Suelen Pizzolatto Dalmolin; Renata Ternus Pedó; Mirian Farinon; Jordana Miranda de Souza Silva; Vanessa Rax; Eduardo Cremonese Filippi Chiela; Martín Pablo Cancela Sehabiague; Rafaela Cavalheiro do Espírito Santo; Fabiany da Costa Gonçalves; Ricardo Macha HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: Os fibroblastos sinoviais (FLS) de pacientes com artrite reumatoide (AR) possuem um perfil agressivo e invasivo e estão envolvidos no processo inflamatório da doença, incluindo degradação articular e erosão óssea. As opções terapêuticas existentes atualmente são efetivas para o controle da inflamação, mas não há cura. Além disso, nem todos os pacientes respondem ao tratamento, os quais também podem causar efeitos colaterais. Por essa razão, novas alternativas terapêuticas são necessárias. A Fasciola hepatica (F. hepatica) secreta produtos que contêm componentes com propriedades imunomoduladoras, capazes de suprimir a resposta imune Th1 e a produção de citocinas inflamatórias. Portanto, a ação do extrato de F. hepatica foi avaliada in vitro em FLS de pacientes com AR. Materiais e métodos: FLS foram isolados do líquido sinovial de pacientes com AR. As culturas de FLS foram expostas a diferentes concentrações do extrato de F. hepatica (60µg/mL, 80µg/mL e 100µg/mL) e analisadas após 24h, 48h e 72h através do ensaio de proliferação celular (MTT). O efeito do extrato também foi avaliado através dos testes de aderência celular, invasão e migração, ensaio de apoptose, índice de morfometria nuclear (NMI) e produção de TNF-α. Análises estatísticas foram realizadas por ANOVA ou teste T e p

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    redução da aderência dos FLS (92.0 células ± 5.8 extrato vs 116.3 células ± 7.9 controle; p

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    ePOSTERS

    ADMINISTRAÇÃO

    eP2015 Implantação do sistema AGHUSE® em um hospital da região nordeste do Brasil Silvia Gralha; Betina Franco; Saulo Chaves de Aquino; Lucia Caye; Eliane Teresinha Berbigier HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O sistema AGHUse® é um software livre desenvolvido pelo Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) que está cada vez mais atrativo para as instituições de saúde que buscam unir informações gerenciais, administrativas e clínicas no prontuário eletrônico do paciente (PEP). Atualmente o HCPA em parceria com diferentes instituições formam a Comunidade AGHUse® onde evoluem colaborativamente o sistema, otimizando recursos com foco no desenvolvimento de um prontuário eletrônico centrado na assistência do paciente. Para atender esta demanda, um time multidisciplinar composto por consultores do setor de Sustentação e Relacionamento Externo da TIC em parceria com as equipes da tecnologia da informação, assistencial e administrativa do HCPA têm atuado no apoio a essas instituições nos treinamentos, consultorias, implantações e suporte do sistema. Objetivo: Relatar a experiência da implantação do módulo internação do Sistema AGHUse® em um hospital público de grande porte da região nordeste do Brasil. Metodologia: A implantação foi realizada no primeiro trimestre de 2019, onde participaram os consultores da equipe multiprofissional do HCPA. Anterior à implantação foram realizados treinamentos, rotinas de cargas de pré-cadastros e testes em ambientes de homologação. Resultados: Durante a implantação foi realizada a homologação do ambiente de produção do hospital referido assim como o acompanhamento de diferentes internações de pacientes, prescrições médicas e de enfermagem bem como a realização de registros no PEP. No período de implantação foram realizadas adaptações de processos e ajustes no sistema, juntamente com a equipe da TI, administrativa e assistencial formada exclusivamente na instituição para a implantação do sistema. Conclusão: Verificou-se que o uso do PEP e a implantação do AGHUse® implica na reorganização de processos de trabalho e adequação de infraestrutura. Um diagnóstico inicial foi ponto de partida importante para a utilização do sistema informatizado. A implantação do PEP trouxe segurança e qualidade nos processos de atendimento em saúde. A utilização do sistema é fundamental para a comunicação efetiva entre os profissionais tornando os serviços mais eficientes, com maior clareza, detalhamento e segurança. Sendo assim, os consultores do HCPA envolvidos na implantação corroboraram no amadurecimento dos processos necessários para as implantações do AGHUse® nas instituições de saúde.

