767
V Contextos e Conceitos Mostra de Produção Científica e Extensão Instituto Federal do Paraná – Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016 ISSN 2237-700X 1 V CONTEXTOS E CONCEITOS MOSTRA DE PRODUÇÃO CIENTÍFICA E EXTENSÃO Coordenação: Profa. Dra. Adriana Couto Pereira Equipe: Prof. Me. Alexandre Milkievics Sanches Prof. Me. Rodrigo Batista de Almeida

ANAIS V CONTEXTOS E CONCEITOS - Campus Palmaspalmas.ifpr.edu.br/wp-content/uploads/2014/09/ANAIS-V-CONTEXTOS-E... · CLUBE DE LEITURA DOM CARLOS ... LASER HARP COM ARDUINO ... docente

Embed Size (px)

Citation preview

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 1

V CONTEXTOS E CONCEITOS

MOSTRA DE PRODUO CIENTFICA E EXTENSO

Coordenao: Profa. Dra. Adriana Couto Pereira

Equipe: Prof. Me. Alexandre Milkievics Sanches

Prof. Me. Rodrigo Batista de Almeida

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 2

Sumrio

APRESENTAO ........................................................................................................ 8

ARTIGOS ..................................................................................................................... 9

AO CIVIL PBLICA PARA OBTENO DE CIRURGIA RENAL URGENTE DE UMA PACIENTE, PROMOVIDA PELO MINISTRIO PBLICO, EM PATO BRANCO10

ALFABETIZAO E LETRAMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES ..................... 21

ALFABETIZAO E LETRAMENTO E AS FASES DE DESENVOLVIMENTO .......... 28

ALFABETIZAO: O PROCESSO CRUCIAL PARA DESPERTAR O HBITO DA LEITURA NA VIDA DOS ALUNOS ............................................................................. 35

ANLISE COMPARATIVA DOS CUSTOS DE PRODUO E RENTABILIDADE DA SOJA E DO MILHO EM UMA PROPRIEDADE DA REGIO OESTE DE SANTA CATARINA ................................................................................................................. 45

ANLISE DA VIABILIDADE DO ENQUADRAMENTO DE SERVIOS DA SADE NO ANEXO VI DO SIMPLES NACIONAL ......................................................................... 60

ANALISE DOS CUSTOS EM UMA EMPRESA DE MOVEIS SOB MEDIDA. .............. 72

ANLISE PRELIMINAR DA DIVERSIDADE DE FAMLIAS DE DIPTERA DO REFGIO DE VIDA SILVESTRE DOS CAMPOS DE PALMAS .................................. 86

A AVALIAO DA APRENDIZAGEM E SEUS INSTRUMENTOS DE VERIFICAO98

AVALIAO DA APRENDIZAGEM E SUAS MODALIDADES .................................. 106

AVALIAO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM: INSTRUMENTOS E CRITRIOS .............................................................................................................. 112

AVALIAO DO VIGOR DE SEMENTES DE ILEX PARAGUARIENSIS ST. HIL (ERVA MATE) ........................................................................................................ 119

AVALIAO ESCOLAR: DESAFIOS NO TRABALHO DO PROFESSOR ................ 127

AVALIAO ESCOLAR: UM NOVO OLHAR PARA TRANSFORMAO DO ALUNO ................................................................................................................................. 134

AVALIAO FORMATIVA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM ................. 139

A AVALIAO NA PRTICA ESCOLAR E OS PROTAGONISTAS DO PROCESSO: PROFESSOR E ALUNO ........................................................................................... 146

CAMISA DE FORA: DOS HOSPCIOS LUTA PELO MOVIMENTO ANTIMANICOMIAL ................................................................................................... 151

CASAMENTO OU UNIO ESTVEL DA PESSOA COM DEFICINCIA INTELECTUAL: DIREITO ADQUIRIDO LUZ DA CONVENO SOBRE OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICINCIA ...................................................... 160

CHAMAMENTO AO PROCESSO COMO INSTRUMENTO DE ACESSO A MEDICAMENTOS .................................................................................................... 171

COMEDIA DELLARTE: A IMPORTNCIA DO ENSINO DO TEATRO NA ESCOLA 181

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 3

CONTRIBUIES DO CURSO DE ADMINISTRAO IFPR/UNICS DE PALMAS - PR PARA A ASCENSO PROFISSIONAL E SOCIOECONMICA DE SEUS EGRESSOS ................................................................................................................................. 187

COOPERATIVAS AGROPECURIAS DO PARAN E O MERCADO MUNDIAL ..... 216

DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL: UMA PROPOSTA DE (RE)EDUCAO AMBIENTAL EM UMA COOPERATIVA AGRCOLA ................................................. 241

AS DESIGUALDADES EDUCACIONAIS NO BRASIL: EM ANLISE A META 8 DO PLANO NACIONAL DE EDUCAO ....................................................................... 250

AS DIVERSAS CONCEPES QUANTO A COMPETNCIA DOS MAGISTRADOS: APLICADORES OU CRIADORES DO DIREITO? .................................................... 260

DO SER RESPONSVEL S RESPONSABILIDADES: QUANDO O ANSEIO PELA DIVULGAO DA INFORMAO ULTRAPASSA OS LIMITES TICOS JORNALSTICOS ..................................................................................................... 271

EDUCAO BSICA: UNIVERSALIZAO VERSUS QUALIDADE O DESAFIO DA META 7 DO PLANO NACIONAL DE EDUCAO ................................................... 282

EDUCAO INCLUSIVA: CONSTRUO DOS DIREITOS SOCIAIS E HUMANOS ................................................................................................................................. 289

OS EFEITOS DA INFLAO ALTA SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO ............................................................................................................ 300

UMA ANLISE TICA ACERCA DA ELISO FISCAL .............................................. 311

ENFERMEIROS DA ALEGRIA: PRATICANDO O CUIDADO BRINCANDO ............. 321

O ERRO NO PROCESSO DE AVALIAO ............................................................. 326

ESCRAVIDO E PROPAGAO DO TRABALHO ESCRAVO: HERANAS HISTRICO-SOCIAIS .............................................................................................. 332

O ESTIMULO DA LITERATURA INFANTIL E O SEU DESENVOLVIMENTO COM A PRTICA DA CONTAO DE HISTRIA. ............................................................... 342

A TICA NO SERVIO PBLICO ............................................................................ 349

A TICIDADE E A GRADUAO JURDICA............................................................ 356

FINALIDADES DA AVALIAO QUALITATIVA E QUANTITATIVA NO PROCESSO EDUCACIONAL ........................................................................................................ 363

FORMAO PEDAGGICA DE PROFESSORES DA EDUCAO PROFISSIONAL E TECNOLGICA DO INSTITUTO FEDERAL DO PARAN IFPR: ALGUNS IMPACTOS SOBRE O TRABALHO DOCENTE ........................................................ 370

AS FUNES DO PROFESSOR E DO ALUNO NO PROCESSO DE AVALIAO 381

A IMPLANTAO DA GOVERNANA CORPORATIVA EM UMA EMPRESA DE PALMAS - PARAN ................................................................................................. 389

IMPORTNCIA DA IMPLANTAO DO CONTROLE DE CUSTOS ........................ 402

JOGOS COOPERATIVOS NO CONTEXTO PEDAGGICO DA ESCOLA ............... 415

JUSTIA RESTAURATIVA: PROCESSOS CIRCULARES NA APURAO DE ATOS INFRACIONAIS ........................................................................................................ 424

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 4

LEITURA, FERRAMENTA PARA A CONSTRUO DE CIDADANIA ...................... 434

LETRAMENTO E LUDICIDADE: UMA RELAO DE RECIPROCIDADE NA ALFABETIZAO .................................................................................................... 445

LEVANTAMENTO DE ANIMAIS DOMSTICOS EM BAIRROS DO MUNICPIO DE PALMAS PR E IMPORTNCIA DA ESTERILIZAO PARA CONTROLE POPULACIONAL ...................................................................................................... 452

MEDIDAS PREVENTIVAS PARA LCERA POR PRESSO: UMA REVISO INTEGRATIVA .......................................................................................................... 457

OS EFEITOS DA INFLAO ALTA SOBRE O MERCADO DE CAPITAIS BRASILEIRO ............................................................................................................ 472

NVEIS DE FLEXIBILIDADE: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE OS ANOS DE 2014 E 2015 EM ESCOLARES DE PALMAS/PR .................................................................. 483

OCORRNCIA DE PEIXES NO NATIVOS NO RESERVATRIO SEGREDO, BACIA DO MDIO IGUAU, PARAN ................................................................................ 491

O PAPEL DA ESCOLA: SUA FUNO POLTICA E SOCIAL NA CONSTRUO DA CIDADANIA .............................................................................................................. 498

O PAPEL DO BRINCAR NA EDUCAO INFANTIL ................................................ 511

PARALELO ENTRE O CARTER INDIVIDUALISTA DA PROTEO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL E OS DIREITOS HUMANOS SOCIAIS, ECONMICOS E CULTURAIS. ............................................................................... 517

PERFIL DOS ACADMICOS DE CINCIAS CONTBEIS DO INSTITUTO FEDERAL DO PARAN CAMPUS PALMAS INGRESSANTES NOS ANOS DE 2012 A 2015 523

PIBID: FORMAO DOCENTE NO IFPR CAMPUS PALMAS - PR ......................... 537

PIBID: SER E MANTER-SE PROFESSOR: PARA SER ALGUM NA VIDA PRECISO ESTUDAR .............................................................................................. 552

PIBID: UM RE-CONHECIMENTO ATRAVS DA EDUCAO E SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................................. 565

POLINIZADORES DE SENECIO BRASILIENSIS LESS. (ASTERACEAE) NO INSTITUTO FEDERAL DO PARAN CAMPUS PALMAS ..................................... 570

AS POLTICAS DE FINANCIAMENTO DA EDUCAO NO BRASIL ...................... 577

PRTICA DOCENTE E AS INFLUNCIAS DOS CONDICIONANTES NA EDUCAO ................................................................................................................................. 586

PRTICAS AVALIATIVAS NA APRENDIZAGEM NA PERSPECTIVA DE CHARLES HADJI E JUSSARA HOFFMANN.............................................................................. 592

