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PSICOTERAPIA BREVE INFANTIL (PBI) CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICOTERAPIA BREVE Profa Dra Carmen M.B. Neme Profa Ms. Cristiane A Dameto - 2009 -

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PSICOTERAPIA BREVE INFANTIL(PBI)

CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICOTERAPIA BREVE

Profa Dra Carmen M.B. NemeProfa Ms. Cristiane A Dameto

- 2009 -

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PSICANÁLISE FREUDIANA

• PRIORIZOU O FUNCIONAMENTO INTRAPSÍQUICO PARA COMPREENDER O SER HUMANO

• DESENVOLVIMENTOS NA PSICANÁLISE E DEMAIS TEORIAS: MOSTROU A NECESSIDADE DE SE COMPREENDER TAMBÉM O SER HUMANO INTERRELACIONAL.

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Desenvolvimentos Psicanalíticos

• MELANIE KLEIN: RESSALTA A RELAÇÃO MÃE-BEBÊ E SUA INFLUÊNCIA NA VIDA INTRAPSÍQUICA.

• WINNICOTT: RESSALTA RELAÇÕES MÃES-CRIANÇA NA ESTRUTURAÇÃO DA PERSONALIDADE INFANTL

• ACKERMAN (1958): JÁ PROPUNHA QUE SE RETIRASSE O FOCO UNICAMENTE DO INDIVÍDUO, COLOCANDO-O NO GRUPO FAMILIAR.

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ATUALMENTE

• EXISTE CONSENSO DE QUE A DINÂMICA FAMILIAR É A UNIDADE BÁSICA NA FORMAÇÃO DA ESTRUTURA DA PERSONALIDADE E NO ESTABELECIMENTO DE PADRÕES DE RELACIONAMENTO.

• FORMA DE ABORDAR A FAMÍLIA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA: DIFERENTES FORMAS E TEORIAS.

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PSICOTERAPIA BREVE

• ESSENCIAL PARA A INSERÇÃO DA FAMÍLIA NO TRATAMENTO DA CRIANÇA.

• PAIS: TÊM PAPEL DETERMINANTE NO SURGIMENTO DA PROBLEMÁTICA INFANTIL E EM SEU TRATAMENTO, DADA A RELAÇÃO DE DEPENDÊNCIA EMOCIONAL DA CRIANÇA.

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CRAMER (1974)

• SUGERE O CONCEITO DE “ÁREA DE CONFLITO MÚTUO” = RESULTANTE DO INTERJOGO DE PROJEÇÕES, INTROJEÇÕES E IDENTIFICAÇÕES ENTRE OS PAIS E A CRIANÇA.

• A RESOLUÇÃO DESTE CONFLITO DETERMINARÁ O QUANTO A CRIANÇA PODERÁ OU NÃO DESENVOLVER-SE DE FORMA SAUDÁVEL.

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Desenvolvimento e Tratamento da Criança

• O PROCESSO DE INDIVIDUAÇÃO DA CRIANÇA PODE SER FACILITADOR DE SEU DESENVOLVIMENTO OU TORNÁ-LA PRESA DOS DESEJOS E NECESSIDADES DOS PAIS.

• O SUCESSO DO TRATAMENTO PSICOTERÁPICO DA CRIANÇA: DEPENDERÁ DA CAPACIDADE DOS PAIS DE SUPORTAR A REINTROJEÇÃO DE SEUS ASPECTOS PROJETADOS NO FILHO.

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ASPECTOS DA PSICOTERAPIA BREVE COM CRIANÇAS

• A PROCURA POR AJUDA TERAPÊUTICA• O PSICODIAGNÓSTICO• CRITÉRIOS DE INDICAÇÃO DA PSICOTERAPIA

BREVE• EVOLUÇÃO DO PROCESSO TERAPÊUTICO• MANUTENÇÃO DOS PROCESSOS

ALCANÇADOS

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PSICOTERAPIA BREVE COM CRIANÇAS - PBI (Segre, 1997)

Caracterização:• Processo psicoterápico realizado com crianças e

seus pais, indicado por meio de critérios definidos de seleção, em tempo delimitado, com um foco definido, em conjunto com os pais.

• É planejado para atingir determinados objetivos, por meio de estratégias flexíveis, selecionadas pelo terapeuta como adequadas ao caso e passível de avaliação.