    eP2024 Utilizando o Kanban na sustentação do software AGHUSE® do Hospital de Clínicas de Porto Alegre Silvia Regina Gralha; Tiago Vinicios de Quadros Weber; Marina Delazzeri; Luiz Fernando Bohm; Simone Andeglieri; Rosane Gaspar Petter; Milena de Avila Peres; Fred Fink; Dayhene Zambiasi Boeira HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O AGHUse® é um software de gestão de saúde desenvolvido no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) para apoio as melhores práticas assistenciais e administrativas, com foco no paciente. Com aprimoramento constante, o sistema possui atualizações diárias com novas funcionalidades e novos recursos. A TI do HCPA possui uma equipe exclusiva trabalhando na Manutenibilidade deste sistema. E para auxiliar na gestão e controle dos chamados abertos pelos usuários, foi adotado o método Kanban. Este método é representado em um quadro, onde são utilizados cartões para representar um fluxo pré-estabelecido das etapas de processos para atendimento de incidentes, melhorias e tarefas de serviços. Objetivo: Relatar a utilização do Kanban nos processos da Seção de Sustentação de Relacionamento Interno no setor da Tecnologia e Informação do HCPA. Com o objetivo de agilizar e melhorar a qualidade no atendimento de demandas do software AGHUse®. Metodologia: Primeiramente foi realizado um treinamento para a revisão dos quatro princípios e das seis práticas que constituem o método Kanban. Após, foi analisado a viabilidade da aplicação da metodologia nos processos atuais dos times. Cada time elaborou um protótipo de Kanban, estes protótipos tiveram as similaridades identificadas onde culminaram na construção de um único quadro. Atualmente, está sendo realizado um acompanhamento diário das atividades que compõem este trabalho, bem como semanalmente existe um planejamento e uma retrospectiva apontando os pontos positivos e as oportunidades de melhoria dos processos envolvidos. Resultados: A partir de resultados iniciais, verificou-se que as tarefas foram gerenciadas com maior rapidez, acompanhando o ritmo de trabalho das equipes que possuem entregas com prazos apertados, também identificou-se os gargalos que antes não eram visíveis. O Kanban incentivou o trabalho em equipe e uma maior interação com os usuários chaves de áreas consideradas críticas do hospital. Conclusão: A visualização de todas as tarefas por meio de gráficos, símbolos e diagramas, aumentou os níveis de transparência, uma vez que os detalhes das operações foram expostos a todos. Tivemos a aceleração das entregas que resultaram em maior qualidade nas funcionalidades do software e por consequência maior eficiência no atendimento ao paciente. Para próximos passos, iremos real izar ciclos de melhorias até atingirmos maior maturidade nos processos de sustentação do software AGHUse®.

    eP2150 Criação de um ambiente de controle interno: principais passos adotados pela auditoria interna do HCPA Gustavo Salomão Pinto; Flaviano Ribeiro Barreto; Flávio de Medeiros Horta; Guilherme Leal Camara; Juliana Zwetsch; Marcelo Augusto de Souza Bezerra HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre A prática de controles internos é o processo conduzido pelos administradores e demais colaboradores de uma organização no intuito de fornecer garantia razoável de que os objetivos da entidade estão sendo alcançados. De forma mais ampla, os controles internos promovem a mitigação dos riscos que podem vir a comprometer tais objetivos. Encorajados por escândalos corporativos e também pela conseguinte lei americana Sarbanes-Oxley de 2002, os esforços para implantação de estruturas de controles internos foram