PRTICAS MUSICAIS ADAPTADAS PARA O ALUNO SURDO .............................. 597

A PRXIS JURDICA E A TICA: CONDUTAS INCOMPATVEIS COM O EXERCCIO DA ADVOCACIA ....................................................................................................... 608

REFLEXES NECESSRIAS PRTICA DOCENTE ............................................ 620

RELAO PROFESSOR E ALUNO CONFLITOS COM AUTORITARISMO ......... 629

RELAO PROFESSOR-ALUNO INFLUNCIAS NO ENSINO APRENDIZAGEM .. 635

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 5

SOBERANIA POPULAR: O ELEMENTO DIFERENCIADOR DO ESTADO DEMOCRTICO DE DIREITO .................................................................................. 640

A SUBORDINAO OBRIGATRIA NAS RELAES DE TRABALHO .................. 649

UMA ANLISE DA TRIBUTAO FISCAL DO IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO E SUA PROGRESSIVIDADE .................................................................... 662

UMA ANLISE TICA ACERCA DA ELISO FISCAL .............................................. 674

A UNIVERSALIZAO DO ENSINO MDIO NO BRASIL DESAFIOS DA META 3 DO PLANO NACIONAL DE EDUCAO ................................................................. 684

A VIVNCIA DE UM GRADUANDO DE ENFERMAGEM A PARTIR DA VISITA DOMICILIAR ............................................................................................................. 691

RESUMOS ............................................................................................................... 698

ANLISE DA COMPOSIO CENTESIMAL DE ACAR REDUTOR DOS EXTRATOS DE SMALLANTHUS SONCHIFFOLIUS (YACON). ............................... 699

ANLISE DE FERRAMENTAS OPEN SOURCE PARA MODELAGEM DE SOFTWARE UTILIZANDO A UML ............................................................................ 701

APTIDO CARDIORRESPIRATRIA DE ESCOLARES DE 7 E 13 ANOS DE IDADE. ................................................................................................................................. 703

ATIVIDADE FSICAS AQUTICAS NA MELHORIA DA QUALIDADE DO SONO DE IDOSAS. ................................................................................................................... 704

AVALIAO DA CAPACIDADE AERBICA EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL I NA ESCOLA DO MUNICPIO DE PALMAS-PR ........................... 705

AVALIAO DA FREQUNCIA DE PARASITOSES INTESTINAIS EM UMA ESCOLA NO MUNICPIO DE PALMAS-PR ............................................................................. 706

AVALIAO DE VEGETAIS COMOBIOINDICADORES E PARA O DESENVOLVIMENTO DE CARVO ATIVADO ........................................................ 708

CLUBE DE LEITURA DOM CARLOS ....................................................................... 709

COMPARAO FENOLGICA DE QUATRO VARIEDADES DE MACIEIRA PRESENTES NO BANCO DE GERMOPLASMA DO IAPAR .................................... 710

DANA DO DRAGO .............................................................................................. 712

DESCARTE DE EMBALAGENS DE AGROTXICOS NO OESTE DE SANTA CATARINA ............................................................................................................... 713

DIABETES, HIPERTENSO ARTERIAL E SISTEMA DE CUIDADOS SADE: ITINERRIOS TERAPUTICOS DOS ADOECIDOS CRNICOS DAS CLASSES POPULARES DE PALMAS, PR. ............................................................................... 714

DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM QUEIMADURA DE TERCEIRO GRAU: UM ESTUDO DE CASO. ........................................................... 716

DIREO DE ARTE ................................................................................................. 717

DIVERSIDADE DE TEPHRITIDAE (DIPTERA) NO MUNICPIO DE PALMAS, PARAN ................................................................................................................................. 718

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 6

EDUCAO PERMANENTE DE TRABALHADORES DE ENFERMAGEM EM UMA INSTITUIO HOSPITALAR: UMA NOTA PRVIA ................................................. 720

EFEITO DA CINZA DE CALDEIRA SOBRE ACIDEZ PONTENCIAL, PH E NDICE SMP EM SOLOS DEGRADADOS ............................................................................ 721

EFEITO DE BORDA SOBRE A RIQUEZA E ABUNDNCIA DE DPTEROS EM FRAGMENTO DE FLORESTA OMBRFILA MISTA ................................................ 722

EFEITOS DA CINZA DE CALDEIRA SOBRE O TEOR DE CARBONO, MAGNSIO, FSFORO E POTSSIO EM SOLOS DEGRADADOS ............................................ 723

ESTUDO DA AGILIDADE E NVEL DE ATIVIDADE FSICA EM ESCOLARES DE 8 A 12 ANOS .................................................................................................................. 724

ESTUDO DE EXTRATOS DE OCIMUM SP. MONITORADOS ATRAVS DE ESPECTROSCOPIA DE ULTRAVIOLETA VISVEL (UV-VIS) .................................. 726

A EVASO ESCOLAR NO IFPR PALMAS ............................................................ 727

O FIGURINO COMO ENCENAO NA ESCOLA .................................................... 728

FISIOLOGIA FCIL: MODELO DIDTICO DO SISTEMA CARDIO-RESPIRATRIO ................................................................................................................................. 729

IMPORTNCIA DA MUTAO R337H NO GENE TP53 PARA O CNCER DE MAMA ESPORDICO .......................................................................................................... 731

A IMPORTNCIA DO PIBID NA FORMAO DOS ACDEMICOS DO CURSO DE EDUCAO FSICA DO IFPR CAMPUS PALMAS .................................................. 732

INIBIO DA GERMINAO DE ISOLADOS DE COLLETOTRICHUM SPP. NA PRESENA DOS FUNGICIDAS MANCOZEBE E TIOFANATO METLICO. ............ 733

INTERVENES DE ENFERMAGEM AO PORTADOR DE DOENA PULMONAR OBSTRUTIVA CRNICA (DPOC): ESTUDO DE CASO. ......................................... 734

LASER HARP COM ARDUINO ................................................................................ 736

LUDICIDADE NA EDUCAO FSICA INFANTIL, O INCIO DE UMA VIDA ATIVA. 737

NVEL DE FLEXIBILIDADE EM ESCOLARES DE 07 A 10 ANOS DE UMA ESCOLA DO MUNICPIO DE PALMAS PR ............................................................................. 738

NVEL DE FORA EXPLOSIVA DE MEMBROS INFERIORES EM CRIANAS COM IDADES DE 7 E 8 ANOS .......................................................................................... 739

NVEL DE FORA EXPLOSIVA DE MEMBROS INFERIORES EM CRIANAS COM IDADE ENTRE 7 E 8 ANOS ..................................................................................... 741

NVEL DE FORA EXPLOSIVA DOS MEMBROS SUPERIORES EM ALUNOS DE 8 A 9 ANOS DE IDADE EM UMA ESCOLA MUNICIPAL DA CIDADE DE PALMAS PR ................................................................................................................................. 743

OCORRNCIA DE TEMNOCEPHALA SP. EM AEGLA PARANA SCHMITT, 1942 NO ARROIO DO BRINCO, RIO IGUAU ....................................................................... 744

ORGANIZAO, SISTEMAS E MTODOS: ESTUDO PARA O SETOR DE COMPRAS EM ORGANIZAES COMERCIAIS .................................................... 745

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 7

ORGANIZAO, SISTEMAS E MTODOS: PROPOSTA DE MELHORIA DE LAYOUT PRODUTIVO EM INDSTRIAS DE ALIMENTOS .................................................... 747

PARA SER ALGUM NA VIDA PRECISO ESTUDAR: NOSSO PLANETA, NOSSA CASA SUSTENTABILIDADE. ............................................................................... 748

PARA SER ALGUM NA VIDA PRECISO ESTUDAR: VALORES MORAIS - A CHARGE EM SALA DE AULA .................................................................................. 749

PERFORMANCE: UMA PROPOSTA DE MANIFESTAO ARTSTICA E DE INTERVENO NO AMBIENTE ESCOLAR ............................................................. 750

PIBID - SER E MANTER-SE PROFESSOR: PARA SER ALGUM NA VIDA PRECISO ESTUDAR .............................................................................................. 751

PLANEJAR PARA DECLARAR O IMPOSTO DE RENDA DA PESSOA FSICA ...... 752

PS-OPERATRIO DE ANEURISMA CEREBRAL: DIAGNSTICOS DE ENFERMAGEM A PARTIR DE UM ESTUDO DE CASO. ......................................... 755

A PRTICA CINEMATOGRFICA NA ESCOLA COM BASE NO CINEMA MUDO .. 756

PROJETO PIBID PORTUGUS: PARA SER ALGUM NA VIDA PRECISO ESTUDAR. O QU E COMO? .................................................................................. 757

REAPROVEITAMENTO: ELABORANDO OBJETOS E BRINQUEDOS A PARTIR DE MATERIAIS RECICLVEIS. ..................................................................................... 758

SEXUALIDADE NA ADOLESCNCIA: PROMOVENDO DISCUSSES .................. 759

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DA ENFERMAGEM (SAE) AO PACIENTE COM INFARTO AGUDO DO MIOCRDIO (IAM): UM ESTUDO DE CASO DA PRATICA HOSPITALAR. .......................................................................................... 761

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM TUNGASE UM ESTUDO DE CASO ..................................................................... 762

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM FRATURA DE FMUR, TBIA E FBULA EM USO DE FIXADOR EXTERNO: ESTUDO DE CASO. ................................................................................................................ 763

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM AO PACIENTE COM PICADA DE ARRANHA MARROM: ESTUDO DE CASO.......................................... 764

SISTEMATIZAO DA ASSISTNCIA DE ENFERMAGEM NO TRAUMATISMO CRNIO ENCEFLICO: ESTUDO DE CASO........................................................... 766

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 8

APRESENTAO

A V Contextos e Conceitos - Mostra de Produo Cientfica e Extenso aconteceu no campus Palmas nos dias 18 e 19 de fevereiro de 2016, apresentando os trabalhos de pesquisa e extenso desenvolvidos pelos corpos docente e discente do IFPR campus Palmas durante o ano de 2015.

Foram submetidos 72 artigos completos e 52 resumos expandidos, comprovando o amadurecimento e o fortalecimento da cultura acadmica do campus. O grande volume de artigos completos deve-se provavelmente ao maior tempo disponibilizado para a elaborao dos mesmos uma vez que, devido greve ocorrida em 2015, a presente edio do evento ocorreu com um intervalo maior que um ano em relao edio anterior. Esse tempo, como podemos perceber, foi muito bem aproveitado para o aprimoramento e concluso dos trabalhos em andamento do ano, o que gerou um nmero maior de artigos completos do que de resumos expandidos.