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Critérios de Indicação• AVALIAÇÃO DAS PROJEÇÕES DOS PAIS SOBRE A CRIANÇA ( se for

intensa e negativa, é pior; capacidade dos pais de pegar para si a parcela que lhes pertence)

• PRÉ-TRANSFERÊNCIA QUE OS PAIS ESTABELECEM COM O TERAPEUTA (é a mesma que os pais transferem para a criança)

• CONDIÇÕES PSÍQUICAS DA PRÓPRIA CRIANÇA (Ex: a criança mais velha tem mais recursos para lidar com o problema)

• MOTIVAÇÃO: pais e criança

• AVALIAÇÃO DA REALIDADE (ex; no caso de instituições: é possível trabalhar com PB; é possível chamar os pais ?)

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Objetivos

• Limitados, indo desde a remissão de sintomas até a elaboração de um conflito nuclear da família.

• A PBI visa: identificar os acontecimentos reais recentes e as angústias que os acompanham, derivadas de situações passadas dos pais, possibilitando que reintrojetem aspectos que projetaram na criança (se puderem).

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KNOBEL

• Enfatiza o aspecto cognitivo, a mudança da “informação falsa” para a “informação verdadeira”.

• Esta mudança: alivia a criança e permite que ela modifique, pelo menos em parte, objetos e vínculos objetais alterados pela distorção cognitiva.

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LESTER (1967)

• Propõe intervenção no momento de crise, orientada para os sintomas.

• Com crianças institucionalizadas: o objetivo é ajudar a criança a suportar ligações patológicas com os pais e fortalecer-se como indivíduo.

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Estratégia de trabalho

• Variável• Ligada ao objetivo• Atenta ao foco do trabalho• Utiliza intervenções adequadas às condições

do paciente

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Postura do terapeuta

• Mais flexível e mais ativa

Visa:

• Manter a focalização e tentar atingir os objetivos no tempo proposto.

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ETAPAS DO PROCESSO- Diagnóstica -

• Constituída de algumas entrevistas com os pais e contatos com a criança, se necessário, com uso de materiais lúdicos e/ou testes psicológicos.

Objetivos:

• a) investigar a queixa de forma mais completa, conhecer a história da criança e dos pais, além da dinâmica de suas relações;

• b) compreender o funcionamento dos pais a partir de suas relações originais com seus próprios pais;

• c) identificar os tipos de relação que os pais estabelecem com o terapeuta, visando compreender melhor o sintoma da criança como uma manifestação de dificuldades não resolvidas do casal parental.

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ETAPAS DO PROCESSO- IDENTIFICAÇÃO DO FOCO: área de conflito mútuo -

• Objetivos: são estabelecidos de acordo com os recursos disponíveis de cada caso e as condições do paciente. Podem visar modificações mais profundas ou mais periféricas, mudanças de atitudes ou ambientais que levem à redução dos conflitos e sofrimento.

• Estratégias: serão definidas de acordo com os objetivos e quanto ao número e freqüências das sessões; se serão realizadas em conjunto com pais e criança ou separadamente; tipos de intervenções a serem feitas, etc..

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FOCOSituação atual estruturada em torno de um eixo: motivo da

consulta e conflito nuclear

• COMPONENTES DO FOCO:• aspectos históricos,genéticos,individuais, familiares e

sociais• determinantes do contexto social mais amplo: econômicas,

culturais ,ideológicas• aspectos caracteriológicos individuais: psicodinamismos,

condutas defensivas, recursos • situação grupal: dinamismos, conflitos, papeis, recursos• momento evolutivo individual, familiar e social.

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DESENVOLVIMENTO INFANTIL- conhecimento indispensável para definição do foco e a PB

infantil-

• Processo vital dividido tradicionalmente em períodos: infância, adolescência, idade adulta, velhice e morte.

• Normas de desenvolvimento: idade mediana na qual os

indivíduos apresentam determinados comportamentos ou habilidades, por meio da interação organismo biológico – meio ambiente.

• O ser humano é “prematuro” com relação aos animais (é

um ser cultural).

• Desenvolvimento é processo para toda a vida: envolve continuidade e transição e é cumulativo.

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FASES DO DESENVOLVIMENTO

• São etapas necessárias e inevitáveis ao crescimento.

• Cada etapa traz tarefas ou problemas a serem vivenciados e superados.

• A progressão ou sucesso numa fase leva ao enfrentamento da fase seguinte.

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FASES DO DESENVOLVIMENTO• FIXAÇÃO EM UMA FASE: quando há excessiva gratificação (gerando

resistência em passar para a fase seguinte) ou excessiva frustração (gerando a interminável busca de satisfação).

Se há muita frustração, a criança pode nem passar para a fase seguinte, ou, se passa, fica fixada em algo anterior (ex: no corpo, nas sensações físicas, etc.).

• REGRESSÃO A UMA FASE ANTERIOR: processo complementar. Mostra a falta de recursos que o indivíduo teve em enfrentar as dificuldades da fase que está vivendo.