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    popularizados pelas publicações do Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Commission (COSO), em 2007, e posterior ISO 31000 em 2009, sendo aplicados e adaptados a diversos mercados ao redor do mundo. No Brasil, a necessidade de implantação resulta do aumento da fiscalização de órgãos reguladores e governamentais, com o objetivo de verificar as práticas de gestão adotadas pelas instituições. Como empresa pública, o HCPA tem sido demandado a adotar um ambiente de controle por meio da execução de práticas de controles internos. Considerando que tal prática ainda é incipiente na instituição e com o objetivo de fomentar tal aplicação, a Coordenadoria de Gestão de Auditoria Interna (CGAUDI) empregou esforços na estruturação dos controles internos na área. Este relato apresenta as principais etapas deste trabalho, os desafios enfrentados, procedimentos adotados e ainda os benefícios oriundos da implantação do ambiente de controles internos. O trabalho foi desenvolvido no âmbito da Coordenadoria de Auditoria Interna do HCPA, no período de junho de 2018 a abril de 2019, e observou as publicações COSO I e II (ERM), abrangendo os processos de preparação, revisão e rquivamento dos trabalhos de auditoria. Em relação às etapas do trabalho, estas foram segregadas em: i) entendimento dos processos e identificação dos riscos, o qual, a partir do desenho dos fluxogramas de trabalho e descrição dos programas de trabalho, serviu de base para a identificação dos riscos aplicáveis; ii) identificação e implantação dos controles internos; e iii) estabelecimento de rotinas de monitoramento e aperfeiçoamento dos controles, estruturadas por reuniões periódicas de atualização dos processos e avaliação dos controles implementados. Como resultado, restaram reduzidas as probabilidades de ocorrências dos riscos que poderiam vir a impactar o objetivo do setor: produzir trabalhos íntegros, oportunos e com qualidade.

    eP2210 A participação da comunidade interna do HCPA na construção do planejamento estratégico (2019-2020) Michele Sbaraini Savaris; Simone Silveira Pasin; Marilene Hoerlle Nozari; Alex Vitelmo da Silva Guimaraes; Jeruza Lavanholi Neyeloff; Caroline Ziani Dalla Pozza; Ana Cassia Caberlon; Luciane dos Reis Francisco; Camila Caroline Barths; Vanda Regina Machado HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre O Planejamento Estratégico (PE) do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) é elaborado tradicionalmente com participação de lideranças de diferentes áreas. Em 2018 foi feita uma proposta inovadora de incluir toda a comunidade interna, entre colaboradores, professores e estudantes na elaboração do Plano de Negócios e Gestão Estratégica (PNGE). O intuito foi de criar um PNGE utilizando as novas tendências em planejamento colaborativo, adequado às necessidades institucionais, e significativo para comunidade interna, bem como construir objetivos que permitissem o desdobramento de indicadores conforme processos e contribuições de cada serviço. O processo iniciou-se pela revisão de definições institucionais (missão, visão, valores e propósito) e em seguida pela análise do ambiente interno e externo (uso da matriz SWOT, com mapeamento de forças, fraquezas, oportunidades e ameaças). Buscando a contribuição da comunidade para ambas etapas, criou-se um hotsite Planejando o HCPA, que apresentava conceitos de PE, disponibilizava material para leitura, e convidava os visitantes a levantarem pontos para a matriz SWOT através de questionário online, ou presencialmente - durante uma semana as janelas do mezanino do hospital permaneceram adesivadas com os quadrantes da matriz, nos quais era possível colar notas com sugestões. Além disso, foi realizada enquete online intitulada “o HCPA em uma frase”, fundamentando a criação do propósito institucional. Todas as contribuições da comunidade para a matriz foram catalogadas e analisadas posteriormente, apoiando a definição dos temas e objetivos estratégicos e do propósito institucional. Foram levantados 363 pontos na matriz SWOT presencial, que somadas às 373 respostas obtidas online, totalizaram 1396 pontos para análise. Esses pontos foram condensados em 122 itens para priorização por meio da ferramenta GUT (Gravidade X Urgência X Tendência), apoiando a definição de 3 temas estratégicos que nortearão a atuação da instituição nos próximos anos. Foram recebidas 433 contribuições pela enquete online “O HCPA em uma frase”, e após seleção e edição foi definido o propósito da instituição “Vidas fazendo mais pela vida”. Os resultados foram considerados extremamente satisfatórios pelos envolvidos, e aprovados por unanimidade pelo Conselho Diretor. A inclusão da comunidade interna na construção do PNGE demonstra abertura para processos participativos que engajam e valorizam seus colaboradores.

