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1 ANALISE BROMATOLÓGICA DE ALIMENTOS UTILIZADOS PARA NUTRIÇÃO ANIMAL: BRACHIARIA RUZIZIENSIS E CYNODON NLEMFUENSIS Kristhian Felipe Spacki 1 1 Acadêmico de Medicina Veterinária Faculdade Integrado de Campo Mourão. [email protected] Resumo: Este trabalho tem por objetivo descrever as análises bromatológicas realizadas por acadêmicos do quinto período do curso de medicina veterinária da Faculdade Integrado de Campo Mourão, sendo instruídos pela Profª Dra.Ana Carolina Monteiro Motta. As análises abordadas neste trabalho se baseiam em amostras de Brachiaria ruziziensis e Cynodon nlemfuensis, gramíneas de ampla utilização e que carecem de estudos quanto a sua composição bromatológica. Desta forma este trabalho objetiva agregar conhecimento a respeito do tema, fornecendo resultados e discussão de análises úteis no cotidiano profissional. A metodologia escolhida para as amostras foi a de análises bromatológicas de Weende, que visa a segregação do conteúdo alimentar em seis grupos: matéria seca, proteína bruta, fibra bruta, matéria mineral, extrato etéreo e por fim extrativo não nitrogenado. Devido a necessidade de análises nesta área este trabalho é de grande importância, tanto para os alunos que conhecem de forma prática a importância do estudo da bromatologia e nutrição animal, quanto para todos os setores que utilizam as gramíneas abordadas na formulação de dietas para animais. Palavras-chave: Método de Weende, Gramíneas, Ruminantes. INTRODUÇÃO A análise bromatológica de alimentos dentro da área animal é de extrema importância, pois por meio desta é que se determinam os critérios de qualidade, processamento e correta indicação de alimentos a dieta de diferentes espécies e tipos de indivíduo. Com base no estudo das necessidades nutricionais do animal e correta indicação de dieta evita-se o surgimento de inúmeros problemas possivelmente graves, além de possibilitar a completa expressão do potencial animal em quesitos de produção e desenvolvimento (ANDRIGUETTO, 1999). Segundo Serafim (2015) e Salman et al.(2015), o objetivo principal da análise é conhecer a composição química dos alimentos, sua ação no organismo, seu valor alimentício e calórico, suas propriedades físicas, químicas, toxicológicas e também adulterantes, contaminantes, fraudes, etc. Desta forma as análises bromatológica são ferramentas importantes para a nutrição de animais domésticos e em principal os de produção, uma vez que a qualidade nutricional dos alimentos destinados a estes repercutirá na qualidade dos produtos destinados ao consumo humano. Conforme citado por Silva (2002), a necessidade de análises bromatológicas precisas levou a criação de dois métodos bem difundidos, o método de Weende e o de Van Soest, que apresentam características básicas simples, mudando apenas na descrição de

ANALISE BROMATOLÓGICA NA NUTRIÇÃO ANIMAL, Elaborado por Kristhian Felipe Spacki.pdf

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    ANALISE BROMATOLGICA DE ALIMENTOS UTILIZADOS PARA NUTRIO ANIMAL:

    BRACHIARIA RUZIZIENSIS E CYNODON NLEMFUENSIS

    Kristhian Felipe Spacki 1

    1Acadmico de Medicina Veterinria Faculdade Integrado de Campo Mouro.

    [email protected]

    Resumo: Este trabalho tem por objetivo descrever as anlises bromatolgicas realizadas por acadmicos do quinto perodo do curso de medicina veterinria da Faculdade Integrado de Campo Mouro, sendo instrudos pela Prof Dra.Ana Carolina Monteiro Motta. As anlises abordadas neste trabalho se baseiam em amostras de Brachiaria ruziziensis e Cynodon nlemfuensis, gramneas de ampla utilizao e que carecem de estudos quanto a

    sua composio bromatolgica. Desta forma este trabalho objetiva agregar conhecimento a respeito do tema, fornecendo resultados e discusso de anlises teis no cotidiano profissional. A metodologia escolhida para as amostras foi a de anlises bromatolgicas de Weende, que visa a segregao do contedo alimentar em seis grupos: matria seca, protena bruta, fibra bruta, matria mineral, extrato etreo e por fim extrativo no nitrogenado. Devido a necessidade de anlises nesta rea este trabalho de grande importncia, tanto para os alunos que conhecem de forma prtica a importncia do estudo da bromatologia e nutrio animal, quanto para todos os setores que utilizam as gramneas abordadas na formulao de dietas para animais. Palavras-chave: Mtodo de Weende, Gramneas, Ruminantes.