Dessa forma, a Equipe Organizadora do evento parabeniza e agradece a todas as pessoas que participaram e enviaram seus trabalhos! Esperamos v-los novamente na prxima edio!

Objetivos do evento:

Objetivos gerais: - Fomentar atividades de pesquisa e extenso no IFPR campus Palmas; - Promover discusses a respeito dos rumos da pesquisa e extenso deste campus;

Objetivos especficos: - Divulgar os projetos j implementados, tanto de pesquisa quanto de extenso; - Desenvolver e motivar atividades de pesquisa e extenso entre os alunos; - Aprimorar a vivncia cientfica do corpo discente desta instituio; - Apresentar os resultados da vivncia acadmica do alunado nos ltimos 12 meses.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 9

ARTIGOS

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 10

AO CIVIL PBLICA PARA OBTENO DE CIRURGIA RENAL URGENTE DE UMA PACIENTE, PROMOVIDA PELO

MINISTRIO PBLICO, EM PATO BRANCO

Adriano Chagas1 ([email protected]) Resumo: O caso em anlise, nesse artigo, trata-se de uma Ao Civil Pblica realizada pelo Ministrio Pblico do Paran, como sujeito especial no processo a defender o direito da cidad D.B.C., para obteno de um procedimento cirrgico renal denominado Nefrolitomia Percutnea. O Estado do Paran e o Municpio de Pato Branco (PR) formam um litisconsrcio passivo necessrio de acordo com o entendimento do Professor Fredie Didier Jnior. O princpio da Dignidade da Pessoa Humana e o consequente Direito Fundamental Sade, figuram como norteadores do direito material pleiteado. Outros princpios constitucionais so brevemente apontados, com o objetivo de respaldar a deciso que deferiu positivamente a referida ao: o Princpio da Proporcionalidade e o da Reserva do Possvel. Palavras-chave: Direito Fundamental sade; Ministrio Pblico; Ao Civil Pblica; Litisconsrcio passivo; Antecipao de tutela.

Sou variamente outro do que um eu que no sei se existe (se esses outros)...\Sinto crenas que no tenho. \Enlevam-me nsias que repudio.[...] (Leviat, Fernando Pessoa)

1 INTRODUO: O fiscal da lei

Nesse escrito, particularmente, se debrua em um caso de sade pblica pleiteado Ministrio Pblico, em que esse age no polo ativo da Ao Civil Pblica e, por isso, ambos os rus, a saber, o Estado do Paran e o Municpio de Pato Branco (PR) se colocam em um litisconsrcio passivo, entendido como necessrio (tal como ser respaldado em afirmaes de juristas do Direito Processual).

O princpio da Dignidade da Pessoa Humana e o consequente direito fundamental sade, figuram como norteadores do direito material que se quer alcanar por intermdio da ao em anlise. Para tanto recorreu-se s decises da Suprema Corte Federal em casos que tem similaridade quanto a causa de pedir. A hermenutica que se faz pautada no Princpio da Proporcionalidade e na Reserva do Possvel como apresentado no tpico: A antecipao de tutela.

1 Licenciado em Letras Portugus- UNICENTRO- GUARAPUAVA. Graduando Bacharelado em Direito IFPR PALMAS

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 11

As anlises permeiam a sentena favorvel ao autor que a apresenta e est representado pelo Ministrio Pblico do Estado Paran.

O caso em tela trata-se de um requerimento de uma Nefrolitomia Percutnea, cirurgia explicada de forma sucinta pelo mdico Dr. Andrei Salvioni:

Esse procedimento consiste em realizar o tratamento do clculo renal com o uso de um aparelho (nefroscpio) que entra atravs da pele por uma pequena inciso. Inicialmente, passado um cateter pelo ureter atravs da uretra. Posteriormente, o paciente posicionado de bruos e injetado um material (contraste) atravs do cateter. O rim visualizado atravs de um aparelho de raio x (radioscpio) e introduzido uma agulha dentro do rim e, depois, dilatado o trajeto, onde passar o nefroscpio para tratamento dos clculos. (SALVIONI, 2015, p. 01)

Delinea-se, na histria contempornea, a ao do Ministrio

Pblico, ensejado pela Carta Magna, ao construir com fora e firmeza o direito da sociedade pautada em Direitos Humanos entendidos como constitucionalizados e indisponveis, por meio de seu ator de primeiro grau de jurisdio.

Orientado pelo dispositivo do Texto Magno, v-se presentificar o custos legis:

Art. 129. So funes institucionais do Ministrio Pblico: I - promover, privativamente, a ao penal pblica, na forma da lei;II - zelar pelo efetivo respeito dos Poderes Pblicos e dos servios de relevncia pblica aos direitos assegurados nesta Constituio, promovendo as medidas necessrias a sua garantia;III - promover o inqurito civil e a ao civil pblica, para a proteo do patrimnio pblico e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e coletivos;(Constituio Federal, 1988, art. 129, I;II;III)

O Ministrio Pblico, como sujeito especial no processo, defende o direito de todos os cidados, age de forma independente no que tange s liberdades civis e democrticas e dessa forma, em sua misso constitucional, tutela tanto os direitos individuais quanto os sociais indisponveis por meio dos Promotores de Justia, os quais atuam no primeiro grau de jurisdio e os Procuradores de Justia que tem suas atuaes no segundo grau. (MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARAN)

O Ministrio Pblico Social caracterizado pelo contato com a sociedade em Audincias Pblicas na sua busca pela paz social e de uma cidadania reiterada, de modo dinmico e sintonizado com a realidade da sociedade, assim, est em construo, pois aqueles que dele fizerem parte devero buscar, firme e fortemente, pela liberdade, justia e solidariedade. Pode-se, tambm v-lo delineado pelo processualista Humberto Theodoro Jnior:

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 12

Dessa funo primitiva [Estado-Juiz] evoluiu a atuao do Ministrio Pblico para reas do processo civil onde, tambm, se notava prevalncia do interesse pblico sobre o privado. Modernamente, tanto no processo criminal como no civil, o Ministrio Pblico a personificao do interesse coletivo ante os rgos jurisdicionais, ou seja, o representante da ao do Poder Social do Estado junto ao Poder Judicirio. Pode, destarte, o Ministrio Pblico ser conceituado como o rgo atravs do qual o Estado procura tutelar, com atuao militante, o interesse pblico e a ordem jurdica, na relao processual e nos procedimentos de jurisdio voluntria. Enquanto o juiz aplica imparcialmente o direito objetivo, para compor litgios e dar a cada um o que seu, o Ministrio Pblico procura defender o interesse pblico na composio da lide, a fim de que o Judicirio solucione esta secundum ius, ou administre interesses privados, nos procedimentos de jurisdio voluntria, com observncia efetiva e real da ordem jurdica. (THEODORO JNIOR, 2014, p. 274)

De modo sui generis, no caso apresentado possvel observar o

desempenho do Ministrio Pblico ante duas pessoas jurdicas de direito pblico interno.

Essa instituio projetou-se a partir da Constituio Cidad e passou a travar um dilogo com a populao e, ainda, tornou-se veculo das reivindicaes adjacentes aos rgos pblicos e jurisdicionais. Esse Ministrio arquiteta-se no decorrer do sculo XXI, sendo uma Instituio que se enreda com questes relevantes, do ponto de vista social, por isso age para promoo da sade pblica e demais polos relacionados aos direitos humanos e, por consequncia, constitucionais (MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARAN).

2 O DIREITO FUNDAMENTAL SADE:

A Ao Civil Pblica, que embasa esse artigo cientfico, foi ajuizada na 1 Promotoria de Justia da comarca de Pato Branco da Proteo Sade Pblica, o pedido consistia na concesso da tutela antecipada para o cumprimento da autorizao de interdio, cirurgia e outros procedimentos necessrios, como se observa na Constituio Federal, no seu Art. 6, estabelece como direitos sociais fundamentais a educao, a sade, o trabalho, o lazer, a segurana, a previdncia social, a proteo maternidade e infncia. Ainda, a lei unvoca ao ordenamento jurdico do Brasil sob o n 8080, de 19 de setembro de 1990, em seu artigo 2, afirma que ''A sade um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condies indispensveis ao seu pleno exerccio.''

Um conceito ventilado sobre o termo sade, adotado nesse escrito, segundo Naomar de Almeida Filho, em seu trabalho Conceito de sade, ponto cego da epidemiologia: Sade o estado de completo bem estar fsico, mental e social, e no meramente a ausncia de doena ou incapacidade''.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 13

Por seu turno, o egrgio Professor Jos Afonso da Silva, em seu livro Curso de Direito Constitucional Positivo, se pode respaldar o pedido do Ministrio Pblico em nome da paciente que se encontra enferma. Estas so suas palavras:

[] nos casos de doena, cada um tem o direito de um tratamento condigno de acordo com o estado atual da cincia mdica, independentemente de sua situao econmica, sob pena de no ter muito valor sua consignao em normas constitucionais

A partir da lio do Jos Afonso da Silva entrelaada ao conceito de

Naomar de Almeida filho, pode-se dizer que todos, independentemente, de sua condio financeira, tem direito a tratamentos quando necessrio, sendo sabido que o Estado, junto ao SUS, deve dar efetividade ao direito sade sempre quando pleiteado pela populao, independentemente de sua condio.

Nesse momento, recorre-se ao entendimento da Suprema Corte, com a dico do ministro Celso de Mello, na deciso do Recurso Especial 267612, de 23/08/2000, disps o seguinte:

O direito pblico subjetivo sade representa prerrogativa jurdica da Repblica (art. 196). Traduz bem jurdico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve velar, de maneira responsvel, o Poder Pblico, a quem incumbe formular e implementar polticas sociais e econmicas que visem a garantir, aos cidados, o acesso universal e igualitrio assistncia mdico-hospitalar. O carter programtico da regra inscrita no art. 196 da Carta Poltica que tem por destinatrios todos os entes polticos que compem, no plano institucional, a organizao federativa do Estado Brasileiro no pode converter-se em promessa institucional inconsequente, sob pena de o Poder Pblico, fraudando justas expectativas nele depositadas pela coletividade, substituir, de maneira ilegtima, o cumprimento de seu impostergvel dever por um gesto de infidelidade governamental ao que determina a prpria Lei Fundamental do Estado.