    eP2212 Desafios de um hospital público no enfrentamento de crise de abastecimento causada pela greve dos caminhoneiros Michele Sbaraini Savaris; Ana Paula Coutinho; Luciane Camillo de Magalhães HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre 1. Introdução: Este trabalho relata a experiência de um hospital público para o enfrentamento da crise que afetou o sistema logístico e a produção de serviços oferecidos à população, durante a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. Esta crise afetou toda a cadeia de abastecimento ocasionando aumento de preços e falta de insumos impactando fortemente as atividades essenciais e serviços prestados à população. Neste cenário, a logística em um hospital público torna-se crítica e, por consequência, a manutenção de uma estrutura de atendimento que garanta a assistência aos pacientes com qualidade e segurança. 2. Objetivos: Relatar como o hospital organizou-se para o enfrentamento desta crise, equacionando a desproporção entre as necessidades de produção e os recursos disponíveis neste período, além de explicitar os fatores organizacionais que contribuíram na condução de um desfecho favorável, assim como as oportunidades de melhorias e lições aprendidas com o episódio. 3. Metodologias empregadas: Avaliação da utilização e aplicabilidade dos planos de contingência existentes, por meio de relatórios elaborados pelas áreas do hospital e entrevistas com profissionais. 4. Observações ou modificações a partir da experiência: Os planos de contingência existentes, baseados nos riscos conhecidos não contemplavam cenários para problemas de distribuição de recursos por fechamento de rodovias. A greve dos caminhoneiros, além de evidenciar que muitos dos riscos tratados no Plano Geral de Contingências tornaram-se realidade, revelou situações críticas ainda não detectadas e que careciam ser mitigadas. 5. Considerações/aplicações da experiência: Fatores organizacionais como liderança, comunicação, gestão de riscos, gestão da cadeia de suprimentos e gestão da operação são essenciais para manejo da crise. A crise vivenciada fortaleceu a cultura de segurança, o orgulho e pertencimento institucional, além de oportunizar uma revisão e adoção de novas práticas e atualização dos planos de contingência. Bons planos de contingência somados ao treinamento das equipes, com simulações, reduzem o risco de decisões impulsionadas por emoção, melhoram a organização das áreas, fomentam a cultura de segurança permanente e a gestão do conhecimento. Houve quebras de paradigmas, demonstrando que um hospital público pode ser ágil, adaptativo, eficiente e inovador.