    INTRODUO

    A anlise bromatolgica de alimentos dentro da rea animal de extrema

    importncia, pois por meio desta que se determinam os critrios de qualidade,

    processamento e correta indicao de alimentos a dieta de diferentes espcies e tipos de

    indivduo. Com base no estudo das necessidades nutricionais do animal e correta indicao

    de dieta evita-se o surgimento de inmeros problemas possivelmente graves, alm de

    possibilitar a completa expresso do potencial animal em quesitos de produo e

    desenvolvimento (ANDRIGUETTO, 1999).

    Segundo Serafim (2015) e Salman et al.(2015), o objetivo principal da anlise

    conhecer a composio qumica dos alimentos, sua ao no organismo, seu valor

    alimentcio e calrico, suas propriedades fsicas, qumicas, toxicolgicas e tambm

    adulterantes, contaminantes, fraudes, etc. Desta forma as anlises bromatolgica so

    ferramentas importantes para a nutrio de animais domsticos e em principal os de

    produo, uma vez que a qualidade nutricional dos alimentos destinados a estes repercutir

    na qualidade dos produtos destinados ao consumo humano.

    Conforme citado por Silva (2002), a necessidade de anlises bromatolgicas

    precisas levou a criao de dois mtodos bem difundidos, o mtodo de Weende e o de Van

    Soest, que apresentam caractersticas bsicas simples, mudando apenas na descrio de

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    grupos especficos como o das protenas. O mtodo de Weende, tambm conhecido como

    mtodo de anlise centesimal ou proximal, foi proposto por Henneberg em 1894, tendo com

    base resultada de investigaes realizadas na Estao Experimental de Weende, na

    Alemanha, e tem como objetivo conhecer a composio qumica aproximada dos alimentos

    (SALMAN et al., 2015). Nesta anlise alimentar so obtidos os teores de matria mineral,

    fibra bruta, protena bruta, extrato etreo e extrativo no nitrogenado (SILVA, 2002). Existem

    crticas ao mtodo de Weende, principalmente ao fato de que a diviso citada anteriormente

    contabiliza compostos no nutricionais, mas devido acessibilidade do mtodo de ampla

    utilizao em universidades e outras instituies (SERAFIM, 2015).

    Dentre os animais de produo, o grande grupo dos ruminantes foco de diversos

    estudos no campo de nutrio, uma vez que por sua digesto por fermentao de

    compostos vegetais eles podem converter energia obtida por consumo de forragem em

    protena de alto valor nutricional pra o homem (BERCHIELLI, 20011). Para estes se objetiva

    a escolha de forrageiras como constituinte de boa parcela da alimentao, e segundo

    Guimares et al.(2015) boa parte das pastagens cultivadas nas regies de clima temperado

    composta por cultivares dos grupos de brachiaria e cynodon, uma vez que estas so

    reconhecidas por sua notvel adaptao a diversos tipos de ecossistema e baixas

    exigncias nutricionais, mostrando bons resultados em solos cidos e fracos. Seus teores

    nutricionais so considerados altos, mas variam em muito de acordo com critrios de

    manejo, clima, escolha de cultivares e condies de solo (ROSA et al., 2015).

    Neste trabalho consta a descrio de estudos e tcnicas de anlise bromatolgicas

    de duas espcies forrageiras: Brachiaria ruziziensis e Cynodon nlemfuensis. Ambos so de

    comum utilizao e fcil cultivo, sendo escolha comum entre bovinocultores de leite e corte.