Baseando-se nas afirmaes anteriores, pode-se dizer que o Estado

tem o poder-dever de custear todos os tratamentos que afetem a sade humana, sob pena de deixar de cumprir algo estabelecido na Constituio Federal, porm, em uma situao concreta, no de tal forma que ocorre, pois nem sempre o Estado tem condies de custear todos os tratamentos mdicos que so solicitados, sendo alguns muito onerosos, e logo, fazendo com que muitas pessoas, por no terem o tratamento almejado, ajuzem uma ao contra o estado requerendo o(s) tratamentos que necessitam, seja pela demora ou pelo fato de o Estado no ofertar o tratamento.

A paciente representada pelo Ministrio Pblico, busca tutelar tanto os seus direitos individuais quanto os sociais indisponveis, como o a sade. 3 O MINISTRIO PBLICO EM AO:

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 14

O Ministrio Pblico uma instituio permanente, essencial funo jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurdica, do regime democrtico e dos interesses sociais e individuais indisponveis (art.127, CF/88). Deste modo, ajuizou o presente processo abordado no artigo, para pleitear o direito fundamental a sade de uma cidad. Conforme abaixo descrito:

AO CIVIL PBLICA-0009471-97.2012.8.16.0131-MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARANA e outro x ESTADO DO PARAN e outro-

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 15

Observa-se que, a citao dos polos passivos ocorreu neste processo, caso no ocorresse o mesmo seria extinto.

O processo em si, tem como litisconsortes no polo passivo Pessoas jurdicas de Direito Pblico Interno sendo o Estado do Paran juntamente com o Municpio de Pato Branco, e como polo ativo o Ministrio Pblico, que pleiteia a ao no nome da cidad, para o melhor aproveitamento de seu direito, que estava sendo negligenciado pela Sade Pblica do Municpio e do Estado, ocorrendo negao do procedimento indispensvel.

A espcie de litisconsrcio apresentada pode ser observada no dispositivo do Cdigo de Processo Civil.

Art. 47. H litisconsrcio necessrio, quando, por disposio de lei ou pela natureza da relao jurdica, o juiz tiver de decidir a lide de modo uniforme para todas as partes; caso em que a eficcia da sentena depender da citao de todos os litisconsortes no processo. Pargrafo nico. O juiz ordenar ao autor que promova a citao de todos os litisconsortes necessrios, dentro do prazo que assinar, sob pena de declarar extinto o processo. (Cdigo do Processo Civil, art. 47, pargrafo nico)

Na doutrina jurdica existe uma divergncia entre grandes autores sobre o litisconsrcio no polo passivo que seriam as seguintes: Humberto Theodoro Jnior diz que: No litisconsrcio passivo facultativo h a diviso de irrecusvel e recusvel, sendo que irrecusvel o ru no pode negar o seu envolvimento na lide, e recusvel o ru pode no aceitar ser parte no processo. Ao passo que no artigo do Professor Fredie Didier possvel observar que no litisconsrcio passivo no existe facultativo apenas necessrio, pois no h uma escolha prpria de ser ru, se ele legtimo no processo deve ser inserido no mesmo. E se for facultativo, s possvel no polo ativo.

Segundo o Professor Fredie Didier (2015, p. 01), em seu entendimento particular sobre o litisconsrcio:

H litisconsrcio sempre que houver uma pluralidade de sujeitos em um dos polos da relao processual. Pode haver litisconsrcio e cumulao de demandas, como o caso do litisconsrcio formado por quem se afirma titular de situaes jurdicas homogneas.

O litisconsrcio necessrio se d por disposio de lei ou pela prpria

natureza da pretenso tutela do direito. Neste caso, vejamos que o litisconsrcio no processo apresentado legtimo, pois busca a concretizao da tutela do direito.

Tambm segundo o Autor Moacyr Amaral dos Santos (2002, p. 08)

A admissibilidade do litisconsrcio fundado na conexo de causas justifica-se por dois motivos: 1) o princpio da economia processual recomenda se renam no mesmo processo as vrias lides, disso resultando reduo de tempo, despesas e atividades processuais; 2) a reunio de vrias lides

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 16

conexas, no mesmo processo, evita a possibilidade de sentenas contraditrias.

Nesse sentido, no polo passivo como litisconsortes necessrios, ambos

os rus apresentaram os embargos, aos quais no foi dado provimento pelo magistrado.

Seguindo os ensinamentos do Professor de Direito Amaral dos Santos somados aos do processualista Fredie Diddier, verifica-se que realmente no caso concreto o litisconsrcio vem com objetivo de economia processual e reduo de tempo, para que a citao dos plos passivos seja imediata e a paciente tenha uma deciso favorvel a seu pedido de tutela antecipada j que um caso de mxima urgncia.

4 A ANTECIPAO DA TUTELA: 4.1 PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE: Ao ajuizar uma ao contra o estado reivindicando o direito a sade, o

judicirio entra em uma grande incgnita, qual seria a melhor deciso a fazer? E atravs de tal questionamento, pode analisar um princpio, sendo o primeiro o da Proporcionalidade.

No Princpio da Proporcionalidade, afirma-se que para se tomar uma deciso, necessrio antes avaliar como que se dar tal deciso, partindo de uma premissa de que com a garantia de um direito pode-se afetar outro direito, e quando tal ocorre, deve-se analisar atentamente se uma escolha no afetar um direito maior e prejudique-o, como por exemplo, no seria proporcional ceder um tratamento que disponvel do Brasil para ser feito no estrangeiro, pois o gasto do estado seria muito maior, e isso poderia retirar verbas de outro setor, pois como sabido, o estado planeja os custos que ter com cada setor, e retirar verba de um setor pode significar sua ineficincia. O princpio da proporcionalidade, em regra, analisa antes de tomar uma deciso, trs perguntas bsicas que devem ser feitas caso a garantia do direito seja efetivada, so elas:

a)O meio escolhido adequado para atingir o resultado? b) O meio escolhido para atingir o resultado foi o menos oneroso? c)O benefcio a ser alcanado com a adoo da medida procurou

preservar os direitos fundamentais mais importantes do que os direitos que a medida limitou?

Avaliando os questionamentos expostos provindos do princpio da proporcionalidade, deve-se verificar se a medida adotada pelo juiz na deciso ser ou no uma vantagem, levando em considerao os direitos que mais sero afetadas com medida ou deciso formulada pelo judicirio.

4.2 O PRINCPIO DA RESERVA DO POSSVEL:

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 17

Ricardo Lobo Torres (2008, p. 81-82), assevera e aponta um

sopesamento entre o Mnimo Existencial e a Reserva do Possvel:

A proteo positiva do mnimo existencial no se encontra sob a reserva do possvel, pois sua fruio no depende do oramento nem de polticas pblicas, ao contrrio do que acontece com os direitos sociais. Em outras palavras, o Judicirio pode determinar a entrega das prestaes positivas, eis que tais direitos fundamentais no se encontram sob a discricionariedade da Administrao ou do Legislativo, mas se compreendem nas garantias institucionais da liberdade, na estrutura dos servios pblicos essenciais e na organizao de estabelecimentos pblicos (hospitais, clnicas, escolas primrias, etc.).

O Princpio da Reserva do Possvel regula a possibilidade de o estado

efetivar alguns direitos sociais e fundamentais, sendo que a sua efetivao est ligada e submetida reserva do financeiramente possvel, ou seja, deve-se fazer um estudo e analisar se a garantia de determinado direito fundamental no ir retirar dinheiro que seriam investidos em outras reas.

A grande problemtica envolvendo a reserva do possvel no Brasil se d pelo fato de que comum o estado alegar tal princpio como base para a no efetivao de algum direito, porm, o Estado deve, ao menos, garantir o mnimo existencial do cidado, conforme o ministro Celso de Mello em sua deciso do Recurso Extraordinrio com Agravo 639.337 em 23/08/2011:

[...] a destinao de recursos pblicos, sempre to dramaticamente escassos, faz instaurar situaes de conflito, quer com a execuo de polticas pblicas definidas no texto constitucional, quer, tambm,com a prpria implementao de direitos sociais assegurados pela Constituio da Repblica, da resultando contextos de antagonismo que impem, ao Estado, o encargo de super-los mediante opes por determinados valores, em detrimento de outros igualmente relevantes, compelindo, o Poder Pblico, em face dessa relao dilemtica, causada pela insuficincia de disponibilidade financeira e oramentria, a procedera verdadeiras escolhas trgicas.

Esse parmetro fundado na dignidade da pessoa humana dever ter em perspectiva a intangibilidade do mnimo existencial, em ordem a conferir real efetividade s normas programticas positivadas na prpria lei fundamental.

Portando, pode-se afirmar, com base no trecho da deciso de Celso de Mello, que o estado deve fornecer ao menos o mnimo existencial, no alegando simplesmente o princpio da Reserva do Possvel como forma de no efetivar um direito e que o judicirio deve analisar se a medida requerida ou no proporcional.

Nesse sentido foi a procedida a deciso em favor do interesse do tutelado, em que se pode observar a fundamentao da sentena:

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 18

Tratam os autos de Ao Civil Pblica proposta pelo Ministrio Pblico no interesse do tutelado para que os rus providenciassem a autorizao de internao, cirurgia de nefrolitotomia percutnea e outros procedimentos necessrios na forma prescrita pelo mdico em hospital, conforme solicitao para tratamento fora do domiclio emitida em 08 de agosto de 2012, porquanto necessrio manuteno da sade e da vida do tutelado. Cirurgia esta disponibilizada ao tutelado em data de 18 de fevereiro de 2013, conforme manifestao de fls. 124 a 133. Portanto, o objeto da presente ao, ou seja, o a realizao do procedimento Nefrolitotomia Percutnea, conforme prescrio mdica [] (DIRIO OFICIAL DO ESTADO PARAN, Sentena fls. 150/152)

5 CONSIDERAES FINAIS:

H que se ressalvar que como fiscal da lei o Ministrio Pblico, segundo os ensinamentos de Humberto Theodoro Jnior (2014, 275), no tem compromisso nem com a parte ativa nem com a passiva da relao processual, e s defende a prevalncia da ordem jurdica e do bem comum. No entanto, exerce um poder to vasto como os poderes dos litigantes e figura como substituto processual, dessa forma, cumpre a sua misso constitucional ao proteger o patrimnio social e pblico e tambm aos interesses difusos e coletivos.