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    eP2217 Explorando o design participativo para compartilhamento de saberes Vanda Regina Machado; Ângela Maria Machado de Bittencourt; Daniela Brezezinski Quadrado; Elenita Teresinha Charão Chagas; Giovana Pegoraro Paniz; Kátia Bottega Moraes; Luciana Paula Cadore Stefani; Patricia Wajnberg Gamermann; Roberta Bergamo Lima; Ridirene Bueno Flores HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O processo de desenvolvimento de sistemas de informação deve focar nas necessidades dos usuários finais, garantindo uma satisfação efetiva por meio do alto grau de usabilidade, acessibilidade e qualidade do mesmo. A utilização de tecnologias disruptivas, está sendo cada vez mais utilizada com o advento da evolução das tecnologias de comunicação interativas. A planilha online desenvolvida pelos assistentes administrativos da Unidade de Recuperação Pós-anestésica – URPA cruza o fluxo de pacientes da unidade em relação à quantidade de cirurgias realizadas no Bloco Cirúrgico, desta forma é possível ter maior visibilidade por toda equipe assistencial e administrativa. Objetivo: Otimizar o fluxo do paciente que está em condições de alta médica da URPA por meio da divulgação de informações referentes à ocupação do Bloco Cirúrgico em comparação aos leitos vagos na URPA. Método: Relato de experiência sobre o design participativo para compartilhamento de saberes aplicado na revisão de processos de gestão. Resultados: Foi utilizada a metodologia democrática que enfatiza o envolvimento ativo de todas as pessoas que são afetadas pelo processo, o design participativo. A partir da observação e análise diária, a planilha online, desenvolvida pelos assistentes administrativos, para mapear o fluxo da URPA foi compartilhada com as lideranças médicas, de enfermagem e administrativas do Serviço Cirúrgico de Atenção Cirúrgica, que por sua vez, solicitaram algumas inserções de melhorias visando deixar a ferramenta com uma visão mais precisa. A planilha online demonstra dados atualizados da URPA, para que todos tenham acesso, sendo amplamente utilizada pela equipe multidisciplinar. Devido a sua funcionalidade, está sendo utilizada como protótipo de um painel visual para monitorar o fluxo de pacientes. Conclusão: Compartilhar conhecimentos para a melhoria e qualidade dos processos torna-se cada vez mais necessário. Nesse contexto, a abordagem multidisciplinar é fundamental para a solução de problemas. A concepção da ferramenta online, partiu da união de funcionários administrativos que vivenciam o dia a dia em um Bloco Cirúrgico e em uma Unidade de Recuperação Pós Anestésica, passou pela avaliação dos usuários e tornou-se uma ferramenta valiosa na gestão do fluxo cirúrgico. A gestão do conhecimento deve sempre ser incentivada, pois valorizar, disseminar e aproveitar o conhecimento de todos os indivíduos colabora para o avanço das organizações.

    eP2224 Utilização de tecnologias disruptivas para otimizar recursos e processos visando benefício e agilidade no cuidado ao paciente Vanda Regina Machado; Alex Vitelmo da Silva Guimarães; Elenita Charão Chagas; Lisiane dos Santos Rocha; Nathália Martins de Oliveira Cavalcante; Gilberto Braulio; Elenita Teresinha Charão Chagas; Larissa Lopes de Oliveira HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: O Serviço de Anestesia e Medicina Perioperatória (SAMPE) atende cerca de 20.000 anestesias por ano das mais variadas complexidades, sendo que o profissional em anestesia cuida de diversas áreas médicas para tais demandas. Organizar a escala destes profissionais, em um hospital público universitário, não é tarefa fácil, pois muitas vezes a programação que é feita não é a que acontece no dia, podendo haver algumas contingências. No caso das áreas de Radioterapia e Radiologia, as escalas não são automáticas, ou seja, não são disponibilizadas no sistema de gestão do hospital, então se fez necessário criar uma alternativa para que o processo pudesse funcionar de forma dinâmica. Objetivo: Otimizar as informações sobre a real necessidade do profissional em anestesia para efetuar procedimentos anestésicos nas áreas de Radioterapia e Radiologia. Método: Através da observação diária referente aos problemas ocorridos por falta ou por mão de obra ociosa, desenvolveu-se um protótipo em Excel® para mapear diariamente o fluxo dos pacientes que necessitam de procedimentos com anestesia nas áreas de radiologia e radioterapia. O produto deste trabalho foi compartilhado com as lideranças médicas, de enfermagem e administrativas dos Serviços de Anestesia, Radioterapia e Radiologia. Resultados: A planilha online é alimentada pela enfermagem das áreas e está sendo utilizada pela equipe multidisciplinar, composta por administradores, enfermeiras e lideranças médicas envolvidas neste processo. Diariamente, ao elaborar a escala das áreas, foco deste estudo, o escalador do SAMPE, analisa a planilha alimentada pela enfermagem e disponibiliza, conforme necessidade, a mão de obra necessária para o procedimento. Devido a sua funcionalidade, o SAMPE não teve mais problemas com as escalas destes Serviços. Conclusão: Na era denominada também de era digital, profissionais que executam processos multidisciplinares tornam-se cada vez mais importantes para as organizações, principalmente os que desenvolvem modelos mentais sistêmicos e não apenas lineares. Saber otimizar recursos através de ferramentas tecnológicas interativas é fundamental para a solução de problemas. No caso das áreas de Radioterapia e Radiologia que necessitam diariamente de profissionais médicos de anestesia, houve consenso quanto à utilização da planilha no Google drive, desta forma, médicos anestesistas, enfermeiras e administradores conseguem otimizar os recursos humanos para melhor assistir aos pacientes.

