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Recensão - Análise de Artigo de Daniel Sampaio
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Aconselhamento e Psicoterapia
Terapia Breve com a Família 1
1. Breve Introdução
O artigo escolhido para a elaboração desta recensão foi da revista
Psicologia (Associação para Psicólogos), volume I, publicada em 1988
pelas Edições Afrontamento, Lisboa.
A escolha não foi difícil pois era já de meu agrado encontrar um artigo
acerca da Psicoterapia Breve, ainda melhor se fosse um artigo feito
neste caso pelo Professor Daniel Sampaio, auxiliar de Psiquiatria da
Faculdade de Medicina de Lisboa e Terapeuta Familiar.
2. Resumo
O autor neste artigo define a Terapia Breve com a Família, descrevendo
a sua prática e indicando as suas preferenciais indicações.
O artigo é composto por cinco pontos que podem também ser
considerados sub-temas dentro do grande tema da Terapia Breve com a
Família., sendo o primeiro a Introdução onde se fala do movimento da
Terapia Familiar e os seus cinco factores: A influência da Psicanálise e
das Terapias de Grupo de Orientação Analítica, O desenvolvimento dos
Centros de Saúde Mental Infantil, As novas perspectivas no Tratamento
de Esquizofrenia, A evolução do conceito de Família e por fim A
transformação do pensamento Cientifico. A partir do segundo sub-tema
pode então dizer-se que se entra propriamente na Terapia Familiar em
si - Terapia Familiar Sistémica, onde se estigmatizam os principais
fundamentos teóricos da Terapia Familiar Sistémica e descreve ainda
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três modelos de Intervenção em Terapia Familiar: a Teoria Geral dos
Sistemas (TGS), a Teoria da Comunicação, a Família como sistema
emocional, a Noção do Ciclo de Vida da Família e por fim a Noção de
Estrutura. Ainda neste ponto são descritos três modelos de terapia
familiar: Modelo Transgeracional, Modelo Estrutural e Modelo
Estratégico.
O terceiro título é a Terapia Breve com a Família , onde o autor explica
logo de início que este tipo de Terapia não é abreviada mas sim
planificada previamente com o objectivo de ser breve. Neste ponto o
autor explica também qual o objectivo da terapia (importante de referir)
indicando que a “intervenção terapêutica visa destruir a natureza
necessária da sequência, levando à libertação de comportamentos de
outrora ligados ao padrão interactivo, mais tarde a novas alternativas
familiares e á resolução da crise e do problema”. Mais à frente o autor
define os pressupostos gerais da terapia familiar em seis pontos. No
final são definidas sucintamente seis fases de uma Terapia Breve
familiar isto só depois dos pressupostos ultrapassados. As fases são as
seguintes 1.º) Definição do Problema; 2.º) Detecção dos
comportamentos familiares associados ao problema; 3.º) Definição de
objectivos terapêuticos; 4.º)Escolha de estratégias terapêuticas; 5.º)
Conclusão; e 6.º) Follow-up. No penúltimo ponto temos os Resultados
Obtidos com a Terapia Breve, onde o autor refere que a Terapia Breve
com a Família se tem revelado eficaz e útil em muitas situações na
prática clínica e para muitos outros autores é um método de
intervenção com resultados nítidos que no final se revelam ser não
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transitórios. No quinto e último ponto temos as Indicações Preferencias,
onde são sugeridas e destacadas algumas das indicações preferencias
para este modelo de intervenção. No final é ainda referido que é na
Instituição de Saúde Mental onde este tipo de terapia breve tem
privilegio de actuação e de trabalho propriamente dito junto das
famílias.