Por fim, embasado nas decises apresentadas anteriormente, afirma-se que no caso em questo, sobre a paciente que necessitava de cirurgia de Nefrolitotomia Percutnea, foi julgado procedente pelo fato dela ter o Direito Fundamental Sade e, ainda, estar em Jurisprudncia que tem firmado o posicionamento em ceder o tratamento adequado em casos graves quando o estado no age de forma suficiente para sanar o direito sade dos cidados, levando em considerao o mnimo existencial da pessoa humana, alm de analisar a proporcionalidade da deciso, e ainda, sendo um grande princpio respaldado pela Constituio Federal de 1988: A Dignidade da Pessoa Humana, para o qual o Ministrio Pblico legtimo para atuar, com a finalidade da manuteno da sade e da vida de D. B. C. . REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS: PARAN. AO CIVIL PBLICA-0009471-97.2012.8.16.0131-MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARANA e outro x ESTADO DO PARAN e outro-

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 19

ai-20873319820148260000-sp-2087331-9820148260000/inteiro-teor-128106379> Acesso 26/06/2015 BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Texto constitucional promulgado em 5 de outubro de 1988, com as alteraes adotadas pelas Emendas Constitucionais nos 1/1992 a 76/2013, pelo Decreto Legislativo n 186/2008 e pelas Emendas Constitucionais de Reviso ns 1 a 6/1994. 40.ed. com ndice. Braslia: Centro de Documentao e Informao (CEDI), 2013. 464 p. Disponvel em: < http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/legislacao/Constituicoes_Brasileiras/constituicao1988.html >. Acesso 26/06/2015 BRASIL. Superior Tribunal Federal. STF - RECURSO EXTRAORDINRIO : RE 267612 RS. Disponvel em: < http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14825430/recurso-extraordinario-re-267612-rs-stf>. Acesso 26/06/2015 BRASIL. Superior Tribunal Federal. STF - RECURSO EXTRAORDINRIO : AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINRIO COM AGRAVO 639.337 SO PAULO Disponvel em: < http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/14825430/recurso-extraordinario-re-267612-rs-stf>. Acesso 26/06/2015 DIDDIER, Fredie. Litisconsrcio unitrio e litisconsrcio. Disponvel em: Acesso 26/06/2015 LEI N 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985. Disciplina a ao civil pblica de responsabilidade por danos causados ao meio-ambiente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artstico, esttico, histrico, turstico e paisagstico (VETADO) e d outras providncias. Disponvel em < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LeIs/L7347orig.htm> Acesso 26/07/2015 MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARAN. O Ministrio pblico. Disponvel em: Acesso 26/06/2015 CANTO PEREIRA. Flvia do .LITISCONSRCIO (CPC, ARTS. 46 a 49). Disponvel em: Acesso 26/06/2015 MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DO PARAN. O Ministrio pblico. Disponvel em:

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 20

Acesso 26/06/2015 PRINCPIO DA PROPORCIONALIDADE. Disponvel em: Acesso 29/06/2015 SALVIONI, Andrey. Nefrolitomia percutnea. Disponvel em: Acesso 27/06/2015 SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. SP: Saraiva, 2002, p.8. SILVA, Jos Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo. SP: Malheiros Editores, 2008, p.308. THEODORO JNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil Teoria geral do direito processual civil e processo de conhecimento vol. I Humberto Theodoro Jnior Rio de Janeiro: Forense, 2014. TORRES, Ricardo Lobo. O mnimo existencial, os direitos sociais e os desafios de natureza oramentria. In: SARLET, Ingo Wolfgang. TIMM, Luciano Benetti (Org.). Direitos fundamentais, oramento e reserva do possvel. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008, p. 81-82

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 21

ALFABETIZAO E LETRAMENTO: DESAFIOS E POSSIBILIDADES

Andreia Santos da Silva ([email protected]) Prof.Jussara Isabel Stockmanns, ([email protected])

Resumo O referido artigo fala sobre concepes de letramento e alfabetizao na Educao Infantil dos Anos Iniciais um tema muito importante para ser abordado, pois esta causando muitos impactos na Educao, esses impactos so desde por falta de estrutura nas escolas, falta de materiais, desvalorizao entre as classes a grande maioria dos alunos passa por muitas dificuldades tanto na alfabetizao, como no letramento por varias circunstancias. Por isso quis desenvolver esse estudo, no Conceito Alfabetizao e letramento, citando a ideia de Magda Soares, que busca melhorar esse ensino, com alguns conceitos ligados a, habilidades cognitivas, de traduzir fonemas e grafemas, cdigos de escrita, habilidades de leitura e escrita, apontando qual so as maiores dificuldades das crianas e tambm dos professores com relao a esse assunto, assim colocando ideias que talvez at sejam aplicadas no espao escolar, mas que por alguns motivos sejam eles do aluno ou do professor no esta funcionando corretamente como deveria funcionar. Palavras-chave: Alfabetizao, letramento, criana, ler, escrever. Abstract The article talks about notions of literacy and literacy in Children of Early Years Education is a very important issue to be addressed because it is causing many impacts on education, these impacts are provided by lack of infrastructure in schools, lack of materials, depreciation of classes the majority of students go through many difficulties both in literacy, and in literacy by various circumstances. So I wanted to develop this study, the concept Literacy and literacy, citing the idea of Magda Soares, which seeks to improve this teaching, with some concepts related to, cognitive skills, translate phonemes and graphemes, written codes, reading and writing skills , indicating which are the biggest difficulties for children and also for teachers with regard to this matter, making ideas that maybe are applied within the school, but for some reason whether the student or the teacher is not working properly as it should work .

Introduo

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 22

Este artigo tem por objetivo mostrar que devemos alfabetizar letradas umas junes das duas para que o ensino melhore e seja mais proveitoso para assim despertar habilidades nas crianas, as dificuldades que so encontradas na Escola so muitas, desde falta de materiais, classes favorecidas e desfavorecidas, dificuldades na hora de ensinar, como ocorrem os conceitos de alfabetizao e letramento dentro das escolas para o melhor aprendizado das crianas na leitura e na escrita. Mostra que as crianas aprendem no s na escola, mas tambm com o seu desenvolvimento com o mundo, que o professor acima de tudo deve conhecer a historia de seus alunos para poder trabalhar em sala de aula com os mesmo.

Tratar a leitura e a escrita sempre como foco central nas escolas independente de sua condio social, formando leitores e escritores independentes que tenham argumentos.

Concepes do processo de Alfabetizao A alfabetizao da criana um processo que despertado desde

quando ela nasce, seria a aprendizagem da lngua materna, esse aprendizado nunca vai terminar, pois no tem como rompe-lo um conhecimento que vem desde muito cedo com a criana com os ensinamentos de seus familiares, com sua chegada escola funo do professor fazer com que a criana, mude sua alfabetizao e entre no padro da escola.

Mas como em todo e qualquer lugar existem preconceitos, desigualdades, nas escolas tambm no diferente, a criana entra na escola com suas manias, culturas, hbitos, que trazem de sua famlia e muitas das vezes sofrem muito por isso. Soares (2008) ao abordar sobre os preconceitos escolares que nas escolas ainda um grande problema para o ensino na Educao Infantil afirma que evidente que esse contexto escolar, com seus preconceitos lingusticos e culturais, afeta o processo de alfabetizao das crianas. (SOARES, 2008, P.15). Por isso de fundamental importncia que o professor trabalhe com esse aluno essas diferenas, mas muitas das vezes a discriminao feita pelos prprios professores pelos alunos mais pobres, dando preferencia aos que tem maior renda, na sala comea a separao dos alunos que feita pelos prprios professores, com diviso de grupos e nas atividades de recriao.

O processo escolar sofre muito principalmente nas escolas publicas, onde a quantidade de aluno muito grande e a maioria no tem nem o bsico material escolar para estudar, e na escola tambm no tem nem isso para oferecer, dando ao aluno material do ano anterior (caderno, lpis, borracha) que era de alguma outra criana. O professor por sua vez sente e nota em atividades na sala de aula que esse aluno que no tem o material para estudar tambm precisa participar dessas atividades, e como acontece com frequncia o professor vai e compra papel sulfite, caderno, lpis, giz de cera, massinha de modelar, tudo isso com o seu prprio dinheiro.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 23

Essas escolas devem ter um acompanhamento pele Secretaria da Educao para que esse material necessrio s escolas seja fornecido e os alunos consigam ter acesso a esses materiais para poderem estudar e ter um melhor aproveitamento das aulas. Basta afirmar que o processo de alfabetizao na escola, sofre talvez mais que qualquer outra aprendizagem escolar, marca da discriminao em favor das classes socioeconomicamente privilegiadas (SOARES, 2008, p.22). Na alfabetizao por mais que a criana no saiba ler, ela entende oque quer dizer atravs de cdigo, o fato de conhecer uma ou duas letra ela compreende o desenho por habilidades bsicas de leitura, ela vai ver a primeira letra, e ver as outras que ela conhece assim construindo seu caminho, saber compreender oque quer dizer mesmo sem ter uma palavra escrita, por exemplo, a criana pode ler uma figura, um desenho, um gesto, fazendo com que isso torne mais amplo seu conhecimento.

Cabe no s por parte de o professor despertar maneiras de ler, para ensinar aquele aluno, mas tambm em casa os pais auxiliarem na em um local de leitura e escrita, em coisas bsicas do seu dia a dia para estar ajudando, como ler contos, fazer historinhas, jogos, lista de compra, assim o ambiente familiar vai inserir, ajudando a criana no mundo da leitura, no vai ser um ensino formalmente, pois isso funo do professor, mas uma obrigao dos pais que querem o melhor para seu filho despertar essa curiosidade todos os dias assim vais percebendo a importncia que tem e buscar sempre o conhecimento que seus pais lhe passam.