    A Brachiaria ruziziensis uma gramnea perene, que atinge de 1 a 1,5 m de altura,

    possui rizomas curtos e perfilhamento intenso e no emite razes adventcias nos ns

    inferiores dos colmos, sendo de baixa a mdia exigncia em solo (CARNEIRO et al., 2015).

    Propaga-se tanto por sementes quanto por mudas e apresenta bons ndices de produo,

    tendo boa palatabilidade e aceitao pelo animal, alm de suportar bem o pastejo

    (GUIMARES et al., 2015). Segundo Rosa et al.(2015), seu cultivo tem despertado

    interesse dos agricultores, por ser uma planta que pode produzir grande volume de matria

    seca, importante para o cultivo em plantio direto.

    As plantas da espcie Cynodon nlemfuensis so mais conhecidas por Grama Seda,

    Pasto Bermuda, Capim estrela e so originrias da sia, sendo que as espcies deste grupo

    adaptam-se a uma grande variedade de solos, desde os arenosos at os argilosos pesados,

    preferindo os levemente midos e bem drenados (VILELA, 2015). uma forrageira com boa

    resistncia seca, suporta bem as queimadas e apresenta alta palatabilidade, tendo tabm

    alto valor nutricional, conforme anlise bromatolgica feita por Favoreto et al.(2015), que

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    revelou valores de protena bruta de 10,9 %, extrato etreo de 5.68%, fibra bruta de 30.5% e

    matria mineral de 9.64%. Devido a sua alta densidade, de seu alto valor nutritivo, sua tima

    relao folha-caule que uma das razes de sua densidade, e de sua alta produo de

    matria seca, tem-se obtido timas produes de carne e leite por unidade de rea (VILELA,

    2015).

    Este trabalho tem por objetivo descrever as anlises bromatolgicas realizadas por

    acadmicos do quinto perodo do curso de medicina veterinria da Faculdade Integrado de

    Campo Mouro, sendo instrudos pela Prof Dra.Ana Carolina Monteiro Motta. A anlises

    tiveram incio na dia 24 de fevereiro de 2015, e tem como foco amostras de Brachiaria

    ruziziensis e Cynodon nlemfuensis.

    METODOLOGIA Todos os procedimentos descritos neste trabalho foram realizados no Laboratrio de

    Anlises Bromatolgicas da Faculdade Integrado de Campo Mouro, incluindo a coleta de

    amostras de dois tipos de gramneas cultivadas: Brachiaria ruziziensis e Cynodon

    nlemfuensis. Ambas foram pr-secadas ao ponto de feno para melhores resultados.

    Nos dias 24 de fevereiro e 10 de maro de 2015, foram feitas as anlises do teor de

    matria seca das amostras.

    Utilizamos dois tipos de gramneas, que j estavam no ponto de feno, indo

    diretamente para a fase de triturao e pesagem.

    Com o material em mos, o mesmo foi triturado em um moinho do tipo faca para

    reduzir o tamanho das partculas, entre as duas amostras importante realizar a limpeza do

    moinho para que nenhuma das duas seja contaminada e/ou sofra alterao nas anlises

    (Figura 1). Ainda referente s informaes do moinho, ideal que a peneira instalada tenha

    1 mm de espessura, para garantir um tamanho ideal de amostras para os testes seguintes.

    Em seguida o contedo foi pesado com uma balana analtica, de aproximao de

    0,0001 g (Figura 2). O recipiente especfico secado apropriadamente foi pesado e seu peso

    zerado, em seguida adicionou-se de 1,6159 (Estrela Africana) e 1,5130 (Brachiaria) gramas

    das amostras, para termos os valores pr-secagem definitiva. O material foi colocado em

    estufa a 105 C durante quatro horas, e aps este processo passou pelo dessecador (para

    se igualar a temperatura normal), em seguida foi pesado novamente, obtendo os valores

    das amostras livres de umidade.

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    Nos dias 10 e 17 de maro foram feitas anlises da quantidade aproximada dos

    teores de fibra bruta das amostras.