A criança passa para a fase seguinte, mas sem preparação suficiente.

Em situações de muita exigência ou stress, pode apresentar padrões de fases anteriores.

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As fasesAs fases• Para Freud: o desenvolvimento é concebido a partir do conceito de

Libido (energia de caráter biológico, em função dos impulsos sexuais e de vida em geral).

• A libido: serve ao impulso de auto-preservação (incluindo alimentação)

• Para M. Klein: libido é afeto e emoção e não “energia”, porém, de base biológica. Dá bastante importância ao impulso de morte (separação).

• Para Winnicott: o ambiente é muito importante (a mãe “suficientemente boa”). Não dá muita relevância ao conceito de impulso de morte.

• E. Erikson: conceito de “crise psicossocial”: questões vivenciais enfrentadas pelo indivíduo em suas relações sociais. Faz uma leitura psicossocial das fases de Freud.

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Crises psicossociais (Erikson – anos 60)

1a. crise – nascimento: grande situação existencial de vida. • Caracteriza-se por: abandono da fusão com a mãe (criança um ser

“psíquico”). O abandono da fusão com a mãe permite que a criança cresça como pessoa (o psicótico não sai da fusão).

2a. crise – desmame (3 a 6 meses). A mãe ainda é parte da criança e a criança, parte da mãe (dependência). Isto deve ser abandonado para que a criança possa distinguir-se dos outros (identidade). O “bom” desmame vai permitir que a criança tolere a diferença. A criança abandona o seio materno, e a introdução dos alimentos sólidos é importante para que a criança se relacione com algo distinto de si.

• O indivíduo “esquizóide” não faz o desmame, não desenvolve o afeto (prazer).

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Crises psicossociais3a. crise – descoberta da marcha e da linguagem: a criança abandona o

engatinhar e o balbucio, além do sentimento de indiferenciação entre ela e o adulto.

• Conquistas da criança: marcha (permite que a criança se afaste da mãe e a perceba como diferente dela); o controle dos esfíncteres = autonomia.

4a. crise – a primeira escolarização (2 a 5 anos): a criança abandona a

idéia de que os pais tem o mesmo sexo (diferenciação sexual) e abandona o “ninho”seguro da família.

• Realiza conquistas fora da família: trocas, amizades, início de seus desejos como menino ou menina. Conserva sempre o sentido de “família”.

• É a fase da resolução edípica e da sexualização da criança.

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Crises psicossociais5a. crise – a descoberta do EU, da vida interior (6-7 anos) – período da• Latência. Começa a angústia e os pensamentos sobre morte e

desenvolve o pensamento abstrato.• Abandona: a certeza de que os pais conhecem seus pensamentos e

sentimentos.• Conquista: a razão, a consciência da morte, a vida interior e os

primeiros segredos/mentiras/devaneios = preparação para a adolescência.

6a. crise – adolescência: separação dos pais. • Para Erikson: todos conservamos um pouco de cada fase no

desenvolvimento normal.

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Melanie Klein (1940-50)

• Descreve a luta emocional entre amor e ódio (integração e destrutividade) da fase oral.

• O desenvolvimento: traduz a tentativa do indivíduo de fortalecer seus afetos amorosos para poder lidar com sua agressividade.

• Amor e ódio: de base constitucional, assim como a libido.

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Posições na fase oral (Klein)

1a. POSIÇÃO: ESQUIZO-PARANÓIDE (nascimento até mais ou menos 4 meses)

• Posição de: cisão, idealização, perseguição.• Dependência extrema e angústia de

aniquilamento:exigências intensas com relação a objetos parciais (ex: fome)

• A realidade ou é boa ou é má.

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Posições na fase oral (Klein) 2a. POSIÇÃO: DEPRESSIVA (de 4 a 5 meses e deve

completar-se até mais ou menos 1 ano)• Fase de: integração, culpa depressiva e reparação.• Desenvolvimento da percepção afetiva amorosa do

objeto total (seio bom + seio mau). Há a perda do objeto idealizado (só “bom”).

• Os objetos parciais são percebidos como um só pelo desenvolvimento da tolerância da criança frente aos próprios impulsos agressivos.

• Começa a aprender a tolerar a falha do outro e a lidar com a própria agressividade.

• Para Klein: a fase oral é estruturante da personalidade.

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WINNICOTT

• Ênfase ao meio ambiente no desenvolvimento psíquico do ser humano.(representado inicialmente pela mãe ou seu substituto).

• “Processo de Maturação” – tendência inata de se desenvolver e unificar: formação e evolução do eu, do isso e do supereu e mecanismos de defesa/indivíduo sadio.