Em sala de aula os professores vos se deparar com diferentes tipos de alunos, alguns que j so alfabetizados, por que tiveram desde muito cedo a ajuda dos pais em casa crescendo em contato com a leitura e com a escrita, isso facilitara e muito sua aprendizagem de ler e escrever na escola. Mas tambm tem aqueles que infelizmente no tiveram incentivo nenhum de seus pais, talvez porque na maioria das vezes no tiveram acesso a nenhum a algum tipo de material, de leitura, escrita, muito comum isso.

Essas crianas que tem problemas, dificuldades na escola sofrem demais porque precisam ser mais ajudados pelos professores, na maioria das vezes acabam abandonando a escola por serem piadas, chamados de burros, preguiosos dentro da sala de aula.

Dessa maneira, escrever engloba desde a habilidade de traduzir fonemas e grafemas, at habilidades cognitivas e metacognitivas: incluem habilidades motoras, ortografia, uso adequado da pontuao habilidades de selecionar informaes relevantes sobre o tema do texto e identificar os leitores pretendidos, habilidades de fixar os objetos do texto e decidir como o desenvolvem, habilidades de organizar as ideias no texto, de estabelecer relaes entre elas, de expressa-las adequadamente. .(SOARES, 2008, p. 15)

A alfabetizao muito importante para o desempenho da criana na sociedade, tambm como para sua famlia que tem grande importncia na aprendizagem efetiva, dentro da escola a criana deve receber todos os

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 24

materiais didticos necessrios para sua aprendizagem, de grande importncia que ela consiga ter tambm facilidades com todos os tipos de materiais e desperte interesse por eles.

Assim a criana tendo interesse pelos materiais ela aprende ate mais rpido tambm bom a famlia incentivar a criana em casa tambm, no s esperar pela escola, pois muitas vezes a escola no tem esses materiais didticos disponveis para essas crianas, s vezes at tem, mas ficam guardados em um espao qualquer das escolas, os professores no utilizam com as crianas esses materiais, para evitar baguna manter a ordem na sala de aula, deixando assim o interesse das crianas adormecido e ensinando as mesmas coisas, que elas j esto acostumadas a ver. Necessidade e importncia do alfabetismo para o funcionamento efetivo na sociedade, material didtico para a alfabetizao (SOARES, 2008, p.22). Por isso devemos sempre buscar o ldico para nossas crianas e no deixar que a falta de materiais nas escolas estraguem o aprendizagem dessas crianas, que com varias maneiras podem construir seus prprios materiais de aula, ou seja deixar que elas mesmo criem seus brinquedos e vejam a importncia de criar e recriar, desenvolvendo ainda mais seus interesses nos estudos.

Muitas vezes o entendimento, desenvolvimento da criana, dos professores esta relacionado com o ambiente e o meio que o individuo se localiza uma criana que mora em uma casa simples, que enfrenta dificuldades para comer, se vestir, dormir, ir para aula, com certeza no vai ter a mesma aprendizagem que uma criana, de uma criana que vem de uma famlia que tem mais condies no s nos estudos, mas tambm na vida daquela criana,

Pois desde pequena ela tem uma educao muito diferenciada, com mais caminhos e oportunidades abertas para ela, pois sua famlia tem mais condies financeiras para manter ela em uma boa escola, uma casa onde ela come, dorme, e tem seu espao para com a ajuda dos pais ela leia um livro, crie uma historia, brinque, estude.

No estou dizendo que esses alunos que tem uma condio de vida melhor possam ter tudo, e os de classes trabalhadores nada, mas em muitos dos casos infelizmente os mais oprimidos so os mais prejudicados, porque eles no esto acostumados com aquela realidade, lngua deles materna e muito difcil deixar alguns hbitos para trs, pois esse conhecimento adquirido j vem desde o bero.

Assim pessoas que ocupam diferentes lugares sociais exercendo diferentes profisses e vivendo diferentes estilos de vida, enfrentam demandas funcionais de leitura e escrita muito diferentes: sexo, idade, localizao urbana ou rural, etnia so entre outros fatores que determinam a natureza das praticas de leitura e escrita. (SOARES,2008 p.37)

Por isso o professor deve saber oque se passa na vida cotidiana desse aluno para poder ligar os assuntos em sala de aula, trabalhar a cultura, para que eles vejam que no s aquilo que eles sabem, ou imaginam que seja mostrar a eles que toda acultura muito importante e devem ser trabalhados

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 25

em sala de aula, seus elementos, como ideias, crenas, valores, mitos, festas populares, danas, alimentao, modo de se vestir entre outras coisas muito importante ser transmitido esses conhecimentos para as crianas. Pois a cultura transmitida de gerao em gerao.

Letramento: atividade e psicomotricidade nos anos inicias O letramento de grande importncia despertar na vida de nossos

alunos, e o professor tem a funo de saber despertar esse interesse nas crianas, desde cedo alguns pais se preocupam com a vida e a aprendizagem de seus filhos, e desde quando a criana comea a entender e a querer escrever os pais ajudam auxiliando da melhor forma possvel para seu entendimento. Assim que chegam aos anos iniciais esses alunos, j esto mais a frente daqueles alunos que nunca foram ensinados, e com isso eles podero fazer atividades em sala de aula com o auxilio de seu professor, e assim a aprendizagem de todos fica bem mais facilitada e eles no se sentiram excludos por no saberem ler, nem escrever.

Quando a pessoa passa a fazer uso da leitura e da escrita ela esta despertando conhecimento dentro dela que antes de no ser alfabetizada no existia, mudando sua relao com o outro, convivncia em sociedade, sua maneira de pensar diferente que a de uma pessoa que analfabeta ou iletrada.

Letramento surgiu porque apareceu um fato novo para o qual precisvamos de um nome, um fenmeno que no existia antes, ou, se existia, no nos dvamos conta dele. Uma diferena de saber ler e escrever, ser letrado, ou seja, a pessoa que aprende a ler e escrever que se torna alfabetizada.

O letramento ele uma juno de habilidades, valores, capacidades e funes sociais, envolvem complexidades difceis de serem abordadas em uma nica definio.

Para estudar e interpretar o letramento, trs tarefas so necessrias. A primeira a formular uma definio consistente que permita estabelecer comparaes ao longo do tempo e atravs do espao. Nveis bsicos ou primrios de leitura e escrita constituem os nicos indicadores ou sinais, flexveis e razoveis, para responder a esse critrio essencial, o letramento acima de tudo, uma tecnologia ou um conjunto de tcnicas usadas para a comunicao e para a decodificao e reproduo de materiais escritos ou impressos, no pode ser considerado nem mais nem menos que isso. (SOARES, 2012, p. 66).

Existe mistura entre essas duas denominaes e tem pessoas que ainda no sabem a diferena de uma pessoa alfabetizada com uma analfabeta, mas tem como ela ser analfabeta e ser letrada. Uma pessoa que no teve a oportunidade de ler ou escrever, mas convive em um ambiente onde a leitura e a escrita praticada, ouve noticirio, trs informaes da rua muito diferente

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 26

com uma pessoa que foi para a escola sabe ler e escrever, mas no faz uso dessas praticas de ensino pode-se dizer que a pessoa que no teve acesso escola quando mais jovem analfabeta, mas letrada, e a outra que sempre foi escola iletrada, mas alfabetizada. letrada a pessoa que consegue tanto ler quanto escrever com compreenso uma frase simples e curta sobre a vida cotidiana, iletrada a pessoa que no consegue ler nem escrever com compreenso uma frase simples curta sobre a vida cotidiana. (UNESCO, 1958.p.4). Ou seja, a pessoa que letrada mesmo nunca frequentando uma sala de aula com professores dispostos a ensinar, mas ela consegue com situaes e fatos simples que acontecem no seu dia-a-dia se comunicar, e no caso da pessoa iletrada ela j vem com uma bagagem de conhecimentos porque teve em uma sala de aula e tambm teve um professor para ensinar e orienta-la, mas que por algum motivo depois que parou de estudar, deixou de ler, e perdeu esse habito pela leitura e a aprendizagem tambm se tornando assim uma pessoa iletrada.

O ato de ler e escrever devem estar sempre juntos nenhum pode acontecer sem o outro, funo do professor orientar e incentivar seus alunos sobre a importncia da leitura e da escrita em diferentes gneros textuais, ler e reescrever, desenvolver habilidades de leitura dos textos para se formarem grandes, verdadeiros leitores e escritores.

Concluso Esse artigo busca uma melhor compreenso sobre conceito de

Alfabetizao e letramento est muito ligado um com o outro porque um no pode existir sem o outro, e mostrar a importncia do letramento e leitura da escrita, mostrando um sentido mais amplo, e com funo do professor conduzir os hbitos de leitura e escrita, at os alunos acharem essas praticas natural, a criana necessita desse conhecimento, capacidades, valores, de sua prpria cultura, para poder ser um cidado critico, e saber conviver em sociedade.

No primeiro capitulo preciso que o processo de alfabetizao seja com significativo na vida dos alunos o professor tem a funo de ensinar o aluno a aprimorar seu desempenho lingustico, mostrar que atravs da pratica que suas capacidades de aprender iram ser desenvolvidas. No podemos tratar nossos alunos como objetos, devemos criar e construir situaes transformar a sala de aula em um espao de descobertas e conhecimentos despertar a curiosidades de seus alunos pela leitura e escrita.

No segundo capitulo esta falando sobre letramento, suas dificuldades no processo de alfabetizao apresentados por crianas que devem ser observadas pelos professores e pelos pais, para juntos poderem buscar ajuda dependendo da necessidade de cada uma dessas crianas. A responsabilidade de todos na escola os professores ajudam e em casa os seus pais.