    Para isso utilizou-se 1,1954g da amostra pr-seca de estrela africana e 1,0969g de

    brachiaria, colocando-as copos de 600 ml prprio para ser adaptado ao digestor. Adicionou-

    se 100 ml de H2SO4 a 1,25% fervente, e colocou-se no aparelho digestor para fervura por

    30 minutos (Figura 3).

    O contedo fervido foi filtrado em funil de Bnchener com placa porosa, fazendo

    lavagens sucessivas com gua destilada fervente at a neutralizao do material (Figura 4).

    O material retido no funil foi quantitativamente transferido par o copo de digestor, usando-se

    para a transferncia 100 ml de NAOH fervente na concentrao de 1,25%, procedendo-se

    com a digesto bsica por 30 minutos.

    FIGURA 1. Pesagem das amostras

    Fonte: Arquivo prprio

    FIGURA 2. Moinho do tipo faca.

    Fonte: Arquivo prprio

    FIGURA 3. Digestor de fibra por aquecimento

    Fonte: Arquivo prprio

    FIGURA 4. Filtragem

    Fonte: Arquivo prprio

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    Aps isso transferiu-se o resduo, com auxlio de gua quente, para o cadinho

    filtrante e lavou-se at neutralizao do material. Em seguida o material foi lavado com

    lcool (20 ml) e posteriormente com ter (10 ml), a fim de facilitar a secagem;

    Fez-se a secagem dos cadinhos durante uma noite em estufa a 105C e em seguida

    foram levados ao dessecador. A pesagem deste material forneceu valores que se referem

    aos teores de fibra bruta e demais nutrientes. Em seguida foi feita a calcinao a 500C,

    durante duas horas, pra oxidao da fibra e constatao do peso dos resduos, que

    correspondem aos minerais da amostra. A diferena entre os valores de pesagem antes e

    aps calcinao nos fornece o peso da fibra bruta da gramnea. Todos os processos

    descritos foram feitos separadamente para cada amostra.

    No dia 24 de maro se iniciaram os testes para aferio do teor de extrato etreo das

    amostras, cabendo ressaltar que a metodologia a seguir abrange apenas parte das anlises

    deste componente.

    O procedimento para esta anlise se inicia com a limpeza dos tubos coletores com

    papel absorvente embebido em ter, sendo levados a estufa por uma noite. Em sala os

    recipientes foram pesados e nestes foi acrescentado cerca de 0,9633g da amostra de

    estrela africana, e 1,0827g de brachiaria, sendo estas amostra embrulhadas em papel filtro e

    grampeadas. Os tubos com amostras foram aquecidos no aparelho extrator (Figura 5), em

    temperatura entre 30 e 60 C. Aps isso as amostras foram encaminhadas a estufa para

    normalizao da temperatura e repesados, obtendo-se assim a massa de gordura que foi

    volatilizada pelo ter e se aderiu a parede do copo.

    As anlises referentes a teores de matria mineral foram feitas tomando-se 1,0945g

    de amostra de estrela africana e 1,1293g de feno de Brachiaria, e estas foram colocadas em

    recipientes previamente deixados na mufla a 550-600 C por quinze minutos e resfriados por

    FIGURA 5. Extrator para anlise de gordura bruta

    Fonte: Arquivo prprio

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    uma hora. Na mufla as amostras foram incineradas por 4 horas a 600 C, obtendo-se

    composto cinza claro que ao ser pesado revela a poro de matria mineral das amostras.

    Nos dias 14 de abril e 5 de maio foram feitas anlises referentes a protena bruta,

    atravs do mtodo de Kjeldahl, que dividido em trs etapas (digesto, destilao e

    titulao). O primeiro passo foi realizado pela laboratorista antes da aula, devido ao tempo

    necessrio. Neste acrescentou-se, em tubos de digesto separados, 0,1002g de amostra de

    brachiaria e 0,1003g de estrela africana e em seguida o reagente (H2SO4 concentrado),

    sendo levadas at a chapa digestora que aquecida em capela, aquecendo gradativamente

    (para evitar formao espuma) chegando a atingir de 400 a 500C, por 4 horas, sendo em

    seguida resfriadas em temperatura ambiente. Acrescentou-se 5 ml de gua destilada,

    gerando reao que aquece a amostra, mudando a cor para um tom azul claro.