    eP2233 Mapeamento do processo de tramitação dos contratos relacionados aos ensaios clínicos, financiados pela indústria farmacêutica, no Hospital de Clínicas de Porto Alegre Alexandre Lutckmeier; Márcia Santana Fernandes HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: A formalização do contrato é um dos fatores essenciais para que um ensaio clínico patrocinado pela indústria farmacêutica inicie em uma instituição de pesquisa. A agilidade e organização dos processos que envolvem a tramitação contratual desde sua origem até sua assinatura são muito importantes para a estratégica de uma instituição que deseja ser referência em pesquisa clínica. Nesse sentido, utilizar uma disciplina de gerenciamento de processos pode contribuir na análise dos atuais processos organizacionais e possibilitar melhorias a partir de uma visão ampla desses processos. O Business Process Management (BPM) é uma disciplina gerencial que propõe que os objetivos organizacionais podem ser alcançados por meio da definição,

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    desenho, controle e transformação contínua de processos de negócio. Objetivos: Realizar o mapeamento do processo de tramitação dos contratos relativos aos ensaios clínicos patrocinados pela indústria farmacêutica, realizados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e administrados pela Fundação Médica do Rio Grande do Sul, no período de 2017 a 2018. Métodos: A pesquisa realizada foi dividida em 3 fases, o levantamento de dados secundários, relacionado aos prazos de tramitação contratual e do objeto dos contratos, a construção do mapeamento dos processos, com base em BPM, que foi um estudo exploratório descritivo e a pesquisa de opinião do tipo Survey Interseccional, de natureza exploratória, com os atores envolvidos nesse processo. Resultados: Os resultados parciais indicam que os maiores entraves no processo de celebração de contratos relacionados aos ensaios clínicos em uma instituição de pesquisa são a vinculação do fluxo contratual com as aprovações éticas da pesquisa, a falta de padronização dos contratos e o longo processo de assinatura. De acordo com os entrevistados, a análise do contrato deveria ocorrer independentemente do andamento do projeto no sistema CEP/CONEP. Além disso, as partes envolvidas no contrato poderiam encontrar meio de minimizar o prazo de assinaturas do contrato. Conclusão: Com a remodelagem do mapa de processos do trâmite contratual no Hospital de Clínicas de Porto Alegre e reavaliação da necessidade de algumas regras internas, a instituição pode diminuir significativamente o prazo de negociação dos contratos relacionados aos ensaios clínicos, proporcionando ao pesquisador, maior prazo de recrutamento de participantes.