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Fase de dependência absoluta

• Seis primeiros meses de vida. • Na mente do bebê, ele e o meio são uma coisa

só.• Mãe perfeita é aquela que atende e se adapta

às necessidades do bebê.

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dependência absoluta • Na fase de dependência absoluta as falhas da

adaptação não são sentidas como frustrações, mas provocam carências na satisfação das necessidades e criam obstáculos ao desenrolar dos processos vitais.

• As funções do eu importantes para o desenvolvimento e integração do tempo no espaço, o encontro com os objetos do mundo externo e a unificação entre a vida psíquica e o corpo.

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A sensação de angústia causada quando não há sustentação do eu tem a sensação de uma ameaça de aniquilação:

• Despedaçar-se• Ter a impressão de uma queda infindável• Sentir-se levado para alturas infinitas• Não ter relação com o próprio corpo e não ter

orientação temporo-espacial.

Segundo Winnicott : é a essência da angústia psicótica.

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Organizações patológicas:

• Esquizofrenia infantil ou autismo.• Esquizofrenia latente – manifesta-se nas fases de fadiga e

tensão.• Estado limítrofe – núcleo psicótico em paciente neurótico.• A personalidade construída com base num falso self – leva

o indivíduo a experimentar um sentimento de irrealidade à respeito de si mesmo, dos outros e da vida em geral. Na idade adulta se funde com o meio ambiente, persistindo um sentimento de irrealidade, de vacuidade, pode acarretar várias descompensações.

• Personalidade esquizóide: sadia com elementos esquizóides.

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Para Winnicott

• O tratamento analítico destinava-se a pacientes que durante a primeira infância, teriam recebido cuidados suficientemente bons – neuróticos.

• Para o paciente psicótico a possibilidade de cura passaria por um redirecionamento dos processos de maturação da primeira infância. Isso implica uma relação de dependência forte e absoluta com o terapeuta.

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A terapêutica envolveria a seqüência

• Da adaptação do analista às necessidades do paciente.

• Da liberação dos processos de maturação.• Da intervenção de uma falta de adaptação.• Da cólera sentida e expressada pelo paciente.• Do novo progresso do eu.

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Fase da dependência relativa

Os fenômenos transicionais

• Quando o bebê começa a perceber que a fantasia não corresponde à realidade, após uma fase de ilusão, ele enfrenta a desilusão

• Para sustentar essa experiência difícil, geradora de angústia e, em particular, de angústia depressiva, a criança pequena desenvolve algumas atividades que Winnicott chamou de fenômenos transicionais e, quando utiliza algum objeto, ele recebe o nome de objeto transicional.

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Objeto transicional

• o bebê leva a boca algum objeto junto com os dedos.

• segura um pedaço de tecido, chupa ou não.• puxa fiapos de lã e faz bolas, às vezes engole.• surgem atividades bucais acompanhadas de

sons, balbucios, ruídos anais e as primeiras notas musicais.

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Um objeto transicional

• Serve de defesa contra a angústia depressiva. Ele representa a mãe. É dotado das qualidades da mãe dos momentos tranqüilos. Ele marca a passagem do controle onipotente, exercido na fantasia, para o controle pela manipulação.

• Abre caminho ao processo de tornar-se capaz de aceitar diferença e similaridade.

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O espaço transicional• Persiste ao longo de toda a vida. Será ocupado por

atividades criativas com objetivo de aliviar a tensão da realidade de dentro e de fora.

• O ambiente tem por missão respeitar e proteger sua expressão, levar durante a viagem, não lavá-lo.

• Os diferentes distúrbios dessa fase podem ser agrupados com o termo “doenças da pulsão agressiva”, a tendência anti-social, a hipocondria, a paranóia, a psicose maníaco-depressiva e algumas formas de depressão.

• O princípio que norteou o conjunto dos trabalhos de Winnicott foi a necessidade de criar um ambiente novo e adaptado a cada paciente.

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Processo da PB

• FASE TERAPÊUTICA: centrada no foco e objetivos definidos, permitindo avaliação final.

• TÉRMINO DO PROCESSO: importante fase. Pacientes: tendem a reviver experiências anteriores de

perda e separação.

Necessário que o terapeuta auxilie o paciente a distinguir encerramento do trabalho de “abandono”, possibilitando consolidação dos ganhos terapêuticos.

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ENTREVISTA DE SEGUIMENTO

• Recurso para avaliação dos resultados e acompanhamento de evoluções positivas e negativas.

• Muito importante para o paciente, a família, o terapeuta e a pesquisa em PB.