    Aps ter a temperatura amenizada o tubo foi colocado no destilador (figura 6) para

    ser feita a segunda etapa do processo. Na parte de cima do digestor acrescenta-se NaOH e

    em erlenmeyer (que fica em baixo do destilador) foi acrescentado 10 ml de cido brico

    (H3BO3) juntamente com o indicador (figura 7), que apresentam colorao rosa. O aparelho

    ligado, e lentamente a destilao ocorre, sendo que o processo deve ser feito com cautela

    para evitar possveis acidentes, e ao fim do processo o contedo do erlenmeyer adquire cor

    verde clara.

    A ltima etapa foi realizada com um titulador (fase de titulao), que basicamente a

    quantificao do nitrognio amostra. No titulador acrescentou-se o cido quantificado e uma

    soluo padro que apresenta volume conhecido, at que ocorra a viragem. Em posse dos

    FIGURA 7. cido Brico + indicadores

    Fonte: Arquivo prprio

    FIGURA 6. Conjunto de destilao Fonte: Arquivo prprio

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    dados referentes s caractersticas do cido, volume utilizado e amostras so feita as

    quantificaes de protena bruta por meio de equao.

    As anlises referentes a teores de matria mineral foram feitas tomando-se 1,0945g

    de amostra de estrela africana e 1,1293g de feno de Brachiaria, e estas foram colocadas em

    recipientes previamente deixados na mufla a 550-600 C por quinze minutos e resfriados por

    uma hora. Na mufla as amostras foram incineradas por 4 horas a 600 C, obtendo-se

    composto cinza claro que ao ser pesado revela a poro de matria mineral das amostras.

    A determinao do valor de extrato no nitrogenado (ENN) estipulada a partir da

    soma dos percentuais de Protena Bruta, Fibra Bruta, Extrato Etreo e Cinzas, expresso em

    termos de MS, subtrados de 100%.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Tabela 1. Resultados das anlises de matria seca. MATRIA SECA

    Feno Estrela Brachiaria Peso da Amostra (ASA) (g) 1,6159 1,5130 Peso do cadinho (g) 22,5379 22,9894 Peso da Amostra+Cadinho (g) 23,7595 24,3130 Matria Seca (ASE) (g) 1,2216 1,3236 % Matria Seca 75,64% 87,48%

    Fonte: Arquivo prprio

    FIGURA 7. Mufla Fonte: Arquivo prprio

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    TABELA 2. Resultados das anlises de fibra bruta.

    FIBRA BRUTA

    Feno Estrela Brachiaria Peso da amostra (g) 1,1954 1,0969 Peso do Cadinho+Resduo de Fibra (g) 47,4016 48,4370 Peso do Cadinho+Cinzas (g) 47,1506 48,1010 % Fibra Bruta 20,99 30,6317% % Fibra Bruta na Matria Seca 27.7593% 35,0156% Fonte: Arquivo prprio

    Tabela 3. Resultados da anlise de extrato etreo

    EXTRATO ETREO

    Feno Estrela Brachiaria Peso da Amostra (g) 0,9633 1,0827 Peso do copo (g) 128,83 128,5242 Peso do copo + Godura (g) 128,8335 128.5359 % de Extrato Etreo 0,3633 1.08

    % de Extrato etreo na Matria Seca 0,4803% 1.23%

    Fonte: Arquivo prprio

    Tabela 4. Resultados da anlise de Protena Bruta

    PROTENA BRUTA

    Feno Estrela Peso da Amostra (g) 0,1003 Volume (ml) 1,4 % de Nitrognio 1.75 %Protena Bruta 10.99

    % Protena Bruta na Matria Seca 14.53%

    Fonte: Arquivo prprio

    Tabela 5. Resultados da anlise de Matria Mineral

    MATRIA MINERAL

    Feno Estrela Brachiaria Peso da Amostra (g) 1,0945 1,1293 Peso do cadinho (g) 20,1962 23,0715 Peso do cadinho + cinzas (g) 20.2032 23.0809 % de Matria Mineral 0.63% 0.83%