    eP2295 Implantando a gestão por objetivos no setor de TIC de um hospital Edson Rodrigues Bicca; Carmelinda Adriana Albuquerque Moraes; Rejane Blomberg Audy HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: A gestão profissional da área de Tecnologia da Informação e Comunicação - TIC - demanda a elaboração de um Plano Estratégico - PETIC, criado pela diretoria das instituições, que norteia os rumos os quais o setor de TIC deve seguir nos próximos anos. Este plano traz a necessidade de identificação dos objetivos táticos e operacionais que viabilizam o atingimento dos objetivos estratégicos, bem como a definição de metas e seu acompanhamento por meio de indicadores. Objetivo: O objetivo principal deste trabalho é apresentar o processo de montagem do mapa de objetivos táticos e operacionais da área de TIC de uma instituição pública do ramo hospitalar. Cada um dos objetivos tem o propósito de gerar indicadores e está diretamente relacionado a um objetivo de cunho estratégico, estabelecido por um comitê de gestão específico para este fim. Métodos: A condução do trabalho foi feita com base nos princípios do design thinking: identificação do problema, que no caso era a falta de clareza do alinhamento das atividades com um propósito; ideação, no caso a identificação das principais atividades e o seu respectivo alinhamento com os grandes grupos de ações designados pelas chefias; prototipação: montagem de um mapa em formato gráfico que possibilitasse todos os envolvidos direta e indiretamente nas atividades de TIC identificar o objetivo da realização de suas atividades e onde aquilo impacta. Como ponto de origem, definiram-se os quatro eixos estratégicos definidos pelo Comitê de Governança Digital da instituição. A partir dos quatro eixos estratégicos foram identificados 42 objetivos táticos, que serviram de base para a segunda fase do trabalho. Esta segunda fase consistiu em convidar algumas pessoas de referência em seus setores e identificar ações operacionais e seu respectivo alinhamento com os objetivos táticos. Resultados e conclusões: O resultado foi a identificação de 189 ações operacionais, mapeadas em grupos e sua ligação com os objetivos táticos, de modo que cada subárea da TIC conseguisse ver o propósito de seu trabalho diário. Em alguns grupos também foi difícil descrever em poucas palavras uma atividade do dia-a-dia e fazer o seu correspondente link com um objetivo tático. Estes casos demandaram maior atenção dos facilitadores, bem como o uso de métodos de gestão de conflitos para discussões mais acaloradas entre os integrantes da equipe.

    eP2304 O desafio nas compras públicas de insumos e equipamentos de oftalmologia Bruna Bonness; Marcus Manke Oliveira; Elenita Charão Chagas; Luciane Camillo de Magalhães; Maria Aparecida Ruffo Motta HCPA - Hospital de Clínicas de Porto Alegre Introdução: As licitações para insumos e equipamentos oftalmológicos tem se mostrado um desafio para órgãos públicos. O mercado de fornecedores de insumos para estes procedimentos é restrito e heterogêneo, o que desafia órgãos públicos a seguir preservando os princípios que norteiam uma licitação. Na busca de alternativas para manutenção de tais princípios, o Hospital de Clínicas buscou através de um exaustivo trabalho, estudar e conhecer o mercado deste segmento, na busca por melhores resultados nas licitações para procedimentos oftalmológicos. Objetivo: Realizar processo licitatório com o objetivo de se obter fornecedores qualificados para o fornecimento de uma solução de insumos e equipamentos nos procedimentos acima mencionados, preservando a eficiência e concorrência do processo licitatório. Método: Esta experiência relata o amplo estudo realizado com uma equipe multidisciplinar, que teve como objetivo principal a busca de soluções através da avaliação de um mercado que se mostrou restritivo, com ofertas de objetos significativamente desiguais entre fornecedores. Trata-se de um estudo com propósito descritivo e de abordagem qualitativa, em que se buscaram respostas às dificuldades encontradas na realização de duas complexas licitações. Resultados: A solução foi obtida através da criação de um objeto genérico, que contemplasse todos os concorrentes que estariam aptos através de seus equipamentos. Este objeto genérico foi desmembrado após declaração do vencedor da proposta mais vantajosa. Através desta solução, obteve-se êxito em ambas as licitações, onde os resultados ficaram dentro do Preço Objetivo orçado. Em suma, o maior resultado deste processo é a disponibilidade de equipamentos e insumos de alta qualidade para realização de procedimentos cirúrgicos aos pacientes do Sistema único de Saúde, preservando os princípios básicos de uma licitação. Conclusão: Muitas licitações colocam os órgãos públicos diante de verdadeiros desafios, uma vez que o mercado é desigual e com apresentações de insumos distintos entre si, o que dificulta a descrição clara e objetiva do objeto a ser licitado. Formas alternativas à maneira de descrever tais objetos podem ser o diferencial que contribui para o sucesso de uma licitação. Através deste amplo estudo, envolvendo áreas técnicas e administrativas de diferentes setores do Hospital de Clínicas, conseguiram-se bons resultados em dois processos licitatórios con