Com tudo isso se espera que os alunos tenham direito a atividades educativas e uma educao com qualidade, e tambm valorizao do professor, pois ele o maior responsvel pela educao desse aluno.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 27

Portanto de grande importncia desenvolver essa cultura de leitura e escrita entre as crianas, pois com isso poderemos ser formadores de opinio e conduzi-las a serem sujeitos com opinies formadas. REFERENCIAS SOARES, Magda. Alfabetizaao e Letramento/ 5Edio, Cidade So Paulo, Editora Contexto, 2008 SOARES, Magda. Letramento: Um Tema em Trs Gneros. Edio 3: Cidade: Belo Horizonte, Editora Autentica ,2012.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 28

ALFABETIZAO E LETRAMENTO E AS FASES DE DESENVOLVIMENTO

Diana FELTRIN - [email protected]

Jussara Isabel STOCKMANNS - [email protected]

RESUMO Este artigo cientfico tem como objetivo principal refletir sobre alfabetizao e letramento e as fases de desenvolvimento, dos conceitos, mtodos da alfabetizao e letramento, como um processo de contnua reflexo, sobre o ato da leitura e escrita e de decodificar a lngua escrita em oral. Abordam ainda os nveis do desenvolvimento da lngua escrita da criana, todas as crianas passam por diversas etapas durante o seu processo de aquisio da lngua escrita. E que em cada uma delas observamos pontos mais fceis de ser entendido do que em outras, mas que varia de criana para criana, pois cada uma tem consigo seu momento de desenvolvimento da lngua escrita. PALAVRAS-CHAVES: aprendizagem, alfabetizao, letramento, nveis de desenvolvimento. ABSTRACT This research paper aims to reflect on literacy and literacy and the development stages, concepts, methods of literacy and literacy, as a process of continuous reflection on the act of reading and writing and to decode written language in oral. Even approach the levels of development of the child's written language, all children go through several stages during the process of acquisition of written language. And that in each observed points easier to understand than others, but it varies from child to child, as each has with his moment of written language development.

INTRODUO O presente artigo tem como ponto de partida realizar uma abordagem

terica sobre a Alfabetizao e Letramento no processo de Aprendizagem da leitura em especial, na aquisio da escrita, em que permeia o processo de alfabetizao e letramento.

Nessa perspectiva a justificativa desse trabalho paira sobre a alfabetizao e letramento como processo de apropriao da escrita e de insero e participao do sujeito na cultura escrita, ou seja, alfabetizar letrando, e que assim se torne um processo produtivo de ensinar e aprender no mbito educativo.

Partindo do ponto de estudo j adquirido damos embasamento para o aprofundamento do estudo sobre a psicognese da lngua escrita que trar:

a) Estudar as hipteses de aquisio da escrita como processo de construo do conhecimento levando em conta dos aspectos cognitivos ou

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 29

construtivista, meios pelos quais a criana figura-se como sujeito ativo da sua prpria aprendizagem;

b) Conhecer e refletir sobre as contribuies da psicognese da escrita para a criao de contextos de alfabetizao e letramento no sentido de entender que o domnio da lngua escrita e o seu uso nas prticas sociais uma condio vital para a vida do sujeito na sociedade letrada;

c) Buscar compreender formas mais ricas e adequadas para uma ao pedaggica eficaz e que seja capaz de articular a alfabetizao e letramento para a aquisio e o uso da escrita no contexto escolar e social.

Portanto este artigo demonstrar os apontamentos sobre a alfabetizao como processo de continua construo do conhecimento voltado para uma perspectiva de que o educando se torna o sujeito da sua prpria aprendizagem, que contribui de forma significativa, que abrange um processo permanente, que se estende pela vida toda. Assim desta forma abrange-se o estudo para as fases de desenvolvimento que buscar explicar de uma forma clara como cada fase desenvolvida e como os educandos se comportam diante desta perspectiva de estudo que possibilitar um melhor desenvolvimento educacional.

CONCEITOS E MTODOS DA ALFABETIZAO SEGUNDO EMILIA

FERREIRO E ANA TEBEROSKY Neste captulo falaremos sobre os mtodos e conceito de alfabetizao

que contribui de forma significativa que abrange um processo permanente, que se estende pela vida toda da criana nas fases iniciais de alfabetizao. A criana quando chega escola j traz com ela sua lngua materna, quer escrita, quer oral, um processo permanente que no pode ser interrompido.

O professor carrega com ele um papel primordial do saber, necessita reconhecer e valorizar o conhecimento que o aluno j adquiriu aos longos dos anos, e consegue moldar esse conhecimento em uma cognio absoluta na alfabetizao que far com que esse educando se desenvolva cada vez mais no processo de alfabetizao. Conforme FREIRE (2015, p.28), a importncia do papel do educador, o mrito da paz com que viva a certeza de que faz parte de sua tarefa docente no apenas ensinar os contedos, mas tambm ensinar a pensar certo.

Como afirma Freire o educador no tem s a funo de transmitir conhecimento para os educandos mais sim de fazer com que apreendam o certo, de que tenham a possibilidade de pensar em seus conceitos e assim aprimor-los para o seu melhor desenvolvimento. Assim podemos partir para um melhor entendimento do conceito de alfabetizao que esto presentes em duplo significado o ler e escrever que possuem em nossa lngua. Segundo (LEMLE, 1984 e KRAMER, 1982 citado por SOARES 2008, p. 15-16):

Pedro j sabe ler. Pedro j sabe escrever. Pedro j leu Monteiro Lobato. Pedro escreveu uma redao sobre Monteiro Lobato. No exemplo (1), ler e escrever significa o domnio da mecnica da

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 30

lngua escrita; nessa perspectiva, alfabetizar significa adquirir a habilidade de codificar a lngua oral em lngua escrita (escrever) e de decodificar a lngua escrita em lngua oral (ler). A alfabetizao seria um processo de representao de fonemas em grafemas (escrever) e de grafemas em fonemas (ler); o que o alfabetizando deve construir para si uma teoria adequada sobre a relao entre sons e letras na lngua portuguesa. No exemplo (2), ler e escrever significam apreenso e compreenso de significados expressos em lngua escrita (ler) ou expresso de significados por meio da lngua escrita (escrever); nessa perspectiva, a alfabetizao seria um processo de compreenso/expresso de significados, um processo de representao que envolve substituies gradativa ( ler um objeto, um gesto, uma figura ou desenho, uma palavra) em que o objetivo primordial a apreenso e a compreenso do mundo, desde o que est mais prximo criana ao que lhe est mais distante, visando comunicao, aquisio de conhecimento... troca. [...].

Esse duplo significado de verbos ler e escrever interfere na

alfabetizao que um processo de representao de fonemas e grafemas, nos dois exemplos acima podemos ver a diferena que a em cada um deles, no primeiro v que a habilidade de codificar a lngua oral em lngua escrita. J no segundo exemplo acontece a apreenso e compreenso de significados expressos em lngua escrita. Mesmo que se combinem os dois conceitos preciso que se lembre de que ambos so parcialmente verdadeiros. Conforme SOARES (2008, p.16-17) ainda afirma:

Em primeiro lugar, a lngua escrita no uma mera representao da lngua oral, como faz supor o primeiro conceito. Alm de apenas em poucos casos haver total correspondncia entre fonemas e grafemas, de modo que a lngua escrita no , de forma alguma, um registro fiel dos fonemas da lngua oral, h tambm uma especificidade morfolgica, sinttica e semntica da lngua escrita: no se escreve como se fala, mesmo quando se escreve em contextos informais. Em segundo lugar, e em relao ao segundo conceito, os problemas de compreenso/expresso da lngua escrita so diferentes dos problemas de compreenso/expresso da lngua oral: o discurso oral e o discurso escrito so organizados de forma diferentes.

Assim vemos que entre estes dois conceitos h formas diferentes de se

trabalhar por isso a importncia de que o educador domine bem os conceitos a ser trabalhado para que no aja nem uma defasagem da alfabetizao dos educandos. Ainda a um terceiro conceito que se torna de grande importncia ao se comparar com os primeiro. Conforme SOARES (2008, p. 17) o conceito de alfabetizao depende, assim, de caractersticas culturais, econmicas e tecnolgicas; a expresso alfabetizao funcional, usada pela UNESCO nos programas de alfabetizao. Assim, necessrio compreender um pouco de cada um para que o conhecimento que ser transmitido aos educandos seja de qualidade e que os educando consigam assim, compreender de uma forma mais abrangente os conceitos. Conforme FREIRE (2015, p.28), o educador

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 31

democrtico no pode negar-se o dever de, na sua prtica docente, refora a capacidade crtica do educando, sua curiosidade, sua insubmisso.

O educador aquele que desperta ao educandos a curiosidade de aprender isso porque o mediador do conhecimento, e nessa mediao necessita transmitir o conhecimento de forma nica e significativa, para que assim, os educandos se tornem crticos e que sempre busquem mais de suas capacidades.

Sendo assim, partiremos para o segundo captulo, que falaremos sobre o processo de aquisio da lngua escrita na educao infantil, buscar identificar as fases de seu desenvolvimento e compreender os diferentes desempenhos dos educandos.

FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LINGUA ESCRITA SEGUNDO

EMILIA FERREIRO E ANA TEBEROSKY Desde muito pequenas, as crianas assistem a diversos atos de leitura

e de escrita. Dessa maneira, a criana capaz de produzir escritas desde a mais tenra idade. Conforme (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.191), as suas primeiras tentativas de escrita so de dois tipos: traos ondulados contnuos [...] ou uma srie de pequenos crculos ou de linhas verticais. Assim desta forma j existe uma escrita feita pela criana, que comea a partir dos 2 anos e meio ou 3 anos, a qual j uma semelhana global do traado do adulto: traados ondulados representam a escrita cursiva e os crculos e riscos verticais, a escrita de imprensa.

Em virtude disso perguntas importantes so colocadas em discusso para que se aja um melhor entendimento do assunto abordado. Conforme (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.191), a partir de que momento a criana d interpretao a sua escrita? Em outras palavras, a partir de que momento deixa de ser um traado para se converter numa representao simblica?. Vemos que somente possvel responder a estas perguntas com estudos mais aprimorados com crianas da faixa etria de dois a trs anos de idade.

Procurava-se explorar a escrita das crianas de vrias maneiras: pedindo que representassem seu nome, tambm nome de amigos e membros da famlia observando cada sinal, contrastando situaes de desenho com escrita, observando cada traado que elas poderiam fazer, pedia para que depois de escrita s palavras que elas lessem o que tinha escrito. Os estudos realizados com crianas de quatro a seis anos das duas classes sociais permitiram s autoras definir cinco nveis do desenvolvimento da escrita.