    % Matria Mineral na Matria Seca 0.8455% 0.95%

    Fonte: Arquivo prprio

    Tabela 6. Laudo Bromatolgico

    LAUDO BROMATOLGICO

    Feno Estrela Capim Brachiaria

    Protena Bruta (PB) 14.53%

    Fibra Bruta (F.B.) 27.7593 % 35,0156%

    Extrato Etreo (E.E.) 0,4803% 1.23%

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    Cinzas (Matria Mineral) (M.N.) 0.8455% 0.95%

    Extrativo no Nitrogenado (E..N.) 56.38%

    Matria Seca do alimento (M.S.) 75,64% 87,48 %

    Fonte: Arquivo prprio

    A disponibilidade de matria seca em amostra de Brachiaria ruziziensis encontrada

    neste experimento foi de 75, 64%, superando os ndices encontrados por Guimares et al.

    (2015), que variaram entre 29,1% a 59%. Esse resultado pode estar relacionado as tcnicas

    de pesagem e tempo de anlise da amostras e o tempo de desenvolvimento da planta, uma

    vez que Carneiro et al. (2015) afirma que o teor de matria seca cresce proporcionalmente a

    idade da pastagem.

    Segundo Andriguetto (1999) os teores de fibra bruta da amostra de capim estrela

    africana devem variar entre 20 e 30%, aps serem cultivados em condies ideais, e isso se

    confirmou durante anlise, observando-se teor de 27,7593%. Ainda de acordo com este

    autor amostras de gramneas da famlia das brachiarias tem autos teores de fibra bruta,

    superando 30%, e na anlise realizada isso se confirma, pois foi mensurado teor de 35,01%.

    De acordo com S (2015), o teor comum de extrato etreo em variedades de

    Cynodon pode ultrapassar 1,6%, o que no foi observado neste trabalho, pois apenas foi

    obtido teor de 0,4803% deste componente. Isto pode estar relacionado a diferena de

    cultivares analisadas e varincias nos quesitos manejo e idade de corte da pastagem.

    Segundo Rosa (2015), o teor mdio de E.E em amostras de Brachiaria varia pouco, sendo

    um valor de 1.23% considerado normal.

    Conforme constatado por Rodrigues (2015), os teores de protena bruta de cultivares

    da famlia Cynodon podem variar em funo do mtodo de cultivo, poca de corte e

    potencial gentico da cultivar, estando entre 2,5% e 14% valores normais deste

    componente. Neste trabalho o teor obtido foi de 14.53%, estando adequado ao que foi

    citado pela literatura.

    Segundo Andriguetto (1999), o teor de matria mineral em gramneas varia em

    funo das condies nutricionais do solo, no ultrapassando 1,5%. Como nestas anlises

    os teores foram de 0.8455% na amostra de feno estrela e 0.95% na amostra de Brachiaria

    pode-se concluir que so valores normais.

    O valor de extrativo no nitrogenado calculado por soma dos demais componentes

    em relao a 100 revelou teores de 56.38% na amostra de feno Estrela. Isto supera os

    dados de 35, 51% constatados por S et al. (2015). Isto provavelmente se deve a idade de

    corte da planta, uma vez que o teor de E.E tende a ter aumento em relao proporcional a

    poca de corte.

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    CONCLUSES

    Conclui-se que as anlises descritas neste trabalho resultaram em dados que

    confirmam a qualidade nutricional e aspectos bromatolgicos citados pela literatura. Salvo

    varincias os componentes se encontram em proporo normal, evidenciando a qualidade

    destes alimentos e o motivo de sua ampla utilizao na alimentao de ruminantes. O

    estudo da qualidade nutricional de alimentos destinados produo animal de grande

    importncia, uma vez que o setor produtor demanda tecnificao do manejo nutricional, e o

    setor consumidor demanda disponibilidade e qualidade dos produtos finais.

    REFERNCIAS

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