3. Orientação Teórica
Depois de avaliados os diferentes quadros teóricos de referência em
Psicoterapia e Aconselhamento, podemos então afirmar que a
orientação do autor neste artigo é o Modelo sistémico calcada na Teoria
Geral dos Sistemas. No próprio artigo existe um ponto “Terapia familiar
Sistémica” e um dos fundamentos teóricos a TGS. Embora a Terapia
Familiar já tenha quatro décadas de história, tem vindo a parecer
importante este tipo de enfoque terapêutico já que a década de setenta
foi a grande fase de implantação da Terapia Familiar ao longo da
Europa e Estados Unidos. Neste sentido a terapia familiar nasceu como
uma resposta alternativa às limitações que sempre sofreram e sofrem os
tratamentos individuais das pessoas que apresentam algum tipo de
desequilíbrio emocional, afectando o seu curso normal de vida. A
terapia familiar de modelo sistémico alimenta-se de raízes distintas às
da maioria das terapias administradas aos indivíduos que apresentam
problemas de adaptação às circunstancias em que vivem. Ainda
importante de referir é que dentro do próprio Modelo Sistémico existem
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Terapia Breve com a Família 4
diversos fundamentos teóricos da terapia familiar e também diversos
modelos de intervenção para uma avaliação mais precisa adaptando
cada intervenção ao caso em questão. Podemos ainda afirmar que a
terapia familiar sistémica é de certa forma influenciada pela psicanálise
partido do pressuposto que os terapeutas familiares, assim como os
psicanalistas, reconhecem a atracção que o passado exerce sobre nós, e
o facto de que, de algum modo, as pessoas vivem à sombra da família a
qual pertenceram; mas ao contrário dos psicanalistas os terapeutas
familiares, reconhecem também o poder do presente e encaram a
influência em curso dessa mesma família. O principal objectivo da
terapia familiar é conseguir mudanças na organização familiar, tendo
como base o facto de que quando se transformam as relações do
sistema familiar, a vida de cada membro também se vê,
consequentemente, transformada. A reunião dos membros da família e
o trabalho terapêutico com eles facilita a elaboração dos conflitos, mas
é, sobretudo, uma nova forma de abordar a compreensão da conduta
humana em sua complexidade como formada fundamentalmente pelos
contextos social e cultural.
4. Contributos Específicos e Áreas não Exploradas
Especificamente neste artigo podemos indicar alguns contributos como
a eficácia deste tipo de terapia pois o seus resultados mostraram-se
precisos, nítidos e não transitórios. O artigo fala de uma forma geral no
entanto explicita, falando das diversas influências, pressupostos e
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factores da terapia, os seus princípios fundamentais teóricos e suas
características, e por fim as conclusões retiradas e as indicações
preferenciais para este modelo de intervenção familiar. Relativamente às
áreas que ficaram por explorar poderemos indicar especificamente
alguns pontos existentes acerca deste mesmo tema que foram
abordados por outros autores. Uma abordagem mais profunda acerca
de outros pontos existentes na Terapia Familiar como a transferência
(processo pelo qual o paciente se desloca), o tempo (e técnica tempo) de
uma Psicoterapia breve, a actividade em si do terapeuta e a sua
focalização relativamente ao membro da família definindo o foco a
trabalhar e de o mesmo se alicerçar em teorias da personalidade
coerentes e ainda as resistências existentes em psicoterapia breve que
quando existem na relação terapêutica, ela pode acontecer em ambos os
intervenientes . Contudo duma forma geral e dentro do âmbito da
temática o artigo dá uma noção geral acerca da terapia breve com a
família explicitando os essenciais pontos necessários numa terapia.
5. Apreciação Global
Podemos dizer de uma forma global que o artigo se mostrou
interessante e construtivo numa perspectiva geral acerca da Terapia
breve com a família. O autor (Daniel Sampaio) de uma forma especial
esclareceu a prática deste tipo de intervenção, revendo vários
pressupostos teóricos e clarificando para que está indicada esta terapia,
sobressaindo a sua aplicação na área da saúde a nível mental.
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A sua estrutura é favorável a uma leitura simples pois está dividida em
pontos que facilitam a compreensão de várias perspectivas que são
abordadas e explicadas de uma forma clara. Podemos ainda referir a
partir do artigo lido que os fins da Psicoterapia têm constituído o grande
trabalho de investigação dos psicoterapeutas breves. As diversas teorias
e diversos modelos procuram orientar o psicoterapeuta breve na
sistematização dos fins da sua intervenção e de todo o processo de cura.
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6. Referências Bibliográficas
Nunes, M. (1989). As Resistências em Psicoterapia Breve. Revista de
Psicoterapias Breves, 3, (3), 4-8.
Ribeiro, M. (1988). A Transferência em psicoterapia Breve. Revista de
Psicoterapia Breves, 3, (2), 11-14.
Ribeiro, P. (1988). O Foco. Revista de Psicoterapias Breves, 3, (2), 4-6.
Ribeiro, P. (1994). Tempo e Psicoterapia Breve. Revista de Psicoterapias
Breves, 3, (2), 28-32.