No nvel 1 segundo as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.193), escrever reproduzir os traos tpicos da escrita que a criana identifica como a forma bsica da mesma. A forma bsica conhecida pela criana a escrita de imprensa, temos grafismos separados entre si, compostos de linhas cursas. Mas, se temos grafismos ligados por uma linha, essa forma bsica ser a escrita cursiva. Fica bem claro que neste nvel segundo as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.193), a inteno

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 32

subjetiva do escritor conta mais que as diferenas objetivas no resultado. Assim mesmo que todas as escritas sejam parecidas entre si, mas para a criana de total diferena, cada criana pode compreender a sua escritas, mas no a do outro. Assim afirma as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.202):

Somente quando o modelo escolhido o de imprensa, se evidenciam duas hipteses de base sobre as quais trabalha a criana, e, acerca de sua importncia, teremos muito a dizer no que se segue: as grafias so variadas e a quantidade de grafias constante.

Desse modo, o tipo de letra usado na escola ou no meio social interfere na forma como a criana produz suas primeiras escritas. O que marca o final desse nvel o fato de as crianas formularem duas hipteses acerca das caractersticas que a sua escrita deve ter para ser interpretvel. Dessa forma, estabelece que, para ser lida, a escrita precisa ter grafias variadas e quantidade de grafias constantes, ou seja, escrevem observando a variao e a quantidade mnimas de caracteres.

No nvel 2 conforme as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.193), para poder ler coisas diferentes, deve haver uma diferena objetiva nas escritas. Neste nvel a forma grfica esta mais prxima da letra. Porm, a forma conceitual mais interessante. Conforme cita ainda as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.202):

Segue-se trabalhando com a hiptese de que faz falta certa quantidade mnima de grafismos para escrever e com a hiptese da variedade nos grafismos. Agora, em algumas crianas, a disponibilidade de formas grficas muito limitada, e a nica possibilidade de responder ao mesmo tempo a todas as exigncias consiste em utilizar a posio na ordem linear. assim como estas crianas expressam a diferena de significao por meio de variaes de posio na ordem linear, descobrindo, dessa maneira, em pleno perodo pr-operatrio, os antecessores de uma combinatria, o que constitui uma aquisio cognitiva notvel.

As formas fixas de escrita podem levar a duas reaes opostas: bloqueio e utilizao dos modelos adquiridos para novas escritas. Com isso, o bloqueio, que pode ser profundo ou momentneo, leva a criana pensar que se aprende a escrever copiando e que no possvel escrever de outra forma. A aquisio de formas fixas se deve s influncias culturais, mais presentes na classe mdia. Em um exemplo dado pelas autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.206), quando lhe perguntamos o que sabe escrever, responde assim: mame, papai, urso, Laura. Laura nega-se a escrever o que ela no aprendeu no seu livrinho. As autoras ainda afirmam (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.206), [...] Alm disso, assinalemos que a regra geral uma proeminncia marcante da escrita em maisculas de imprensa sobre a cursiva. Pois essas aparecem com mais frequncia nas amostras, sendo que a cursiva indica

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 33

claramente a origem escolar deste conhecimento e, segundo, porque a escrita de imprensa mais fcil da criana ver e aprender a traar.

No nvel 3 este caracterizado segundo as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.209), pela tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compem uma escrita. Este perodo de grande importncia, pois a criana passa, a saber, que cada letra vale uma slaba. Segundo as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.209), o surgimento do que chamaremos de hiptese silbica. Com essa hiptese, a criana d um salto qualitativo com respeito aos nveis precedentes. Nesse momento, h uma superao da correspondncia global da escrita para uma correspondncia entre partes do texto; portanto, pela primeira vez, a criana comea a trabalhar com ideia de que a escrita representa partes sonoras da fala. Ainda segundo as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.213), a hiptese silbica uma construo original da criana que no pode ser atribuda a uma transmisso por parte do adulto. Deste modo pra uma melhor compreenso as autoras citam Mariano como exemplo (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.213), que escreve AO para sapo e PO para pau (palo), e ainda, segundo as autoras, ela faz uma anlise silbica exaustiva na orao minha menina toma sol e escreve IEAOAO.

No nvel 4 como cita as autoras (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.214), passagem da hiptese silbica para a alfabtica. As autoras ainda complementam sobre a evoluo da escrita (FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.214):

A criana abandona a hiptese silbica e descobre a necessidade de fazer uma anlise que v mais alm da silaba pelo conflito entre a hiptese e a exigncia de qualidade mnima de granas [...] e o conflito entre as formas grficas que meio lhe prope e a leitura dessas formas em termos de hiptese silbica [...].

Assim o conflito torna-se mais intenso, tratando-se da escrita de nomes

de que a criana no tem uma imagem visual estvel entre a hiptese silbica e a quantidade mnima de caracteres. Para ilustrar temos como exemplo a escrita de Geraldo de seis anos, exemplificada no texto de (FERREIRO; TEBEROSKI, 1999, p.216). em plena transio entre a hiptese silbica e a escrita alfabtica prope:

MCA = mesa (mesa) MAP = mapa (mapa) PAL = pau (palo) No nvel 5 a criana j escreve alfabeticamente e o final desta

evoluo. (Conforme FERREIRO; TEBEROSKY, 1999, p.219), a criana se defronta com dificuldades prprias da ortografia, mas sem problemas de escrita no seu sentido estrito. Como exemplo, podemos observar a escrita de Vanina:

MESA = MESA (s ficou na dvida se escrevia com S ou com Z). PALO = PALO YO ME LLAMO VANINA = LLO ME LLAMO VANINA.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 34

Pode-se assim observar que nem todas as crianas avanam de uma mesma maneira, mesmo que tenham utilizado uma mesma metodologia para todas. Aquelas que chegam a aprender a ler e a escrever so as que j estavam em nveis mais avanados na conceptualizao, principalmente na hiptese silbica.

CONCLUSO A aprendizagem no feita de certezas, mas de inquietaes, de

crises e dvidas que nos projetam s novas descobertas. Nesta constatao, observamos que na atuao do professor necessrio que seja incorporado como caracterstica essencial, a ateno para cada sujeito. Observando atentamente os processos de ensino-aprendizagem identificamos sua evoluo ou algumas dificuldades presentes, assim desta forma o educador pode intervir para que aja um melhor entendimento do conhecimento cultural e histrico do educando.

Portanto no somente o papel do educador se faz importante nas fases de desenvolvimento, mas sim preciso que por parte da famlia e tambm dos que esto ligados de uma forma direta ou indiretamente com este educando se faam tambm peas fundamentais para que assim, o educando seja estimulado e tenha a capacidade de compreender melhor cada fase e, desta forma se destacar cada vez mais no mbito educacional, mas no se pode esquecer que cada sujeito necessita de um tempo, um momento para que compreenda e domine os conhecimentos e assim se desenvolva e se aproprie dos conhecimentos necessrios para seu desenvolvimento.

Por tudo isso, indispensvel que se alfabetize letrando, ou seja, reconstruir a leitura e a escrita a partir do mundo vivenciado, criando um agradvel vnculo atravs de prticas reais, contextualizadas e significativas. Acreditando que todos tm possibilidades de aprimoramento e dependemos uns dos outros para nos constituirmos em uma sociedade melhor.

REFERNCIAS FERREIRO, Emilia; TEBEROSKY, Ana. Psicognese da lngua escrita. Porto Alegre: Artmed, 1999). FREIRE, PAULO. Pedagogia da autonomia: saberes necessrios prtica educativa. Rio de Janeiro: Paz e terra, 2015. SOARES, MAGDA. Alfabetizao e letramento. So Paulo: contexto, 2008.

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 35

ALFABETIZAO: O PROCESSO CRUCIAL PARA DESPERTAR O HBITO DA LEITURA NA VIDA DOS ALUNOS

Shirle Cristina Dambros CARNEIRO, [email protected]

Jussara Isabel STOCKMANNS, [email protected]

RESUMO

Este artigo tem por objetivo aprofundar o debate sobre o papel do processo da alfabetizao na formao de leitores, esclarecendo a importncia do porque nas series iniciais desenvolver esse hbito de leitura, como rotina na vida dos alunos, mostrando que a pratica da leitura e essencial na vida das pessoas, para que possam se comunicar e expressar corretamente na sociedade em que vive. Ser apresentado o conceito de alfabetizao diferenciando uma pessoa letrada, de outra pessoa que verdadeiramente faz o uso do ato de ler/escrever se tornando pessoas consequentemente alfabetizada. Nesse momento iremos focar a gesto pedaggica do professor como percussor de desenvolver ao educando esse hbito prazeroso de ler, esse desenvolvimento ser concretizado no momento em que o mesmo est inserido e participando de seu processo de alfabetizao.

PALAVRAS-CHAVE:Alfabetizao, Letramento, Leitores, Professor, Rotina.

ABSTRACT

This article aims to deepen the debate on the role of the literacy process in the formation of readers , explaining the importance of why the initial series develop the habit of reading, as a routine in the lives of students, showing that the practice of reading and essential in people's lives, so they can communicate and correctly express the society in which he lives. The concept of literacy differentiating a literate person , another person that truly makes using the act of reading / writing becoming literate people consequently will appear. At that moment we will focus on the pedagogical management of the teacher as a precursor to developing the learner this delightful habit of reading , this development will be realized at the time that it is inserted and participating in their literacy.

INTRODUO

O conceito de alfabetizao no campo educacional aparece com frequencia nos debates, discusses com os pesquisadores da rea da educao. Os estudiosos em suas pesquisas percebem que o conceito

V Contextos e Conceitos Mostra de Produo Cientfica e Extenso

Instituto Federal do Paran Campus Palmas 18 e 19 de fevereiro de 2016

ISSN 2237-700X 36

alfabetizao, o ato de alfabetizar uma pessoa, tornando algum que saiba ler, escrever e interpretar. Com frequencia vemos muitos professores comentar sobre o processo de alfabetizao e, em seus relatos compreendemos que para o processo ser algo significativo na vida do educando necessita de uma organizao pedaggica que pense no bem estar dos alunos, para que aprendizagem se torne algo prazerosa e significativa na vida do mesmo.

Em debate sobre esse processo o que se procura e fazer com que os alunos sejam pessoas que se apropriem desse uso da cognio, utilizando essa aprendizagem em toda sua caminhada escolar e, alm disso se tornem sujeitos que pratiquem esse conhecimento em sua vida profissional e pessoal. E pensando nessa pratica de exercitar o que j adquiriu em seu processo de alfabetizao que esse presente artigo ir tratar, pois e quando os alunos esto ainda pequenos que se pode